MICRONUTRIENTES E AMINOÁCIDOS NA PRODUÇÃO DA BATATA
DANIEL ZANIBONI SOARES*; NILVA TERESINHA TEIXEIRA*; JOSÉ HENRIQUE DOTTA* ; JOÃO OSÓRIO RODRIGUES LÍRIO * & FRANCISCO CAMARGO DE OLIVEIRA **
*Núcleo de Solos e Nutrição de Plantas, Curso de Engenharia Agronômica “Manoel Carlos Gonçalves” – Centro Regional Universitário do Espírito Santo do Pinhal, Av; Hélio
Vergueiro Leite, s.n, Espírito Santo do Pinhal, SP,CEP 13-990-000. E-mail: [email protected] ; **Engenheiro Agrônomo da JUMA-AGRO, Mogi Guaçu, SP.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a batata é um tubérculo pertencente à família das Solanáceas. Surgiu nos Andes e nas ilhas chilenas, foi levada para a Europa no século XVI, tornando-se base da alimentação. É um dos vegetais mais
utilizados também nas Américas do Norte e do Sul, principalmente por grandes redes de “fast-food”. Trata-se de alimento rico em carboidratos, sais minerais, vitamina C e pequenas quantidades de vitaminas do complexo B (LOPES, 5).
O Brasil cultiva anualmente em torno de 171 mil hectares da cultura em questão com produção média de 2,6 milhões de toneladas. Analisando-se a área e a produção brasileira dos últimos dez anos, verifica-se que,
houve um decréscimo de 9% na área cultivada, enquanto que, a produção aumentou 8%, o que significa ganho em produtividade.
Um dos aspectos mais importantes, para o desenvolvimento e produção de uma planta, é o pleno enraizamento. As raízes são fundamentais para o ancoramento do vegetal, para a absorção de água e nutrientes,
considera que a adubação é bastante importante para a formação do sistema radicular. Nutrientes como cálcio, fósforo, boro, zinco, entre outros, influenciam o processo de enraizamento.
Os aminoácidos são os constituintes básicos das proteínas, macromoléculas complexas que desempenham funções especificas nas plantas, principalmente na estrutura como componentes das paredes celulares
(CAÇO,1). Muitos aminoácidos são responsáveis pelo transporte de nutrientes na planta, principalmente de nitrogênio. Dentre todos os aminoácidos, o Glutamato, a Glutamina e a Asparagina são os mais importantes
no armazenamento e transporte de nitrogênio pelas plantas, já o enxofre é preferencialmente transportado e armazenado na forma de Metionina ou Cisteína, dois aminoácidos sulfurados.
Então o objetivo deste trabalho é estudar a eficiência de formulados comerciais, constituído por micronutrientes e aminoácidos, na produção da batata (Solanum tuberosum L.) cv. Asterix F1 cultivada à campo.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido na Fazenda Morro Azul, Campus II do Curso de Engenharia Agronômica do UNIPINHAL, município de Espírito Santo do Pinhal – SP, no período dezembro de 2008 - abril de 2009,
com a cultura da batata (Solanum tuberosum L.) cv. Asterix F1. O solo da área experimental foi analisado quimicamente, dispensando-se a calagem. Na adubação empregou-se 3300 Kg de 02-16-06/ha
no plantio e 800 Kg de 25-0-25/ha em cobertura. Os tratos culturais foram os normais para a cultura em instalações comerciais.
O delineamento estatístico foi o de blocos ao acaso com 4 repetições e 7 tratamentos ( tabela 1). A aplicação foi via tratamento de semente por ocasião do plantio. Cada parcela constou de 4 linhas
de 4 metros, considerando-se como úteis as 2 linhas centrais. Na época do florescimento coletaram-se amostras de folhas para análise química de tecido, de acordo com Malavolta [6]. No final do ensaio
colheram-se os tubérculos, que foram pesados e classificados em especiais ou não. Todos os dados foram estudados estatisticamente . A figura 6 mostra aspectos do cultivo.
RESULTADOS
Os resultados obtidos em relação à produção (Figura 1) demonstram que todos os formulados considerados no ensaio provocaram aumentos de produção, considerando-se o total colhido e o classificado para comercialização. Todos os formulados, em todas as doses e combinações, mostraram-se eficientes, à luz da estatística. Entretanto observa-se que o emprego dos formulados incluídos no
ensaio proporcionaram maior qualidade à produção; com o uso dos mesmos se aumentou o rendimento de tubérculos especiais. Pode-se inferir, também, que melhores resultados foram obtidos quando
se empregaram os produtos formulado 1,(1,0 l/ha) (tratamento 3) e (1,5 l/ha) (tratamento 4), formulado 2 (15 l/ha) (tratamento 5) e associação formulado 1 (1,0 l/ha) e 2 (15 l/ha) (tratamento 6) que provocaram aumentos, respectivos, de 45%; 52%; 45% e 47% em relação à testemunha.
Ao se considerar os teores de nutrientes (figuras 2,3,4 e 5) nota-se que as variações encontradas não foram significativas. Entretanto, alguns aspectos podem se destacar: as quantidades de micronutrientes se mostraram superiores nas plantas tratadas o que, certamente, contribuiu para os aumentos de produção alcançados com o emprego dos formulados.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos e analisados estatisticamente permitiram concluir, para as condições experimentais, a cultura da batata (Solanum tuberosum L.) cv. Asterix F1 que:
a) os formulados proporcionaram produtividades sempre superiores estatisticamente aos obtidos pelas plantas testemunhas;
b) os melhores resultados foram os obtidos com o formulado 1, 1,0 l/ha e 1,5 l/ha, formulado 2, 15 l/ha e associação formulado 1, 1,0 l/ha, e formulado 2, 15 l/ha;
c) os formulados influenciaram, apenas, quanto aos teores de micronutrientes nas folhas o que não ocorreu quanto aos macronutrientes. Explica-se tal observação, pelo efeito potencializador dos formulados testados no estudo.
Tabela 1. Tratamentos empregados no ensaio com batata
1
2
3
4
Produção total
5
6
7
Produção classificada
Figura 1. Produção de tubérculos, total
e especiais, em kg/parcela. Média de 4
repetições.
N
K
1
2
3
Obs.; a aplicação foi no sulco de plantio sobre as sementes.
* *ACORDA, produto da JUMA-AGRO, com os seguintes teores de garantia: 6%
de C total (aditivado com aminoácidos); 2% de Mo; 1,5% de Zn; 0,3% de Co; 0,1% de
Cu e 0,1% de B;
• *ADUBAN, produto da JUMA-AGRO, com os seguintes teores de garantia:
• 8,5% de C total (aditivado com aminoácidos); 9% de N; 2% de P2O5; 1% de K2O;
• ** Formulado 3 com os seguintes teores de garantia: 2% de Mo; 3%de Zn.
Ca
4
5
6
Figura 6
7
Figura 2. Teores de N, K ,Ca em g/kg de
matéria seca. Médias de 4 repetições.
B
Cu
1 2 3
P
Mg
1
2
3
4
Zn
4 5 6 7
Fe
Uma empresa de soluções.
Mn
1 2 3
4 5 6 7
S
5
6
7
Figura 3. Teores de P, Mg e S em g/kg de
matéria seca. Médias de 4 repetições.
Figura 4. Teores de B, Cu e Zn, em
mg/kg de matéria seca. Médias de
4 repetições.
Figura 5. Teores de Fe e Mn, em
mg/kg de matéria seca. Médias de 4
repetições.
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