EMBOLIA PULMONAR MACIÇA R3 Luciana Cristina Thomé Definições • Embolia maciça: 50% ou mais de oclusão, com instabilidade hemodinâmica e falência aguda de VD • Embolia submaciça: ausência de alterações hemodinâmicas • Embolia não maciça: ausência de alterações hemodinâmicas ou de VD Epidemiologia • • • • • 600.000 casos/ano – 50.000 mortes Prevalência: 4,2% Mortalidade: 50% Diagnóstico: 30% Na UTI: tromboembolismo venoso 30% 15% de TEP ( 5% fatais) • Causa mais comum de morte inesperada em pacientes hospitalizados Fatores de Risco • Relacionados à tríade de Virchow • TE prévio, idade, imobilização, neoplasia, cirurgia, gravidez, obesidade, tabagismo, estrógenos, trombofilias, ICC, IAM, AVC, DPOC • Em UTI: catéter venoso central e VM Fisiopatologia • Impacto cardíaco, hemodinâmico e pulmonar • Cardíaco: pós carga do VD desvio do septo E pré carga do VE DC choque • Hemodinâmica: choque obstrutivo + hipovolêmico • Respiratória: distúrbio V/Q, shunt, atelectasias • Neuro-humoral: vasoconstrição EMBOLIA PULMONAR MACIÇA Obstrução mecânica Ativação Neurohumoral Liberação de 5-Ht histaminas e citocinas Resistência arterial pulmonar tonus simpático Vasoconstrição Sobrecarga Volume/Pressão VD Hipoxia Desvio do septo E + Restrição pericárdica Isquemia consumo O2 VD Disfunção de VD CHOQUE DC pré-carga VE Restrição diastólica VE Manifestações Clínicas • Grau de suspeita • Pacientes estáveis: dor torácica e dispnéia • Maciça: aumento da pressão venosa jugular e P2, queda do DC, hipotensão e insuficiência respiratória, diaforese, febre • Hemoptise • Pacientes em UTI: IRA, queda da saturação de O2 e choque de causa indefinida Exames Complementares • • • • • • • • • Gasometria arterial D- dímero Troponina, BNP ECG Rx de tórax Ecocardiograma Tomografia Angioressonância Arteriografia Gasometria • Hipoxemia e alcalose respiratória • Normal não exclui • DPOC e ICC D- dímero • Produto de degradação da fibrina • ELISA: 98% sensibilidade 45% especificidade • Valor preditivo negativo alto • Outras situações: idade, pós-operatório, infecção, neoplasia, doença cardiovascular,gravidez Troponina e BNP • Troponina: isquemia secundária • BNP: distensão do VD • Marcadores de prognóstico ECG • 1/3 dos pacientes • Padrão S1Q3T3, BRD, onda p pulmonale • Mais importante no diagnóstico diferencial Rx de Tórax • Normal: 30-80% • Maciça: 90% com alterações (alargamento do hilo, artéria pulmonar ou câmaras D) • Derrame pleural, atelectasia, infiltrado pulmonar e elevação do diafragma • Cone de Hampton e sinal de Westermark Ecocardiograma • Teste de escolha em pacientes instáveis • Avaliação das câmaras direitas, pressão na artéria pulmonar • Transtorácico X transesofágico • Prognóstico: disfunção do VD • Maior risco: hipocinesia, hipertensão pulmonar persistente, forame oval patente, trombo em câmaras direitas Cintilografia • Se Rx de tórax normal e ausência de doença cardiopulmonar • Inviável em pacientes instáveis Tomografia Helicoidal e Angiorressonância • Vantagens: – Boa acurácia – Menor risco – Afastar outros diagnósticos Arteriografia • • • • Padrão ouro: mais acurado Outros testes inconclusivos Complicações Mortalidade 0,5% Suspeita de Embolia Pulmonar no Paciente Instável Procurar outra causa Iniciar anticoagulação (se não CI) D – dimero ? + ECOCARDIOGRAFIA À beira de leito Dilatação / Hipocinesia VD e/ou trombo Outro DX VD normal Considerar Angiografia + Considerar Trombólise (se não CI) Continuar anticoagulação Parar anticoagulação Tratamento • • • • Terapia suportiva Anticoagulação Terapia trombolítica Embolectomia Terapia Suportiva • • • • • Suporte ventilatório e hemodinâmico Disfunção do VD = redução global do DC Cuidar com reposição volêmica Drogas PEEP Anticoagulação • • • • Reduz a mortalidade em 75% Iniciar imediatamente na suspeita HNF X HBPM Doses: – HNF: 10.000UI Ev em bolus, 1.250UI/h contínuo, ajustado pelo KPTT – HBPM: 1 mg/kg SC de 12/12h Trombolítico • Indicações: – – – – Instabilidade +disfunção de VD Insuficiência respiratória grave Acidose metabólica PCR Trombolítico • Reduz a mortalidade/ recorrência • Local de administração • Doses: – Estreptoquinase: 250.000UI EV em 30 min + 100.000UI/h por 24 h ( Se PCR= 1.500.000UI em bolus) – rTPA: 100mg EV em 2 h Trombolítico • Contra-indicações absolutas: – Sangramento interno agudo – História de hemorragia intracraniana Trombolítico • Contra-indicações relativas: – Cirurgia de grande porte – Gravidez – Biópsia de órgão ou punção venosa não compressível nos últimos 10 dias – Sangramento TGI nos últimos 10 dias – AVCi < ou = 2 meses – Trauma nos últimos 15 dias – Neurocirurgia ou cirurgia oftalmológica no último mês – PAS >180 ou PAD> 110 – Reanimação recente e prolongada – Plaquetas <75.000 ou coagulopatia – Endocardite – Retinopatia diabética hemorrágica Trombolítico • Hemorragia intracraniana: 1-9% • Uso em embolia submaciça Embolectomia • Contra-indicação para trombolítico ou sem resposta à trombólise • Mortalidade elevada • Oclusão subtotal Filtro de Veia Cava • Prevenção de recorrência • Recidiva em pacientes anticoagulados Profilaxia!!!