Professor João Galdino
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A incontinência urinária, na mulher é definida,
segundo a Sociedade Internacional de Continência
(“International Continence Society”), como a perda
involuntária de urina pela uretra, secundária ao
aumento da pressão abdominal na ausência de
contração do detrusor, e que acarreta problemas
sociais à paciente.
A incontinência urinária “é a perda involuntária de
urina da bexiga em situações impróprias, devendo
ser
objetivamente
demonstrável.”
Existem diversos tipos de incontinência
urinária, sendo estas as mais freqüentes:
a)
Incontinência
urinária
de
esforço:
compreende a perda de urina após a
realização de um esforço, tal como tossir,
espirrar, rir, subir escada, correr, entre outros.
Sendo, em geral, de causa anatômica.
b) Incontinência por urgência: este tipo
compreende os casos em que quando se
sente a vontade de urinar, não há tempo de
chegar ao banheiro, ou ainda, quando ouvem
barulho de água. Pode ser causada por corpo
estranho, carcinoma de bexiga, infecção
urinária e muitas vezes a causa é
desconhecida.
c) Incontinência urinária por bexiga hiperreflexa:
o quadro é semelhante ao da urgência, no
entanto tem como característica a presença de
doenças neurológicas (avc, parkinson).
d) incontinência paradoxal: é a perda de urina
que ocorre em pessoas com retenção urinária
(obstrução uretral, hipocontratilidade da
bexiga).
Esta patologia pode, ainda, ser classificada como
temporária, quando decorrente de infecções
urinárias
e/ou
ginecológicas,
constipação
intestinal, medicamentos, mobilização, diabetes
mal controladas, entre outras, ou como
permanente, quando decorrente de avc (derrame),
doença de parkinson, hipermobilidade e/ou
incompetência
uretral,
retenção
urinária
(incontinência paradoxal), diminuição do tamanho
da bexiga, entre outras (INCONTINÊNCIA
URINÁRIA,
2003).
É importante salientar que 45% da população
feminina
apresentam
algum
tipo
de
incontinência urinária, sendo destas 50% de
esforço
e
20%
de
urgência.
Existem situações transitórias e definitivas
que podem levar à incontinência urinária.
Dentre as transitórias, responsáveis por cerca
de 50% dos casos de incontinência urinária
nas mulheres idosas, podemos citar:
• Drogas - Existem vários medicamentos que
interferem tanto na função vesical como na
uretral. Algumas drogas contra hipertensão
arterial, por exemplo, podem levar à
incontinência.
• Problemas mentais
Alterações mentais graves que acarretam
perda do sentido de orientação podem levar à
perda da consciência da plenitude vesical.
• Infecção urinária
As cistites agudas são muito comuns em p
acientes idosas e podem levar à urgeincontinência.
•
Deficiência hormonal - A função uretral
relacionada à contenção urinária está
intimamente relacionada à produção hormonal
ovariana
(estrógeno), que é
também
fundamental para a menstruação. Após a
menopausa, a produção de estrógeno diminui,
e em algumas mulheres o tecido uretral tornase mais frágil e sujeito a lesões e infecções.
Dentre as situações definitivas que levam à
incontinência,
podemos
citar:
• Cirurgias abdominais ou pélvicas - Destacam-se
a histerectomia, as falhas das cirurgias para
incontinência e as cirurgias para tratamento de
tumores do cólon ou do reto, dentre outras.
• Acidente vascular cerebral, traumas e tumores
medulares - São situações nas quais pode haver
comprometimento do controle do sistema nervoso
sobre a micção (CLÍNICA DE UROLOGIA, 2003).
De maneira geral, os principais sinais e
sintomas são: perda urinária aos menores ou
maiores esforços; incapacidade de interromper
o fluxo; incapacidade de controlar a micção;
não apresentar dor; perda de urina mesmo
com a bexiga praticamente vazia; gotejamento
constante de urina; desejo freqüente, quase
compulsório de esvaziar a bexiga em curtos
intervalos; entre outros (BASTOS, 1998).
O diagnóstico deve basear-se a partir de três
pontos,
são
estes:
a) História Clínica: deve pesquisar-se sobre a
duração da patologia; a idade de inicio dos
sintomas; a freqüência e o volume de urina;
enurese noturna na infância; cirurgia pélvica
previa; passado obstétrico; história de infecções
genitais; menopausa; estrogenioterapia; prolapso
genital; uso de medicamentos; história pregressa
de patologias como Parkinson, Diabetes,
Demência.
b)
Exame Físico: avaliação especifica do
aparelho geniturinário, com o objetivo de
avaliar a deprivação estrogênica, prolapso
genital, cistocele(hérnia vesical que se salienta
pela vagina), retocele, presença de urina na
vagina, seqüelas cirúrgicas, rigidez, fixação,
edema de uretra, refluxo bulbocavernoso do
tônus do esfíncter uretral e da suscetibilidade
perineal
c) Exames Complementares: sumário de urina,
urocultura,
uretrocistoscopia,
testes
urodinâmicos, urofluxometria, perfil pressórico
uretral, cistometria ( aferir a capacidade da
bexiga,ultra-sonografia.
d) Testes Complementares: prova
absorvente, uretrocistografia em corrente .
do
O tratamento dependerá do tipo, da causa, do grau
de incontinência e de particularidades de cada
caso.
Técnicas comportamentais: essas técnicas mostram
maneiras de controlar o funcionamento da bexiga
e músculos envolvidos no controle da micção.
Medicamentos: existem vários medicamentos que
visam aumentar a residência da uretra, relaxar a
bexiga e a uretra ou contrair a bexiga. Cada
medicamento é específico para cada caso.
Cirurgia: existem mais de cem técnicas
descritas de cirurgia para tratar a incontinência
urinária. Hoje em dia, procura-se a técnica
mais adequada para cada caso sendo
fundamental o diagnóstico correto do que
causa a incontinência. Na sua maioria, elas
reposicionam a bexiga e a uretra corrigindo
defeitos anatômicos. Outras vezes, fecham-se
as fístulas existentes. A remoção de fezes
impactadas se faz necessária em casos de
constipação intestinal severa.
Fisioterapia: é de grande valor para o tratamento
desta patologia, uma vez que melhora o
estado de alerta físico e mental, a locomoção e
a qualidade de vida do paciente, além de
melhor, também o condicionamento dos
músculos que suportam a bexiga e que
impedem
a
perda
urinária
.

- Aumentar a auto-estima e a qualidade de vida da paciente;
- Prevenir, reabilitar ou minimizar as disfunções do assoalho
pélvico;
- Promover relaxamento da musculatura sob tensão;
- Fortalecer a musculatura enfraquecida;
- Aliviar ou eliminar a dor, se presente;
- Reeducar a musculatura do assoalho pélvico;
a
- Orientar a paciente para que esta possa compreender
patologia
e
o
tratamento.
Exercícios de Kegel: deve-se realizar a ponte, o
relógio pélvico, elevador e exercício isométrico
para interrupção e controle urinário. Estes
exercícios visam desenvolver a percepção
proprioceptiva, além do controle e fortalecimento
da musculatura do assoalho pélvico (KISNER, 199)Contrai
o
assoalho
pélvico

Cateter de Foley: este equipamento apresenta-se
em diâmetros variados e após ser inserido na
vagina, orienta-se para que a paciente resista à
retirada do mesmo.
Cones Vaginais: utiliza-se gradativamente cinco
cones de forma e volumes iguais, mas com pesos
variando entre 20 e 70 gramas, contendo um fio
de nylon em seu ápice para a sua remoção; o
cone é inserido na vagina com a extremidade de
menor diâmetro voltada para o vestíbulo, sendo
retido através da contração reflexa (cone passivo)
ou voluntária (cone ativo) da musculatura do
assoalho pélvico; o tratamento pode ser na fase
passiva
ou
ativa.
Estimulação Elétrica: estimula-se as estruturas
neuromusculares do assoalho pélvico; esta
estimulação do nervo pudendo tem por
objetivo fortalecer as fibras musculares do
elevador do ânus e da musculatura estriada
peri-uretral.

Biofeedback: utiliza-se estímulos audiovisuais,
possibilitando, assim, que a paciente
identifique a contração da musculatura do
assoalho pélvico, sem a utilização dos
músculos acessórios.
Fortalecimento da musculatura abdominal, através
de exercícios que realizem movimentos do tronco e
da pelve, tais como rotação do tronco, flexão do
tronco e retroversão pélvica.(Ex:bola de Bobath)

Hidroterapia: este recurso pode ser utilizado
com objetivo promover um bom relaxamento,
bem como favorecer a realização dos
exercícios com uma postura mais adequada,
equilíbrio e coordenação, melhorando, então, a
ADM e a força muscular
Exercícios Recomendados
1º passo: contrair e relaxar o períneo (vagina): ____
vezes em cada uma das posições abaixo.
2º passo: contrair o períneo (vagina) e segure por5
segundos e após relaxe: ____ vezes em cada uma
das posições abaixo.
Em pé, com as mãos na cintura, pernas
juntas,contraia o Glúteo e coloque o quadril
para frente e contraia o períneo; a hora em que
você relaxar o períneo relaxe junto o glúteo e o
quadril:
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Incontinencia Urinaria - Universidade Castelo Branco