MÉTODOS EMPREGADOS EM
EPIDEMIOLOGIA
Aula I
Universidade de Cuiabá - UNIC
Núcleo de Disciplinas Integradas
Disciplina: Saúde Coletiva
Profª Ma. Ana Cássia Lira de Amorim
Principais
estratégias
empregadas
na investigação de um tema de saúde:
Investigação laboratorial
Pesquisa Populacional
Estudo de Caso
• Primeira abordagem de um tema.
• Usado para avaliação inicial de problemas ainda mal
conhecidos.
• Aspectos positivos:
▫ Fácil de ser realizado;
▫ Baixo custo;
▫ Enfoque qualitativo e exploratório;
▫ Observação intensiva de cada caso.
Estudo de Caso
▫ Limitações
▫ Indivíduos
observados
costumam
ser
altamente
selecionados;
▫ Restrição das observações a situações incomuns de
enfermos graves;
▫ Subjetividade;
▫ Falta de um grupo controle para comparar os resultados;
▫ Número pequeno de indivíduos incluídos na observação.
Investigação Experimental de laboratório
• Maior precisão em todas as etapas da
investigação.
▫ “Método Ouro”
Aspectos positivos:
▫ Laboratório é o local ideal;
▫ Pesquisador tem o controle da situação;
▫ Redução da subjetividade;
▫ Realizado geralmente em animais (questão
ética).
Pesquisa Populacional- Estudo Descritivo
• Objetivo: Informar a distribuição de um evento na população
em termos quantitativos.
Aspectos metodológicos:
O pesquisador apenas observa como a situação ocorre em uma
ou mais populações e expressa as respectivas freqüências de
modo apropriado.
Uso dos resultados:
• Identificar grupos de risco;
• Sugerir explicações para as variações de freqüência.
Pesquisa Populacional - Estudos Analíticos
• Diferem metodologicamente dos descritivos;
• Podem ser considerados como pertencentes a uma segunda
fase no processo de obtenção de conhecimentos sobre um
tema.
• Importante:
• O estudo analítico está subordinado a uma ou mais questões
científicas, as “hipóteses”.
• Uma causa a um dado efeito.
Exposição (causa)
Doença (efeito)
Ex: obesidade
Ex: diabetes
O intuito é explorar, em profundidade a relação “causa –
efeito”, ou seja, entre a exposição a um fator antecedente e a
“ocorrência ou não de um efeito”.
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Tipos de estudos analíticos
1ª possibilidade
• Partir da causa para o efeito
• Estudo experimental randomizado
• Estudo de Coorte
2ª possibilidade
• O ponto de partida é o efeito
• Estudo de caso controle
• Ocorre a formação dos dois grupos
3ª possibilidade
• Estudo simultâneo da causa e do
efeito
• Estudo transversal
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
• Causa em direção ao efeito
• Participantes são colocados aleatoriamente para formar grupo;
• Objetivo da alocação aleatória:
características semelhantes.
formar
grupos
• Intervenção em que se deseja avaliar os resultados.
• Questão principal: quais são os efeitos da intervenção?
com
Delineamento de um ensaio clínico randomizado
Efeito = presente
A
exposto
Efeito = ausente
B
Análise
dos
amostra
Efeito = presente
população
C
Não
Formação dos
grupos por
randomização
exposto
Efeito = ausente
Medição dos
efeitos
D
dados
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ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Estudo experimental (ensaio clínico randomizado): investigação
sobre a eficácia de uma vacina quando comparada com placebo.
Casos de doença
Grupos
Total
Taxa de
incidência
Sim
Não
Vacinados
20
980
1.000
2
Não vacinados
100
900
1.000
10
Total
120
1880
2.000
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I – Ensaio Clínico Randomizado (estudo experimental)
• Vantagens:
- Os grupos têm grandes chances de serem comparáveis;
- O tratamento e os procedimentos
uniformizados na sua aplicação;
são
decididos
e
- A qualidade dos dados sobre a intervenção e os efeitos pode
ser de excelente nível; cronologia dos acontecimentos é
determinada, sem equívocos;
- Muitos desfechos
simultaneamente.
clínicos
podem
ser
investigados
• Limitações
- Algumas situações não podem ser pesquisadas por esta
metodologia (ex: pesquisas sobre tabagismo);
- Exigência de população estável e cooperativa;
- Grupo investigado pode ser altamente selecionado, nãorepresentativo;
- Alguns participantes deixam de receber um tratamento
potencialmente benéfico;
- Alto custo e longo período de realização.
Estudo de Coorte
• Causa em direção ao efeito; pesquisa prospectiva
• Não há alocação aleatória da exposição;
• Os grupos são formados por observação das situações
(alocação arbitrária)
▫ Obesos X não – obesos
• Pergunta: Quais são os efeitos da exposição?
▫ Ex: Quais são os malefícios para a saúde advindos do hábito
de fumar?
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Estudo de Coorte
Estudo de coorte: investigação sobre a associação entre exercício
físico e mortalidade por coronariopatia em adultos de meia idade.
Atividade física
Óbitos
Total
Taxa de
mortalidade por
mil
Sim
Não
Sedentário
400
4.600
5.000
80
Não sedentário
80
1.920
2.000
40
Total
480
6.520
7.000
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II - Estudo de Coorte
• Vantagens
- Não há problemas éticos (os indivíduos não são expostos ao
risco pelo pesquisa).
- Seleção dos controles é relativamente simples;
- A qualidade dos dados sobre exposição e doença podem ser de
excelente nível; a cronologia da doença é facilmente
determinada;
-
Muitos desfechos
simultaneamente.
clínicos
podem
ser
estudados
• Limitações
- Alto custo, especialmente
longa duração;
nos estudos prospectivos de
- Perdas de seguimentos podem ser grandes;
- O nº de pessoas acompanhadas costuma ser grande;
- Método impossível de ser aplicado em estudos etiológicos
de doenças raras;
- Mudança de critérios de diagnósticos com o passar do
tempo.
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BIBLIOGRAFIA
• MEDRONHO, R.A; CARVALHO, D.M.; BLOCH, KV et al. Epidemiologia. Atheneu,
2005.
• PEREIRA, M. G. Epidemiologia – teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1995.
• ROUQUAYROL, M. Z; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. 6ed. Rio de
Janeiro.
• Saúde e cidadania. Vigilância em Saúde Pública (caderno 7). Disponível na internet
em: www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_07/09.html
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