CONTROLE DA RAIVA BOVINA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO BOVINE RABIES CONTROL IN THE STATE OF RIO DE JANEIRO Leda Maria Silva Kimura¹, Lia Marcia de Paula Bruno³, Filipe Fratane Maciel Lima² , Carlos Henrique Campello Costa¹, Raquel Müller Soares¹, Phyllis Catharina Romijn¹ ¹ Médicos Veterinários da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro -PESAGRO-RIO. ² Biólogo bolsista da FAPERJ ³ Médica Veterinária de Secretaria de Agricultura e Pecuária do RJ Palavras- chave: Raiva, zoonose Introdução Embora a Raiva no que concerne ao seu ciclo urbano/canino, no Brasil tenha declinado em incidência nos últimos 20 anos, em virtude da implantação, em 1973, no Ministério da Saúde, do Plano Nacional de Profilaxia da Raiva em herbívoros, o mesmo não acontece com a Raiva dos herbívoros. No Estado do Rio de Janeiro, focos de Raiva continuam causando prejuízos econômicos ao rebanho bovino, impactando a economia agrícola através da redução da produção de leite e carne e gerando implicações na área de saúde pública. Material e Métodos Os exames de Imunofluorescência direta (IFD) e Prova Biológica (PB) com encéfalos de herbívoros e quirópteros foram realizados na área de Virologia do Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro da PESAGRO-RIO. Foram feitas impressões de fragmentos de encéfalo (Corno de Amon, Córtex e Cerebelo) e de medula, para realização da prova de IFD (DEAN, et al. 1996). A inoculação em camundongos para a PB foi realizada por via intracerebral utilizando-se os fragmentos de cérebro citados, macerados e suspensos em salina tamponada (KAPLAN & KOPROWSKI, 1986). Os animais foram observados por um período de 30 dias. No caso de morte dos animais na PB, foram coletados os cérebros para imunofluorescência. Os troncos cerebrais de bovinos com idade superior à 24 meses foram enviado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) a fim de serem reenviados aos laboratórios credenciados em análise de Encefalite Espongiforme Bovina . Resultados e Discussão De acordo com os resultados encontrados, verifica-se que no período de 2009 a 2010, foram detectados focos em 48 municípios dos 92 que constituem o Estado do Rio de Janeiro, sendo positivas 41% das amostras enviadas para análise laboratorial. A situação epidemiológica caracterizada demonstra que há necessidade de maior empenho para controle da doença. O esforço conjunto de órgãos oficiais de pesquisa, agricultura e saúde, certamente será essencial para a detecção de focos e conseqüente tomada de medidas de controle e profilaxia. 1 Município Barra do Piraí Rio Claro Miguel Pereira Porciúncula Itaperuna Piraí Sto. Antônio de Pádua Valença Itaboraí Cachoeira de Macacu Cordeiro Macaé Rio das Flores Pos. 13 2 1 3 4 3 0 27 0 0 0 0 0 Neg. 9 2 0 5 7 4 6 23 2 1 2 1 2 Total 22 4 1 8 11 7 6 50 2 1 2 1 2 Maricá Angra dos Reis Duque de Caxias Miracema Bom J. do Itabapoana Campos Magé Resende Casimiro de Abreu Rio Bonito Itaguaí Exames Realizados Resultados Positivos Resultados Negativos Municípios Atendidos 0 0 1 3 1 0 0 0 0 0 1 217 89 128 48 2 1 0 10 0 4 2 2 1 1 2 2 1 1 13 1 4 2 2 1 1 3 Município Natividade Barra Mansa Vassouras Seropédica Mendes Teresópolis São Fidelis Cantagalo Varre Sai Lage do Muriaé Quatis Araruama São Sebastião do Alto São José do V. do R. Preto Cardoso Moreira Petrópolis Sapucaia Além Paraíba Niterói Guapimirim Rio de Janeiro Carmo Itaocara Italva Pos. 3 0 3 5 1 3 0 0 1 0 0 0 4 Neg. 1 6 3 1 0 3 1 3 0 2 3 1 0 Total 4 6 6 6 1 6 1 3 1 2 3 1 4 3 1 2 0 1 1 0 0 0 2 0 0 3 0 4 1 0 1 2 2 1 1 3 4 2 4 2 1 1 2 2 3 1 Conclusões: O Estado do Rio de Janeiro deve ser considerado como de risco para a ocorrência de Raiva, pois a presença de vírus da Raiva em herbívoros e em animais silvestres como morcegos da espécie Desmodus rotundus, espoliando herbívoros está evidenciada pela presente pesquisa diagnóstica. Referências Bibliográficas DEAN, D. J., ABLESET ALH, M. K.; ATANASUI, P. The fluorescent antibody test. In: MESLIN, F. X., KAPLAN, M. M., KOPROWSKI, H. . Laboratory techniques in rabies . 4. ed. Geneva: World Health Organization, 1996. p. 88-95. KOPROWSKI, H. The mouse inoculation test. In: MESLIN, F. X.; KAPLAN, M. M.; KOPROWSKI, H. Laboratory techniques in rabies. 4. ed. Geneva: World Health Organization, 1996. p. 80-87. 2