REDAÇÃO TÉCNICA
CFS/CAS-2010
OBJETIVOS
• Identificar-se como decisor lingüístico, reconhecendo as
implicações para tal na produção de textos técnicos.
• Reconhecer as características especificas dos principais
documentos oficiais de forma a utilizá-los com
proficiência.
• Ampliar os conhecimentos sobre questões gramaticais
que mais provocam dúvidas em redações técnicas, de
maneira a reconhecer a importância do uso da norma
culta em textos oficiais,
• Exercitar habilidades para obtenção de clareza, coerência
e coesão textuais.
MÓDULOS
Será seguido o Curso de Redação Técnica do
EaD/SENASP, dividido em módulos, abaixo
descritos:
• Texto e intenção;
• Redação técnica, cientifica e literária;
• Revisão gramatical.
MATERIAL EXTRA
Apostila
sobre
confecção
de
ofícios,
requerimentos e históricos de boletim de
ocorrência;
DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA
AULAS PRESENCIAIS:
• Estudo de redação técnica na elaboração de
ofícios, requerimentos e históricos de boletim
de ocorrência;
• Estudo do primeiro módulo.
DESENVOLVIMENTO DA MATÉRIA
AULAS NÃO PRESENCIAIS:
• Estudo dos demais módulos;
• Atividades de fixação e
rendimento.
avaliação
de
AVALIAÇÃO
• Trabalhos
• Verificação corrente – VC
• Prova de Proficiência Profissional – PPP
• Nota conceitual
OFÍCIOS
• Diferença entre redação técnica e literária;
• Estrutura do ofício;
– Parte I: timbre, numeração, local, data e vocativo
– Parte II: texto propriamente dito;
– Parte III: fecho, assinatura, identificação do
signatário e destinatário.
TIMBRE
A folha de papel com o brasão da PMMS é que nos
dá a idéia de oficialidade ao documento. Este
brasão (que simboliza o papel timbrado
anteriormente) deverá estar a esquerda na
margem superior do documento com os dizeres
apostos dele.
Quando se tratar de documento de uso interno
(entre unidades da própria corporação)
poderemos utilizar o brasão, logomarca ou signo
da própria unidade a que pertence.
NUMERAÇÃO DO DOCUMENTO
A seqüência a ser seguida deverá começar no
dia 1º de janeiro de cada ano e encerrado no
dia 31 de dezembro, perfazendo uma ordem
natural dos números inteiros.
Preenche-se, alinhando à margem esquerda do
documento e logo abaixo do timbre, a palavra
“Ofício”, seguida da numeração (barra ou
traço) e a sigla da unidade, seção, divisão ou
gabinete no qual o expediente foi gerado.
EXEMPLO
Ofício nº 031/2010 – ScmdoSv/CFAP.
TRADUÇÃO
(Ofício n.º 031 do ano de 2010, oriundo da
seção de comando e serviço do Centro de
Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
EXEMPLO
Quando se tratar de documento circular, deverá
ser indicado em caixa alta logo após a seção
originadora, a exemplo:
Ofício nº 031/2010 – ScmdoSv/CFAP(CIRCULAR)
LOCAL E A DATA
Configuram a certidão de nascimento do
documento. O término dela deve coincidir
com a margem direita da folha. Devemos
sempre lembrar destas duas observações
importantíssimas:
Apesar de nome próprio, o mês deve ser grafado
com letra minúscula;
Não se deve esquecer do ponto final após o ano;
(Ex – Campo Grande-MS, 15 de junho de 2009.)
VOCATIVO
Oriundo da palavra invocação, o vocativo serve
para chamar a atenção ou invocar uma pessoa a
que observe o que você pede. Deverá estar
disposto acompanhando a margem esquerda do
PARÁGRAFO (e não da folha) e com o pronome
de tratamento devido àquela autoridade. (Obs –
Lembrar-se de que apenas o Comandante-Geral
da PMMS recebe o tratamento de V.Exª ou
Excelentíssimo Senhor enquanto que todos os
outros abaixo dele são tratados de V.S.ª ou
Senhor)
VOCATIVO
É importante lembrar que preferencialmente
deverá ser escrito por extenso este
tratamento e, ao final do vocativo, poderá se
utilizar de (:), (.) ou (!), sendo mais apropriado
o uso de (,) ao final, por ser parte integrante
do texto propriamente dito.
VOCATIVO
Campo Grande-MS, 22 de abril de 1500.
Senhor Diretor,
• VOCATIVO
TEXTO
Devemos
observar
quatro
características
importantes no texto a ser escrito:
• PRECISÃO;
• CLAREZA;
• CORREÇÃO GRAMATICAL;
• DESDOBRAMENTO;
TEXTO
Precisão – o conteúdo deve ser direto e
objetivo, evitando várias interpretações;
TEXTO
Clareza – conterá vocábulos simples, sem
rebuscar muito, contudo não deverá ser vulgar
no seu conteúdo;
TEXTO
Correção gramatical – um bom texto não pode
conter erros de ortografia. Com a figura do
computador em nossas vidas passamos a não
corrigir palavra por palavra do que foi escrito
pois, no “Word”, temos a correção ortográfica
automática, embora nem sempre ele capte
todas as incorreções executadas no ato da
digitação;
TEXTO
Desdobramento – O texto deverá ser numerado
parágrafo por parágrafo
TEXTO
Caso necessitemos de subdivisões destes parágrafos,
teremos:
1. Parágrafo
a. subparágrafo
1) alínea
a) alínea
2. Parágrafo
3. Parágrafo
FECHO
O objetivo do fecho é o arremate do texto e a
saudação final ao destinatário sendo assim, não
virá cheio de expressões supérfluas e
descartáveis. Outrora se usavam fechos de
cortesia com os seguintes dizeres:
• Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa
Excelência os protestos do meu mais elevado
respeito,
• Com elevada estima e consideração, subscrevome,
• Cordiais saudações,
FECHO
Manual da Presidência (6 de março de 1992),
através do Decreto 100.000 instituiu a
Instrução Normativa n.º 4, tornando
obrigatória sua utilização por todos os órgãos
da Administração Pública
FECHO
Nele se estabelece o uso do vocábulo
“respeitosamente” para as correspondências
dirigidas às autoridades de hierarquia superior
à do subscritor do ofício (quem assina)
FECHO
Em contrapartida, prescreve o termo
“atenciosamente” para autoridades de
mesma hierarquia ou de hierarquia inferior a
de quem assina.
FECHO
Sempre utilizaremos a vírgula após o fecho pois
este faz parte da oração que compõe a
assinatura do signatário, caracterizado pelo
adjunto adverbial deslocado. Devendo,
preferencialmente, ser centralizado no corpo
do texto e logo acima da assinatura.
FECHO
A
oração original seria a seguinte: “Subscrevo-me
atenciosamente Fulano de Tal”. Como ocultamos o verbo,
pois existe a assinatura posposta, deslocamos o adjunto
adverbial (Atenciosamente) que inicia a frase e é separado
por vírgula do assinante (Fulano de Tal), ou seja:
Atenciosamente,
(assinatura)
Fulado de Tal
(cargo)
ASSINATURA
POR DELEGAÇÃO – decorre de uma prévia
delegação de poderes em que, o titular do
cargo ou função, confere ao subtitular a
responsabilidade de assumir em seu lugar por
tempo determinado ou, ao menos, sabido
ASSINATURA
Respeitosamente,
(assinatura)
CARLOS AMBRÓSIO PINTO PACA – MAJ PM
Comandante
Por delegação:
(assinatura)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Subcomandante
ASSINATURA
NO IMPEDIMENTO - origina-se pela ausência
fortuita do titular que deveria subscrever o
documento. Note-se que, neste caso, não
existe delegação de poderes. A ausência é
momentânea e sem limite temporal específico
ASSINATURA
Respeitosamente,
No impedimento(MANUSCRITO)
CARLOS AMBRÓSIO PINTO PACA – MAJ PM
Comandante
(assinatura do substituto)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Subcomandante
ASSINATURA
INTERINO E RESPONDENDO PELO COMANDO alguém que assume função de outro que foi
exonerado do cargo, ou seja, temos uma
situação de vacância que deverá ser
preenchida por alguém abaixo daquele e que
responda efetivamente pelas atribuições.
ASSINATURA
Tanto um como o outro deverá conter o nome
completo apenas de quem substitui (seja
interinamente ou respondendo pelo cargo,
chefia ou função) e abaixo do nome a situação
em que ele se encontra
ASSINATURA
(assinatura do substituto)
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Cmt. Int.
ou
MARCOS PINTO MEIA PACA – CAP PM
Resp. p/ Cmd.º
DESTINATÁRIO
É a autoridade receptora do documento, a quem
se destina a mensagem do ofício
DESTINATÁRIO
EXEMPLO:
Do: Cmt do 14.º BPM
Ao: Ex. m.º Sr. Cel PM Cmt Geral
DESTINATÁRIO
Deixou de praticar tal forma em face do Manual
da Presidência que, sabiamente, desfez tal
redundância (já que o signatário irá assinar ao
final do documento) e deslocou o destinatário
para o final do texto da primeira folha e
acompanhando a margem esquerda do papel.
Deve-se preencher a forma de tratamento por
extenso, nome completo do destinatário,
função ou cargo que ocupa, e o endereço a
quem se destina, se possível com o CEP
DESTINATÁRIO
EXEMPLO:
Ao Senhor Cel PM Victor Taranto Filho
Comandante do 3.º BPM
Quartel de Dourados
CEP 79100-00
DESTINATÁRIO
Note-se que tal forma foi melhor aceita pois
dobrando-se o documento em três partes,
teremos o endereço e destinatário como
frente do documento a quem se destina,
grampeando as laterais e enviando-a desta
maneira.
DESTINATÁRIO
Exemplo de ofício
Boletim de
ocorrência
O boletim de ocorrência (BO) é, sem dúvida, o
documento mais importante produzido pela
Polícia Militar. As informações nele contidas
são de suma importância, podendo ser
cruciais no desfecho de um processo judicial,
visto terem sido colhidas ou observadas ainda
no
calor
dos
acontecimentos.
É através do BO que se leva à autoridade policial
ou judiciária a notícia crime, fornecendo-lhes
uma série de dados (nomes de agentes,
vítimas, testemunhas, vestígios, instrumentos
e produtos de crime, etc.). É também um
precioso meio de resguardo da legalidade em
que se pautou a ação ou operação policial.
O boletim de ocorrência pode ser conceituado
como sendo o registro ordenado e minucioso
das ocorrências que exigem a intervenção
policial. Ocorrência policial, por sua vez, é
todo fato que, de qualquer forma, afete ou
possa afetar a ordem pública e que exija a
intervenção policial por meio de ações ou
operações.
O boletim de ocorrência é um documento
oficial. Portanto, deve seguir os princípios
expressos e reconhecidos da Administração
Pública
(legalidade,
impessoalidadde,
moralidade,
publicidade,
eficiência,
motivação, entre outros).
A redação do BO deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto da
língua, clareza, concisão, coerência e
objetividade. Na redação oficial, não há lugar
para impressões pessoais, como as que, por
exemplo, constam de uma carta a um amigo,
de uma postagem de um blog ou mesmo de
um texto literário. O BO deve ser isento da
interferência da individualidade da pessoa que
o elabora.
Via de regra, o BO é constituído de vários
campos, principalmente descritivos, a fim de
serem relacionados dados como qualificação
dos envolvidos, materiais apreendidos,
integrantes da equipe policial, entres outros.
O preenchimento desses campos é intuitivo,
sem muita dificuldade. A coisa começa a se
complicar no campo do histórico da
ocorrência, onde o policial narra os fatos. É
nesse ponto, em especial, que queremos lhe
ajudar. Como em toda narração, o histórico de
ocorrência deve conter:
Quem? Personagens.
Quê? Atos, enredo.
Quando? Dia, hora, momento.
Onde? O lugar da ocorrência.
Como? O modo como se desenvolveram os
acontecimentos.
Por quê? A causa dos acontecimentos, se for
sabida.
Recomenda-se que os fatos sejam narrados na
seguinte ordem:
1. O acontecimento que gerou a ocorrência ou
como ocorreu o empenho.
2. Circunstâncias com as quais o policial se
deparou ao chegar ao local da ocorrência.
3. Providências policiais, devidamente
fundamentadas e motivadas.
4. Desfecho da ocorrência.
No histórico do BO, deve-se relatar apenas o
que é significativo, selecionar fatos relevantes
e evitar que os acontecimentos se amontoem
sem nenhum significado. Os dados que forem
lançados em campos parametrizados não
precisam ser repetidos no histórico, exceto se
forem importantes para a narrativa.
O histórico de BO deve ser fiel à realidade,
dando noção do lugar, circunstâncias e
participação dos envolvidos. Deve narrar, de
forma concisa e objetiva, todas as informações
colhidas no local da intervenção policial, as
quais terão valor inestimável nas investigações
posteriores.
Em observância aos princípios da legalidade e
motivação, o relator da ocorrência deve fundamentar
as ações e providências que adotar, principalmente
coercitivas, como uso da força, prisões, apreensões e
multas. Deve expor, de forma lógica e objetiva, os
motivos de fato e de direito que o levaram a adotar
tais medidas. Por exemplo, quando o policial
apreende um objeto/instrumento que tem relação
com o crime, ele deve indicar o motivo de ter
tomado essa providência. O ato administrativo não
tem eficácia nem validade se não estiver alicerçado
no Direito e na Lei. Quando o policial motiva suas
ações, ele afasta possíveis suspeitas e resistências.
É importante salientar que o policial não pode
fazer afirmações sobre as quais se exige um
laudo pericial. Por exemplo, num acidente de
trânsito, ele não pode concluir qual dos
condutores deu causa ao acidente. Não pode
afirmar que uma substância encontrada é um
entorpecente. Nesse caso, deve descrevê-la de
maneira genérica. Exemplos:
- Substância esverdeada semelhante à
maconha.
- Pó branco semelhante à cocaína.
A persuação deve se dar pelos fatos; o fato é algo
verdadeiro, uma realidade inquestionável.
Fatos não se discutem. Mesmo se os argumentos
forem verdadeiros, eles podem não levar a nada.
Porém, se os argumentos forem baseados em
fatos rigorosamente observados, poderão
conduzir à certeza absoluta. A partir de premissas
verdadeiras, chega-se a uma conclusão, a uma
verdade inconstestável.
É o chamado raciocínio dedutivo. Exemplo:
Todo homem é mortal. (fato provado/premissa
verdadeira)
Roberto é homem. (fato provado/premissa
verdadeira)
Logo, Roberto é mortal. (conclusão)
Enfim, um BO bem confeccionado é aquele
que narra os acontecimentos de maneira
ordenada, coerente, clara, concisa, precisa,
objetiva e que resguarda as ações e
providências
adotadas
pelos
policiais
explicitando os fundamentos de fato e de
direito, estabelecendo uma lógica entre estes.
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