A importância do enxofre
Um insumo essencial
São três as matérias-primas básicas utilizadas na produção dos fertilizantes: a
amônia, a rocha fosfática e o enxofre.
O enxofre, elemento simples de símbolo S
(do latim sulphur), é considerado o quarto
nutriente mais importante para as plantas, depois do nitrogênio (N), do fósforo
(P) e do potássio (K), e indispensável para
os solos do cerrado brasileiro. A produção
mundial de 43 milhões de toneladas
anuais provém, principalmente, de
processos de limpeza do gás sulfídrico
(H2S) existente no petróleo e gás natural.
O Canadá lidera as exportações mundiais, com 7 milhões de toneladas por ano.
A maior parte do enxofre é convertida
em ácido sulfúrico, que é utilizado na produção de fertilizantes fosfatados (55%) e
em mais de 5 mil produtos da indústria
química (45%).
O preço desta commodity mais que dobrou nos últimos dois anos, em razão do
grande aumento de consumo da China,
que passou de 0,8 milhão de toneladas
em 1997 para 4,1 milhões em 2002, devido à substituição de pequenas fábricas
de conversão de piritas por grandes fábricas de ácido sulfúrico.
O Brasil consome cerca de 1,6 milhão de
toneladas anuais de
enxofre elementar,
importando
90%
desse total, em virtude da pequena
produção nacional,
restrita à Petrobrás.
A Galvani importou
125 mil toneladas de enxofre em 2002,
que foram destinadas às duas fábricas
de ácido sulfúrico de Paulínia (102 mil
toneladas), à de Luís Eduardo Magalhães
(10 mil toneladas) e à venda para usinas
de açúcar (13 mil toneladas).
As compras de Paulínia são consolidadas
com as de outros dois grandes consumidores nacionais, a Elekeiroz e a
Nitroquímica. O maior fornecedor desse
grupo é a Shell Canadá, que produz 46%
do enxofre canadense. Depois de percorrer 1.200 quilômetros por ferrovia até o porto de Vancouver, na costa oeste, o produto
é embarcado em navios “Panamax” de 50
mil toneladas ou mais. Após atravessar o
canal do Panamá, o enxofre é descarregado no porto de Sepetiba (RJ), no pátio
“zero” do terminal de carvão da Cia.
Terminal da CSN em Sepetiba (RJ)
Siderúrgica Nacional (CSN), num ritmo de
25/30 mil toneladas por dia. Em seguida é
transportado pela ferrovia MRS, em bitola
larga, para os três importadores.
A Galvani utilizava o porto de Santos (SP),
mas, a partir de uma decisão estratégica
e também devido às grandes vantagens
operacionais e menores custos, optou por
Sepetiba. Para adequar as instalações do
terminal ao manuseio de enxofre, a
Galvani projetou e executou as obras do
desvio ferroviário e do sistema de carregamento de vagões.
No transporte ferroviário para Paulínia, a
empresa utiliza uma frota composta por
vagões próprios e da MRS, de seu uso exclusivo, sendo também responsável pela
manutenção destes vagões.
Agrishow Cerrado
Uma presença bem-sucedida
O Agrishow Cerrado 2003, realizado em
Rondonópolis (MT) de 8 a 12 de abril, foi
um sucesso. Esteve presente o governador do Estado, Blairo Maggi, que participou da solenidade de abertura e
transferiu, durante a semana da feira, a
sede do Governo do Mato Grosso para
o local do evento.
No estande da Galvani, foram apresentadas aos visitantes as unidades que
compõem o Grupo e divulgados os
investimentos previstos para os próximos
anos. A presença da equipe comercial
e de um dos diretores, Ronaldo Galvani,
consolidou e estreitou os laços comerciais com vários clientes.
O estande promoveu, principalmente, a
U.I.A. (Unidade Industr ial de Alto
Araguaia), inaugurada em agosto do
ano passado, divulgando as facilidades
e vantagens da distribuição, através
desta unidade, da produção do C.I.P.
Ronaldo (centro) com clientes no Agrishow
(Complexo Industrial de Paulínia) para
os clientes do Centro-Oeste, principalmente do Mato Grosso.
O evento foi mais uma demonstração
do vigor do agribusiness brasileiro.
Editor ial
Pouco antes do encerramento desta
edição, o Sr. Rodolpho Galvani faleceu em
São João da Boa Vista.
O poder de transformação da agricultura do
A Galvani no oeste da Bahia
Após 94 anos de existência, o “Sr.
Adolfo”, como era conhecido, deixa
como principal legado o exemplo de
uma vida dedicada ao trabalho, à
família e às boas ações.
Muitos dos valores que norteiam o Grupo
foram plantados ao longo dos anos em
que esteve à frente dos negócios e consolidados com as orientações transmitidas a
seus descendentes, sempre com entusiasmo e confiança. Esses valores são, até hoje,
os principais responsáveis pelas vitórias alcançadas e pelas perspectivas projetadas
para o futuro.
Sempre disponível e generoso com seus familiares, amigos, vizinhos, funcionários e exfuncionários, dando conselhos, apoiando
iniciativas, conciliando desavenças, corrigindo injustiças, arrumando um emprego,
consolando uma perda e até ajudando
“concorrentes”. De todos, em contrapartida, exigia apenas a honestidade do
propósito e dedicação ao trabalho.
Por ocasião do seu sepultamento, uma
grande quantidade de amigos compareceu ao velório numa demonstração de
carinho à memória do “Sr. Adolfo” e solidariedade aos filhos Lizéti, Rodolfo,
Ronaldo e Roberto, aos seus 15 netos e,
principalmente, à Dona Lina, sua dedicada esposa durante 65 anos de uma feliz e
harmoniosa união.
Rodolpho Galvani
• 02.08.1908
† 25.05.2003
Raízes - Ano 1 - No. 2 - Junho de 2003
Informativo do Grupo Galvani - Av. Onófrio Milano,
589 - São Paulo, SP - CEP 05348-030
Fone: (11) 3768-0044 - Fax: (11) 3768-3334
E-mail: [email protected]
Diretoria: Rodolfo Galvani Jr., Ronaldo Galvani e
Roberto Galvani.
Coordenação: Rodolfo Galvani Neto.
Redação: Antonio Virgílio da Silva (MTPS 18.409).
Produção gráfica: Angela Sader Tescari e Theo.
Ilustrações: Theo.
Fotolito e impressão: Rush
Tiragem: 2.500 exemplares
O
crescimento da agricultura no Brasil
sustenta-se nos ganhos de
produtividade com a adoção de técnicas modernas e na contribuição das
novas fronteiras agrícolas.
A região do Cerrado, o maior bioma do
País depois da Mata Amazônica, tem
uma área de 200 milhões de hectares
distribuídos pelo Centro-Oeste, Norte e
Nordeste. Desta área total, pelo menos
120 milhões de hectares podem ser incorporados ao sistema produtivo, possuindo topografia e solos favoráveis à
mecanização e um ecossistema estável.
Somente uma pequena parcela deste
total está sendo hoje utilizada, embora
já responda por mais da metade da
produção de soja do País , o que
demonstra o enor me potencial do
Cerrado, sem dúvida alguma, a maior
reserva agricultável do mundo.
Foram os naturalistas viajantes, como o
dinamarquês Warming, que no final do
século XIX chamaram a atenção do
mundo científico para os cerrados. A
partir principalmente de pesquisas da
Embrapa, demonstrou-se que, apesar
da baixa fertilidade dos solos, podia-se
obter altas produtividades com a
adoção de tecnologias adequadas
para sua correção e adubação, com a
introdução da prática da irrigação e
com melhorias genéticas das sementes,
promovendo o surgimento de variedades mais adaptadas às condições
de solo e clima da região e resistentes
às pragas e doenças.
O cerrado do oeste da Bahia é uma das
áreas que mais têm atraído agricultores,
sobretudo do sul do Brasil e até do exterior.
Plantam-se soja (mais de 80% das terras
cultivadas da
região), milho, algodão e culturas irrigadas, notadamente café
e frutas, com produção global estimada
em 3 milhões de toneladas.
O oeste da Bahia soma 1,2 milhão de
hectares de área plantada, destacando-se Luís Eduardo Magalhães, que se
emancipou em 30 de março de 2000,
como a maior produtora de grãos do
Nordeste. O município também concentra 15% da pecuária do Estado,
com rebanho de 1,5 milhão de
cabeças de gado.
Com o mesmo impulso pioneiro dos produtores da região, a Galvani instalou-se
em Luís Eduardo Magalhães (então
Mimoso d´Oeste, um distr ito de
Barreiras) em 1992, inicialmente com
uma fábrica de fertilizantes líquidos. Em
seguida, vieram a primeira fábrica de
superfosfato da Bahia, uma planta de
granulação e a segunda unidade de
ácido sulfúrico do Estado. A Galvani é,
até hoje, a única indústria de fertilizantes do oeste da Bahia.
Após vários anos de pesquisas
d e c a m p o , a p e r fe i ç o a mento de equipamentos
e rigorosa seleção de
ma t é r i a s - p r i ma s , a
Galvani desenvolveu
produtos ideais para
o Cerrado, com ênfa s e n a u t i l i z a ç ã o
de superfosfato simp l e s , fo r n e c e n d o ,
assim, os nutr ientes
mais essenciais para
e s t e s s o l o s : o f ó s fo ro
(P), o cálcio (Ca) e o
enxofre (S).
o cerrado
Atualmente estão sendo feitos investimentos nas seguintes áreas do C.I.L.E.M.
(Complexo Industrial de Luís Eduardo
Magalhães):
• nova unidade de ácido sulfúrico;
• novo superfosfato (Super II);
• nova granulação (G II);
• nova moega de descarga;
• novo carregamento a granel;
• nova misturadora e ensaque de big bags;
• mais 22 mil m2 de armazéns graneleiros;
• mais 5 mil m2 de ruas pavimentadas.
Essas obras deverão estar concluídas
até meados de 2004 e elevarão as capacidades anuais do C.I.L.E.M. para:
• produção de ácido sulfúrico: 115 mil
toneladas;
• produção de superfosfato simples: 300
mil toneladas;
• produção de fertilizantes granulados:
300 mil toneladas;
• produção de fertilizantes farelados:
100 mil toneladas;
• capacidade de estocagem: 150 mil
toneladas;
• ca pacidade de recepção: 5 mil
toneladas/dia;
• capacidade de expedição: 5 mil
toneladas/dia.
Todo esse esforço em investimentos
aprimora as operações da Galvani na
região e lhe permite acompanhar a
forte expansão da agricultura das novas
fronteiras dos cerrados da Bahia e também das regiões vizinhas do Piauí,
Tocantins e Maranhão.
Notícias das Unidades
U.M.L. (Lagamar - MG). Nos próximos
dois meses, estarão concluídos o plano
de lavra e a engenharia básica da
planta de concentração para o
aproveitamento de fosfato do Corpo C,
da U.M.L. (Unidade de Mineração de
Lagamar). Os licenciamentos ambientais também já estão encaminhados e,
com isso, o início da exploração continua prevista para o primeiro semestre
do próximo ano.
C.I.P. (Paulínia - SP). Ter minaram as
paradas para manutenção das
unidades de ácido sulfúrico, superfosfato e granulação no C.I.P. (Complexo
Industrial de Paulínia).
Nas plantas de ácido sulfúrico, foi feita a
substituição usual dos catalisadores gastos e um reforço na sua quantidade e
qualidade para garantir um aumento
da eficiência de conversão e diminuir
ainda mais os já baixos índices de emissões atmosféricas. O novo superaquecedor da planta I per mitirá que esta
unidade gere vapor com qualidade
idêntica à da planta II, proporcionando,
desse modo, melhor rendimento na produção de energia elétrica.
O Turbo-gerador II já está operando normalmente, gerando 7,5 mW de energia
elétrica e suprindo 90% do consumo total do Complexo.
No Superfosfato II, realizaram-se melhorias visando um aumento da capacidade de moagem.
Na Granulação II foi instalado um segundo filtro no sistema de despoeiramento e as chaminés dos lavadores
de gases do secador e do granulador
fo ra m a u m e n t a d a s e m 1 0 m e t ro s
para melhorar a dispersão atmosférica das emissões.
U.M.I. (Irecê - BA). Chuvas inesperadas
até meados do mês de maio prejudicaram a lavra do minério e as operações de homogeneização e
concentração a seco de fosfato na
U.M.I. (Unidade de Mineração de Irecê).
Apesar disso, houve uma grande melhoria nos níveis de produção nos meses de
abril e maio, praticamente recuperando-se o atraso anterior. As entregas continuam for tes e tudo indica que as
metas de produção de concentrado
seco, concentrado flotado e Fosbahia
projetadas para o ano poderão ser
atingidas e até mesmo superadas.
Angico dos Dias (BA). No dia 5 de maio,
um dos diretores do Grupo Galvani,
Rodolfo Galvani Jr., acompanhado do
secretário da Indústria, Comércio e
Mineração da Bahia, Otto de Alencar,
foi recebido na capital baiana pelo
governador Paulo Souto. O governador
foi informado do andamento das obras
de Angico dos Dias, cujo projeto tem
acompanhado com especial interesse.
As obras encontram-se em bom ritmo,
prevendo-se para, até o final do mês de
julho, o término dos dois pátios de homogeneização do minério.
U.B.P. (Paulínia – SP). Durante os anos de
2001 e 2002, a U.B.P. (Unidade de
Britagem de Paulínia) bateu todos os
seus recordes de produção e venda de
pedras britadas. Este ótimo desempenho
foi devido, principalmente, às grandes
obras públicas e privadas realizadas na
região de Campinas, como a implantação da terceira faixa de rolamento e
melhoramento das duas pistas da
rodovia D. Pedro I e à construção do
maior shopping center da América
Latina, o Parque D. Pedro. Com o término
destas obras e estando o mercado
atualmente em crise, a U.B.P. optou por
investir na diversificação de suas atividades, procurando verticalizar e agregar
valor a seus produtos. Em março, a empresa adquiriu uma usina de solos que já
está sendo utilizada na graduação de
britas. Atualmente, a U.B.P. planeja a
aquisição da usina de C.B.U.Q. (concreto betuminoso usinado à quente) e
voltar a atuar na prestação de serviços
de engenharia de forma mais efetiva.
U.B.P. - Unidade de Britagem de Paulínia
A história do Grupo Galvani - 1
Pioneirismo e determinaçåo
A história do Grupo Galvani, construída ao longo dos anos com muita determinação e trabalho, remonta ao
tempo das correntes imigratórias do
final do século XIX. Nessa época,
chegou ao Brasil o italiano Fioravante
Galvani, vindo de Ficarollo, na província vêneta de Rovigo, para trabalhar,
como muitos oriundi, nas lavouras de
café do interior paulista. Depois de
algum tempo, ele iniciou em São
Sebastião da Grama (SP) uma pequena produção de bebidas bastante artesanal.
No início da década de 20,
Fioravante mudou-se para a cidade
vizinha de São João da Boa Vista.
Viúvo, levando consigo inicialmente
apenas o filho Rodolpho, passou a
produzir, nesta cidade, refrigerantes e
uma gostosa cerveja preta apelidada de “Pretinha”.
Na década seguinte, Rodolpho e seu
ir mão Cyro tomaram a frente do
negócio e promoveram sua expansão. A cerveja “Pretinha”, o guaraná
“Paulistano” e a famosa “sodinha dos
Galvani” passaram a ter largo consumo na região. No final dos anos 30,
os irmãos compraram seu primeiro
caminhão para transportar
bebi d as , ta n to a s d e
prod ução pr ó pr i a , co mo
outras, que apenas comerci al i zava m. Na s ci a a í a
Transportadora Galvani Ltda.
Assim, o Grupo foi, no interior
paulista, um dos pioneiros
na indústria de bebidas e
no ramo de transportes.
Na década de 40, Rodolpho
e Cyro – pai e tio dos atuais diretores Rodolfo, Ronaldo e
Roberto – expandiram ainda
mais suas atividades. No ramo de
bebidas , foram nomeados distribuidores da Brahma, interrompendo
a
fa br icação
da “Pretinha”.
Continuaram a fabricar refrigerantes
e vinagre e passaram a engarrafar e
distribuir vinho, cachaça e álcool. A
Transportadora Galvani começou a
transportar também produtos agrícolas produzidos na região (café, batata,
cebola, arroz e feijão), principalmente
para São Paulo, Santos e Rio de
Janeiro. As cargas de retorno eram cimento, sal e adubo de diversas empresas, como a Quimbrasil, Anderson &
Clayton, C.B.A. e Ar thur Vianna.
(Continua na próxima edição.)
A logomarca da Galvani
Consolidando uma imagem
A logomarca de uma empresa representa sua identidade visual e tem
como objetivo associar à imagem os
valores que orientam a conduta dessa
empresa. No caso da Galvani, a logomarca original foi criada para uma
empresa de transportes, ramo inicial
do Grupo, e representava o movimento de ida e volta, proteção da carga,
integração, entre outros. Hoje ela representa a diversificação das atividades da Galvani, bem como sua
constante evolução e reciclagem (as
setas), crescimento e consolidação (o
degradê), sem perder suas raízes de
empresa familiar (o nome Galvani) e
brasileira (o verde-amarelo).
Motoristas da Galvani em 1947:
Juca, Mineiro, Onofre e Joaquim e os
caminhões International Harverster KB-7.
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Raízes 02