01/08/2014
André Perfeito
Sumário Executivo:
Economista-chefe
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Parceiro estratégico;
Comprando barato;
Brasil não pode ignorar seu papel;
O mercado não iria entender.
Fernanda Dall´Antonia
estagiária
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Comprando a Argentina, simples assim.
Nesta sexta-feira resolvi escrever um texto que está muito mais para uma provocação intelectual do que
propriamente um comentário econômico. Levando em conta o ocaso da Argentina que mais uma vez se vê desprovida
de crédito na praça internacional, mas dessa vez por conta de uma decisão – em minha opinião – extemporânea de
um juiz em Nova York, abre espaço para pensarmos um pouco mais sobre o Brasil e nossa vocação no Cone Sul.
A Argentina é importante demais para deixarmos nas mãos dos argentinos, por assim dizer. A diplomacia brasileira
tem na tradição do Itamaraty uma postura economicamente muito acanhada, mas que obedece fielmente os ditames
da nossa cordialidade; se quisermos nos tornar um país de “primeiro mundo” teremos que necessariamente fazer que
as outras economias ao redor também “funcionem”. Nos EUA eles construíram um muro no Rio Grande e nem isso
funcionou, no caso do Brasil tal solução seria absolutamente inviável.
O Brasil é infinitamente maior que os vizinhos em diversos quistos. Para evidenciar tal gigantismo nosso basta lembrar
que nosso mercado de capitais, apesar de tudo, é o dobro do mexicano e dezenas de vezes maior que o argentino.
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Temos que reconhecer que estamos em outro patamar na região e o momento é propício; com o enfraquecimento
relativo dos EUA há um espaço mais livre para se negociar isso com os vizinhos.
Minha proposta é simples: compremos a dívida Argentina e transformamos o passivo em crédito para exportação
daquele país para nós mesmo. É exatamente isso que a China está fazendo no continente, ofereceu algo parecido para
a Argentina e Venezuela em sua última visita de Estado.
A Argentina está barata. Depois do calote de 2001 92% da sua dívida de US$ 95 bilhões foi negociada a 30% de face,
ou seja, está hoje entorno de US$ 29 bilhões. Isso é menos de 8% das reservas Internacionais brasileiras que hoje
beiram US$ 373 bilhões.
A Argentina é nosso terceiro maior destino de exportações, mas como podemos observar no gráfico abaixo este
perdendo força o que é um desastre para o Brasil.
Podemos observar este descolamento em relação ao Brasil sob diversas formas, mas trago aqui a variação do câmbio
oficial deles contra o Real brasileiro.
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A economia Argentina se recontorce com suas contradições e politicamente vive um momento de tensão. “Comprar”
a Argentina não é favorecer o atual ocupante da Casa Rosada, pelo contrário, seria enquadrar as possibilidades
populistas daquele país em função do pagamento da dívida. Neste sentido o Brasil possui instituições financeiras de
peso que poderia intermediar isso de maneira adequada e fazer do limão uma limonada por assim dizer.
A consolidação regional é fundamental e a Argentina precisa ser ajudada pelo Brasil a sair da crise. Fazer isso é um
gesto de inteligência e sensibilidade que deve ser conduzido com sangue frio, sem dar espaço para ruídos ideológicos.
Muitos no mercado criticam os investimentos em Cuba, só que se esquecem que os investimentos forma na verdade
um financiamento para pagar uma empresa brasileira para construir um porto por lá. Ganhamos no financiamento e
na construção e podemos ainda ganhar, e muito, com a aproximação de um país que tende a abandonar o socialismo
em breve. É estratégico se aproximar desses ativos.
O caso da Argentina é análogo, mas o faço aqui com um tom mais de provocação.
O Brasil tem que assumir seu papel hegemônico na região, não há mais espaço para cordialidades. Os próprios sulamericanos esperam que façamos isso. Isso ficou claro na Copa do Mundo no Brasil: os nossos vizinhos reconhecem
nossa superioridade.
O PT não pode se deixar perder por ideologias e deve pensar de maneira pragmática, caso contrário iria passar mais
uma impressão errada. Mas isso é discussão pra depois da eleição, como não há nada 100% definido na disputa fica a
sugestão para todos os candidatos.
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em que as mesmas foram colhidas, a precisão e a exatidão de tais informações não são por qualquer forma garantidas e a Gradual
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