A Expansão através de Aquisições e Fusões
Edith Penrose –
A Teoria do Crescimento da Firma (cap.8)
Ítalo Augusto Diniz
Marinna Moselli
Objetivo do Capítulo
• Apresentação de uma análise geral das relações
entre as fusões e o processo de expansão das
firmas.
Conteúdo:
• Introdução:
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As sociedades anônimas e as fusões
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Considerações pessoais e situações especiais
Pontos Críticos no processo de expansão
A expansão competitiva de Alfa
Casos em que Beta bloqueia a expansão de Alfa
Combinações
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Bases econômicas para a venda de um negócio
Efeitos no processo de crescimento
A conveniência da diversificação
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Temperamentos empresariais e a motivação do lucro
Construção de impérios e fusões
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A necessidade de integração administrativa
• As bases econômicas das aquisições
• A compra e venda de “negócios” que não são firmas
• O papel dos serviços empresariais
• O papel dos serviços administrativos
• As fusões e a firma dominante
Introdução
• As sociedades anônimas e as fusões
• Até recentemente: Crescimento e declínio de firmas individuais dependia do sucesso
de indivíduos ou de famílias responsáveis pelo seu funcionamento .
Taxa de Crescimento e Tamanho das firmas limitado.
• Atualmente: Adoção do recurso legal da incorporação societária afetou o tamanho
possível das firmas e suas possibilidades de crescimento.
Mudança no processo de crescimento.
• Introdução da forma incorporada de empresa no processo de expansão: Efeito
principal - Facilitação da transferência legal da propriedade das firmas.
Introdução
• As sociedades anônimas e as fusões
• As fusões, associações e aquisições de firmas raramente têm figurado em situações
respeitáveis nos modelos de atividades econômicas dos economistas. (Fantasma de
financistas e empresários golpistas0
• Teorias biológicas de crescimento inoperantes ante as fusões: mudanças abruptas
não são assimilada nestas teorias.
• Teoria da Firma tradicional: apenas a posição competitiva ou de mercado da firma
tem relevância, e não como a firma chegou a essa posição.
• Literatura econômica, na maioria das vezes, trata a questão das fusões em relação a
estudos de monopólio e concorrência, de estrutura de mercado, graus de
concentração. Só recentemente as fusões tem sido relacionadas ao tamanho das
firmas.
• Economistas admitem que fusões e aquisições são conseqüências normais e naturais
da procura de lucros numa economia competitiva.
Introdução
• As sociedades anônimas e as fusões
• Fusão como método de expansão
•
Aquisição: método de combinação entre firmas existentes, por meio da aquisição de uma pela
outra ou da aquisição de negócios/subsidiárias de outra.
• Fusão que envolve mais que expansão:
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•
Combinação de duas firmas em termos iguais
Consolidação através da reorganização de todo um ramo de atividades mediante a
consolidação das firmas que o integram.
As Bases Econômicas das Aquisições
• Métodos de Expansão para firmas individuais:
•
•
Expansão Interna - Construir um novo estabelecimento e criar novos mercados para si;
Aquisição - Adquirir o estabelecimento e os mercados de alguma firma já existente.
• Quando escolher uma destas opções?
•
Deve-se optar pela expansão interna se a expansão for considerada lucrativa independentemente
das posições vigentes de outros produtores ou na distribuição da propriedade de determinados
ativos e o custo for inferior a aquisição. Se por outro lado for procurada uma mudança na posição
dos produtores ou uma alteração na distribuição do controle de determinados ativos as
aquisições poderão constituir o único meio para atingir esses objetivos.
•
Em qualquer caso só haverá aquisição se houver firmas desejosas de disporem de seus ativos.
As Bases Econômicas das Aquisições
• Exemplo: Alfa (adquirente) x Beta (adquirida)
• Considerações Pessoais e Situações Especiais
• Elementos Pessoais
• Receita Propiciada pela firma pode não ser suficiente para justificar o esforço
despendido para fazê-la funcionar;
• Proprietário pode estar querendo retirar-se dos negócios;
• Proprietário pode não dispor de sucessores adequados na firma ou na família;
• Proprietário pode desejar aumentar a liquidez de seu patrimônio;
• Negócios mau-sucedidos – lucros esperados pelos atuais administradores podem ser
menores do que os esperados por outros capazes de avaliar melhor o retorno;
• Situações Especiais
• Tributação Fiscal;
• Subestimação das ações de uma firma pelo mercado ( falta de conhecimento do valor da
firma pelo público investidor; falta de confiança em seus administradores)
As Bases Econômicas das Aquisições
• Pontos Críticos no processo de expansão
•
Crescimento não se traduz apenas numa questão de produzir mais dos mesmos bens numa escala
maior; ele envolve inovações , mudanças nas técnicas de comercialização e mudanças na
organização da produção e da administração.
• Pontos críticos :
•
•
•
Serviços administrativos adequados à organização eficiente da produção e da distribuição em
pequena escala já não se mostram suficientes;
Dificuldade das pequenas empresas em gerar internamente os fundos necessários para financiar a
expansão em parte devido a legislação fiscal e em parte por causa das pressões competitivas e de
mercados restringidos. Linhas de crédito limitadas e baixa atratividade de capitais.
Número significativo de firmas são iniciadas por pessoas capazes de gerirem com eficiência um
pequeno empreendimento, mas incapazes de adaptar-se quando suas firmas começam a deixar
de ser “pequenas”.
• Alternativas:
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•
Venda de seus ativos
Pararem de crescer de forma significativa
Tornarem-se gradativamente ineficiente, acabando por falir.
As Bases Econômicas das Aquisições
• A expansão competitiva de Alfa
•
Pressuposto: Para explicar uma aquisição, é preciso mostrar que Beta (a firma adquirida) tem
maior valor para Alfa ( a firma adquirente) do que para si mesma.
•
Se uma firma pretende expandir-se em mercados já ocupados por outras, ela age dessa forma por
acreditar que possui vantagens capazes de assegurar a lucratividade dos investimentos a serem
vinculados à expansão.
•
Se uma firma existente planeja uma expansão de sua produção, esse aumento de produção poderá
afetar negativamente a venda de outros produtores e a simples expectativa de redução dos
mercados já diminuirá os lucros esperados e, portanto, o valor atual das firmas em questão.
•
Se o poder competitivo da firma em expansão for considerado muito grande, cada uma das
demais participantes de seu mercado tornar-se-á potencialmente uma firma Beta.
As Bases Econômicas das Aquisições
• A expansão competitiva de Alfa
•
Quanto maior for a expansão pretendida em relação ao tamanho do mercado, tanto maior será a
redução do valor presente das firmas existentes;
•
Quanto maiores forem a expansão e o investimento, mais alto será o preço que a firma em
expansão estará disposta a pagar por Betas capazes de propiciarem o mesmo montante de
expansão.
•
Os altos desembolsos requeridos para entrada em um novo campo podem desencorajar
potenciais entrantes e acabam elevando o nível da demanda e dos preços das firmas já instaladas.
As Bases Econômicas das Aquisições
• Casos em que Beta bloqueia a expansão de Alfa
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As firmas a serem adquiridas (Betas), dispõe de ativos que são indispensáveis para a realização
dos planos de Alfa e poderão esperar receber de alfa seus plenos valores de monopólio,
eliminando assim a lucratividade da expansão de Alfa.
Exemplos de ativos que podem impedir a expansão lucrativa de concorrentes:
Proteção de patentes a certos produtos. Equipamentos ou processos;
Nomes e marcas que garantem a fidelidade de consumidores;
Controle de fatores de produção como localização geográfica e determinadas jazidas de produtos
minerais;
Potencial humano – talentos e experiência de determinados profissionais.
As Bases Econômicas das Aquisições
• Combinações
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Caso em que duas (ou mais) firmas se combinam em termos equivalentes para formar uma nova
firma. Na verdade, ambas (ou o maior número ) deixam de existir, e uma nova firma é criada no
lugar delas, com sua estrutura administrativa, seu pessoal, seus conjuntos de produtos, mercados,
instalações produtivas e recurso financeiros, todos diferentes dos de suas firmas originais.
Razões para efetuar combinações/ expansão de empresas:
Aumento de poder de monopólio;
Expansão na mesma área: Meio mais eficiente encontrado por determinadas firmas de usarem os
seus serviços produtivos já existentes.
Expansão numa nova área: Meio para superar a barreira à entrada que cada uma das firmas
representa a outra.
A compra e venda de negócios que não
são firmas
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A compra de um “empreendimento em funcionamento” pode possuir o mesmo significado que
outros tipos de aquisição
Maior facilidade de uma empresa em vender parte de sua organização
Desorganização da estrutura vendida, e da firma como um todo
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O todo, na maioria dos casos, possui um maior valor que a soma das partes. Existem vantagens na
venda?
•
Diversificação em atividades pouco familiares podem levar a desapontamento frente a
expectativas. A venda do “negócio” como forma óbvia de ratificar o erro
Organizações descentralizadas levam a uma especialização mais eficiente em mais de uma área,
alem de diminuir os transtornos para a organização da venda ou compra de um negócio
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A compra e venda de negócios que não
são firmas
• Bases econômicas para a venda de um negócio
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Ocorre quando existem melhores usos produtivos para as aptidões empresariais e administrativas
Sempre que uma firma puder utilizar melhor os recursos absorvidos por uma de suas linhas de
produtis em algum outro campo, ela estará perdendo dinheiro nesse negócio, e pode querer
vender esta “linha”
A lucratividade de um campo especializado de produção deverá considerar o uso que a empresa
poderia fazer dos recursos caso tal negócio seja liquidado
A diversificação como forma de crescimento só pode ser considerada bem-sucedida quando a
nova atividade faz melhor uso dos recursos da empresa que todas as outras alternativas
Caráter experiemental da diversificação para o crescimento. Expectativas altos e resultados
desapontadores levam a (re)avaliação da lucratvidade das diversas atividades da empresa a cada
alteração das condições externas
A compra e venda de negócios que não
são firmas
• Efeitos no processo de crescimento
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Este tipo de mercado ajuda a eliminar os excessos da diversificação.
Redução dos riscos de perda, “correção de erros” e encorajamento da experimentação
A empresa pode livrar-se de seus erros a custos baixos, ou até com algum lucro
Encorajamento da experimentação: criação de novos produtos, novos negócios e expansão
geográfica
A compra e venda de negócios que não
são firmas
• A conveniência da diversificação
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Possibilidade de se promover o surgimento de um padrão adequado de diversificação entre
firmas, com um eficiente uso de recursos do ponto de vista de cada companhia
Redistribuição de recursos produtivos entre firmas leva a um adequado padrão distributivo do uso
dos recursos das firmas individuais
Uma aquisição em que existia uma melhoria na eficiência da administração de um negócio, ou
ajude na prevenção de perdas de capital gera um benefício para a economia como um todo
O papel dos serviços empresariais
• Temperamentos empresariais e a motivação do
lucro
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Distinção entre serviços administrativos, e serviços empresariais
Crescimento de acordo com cálculos e comparações de maneiras mais lucrativas de se utilizar
recursos
Crescimento estimulado pelo desejo de empresários em criar amplos impérios produtivos, ou de
usar esquemas coletivos como meios de aumentar seu poderio financeiro.
Suposição de que as firmas agem à procura de lucros não abrange a totalidade das ambições
empresariais
Características pessoais consideradas nas fusões e aquisições. Economia cede lugar à Psicologia
Lucros como condição de sobrevivência da empresa, e meio para realizações mais amplas
O papel dos serviços empresariais
• Construção de impérios e fusões
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Comportamento anormalmente expansivo no crescimento das firmas: construtor de impérios
Dois tipos de atividades de construção de impérios:
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Estabelecimento de um quase-monopólio num mercado especifico
Criação de uma firma grande e poderosa, com êxito independente da destruição de concorrentes em
mercados específicos
Existência da combinação de ambas atividades
Mesmo na ausência de grandes aquisições, firmas podem chegar a tamanhos muito grandes
Expansão interna requer mais tempo do que a externa
Expansão externa possui maior rapidez, e se adequa ao ciclo de vida dos empresários.
Processo de crescimento por aquisições não é suficiente para o estabelecimento bem-sucedido de
uma firma, mas apenas para o processo de expansão em si
Aquisição externa: aptidão financeira, habilidade de barganhar, iniciativas agressivas e senso
estratégico
Aquisição externa: planejamento e execução administrativas são adicionados ao processo
Conflito entre velocidade de expansão e manutenção de uma eficiente coordenação administrativa
O papel dos serviços Administrativos
• A necessidade da integração administrativa
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Necessidade de que um império produtivo feito através de aquisições e fusões possua um mínimo
de integração para ser considerado uma firma
Necessidades para a expansão de uma firma vão além de serviços empresariais e financeiros. É
preciso de uma administração adequada para completar a nova organização
O sucesso de uma fusão surge caso uma organização produtiva maior do que a anterior seja
concebida, e esta seja capaz de sobreviver e fornecer bases para o futuro crescimento
Fatores mais importantes para o insucesso de uma fusão: má administração financeira,
incompetência administrativa,e incompetência no manejo de problemas organizacionais
Dificuldade em se separar os insucessos financeiros dos administrativos
Aquisição de subsidiarias no exterior dispensam por vezes a coordenação administrativa, atuando
de forma virtualmente independente de sua matriz. Podem ser consideradas semelhantes a
investimentos financeiros
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A Expansão através de Aquisições e Fusões