INTRODUÇÃO
A
PSICOPEDAGOGIA
Ms Nelize de Araujo Vargas
O QUE É PSICOPEDAGOGIA?
EM GRUPOS DE 3 PESSOAS,
DISCUTIR:
 O que é a psicopedagogia?
 Qual é o seu objeto de trabalho?
PSICOPEDAGOGIA
 Ciência aplicada que integra princípios e conhecimentos
de outras ciências para obter uma compreensão do
processo de aprendizagem humana e de suas alterações;
 Integra conhecimentos da pedagogia, psicologia,
sociologia, psicolingüística, neuropsicologia, entre outras.
(Sonia A. Fonseca)
 No Brasil: 1º curso no Instituto Sedes Sapientiae/SP,
1979.
ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA:
 Clínica-terapêutica: abordagem individual, visa
solucionar os problemas;
 Preventiva: em instituições, antes do problema.
 Institucional: a instituição é o paciente, também
tem caráter preventivo.
 Pesquisa: interesse em estudos relacionados a
construção do conhecimento e aos problemas que
possam ocorrer nesta construção.
Qual a diferença então, da atuação da
psicopedagogia clínica e da atuação da
psicopedagogia institucional??
Quem é o sujeito- “paciente” em cada
uma?
EM GRUPOS:
Criem uma situação fictícia de atendimento
clínico e atendimento institucional.
Código de ética da ABPp
Elaborado pelo Conselho Nacional do biênio 91/92 e reformulado pelo
Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96.
Capitulo I - Dos Princípios
Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde
que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões
normais e patológicos, considerando a influência do meio—família,
escola e sociedade—no seu desenvolvimento, utilizando
procedimentos próprios da Psicopedagogia.
•Parágrafo Único
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do
conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem.
 Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias
áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no
sentido ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas
próprias.
 Artigo 3°
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter
preventivo e/ou remediativo.
 Artigo 4°
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados em 3°grau, portadores de certificados de curse de Pós-Graduação
de Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou
reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeterse
à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.
 Artigo 5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo: (i) promover a aprendizagem,
garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional, devendo
valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação interprofissional; (ii)
realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.
Capitulo II - Das Responsabilidades dos
Psicopedagogos
Artigo6°- São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos
e técnicos que tratem do fenômeno da aprendizagem
humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras
áreas, mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito
em relação às diferentes visões de mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais
esteja preparado dentro dos limites da competência
psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações e
classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente
uma definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos
relatos e discussões feitos a título de exemplos e estudos de
casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou
calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres
fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e
manutenção do conceito público.
Capitulo
CapituloIIIIII-Das
DasRelações
Relaçõescom
comOutras
OutrasProfissões
Profissões
Artigo 7°
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver
boas relações com os componentes das diferentes
categorias profissionais, observando, para este fim, o
seguinte:
a) Trabalhar nos estritos limites das atividades que Ihe
são reservadas;
b) Reconhecer os casos pertencentes aos demais
campos de especialização, encaminhando-os a
profissionais habilitados e qualificados para o
atendimento.
Capítulo IV- Do Sigilo
Artigo 8°
O Psicopedagogo está obrigado a guardar sigilo sobre fatos de que tenha
conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.
Parágrafo Único
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas
comprometidos com o atendimento.
Artigo 9°
O Psicopedagogo não revelará, como o testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade competente.
Artigo 10°
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados
mediante concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal.
Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos
Capitulo V- Das Publicações Científicas
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser
observadas as seguintes normas:
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à
matéria em discussão e não ao autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada
igual ênfase aos autores, sendo de boa norma dar
prioridade na enumeração dos colaboradores aquele que
mais contribuiu para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso o Psicopedagogo se prevalecerá da
posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome
exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte
bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as idéias
descobertas e ilustrações extraídas de cada autor.
Capitulo Vl - Da Publicidade Profissional
Artigo 13°
O Psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus
serviços, deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.
Artigo 14°
O Psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em
organizações que visem o lucro com venda de produtos,
Capitulo VII - Dos Honorários
Artigo 15°
Os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim de que
representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser
contratados previamente.
Capitulo VII - Dos Honorários
Artigo 16°
O Psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridade
competentes sobre a organização, a implantação e a execução de
projetos de Educação e Saúde Pública relativas a questões
psicopedagógicas.
Capítulo IX- Da Observância e Cumprimento do Código de Ética
Artigo 17°
Cabe ao Psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este
código.
Artigo 18°
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel
observância dos princípios éticos da classe.
Artigo 19°
O presente código poderá ser alterado por proposta do Conselho da
ABPp e aprovado em Assembléia Geral.
Capitulo X- Das Disposições Gerais
Artigo 20°
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em
Assembléia Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de
Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração
proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo
aprovado em 19/07/1996, na Assembléia Geral do III Congresso
Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp, da qual resultou a presente
redação.
Qual figura é diferente de todas as outras?
Aprendendo a pensar
 ONDE APRENDEMOS A PENSAR? UMA FONTE
IMPORTANTE É A ESCOLA TRADICIONAL.
 Através da Educação, você aprende o que é certo e o que
é errado. Aprende muitas das coisas que usamos para
conhecer o mundo em que vivemos.
 Aprende onde buscar informações, a que tipo de idéias
prestar atenção e como pensar sobre elas.
 Em resumo: a Educação fornece muitas das respostas
que usamos para compreender o mundo.
E, por falar em Educação, como você
se saiu no exercício das 5 figuras?
 Se apontou a figura B, PARABÉNS !!
 Você escolheu certo.
 A figura B é a única que só tem linhas
retas.
Cumprimente-se com uma palmadinha nas
costas !!
Pode ser que você escolheu a figura C,
porque ela é a única assimétrica.
 Se for isso, C também é a resposta
certa!!
 A figura A também pode ser defendida, pois é a
única que não tem pontos de ruptura.
 Portanto, A é a resposta certa!!
 E que tal a D? só ela tem uma linha curva e
uma linha reta.
 Portanto D também é a resposta
certa!!.
 E a figura E? ela é a única que parece um
triangulo euclidiano. Também é a resposta
certa!
 EM OUTRAS PALAVRAS, TODAS SÃO
CERTAS, DEPENDENDO DO PONTO DE
VISTA !!
 A nossa educação tradicional objetiva
ensinar as pessoas uma única resposta
certa para as coisas.
 Um único jeito de ser!
 Por isso a questão da resposta certa fica
enraizada nas pessoas. Isso pode dar certo
para alguns problemas de matemática, que só
tem uma resposta. Mas acontece que a vida não
é assim.
 A vida tem vários caminhos. Depende do que
você está procurando.
 Mas se pensar que só existe uma resposta
certa, com certeza vai parar de procurar
outras e, portanto, só vai encontrar uma...
O QUE ISSO TEM A VER COM A
PSICOPEDAGOGIA??
E quando falamos em avaliação de
seres humanos?
 Qual a resposta certa?
 Qual o jeito certo de ser?
 Qual o jeito certo de aprender?
 De ensinar?
O que é normal ?
O que é patológico?
 Os
limites entre um e outro são difíceis
de se estabelecer. O que é “normal” pode
ser admitido considerando:
SAÚDE X DOENÇA
o parâmetro é a ausência de sintomas,
porém, na aprendizagem os “sintomas”
dependem de inúmeras variáveis.
MÉDIA ESTATÍSTICA
 Tudo que foge a média é “patológico”
(Ex. estatura)
NORMAL COMO IDEAL
 Instaura um conceito de valores fora da
realidade
NORMAL COMO PROCESSO
DINÂMICO
 capacidade na busca por um equilíbrio
perdido.
 tomando-se o cuidado de não reduzir o
conceito a uma aceitação e submissão as
exigências sociais.
 “Num contexto de opressão e repressão
generalizadas é impossível determinar quem
são os portadores de problemas de
ajustamento e aprendizagem decorrentes de
uma dinâmica pessoal ou interpessoal (...).
 Uma vez modificadas as condições de miséria
e opressão em que vive a maioria da população
brasileira, se estes problemas continuarão a
existir e em que proporção, é uma questão
sem resposta.”
Maria Helena S. Patto
ASSIM:
 não podemos negar a existência de
distúrbios, porém estes não chegam a
1% da população;
 é importante evitar rótulos
apressados e procurar analisar os
diferentes condicionantes;
 é importante ao educador aprender a
lidar com a DIFERENÇA HUMANA:
Como diz Pardo (apud SILVA, 2000)
 Respeitar a diferença não pode significar “deixar que o outro seja como
eu sou ou deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou
diferente (do outro)”, mas deixar que o outro seja como eu não sou,
deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não
posso ser, que não pode ser um (outro) eu; significa deixar que o
outro seja diferente, deixar ser uma diferença que não seja, em
absoluto, diferença entre duas identidades, mas diferença da identidade,
deixar ser uma outridade que não é outra “relativamente a mim” ou
“relativamente ao mesmo” mas que é absolutamente diferente, sem
relação alguma com a identidade ou com a mesmidade. (p.101)
 A forma como a escola lida com os alunos
e forma como os adultos lidam com as
crianças,determinam suas identidades.
 A construção da identidade está pautada
em como aprendemos a compreender as
nossas diferenças:
 Como uma diferença a ser valorizada,
 Como algo ruim, a ser negado, escondido,
patologizado.
Diferenças humanas:
 Não são “dadas”,naturais, mas
socialmente construídas.
Exemplo:
As diferenças de inteligência
compreendidas em contextos urbanos e
em contextos rurais.
No atendimento psicopedagógico
Como compreenderemos as diferenças?
Como lidar com os padrões estabelecidos pelos
testes?
Pelas escolas?
Pela sociedade?
QUAL O PAPEL E A
QUAL OIMPORTÂNCIA
PAPEL E A IMPORTÂNCIA
DE
UMA
AVALIAÇÃO
DE UMA AVALIAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA PARA A
PSICOPEDAGÓGICA
PARA
ESCOLA??
A
ESCOLA??
No atendimento psicopedagógico
 Estarão em jogo inúmeros condicionantes e
dimensões dimensões:
 Contexto familiar;
 Contexto escolar;
 Contexto social;
 relacionamento social;
aprendizagem,
 cognitiva,
 linguagem,
 Afetividade,etc.
 Problemas de aprendizagem nunca
referem-se apenas a uma das dimensões
mas são provocados, instaurados ou
mesmo potencializados pelos inúmeros
condicionantes.
Atividade:
 Fazer a leitura silenciosa do texto da
Maria Helena Souza Patto: caso
Humberto (p.397)
Em grupos de 2 pessoas:
 Responder as questões.
 A ação psicopedagógica – seja no
consultório, seja na instituição – ao
considerar a diferença como algo próprio do
ser humano,pode contribuir para a
emancipação do sujeito se:
 lhe auxiliar a resgatar o prazer em
aprender, em sentir-se capaz.
 Ou pode corroborar com uma visão
patologizante do sujeito, exercendo um
papel político de exclusão.
PARA FINALIZAR:
QUAL O PAPEL QUE VOCÊ,
ENQUANTO
PSICOPEDAGOGO PRETENDE
EXERCER:
Emancipador?
Reforçador de motivos de exclusão,
corroborando com uma visão da criança
como inadequada, diferente para
menos??
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O que é a psicopedagogia?