Maria Salete Arenales Loli
Universidade Estadual de São Paulo- UNESP
www.jogotuneldotempo.com.br
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Adolescentes
Desprendidos
do lúdico e imaturos para a
linguagem verbal: Como
abordar-los tecnicamente?
(personagem Andy – Toy Story III)
“O abandono em Psicoterapia Breve de adolescentes:
uma falha na comunicação verbal/não verbal”
(Outeiral, 1981)
“O objetivo deste trabalho é apresentar um dos fatores que
julgamos importantes no abandono da psicoterapia breve
pelos adolescentes: a falha na comunicação entre estes e o
psicoterapeuta”.
Este autor, apresenta diferentes casos de abandono do
tratamento psicoterápico justificados “na dificuldade dos
dois (psicoterapeuta e cliente) ‘conversarem’ durante a
sessão”.
Pacientes Adultos em psicoterapia abordam suas
psicoterapias quando adolescentes.
É fundamental destacar que, a
dificuldade de verbalizar
fluentemente nesta faixa etária, se
trata de uma dificuldade “normal” de
expressão do verbal.
• Destaco as palavras de Garcia (2007):
“Em linhas gerais, esses pacientes tendem a ser
mais superficiais no contato com seus afetos.
São pacientes que fazem desse recurso, um
modo de se manterem estáveis com suas
defesas”.
• Aponta ainda que “não considera
esta
característica como sendo sempre uma resultante
de patologia, mas, sim, como um modo de
organização comum deste momento do do
desenvolvimento.
O Gênio da Lampada
apareceu na sua vida e
te pede para que faça 3
pedidos a serem
realizados. Quais
seriam?
Que resultados você
deseja do processo
psicoterápico na sua
vida ?
Imagine-se numa situação de
estar num vôo prestes a cair. Foi
autorizado aos passageiros que
fizessem ligações via celular
para quem desejassem. O tempo
é curto, provavelmente de
alguns minutos, possibilitando
no máximo duas ligações.
Para quem você ligaria?
O que diria?
Se você pudesse mudar de
idade, com qual gostaria
de estar? E por que?
Se tivesse poderes
mágicos, o que
você mudaria na
sua mãe/pai?
Posteriormente começara a surgir
as frases em três períodos:
PASSADO
Com temas que visavam
o resgate de fatos
passados para que o
adolescente
pudesse
reconstruir a própria
história;
1. Um apelido de infância que eu gostava e
um outro que eu não gostava...
2. O meu prato predileto era...
3. Tinha muito medo de...
4. Os programas de TV que eu mais
gostava…
5. O animal de estimação que mais me
marcou…
PRESENTE
Com o objetivo de
conhecer o adolescente
em sua rotina cotidiana
(fatos atuais);
1. Três coisas que eu faço e que me dão um
grande bem estar são...
2. Acredito que tenho potencial para...
3. A mudança mais significativa na minha vida
foi...
4. Sou viciado (a) em...
5. Uma mania que tenho e da qual não gosto...
FUTURO
Propicia a oportunidade de colocar o
adolescente a imaginar-se em um futuro
(algumas vezes próximo, outras vezes
longínquo)
1. Os meus maiores medo são...
2. A profissão que pretendo seguir...
3. Quando eu tiver a idade dos meus
pais...
4. Copiaria da casamento dos meus pais
se tivesse casado (a)?
5. Um sonho que desejo realizar...
• Objetivo de transformar as frases em
jogo:
• Embaralhar os tempos passado,
presente e futuro;
• Tornar lúdico o material.
Com auxílio deste recurso técnico no processo
psicoterápico constatou-se a possibilidade
levantar os seguintes aspectos:
• Dados da rotina familiar;
• Diagnóstico de acontecimentos significativos;
• Diagnóstico de pessoas significativas para a sua
formação;
• Dados da adaptação escolar e social;
• Detecção de medos e angústias;
• Manifestações de alguns sintomas clínicos;
• Descoberta e reconhecimento de habilidades
próprias;
• Projetos de vida futura (ou a inexistência
destes), sonhos e ideais.
O método e técnica psicanalítico inicia sua
história no universo de pacientes adultos –
através do relato verbal.
A experimentação e posterior prescrição para
crianças conduzem a comunidade psicanalítica
em novas e fundamentais reestruturações da
técnica proposta.
• Com o famoso “Pequeno Hans”(1909) temos o
marco inicial de trabalhos desta abrangência, embora
com este caso clínico, a intenção inicial de Freud não
era de formular as bases desta modalidade de
tratamento.
• A intenção era de confirmar suas hipóteses acerca da
sexualidade infantil (Abrão, 2001).
• Pai – conduzia a análise do filho.
Desta forma, nos primórdios da psicanálise,
inúmeros analistas como Yung, Abraham,
Melanie Klein, analisavam seus próprios filhos.
Com esta última, o seu caso mais famoso –
Fritz - era seu filho Erich.
A psicanálise infantil permaneceu alguns anos
pouco explorada o que pode ser explicada
pela própria postura de Freud que apontava a
psicanálise como um procedimento pouco
apropriado para o tratamento de crianças.
Ele só retornará ao tema, com uma posição mais
otimista, no ano de 1933, ocasião em que os
fundamentos teóricos e técnicos de análise infantil
já haviam sido desenvolvidos por Melanie Klein e
Anna Freud, salientando a necessidade de
adaptações da técnica .
(Abrão, 2001p.40)
O atendimento psicoterápico
de adolescentes é marcada por
peculiaridades que se fazem
necessárias, muitas vezes,
modificações técnicas.
Os sinais sintomas de nossos
adolescentes, como coloca
Winnicott, “funciona como um
apelo dirigido ao outro e,
portanto, contém uma
expectativa de resposta”.
Entendemos que esta expectativa de resposta
exige de nós psicoterapeutas, especialmente
na nossa sociedade atual, a criação de canais
de comunicação mais adequados e a
organização de uma linguagem comum
considerando as condições psíquicas desta
faixa etária.
Maria Salete Arenales Loli
Universidade Estadual de São Paulo- UNESP
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