XVI SEMINÁRIO DE PESQUISA DO CCSA
ISSN 1808 - 6381
CONCORRÊNCIA E COMPETITIVIDADE: UMA BREVE ABORDAGEM HETERODOXA
Fábio Henrique Vale dos Reis (UFRN)
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Andrei de Lima e Silva (UFRN)
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RESUMO
Analisa o conjunto teórico heterodoxo a luz dos conceitos de competitividade e concorrência,
observando a sua relação e sua aproximação principalmente do enfoque dinâmico e neoschumpeteriano. A hipótese levantada, e que apesar de algumas diferenças focais, os conceitos de
concorrência e competitividade na heterodoxia estão se aproximando entre si, mas não no sentido de
formar um conceito geral e único, porém, visa construir uma rede conceitual consistente, respeitando
a singularidade de cada foco. Metodologicamente para a confecção do trabalho foi adotado a
pesquisa bibliográfica, com a leitura dos principais autores que tratam do tema . Concluiu-se neste
trabalho que as principais contribuições de Kupfer é percebida em três linhas gerais: por analisar as
duas categorias de competitividade presentes na economia, além de propor um novo conceito
dinâmico; por analisar a importância do tempo no conceito de competitividade; por conceber a ideia
de padrão específico de competitividade em cada setor da economia. Já os conceitos formulados por
Baptista e Possas são importantes por destacar que o processo de competitividade foge às analogias
corriqueiras propostas. Nesse contexto, o processo de competitividade é formador de assimetrias, o
que é incompatível com a discussão sobre as estruturas dos mercados presentes nos manuais
ortodoxos. Sendo assim, a geração de assimetrias no mercado via de regra advêm das inovações,
processo que têm por objetivo a busca pelo lucro extraordinário em determinado período do tempo.
Palavras-Chaves: Competitividade; Concorrência; Inovação.
1 - INTRODUÇÃO
Considerando que o fenômeno da globalização possibilita a intensificação do processo de
integração comercial, econômica, social, cultural e política entre os vários países do mundo, pode-se
afirmar que a concorrência entre os países e instituições se intensificaram após esse fenômeno,
sendo responsáveis, em grande parte, pela inserção de vários países no comércio internacional ao
contribuírem para a geração de divisas, fomentando a economia local com o acirramento da
competição pelo aumento do volume dos investimentos em inovação.
Dentro desse mundo globalizado, onde as políticas protecionistas gradualmente foram
substituídas ao “livre comércio”, as economias nacionais bem como suas instituições tiveram que ficar
cada vez mais preparadas para o “confronto com capitais estrangeiros”, isto gerou mudanças, de
modo que as instituições abriram o seu espaço concorrencial para o mundo, onde cada nação se
depara com um ambiente de competição com significativo padrão de exigência qualitativa. Tal fato
gerou a necessidade da discussão de concorrência e competitividade nas instituições e nações de
todo o mundo, transformando-se, portanto, em conceitos estratégicos essenciais para a expansão
dos negócios ao longo do tempo.
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Mestrando do PPGECO-UFRN. E-mail: [email protected]
Mestrando do PPGECO-UFRN. E-mail: [email protected]
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Contudo, conceituar e discutir concorrência e competitividade não é trivial, surgindo uma
infinidade de discursos em torno dos dois temas dentro de cada área específica, ao passo que há
uma formulação mais genérica em que todos os conceitos possam se adequar. Dessa forma, a
questão de pesquisa é: como os conceitos de competitividade na heterodoxia se relacionam entre si?
Como o estudo da competitividade na economia tem um campo vasto, é natural que os ortodoxos
tenham uma conceituação distinta dos heterodoxos, devido também ao seu arcabouço teórico
próprio. Mas, a discussão de competitividade também se distingue dentro da própria heterodoxia,
mostrando quão rica é teoricamente a discussão. Nessa perspectiva, a hipótese, apesar de algumas
diferenças focais, os conceitos de concorrência e competitividade na heterodoxia estão se
aproximando entre si, mas não no sentido de formar um conceito geral e único, porém, visa construir
uma rede conceitual consistente, respeitando a singularidade de cada foco.
Dentro dos objetivos do trabalho, busca-se explorar as discussões sobre os conceitos de
concorrência e competitividade sem perde de vista o enfoque conceito mais geral relacionado à
abordagem dinâmica. Além de identificar os seus pontos de aproximação conceitual dentro da
corrente, o trabalho se justifica, pois há necessidades dentro da academia de se construir sínteses
conceituais para o melhor entendimento da corrente.
Metodologicamente, optou-se por uma pesquisa bibliográfica acerca do tema em questão.
2 COMPETITIVIDADE: UMA ABORDAGEM ANALÍTICA DO MOVIMENTO DA FIRMA NO
AMBIENTE CONCORRENCIAL
No presente artigo será discutido o tema competitividade sob o enfoque dinâmico que, dada a
profundidade analítica, procura-se interpretá-lo tomando como base os elementos que serão
trabalhados nos objetivos aqui propostos.
Sendo assim, procura-se resgatar a discussão concorrencial nas suas mais variadas formas de
competição, cujo enfoque evolutivo das mudanças tecnológicas, presente nas modalidades de
interação da firma com o ambiente externo, será abordado à luz do pensamento neo-schumpeteriano.
2.1 CONSTRUÇÃO TEÓRICA DO PENSAMENTO NEO-SCHUMPETERIANO: alguns traços
analíticos dos principais teóricos dessa corrente de pensamento.
A construção teórica do pensamento neo-schumpeteriano encontra em Rosenberg, Dosi,
Freeman, Nelson e Winter, dentre outros economistas, um aprofundamento analítico de discussão a
nível internacional. Tais autores analisaram essa nova abordagem, agregando elementos
aprofundados da questão tecnológica e da biologia evolucionista e geneticista dentro da abordagem
schumpeteriana, com o objetivo de interpretar a dinâmica do sistema capitalista de produção. O que
esses autores fizeram foi dar uma atenção maior às hipóteses de Schumpeter em torno da
importância das inovações tecnológicas para o desenvolvimento econômico.
Segundo Tavares (2005), a inovação, dentro da lógica neo-schumpeteriana, não é aleatória posto
que surge de uma série de atos decorrentes do processo e busca, sendo essenciais os processos de
experimentação e imitação. Sendo assim, para Corazza e Fracalanza (2004), a constituição da
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abordagem neo-schumpeteriana, muito mais do que um aprofundamento do pensamento de
Schumpeter, pode ser considerada uma contraposição à teoria neoclássica sobre tecnologia e
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progresso técnico a partir do momento em que oferece uma nova visão sobre a importância da
tecnologia que, entendida como elemento dinâmico das mudanças técnicas, oferece oportunidades
de capacitação tecnológica para o desenvolvimento das economias capitalistas de produção ao criar
novas necessidades e, portanto, novas motivações para que a firma obtenha maiores lucros ao longo
do tempo.
Nesse contexto, vale enfatizar sucintamente o pensamento de cada autor como pré-requisito para
o entendimento da discussão que se segue dentro da lógica neo-schumpeteriana, em torno da
importância da competitividade da firma para o crescimento das atividades econômicas. Nas obras de
Rosenberg (2005 e 2006) onde, respectivamente, o autor analisa as trajetórias da inovação (um
estudo sobre a mudança tecnológica nos Estados Unidos no século XX) e dos fenômenos
tecnológicos entendidos como eventos acontecendo no interior de uma caixa-preta, pode-se notar a
análise do autor sobre a importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento das economias
capitalistas.
Nas obras do referido autor, é possível entender como as características específicas de
tecnologias individuais puderam desenhar as novas formas de melhoria da produtividade, de
processo de
aprendizagem, de transferência
tecnológica
e
de
eficiências
das
políticas
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governamentais , para tanto basta analisar o caso dos EUA no qual Rosenberg (2005) mostra que a
superioridade da economia norte-americana no século XX pode ser entendida em parte como sendo
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fruto de uma série de inovações tecnológicas .
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A essência do pensamento de Rosenberg pode ser entendida a partir de três aportes analíticos :
o primeiro trata da utilização da racionalidade limitada, no qual o processo inovativo é conduzido num
ambiente de incerteza, contestando a racionalidade maximizadora do mainstream neoclássico; o
segundo aporte mostra que as modificações nos preços relativos não configuram um incentivo para
as inovações, ou seja, o mecanismo neoclássico de substituição entre capital e trabalho não funciona
como incentivo para a introdução de inovações, visto que o que se pretende é apenas a obtenção de
mecanismos para a diminuição dos custos, e não a busca por novos processos ou produtos; E, por
fim, cabe destacar o terceiro aporte dedicado a importância de dois conceitos fundamentais
relacionados ao aprendizado tecnológico, quais sejam, learning-by-using (LBU) e learning-by-doing
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Para os neoclássicos, a tecnologia é representada por uma função de produção que relaciona uma
combinação particular de fatores de produção ou insumos com os níveis de produção alcançados. Já
o progresso técnico é definido tout court como responsável pela expansão da fronteira de
possibilidade de produção (CORAZZA e FRACALANZA, 2004, p. 128).
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Para maiores detalhes ver o livro por dentro da caixa-preta: tecnologia e economia (2006).
5
Ver Mowery, D. C. e Rosenberg, N. (2005). Trajetórias da inovação: a mudança tecnológica nos
Estados Unidos da América no século XX.
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Segundo o estudo de Shikida e Bacha (1998) sobre o modelo schumpeteriano e suas principais
correntes de pensamento.
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(LBD), ou seja, aprendendo usando e aprendendo fazendo. Estas formas de interação do processo e
desenvolvimento da tecnologia tendem a influenciar o processo inovativo.
No todo, convém destacar que para Rosenberg o desenvolvimento tecnológico é um processo
dinâmico e que surge através dos desajustes e desequilíbrios que, ao criarem pontos de
estrangulamentos no sistema econômico, fazem com que os agentes possam estudar e/ou
desenvolver novas formas de alocação eficiente dos recursos produtivos. Sendo assim, o autor
supracitado sugere “uma teoria de mudança técnica induzida, baseada na necessidade óbvia e
obrigatória de superar as restrições sobre o crescimento ao invés da escassez relativa de fatores e de
seus preços relativos”. (SHIKIDA & BACHA, 1998, p. 113). Daí a importância dos inovadores no
sentido de tentarem superar as dificuldades constantes do setor produtivo por meio do progresso
técnico e de seu aperfeiçoamento ao longo do tempo, atendendo às modificações econômicas
inerentes ao processo evolutivo das economias capitalistas.
A contribuição de Freeman se refere às diretrizes das estratégias das firmas em relação a sua
política de inovações. Com isto ele caracteriza seis tipos de firma: ofensiva, defensiva, imitativa,
dependente, oportunista e tradicional. (SHIKIDA & BACHA, 1998).
A firma ofensiva é a que apresenta alto grau de desenvolvimento tecnológico no seu processo
produtivo, além de pesados investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Desta maneira, a
firma visa conquistar maior parcela de mercado, assim como implementar lançamentos de novos
produtos.
A defensiva utiliza a estratégia de também ser intensiva em investimentos em pesquisa (P&D),
mas se utiliza desse instrumento para ser sempre competitiva e, dessa forma, não permitir um hiato
entre ela e as firmas ofensivas. Entretanto, este tipo de firma não lança novos produtos, já que é
avessa ao risco, de modo que apenas introduz inovações incrementais dentro de um plano
institucional-legal.
A estratégia imitativa de busca, ao invés de gerar inovações próprias com investimentos em P&D
(Pesquisa & Desenvolvimento), prefere investir em sistemas de inovações que busquem a aquisição
da tecnologia através do know-how, learning-by-using e learning-by-doing das firmas que são
intensivas em investimentos em P&D. As empresas que se utilizam dessa estratégia também são
conhecidas na literatura neo-schumpeteriana como free rider, ou seja, se apropriam de forma
oportuna das inovações das outras empresas.
As firmas que se utilizam da estratégia dependente não tem atividades de pesquisa ou P&D, e
com isso estabelecem relações de dependência com outras firmas através do processo de regulação
institucional-legal, dependência econômica ou de subordinação.
Nas estratégias oportunistas, as firmas também não possuem nenhuma atividade em P&D e,
dessa forma, buscam preencher certos espaços do mercado que não requer a utilização intensiva em
tecnologia para efetuar sua entrada em determinado mercado, isto porque a percepção que se tem
deriva do tipo de comando da empresa.
Já as empresas que utilizam as estratégias tradicionais, pelo fato das firmas estarem concorrendo
em mercados atomizados próximos à concorrência perfeita, não possuem atividades em P&D, pois os
processos produtivos são amplamente conhecidos, além de haver poucas assimetrias de informação.
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Nelson & Winter, considerados teóricos evolucionistas dentro da concepção neo-schumpeteriana,
têm suas principais contribuições relacionando o processo competitivo das firmas com a biologia
moderna, dentro dos quais apresentam conhecimentos interdisciplinares nas áreas darwinistas e
geneticistas.
Dessa forma, os seus aportes teóricos mais importantes são os termos como rotina, busca ,
seleção e ambiente, os quais através desses termos buscam compreender a dinâmica competitiva da
firma na economia capitalista de produção.
Sendo assim, a rotina é considerada como um conjunto de processos organizacionais e de
técnicas que caracterizam o modo como um produto e/ou serviço é produzido, incluindo todas as
atividades padronizadas e inovacionistas. (NELSON & WINTER, 1982 apud SHIKIDA & BACHA,
1998, p. 117).
Já o processo de busca abrange todos os processos organizacionais que objetivem a avaliação e
a conseqüente alteração das rotinas padronizadas. (NELSON & WINTER, 1982 apud SHIKIDA &
BACHA, 1998, p. 118). Dessa forma, o processo de busca não se dá de forma aleatória, mas sim de
acordo com aprendizado acumulado referente às buscas passadas.
O conceito de seleção perpassa pelo conceito de ambiente concorrencial que engloba um
determinado tipo de ambiente onde há a existência de macro e micro instituições, conhecido dentro
da nomenclatura neo-schumpeteriana como nonmarket e market, respectivamente. Dentro desse
ambiente, a seleção se dá de forma natural, apenas quando envolve as micros instituições, onde
apenas as mais fortes (ou aptas a concorrerem) sobrevivem. (NELSON & WINTER, 1982 apud
SHIKIDA & BACHA).
Dosi (1984) se destacou na formulação de dois conceitos de suma importância na concepção da
mudança tecnológica, o de trajetória e o do paradigma tecnológico, dois conceitos amplamente
utilizados no referencial neo-schumpeteriano.
O paradigma tecnológico configura-se como um conjunto de processos que norteiam a
investigação de uma determinada problemática, definindo a conjuntura, os fins a serem obtidos, os
recursos a serem empregados, enfim, um padrão de solução de problemas técnico-econômicos
selecionados. (DOSI, 1984, apud SHIKIDA E BACHA, 1998, p. 120).
Desse modo, a trajetória tecnológica sinaliza o padrão de resposta (ou solução) escolhido no
interior de um paradigma tecnológico, previamente escolhido de acordo com suas variáveis
tecnológicas depois da análise do problema corrente. (DOSI, 1984, apud SHIKIDA E BACHA, 1998,
p. 121).
Em suma, as idéias neo-schumpeterianas apresentadas pelos seus principais expoentes dão forte
embasamento teórico nos estudos em que se pretende analisar os processos competitivos das
firmas. Tal aporte teórico vem apresentando resultados empíricos favoráveis em relação aos modelos
do mainstream econômico, de modo que se apresenta como uma alternativa analítica com
significativa consistência teórica.
2.2 CONCORRÊNCIA E COMPETITIVIDADE: processo de entrelaçamento dinâmico comum às
rotinas das firmas
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A concorrência e a competitividade são conceitos chave para o entendimento da dinâmica
capitalista. Sendo assim, este tópico visa esclarecer tais conceitos como pré-requisito necessário à
abordagem dos elementos destacados referente aos dados aqui analisados.
2.2.1 Concorrência: ambiente de seleção e espaço de atuação das firmas
Para Possas (1999) os conceitos de concorrência e competitividade são essenciais para a
compreensão da dinâmica da economia capitalista, haja vista a sua importância para o processo de
geração e acumulação de riqueza da firma ao longo do tempo. Dada a características de gerar
assimetrias de acumulação no mercado, os neo-schumpeterianos analisam a concorrência como
sendo um processo seletivo e comum às rotinas das firmas. Isso se deve ao fato das mesmas
estarem inseridas num ambiente cujo comportamento exige uma postura dinâmica frente às
mudanças que surgem no processo de interdependência da firma no mercado em que atua.
Sendo assim, o conceito de concorrência passa a ser essencial para a compreensão da dinâmica
capitalista, cujo objetivo é gerar ao longo do tempo um processo contínuo de acumulação de riquezas
(Possas, 1999). Dada a sua característica de gerar assimetrias de acumulação no mercado, os neoschumpeterianos analisam a concorrência como sendo um processo seletivo comum às firmas no
cotidiano, em que os mais fortes (adequados à dinâmica concorrencial) sobrevivem.
Nesse contexto, pode-se enfatizar que o processo concorrencial encontra dentro da economia
capitalista algumas peculiaridades que o tornam especial. Primeiro, trata-se de um processo sem
término, contínuo. Segundo, os concorrentes podem escolher estratégias mais adequadas ao
ambiente onde atuam. Terceiro, a existência de instituições tendem a tornar este processo desigual
entre os concorrentes. (POSSAS, 1999).
Dessas três peculiaridades do processo competitivo, a única considerada endógena à firma diz
respeito à elaboração de estratégias que busquem a apropriação do poder de compra do consumidor,
e a conseqüente valorização do capital. Sob estas peculiaridades, os mecanismos estratégicos da
concorrência tratados na literatura se resumem em: diferenciação dos produtores, igualação,
renovação constante das diferenças e a possibilidade de alianças. (POSSAS, 1999).
As estratégias baseadas na diferenciação dos produtores não tratam apenas das diferenças de
produtos e processos, pelo contrário, tal estratégia tem como pilar fundamental as inovações em
última instância. Desse modo, o processo visa gerar assimetrias no mercado, bem como lucros
extraordinários.
O eixo estratégico baseado na igualação trata do processo de aproximação das estratégias das
empresas que estão em desvantagem no processo competitivo em relação àquelas que estão
obtendo êxito. Este processo tem como premissa básica a livre mobilidade do capital.
As estratégias baseadas na renovação constante das diferenças partem da idéia de que a
duração dos lucros extraordinários, que são conseqüência das inovações, depende do período de
maturação do produto ou processo. Dessa forma, não basta criar as diferenças, é necessário renoválas constantemente.
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O eixo estratégico baseado na possibilidade de alianças tem como base a percepção de que o
processo competitivo permite a existência de muitos capitais, e, dessa forma, todos não precisam ser
vistos como “inimigos”. Logo, o eixo assinala que se podem fazer alianças, eleger os amigos, e
aqueles que serão os adversários diretos dentro do processo competitivo.
Dentre as estratégias discutidas, a diferenciação dos produtores e a igualação podem ser
consideradas dois mecanismos estratégicos principais. Comparando-se com outras estratégias, a
diferenciação e a renovação constante das diferenças, ligados a inovação, tendem a trazer maior
risco e incerteza. (POSSAS, 1999).
Para entender o tipo de estratégia a ser adotada pelas firmas, é necessário reconhecer o
ambiente em que tal estratégia está circunscrito. Dessa forma, faz-se necessário identificar como a
dinâmica da firma se relaciona com o seu ambiente concorrencial. (BAPTISTA, 2000).
Nesse contexto, o ambiente em que a firma atua é, de certa forma, um espaço que por si só
seleciona quem permanecerão ao longo do tempo no processo competitivo. Tal ambiente reúne um
conjunto de elementos que norteiam (a priori) a ação de busca das empresas (estratégias) em
relação ao que é interessante sob o prisma da valorização do capital, o que a posteriori ratifica (ou
não) as escolhas efetuadas. (BAPTISTA, 2000).
Nessa visão, o ambiente de seleção é constituído por três dimensões básicas: dimensão setorial,
dimensão institucional e inserção no âmbito produtivo. Assim, antes de determinada firma resolver
participar da seleção dentro do ambiente competitivo, ela seleciona três estratégias ex-ante,
correspondentes as três dimensões em tela. Na dimensão setorial, a estratégia diz respeito aos
regimes tecnológicos em vigor; na institucional, as firmas estão inseridas em todas as esferas das
políticas públicas; a inserção no âmbito produtivo diz respeito ao patrimônio genético da firma.
(BAPTISTA, 2000).
Das três dimensões supracitadas, duas exercem “pressão competitiva”: a setorial e a institucional.
A setorial imprime pressão competitiva à medida que os graus de apropriação das tecnologias
disponíveis variam de acordo com as firmas. Também vale enfatizar que esse movimento determina
um maior dinamismo na expansão das fronteiras tecnológicas. A dimensão institucional sinaliza que
as empresas tomam as decisões condicionadas ao contexto político-institucional. (BAPTISTA, 2000).
De todo modo, é importante que se diga que, conforme Possas (1999), o lócus de concorrência
da firma inovadora é limitado, e corresponde tão somente ao espaço onde as suas vantagens
competitivas são válidas, ou seja, o espaço cujas estratégias lhes oferecem o direito de monopólio
dos produtos, mesmo que temporário.
Na visão de Possas (1999) é necessário entender os principais elementos do ambiente que
influenciarão a concorrência e a competitividade da firma, são estes: a estrutura de mercado, a
conjuntura macroeconômica, fatores institucionais, o meio ambiente natural, elementos de caráter
social e a cultura e costumes. Dessa forma, fica nítido que o processo competitivo não é apenas um
arcabouço eminentemente econômico, mas dependem também de fatores sociais, políticos, culturais
e institucionais, os quais tendem a influenciar a competitividade em diversas vias dentro do ambiente
de seleção.
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No entanto, para melhor compreensão dos conceitos neo-schumpeterianos colocados por
Baptista e Possas, no tocante ao ambiente de seleção, faz-se necessário analisar a unidade básica
de existência desse processo, ou seja, a firma. Esta é entendida como uma extensão do conceito
penrosiano, isto é, a firma é mais de que apenas uma partícula administrativa, é um conjunto de
recursos cuja disposição no tempo e no espaço é definida pelas decisões administrativas.
(PENROSE, 2006).
De todo modo, cabe destacar, conforme Guimarães (1987) que a firma é entendida como um
lócus de acumulação de capital, crescimento e lucros e que, portanto, “os lucros são necessários
para o crescimento da firma e que o crescimento é necessário para a manutenção e o aumento dos
lucros”. (GUIMARÃES, 1987, p. 25).
Nesse contexto, a firma sendo a unidade que rege o movimento concorrencial, seu crescimento é
condição necessária para que sejam implementadas medidas que visam o aumento da
competitividade ao longo do tempo. Para Baptista (2000) é na firma que se tomam decisões
importantes de investimentos e em seu interior se criam, conservam e ampliam diferentes
capacitações. “Resultantes de processos complexos de aprendizado, são estas últimas que
sustentam a geração e conservação de assimetrias e, portanto, de diferenciais de poder de mercado
e competitividade”. (BAPTISTA, 2000, p. 62).
Vale destacar que a firma atua em um ambiente de incerteza, isso porque enfrentam ao longo do
tempo um conjunto de decisões complexas, a saber: investimento em ampliação da capacidade
instalada; decisões relativas à entrada/saída de mercados (diversificação/especialização); a opção
pela entrada em determinada trajetória tecnológica; decisões relativas aos investimentos efetuados
em P&D e, em particular, às estratégias tecnológicas adotadas. (BAPTISTA, 2000).
Sendo assim, os agentes procuram adequar sua atuação às expectativas que criam dentro do
ambiente concorrencial, desde aquelas relacionadas ao progresso tecnológico até as expectativas
envolvendo o comportamento das empresas rivais. De qualquer forma, todas elas buscam auferir o
maior rendimento possível de seus ativos (tangíveis e intangíveis) através da implementação de
estratégias de longo prazo. (BAPTISTA, 2000).
A acumulação interna da firma permite que ela possa ter recursos sustentáveis para colocar em
prática suas decisões de investimentos. Por conseguinte, tal acumulação é definida pelo total de
lucros que ela pode obter, sendo este também importante para definir “o montante máximo de fundos
que a firma deseja ou pode obter como empréstimo e, portanto, um limite superior para o seu
investimento”. (GUIMARÃES, 1987, p. 27).
Para Baptista (2000, p. 64) “a introdução de inovações é a forma mais eficiente de garantir a
valorização intertemporal do capital destas unidades”. Em sendo assim, “as estratégias de inovação
da empresa implicam mudanças nas estruturas tecno-econômicas existentes e nas estruturas
organizacionais e institucionais, criando e destruindo mercado”. (HASENCLEVER e TIGRE, 2002, p.
431).
No geral, percebe-se que mesmo estando atuando em ambientes que exigem certa racionalidade
fundamentada na busca de oportunidades lucrativas de mercado, as firmas criam e recriam
assimetrias posto que a obtenção de lucros extraordinários é o objetivo último dos agentes
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econômicos. O meio para se obter tais lucros se apresenta através da capacidade inovativa que, por
sua vez, permite a firma gerar/fortalecer o poder de mercado “(seja via sustentação/ampliação de
suas margens de rentabilidade, através da manutenção/incremento de seu market share ou
exploração pioneira de novos mercados por elas mesmas criados)”. (BAPTISTA, 2000, p. 21).
2.2.2 Competitividade: análise fundamentada no ambiente concorrencial
Para o enfoque neo-schumpeteriano, a noção de competitividade passa a ser entendido como
uma extensão do conceito de concorrência. Sendo assim, associando-o a inovação, a
competitividade é capaz de gerar a motivação básica para adentrar no processo concorrencial, isso
como pré-requisito necessário à busca de lucros “extraordinários” ou monopolistas. (BAPTISTA
2000).
Nesse contexto, Possas (1999) destaca que a inovação não está estritamente ligada ao avanço
científico-tecnológico, mas pode ser entendida como a adição de novas estratégias, por exemplo, a
estratégia de logística, a qual será abordada mais adiante.
Apesar do enfoque neo-schumpeteriano reconhecer que o conceito de competitividade leva em
consideração caráter dinâmico do processo, é necessário fazer duas ressalvas: a primeira diz
respeito à ênfase ao caráter temporal do conceito, e a segunda faz referência ao mercado, ou melhor,
ao espaço econômico onde se exercem relações de rivalidade entre os agentes econômicos.
O conceito base da escola heterodoxa advém do grupo do enfoque dinâmico de competitividade.
Nesse contexto, Kupfer (1992), visando conceituar o termo competitividade, faz criticas a dois
conceitos de competitividade que, segundo a sua concepção, são considerados estáticos, a saber:
competitividade por desempenho e competitividade por eficiência. Ao criticar esses dois conceitos, o
autor supracitado entende a competitividade como sendo um processo de consolidação e
preservação de uma dada vantagem competitiva durante certo período de tempo, permitindo a
empresa conservar e/ou ampliar uma posição sólida e sustentável no mercado. (KUPFER, 1992).
As críticas feitas pelo autor supracitado aos conceitos estáticos de competitividade são porque
aqueles autores mais ortodoxos observam a competitividade como um fato dado em determinado
ponto no tempo. Logo, os conceitos ex-post de competitividade estavam baseados no desempenho
das firmas no mercado, sendo a variável de compreensão essencial àquela relacionada à parcela de
mercado das firmas. Sob esse enfoque, a firma é considerada competitiva quando possui uma market
share relevante.
Já os conceitos de competitividade ex-ante são fortemente baseados nos ativos e capacitações
das firmas num dado momento. Assim, de acordo com esse conceito, a firma é competitiva à medida
que possuem ativos e capacitações que lhes garanta a capacidade inovativa.
Dentro do enfoque dinâmico, o conceito de competitividade é amplo e se enquadra no objeto de
estudo aqui proposto – os portos. Para isso Ferraz et al (1995) divide a competitividade em três
fatores: fatores empresariais, fatores estruturais e fatores sistêmicos.
Os fatores empresariais são aqueles que a empresa pode controlar ou decidir; os estruturais
dizem respeito àqueles fatores que se encontram parcialmente sob controle da empresa, sendo mais
ou menos limitado pelo processo de concorrência; já os fatores sistêmicos são definidos como uma
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externalidade strictu sensu para empresa, por isso se quisermos que nossas empresas ou
exportações se insiram de uma forma mais sólida no comércio exterior, deveremos tornar nossos
fatores sistêmicos mais competitivos.
Os fatores sistêmicos e empresariais são os que mais influenciam na competitividade das firmas
como um todo, necessitando de uma análise mais aprofundada.
Dentro dos fatores empresariais enfatiza-se que as estratégias das firmas visam modificar as
capacitações e, desse modo, imprimir um desempenho melhor no ambiente concorrencial. Logo, a
estratégia deve ser factível e economicamente atrativa. Os fatores empresariais se dividem em quatro
áreas de competência, a saber: Inovação (produto, processo, transferência de tecnologia); Gestão
(Marketing, serviços pós-venda, finanças, administração, planejamento); Produção (atualização de
equipamentos, técnicas organizacionais, qualidade); Recursos Humanos (produtividade, qualificação,
flexibilidade). (FERRAZ et al, 1995, p. 11).
A estratégia baseada na capacidade inovativa tem a inovação como elemento nuclear para o
desenvolvimento da firma. Desse modo, o crescimento da firma está intimamente relacionado com o
seu potencial de gerar o progresso técnico, para tanto, utilizando as áreas de suas competências
centrais para explorar as oportunidades inovativas.
Já a capacidade produtiva é uma estratégia baseada a partir de um novo paradigma produtivo,
onde novas variáveis como rapidez, flexibilidade e redução dos custos passam a constituir novos
focos competitivos.
Os fatores empresariais são considerados por Coutinho e Ferraz (1995) como sendo internos á
empresa e, portanto, estão sob a sua esfera de decisão e são através destes que as empresas
procuram se distinguir de seus competidores.
Já em relação aos fatores sistêmicos pode-se destacar que estes afetam as características do
ambiente competitivo “e podem ter importância nas vantagens competitivas que firmas de um país
têm ou deixam de ter ante às suas rivais no mercado internacional”. (COUTINHO e FERRAZ, 1995, p.
20). Considerando esses fatores cabe enfatizar que uma externalidade que gere efeitos positivos
para as firmas, a partir dos determinantes indispensáveis ao crescimento da infra-estrutura básica de
competição, é essencial para a obtenção de competitividade no ambiente concorrencial.
Tais fatores podem ser elencados da seguinte forma: Macroeconômicos (taxa de câmbio, carga
tributária, taxa de crescimento do produto interno, oferta de crédito e taxas de juros, etc.); Políticoinstitucionais (política tributária, política tarifária, apoio fiscal ao risco tecnológico, poder de compra do
governo); Legais-regulatórios (políticas de proteção à propriedade industrial, de preservação
ambiental, de defesa da concorrência, etc.); Infra-estruturais (disponibilidade, qualidade e custo de
energia, transportes, telecomunicações, insumos básicos e serviços tecnológicos [...]); Sociais
(sistema de qualificação de mão-de-obra, políticas de educação e formação de recursos humanos,
etc.); Internacionais (tendências do comércio mundial, fluxos internacionais de capital, de
investimento de risco e de tecnologia, etc.). (FERRAZ et al, 1995, p. 12-13).
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Dentro desses fatores, os principais setores que devem ser considerados essenciais para a
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obtenção de externalidade positiva são: energia, transporte e telecomunicações .
Tomando-se como base apenas o setor de transporte – foco de análise do presente trabalho pode-se considerar que esse tende a influenciar a competitividade das firmas de forma relevante, já
que a maioria das firmas tem em suas planilhas custos logísticos, sendo elas atuantes nos mercados
internos e externos. A rede de transportes integrada e eficiente não melhora a competitividade tão
somente dos produtos exportados brasileiros, mas também reduz os valores dos fretes no mercado
interno, baixando os preços dos produtos para os consumidores finais, gerando um benefício mútuo
na economia. Mas, para que isto aconteça não basta que os transportes tenham custos baixos e
sejam eficientes num dado momento, há a necessidade de uma política de investimento e
modernização para que este setor permaneça competitivo ao longo do tempo.
Para efeito de análise considerada dentro do enfoque dinâmico do processo concorrencial, o
termo competitividade passa a ser definido como “a capacidade de a empresa formular e implementar
estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma douradora, uma posição
sustentável no mercado”. (FERRAZ, 1997, p.3).
Sendo assim, a promoção da competitividade leva em consideração o ambiente dinâmico do
processo concorrencial. Desse modo, as decisões estratégicas das firmas tendem a modificar o
ambiente competitivo ao longo do tempo, isso porque o movimento que perpassa dentro das
dimensões concorrenciais imprime um ritmo de atuação dos agentes econômicos através da adoção
de inovações cumulativas os quais possibilitam aprimorar constantemente o aprendizado e a
capacitação no interior das próprias empresas.
Logo, faz-se necessário compreender a ênfase que se dá ao conceito temporal da
competitividade, ou seja, uma firma competitiva é aquela que se mantêm numa posição privilegiada
de forma duradoura no mercado, dando um aspecto temporal que se diferencia dos outros conceitos
formulados. Quer dizer, as firmas devem ao longo do tempo reforçar as suas estratégias no sentido
de “procurar estimular sempre a evolução das vantagens competitivas, a inovatividade”. (POSSAS,
1999, p. 190).
3 CONCLUSÃO
Considerando a discussão sobre competitividade esboçada nesse trabalho, preferiu-se optar tal
análise utilizando o enfoque da escola heterodoxa. No tocante as duas linhas gerais: a de Kupfer,
bem como a de Baptista e Possas, percebe-se que ambas representam duas correntes distintas, que
não propõe conceitos rivais, mas sim complementares, formando um conjunto de idéias significativas
dentro da abordagem teórica em torno do conceito de competitividade.
A importância do conceito de Kupfer é percebida em três linhas gerais: primeiro, por analisar as
duas categorias de competitividade presentes na economia: a potencial e a revelada, além de propor
um novo conceito dinâmico; segundo, por analisar a importância do tempo no conceito de
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-Para maiores detalhes sobre os fatores sistêmicos de competitividade ver Ferraz et al (1997, p. 153).
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competitividade; e, por fim, por conceber a idéia de padrão específico de competitividade em cada
setor da economia.
Já os conceitos formulados por Baptista e Possas são importantes por destacar que o processo
de competitividade foge às analogias corriqueiras propostas. Nesse contexto, o processo de
competitividade é formador de assimetrias, o que é incompatível com a discussão sobre as estruturas
dos mercados presentes nos manuais ortodoxos. Sendo assim, a geração de assimetrias no mercado
via de regra advêm das inovações, processo que têm por objetivo a busca pelo lucro extraordinário
em determinado período do tempo.
Percebe-se que tanto os conceitos do enfoque neo-schumpteriano, como aquele relacionado ao
enfoque dinâmico, estão se aproximando entre si em termos de debate, na medida em que estão
utilizando um conceito padrão para a competitividade, o qual é proposto pelo enfoque dinâmico. Mas,
apesar de utilizar o mesmo conceito, não significa que ele seja interpretado da mesma forma pelas
duas correntes, pois apresentam enfoques diferentes principalmente no que diz a respeito a
estratégias de geração de assimetrias, havendo, portanto, um enfoque de maior magnitude
relacionado à inovação dentro do grupo dos neo-schumpterianos do que mesmo dentro do enfoque
dinâmico.
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