Literatura
MODERNISMO
Professora: Elizabete de Fátima Oliveira Biedacha
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO
POESIA
A poesia da 2ª geração foi, essencialmente, uma poesia de questionamento:
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Da existência humana;
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Do sentimento de “estar-no-mundo”;
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Das inquietações social, religiosa, filosófica e amorosa.
Os poetas da geração de 30 buscaram uma abordagem mais universal, que
vai da reflexão filosófico-existencialista ao espiritualismo, da preocupação
social e política ao regionalismo, da metalinguagem ao sensualismo.
2ª fase - poesia
QUADRILHA
“ João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J.Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.”
(Carlos Drummond de Andrade)
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
1902 – 1987
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Considerado por alguns críticos o principal poeta brasileiro do século XX.
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Mineiro de Itabira.
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Um dos fundadores de “A REVISTA”
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1928 – publicou a revista “Antropofagia” – causando um verdadeiro
escândalo com o conhecido poema:
Em sua obra percebe-se pessimismo, individualismo, isolamento, reflexão
social, ironia e uso de metalinguagem.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
As fases de Drummond
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Fase gauche – consciência e isolamento.
Gauche – lado esquerdo, torto, aquele que se sente às
avessas, que não consegue estabelecer uma comunicação com
a realidade.
Ironia, humor, poema-piada, linguagem coloquial.
COTA ZERO
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
Poemas de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida
As casas espiam os homens
Que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
Não houvesse tantos desejos.
Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução
Mundo mundo vasto mundo
Mais vasto é o meu coração.
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A fase social – todo o sentimento do mundo
“Sentimento do mundo” 1940
Refere-se às contradições entre o eu e o mundo
Interesse por problemas da vida social
O “eu” não se exclui do mundo, tenta transformá-lo e garantir
um espaço.
JOSÉ
E agora, José?
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A fase do NÃO – O signo do não.
Década de 50 – período críticos de guerras, ditaduras e
medo tinha passado. O mundo vivia então a Guerra Fria e o
poeta acumulava o desencanto de sua aventura política pela
poesia.
A criação poética começou a seguir duas orientações:
De um lado a poesia filosófica, reflexiva, em que, com
frequência, aparecem os temas da morte e do tempo;
De outro, a poesia nominal, com tendências ao Concretismo,
em que se destaca a preocupação com recursos fônicos, visuais
e gráficos do texto.
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A Fase tempo de memória
Década de 70 e 80.
Amplo destaca ao universo da memória
Temas: infância, Itabira, o pai, a família, a piada, o
humor cotidiano.
MURILO MENDES E JORGE DE LIMA
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A POESIA PÂNICO
A trajetória desses dois poetas foi a poesia
metafísica e religiosa.
Influenciados pelas ideias católicas de Jacques
Maritian – defendiam uma renovação do
catolicismo e criação de uma arte cristã combativa
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Naquele momento de crise econômica, de aparecimento do
nazifascismo e de expansão do comunismo, os católicos
julgavam que o cristianismo era a única ideologia capaz de
trazer a justiça, a igualdade social e a paz entre os homens,
defendiam um cristianismo politizado e envolvido com os
problemas mundanos. Um cristianismo que às vezes chegava a
ter afinidade com as ideias socialistas.
CECÍLIA MEIRELES
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O EFÊMERO E O ETERNO
Desenvolve uma poesia intimista e reflexiva, de profunda
sensibilidade feminina.
Principal voz feminina da literatura brasileira.
As poesia filia-se às tradições da lírica luso-brasileira.
Inclinação pelo simbolismo, por isso de sua poesia ser
considerada neo-simbolista.
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Temas: transitoriedade da vida, o tempo, o amor, o infinito, a
natureza, a criação artística.
Dois temas principais: fugacidade do tempo e efemeridade
das coisas.
“Romanceiro da Inconfidência” – narrativa rimada que
reconstroi os acontecimentos de Vila Rica, à época da
inconfidência Mineira, fundindo história e lenda.
NORDESTE
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GRACILIANO RAMOS
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JOSÉ LINS DO REGO
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JORGE AMADO
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RACHEL DE QUEIRÓS
MODERNISMO – 2ª GERAÇÃO
PROSA
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O Brasil testemunhou, na década de 30, uma explosão do
romance. Preocupados com o país em que viviam, escritores
usaram a narrativa como instrumento de denúncia de uma
realidade que, principalmente na região Nordeste, condena
milhares de brasileiros à miséria.
O Regionalismo dominou a ficção da segunda geração
modernista no nordeste e sul do país.
GRACILIANO RAMOS
Casa em que viveu
- Palmeiras dos índios - AL
GRACILIANO RAMOS
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Principal romancista.
1936 – durante o governo Vargas - foi preso e acusado de
subversão, foi preso e passa 11 meses encarcerado. Dessa
experiência nasceria “ Memórias do Cárcere” – importante
depoimento da realidade brasileira da época de uma
denúncia do atraso cultural e do autoritarismo da era Vargas.
1945 – ingressou n o Partido Comunista
1951 – Reconhecido como o principal romancista brasileiro
depois de Machado de Assis.
CARACTERÍSTICAS
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Retratou o universo do sertanejo nordestino, tanto na figura do
fazendeiro autoritário quanto na do caboclo comum, o homem
de inteligência limitada, vítima das condições do meio natural
e social, sem iniciativa, sem consciência de classe, passivo
diante dos poderosos.
Caminha em direção do específico – meio para se alcançar o
universal.
Personagens – revelam uma condição coletiva – a do homem
explorado socialmente ou brutalizado pelo meio.
OBRAS
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CAETÉS – 1ª obra – constitui exercício de técnica literária com
características naturalistas;
SÃO BERNARDO - aprofundamento da análise psicológica
das personagens – Paulo Honório – uma das mais marcantes
personagens brasileiras;
ANGÚSTIA – acentua a preocupação psicológica;
VIDAS SECAS - único romance em 3ª pessoa – fixou figuras
subumanas vivendo o fatalismo das secas da região nordeste,
qualidade universalista, linguagem enxuta, rigorosa e
conscientemente trabalhada.
IMAGENS DE “VIDAS SECAS”
“Baleia”
cachorra que participou do filme
“SÃO BERNARDO”
Características
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Primeiro romance de Graciliano Ramos;
Notável evolução de técnica e estilo;
Aprofundamento psicológico das personagens;
Paulo Honório – um das mais marcantes personagens
brasileiras;
Narrado em 1ª pessoa
Equilíbrio entre o senso psicológico, sociológico e estético
RACHEL DE QUEIROZ
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Drama da seca e do Nordeste
1930 – publica “O Quinze” – documenta a bruta realidade
da seca;
Seus romances exprimem intensa preocupação social;
Seca, coronelismo impulsos passionais;
Enfoque psicológico tratado sob dupla ótica: a pressão das
forças atávicas e a aceitação do seu próprio destino
Diálogo vivo e dinâmico;
Dedicou-se também à literatura infantil.
JOSÉ LINS DO REGO
Realidade e fixação no engenho
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Vivenciou o período de transição da economia
canavieira nordestina na região da Paraíba e de
Pernambuco;
Teve até os onze anos de idade uma educação
livre, tendo a figura patriarcal do avô como centro
desse mundo
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Numa linguagem fluída, solta, livre, popular,
consegue captar a vida nordestina num momento
de transformações de ordem social e econômica,
fruto da decadência do engenho, logo substituído
pela usina moderna
TEMÁTICA
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Ciclo da cana-de-açúcar – Menino de engenho;
Fogo Morto
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Ciclo do cangaço – Pedra Bonita; Os Cangaceiros
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Obras independentes – Riacho doce
Jorge Amado e Érico Veríssimo
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O Regional ( Nordeste e Sul)
A Bahia e o Rio Grande do Sul;
São autores cuja ficção mantém pontos em comum;
Personagens agentes de transformação do mundo
em que vivem;
Ambientação urbana
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JORGE AMADO - traz para a ficção a gente
pobre da cidade de Salvador – homens do cais do
porto, menores abandonados, prostitutas, mascates,
capoeiristas, malandros, ação de homens
ambiciosos e violentos, os costumes provincianos e
as festas populares;
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ÉRICO VERÍSSIMO – Recriou com habilidade o
cotidiano da cidade grande e reconstituiu
epicamente os episódios da formação social de seu
Estado.
“Tempo e o Vento” – apresenta um amplo painel
da formação do patriarcado rural no Rio Grande
do Sul.
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AMBOS – adotaram um modo de narrar que alia o
lirismo ao documento, à crítica social, e
caracterizam-se pela simplicidade de linguagem e
pelo tom coloquial e popular, o que lhes assegurou
grande êxito de público.
JORGE AMADO
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As mil faces da Bahia;
Obras iniciais – preocupação político-social,
denunciando, num tom seco, lírico e participante, a
miséria e a opressão do trabalhador rural e das
classes populares;
Com o amadurecimento, sua força poética voltou-se
para os pobres,
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Para a infância abandonada delinquente;
Para a miséria do negro;
Para o cais de sua terra natal;
Para a seca;
O cangaço;
Coronelismo latifundiário.
“CAPITÃES DE AREIA”
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Narra o cotidiano de pobres crianças que vivem em um
trapiche abandonado na cidade de Salvador. Liderado por
Pedro Bala, menino corajoso, as crianças entregam-se a
pequenos furtos para arranjar alimento e dinheiro.Publicado
em 1937, continua atual, pois é um dos poucos romances de
denúncia social escrito com talento e amor e que toca uma das
maiores feridas de nosso país: a situação do menor
abandonado.
ÉRICO VERÍSSIMO
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História e crítica na ficção;
1ª Fase – registro do cotidiano da vida urbana de
Porto Alegre e apresentação de certos problemas
sociais decorrentes da vida do homem do mundo
social
“ Olhai os lírios do Campo”;
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2ª Fase – “ O Tempo e o Vento” – obra cíclica que
trata da formação do Rio Grande do Sul;
3ª fase – “Incidente em Antares” – caracterizada
por uma postura mais universalista, mais crítica e de
engajamento social;
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MODERNISMO * 2ª GERAÇÃO PROSA