O Professor
Abril 2008
Nº 314
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Boletim Informativo do Sindicato dos Professores do ABC
Professores da Educação Básica aprovam
proposta, mas Ensino Superior vai à Justiça
Assembléia foi realizada no dia 12 de abril, na sede do SINPRO ABC
O
s
professores
da
Educação
Básica
aprovaram,
em
assembléia, a proposta do Sieeesp,
que estende a vigência da Convenção
Coletiva da Educação Básica para
dois anos.
Para 2008, o reajuste salarial
aprovado será de 5% (retroativo
a março de 2008) mais 21%
de Participação nos Lucros e
Resultados, que deverá ser paga até
15 de outubro. Os cálculos para o
reajuste de 2009 já foram definidos:
média dos três índices de inflação
(ICV-Dieese, INPC-IBGE e IPC-Fipe),
do período entre março de 2008 e
fevereiro de 2009, mais aumento real
de 1,2%, com PLR de 24%.
As cláusulas sociais também serão
mantidas e válidas por dois anos.
Ensino Superior
Na mesma assembléia, os
profissionais do Ensino Superior
rejeitaram a proposta patronal
e aprovaram a instauração de
Dissídio Coletivo. Agora, a decisão
da Campanha Salarial 2008 será
definida pela Justiça.
Ao que tudo indica, os
representantes do Semesp, Sindicato
das Empresas Mantenedoras de
Ensino Superior do Estado de
São Paulo, estão de brincadeira.
Entretanto, essa brincadeira é de
extremo mau gosto. Nas mesas de
negociações, realizadas durante a
Campanha Salarial, o Semesp alegou
motivos infundados para justificar
a “impossibilidade em conceder
aumento real” aos professores.
Parodiando uma canção, “as
mensalidades sobem e o salário
desce”.
Como se não bastasse, o sindicato
patronal quer, ainda, flexibilizar
direitos conquistados ao longo da
história, propondo alterações na
bolsa de estudo e plano de saúde.
A bandeira pelo aumento real de
salário foi hasteada desde o início
da Campanha, mas, mesmo assim,
os patrões “fazem de conta” que
desconhecem tal reivindicação e, até o
momento, não formalizaram nenhuma
proposta econômica decente.
Reivindicações
{Manutenção das cláusulas
sociais da Convenção Coletiva
2006/2007;
{Reposição da inflação mais
aumento real;
{Regulamentação da Educação
a Distância;
{Defesa pelo ensino de qualidade
e pelas melhores condições de
trabalho dos profissionais da
educação;
{Plano de Carreira;
{Piso salarial para a categoria.
Mesmo com a instauração do
Dissídio, o SINPRO ABC, juntamente
com a Fepesp, Federação dos
Professores de SP, continuará
pressionando o Semesp para novas
negociações.
Caso haja nova proposta, o
Sindicato convocará assembléia para
avaliação.
Jurídico
SINPRO ABC ganha ações judiciais para professores
No mês de março de 2008,
o Departamento Jurídico, por
meio dos advogados do SINPRO
ABC, resgatou judicialmente R$
16.730,53.
No mesmo mês, várias
Ações de Cumprimento foram
interpostas pelo Sindicato, as quais
reivindicam, entre outros direitos,
os devidos reajustes salariais dos
anos 2003 a 2007; diferenças
salariais decorrentes da alteração da
duração da hora aula (o empregador
não pode ampliar a duração da hora
aula, sem acrescer ao salário aula o
valor correspondente a alteração);
diferenças salariais decorrentes da
ilegal redução do salário mensal
(o empregador não pode reduzir o
salário mensal).
“Esses direitos refletem em todas
as verbas/direitos decorrentes do
contrato de trabalho, como, descanso
semanal remunerado, hora atividade
e salário calculado a base de 4,5
semanas, depósitos do FGTS, férias
e 13º salário”, explica a advogada do
SINPRO ABC, Drª. Leonida Rosa Silva.
Atendimento
Todo sócio do SINPRO ABC tem
direito ao atendimento jurídico. Para
esclarecer dúvidas ou ingressar
com ações trabalhistas, ligue 49940700 e marque um horário, ou, se
preferir, escreva para juridico@
sinpro-abc.org.br.
No site www.sinpro-abc.org.br
estão disponíveis as Convenções
Coletivas de Trabalho do Sesi/
Senai, Educação Básica e Ensino
Superior. Acesse e veja se os seus
direitos estão sendo cumpridos.
02
O Professor
Cuide bem da sua voz!
16 de abril é o Dia da Voz, mas os cuidados com ela devem ser diários!
S
er professor é sinônimo
de falar muito e, muitas
vezes, falar alto. Para evitar
problemas com as cordas vocais, com
a saúde e, conseqüentemente, com
o trabalho, o SINPRO ABC orienta a
categoria para alguns cuidados com
a voz.
Em entrevista ao jornal O
Professor, a fonoaudióloga Silvana
Aparecida Machi, autora do livro
Brincando e Escrevendo, responde:
O Professor - Como os
profissionais da educação devem
agir para evitar abusos vocais, uma
vez que a fala é um dos instrumentos
de trabalho da categoria?
Dra. Silvana – Um dos cuidados
que os professores deve tomar
é beber água regularmente, em
pequenos goles e na temperatura
ambiente, para hidratar as pregas
vocais. Além disso, deve evitar
gritar ou falar alto sem um suporte
respiratório, manter a postura ereta
(cabeça sem inclinação), evitar
falar em ambientes ruidosos e
abertos, não pigarrear para não
irritar as pregas vocais, alimentar-se
adequadamente, cortar alimentos
gordurosos que aumentam a
secreção vocal e, também, não
cantar inadequada e abusivamente.
O Professor – Quais outras ações o
professor pode realizar no dia-a-dia
para manter a saúde vocal em dia?
Dra. Silvana – Espreguiçar-se com
rigor ao acordar, fazer exercícios de
alongamentos para relaxar, poupar
a voz em alguns momentos do dia e
deixar a água do banho cair sobre os
ombros são ações que diminuem as
tensões do cotidiano.
O Professor – A alimentação
interfere na saúde vocal? O que
o professor deve evitar comer e o
que deve estar presente em suas
refeições?
Dra. Silvana – O professor
deve evitar alimentos pesados e
condimentos, principalmente se
apresentarem sintomas de azia
e má-digestão, pois o refluxo de
substâncias gástricas pode banhar as
cordas vocais, causando irritação. Os
derivados do leite e o achocolatado
alteram a consistência da saliva e
dificultam a articulação das palavras
e vibrações das pregas vocais. O café
e bebidas gasosas também devem
ser evitados, uma vez que são fatores
de irritação da laringe.
A sugestão é que o docente coma
maçã e salsão, pois são adstringentes
e limpam o trato vocal, fluidificandoos.
O Professor – Quais outros
cuidados devem ser tomados pelos
professores para evitar problemas
vocais?
Dra. Silvana - O cigarro é
altamente irritante às mucosas do
trato vocal, resseca e dificulta a
vibração das cordas vocais, destrói
os cílios respiratórios, aumentando
a sensação de pigarro. O álcool e
as pastilhas mascaram a dor de
garganta, que é um fator de alerta
indicativo de lesão das cordas
vocais. O ar condicionado gera uma
diminuição da umidade do ambiente
e resseca o aparelho fonador.
O Professor – Caso o professor
não cuide de sua voz, quais problemas podem ser desenvolvidos?
Dra. Silvana – Assim como os
cantores, locutores, telefonistas,
advogados, entre outras profissões,
os docentes podem danificar
os delicados tecidos da laringe
e produzir um distúrbio vocal
decorrente de abusos ou mau uso
da voz. Entre as alterações, os mais
comuns são os nódulos vocais
(semelhantes a calos) e edemas
(inchações das pregas vocais).
O stress, fonte de ansiedade elevada, compromete o funcionamento da musculatura diafragmática e
acessória da respiração, alterando o
fluxo de ar e performance fonatória.
As alterações da voz afetam a
vida pessoal, social, emocional e profissional de uma pessoa, o que pode
ocasionar sensação de angústia e
impotência.
O Professor – O que a doutora
recomenda aos professores caso
seja notado algum problema
com a voz?
Dra. Silvana - Professores e outros
profissionais devem passar por
sessões com fonoaudiólogas para
receber orientações e exercícios
específicos para o bom desempenho
de seu potencial vocal. Caso o
profissional perceba rouquidão
com 15 dias ou mais, oriento que
procure um fonoaudiólogo e/ou
otorrinolaringologista.
1º de maio: Luta pela defesa da classe trabalhadora
Chicago, em 1886, foi cenário do
protesto de milhões de trabalhadores
que, naquela época, já lutavam por
melhores condições de trabalho. No
dia 1º de maio daquele ano, uma greve
geral marcou a série de protestos contra
as condições subumanas e reivindicou
a redução da jornada de 13 para 8
horas diárias. As respostas dadas aos
manifestantes foram repressão, prisões
e mortes.
Em homenagem a esse movimento e
aos trabalhadores, a data foi estabelecida
como o Dia Mundial do Trabalho.
O Professor
Eventos da CUT
A Central Única dos Trabalhadores
aproveita o Dia Mundial do Trabalho
para divulgar a campanha "Redução
da Jornada de Trabalho, de 44 horas
para 40 horas semanais, sem redução
nos salários". Assim como há 120 anos,
a luta pela conquista dos direitos dos
trabalhadores será sempre defendida
pela Central e pelo Sindicato dos
Professores.
A CUT celebrará a data em quatro
locais: Interlagos, São Bernardo,
Guarulhos e no Centro de Tradições
Nordestinas, em São Paulo.
Em São Bernardo do Campo, ABC
paulista, o local escolhido é o Paço
Municipal da cidade, às 11h.
razão de nossa luta, nos motiva a
buscar sempre mais!
Reflexão
O SINPRO ABC alerta para a
necessidade de conscientização sobre
a data, que, nos último anos, tem sido
considerada como apenas mais um
feriado, motivo para “mega-shows” ou
distribuição de prêmios.
A classe trabalhadora precisa refletir
as lutas sociais e trabalhistas, com
objetivo de valorizar as conquistas
históricas, uma vez que, conhecer a
EXPEDIENTE - Boletim Informativo do Sindicato dos Professores do ABC ı ISSN: 1673-8473
Diretoria Executiva: Aloísio Alves da Silva, Célia Regina Ferrari, Denise Filomena L. Marques, José Carlos Oliveira Costa, José Jorge Maggio, Nelson Valverde Dias, Paulo Ostroski e Paulo Roberto Yamaçake ı
Presidente: Aloísio Alves da Silva ı Diretora de Imprensa: Denise Filomena L. Marques ı Jornalista responsável: Mayra Monteiro (MTB. 47.135) ı Diagramação: Israel Barbosa e Mayra Monteiro ıTiragem: 4000
exemplares ı Data de fechamento: 23/04/2008 ı Site: www.sinpro-abc.org.br ı E-mail: [email protected] ı Endereço: Rua Pirituba, 65 - B. Casa Branca - Santo André - SP CEP: 09015-540 ı
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