10/03/2014
André Perfeito
Sumário Executivo:
Alimentos em escalada climática;
O mercado é insensível à choques de oferta;
Coeteris Paribis sai, Alea jacta est entra;
Juros longos devem subir.
Economista-chefe
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Mais um choque na inflação. Mas e daí?
Alimentos em escalada climática;
O mercado é insensível à choques de oferta;
Coeteris Paribis sai, Alea jacta est entra;
Juros longos devem subir.
Quem lê este Comentário Econômico sabe que sempre elogiamos as ações do nosso Banco Central, entre outros
motivos, porque nossa Autoridade Monetária está conduzindo o Sistema de Metas de Inflação brasileiro (um sistema
ainda imperfeito onde a alta indexação obstrui o canal dos juros juntamente com preços administrados) e porque os
Bancos Centrais das economias maduras mandaram às favas os bons modos monetaristas e estão imprimindo dinheiro
como se não houvesse amanha, ou, melhor dizendo, no limite que sua confiança permite em fidúcia.
O BCB fez um esforço grande desde o início do governo Dilma para forçar o mercado à um novo entendimento sobre
as principais variáveis macroeconômicas (chegando a criar novos índices como o IBC-Br, o IC-Br e até o IBGE
aprimorou em parte seu conjunto analítico criando o IPP – Índice de Preços ao Produtor), mas principalmente o BCB
tentou reorientar algumas “verdades” do mercado como o PIB potencial e o uso de outros instrumentos que não
apenas a taxa SELIC e tentou fazer isso através de consultas aos economistas de mercado organizados em torno do
Relatório FOCUS. Todas essas mudanças visavam aprimorar um Sistema de Metas que foi criado num estado de
emergência e fazê-lo migrar para algo mais normal.
O BCB fez isso by the book, sem contrariar nenhuma das premissas teóricas neo-clássicas que orientam o Sistema de
metas, mas o mercado simplesmente ignorou tal esforço e olhou com desconfiança aguda qualquer medida nesse
sentido. O motivo para tal indiferença é, no nosso entendimento, o que convencionamos chamar de Revolução
Monetária, revolução esta que está morrendo antes mesmo de atingir seus objetivos.
Uma das provas que o mercado simplesmente desdenha o BCB, e por isso mesmo que o COPOM deveria ter subido
em 50 pontos base a SELIC em sua última reunião, é que houve nos últimos anos diversos choques nos preços de
alimentos com desastrosas consequências para o IPCA e o mercado “focado” deu de ombros para este fato. A tragédia
se repete agora e podemos ver isso no IGP-10 de março que apresentou a maior variação mensal para o período
desde2004 puxado pelo IPA que pesa 60% de um índice que foi criado para condições econômicas que não existem
mais, mas segue o barco.
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10/03/2014
A tendência é de continuar a pressão sobre os preços ao consumidor e evidência disso podemos ver de diversas
formas. Trouxemos à baila a variação do preço da arroba do boi em Araraquara e vemos um salto de 27% em um ano
com aceleração nos últimos meses.
Isto é um choque para você que não conhece, mas já lhe adianto que o mercado vai seguir como se fosse permanente
e assim cobrar mais juros de um BCB que equilibra de um lado da mão as contradições do mundo financeiro pós-2008
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e do outro um governo que se perdeu num projeto incompleto de nação e força ladeira acima em ano eleitoral a
despeito das contradições e limitações evidentes (olhemos o Balanço de Pagamentos, é sempre ali que a onça mora).
No meio disso a Autoridade Monetária faz malabarismo com as expectativas do mercado e acende uma vela para a
deusa da Fortuna e outra par o deus da Chuva. Ceteris Paribus está fora de moda, agora o provérbio na boca do BCB é
Alea jacta est.
O BCB vai fazer homeopatia monetária e subir de 25 em 25 até achar que não tem mais o que fazer.
Uma situação difícil e que deve ser agravada pela decisão do FOMC nesta quarta-feira próxima em cortar US$ 10
bilhões do seu QEn o que trará efeitos mais claros na parte longa da curva-pré aqui no Brasil.
Alea jacta est...
Disclaimer
Este relatório 23/08/10
foi preparado pela Gradual Investimentos e é distribuído gratuitamente, com a finalidade única de prestar informações
23/08/10
ao mercado em
geral. Não possuindo a Gradual Investimentos qualquer vínculo com pessoas que atuem no âmbito das companhias
analisadas, assim como a empresa não recebe remuneração por serviços prestados ou apresenta relações comerciais com as
companhias analisadas. Apesar de ter sido tomado todo o cuidado necessário de forma a assegurar que as informações no momento
em que as mesmas foram colhidas, a precisão e a exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e a Gradual
Investimentos por elas não se responsabiliza. Os preços, as opiniões e as projeções contidas nesse relatório estão sujeitos a mudanças
a qualquer momento sem necessidade de aviso ou comunicado prévio. Este relatório não pode ser interpretado como sugestão de
compra ou de venda de quaisquer ativos e valores imobiliários. Este relatório não pode ser reproduzido, distribuído ou publicado por
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