INVESTIMENTOS SOCIAIS EXTERNOS: INDÍCIOS DE UMA EMPRESA AMBIENTALMENTE PRÓ-ATIVA? André Luiz Bufoni [email protected] Mestre em Ciências Contábeis Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Universidade Federal do Rio de Janeiro Rua Lemos Cunha, 345/603 – Icaraí Niteroi – Rio de Janeiro CEP. 24230-131 RESUMO Este trabalho tem por objetivo testar a hipótese de Henriques & Sadorsky (1999) de que a atenção (relação positiva) dada a stakeholders preteridos pelos gerentes – comunidade, funcionários, futuras gerações e a mídia – é indicador de uma empresa ser estrategicamente reativa ou pró-ativa em meio ambiente. Após a revisão do referencial teórico que se baseia principalmente nas teorias dos stakeholders, do capital reputacional e da legitimação, este trabalho descreve as diversas estratégias encontradas na literatura internacional para justificar os investimentos ambientais pelas empresas. Para se testar a significância da relação, um modelo de regressão é elaborado e aplicado sobre uma amostra de cerca de 360 relatórios do setor de energia elétrica apresentados ao IBASE, utilizando-se os indicadores de investimentos sociais efetuados externamente na comunidade (independente) e os investimentos em meio ambiente na produção, externos e totais (dependentes). Os resultados mostram estarem ambas as variáveis positivamente relacionadas. Palavras-chave: Performance. RSC. Contabilidade ambiental 2 1 INTRODUÇÃO Este trabalho é referente à performance das empresas no que tange a dimensão ambiental da responsabilidade social corporativa, conforme nos orienta Marrewijk (2003). Baseados nos princípios de responsabilidade social corporativa (RSC) de Wood (1991), é esperado que um dos componentes críticos na avaliação da performance social corporativa (PSC) esteja no desempenho ambiental destas organizações (Stanwick e Stanwick, 1998). Por isso, talvez, estudos indiquem que os tópicos ambientais estejam no topo das preocupações das empresas (Sharma, Pablo, e Vredenburg, 1999). A inclusão de considerações ambientais no paradigma gerencial das empresas tem sido chamada muitas vezes pelos pesquisadores de “ambientalismo empresarial” (Banerjee, Iyer, e Kashyap, 2003; Halme, 2002; Prasad e Elmes, 2005; Banerjee, 2001). Este ambientalismo pode levar a vantagem competitiva principalmente quando está integrado de maneira crítica ao planejamento estratégico das empresas (Banerjee, 2001; Judge Jr. e Douglas, 1998). Mas a literatura preconiza três motivações básicas para uma empresa se tornar “verde”: motivações éticas, competitivas e relacionais (Bansal e Roth, 2000; González-Benito e González-Benito, 2005). Enquanto a motivação ética parece se basear em valores auto-referenciados, de cunho muito mais ideológico da alta administração que racionalizada (Ibrahim, Angelidis, e Howard, 2006; Weeks, Moore, e McKinney, 1999), as demais são mais pragmáticas e visam melhorar a lucratividade (Champion, 1998; Porter e van der Linde, 1995; Sharma e Vredenburg, 1998) e a aceitação (legitimação) dos diversos stakeholders a respeito de suas atividades produtivas (Gago e Antolín, 2004; Kollman e Prakash, 2002; Hutchinson, 1996). Se concentrando nesta terceira linha de pesquisa como justificativa para a performance ambiental corporativa (PAC), este trabalho teve por objetivo verificar a hipótese de Henriques e Sadorsky (1999) de que a atenção (relação positiva) dada aos stakeholders: comunidade, funcionários, futuras gerações e a mídia, em suas demandas faz a diferença entre uma empresa estrategicamente reativa e uma empresa pró-ativa nesta dimensão. A afirmativa baseia-se na verificação empírica de inúmeros estudos de que tais stakeholders estão preteridos pelos gestores em importância (saliência) ao Governo, acionistas e consumidores, nesta ordem. (Gago e Antolín, 2004; Henriques e Sadorsky, 1996; 1999; Fineman e Clarke, 1996). Logo, espera-se que uma empresa que dê atenção, tempo e prioridade a este grupo de stakeholders mostre um comportamento institucional de “ir além das normas”, o que resultaria também em “altos níveis de performance ambiental” (Hoffman, Riley, Troast JR., e Bazerman, 2002; Sharfman, Shaft, e Tihanyi, 2004). Este trabalho contribui no estabelecimento de uma nova visão das organizações de sua participação no que seja desenvolvimento sustentável (Hart e Milstein, 1999; Senge e Carstedt, 2001), alterando a importância e a determinação de variáveis para a avaliação do desempenho gerencial ambiental (Corbett e DeCroix, 2001). Um melhor conhecimento da performance ambiental é também estratégico, uma vez que bancos e investidores as têm incluído em decisões de aplicação de seus recursos e em suas avaliações de risco (Boiral, 2006; Khanna e Anton, 2002; Hutchinson, 1996). Além disso, inúmeras pesquisas mostram existir significativos benefícios associados a performance social empresarial além da mera performance financeira, tais como visibilidade, lealdade do consumidor, futuras compras, novos produtos, novos mercados e ganhos de produtividade (Dentchev, 2004; Detomasi, 2007; Giacalone, Paul, e Jurkiewicz, 2005; Wartick, 2002). A parte seguinte mostra a revisão da literatura efetuada pertinente ao assunto, extraindo o referencial teórico que ira embasar as hipóteses a serem testadas. As variáveis e o modelo de regressão múltipla serão apresentados na terceira parte deste trabalho. Na quarta 3 parte divulgamos os resultados dos testes efetuados, para numa quinta parte discuti-los e derivar nossas conclusões sobre o assunto em lide. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Apesar do meio ambiente ser um assunto que no meio acadêmico data da década de 70’ (Alexander, 1974; Cauthorn, 1977; Owen e Swift, 2001; O’Dwyer, 2001; Whitehouse, 2006), a maior parte da literatura sobre seu enfoque corporativo esta concentrada neste milênio quando os conceitos evoluíram para incorporar a conduta das empresas e, um pouco mais adiante, medir as suas performances econômicas, sociais e ambientais (Louette, 2007). A responsabilidade social corporativa (RSC) tem se desenvolvido consoante a inclusão nas estratégias das empresas de um escopo cada vez mais amplo de interessados em suas atividades. Anteriormente os gestores, que consideravam apenas os acionistas (shareholders approach), passaram considerar também outros grupos de interessados, tais como governo, empregados e fornecedores (stakeholders approach) (Ricart, Rodríguez, e Sanchez, 2005; Hendricksen e Van Breda, 2001). A mais recente abordagem sobre o assunto acredita que as corporações operam por consentimento público para “servir construtivamente às necessidades da sociedade – para a satisfação da sociedade” (Marrewijk, 2003). Estes participantes, anteriormente preteridos, agora considerados na decisão estratégica da empresa são chamados de “constituencies”. Este desejo de uma firma em melhorar a adequação de suas ações dentro de um conjunto de regulações, normas, valores e crenças e “receber autorização para funcionar” é a base da teoria da legitimação (Bansal e Roth, 2000, p. 726). Quazi e O’Brien (2000) advogam que a transformação destas diretrizes e princípios em ações sociais depende da percepção por sua administração dos benefícios esperados e do horizonte de sua responsabilidade, processo que não se dá de maneira imediata e binária (ser ou não ser uma empresa sócio-responsável), mas em um processo de aprendizado e adaptação institucionais (Gond e Herrbach, 2006; Halme, 2002). Este processo que se inicia intuitivamente e termina com a completa inclusão nas rotinas e controles, pode levar anos (Zietsma, Winn, Branzei, e Vertinsky, 2002). Quazi e O’Brien (2000), tomando por base os benefícios esperados e horizonte de responsabilidade, posiciona as empresas em quadrantes como na Na Figura 1. Figura 1 - Modelo bi-dimensional da responsabilidade social empresarial Benefícios da RSC Visão Moderna Visão Socioeconômica Responsabilidade Ampla Responsabilidade Estreita Visão Clássica Visão Filantrópica Custos da RSC Fonte: Traduzido de Quazi e O’Brien (2000) 4 O modelo proposto apresenta quatro quadrantes nominados visão clássica, visão socioeconômica, visão filantrópica e visão moderna. Empresas com visão clássica, voltada para os acionistas, apresentam responsabilidade estreita e só vêem nas ações sócioresponsáveis apenas custos. O segundo difere do primeiro pela direção já perceber que determinado nível investimento nesta área pode trazer algum benefício econômico decorrente de melhores relações junto a clientes, fornecedores e reguladores. A visão moderna é a que a tomada de decisão inclui os constituencies citados anteriormente, e na que os gestores conseguem ver benefícios dos investimentos sociais a curto e longo prazo. O último quadrante estaria associado ao senso amplo de responsabilidade, onde a empresa concorda em participar em atividades filantrópicas, mas as vê apenas como custos. Na verdade, Sharma (2000) nos diz que existem três atributos que fazem os gestores tratarem os assuntos ambientais como ameaças ou oportunidades: associações emocionais positivas e negativas, considerações de ganhos e perdas, e o senso de que o tema é controlável ou incontrolável. É razoável afirmar então que, embora muitas empresas adotem uma visão mais moderna com relação a responsabilidade socioambiental, o próprio ambiente natural, pela incerteza, parece dificultar a colocação da dimensão nos planos estratégicos empresariais (Lewis e Harvey, 2001). Claro que também as alternativas estratégicas são bastante constrangidas pela regulação e pelas políticas públicas dos mercados em que a empresa está inserida (Child e Tsai, 2005). Como resultado, a inclusão da dimensão ambiental seria uma função de três fatores: motivação (compromisso), a capacidade de desempenhar (competência) e liberdade de agir (escolha) (Steinle and Reiter, 2002 como citado em Gunther e Kaulich, 2006). 2.1 Níveis Estratégicos Ambientais Segundo a literatura sobre o assunto, estes fatores determinariam o que efetivamente as empresas estão fazendo neste sentido, como, por exemplo (Henriques e Sadorsky, 1999, p. 88): (1) tendo um plano ambiental, (2) tendo um documento escrito descrevendo este plano, (3) comunicando este plano a acionista e stakeholders, (4) comunicando estes planos para os funcionários, (5) tendo uma unidade ambientalmente e sanitariamente segura, e (6) tendo um comitê gerencial ou conselho dedicado a lidar com questões ambientais. Se a empresa estiver bem posicionada ou for responsiva com relação às externalidades produzidas por suas atividades – comparativamente ao ambiente, a indústria ou aos seus próprios objetivos – esta a avaliará como ponto forte ou oportunidade, senão, a variável será um ponto fraco para a companhia (Sharma, Pablo, e Vredenburg, 1999, p. 105). Ainda segundo a literatura, pela observação de seu comportamento frente a estas questões seria possível classificar estas empresas segundo níveis de pró-atividade em 4 categorias distintas (Murillo-Luna, Garcés-Ayerbe, e Rivera-Torres, 2007, p. 36; Sharma e Vredenburg, 1998; Vastaga, Kerekesb, e Rondinelli, 1996; Boiral, 2006): • Estratégias passivas – incorpora as empresas que não possuem em seu planejamento estratégico formal qualquer previsão, satisfazendo os requisitos mínimos dentro do contexto em que estão inseridas. Geralmente possuem baixo risco ambiental e seus impactos têm pouca abrangência (Vastaga, Kerekesb, e Rondinelli, 1996). • Estratégias reativas – estão no estágio seguinte e se compõem de empresas que adotam estratégias que respondem compulsoriamente a requisitos ambientais e regulatórios. Este tipo de estratégia é caracterizada pelo uso de métodos tradicionais de correção da poluição que já foi gerada (abatimento; mitigação), conhecidos como soluções end-ofpipe. • Estratégias preventivas – estas empresas, porque seus impactos são baixos, mas seus riscos são altíssimos, adotam uma série de medidas preventivas, tais como campanhas 5 de educação públicas, combinados com “elaborados procedimentos técnicos” para assegurar que haja percepção da poluição e dos perigos envolvidos (e.g. usinas nucleares, hidroelétricas, biodigestores, etc.) • Estratégias pró-ativas – encontram-se nos estágios mais avançados. Estas estratégias são baseadas em modernas técnicas de prevenção da poluição. (Sharma e Vredenburg, 1998) as definiu como “aquelas estratégias que vão além dos requisitos especificados pela regulação ou pelas práticas normais do setor”. Responder (responsividade) estrategicamente aos riscos ambientais é especialmente importante porque leva as empresas a se preservarem contra a repercussão negativa de não fazê-lo (risco reputacional). Reputação, ou o conjunto de percepções das pessoas dentro e fora da empresa é uma função da (1) credibilidade; (2) fidelidade; (3) confiabilidade; e (4) responsabilidade. Reputação é um ativo intangível de conseqüências estratégicas (Mahon, 2002) Miles e Covin (2000) verificaram que a reputação facilita que a empresa consiga (1) concessão de preços; (2) uma moral mais elevada; (3) um risco reduzido; (4) uma maior flexibilidade estratégica; e (5) um desempenho financeiro melhor. Ou seja, “ser uma empresa ‘boa’ ajuda a criar uma vantagem reputacional que leva a melhores desempenhos no mercado e financeiro” (Miles e Covin, 2000, p. 309). Logo, descuidar-se de sua reputação pode limitar sua performance. Em geral, parece também haver uma relação positiva direta entre reputação e a performance social, infelizmente o mesmo não pode ser dito sobre a performance ambiental, vez que os resultados de Brammer e Pavelin (2006) indicam que “a ocorrência de um grande desempenho ambiental pode melhorar ou danificar a reputação dependendo de como as atividades da empresa se adéquam ao meio ambiente na visão de seus stakeholders”. 2.2 TEORIA DOS STAKEHOLDERS A teoria dos stakeholders, definidos aqui como os indivíduos ou grupos capazes de afetar ou serem afetados pelas metas ambientais das empresas (Henriques e Sadorsky, 1999), coloca que a capacidade de uma firma gerar bem-estar de maneira sustentável, e conseqüentemente gerar valor de longo prazo, é determinada pela sua capacidade de direta ou indiretamente se relacionar com seus stakeholders, que são de diversos tipos (e.g. organizacionais, comunitários, ambientais) e por isso têm interesses em comum e também muitos conflitos entre si (Jamali e Mirshak, 2007; Laan, Ees, e Witteloostuijn, 2007; Banerjee, Iyer, e Kashyap, Corporate Environmentalism: Antecedents and Influence of Industry Type, 2003). Estes interesses são tão conflitantes que Hillman, Keim, e Luce (2001) concluíram que é improdutivo (mas representativo) estabelecer um órgão colegiado com os diversos stakeholders. Mas quais e como estes grupos influenciam as empresas? Em uma amostra de 277 empresas espanholas, Gago e Antolín (2004) classificaram a importância (atenção, tempo e prioridade) que gestores dão a stakeholders ambientais, algumas vezes chamada de saliência. O resultado encontrado seria surpreendente, pois coloca, por ordem de importância, o governo, os acionistas e os consumidores, à frente da comunidade, funcionários e futuras gerações, se um resultado similar já não houvesse sido encontrado por Henriques e Sadorsky (1996; 1999) e por Fineman e Clarke (1996). Porém, Henriques e Sadorsky (1999) alertam que a atenção (relação positiva) dada a estes últimos grupos e a mídia (relação inversa) é que faz a diferença entre uma empresa reativa e uma empresa pró-ativa em relação ao meio ambiente. Esta importância foi medida levando em consideração três atributos retirados da literatura (Gago e Antolín, 2004, p. 68; Hendry, 2006; Winn, 2001): a) Força ambiental – Capacidade e habilidade para fazer a companhia adotar decisões de acordo com as demandas ambientais do stakeholder, através de recompensas e 6 punições econômicas, usando ações legais ou ações diretas, ou influenciando a sua imagem pública. b) Legitimação Ambiental – Capacidade das demandas do stakeholder serem consideradas adequadas pelos gestores das empresas. c) Urgência Ambiental – A importância que o stakeholder dá a sua demanda ambiental e quão rápido demandam sua satisfação. Reconhecer e conhecer a heterogeneidade de cada grupo de stakeholders é uma rodovia de mão dupla, pois pode mais efetivamente e eficientemente fazer com que os gerentes possam atender as demandas destes stakeholders e como estes influenciam na tomada de decisão da empresa. Os níveis de renda de determinada comunidade, por exemplo, parece estar diretamente relacionada a sua força ambiental, daí o fato de indústrias poluentes estarem localizadas onde a renda é menor. O mesmo acontece com a densidade da comunidade influenciada pelos impactos de sua poluição, a preferência pelo ambiental do Estado em que está localizada, etc. (Kassinis e Vafeas, 2006). Kassinis e Vafeas (2006), entretanto, não encontraram relação entre a quantidade de funcionários em atividades ambientais ou o número de votos de congressistas em causas ambientais e quantidade de emissões das industrias daquele Estado. Uma limitação desta abordagem é o fato de tratar os stakeholders e a empresa como independentes. Por exemplo: Como ignorar que stakeholders internos como funcionários são assim denominados tão somente enquanto a empresa existir (Fineman e Clarke, 1996)? 3 AMOSTRA E MÉTODOS Como dito, este trabalho teve por objetivo verificar a hipótese de Henriques e Sadorsky (1999) de que a atenção (relação positiva) dada aos stakeholders comunidade, funcionários, futuras gerações e a mídia, em suas demandas faz a diferença entre uma empresa estrategicamente reativa e uma empresa pró-ativa em meio ambiente. A afirmativa baseia-se na verificação empírica de inúmeros estudos de que tais stakeholders estão preteridos pelos gestores em importância (saliência) ao Governo, acionistas e consumidores, nesta ordem. (Gago e Antolín, 2004; Henriques e Sadorsky, 1996; 1999; Fineman e Clarke, 1996). Logo, espera-se que uma empresa que dê atenção, tempo e prioridade a este grupo de stakeholders mostre um comportamento institucional de “ir além das normas”, o que resultaria também em “altos níveis de performance ambiental” (Hoffman, Riley, Troast JR., e Bazerman, 2002; Sharfman, Shaft, e Tihanyi, 2004). Para verificar a existência desta relação entre performance ambiental e pró-atividade social externa esta pesquisa se utiliza da parte terceira e quarta (Figura 2) do modelo de relatório socioambiental proposto pelo Instituto Brasileiro de Analises Sociais e Econômicas – IBASE como instrumento de pesquisa. Como não existe diferença significativa nos indicadores sociais em todas as versões do modelo nos indicadores escolhidos, retiramos o último disponível no site do Instituto colocado nas páginas seguintes. O relatório tem instruções para preenchimento no verso, numa segunda página com explicações sucintas sobre o que deve compor cada indicador e como devem ser calculados. O demonstrativo é dividido em 7 partes: (1) base de cálculo, (2) indicadores sociais internos, (3) indicadores sociais externos, (4) indicadores ambientais, (5) indicadores do corpo funcional, (6) informações quanto ao exercício da cidadania empresarial e (7) outras informações. 7 Figura 2 – Grupos usados do demonstrativo do IBASE Fonte: IBASE (2009) Para a avaliação da relação entre as variáveis proposta foi utilizado o método tradicional de regressão múltipla. A literatura indica existirem duas variáveis que necessitam ser controladas durante os testes de performance ambiental corporativa: o tamanho e o setor (Bufoni, 2009) Um dos fundamentos da utilização do setor como sendo de controle, é que as empresas que apresentam atividades de setores altamente poluentes fazem mais investimentos que setores menos poluentes na tentativa de legitimar suas atividades e angariar a complacência das autoridades (Lehman, 2004; Konar e Cohen, 1997; Brammer e Millington, 2004; Stanwick e Stanwick, 1998). Além disso, cada indústria é composta por suas próprias características culturais, organizacionais e econômicas podem promover ou constranger os esforços dos movimentos sociais para mudar o comportamento da indústria (Bakker e Hond, 2008). O ambiente institucional em que está inserido, em suma, determina “a realidade organizacional e limita o repertório de possíveis opções” (Sharma, 2000, p. 681). A maneira mais comum de operacionalizar sua utilização nas pesquisas é, entre tantos modos, classificando-as segundo seus impactos ambientais (e.g. alto, moderado, baixo) (Hutchinson, 1996, p. 14). A intensidade da poluição por sua vez tem a ver com o tipo de energia usado e o uso que faz do capital humano na produção (Cole, Elliot, e Shimamoto, 2005). Neste trabalho a variável é controlada efetuando-se o estudo sobre a amostra das empresas brasileiras de energia elétrica que apresentaram as informações no IBASE. Esta escolha foi efetuada pela obrigatoriedade deste setor em apresentar estes demonstrativos, com 369 observações distribuídas em 10 anos de certificação (Tabela 1 – Estatística Descritiva da Amostra). Para a variável tamanho o fundamento da literatura é a de visibilidade, porque “grandes empresas recebem grandes níveis de atenção do público em geral, que pode, por sua vez, ‘encorajar’ as empresas a terem um nível mais alto de performance social” (Stanwick e Stanwick, 1998; Brammer e Millington, 2004). A capacidade de acesso a difíceis recursos é apresentada por Udayasankar (2007) como outro fator que permite configurações de produção acima das empresas menores e mais limitadas. Estas empresas podem também atender a demandas de stakeholders com mais eficiência. (Fombrun e Shanley, 1990; Cowen, L., e Parker, 1990; Stanwick e Stanwick, 1998), tendo sido reconhecida como intermediador em inúmeros estudos sobre performance social e ambiental (Orlitzky, 2001). 8 Tabela 1 – Estatística Descritiva da Amostra N Mínimo Máximo Nº de empregados(as) ao final do período Total das contribuições para a Sociedade Investimentos na produção/operação da empresa Investimentos em programas e/ou projetos externos Total dos Investimentos em Meio Ambiente 369 367 170 151 354 Casos válidos (listwise) 131 4 0 0 0 0 21219 284995 100142 141700 402718 Média 1887,24 19561,25 10153,73 5750,82 11388,11 Desvio Padrão 2318,783 40272,616 18497,538 15565,666 28889,803 Fonte: Elaboração Própria Operacionalizou-se a variável “total de funcionários” como substituto para o tamanho. O total de funcionários foi usado por ser uma medida mais estável e assim representar de maneira mais distinta de outras influências financeiras e por ser mais fidedigna ao que se deseja medir. Assim: H1: Quanto maior o tamanho da empresa de energia, mais investimentos efetua em meio ambiente. Para enriquecer a análise em questão serão usadas as duas variáveis ambientais constantes do modelo separadamente e novamente em conjunto como dependentes em nosso modelo. Ou seja, serão usados os investimentos efetuados na produção e operação da empresa (Modelo 1), os investimentos efetuados em programas e projetos externos (Modelo 2) e o total do investimento em meio ambiente (Modelo 3). Para a avaliação da pró-atividade, será usado o indicador de investimentos sociais externos denominado “Total de contribuições para a sociedade”, que exclui os valores gastos com impostos, principalmente porque a inclusão dos impostos é justamente o que desejamos segregar na análise por se tratar de atenção dada ao stakeholder Governo. Assim: H2: Quanto mais pró-ativa socialmente, mais uma empresa efetua investimentos em meio ambiente. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Como visto na Tabela 1 – Estatística Descritiva da Amostra, as observações válidas usadas nos modelos de regressão serão sempre as quantidades mínimas existentes entre as variáveis testadas. Uma olhada mesmo que superficial na quantidade divulgada de informação sobre os diversos grupos testados basta para que vejamos que em todos os testes as variáveis ambientais dependentes é que apresentaram maior caráter restritivo. É possível também verificar que estes indicadores também são os que apresentam maior coeficiente de variação relativo as suas médias, apresentando caráter mais volátil. Passando a uma análise das correlações de Pearson através da Tabela 2 - Matriz de Correlações Pearson encontramos uma relação significativa ao nível de 0,01 (bi-caudal) entre todas as variáveis exceto entre os investimentos ambientais externos e os sociais externos (p = 0,20), e os investimentos ambientais externos e os ambientais relacionados a produção. Neste último caso parece mesmo não haver qualquer relação entre eles (p = 0,89) Conforme indica a literatura, todos os investimentos internos e externos, sociais e ambientais parecem estar relacionados ao tamanho da empresa. É válido lembrar que esta amostra é de empresas do setor de energia elétrica, e que apresentam a mesmo ambiente regulatório e exigências legais – também uma recomendação das pesquisas efetuadas até hoje na área. 9 Tabela 2 - Matriz de Correlações Pearson 1 Total das contribuições para a Sociedade (1) Pearson 2 3 4 1 N 367 ** Investimentos Pearson relacionados com a N produção/operação da empresa (2) ,320 168 170 Investimentos em programas e/ou projetos externos (3) Pearson ,104 -,011 1 N 149 135 151 Total dos Investimentos em Meio Ambiente (4) 5 Pearson ,193 N 1 ** ,912 351 Nº de empregados(as) Pearson ao final do período (5) N ,252 ** ,612 169 ** ,458 360 ** 151 ** ,460 168 ** 149 1 354 ,232 ** 349 1 369 ** Correlações são significativas ao nível de 0.01 (bi-caudal). Uma vez colocadas no modelo de regressão, as variáveis não apresentaram surpresas no comportamento esperado, que podiam ser decorrentes da influência de outras variáveis presentes no modelo (multicolinearidade e heterocedasticidade). Os dados indicam que efetivamente não existe relação entre os investimentos ambientais em programas e projetos externos, sendo todas as demais significativas a um por cento. Tabela 3 – Resultados dos testes efetuados Coeficientes Padronizados (Beta) Testes Tamanho Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 ,398** ,471** ,195** Análise da Significância Investimentos Sociais Externos Investimentos Sociais Externos Teste Student (t) Significância ,211 -,041 ,143 2,991** -,532 2,663** ,003 ,596 ,008 ** Correlações são significativas ao nível de 0.01 (bi-caudal). Fonte: Elaboração própria 5 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Este trabalho pressupõe a existência de uma relação entre os investimentos sociais externos e os investimentos ambientais. Por isso admite a hipótese de Henriques e Sadorsky (1999) de que a atenção (relação positiva) dada aos stakeholders: comunidade, funcionários, futuras gerações e a mídia, em suas demandas faz a diferença entre uma empresa estrategicamente reativa e uma empresa pró-ativa nesta dimensão. Os resultados suscitam uma série de discussões a respeito desta afirmativa. A incapacidade e refutar a hipótese nula de existir uma relação qualquer entre os investimentos ambientais e os investimentos sociais externos revela que a decisão de investir no meio ambiente é seletiva, ou seja, atende a outros fatores que parecem intermediar esta relação que aquela direta proposta pela literatura. A forte correlação existente entre o total de investimentos e aqueles efetuados na produção (0,912) e a diferença significativa existente entre a correlação entre os investimentos sociais externos e os dois tipos de investimentos ambientais (0,320 na produção e 0,104 para externos) nos mostra que a afirmativa de Henriques e Sadorsky (1999) deve ser vista com mais cuidado. 10 Os resultados indicam que uma postura pró-ativa na dimensão social se traduz preferencialmente em uma atitude pró-ativa ambiental dentro da produção das empresas, e não para os investimentos externos feitos no meio ambiente. Como afirmam outras pesquisas (Bufoni, 2009), investimentos externos de todo tipo parecem não ter uma forte motivação financeira, mas mercadológica, fazendo com que a variável tenha comportamento quase aleatório, possivelmente motivado por oportunidades específicas ou acidentes ambientais. Ainda as teorias da legitimação e reputacional podem ser utilizadas para justificar investimentos efetuados internamente e não efetuados externamente. O resultado pode significar que as empresas acreditam numa maior obtenção de resultados reputacionais com aplicação de recursos em investimentos internos e traduzem isso como parte de uma estratégia atrelada ao desempenho social externo e ambiental interno, ou seja, em processos e produtos mais “limpos”. Este comportamento é consoante a teoria que diz que as empresas tentarão legitimar para a sociedade suas atividades. Mais profundos estudos serão necessários para avaliar os tipos de investimentos que são preferidos pelas empresas e da percepção sobre esta diferença de utilidade econômica entre os gerentes das empresas. Infelizmente o modelo do IBASE não contempla esta possibilidade. Outra possível fonte de pesquisas é a importância dispare dada a dimensão ambiental e social nos relatórios divulgados. No Balanço Social do IBASE há apenas 4 indicadores relativos a dimensão ambiental, enquanto há mais de quarenta relativos a dimensão social. Esta mesma diferença de importância foi observada no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BOVESPA – ISE, onde o número de questões ambientais a serem respondidas é medíocre. BIBLIOGRAFIA Alexander, M. O. (Winter). WHY CORPORATE SOCIAL ACCOUNTING? Business Quarterly (pre-1986) , 39 (4), 1974 p. 31. Bakker, F., e Hond, F. (March). Introducing the Politics of Stakeholder Influence A Review Essay. Business e Society , 47 (1), 2008 pp. 8-20. Banerjee, S. (June). Managerial Perceptions of Corporate Environmentalism: Interpretations from Industry and Strategic Implications for Organizations. Journal of Management Studies , 38 (4), 2001 pp. 489-513. Banerjee, S., Iyer, E., e Kashyap, R. (April). Corporate Environmentalism: Antecedents and Influence of Industry Type. Journal of Marketing , 67 (2), 2003 pp. 106-122. Bansal, P., e Roth, K. (August). 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