Chococharla 14/5/15 Denise Agassi Faz algum tempo, mais precisamente desde 2005, que pesquiso modos de articular e visualizar os conteúdos depositados diariamente no bancos de dados de imagens, vídeos, textos e áudio. Desde que surgiram as redes sociais e dispositivos móveis, podemos perceber o movimento das informações na rede e acompanhar o deslocamento das pessoas no espaço físico, documentando e compartilhando os mais variados e mesmos assuntos. As informações na rede e na nuvem se multiplicam vertiginosamente, com velocidade e potencia, transformando a era da informação. O receptor passivo de antigamente, hoje produz conteúdo, participa, se conecta com pessoas que tem as mesmas afinidades, seja através de redes sociais, blogs, vídeos, etc. Encurtamos as distancias e amplificamos as relações. A máquina fotográfica que antes testemunhava momentos especiais, hoje presencia qualquer acontecimento e está interligada em rede. Todos ‘sabem fotografar’, tudo é motivo para ser fotografado e publicado. Este fenômeno chama atenção para a redundância e banalidade do que se publica na web e trazem uma nova complexidade para a estética dos bancos de dados. Outro dia, vi um post em um site, dizendo ”O Instagram anunciou que não aceitará mais upload de fotos de pôr do sol (principalmente as com a hashtag #semfiltro). Já temos o suficiente. Gratos. A mensagem deixada pela assessoria da rede social”1 . A noticia era falsa, mas ao mesmo tempo possível, pois estima-‐ se que todos os dias 1 bilhão de fotos do poente sejam publicadas somente no Instagram (o mesmo vale para gatos e comida japonesa). Em tempos de redes sociais e compartilhamento frenético de dados, especialmente relacionados a promoção da vida pessoal e abarcados pelo mercado publicitário, convém questionar para que mais serve bilhões de fotografias diárias do por-‐do-‐sol ou do nosso cotidiano? O que há de tão importante nisso a ponto da Revista Times e o jornal O Globo escolherem você, (sim, você, nós! pessoas comuns), como “personalidade do ano”? 2. A importância disso está em afirmar um sistema onde trabalhamos de graça, que transforma a nossa criatividade e vida pessoal em mercadoria e dados para controle social. O fato é que nunca se produziu tanto, mas quais são os modos possíveis de entrarmos em relação com este conteúdos e também de relaciona-‐los entre si? Como proporcionar a produção de sentidos e criar um diálogo mais fluido entre as informações e as pessoas? Os buscadores obedecem critérios pré-‐estabelecidos para exibição dos resultados, determinando os modos de acesso a eles. A mídias ficam compartimentadas em ilhas; vídeos do youtube não podem ser vistos com as imagens depositadas no Flickr ou com outras fontes menos relevantes. As tags que deveriam abarcar todas as possibilidades e subjetivas do conhecimento em um encadeamento de pesquisas e resultados, devem percorrer manualmente páginas em busca de peças deste imenso mosaico de dados. Qualquer edição ou articulação entre estas informações devem ser realizadas através de softwares e programação, sendo restrita a técnicos especializados e protocolos de acesso, que muitas vezes cobram ou limitam a exibição dos dados. Estas possibilidades tem sido exploradas de modo conceitual e experimental no contexto da arte contemporânea e os banco de dados são matérias-‐primas para criação. O fato de retomar os arquivos online e dotá-‐las de significação contribui para identificarmos condições potencias das imagens que não eram visíveis no contexto da captação. O historiador francês G.Didi-‐Huberman defini “imagem-‐ arquivo” como uma imagem indecifrável e sem sentido enquanto não for trabalhada na montagem, antes de ser colocadas em relação com outros elementos – outras imagens e temporalidades, outros textos e depoimentos. Este procedimento é semelhante à colagem e os chamados filmes de bancos de dados que remota aos anos 20, com Dziga Vertov, e desde então, vem se renovando constantemente, através dos bancos de dados da internet e das possibilidades de interação com as sequencias de audiovisuais. Os filmes e vídeos produzidos a partir de bancos de dados adotam de diferentes usos e procedimentos para evidenciar sentidos, para revelar padrões emergentes de comportamento, diversos pontos de vistas, recursos técnicos e outras questões que possibilitam um aprendizado através da resignificação dos fragmentos de dados. No contexto da net arte, a articulação dos bancos de dados se estruturam a partir de algorítimos baseados em palavras-‐chave e outros parâmetros de programação pré-‐estabelecidos pelo artista. A “palavra” no campo de busca torna-‐se uma tag, uma etiqueta que descreve o conteúdo dos arquivos para os buscadores. Usamos a palavra para nomear e buscar conteúdos na web. Mas “como é que chama o nome disso?” pergunta o músico e poeta Arnaldo Antunes segurando uma bola branca: é esfera, é mundo, é globo, é planeta, é place, é space... como é que chama o nome disso em um mundo de subjetividades e contextos? “Em tempo de tags, metatags e indexadores de busca, o quê é o nome da ‘coisa’ e o quê é o nome possível de representação da coisa? Que tipo de sentido é produzido quando tudo passa a ser regido pelas formas de indexação atuais?” Comenta Lucas Bambozzi, na net arte, youTAG, de 2008. Os trabalhos de minha autoria também questionam as formas de indexação e investigam as relações entre as imagens, palavras, arquivos e subjetividades do que pode ser ‘aquilo’. Na rede, Subindo a Torre Eiffel pode ser o registro do momento da subida de elevador ou escadas na Torre, um passeio ao Hopi-‐Hari em São Paulo, um video clip, campeonato de skate, etc. O resultado evidencia a multiplicidade de pontos de vista, comportamentos, chama atenção para a fruição estética da net arte e da poética do experimental nas mídias digitais em rede. Em 2013-‐15, criei uma Plataforma Net Arte que permite gerar sequencias audiovisuais através de imagens, vídeo, textos e áudios disponíveis no Flickr, Youtube, Twiter e Freesound. Os arquivos são acessados via tags escolhidas pelos usuários, que também podem editar os modos de exibição dos resultados. A plataforma gera uma videoarte de banco de dados online, com os arquivos que circulam por estes bancos de dados. Estes formulários ficam disponíveis na plataforma e a cada vez que são acionados apresentam diferentes sequencias, pois o sorteio das tags e a exibição dos resultados acontecem entre tempo real. Aproveito para convida-‐los para visitar o trabalho que está disponível em plataforma.midiamagia.net. Minha pesquisa artística consiste em criar ferramentas para a performatividade dos dados, experimentando o volume de informações em movimento, seja através da Plataforma Net Arte, ou em instalações e performances realizadas em exposições1. Estes são alguns dos aspectos da minha pesquisa que gostaria de pontuar com vocês neste encontro. O que proponho neste momento são modos de nos relacionamos com as informações, criando ferramentas e obras que proporcionam a experimentação dos dados online. É também, um convite para assistirmos filmes de arquivos no eterno presente, que está sendo, a cada milésimo de segundo, documentado algum de nós. Chococharla 14/5/15 Denise Agassi Hace algún tiempo, más precisamente desde 2005, que estoy investigando las formas de articular y ver los contenidos depositados diariamente en los bancos de datos de imagenes, vídeos, textos y audios. Desde el surgimiento de las redes sociales y dispositivos móviles, podemos ver el movimiento de la información en la red y vigilar el movimiento de personas en el espacio físico, documentar y compartir las más variadas y las mismas cuestiones. La información en la red y en la nube multiplica con velocidad y potencia, la transformando la era de la 1 Informações disponíveis no meu site midiamagia.net información. El receptor pasivo, hoy produce contenidos, participa, conecta con personas que tienen las mismas afinidades, ya sea a través de redes sociales, blogs, videos, etc. Acortamos las distancias y amplificados las relaciones. La cámara fotográfica que antes fue testimonio, hoy esta presente en cualquier caso y está conectado en red. Todos ‘sabem fotografar', todo es una razón para ser fotografiado y publicado. Este fenómeno llama la atención sobre la redundancia y la banalidad de lo que se publica en la web y traiga una nueva complejidad a la estética de las bases de datos. El otro día vi un anuncio en un sitio web, diciendo "El Instagram anunció que ya no aceptará subir fotos de la puesta del sol (especialmente con hashtag #semfiltro). Ya tenemos suficiente. Gracias. El mensaje dejado por el consejo de la red social "1. La noticia era falsa, pero al mismo tiempo posible, ya que se estima que cada día billones de fotos del atardecer se publican sólo en Instagram (lo mismo vale para los gatos y comida japonesa). En tiempos de redes sociales y intercambio de datos frenéticos, especialmente en relación con la promoción de la vida personal y abrazado por el mercado de la publicidad, es apropiado cuestionar para qué más sirve millones de fotografías del sol o de nuestra vida cotidiana? ¿Qué es tan importante en ello hasta el punto de Times Magazine y el diario O Globo que elija usted, (sí, usted, nosotros! La gente común), como "Persona del Año"?2. La importancia de esto es afirmar un sistema en que trabajamos de forma gratuita, que transforma nuestra creatividad y la vida personal en mercancía y control social. El hecho es que nunca produjeron tanto, pero ¿cuáles son las posibles maneras de entrar en relación con este contenido y también para relacionarlos entre sí? Producir significados y crear un diálogo más fluido entre las informaciónes y las personas? Los sistemas de búsqueda siguen criterios preestablecidos para la visualización de los resultados, determinan las modalidades de acceso a los mismos. Los medios de comunicación son islas compartimentadas3; los vídeos de YouTube no se pueden ver con las imágenes depositadas en Flickr o otras fuentes menos significativas. Las tags que deberian cubrir todas las posibilidades y conocimiento subjetivo en una cadena de investigación, seguen manualmente por las páginas en búsqueda de piezas de este enorme mosaico de datos. Cualquier edición o articulacion deben hacerse a través de software y programación, está restringido a persona cualificada y protocolos de acceso, que a menudo cobran o limitan la visualización de datos. Estas posibilidades se han explorado de modo conceptual y experimental en el contexto del arte contemporáneo y la base de datos son las materias primas para la creación. El hecho de retomar archivos online ayuda a identificar las condiciones potenciales de las imágenes que no eran visibles en el contexto de la captacion. El historiador francés G.Didi-‐Huberman define las "de imagenes de archivo" como imagenes indescifrables y sin sentido hasta que se trabaje en la montagen, antes de ser puesto en relación con otros elementos -‐ imágenes y otras temporalidades, otros textos y declaraciones. Este procedimiento es similar al collage y la llamada películas base de datos o database movies, que remota a los años 20, con Dziga Vertov, y desde entonces ha renueva constantemente, a través de las bases de datos de Internet y las posibilidades de interacción con secuencias audiovisuales . Las películas y vídeos producidos a partir de bases de datos adoptam diferentes procedimientos que muestran patrones emergentes de conducta, diferentes puntos de vista, recursos técnicos y otras cuestiones que permitan el aprendizaje a través de la reformulación de los fragmentos de datos. En el contexto del net arte, la articulación de las bases de datos se estructura a partir de algoritmos basados en palabras clave y otros parámetros pre-‐ establecido por los artistas y por la programación. La "palabra" en el campo de búsqueda se convierte en una etiqueta, una etiqueta que describe el contenido de los archivos para los motores de búsqueda. Usamos la palabra para nombrar y buscar contenido en la web. Pero "¿Cómo se llama el nombre de ese"(Como se chama o nome disso), pregunta que hace el poeta y músico Arnaldo Antunes sostieniendo una bola blanca: es esfera, es mundo, es globo, es planeta, es place, es spaces ... ¿cómo se llama el nombre de ese en un mundo de subjetividades y contextos? "En tiempos de tags, metatags y buscadores, ¿cuál es el nombre de la" cosa "y cuál es el posible nombre de la representación de la cosa? ¿Qué tipo de sentido se produce cuando todo se rige por las actuales formas de indexación?”. Comentario Lucas Bambozzi en net art, youTAG4, en 2008. El trabajo de mi propia autoria también cuestionan las formas de indexación e investiga las relaciones entre las imágenes, las palabras, los archivos y las subjetividades de lo que puede ser "eso". En la red, Subiendo a la Torre Eiffel puede ser el momento de la pasage por el ascensor o escaleras de la torre, un viaje a lo Hopi Hari en Sao Paulo, un videoclip, campeonato de skate, etc. El resultado muestra la multiplicidad de opiniones, comportamientos, llama la atención sobre el fruición estética de net art y de las poéticas experimentales de la red y medios digitales. En 2013-‐15, creé una Plataforma Net Arte5 para generar secuencias audiovisuales a través de imágenes, vídeo, texto y audio disponibles en Flickr, Youtube, Twiter y Freesound. Los archivos se accede a través de las tags elegidas por los usuarios, que también pueden editar los modos de exibicion de los resultados. La plataforma crea una videoarte de base de datos online, con los archivos que circulan en la red. Estos formularios quedan disponibles en la plataforma y disparan diferentes secuencias a cada vez que son acessados. Aprovecho esta oportunidad para invitarlos a visitar la obra que está disponible en plataforma.midiamagia.net. También es una invitación para mirar películas de archivo en el eterno presente, siendo, cada milisegundo, documentado por algunos de nosotros. Mi investigación artística consiste en crear herramientas para la performatividad de datos, experimentando el volumen de información en movimiento, a través de la plataforma Net Art, o en instalaciones y performances en exposiciones6. Bueno, estos son algunos de los aspectos de mi investigación me gustaría señalar a ustedes en esta reunión. Gracias! 1 Disponível em: http://sensacionalista.uol.com.br/2014/12/09/instagram-‐vai-‐ proibir-‐fotos-‐de-‐por-‐do-‐sol/. 2 SIBILIA, Paula. O show do eu – A intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008 p.08. 3 PRADA, Juan Martín. Prácticas artísticas e internet en la época de las redes sociales. Madrid: Akal, 2012. 4 Net arte youTag disponível em youtag.net 5 Plataforma Net Arte disponível em http://plataforam.midiamagia.net 6 Informações disponíveis no meu site midiamagia.net