AVALIAÇÃO
COMPORTAMENTAL
Disciplina: TTP Comportamental
Profa. Mariene Casseb
PERSONALIDADE
 Popularmente acredita-se que a pessoa
possui uma personalidade a qual são
atribuídas
as
causas
do
seu
comportamento.

Nessa
concepção,
por
exemplo,
o
comportamento delinqüente, apresentado
por um indivíduo, teria como causa a
personalidade anti-social do mesmo.
2


Para
os
behavioristas
radicais
a
personalidade é resultado da experiência de
vida e história de reforçamento de cada
pessoa.
É o repertório comportamental do indivíduo
- o conjunto de comportamentos que ocorre
de forma consistente em muitas situações,
como resultado de contingências também
consistentes ao longo do tempo.
3
Psicopatologias e Análise do
Comportamento
A análise do comportamento não se prende somente
a características descritivas e topográficas para
fazer o diagnóstico de um transtorno de
personalidade.

O
processo de categorizar os clientes de acordo com o
DSM-IV é útil se ajudar os clínicos a observarem os
Comportamentos Clinicamente Relevantes.
A
análise do comportamento propõe identificar as
variáveis de controle (as condições que dão origem e
mantêm os comportamentos).
4
DSM – IV e Análise do Comportamento


Behavioristas radicais geralmente não fazem
diagnóstico, nem usam o termo Transtorno de
Personalidade, por acreditarem que descrições
(topografias) pouco ajudam e que o “rótulo”
(diagnóstico) atrapalha.
Para a Análise do Comportamento, na clínica
não há uma desordem comum que explique uma
série vasta de comportamentos: explicações
devem considerar contextos.
5
O PROGRESSO DA TERAPIA PODE SER
DESCRITO EM FASES:
A primeira fase começa com o manejo da
crise, onde o objetivo é assegurar a
segurança do paciente e dos outros;

A segunda fase, tem como objetivo
estabilizar sentimentos e impulsos e
restabelecer o controle comportamental, na
maior parte das vezes usando as
estratégias
gerais
de
psicoterapia,
complementando
com
medicação
apropriada.

6
A
terceira fase, controle e regulação, foca
na redução dos sintomas e aprendizagem
de habilidades de autocontrole de afetos e
impulsos. Neste estágio as estratégias de
tratamento geral são complementadas
com
intervenções
comportamentais,
cognitivas e farmacológicas.
Na
quarta fase Exploração e mudança,a
idéia é diminuir regras mal adaptadas,
comportamentos
interpessoais
e
comportamentos como a auto invalidação e
alteração
da
percepção
sobre
conseqüências traumáticas.
7
A
última fase, integração e síntese, é
um tratamento de longo-prazo. Este
envolve a construção de um autosistema mais adaptativo.
8


Cabe ao terapeuta comportamental investigar
as possíveis variáveis que estão mantendo o
comportamento-problema
e
atuar
na
modificação de contingências, buscando a
diminuição do sofrimento do cliente.
Para a análise do comportamento, os
comportamentos exibidos por uma pessoa, que
levariam a afirmar que ela “possui um
transtorno”, foram selecionadas durante sua
história de vida por processos idênticos aos que
selecionaram
os
comportamentos
ditos
“normais”, de outras pessoas.
9
COMO O TERAPEUTA DEVE AGIR?
DURANTE A PRIMEIRA SESSÃO :
Saudar o cliente
 Apresentar-se (nome, função, nome do
supervisor)
 Acompanhar os cliente e/ou seus
responsáveis até a sala de atendimento e,
ao final do mesmo, até a porta, despedindose.
 Apresentar uma breve descrição do processo
terapêutico, incluindo objetivos e fases
(avaliação, devolução, intervenção e
acompanhamento/follow-up) do processo.




Pontuar que, nos casos de crianças e
adolescentes, a fase de intervenção inclui o
treino parental.
Estabelecer o contrato terapêutico
(freqüência, assiduidade, pontualidade,
cancelamento de sessões, faltas, etc)
Marcar próxima sessão.
PONTOS A SEREM DESTACADOS NO
PROCESSO TERAPÊUTICO
 -Reforçar
padrões
adequados
de
comportamento, mesmo que incipientes.



-Evitar
feedback
negativo
comportamento específicos do cliente.
para
-Descrever junto ao cliente aspectos de sua
história de vida que levaram a aquisição das
dificuldades
atuais,
sem
criticar
os
comportamentos inadequados.
-Validar expressão de sentimentos negativos e
positivos. Mostrar compreensão e empatia.
13





-Mostrar que apenas alguns comportamentos
são inadequados.
-Enfatizar no que o indivíduo faz de melhor;
-Fazer muitas perguntas sobre padrões funcionais
saudáveis. Examinar situações.
-Desenvolver o papel ativo do cliente na sessão:
ajudar a procurar as causas de seu comportamento.
-Não desqualificar emoções do paciente, mas
relacioná-las com suas ações e com as
contingências das quais emergem, durante o
processo de análise funcional.
14


-Manter consistência nas orientações e no
relacionamento interpessoal e afetivo na
sessão.
-Modificar a noção de causalidade do
comportamento do cliente.
 A visão de que o comportamento foi
aprendido retira o peso da culpa do cliente.
Investir nestas análises.
15
PASSOS DE UMA
AVALIAÇÃO
COMPORTAMENTAL
COLETA DE DADOS
 A)
Identificação e origem do
encaminhamento:
 Registrar ou completar informações
biográficas (nome completo, endereço,
telefones para contato, composição
familiar, ocupação, etc)
 Identificar ou confirmar a origem da
demanda.
 B)
Queixas e história de atendimentos
anteriores:
 Solicitar uma descrição geral dos
motivos que o fez procurar ajuda.
 Levantar a existência de outras
possíveis dificuldades (com descrições
gerais).
 Investigar se houve procuras anteriores
de ajuda (quais).
 C)
Tríplice Contingência:
 Solicitar especificação do
“comportamento-problema”.
 Investigar sobre a instalação do mesmo.
 Investigar os eventos associados à fase
de instalação do comportamento.
 Investigar as dimensões atuais do
problema (freqüência, duração,
magnitude, latência do
comportamento).
 Identificar
os antecedentes do
comportamento (eventos – públicos e
privados – presentes imediatamente
antes do comportamento ocorrer).
Sondar também em que ocasiões o
comportamento não ocorre.
 Identificar as conseqüências do
comportamento (o que acontece depois
do comportamento, a nível público e
privado).
 D)
Objetivos/metas terapêuticas:
 Solicitar uma descrição das
modificações de comportamentos
almejados pelo cliente.
 Traçar, brevemente, uma lista de
prioridades para o trabalho
terapêutico.
 E)
História de vida, dia típico e
levantamento de reforçadores:
 Levantar dados sobre a história de
vida do cliente em diversas áreas, tais
como: saúde, interação familiar,
escolaridade, história de amizade e
relações afetivas, sexualidade, autoconceito, sentimentos e emoções,
história econômica e de migração,
lazer, etc.
 Solicitar
a descrição das atividades
que desempenha em um dia comum
de sua rotina.
 Identificar aspectos reforçadores para
o cliente (perguntando em que
situações se sai bem, o que gosta de
fazer, etc).
INTERAÇÃO VERBAL
 A)
Reforçamento positivo:
 O terapeuta deve liberar reforços
verbais e não-verbais para o cliente
(elogios, sorrisos, assentimento
com a cabeça, dizer “ahn-han”, “eu
lhe entendo”, “sim”, “prossiga”, “eu
estou aqui pra lhe ajudar”, etc).
 B)
Esclarecimento:
 Elucidar verbalizações do cliente ("você
está querendo dizer que...“)
 Refletir sentimentos e atitudes ("me
parece que você se sente...“)
 Resumir e apresentar considerações
sobre a queixa do cliente a partir do
relato por este apresentado
Podem ser utilizadas as mesmas
palavras do cliente ou simplesmente
a idéia geral do que disse.
 C)

apresentação de hipóteses iniciais sobre a
instalação e manutenção do comportamento
que trouxe o cliente à Clínica.
 D)

Explicação sobre o problema:
Procedimentos terapêuticos:
Explicar os possíveis procedimentos a
serem utilizados, discutindo com o cliente
as alterações que os mesmo acarretarão em
seu ambiente e solicitando sua autorização
para o início da implantação do plano de
intervenção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APA (1995). DSM-IV-TR – MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE
TRANSTORNOS MENTAIS. TRAD. DAYSE BATISTA. 4A ED. PORTO ALEGRE: ARTES
MÉDICAS.
BARLOW, D. H. (1999). MANUAL CLÍNICO DOS TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS.
(M. R. B. OSÓRIO, TRAD.) PORTO ALEGRE: ARTMED.
CATANIA, A. C. (1999). APRENDIZAGEM: COMPORTAMENTO, LINGUAGEM. E
COGNIÇÃO. PORTO ALEGRE:
ARTES MÉDICAS.
CONTE, F.C.S, & BRANDÃO, M.Z.S. (2001). PSICOTERAPIA FUNCIONALANALÍTICA: O POTENCIAL DE ANÁLISE DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA E DE
PERSONALIDADE. EM: RANGE, B. (ORG.) PSICOTERAPIAS COGNITIVOCOMPORTAMENTAIS: UM DIÁLOGO COM A PSIQUIATRIA (PP. 19-33). PORTO
ALEGRE: ARTMED EDITORA.
LIVESLEY, W. JOHN. PRINCIPLES AND STRATEGIES FOR TREATING PERSONALITY
DISORDER. CAN J PSYCHIATRY, VOL 50, Nº8, JULY 2005.
SANT'ANA, CLOTILDE DO ROSÁRIO. CATEGORIAS COMPORTAMENTAIS DO TERAPEUTA
DURANTE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL. MATERIAL ELABORADO COM
OBJETIVO DE ESTABELECER PARÂMETROS A SEREM OBSERVADOS DURANTE AS
SESSÕES DE SIMULAÇÃO DE ATENDIMENTOS CLÍNICOS. 2001.
SE DO ROSÁRIO. KINNER, B. F. (1993). CIÊNCIA E COMPORTAMENTO HUMANO. (J. C.
TODOROV & R. AZZI, TRADS.) SÃO PAULO: MARTINS FONTES. (ORIGINALMENTE
PUBLICADO EM 1953).
SOUZA, A.C.A. & VANDENBERGHE, L. (2004). PERSPECTIVA ANALÍTICO-FUNCIONAL.
EM: SOBRE COMPORTAMENTO E COGNIÇÃO: EXPONDO A VARIABILIDADE. ORG.
GUILHARDI, H. SANTO ANDRÉ, SP: ESETEC
SOUZA, A.C.A. (2003). TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BODERLINE SOB UMA
PERSPECTIVA ANALÍTICO-FUNCIONAL. EM: REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA
COMPORTAMENTAL E COGNITIVA. VOL. V. NUMERO 2.
ZAMIGNANI, D. R. UMA TENTATIVA DE ENTENDIMENTO DO
COMPORTAMENTO OBSESSIVO-COMPULSIVO: ALGUMAS VARIÁVEIS
NEGLIGENCIADAS. SOBRE COMPORTAMENTO E COGNIÇÃO: PSICOLOGIA
COMPORTAMENTAL E COGNITIVA: QUESTIONANDO E AMPLIANDO A
TEORIA E AS INTERVENÇÕES CLÍNICAS E EM OUTROS CONTEXTOS. –
ORG. REGINA CHRISTINA WIELENSKA. 1A ED. SANTO ANDRÉ, SP:
ARBYTES, 2000, V. 6.
29
VERMES, J. S.; ZAMIGNANI, D.R. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIA
COMPORTAMENTAL E COGNITIVA, 2002, VOL. VI, NÚMERO 2, 135-149.
A PERSPECTIVA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL NO MANEJO DO
COMPORTAMENTO OBSESSIVO-COMPULSIVO: ESTRATÉGIAS EM
DESENVOLVIMENTO. PUC- SP.
Download

Document