Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Hospital São Lucas da PUC-RS
Serviço de Neurologia
EVENTOS PAROXÍSTICOS NÃO
EPILÉPTICOS
vs
EPILEPSIA
Luis Fernando Garcias da Silva
Diagnóstico diferencial entre
epilepsia e eventos não-epilépticos
• 10 – 30% recebem diagnóstico incorreto
• 1/3 dos pacientes avaliados com vídeo-EEG
• 30% dos pacientes avaliados em centros de
referência
Diagnóstico diferencial entre
epilepsia e eventos não-epilépticos
• Perda de consciência
• Inibição comportamental
• Distúrbios autonômicos
• Comportamento psicológico ou motor
repetitivo
Distúrbios Paroxísticos Não-epilépticos
Distúrbios de Movimento Paroxísticos
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
Ataxia paroxística (com ou sem reação à acetazolamida)
Crises de tremedeira
Desvio tônico paroxístico benigno dos olhos
Distonia com variação diurna (síndrome de Segawa)
Distonia-coréia cinesigênica paroxística
Estereotipias
Hiperecplexia
Mioclonia benigna infantil precoce
Mioclonia neonatal benigna
Torcicolo paroxístico benigno
Vertigem paroxístico benigno
Distúrbios Paroxísticos Não-epilépticos
Outras Atividades Paroxísticas
– Agitação de bebês e recém-nascidos (fisiológico,
hipoglicêmico, hipocalcêmico)
– Apnéia (especialmente em bebês)
– Crises psicogênicas (pseudo-crises)
– Interrupção respiratória
– Masturbação
– SIDS - síndrome de morte súbita infantil
– Síncope
– Síndrome de Sandifer
– Spasmus nutans
– Vômito cíclico
Diagnóstico diferencial entre
epilepsia e eventos não-epilépticos
Qual a idade do paciente?
LACTENTES
Crises de perda de fôlego
• Freqüência 1%
• Associados a postura tônica e atividade
clônica
• Sugere o diagnóstico de epilepsia
• Não ocorre em sono
Crises de perda de fôlego
• Desaparecimento dos sintomas até 5-6 anos
• 2 formas são reconhecidas
– Cianóticas: choro forçado  apnéia com
cianose  alteração no nível de consciência
– Pálidas: semelhante a síncope
Crises de perda de fôlego
Elemento chave para o
diagnóstico diferencial

Sempre evento precipitante
Crises de perda de fôlego
• Geralmente benignas
• EEG: se realizado deverá ser NORMAL
• Podem estar associadas a SQTL em
raros casos
• Suspeitar quando presente outras
anormalidades e história familiar de
morte súbita
Lactentes
Eventos com aparente risco de vida (ALTE)

Apnéia x Convulsão

Hipotonia ou hipertonia

Cianose e palidez
ALTE
Avaliação multidisciplinar

Epilepsia

Cardiopatias congênitas

RGE

Laringomalácia
Pré-escolares e adolescentes
Síncope Vasovagal
• Freqüência: 10%
• Evento precipitante: freqüente (ortostase,
calor, fome, Valsalva, estresse físico ou
emocional)
• Não ocorre em sono
Síncope Vasovagal
Diagnóstico clínico = tontura, visão turva,
sintomas autonômicos

Perda do tônus muscular é progressiva e lenta

Presença de atividade motora tônica e/ou clônica

Possibilidade de incontinência urinária
Síncope de origem cardíaca
• Associada à morte súbita
• Síndrome dos QT prolongados, Wolff-ParkinsonWhite e o bloqueio AV congênito
• Episódios durante o sono
• Relacionados a exercícios físicos
• História familiar de morte súbita
Adolescentes e Adultos
Convulsões não-epilépticas – psicogênicas
• Manifestação de distúrbio psiquiátrico
• 3:1 no sexo feminino
• Deflagradas por mecanismo inconsciente
Diferenciar de convulsões falsas mecanismo consciente
Convulsões não-epilépticas
• Podem ocorrer em pacientes epilépticos (5-20%)
• Platéia
• Movimentos tendem a ser estereotipados
• Agitação assíncrona dos membros com
movimentos pélvicos, gritos ou conversa
• Em casos raros, incontinência e ferimento
Convulsões não-epilépticas
• Alta freqüência de crises
• Pobre resposta às DAE
• Falta de ou excessiva preocupação
• Duração prolongada
• Autodesorientação pós-ictal
Fundamentos neurobiológicos das epilepsias Cap 18, 1998
Como investigar?
• “A realização do diagnóstico por vídeoEEG e a indução de um episódio através
de sugestão é o método preferido para
confirmar a natureza não-epiléptica das
convulsões psicogênicas.”
JPed – Vol.78,Supl. 1, 2002
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16H45 Luiz Garcias