ID: 53362482
09-04-2014
Tiragem: 12000
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 13,01 x 29,74 cm²
Âmbito: Regional
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DG-AAC contra propina
de sete mil euros
DB-Luís Carregã
111 A Associação Académica de Coimbra (AAC)
vai assumir, hoje, uma firme
posição crítica face ao valor
da propina internacional
recém-aprovada pela Universidade de Coimbra (UC).
A Direção-Geral da AAC
fecha, assim, uma ronda de
contactos e reuniões com
estudantes internacionais –
na sua maioria brasileiros e
oriundos da África lusófona
– e também com os núcleos de faculdade. O objetivo
foi, justamente, o de tomar
uma posição pública sobre
o Estatudo do Estudante Internacional e os seus reflexos na UC – cujo Conselho
Geral, recorde-se, aprovou o
valor de sete mil euros para a
propina, a partir do próximo
ano letivo.
Num plenário, realizado
domingo, todos os cerca de
meia centena estudantes
internacionais presentes fizeram ver à DG-AAC que o
valor não tem razão de ser.
Por outro lado, da reflexão
política, em conjunto com os
núcleos de faculdade, ficou
claro que a UC “não dispõe,
ainda, de condições, nos planos pedagógico, administrativo e cultural”, para receber
os estudantes internacionais
– explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS o responsável pela política educativa da AAC. José
Dias acrescentou, aliás, que
“não existe, sequer, um projeto concreto e consequente
de acolhimento”.
De acordo com José Dias,
a DG-AAC está preocupada
com a falta de um “plano
credível de internacionalização”, para a UC. “Não conseguimos identificar mecanismos suficientes para
a captação de estudantes
internacionais”, refere, sublinhando: “Para além disso, tememos que o resultado
prático seja a elitização do
ensino superior, com o afastamento de potenciais bons
alunos mas que não tenham
recursos para a matrícula”.
Brasil e PALOP em força
A maioria dos alunos estrangeiros que marcaram
presença, domingo, no plenário, era oriunda do Brasil
e de países africanos lusófonos. Segundo José Dias, serão
Estudantes internacionais consideram valor “inadmissível”
discurso direto
A UC não dispõe,
ainda, de condições,
nos planos pedagógico,
administrativo e cultural
R
Falta à universidade
um plano credível para a
internacionalização
R
Tememos a elitização
do ensino superior
R
José Dias
Responsável pela política
educativa da DG-AAC
estes – a par dos chineses –
os mais afetados, uma vez
que não ficam abrangidos
por qualquer dos regimes
de exceção consagrados no
Estatuto do Estudante Internacional.
Talvez por isso, deram
conta à DG-AAC que, mal se
soube do valor da propina,
muitos candidatos dos seus
países desistiram de vir para
a UC no próximo ano letivo.
E, entre os casos descritos, há
também quem passe a preferir universidades de outros
países, onde o valor da propina é similar mas a qualidade, atestada em rankings,
é superior.
A este propósito, cabe referir que, de acordo com o
jornal eletrónico Canal Superior, o Ministério da Educação já deixou claro que os
estudantes oriundos dos países africanos de língua oficial
portuguesa e de Timor vão
continuar a “poder aceder ao
Ensino Superior português
nas condições vigentes anteriormente”. Para além disso,
vão também ter acesso a um
programa especial de bolsas
de estudo.
Entretanto, na segundafeira, a DG-AAC aproveitou
a temática da propina internacional para retomar os
“Estados Gerais”, iniciativa
formativa para os dirigentes
associativos da AAC. Ainda
em abril, no dia 23, realiza-se
nova sessão, sob o tema “ A
Lei das Instituições de Ensino
Superior”.
| Paulo Marques
ID: 53362482
09-04-2014
Tiragem: 12000
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