UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO INSTITUTO DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL Manual de atividades de educação nutricional para pré-escolares em creches Autor: Juliana Silva da Matta ORIENTADOR: Nadima Zeidan Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Nutrição Materno-Infantil desenvolvida no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2008 i CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CEH/A M 435 Matta, Juliana Silva da. Manual de atividades de educação nutricional para préescolares em creches / Juliana Silva da Matta. – Rio de Janeiro : UERJ, Instituto de Nutrição, 2008. 73 f. Orientadora: Nadima Zeidan. Monografia apresentada para conclusão do Curso de Especialização em Nutrição Materno-Infantil. 1. Crianças – Nutrição. 2. Pré-escolares - Nutrição. 3. Hábitos alimentares. I. Zeidan, Nadima. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Nutrição. III. Título. CDU 613.22 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese. ___________________________________________ Assinatura _______________ Data ii Este trabalho é dedicado a todas as pessoas que me acompanharam e apoiaram durante toda a graduação e pós-graduação. iii Agradeço a Deus, ao meu noivo Renan, aos meus pais Marinilce e Lauro, à minha orientadora, Nadima, professores e amigos. Sumário iv Página Apresentação ix Resumo x Abstract xi 1. Introdução 1 2. Objetivos 6 2.1 Objetivos específicos 6 3. Metodologia 6 3.1 Educação nutricional 7 3.2 Características de crescimento e desenvolvimento físico do pré- 10 escolar. 3.3 Etapas do desenvolvimento motor e cognitivo do pré-escolar 11 3.3.1 2 anos a 2 anos e 11 meses 11 3.3.2 3 anos a 3 anos e 11 meses 13 3.3.3 4 anos a 4 anos e 11 meses 14 3.3.4 5 anos a 6 anos 15 3.3.5 6 anos a 6 anos e 11 meses 15 3.4 Importância da alimentação saudável para os pré-escolares 16 3.5 Importância do trabalho em educação nutricional junto aos pais 17 dos alunos e funcionários das creches 3.6 Atividades de educação nutricional para pré-escolares de 19 creches 3.6.1 Atividades propostas 20 v 3.6.1.1 Teatro de fantoches 20 3.6.1.2 Pirâmide alimentar 21 3.6.1.3 Os sentidos: A Visão, o Paladar e a Olfato – 22 Vendo, Comendo e Sentindo aromas dos alimentos! 3.6.1.4 Desvendando os mistérios dos legumes 24 3.6.1.5 Árvores de frutas 25 3.6.1.6 Brincando com alimentos 28 3.6.1.7 Fruta – Laranja 29 3.6.1.8 Alimentos de consumo moderado 31 3.6.1.9 Self-service 32 3.6.1.10 Álbum Seriado 33 3.6.1.11 Jogo da Memória 33 3.6.1.12 Ilustrações 34 3.6.1.13 Mural 35 3.6.1.14 Oficina Culinária 36 3.6.1.15 Horticulturas 37 3.6.1.16 Jogos interativos 38 3.6.1.17 Avaliação Antropométrica 39 3.6.1.18 Carnaval: Inicio das aulas! - Os alimentos que 40 devem ser consumidos nessa época de folia! 3.6.1.19 Semana da páscoa: A cenoura , o alimento do 41 3.6.1.20 Semana das Mães: A comida preferida da 42 Coelhinho! vi Mamãe! 3.6.1.21 Festa Junina: Os alimentos típicos! 43 3.6.1.22 Dia do Nutricionista: O papel do Nutricionista 44 3.6.1.23 Semana da criança: O que as crianças mais 45 na creche! gostam de comer e faz bem? 3.6.1.24 Mês da Nutrição: O que são alimentos 46 3.6.1.25 Semana da Bandeira: Os alimentos típicos 46 3.6.1.26 Pintando a pirâmide de alimentos 48 3.6.1.27 Conhecendo os grupos alimentares 49 3.6.1.28 Desenhando os alimentos 50 3.6.1.29 Liga-pontos: Que alimento é esse? 51 3.6.1.30 A origem dos alimentos 51 3.6.1.31 Em busca dos alimentos 52 3.6.1.32 Descobrindo os alimentos de fonte vegetal e 53 3.6.1.33 Sessão de cinema 54 3.6.1.34 Fazendo compras no supermercado 55 3.6.1.35 O Dia da Gostosura 55 3.6.1.36 Colando os grãos 56 3.6.1.37 Livro de receitas 57 saudáveis? brasileiros! animal vii 3.6.1.38 As regiões do Brasil 58 3.6.1.39 Visita à feira 59 3.6.1.40 Ouvindo a música 60 3.6.1.41 Brincadeiras populares 60 3.6.1.42 Trabalhando para uma alimentação saudável 61 3.6.1.43 Procurando os utensílios de cozinha 62 4.0 Conclusão 63 5.0 Referências 65 viii Apresentação Esta monografia inclui ao seu final o trabalho intitulado “Manual de Atividades de Educação Nutricional para Pré-escolares em Creches”. O objetivo foi contribuir junto aos nutricionistas e profissionais que atuam em creches para promoção de hábitos alimentares saudáveis, tendo por grupo alvo os pré-escolares. O material tem por autoras Juliana Silva da Matta (aluna) e Nadima Zeidan (orientadora), e foi produzido nos anos de 2007 e 2008. ix Resumo Alimentação adequada é essencial para o crescimento das crianças. Entre os préescolares, ocorre incorporação de hábitos alimentares, conhecimento de sabores, texturas e cores, sendo essencial, a realização de programas de educação nutricional neste período. O atendimento das crianças nesta faixa etária é realizado, em sua maioria, por creches. O objetivo deste trabalho foi elaborar Manual de Atividades de Educação Nutricional para Pré-escolares em Creches visando promoção da alimentação saudável. Foram coletadas na literatura, práticas de educação nutricional para pré-escolares com finalidade de elaborar o manual. A educação nutricional pode ser definida como processo de ensino, treinamento e facilitação. O desenvolvimento da criança é processo de aprendizagem, vinculado ao amadurecimento do sistema nervoso e aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas. Pais, nutricionistas e profissionais que lidam com a criança na creche devem estar conscientes da importância da alimentação saudável para pleno crescimento e desenvolvimento do pré-escolar. Atividades educativas dirigidas a este grupo devem explorar todos os sentidos na busca do conhecimento sobre o alimento e sobre práticas alimentares saudáveis. Há necessidade de maior divulgação da promoção da alimentação saudável na fase pré-escolar como forma de não só garantir crescimento e desenvolvimento adequados, mas também qualidade na vida adulta. Palavras-chave: Educação nutricional, Educação infantil, Creches e Pré-escolares x Abstract Suitable food is essential for the children's growth. There is a kind of incorporation food habits with the pre-school pupils,the knowledge of tastes, textures and colors, where it's essential to the realization of the nutritional education programs in this time. The treatment of the children that are at this age is done by day care center. The objective of this research was to do Activities Guides of Nutritional Education to Pre-school Pupils that are on Day Care Center to aim them to get a healthy eating habit promotion. In the literature,nutrional education activities to pre school pupils were colected to make the guide. The nutritional education can be defined as a teaching method, training and ease. The children's growth is a learning process, connected to the mature of the nervous system and acquisition of physical coordernation,mental and basic social. Parents, nutricionists and professionals that work with children at day care center must be aware of the importance of healthy eating habits for the full growth and development of the pre-shool pupils. Educational activities specially to these groups must explore everything in pursuit of knowledge of the food and about activities not only to guarantee the suitable growth and development,but also quality in adult's life. Key-words: Nutritional education, Children education, Day care center and Pre-schools xi 1. Introdução É fato incontestável a importância da alimentação saudável, completa, variada e agradável ao paladar para a promoção da saúde, sobretudo dos organismos jovens, em fase de desenvolvimento, e para a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, cuja prevalência vem aumentando significativamente (BOOG, 1999). Nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança uma alimentação qualitativa e quantitativamente adequada, pois proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde (MONTEIRO et al, 1995). Isto é particularmente verdade para os pré-escolares, que compreendem crianças de 2 a 6 anos, os quais, além de serem biologicamente vulneráveis, constituem um dos grupos populacionais que mais necessitam de atendimento (AMARAL, 1996). A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação do pré-escolar decorre principalmente do fato de nessa faixa etária ocorrer a incorporação de novos hábitos alimentares, implicando o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que influenciarão diretamente o padrão alimentar a ser adotado pelo infante (ALVIÑA, 1996). Nesta fase inicia-se o vínculo entre as crianças e os alimentos, sendo ele o responsável pelo início dos hábitos alimentares (FAGIOLI, 2006). Depois do primeiro ano de vida as crianças começam a desenvolver suas habilidades e aumenta o interesse pelo ambiente que a cerca. Nesta fase, a criança está aprendendo a usar os cinco sentidos - visão, tato, audição, olfato e paladar - para se relacionar com o mundo, inclusive com a alimentação. Uma atividade típica do pré-escolar xii é a manipulação dos alimentos antes de comer, situação que não deve ser reprimida, nem mesmo quando ele amassa uma banana entre os dedos para comê-la, isso é um prazer para a criança e ajuda no seu desenvolvimento (CTENAS, 1999). O pré-escolar aos poucos vai descobrindo o seu poder de decisão na escolha de sua alimentação. É comum um dia a criança aceitar o alimento e no outro rejeitá-lo, o que é perfeitamente normal e faz parte do aprendizado e da relação que ele está estabelecendo com o alimento (CTENAS, 1999). As práticas alimentares, compreendidas da amamentação à alimentação cotidiana da família, são oriundas de conhecimentos, vivências, experiências, construídas a partir das condições de vida, da cultura, das redes sociais e do saber científico de cada época histórica e cultural. Um estudo identificou que os hábitos e as práticas alimentares são permeados pelo aprendizado materno, que tem início na infância e está associado aos hábitos urbanos de consumo. Assim, os profissionais de saúde podem intervir na realidade tendo em vista a melhoria da saúde da criança e da família. (ROTENBERG, 2004) Comportamento alimentar tem suas bases fixadas na infância, transmitidas pela família e sustentadas por tradições. Dessa forma, a freqüência com que os pais demonstram hábitos alimentares saudáveis pode estar associada à ingestão alimentar e ter implicações de longo prazo sobre o desenvolvimento do comportamento alimentar dos filhos (TIBBS, 2001). Porém, ao longo da vida, o comportamento alimentar pode vir a modificar-se em conseqüência de mudanças do meio, relativas à escolaridade ou relacionadas às mudanças psicológicas dos indivíduos (DAVANCO, 2007). A partir dessa crescente preocupação com a alimentação torna-se cada vez mais necessária à inserção das ações em atividades em educação nutricional para crianças da fase pré-escolar. xiii A educação nutricional tem um papel importante em relação à promoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. Cerqueira (1985) a considera medida de alcance coletivo com o fim primordial de “proporcionar os conhecimentos necessários e a motivação coletiva para formar atitudes e hábitos de uma alimentação sadia, completa, adequada e variada”. Como forma de prevenir doenças crônicas, apontadas como a principal causa de morte na idade adulta, programas de educação nutricional vêm sendo criados em diversos países. Tais programas beneficiam as crianças, por meio de orientação sobre adequada ingestão energética e de micronutrientes e favorecem a boa forma física. Promovem também a redução dos riscos de doenças que se manifestariam na maturidade, por meio da modificação de determinados comportamentos na infância (BARANOWSKI,2000). Além disso, o conhecimento, as atitudes, comportamentos e habilidades desenvolvidas por meio de efetivos programas de saúde em escolas, voltados para a conscientização de que a adoção de hábitos saudáveis trará melhor qualidade de vida, capacitam crianças e jovens para fazer escolhas corretas sobre comportamentos que promovem a saúde do indivíduo, família e comunidade (MCGINNIS, 1991). Por meio do trabalho nas preferências alimentares de crianças, que são determinantes importantes da ingestão alimentar, promove-se o balanceamento na composição da dieta em relação aos macronutrientes e ao total energético (BIRCH, 1998). Apesar de bem estabelecidas as vantagens da educação nutricional para a promoção da saúde individual e coletiva, promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis representa um grande desafio para profissionais da saúde. Sabe-se que aspectos da alimentação e da nutrição são difíceis de serem mudados, pois além de tentar mudar antigos padrões, estes são considerados como componentes da história individual, da família ou do xiv grupo social (FREITAS, 1997). Por outro lado, a infância representa o período no qual estão sendo estabelecidas as bases para comportamentos, incluindo os relativos à alimentação. Intervir precocemente neste processo de formação por meio de ações educativas pode influir positivamente na formação dos hábitos alimentares, contribuindo para o estabelecimento de comportamento alimentar saudável e, ainda, para uma atitude positiva diante da adoção do mesmo (DUYN, 1998). Martins (1997) reforça que a intervenção, da educação nutricional, em um estágio mais precoce, previne doenças, promove uma vida mais saudável e uma sensação de bemestar geral. Esse enfoque da educação nutricional como proteção e promoção da saúde, e como prevenção de doenças e complicações possui um papel reconhecidamente vital. Oliveira e Thébaud-Mony (1997) assinalam que a alimentação é um fato social, no qual interagem o homem biológico e o homem social. Dessa forma a escola é um ambiente propício para a aplicação de programas de educação em saúde, pois a mesma está inserida em todas as dimensões do aprendizado: ensino, relações lar-escola-comunidade e ambiente físico e emocional (FOCESI, 1990). Segundo Vilar et al (2002) a escola é o segundo local socializado para as crianças, após a família. O ambiente escolar é um marco para a aquisição de novos conhecimentos e habilidades, dentro do ponto de vista cognitivo e produtivo. O meio escolar projeta a figura familiar ao exterior sendo o marco social mais próximo no que se refere ao desenvolvimento da criança. A educação nutricional visando à promoção da saúde deveria ser inserida dentro de uma perspectiva formal no currículo escolar. Dentro deste contexto, a escola ou creche torna-se o melhor agente promotor da Educação Nutricional (BONATO, 2004). xv Segundo documento elaborado pelo Ministério da Saúde (1986), a realidade brasileira mostra-nos que o atendimento às crianças, do primeiro ano de vida até a idade de seis anos, é realizado, na maioria das vezes, por creches, que têm por objetivo proteger e propiciar cuidados integrais de higiene, alimentação, educação e saúde, em um clima afetivo, estimulante e seguro a essas crianças. No Brasil, as creches passaram, desde sua criação, de um caráter filantrópico de atendimento a uma preocupação educacional, buscando suprir, além das necessidades alimentares e de higiene, aspectos mais abrangentes do desenvolvimento, como socialização, autonomia e segurança (CNDM, 1988). Portanto, a creche também exerce um papel facilitador na formação do hábito alimentar, pois também é dela o papel de oferecer aos alunos um cardápio nutritivo e balanceado, além de promover a educação nutricional das crianças. nutricionista neste local visa uma alimentação equilibrada, A prática profissional do atuando com educação nutricional, realizando uma avaliação nutricional periódica, acompanhando o crescimento e o desenvolvimento das crianças, contribuindo para a formação de hábitos alimentares, por meio de programas voltados para alunos, professores, pais e funcionários. Pelo exposto acima, vale ressaltar a importância da necessidade de educação nutricional para promoção de alimentação saudável entre pré-escolares. Como nutricionista, proponho a elaboração de um Manual de Atividades de Educação Nutricional para Préescolares em Creches com a finalidade de auxiliar não só os nutricionistas como os outros profissionais que atuam nesta área. xvi 2. Objetivos Elaborar Manual de Atividades de Educação Nutricional para Pré-escolares em Creches visando auxiliar não só os nutricionistas como os outros profissionais que atuam nesta área, na promoção da alimentação saudável nesta faixa etária. 2.1. Objetivos específicos Realizar revisão bibliográfica para fundamentar a base conceitual e teórica. Descrever as características de crescimento e desenvolvimento físico do pré-escolar. Descrever as etapas do desenvolvimento motor e cognitivo do pré-escolar. Discutir a importância da alimentação saudável para o crescimento e desenvolvimento na fase pré-escolar. Esclarecer a importância da educação nutricional junto aos pais e funcionários das creches. Orientar nutricionistas e outros profissionais que atuam com pré-escolares no desenvolvimento de atividades de educação nutricional. Estabelecer as atividades de educação nutricional de acordo com a faixa etária dos pré-escolares. 3. Metodologia O trabalho inclui estudo bibliográfico referente a temas sobre nutrição do préescolar e educação nutricional. Este trabalho foi realizado nas bases de dados eletrônicas xvii Scielo, Lilacs, MedLine, no período de julho de 2007 a fevereiro de 2008. As línguas englobadas foram português, inglês e espanhol e as palavras chaves empregadas foram: educação nutricional, educação infantil, creches e pré-escolares. Foram também utilizadas algumas referências de artigos pesquisados, além de livros de educação e nutrição na infância. Para a elaboração do manual foram necessários a abordagem de temas como educação nutricional, as características de crescimento e desenvolvimento físico de cada etapa da vida pré-escolar, a importância da alimentação saudável para os pré-escolares, a importância do trabalho em educação nutricional junto aos pais dos alunos e funcionários das creches e orientações sobres atividades de educação nutricional para pré-escolares de creches. Através disto, diversas práticas de educação nutricional para pré-escolares foram coletadas na literatura, que uma vez selecionadas e organizadas fizeram parte da elaboração de Manual de Atividades de Educação Nutricional para Pré-escolares em Creches (anexo) de forma a subsidiar o trabalho de nutricionistas e outros profissionais que atuam nesta área. 3.1 Educação nutricional O interesse pela educação nutricional surgiu na década de 40, e a primeira publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) a respeito data do início dos anos 50 (RITCHIE, 1951). No Brasil, à esta época, o interesse pela nutrição surgia com Josué de Castro, que foi sempre um defensor do planejamento econômico e da reestruturação xviii agrícola para solucionar o problema da fome, porém sem descartar o papel da educação (L’ABBATE, 1982 citado por BOOG, 1999). Na década de 70, a política alimentar no Brasil, que, até então, fora centrado no binômio alimentação-educação, tomou novo rumo em face dos resultados de pesquisas realizadas na época (ALVES, 1977; VIACAVA et al., 1983 citados por BOOG, 1999), que mostraram que o principal obstáculo à alimentação adequada é a renda e que somente transformações estruturais no modelo econômico teriam efetivamente poder de resolutividade diante dos problemas alimentares. Assim, o binômio anterior foi substituído pelo binômio alimentação-renda, e a educação nutricional partiu para o ‘exílio’ como muito bem referiram Castro & Peliano (1985) citados por Boog (1999). Como decorrência, intensas críticas foram feitas à educação alimentar e nutricional que vinha sendo desenvolvida, avaliada como meio de ensinar ao pobre a comer alimentos de baixo valor nutricional (BOOG, 1997; VALENTE, 1986; LIMA, 2000 citados por SANTOS, 2005). Assim, as estratégias de suplementação alimentar passaram a ser o eixo norteador das políticas (SANTOS, 2005). Importante contribuição para a discussão sobre novas perspectivas da educação alimentar e nutricional se consolidou em meados de 1980, com a educação nutricional crítica. Tal concepção identificava haver uma incapacidade da educação alimentar e nutricional em, de forma isolada, promover alterações em práticas alimentares (SANTOS, 2005). Como conseqüência, passa-se a discutir a fome e não apenas a desnutrição, e a educação alimentar passa a contemplar não somente as práticas alimentares, pressupondo, também, a tarefa de esclarecer a população sobre os direitos de cidadania (LIMA, 2003). xix Essa perspectiva resultou em parte das discussões sobre segurança alimentar que integraram o cenário internacional e nacional nos anos 1990, concebendo a alimentação como um direito humano. É nesse contexto que também emerge a concepção da promoção das práticas alimentares saudáveis, na qual a alimentação tem sido colocada como uma das estratégias para a promoção da saúde (SANTOS, 2005). A alimentação cumpre funções socioculturais e psicológicas como identidade, comensalidade, interação social, satisfação de desejos, além da função de proporcionar prazer para o sentido do paladar e para os sentidos de modo geral (ARNAIZ, 1996). As atividades de educação em saúde, direcionadas, por exemplo, à área maternoinfantil, dentro de uma proposta pedagógica de ensino baseada na situação concreta de vida, desempenham papéis de enfrentamento de situações adversas, sobretudo quando realizadas em grupo (BOOG, 1999). Segundo Freire (1988) “a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”. Martins (1997) afirma que a educação nutricional pode ser definida como processo de ensino, treinamento e facilitação. É a troca de informações entre o educador e o aluno utilizando uma linguagem entendível, dentro de um ambiente que conduz ao aprendizado. Neste texto, o termo ¨conselheiro nutricional¨ é muitas vezes utilizado como sinônimo de ¨educador¨ ou ¨professor¨, e o termo ¨cliente¨ é utilizado em preferência a ¨aluno¨ ou ¨paciente¨. Conselheiro ou educador nutricional descreve qualquer profissional da saúde envolvido na educação ou aconselhamento de informações relacionadas à nutrição e/ou aos aspectos que levam á aderência de um novo comportamento alimentar. xx 3.2 Características de crescimento e desenvolvimento físico do pré-escolar. Entre as crianças de 2 a 6 anos, o primeiro processo é o da formação, quando os tecidos se organizam e as funções celulares e tissulares se definem por meio de substituições que decorrem de atividades fisio-metabólicas destinadas a manter, em funcionamento, todo o complexo bio-orgânico do indivíduo. Para conseguir tal desiderato, entretanto, deve o pré-escolar contar com sistema regular de abastecimento de nutrientes capaz de propiciar seu pleno desenvolvimento (GANDRA, 2008 (a)). A velocidade de crescimento no decorrer da vida não é uniforme. A fase pré-escolar caracteriza-se por irregularidade no crescimento (o ganho em altura é de cerca de 12cm no segundo ano, 8 a 9cm no terceiro ano e 7 cm nos anos restantes) e o ganho de peso varia de 2 a 2,5 kg/ano, equivalente a um terço do ganho ocorrido no primeiro ano de vida (LACERDA, 2002). A redução da velocidade de ganho de peso e estatura, observada nesta fase da vida, condiciona a uma redução do apetite. Os pré-escolares necessitam de menos energia por unidade de peso para cobrir seus requerimentos energéticos diários, comparada a quantidade necessária no primeiro ano de vida. Neste período o apetite é irregular, apresentando flutuações diárias ou até mesmo de uma refeição para outra. A maturidade neurológica alcançada pela criança permite livre deambulação a fim de explorar o mundo que a rodeia, buscar o alimento por si só e expressar aceitação e recusa pelos alimentos. Todos estes aspectos geram ansiedade nas pessoas responsáveis pelo cuidado da criança, que antes tinham domínio da situação, podendo gerar intervenções negativas e desnecessárias, como, por exemplo, forçar a criança a comer determinados alimentos ou quantidades exageradas. Em linhas gerais, uma boa progressão do peso e estatura xxi representa uma adequada nutrição, mesmo que o consumo habitual da criança não aparente tal adequação (ACCIOLY, 2004). A cavidade oral do ser humano sofre alterações em forma e função nos dois primeiros anos de vida. Em relação à dentição, durante o segundo ano, há erupção de oito dentes, totalizando 14 a 16, incluindo os primeiros molares decíduos e os caninos (ACCIOLY, 2004). 3.3 Etapas do desenvolvimento motor e cognitivo do pré-escolar Desenvolvimento da criança é um processo de aprendizagem, vinculado ao amadurecimento do sistema nervoso e caracterizado pela aquisição de habilidades motoras, mentais e sociais básicas, como engatinhar, sorrir, piscar os olhos, andar, reconhecer cores e sons, entre outras (CTENAS, 1999). Sabe-se que o desenvolvimento da criança se processa por etapas cuja instalação obedece a uma certa ordem seqüencial idêntica para todos os indivíduos. Esta seqüência tem caráter somatório (GANDRA, 2008(a)). Por outro lado, existe um ritmo nesta ordenação, ritmo este variável de acordo com a densidade de estimulações que o ambiente oferece. Quanto mais freqüentes, quanto mais adequadas forem estas estimulações, mais acelerado será o ritmo do desenvolvimento. Préescolares que cresceram em ambientes carentes de estímulos não apresentam facilidade para a aprendizagem uma vez que não possuem estruturas operacionais aptas a equacionarem novos eventos e seqüências (GANDRA, 2008(a)). Nessa fase pré-escolar a criança aperfeiçoa a destreza manual e a destreza física (fica em pé, anda sozinha, adquire controle das ações). Além disso, apresenta maior xxii eficiência da mastigação, e desenvolve a linguagem e o comportamento exploratório (MACEDO, 1999). 3.3.1 2 anos a 2 anos e 11 meses Segundo Rizzo (1992) já empilha 5 ou 6 blocos no jogo da construção. Seus brinquedos preferidos além dos blocos são bolas, brinquedos de puxar e brinquedos sonoros. Quando pára para brincar com o lápis, já apresenta uma rabiscação contínua em várias direções, o que demonstra um certo domínio sobre a manipulação do instrumento. Sua linguagem apresenta um desenvolvimento simbólico: fala de coisas ausentes e enumera pessoas e coisas graficamente representadas em livros, revistas e álbuns de retratos (RIZZO, 1992). Já se interessa por ouvir histórias de livros ilustrados que o permitem explorar um mundo maior, através do faz-de-conta e da fantasia ao mesmo tempo que fica seguro, em proximidade física e afetiva com o narrador. Perto dos 3 anos já repete cançõezinhas e poesias aprendidas em companhia dos coleguinhas (RIZZO, 1992). A criança começa a imitar os hábitos dos pais. Essa fase é difícil, pois os maus hábitos alimentares são facilmente assimilados pela criança, sendo que a criança se distrai com facilidade, dá opinião no cardápio e geralmente tem perda de apetite, conhecida como ¨anorexia fisiológica¨ (uma vez que o interesse pelo alimento é substituído pela enormidade de descobertas que a criança faz no dia-a-dia, além do aumento da atividade alimentar). A diminuição do apetite que se manifesta nessa época, também resulta da desaceleração do ritmo de crescimento, não significando que a criança desta fase esteja se alimentando de maneira insuficiente. As necessidades alimentares são proporcionais ao xxiii ritmo de crescimento menos rápido. A aparente falta de interesse em alimentar-se costuma causar grandes preocupações aos pais. Pode manifestar-se pela recusa de provar pratos novos, pelo desejo de repetir indefinidamente os mesmos alimentos e pela revolta contra a administração forçada de determinada dieta. A oferta de uma seleção de alimentos nutritivos, dentro de limites razoáveis, é uma medida que por vezes surte efeito. Pode-se permitir certo grau de repetição, desde que a criança receba um cardápio balanceado. A maioria das crianças é capaz de comer sem nenhuma ajuda, no final do segundo ano de vida (MACEDO, 1999). Se colocado à vontade junto com outras crianças, revela bom desempenho no uso do copo e da colher, comendo sozinho sem espalhar alimento para fora do prato (RIZZO, 1992). 3.3.2 3 anos a 3 anos e 11 meses No jogo de construção livre, arruma os blocos utilizando-os na horizontal e vertical, simultaneamente, e no desenho sua rabiscação se fecha formando células. Agora, não apenas nomeia pessoas e coisas, graficamente representadas, como distingue e nomeia as atividades graficamente representadas (RIZZO, 1992). Segundo Piaget, nesta época percebe-se as diferenças entre: muito e pouco; igual, maior e menor; mais e menos; grande e pequeno; fino e groso; alto e baixo; gordo e magro; em cima e embaixo. A percepção de volume e capacidade vai ocorrer mais tarde (RIZZO, 1992). O diálogo se aperfeiçoa em “conversinhas” mais longas. Aprende, com facilidade, a reconhecer o seu nome e o de todos os coleguinhas (RIZZO, 1992). xxiv O fator principal é a aparência dos alimentos, amenizado quando a criança se torna segura de suas preferências (MACEDO, 1999). Adquire suficiência para se alimentar e é capaz de usar o garfo, porém ainda com supervisão (EUCLYDES, 2000). 3.3.3 4 anos a 4 anos e 11 meses As células do seu desenho ganham radiais e se transformam em garatujas da figura humana. Aos poucos, à medida que seu pensamento se organiza, ele irá construir cenas, mas, não há períodos organizados, e frases coordenadas. Seu desenho aperfeiçoa-se em figuras isoladas e soltas no espaço. Não há traço de união entre elas (RIZZO, 1992). Percebe com maior precisão cores, formas, tamanhos e espessuras e começa a demonstrar possibilidade em reconhecer quantidades pequenas (até 5 elementos) (RIZZO, 1992) . Aprecia histórias mais longas, revelando maior preferência pelas da vida real e bichinhos humanizados (RIZZO, 1992). Não apenas conversa, mas é capaz de dar recados, recebê-los e transmiti-los. Reconhece inúmeras palavras que vê através da propaganda e anúncios da televisão (RIZZO, 1992). Nessa idade as crianças são capazes de perceber a noção de “pertinência” de um elemento em relação a um determinado conjunto, pela sua propriedade (RIZZO, 1992). Surge o interesse em preparar as refeições. Aos 4 anos e meio nota-se melhora na alimentação (MACEDO, 1999). xxv 3.3.4 5 anos a 6 anos Firma-se essa melhora na alimentação (MACEDO, 1999). Nas histórias que criam, o bem é sempre apresentado bem definido por personagens que praticam boas ações e o mau é sempre punido, e de preferência perdoado após retratação (RIZZO, 1992). As meninas agora, em geral, revelam-se mais habilidosas que os meninos. Os meninos são nessa fase, em geral, bastante agitados e preferem brincadeiras de carros, caminhões, trens e corridas e qualquer outra atividade(RIZZO, 1992). O grafismo alcança a cena já organizada em conjunto único, o que prova o nível de organização do pensamento e a orientação espacial já estabelecida. Agora descobrem, através da comparação, relações de tamanho e quantidade e maior segurança na noção de vazio (RIZZO, 1992). 3.3.5 6 anos a 6 anos e 11 meses Crianças que passaram por um bom programa de atividades de Jardim de Infância revelam-se normalmente prontas para leitura e escrita entre seis e sete anos (RIZZO, 1992). Ela já veste e come inteiramente sozinha; é capaz de organizar sua atividade, planejando-a primeiro; trabalha bem em grupo; consegue servir à mesa utilizando-se de bandejas, sem derramar os alimentos; é capaz de limpar mesas e materiais que tiver usado; é capaz de seguir ordens mais complexas, que incluam a memorização de detalhes em seqüência (RIZZO, 1992). xxvi Cria histórias mais longas o que revela percepção e memória de seqüência e interessa-se por histórias de encantamento e aventuras (RIZZO, 1992). Seus desenhos livres, cenas completas com detalhes, revelam não apenas seu nível de organização de idéias e orientação espacial, mas também memórias de detalhes, que se faz necessária à aprendizagem da leitura (RIZZO, 1992). 3.4 Importância da alimentação saudável para os préescolares Saúde e alimentação caminham juntas. O alimento é condição essencial para a manutenção da vida. É a substância retirada da natureza que serve para nutrir os seres vivos. Uma alimentação saudável é pré-condição para uma vida plena. Não é possível imaginar que uma pessoa se mantenha saudável se sua alimentação for inadequada por muito tempo. Isso porque é por intermédio da alimentação que suprimos as necessidades nutricionais de nosso corpo concorrendo para que ele possa realizar suas funções. É por isso que o acesso à alimentação é reconhecido como um direito humano fundamental e imprescindível para a construção da cidadania (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000(b)). Os pré-escolares de 2 a 6 anos de idade constituem faixa populacional de grande importância, quer devido ao processo de maturação biológica por que passam, durante o qual a alimentação desempenha papel decisivo, quer pelo desenvolvimento sóciopsicomotor, para o qual contribuem fundamentalmente os meios familiar e comunitário em que vivem e; complementarmente, as instituições que os assistem (GANDRA, 2008 (a)). xxvii O período crítico do desenvolvimento por que passam os pré-escolares exige intervenções adequadas, em momentos oportunos, sob pena de se instalarem déficits cumulativos não compensáveis no futuro (GANDRA, 2008 (b)). Relembra-se que aos 2 anos de idade o peso da criança já é o quádruplo daquele do nascimento, aumentando, em continuação, cerca de dois quilos por ano de idade. Aos 6 anos já pesa cerca de seis vezes mais e o seu perímetro craniano atinge a nove décimos de seu valor adulto. Quando o préescolar chega aos 4 anos, já possui cerca de 90% da massa cerebral do adulto. Esta é, portanto, uma fase de rápido desenvolvimento anátomo-fisiológico para a qual a nutrição tem importância fundamental (GANDRA, 2008 (a)). Alimentação saudável possibilita o crescimento e o desenvolvimento em toda a sua potencialidade, a profilaxia de doenças causadas por escassez de nutrientes e excesso de nutrientes e a prevenção nutricional das doenças crônicas não transmissíveis. Se a alimentação for adequada, a saúde estará presente em todas as fases da vida (CTENAS, 1999). 3.5 Importância do trabalho em educação nutricional junto aos pais dos alunos e funcionários das creches O desenvolvimento integral infantil leva em conta os diversos contextos onde a criança se insere. Baseado na perspectiva ecológica de desenvolvimento de Bronfenbrenner (1996) sobre os diferentes contextos que o indivíduo freqüenta, Epstein (1987) aponta que a família é um dos contextos mais importantes do mundo ecológico da criança, pois é através dela que a criança é apresentada ao mundo ao seu redor. A família proporciona o primeiro e mais importante contexto interpessoal para o desenvolvimento humano e, como resultado, xxviii as relações familiares têm uma profunda influência sobre a saúde mental das crianças (GOMIDE, 2004). A importância do envolvimento de pais nesta fase é então auto-explicativa: família e escola/creche, juntas, podem promover situações complementares e significativas de aprendizagem e convivência que realmente vão de encontro às necessidades e demandas das crianças e de ambas instituições. Embora as relações familiares sejam importantes, os pais geralmente recebem pouca preparação, além da própria experiência como pais, produzindo-se a maior parte da aprendizagem durante a realização da tarefa por meio do ensaio e erro (OLIVARES, MENDEZ & ROS, 2005). Os pais são, usualmente, o principal agente de mudança no processo terapêutico de seus filhos, atuando como mediadores entre a orientação profissional e a implementação de contingências favoráveis à mudança da criança em seu ambiente natural (MESTRE & CORASSA, 2002; SILVARES, 1995). A mudança que se deseja produzir nos filhos irá requerer mudanças no modo de comunicação dos pais com seus filhos, tais como em suas habilidades de expressar sentimentos positivos e negativos, ouvir com empatia, fazer e responder a perguntas, admitir erro e pedir desculpas, dar e pedir feedback e demonstrar aceitação ou reprovação do comportamento dos filhos de maneira assertiva (DEL PRETTE & DEL PRETTE, no prelo). Essas são consideradas habilidades sociais educativas por serem direcionadas à promoção de desenvolvimento e aprendizagem (DEL PRETTE & DEL PRETTE, 2001). A criança cujos pais apresentam um repertório mais desenvolvido de habilidades sociais educativas tem mais chances de desenvolver autonomia, competência social, auto-eficácia e melhor desempenho acadêmico (MARTURANO & LOUREIRO, 2003; SILVA & MARTURANO, 2002). xxix O ambiente de ensino, ao articular de forma dinâmica alunos e familiares, professores, funcionários técnico-administrativos e profissionais de saúde, proporciona as condições para desenvolver atividades que reforçam a capacidade da escola de se transformar em um local favorável à convivência saudável, ao desenvolvimento psicoafetivo, ao aprendizado e ao trabalho de todos os envolvidos nesse processo podendo, como conseqüência, constituir-se em um núcleo de promoção de saúde local (COSTA, 2001). Pais, nutricionistas, merendeiras, auxiliares, professores, coordenadores entre outros profissionais que lidam com a criança na creche devem estar conscientes da importância da alimentação saudável para o pré-escolar, ter o mesmo propósito de compartilhar conhecimento e voltar os esforços para favorecimento da educação nutricional. Para isso, é necessário que sejam realizados encontros periódicos para esclarecimentos, debates e trocas de informações entre todos com a finalidade de divulgar a necessidade de promoção da saúde e hábitos alimentares saudáveis através de cada um na creche. 3.6 Atividades de educação nutricional para pré-escolares de creches Os principais objetivos da educação nutricional para pré-escolar devem ser: - Desenvolver atitude favorável com relação a alimentos variados e nutritivos; - Encorajar a experimentação de alimentos variados; - Promover a compreensão sobre a associação entre alimentação e saúde; - Promover o conhecimento de pais, professores, administradores públicos; setor de alimentação, sobre os princípios da nutrição; - Desenvolver, promover e disseminar materiais e conteúdos de nutrição (FAGILOLI, 2006). xxx As crianças não nascem com habilidade inata de escolher alimentos nutritivos, esta habilidade é aprendida por meio das experiências sociais e educativas. Portanto, as atividades educativas dirigidas a este grupo devem envolver a exploração de todos os sentidos na busca do conhecimento sobre o alimento e sobre práticas alimentares saudáveis (FAGILOLI, 2006). São fatores que contribuem para ao sucesso das intervenções educativas em nutrição e alimentação: - Envolvimento dos pais e familiares; - Comportamento e atitudes exemplares de familiares e adultos; - Atividades adequadas ao nível de desenvolvimento psicomotor da criança; - Atividades baseadas em alimentos como: culinária; cuidado com hortas envolvendo os cinco sentidos, juntamente com refeições nutritivas favorecem o desenvolvimento da preferência por alimentos saudáveis. - Estratégias educativas que envolvam atividade corporal, tais como: projetos de arte, música, teatro, marionetes e quebra-cabeça (FAGILOLI, 2006). Em virtude do exposto acima, é importante incluir as atividades de educação nutricional no contexto pedagógico da creche, tornando a instituição uma defensora da promoção de hábitos alimentares saudáveis desde os primeiros anos de vida. A seguir, são apresentadas atividades de educação nutricional para os pré-escolares de creches. 3.6.1 Atividades propostas 3.6.1.1 Teatro de fantoches xxxi Objetivos: Explicar a importância da ingestão dos alimentos presentes no teatro de fantoche e o que pode ser prejudicial no seu dia-dia. Metodologia: 1. Contar histórias apresentando os personagens do teatro para os alunos (Cenoura, Batata, Laranja, Abacaxi, Melancia, Morango, Uva, Abóbora, Peixe, Queijo, Beterraba, Feijão, Alface, Banana, Brócolis, Pão, Couve, Salsa, Sorvete, Bala, Chocolate, Biscoito recheado, etc...); 2. Explicar a importância desses alimentos para a saúde, informando as preparações comumente realizadas com eles; 3. Distribuir desenhos dos alimentos ou papel em branco para que as crianças possam desenhar e pintar os alimentos que mais gostaram. Materiais: • Personagens de teatro de fantoche; • Papel • Lápis de cor, canetinha ou giz de cera. Público alvo: alunos de 3 a 6 anos. Tempo previsto: 40 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos deverão reconhecer as características, benefícios e malefícios dos alimentos/personagens apresentados. (Adaptado de FAGILOLI, 2006) 3.6.1.2 Pirâmide alimentar xxxii Objetivo: Apresentar para os alunos a pirâmide alimentar quanto a sua divisão, hierarquia, porção e grupo, demonstrando suas diferenças e importância. Metodologia: 1. Apresentar a pirâmide alimentar que será elaborada pelo educador, baseada na pirâmide estabelecida para a faixa etária; 2. Explicar a importância de cada grupo perante sua classificação; 3. Desenvolver dinâmicas com os alunos, para o preenchimento do desenho da pirâmide em branco, para elas fixarem cada grupo. Materiais: • Pirâmide alimentar; • Desenho da pirâmide alimentar em branco para os alunos colarem figuras; • Cola; • Tesoura • Jornal de mercado para recortar os alimentos. Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem compreender o conceito, a importância e a hierarquia da pirâmide alimentar. (FAGILOLI, 2006) 3.6.1.3 Os sentidos: A Visão, o Paladar e a Olfato – Vendo, Comendo e Sentindo aromas dos alimentos! xxxiii Objetivo: Fazer com que as crianças reconheçam os alimentos de uma forma diferente usando os sentidos Metodologia: 1. Solicitar às crianças que levem alimentos in natura variados possíveis de serem ingeridos crus; 2. Higienizar os alimentos; 3. Passar os alimentos pelas mãos de cada aluno, sendo estes inteiros e cortados em pedaços; 4. Fazer com que cada criança identifique cada alimento, utilizando o olfato, a visão e por fim o paladar quando cada alimento será experimentado; 5. Anotar em uma ficha a aceitação de cada um. 6. Orientar os alunos suas formas de consumo; 7. Distribuir desenhos dos alimentos trabalhados na atividade para os alunos pintarem, orientando-os a utilizarem as cores características de cada alimento; 8. Montar uma exposição com os desenhos decorados. Materiais: • Alimentos in natura • Guardanapos • Tigelas • Faca sem ponta • Colheres • Materiais para higienização das frutas (detergente, esponja e água sanitária) Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. xxxiv Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer alguns alimentos in natura e suas características. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.4 Desvendando os mistérios dos legumes Objetivo: Apresentar algumas variedades de legumes, demonstrando suas diferenças de cores, sabores, odores e preparo bem como a importância de seu consumo diário. Metodologia: 1. Mostrar para os alunos algumas variedades de legumes como: batata, cenoura, berinjela, pepino, milho e chuchu, verificando se estes reconhecem todas ou se há algum legume desconhecido pelo grupo; 2. Demonstrar suas diferenças quanto à cor, textura e sabor, considerando o doce e o azedo; 3. Explicar a importância do consumo diário relatando os nutrientes presentes e a função destes no organismo; 4. Aplicar uma atividade com os alunos para modelar com massinha os legumes que mais gostam. Materiais: • Massinha de modelar; • Lápis de cor, canetinha ou giz de cera; • Legumes in natura. Público alvo: alunos de 4 à 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala xxxv Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer algumas variedades de legumes e a importância de seu consumo diário e variado. Observação: O mesmo poderá ser feito com as verduras e frutas. (Adaptado de FAGILOLI, 2006) 3.6.1.5 Árvores de frutas A curiosidade é uma das grandes virtudes das crianças, por isso, devemos aproveitar esse momento para explorar essa curiosidade com a apresentação das frutas e das suas origens. Por exemplo: • Abacate é originário do México e da América Central, vem de um abacateiro que é uma árvore de grande porte; • Abacaxi tem sua origem no Brasil e no Paraguai, vem de um abacaxizeiro que é um arbusto baixo, possui 3 tipos: caiena lisa, pérola-de-pernambuco e abacaxi de boituva, a sua variedade mais azeda é conhecida como Ananás; • Acerola é originária das Antilhas e é parecida com a cereja européia, nasce de uma aceroleira (árvore de médio porte); • Ameixa pode ser de origem européia ou japonesa e vem de uma ameixeira que é uma árvore de médio porte; • Amora-preta vem de amoreiras (árvore de médio porte) nativas do Brasil; • Banana tem sua origem no sudeste asiático e nasce de uma bananeira que produz cachos formando pencas, que pode chegar a 200 bananas; possui diversas variedades: nanica, prata, maçã, ouro, banana-da-terra e São Tomé; • Caqui vem do caquizeiro (árvore de médio porte) originário da Índia; xxxvi • Carambola é originária da Ásia Tropical e veio para o Brasil em 1817, vem da caramboleira, árvore ornamental de pequeno porte; • Coco também vem da Ásia e nasce de um coqueiro que é considerado uma árvore de grande porte; • Goiaba vem da goiabeira, árvore de grande porte, e tem sua origem na América Tropical, principalmente no Brasil; • Jabuticaba vem da jabuticabeira, uma árvore de grande porte e é originária do centro sul do Brasil; • Kiwi vem de uma trepadeira originária da China; • Laranja vem da laranjeira, uma árvore de médio porte, originária do Brasil; possui uma grande variedade como: baía, barão, lima, pêra, da terra e seleta; • Limão vem do limoeiro, árvore de médio porte e possui grande variedade como: galego, siciliano, tahiti e cravo; • Maçã vem da macieira, árvore de grande porte, que tem sua origem na Europa e Ásia, mas veio para o Brasil há 40 anos; possui a variedade: gala, golden delicious, Fuji e maçã verde; • Mamão vem do mamoeiro (árvore de médio porte) que é originário da América Tropical, possui como variedade: formosa e papaya; • Manga vem da mangueira (árvore de grande porte) que é originária da Ásia, possui como variedades: coquinho, haden, rosa, espada e coração-de-boi; • Maracujá vem de uma trepadeira chamada maracujazeiro e é originário de regiões tropicais e subtropicais brasileiras, possui duas variedades: ácido e doce; • Melancia vem de uma melancieira que é uma planta rasteira, originária da Índia; xxxvii • Melão teve sua origem na Ásia Tropical e na África, nasce de um meloeiro que é uma planta rasteira; • Mexerica ou tangerina é originária da Itália, vem de uma mexeriqueira ou tangerineira, árvore de médio porte; • Morango vem do morangueiro (planta rasteira) que é originário das Américas; • Pêra é originária da Grécia, vem da pereira (árvore de grande porte) e no Brasil possui as variedades: pêra d’água, da aguieira e pé curto; • Pêssego vem do pessegueiro (árvore de médio porte) originário da Europa e Adia Ocidental, possui duas variedades: “solta caroço” e “caroço aderente”; • Uva vem da videira (planta trepadeira) que teve grande importância desde a antiguidade na região mediterrânea e no norte da Ásia. Objetivo: Explicar a origem das frutas para os alunos. Metodologia: 1. Apresentar as frutas in natura para os alunos reconhecerem suas formas e cores; 2. Explicar a importância das frutas para a saúde; 3. Relacionar quais frutas nascem em árvore e descrever seus nomes; sugestão: apresentar fotos dos pés de frutas, de preferência quando estiverem carregados de frutas; 4. Confeccionar juntamente com os alunos uma árvore para cada sala, sendo que as frutas serão colhidas e decoradas pelos mesmos. Materiais: • Papel verde; • Papel marrom; xxxviii • Desenho de frutas; • Frutas in natura; • Lápis de cor, canetinha ou giz de cera; • Cola. Público alvo: alunos de 5 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber identificar as diferentes frutas, suas características e qual a árvore/arbusto é responsável pela sua produção. (Adaptado de FAGILOLI, 2006) 3.6.1.6 Brincando com alimentos Objetivo: Proporcionar um maior contato dos alunos com os alimentos, utilizando desenhos de alimentos impressos para que os alunos pintem de acordo com as cores correspondentes, facilitando o reconhecimento destes. Metodologia: 1. Entregar o desenho de alimentos para os alunos; 2. Incentivar os alunos a pintar o desenho de acordo com as cores correspondentes de cada alimento; 3. Orientá-los e auxiliá-los durante todo o desenvolvimento da atividade; 4. Fixar os desenhos no refeitório, de modo a incentivar o consumo dos alimentos presentes. Materiais: • Desenho de alimentos; xxxix • Lápis de cor, canetinha ou giz de cera. Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer os nomes dos diferentes alimentos, bem como suas cores. (Adaptado de FAGILOLI, 2006) 3.6.1.7 Fruta – Laranja A laranja é uma fruta pertencente ao grupo citrus, quase todas as variedades possuem forma arredondada e casca fibrosa. É bem conhecida no Brasil, mas é bom lembrar que ela pode ser consumida de diversas maneiras: in natura, suco puro ou com demais frutas e/ou legumes, como molhos, em doces (podendo utilizar a casca), etc. E ainda, possui uma grande variedade para agradar todos os paladares: • Laranja-da-baia: também conhecida como laranja-de-umbigo, tem sabor adocicado, com polpa muito suculenta e casca amarelo-gema. É usada em sucos ou como ingrediente de preparações. • Laranja-barão: possui formato semelhante ao da laranja-pêra, mas é menor e possui uma cor mais clara. A sua casca é muito fina e lisa, a sua polpa é suculenta e é recomendada para preparar sucos. • Laranja-lima: é a menos ácida, muito utilizada nas refeições para crianças. Tem casca fina, de cor amarela clara; polpa muito suculenta com sabor suave doce. Pode ser consumida ao natural ou como suco. xl • Laranja-pêra: é a menor em tamanho, possui casca lisa e fina e sua cor é amarelaavermelhada. Tem sabor adocicado e polpa muito suculenta, é amplamente utilizada como suco. • Laranja-da-terra: possui cor amarela forte e tons avermelhados, forma achatada e grande. Seu sabor é ácido e sua polpa é suculenta. É mais utilizada para fazer compota com a sua casca, mas também pode ser usada como suco. • Laranja-seleta: seu tamanho é semelhante à laranja-baía, possui casca amarela-clara. Seu sabor é adocicado, é um pouco ácida e possui polpa suculenta. É consumida in natura ou como suco. Sendo assim, é importante mencionar que é uma fruta rica em vitamina C que previne gripes e resfriados, além de auxiliar na cicatrização de feridas; possui também o potássio que auxilia nas contrações musculares e evita câimbra e, ainda, é rica em fibras (principalmente na parte branca – albedo) que auxiliam no funcionamento do intestino, prevenindo o câncer. Objetivo: Explicar as propriedades da laranja e sua importância para a saúde. Metodologia: 1. Explicar as propriedades da laranja e quais os benefícios da sua ingestão através de um diálogo com os alunos utilizando o fantoche da laranja (Sra. Laranjinha) 2. Abordar alguns temas como: prevenção de gripes e resfriados; 3. Entregar um desenho de laranja para os alunos pintarem. xli Obs: Pode-se solicitar previamente, na escola, alguns palitos (de sorvete) para que os alunos colem o desenho, formando uma máscara. Neste caso, os próprios alunos podem recortar o desenho. Materiais: • Lápis de cor ou giz de cera; • Tesoura sem ponta; • Cola; • Palito (de sorvete) Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber as principais propriedades da laranja. (FAGILOLI, 2006) 3.6.1.8 Alimentos de consumo moderado Objetivo: Explicar a importância de uma alimentação saudável e favorecer o reconhecimento de alimentos que devem ser consumidos com moderação. Metodologia: 1. Explicar a importância de uma alimentação saudável (o motivo de alguns alimentos terem de ser consumidos com moderação); 2. Dividir uma placa de metal em duas partes: moderados e demais alimentos; 3. Preparar ímas de alimentos de consumo moderado e também de outros alimentos. xlii 4. Escolher aleatoriamente um aluno e entregar um ímã, este deve colocar na coluna correta. Materiais: • Placa de metal; • Ímãs de alimentos. Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a importância de uma alimentação saudável e reconhecer alimentos que devem ser consumidos com moderação. (Adaptado de FAGILOLI, 2006) 3.6.1.9 Self-service Objetivo: Identificar os hábitos alimentares dos alunos, bem como suas preferências e aversões, visando avaliar os principais aspectos a serem trabalhados durante as atividades do programa de alimentação saudável. Metodologia: 1. Fixar uma placa de metal em local visível; 2. Disponibilizar aos alunos diversos tipos de preparações para um almoço (saladas, guarnições, pratos principais, acompanhamentos, sucos, sobremesas); 3. Pedir que os alunos montem sua própria refeição; 4. Observar os alimentos e preparações menos aceitos e explicar a importância destes para o organismo, bem como relatar os prejuízos do consumo excessivo de guloseimas. Materiais: xliii • Preparações para um almoço; Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 20 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem citar suas preferências e aversões alimentares; enquanto o profissional deve realizar a análise dos dados obtidos. (FAGILOLI, 2006) 3.6.1.10 Álbum Seriado Objetivo: Reconhecer alimentos que compõem o cardápio. Apresentar as crianças os alimentos que estão fazendo parte do cardápio no seu dia-dia. Metodologia: 1. Explicar o conceito de cardápio; 2. Fornecer figuras de alimentos em branco para que sejam pintadas; 3. Recortar e colar as figuras em folhas de A4; 4. Confeccionar um bloco separando-as por cores. Materiais: • Figuras de alimentos • Tesoura • Cola • Folhas A4 • Lápis de cor ou giz de cera; Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala xliv Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer os principais alimentos que compõem um cardápio do dia-a-dia. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.11 Jogo da Memória Objetivo: Fazer com que a criança memorize visualmente os alimentos e seus nomes. Metodologia: 1. Dividir os alunos em 2 grupos; 2. Fornecer pares iguais de cartões com figuras de alimentos com seus respectivos nomes abaixo; 3. Misturar os cartões e com a face da figura voltada para baixo, colocá-los lado a lado; 4. Pedir que cada grupo por vez escolha dois cartões para formar pares. Caso não forme o par de figuras iguais, passar a vez para o outro grupo, caso forme, o grupo terá chance de jogar outra vez; 5. O grupo que mais identificar os cartões com os alimentos iguais será o vencedor. Materiais: • Pares iguais de cartões com figuras e seus respectivos nomes abaixo Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer visualmente os alimentos e caso tenham capacidade, também identificar as palavras dos nomes dos alimentos. (Adaptado de MARQUES, 2006) xlv 3.6.1.12 Ilustrações Objetivo: Desenvolver função motora da criança e com isso ter um contato visual maior com os alimentos. Metodologia: 1. Dividir a turma em grupos; 2. Fornecer para cada grupo uma cartolina com fotografias de cozinha e refeitórios coladas e com um tracejado ligando um local ao outro; 3. Esclarecer o que significa cada fotografia; 4. Pedir que as crianças identifiquem o local onde são preparadas e servidas as refeições; 5. Fazer com que sigam o tracejado ligando um local ao outro; 6. Os materiais podem ser utilizados em murais didáticos, quadros de avisos, cartazes, jornais escolares, quadros de giz e outros. Materiais: • Fotografias de cozinhas e refeitórios • Cartolina • Cola • Canetinha Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 20 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber identificar os locais de produção e distribuição de refeições. xlvi (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.13 Mural Objetivo: Elaborar um local para apresentar a todos os resultados dos trabalhos confeccionados pelas próprias crianças. Metodologia: 1. Pedir que cada criança pense em alimentação saudável e escolha um alimento para representá-la. 2. Pedir que desenhem o alimento que escolheram em um quadro de cortiça. 3. Cada criança falará porque escolheu o alimento que desenhou. Materiais: • Quadro grande de cortiça • Cola colorida Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem relembrar a importância de alimentação saudável e variada. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.14 Oficina Culinária Objetivo: Conhecer melhor as frutas através da manipulação das mesmas, trabalhando com receitas que estimularão a curiosidade, com formas, sabores e números. Metodologia: xlvii 1. Pedir que os alunos levem frutas variadas; 2. Cada aluno deverá higienizar e sanitizar as frutas, mostrando a importância desse procedimento; 3. Um adulto deverá cortar as frutas; 4. Os alunos irão experimentar cada fruta e identificando o aroma e o sabor; 5. Pedir que observem cuidados na cozinha, abordar noções de higiene e conceitos de matemática. 6. As crianças prepararão salada de frutas. Materiais: • Frutas • Detergente • Água sanitária • Esponja • Faca • Vasilha • Colher de servir • Taças • Colheres de sobremesa Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 60 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem conhecer melhor as frutas bem como ter noções de higiene e cuidados na cozinha. (Adaptado de MARQUES, 2006) xlviii 3.6.1.15 Horticulturas Objetivo: Destacar para as crianças a importância do processo de crescimento dos vegetais associado ao seu processo de crescimento e desenvolvimento. Metodologia: 1. Levar sementes e mudas para que as crianças semeiem, cultivem e colham os alimentos que estarão fazendo parte do seu cardápio. A horticultura pode ser feita em um espaço já destinado dentro da escola, ou utilizando vasos; 2. Pedir para os alunos levarem para casa e introduzir no cardápio da família; 3. As crianças devem observar e comparar seu processo de crescimento: assim como as plantas, precisamos nos alimentar todos os dias para crescermos fortes e sermos adultos saudáveis; 4. Os alimentos cultivados podem ser utilizados nas aulas de culinária e também nas refeições servidas as crianças. Materiais: • Sementes e mudas • Pá • Terra • Adubo Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a importância dos vegetais para seu processo de crescimento. xlix (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.16 Jogos interativos Objetivo: Trazer para o dia-dia da criança assuntos relacionados à alimentação aliada à tecnologia despertando interesse de conhecimento Metodologia: 1. Deve-se certificar anteriormente de que a escola possui os equipamentos antes de planejar as atividades; 2. O nutricionista deve procurar jogos, programas e sites interativos, relacionados à nutrição; 3. Levar os alunos para uma sala com computadores e deixar que os alunos joguem; 4. Pedir que os alunos comentem o que aprenderam com os jogos. Materiais: • computadores Público alvo: alunos de 3 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber pequenos conceito sobre alimentação saudável. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.17 Avaliação Antropométrica Objetivo: Verificar o estado nutricional das crianças e adotar atitudes para manter ou reverter a classificação nutricional. Estimular a criança para a importância da alimentação no seu processo de crescimento e desenvolvimento. l Metodologia: 1. Utilizar balança para aferição do peso, infantômetro para aferição da estatura da criança; 2. Anotar os dados como nome, data de nascimento, peso e altura, em fichas de avaliação; 3. Marcar os dados em gráficos de crescimento e desenvolvimento infantil e comparar com os padrões de referência; 4. Enviando aos pais relatório informando se a criança está crescendo de uma forma saudável; 5. Repetir o procedimento trimestralmente. Materiais: • Balança • Infantômetro • Fichas de avaliação • Tabelas e gráficos de crescimento e desenvolvimento infantil de acordo com o Ministério da Saúde atualizadas Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a importância da alimentação saudável para seu ótimo crescimento e desenvolvimento. (Adaptado de MARQUES, 2006) li 3.6.1.18 Carnaval: Inicio das aulas! - Os alimentos que devem ser consumidos nessa época de folia! Objetivo: Incentivar as crianças a incluir alimentos saudáveis no seu dia-a-dia e em especial nos dias de carnaval. Metodologia: 1. Solicitar às crianças que levem frutas e dar sugestões de sucos; 2. Higienizar as frutas; 3. Fazer uma degustação com as crianças dos alimentos que devem ser consumidos nessa época de folia; 4. Incentivar o aumento da ingestão hídrica devido ao calor; 5. Mostrando que nos dias de folia, não devemos descuidar da saúde, aproveitando bem o carnaval. Materiais: • Frutas • Receitas de sucos • Guardanapos • Tigelas • Faca • Colheres • Materiais para higienização das frutas (detergente, esponja e água sanitária) Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 40 minutos/sala lii Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a importância das frutas no dia-adia e especialmente durante o carnaval. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.19 Semana da páscoa: A cenoura , o alimento do Coelhinho! Objetivo: Auxiliar as crianças na percepção da importância da cenoura na alimentação. Metodologia: 1. O nutricionista colocará no cardápio mensal, preparações como: bolo de cenoura com cobertura de chocolate, suflê de cenoura, suco de laranja com cenoura, sopa de cenoura com beterraba e estrelinhas, coelhinho na floresta (arroz habitual com cenoura, ervilha, passas e milho: fazendo assim um desenho no prato de coelho, etc...). 2. Os professores estimularão o consumo das preparações com cenoura no horário das refeições explicando porque a cenoura faz bem à saúde. Materiais: • Ingredientes para as preparações à base de cenoura Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala para debate com os alunos e apresentação da preparação Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a importância da cenoura. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.20 Semana das Mães: A comida preferida da Mamãe! Objetivo: Fazer com que cada grupo escolha um prato ou preparação e se sintam estimulados a incorporarem em sua rotina alimentar, liii Metodologia: 1. Dividir a turma em grupos de 5 alunos; 2. Cada grupo deverá escolher 5 preparações que a mãe goste de fazer em casa e comentar as escolhas; 3. Oferecer de presente às mães um bloco de receita em forma de tábua de carne com pinturas das crianças. Materiais: • Blocos de receitas em forma de tábuas de carne Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem incorporar algumas preparações comentadas na aula em sua rotina alimentar, variando a alimentação. Observação: O mesmo poderá ser feito na semana dos pais. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.21 Festa Junina: Os alimentos típicos! Objetivo: Facilitar às crianças o reconhecimento de alimentos típicos de festa junina e inclusão destes na alimentação. Metodologia: 1. Explicar às crianças a origem da festa junina, relacionando dia de São João, alimentos típicos, quadrilha, fogueira entre outras atividades praticadas e objetos presentes comumente festa. 2. Pedir que cada aluno traga de casa uma preparação típica como: Arroz doce, bolo de batata-doce, bolo de fubá, bolo de macaxeira, bolo de milho, canjica, cuscuz de liv milho, pamonha, pamonha com coco, pé-de-moleque, pé-de-moleque de rapadura, pipoca doce, pipoca salgada, sopa de milho verde. 3. Realizar uma festa junina e incentivar os alunos a degustarem cada preparação e identificarem de que foram feitas. Materiais: • Preparações típicas de festa junina • Pratos descartáveis • Copos • Talheres • Guardanapo • Bandeirinhas • Pau-de-sebo Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 2 horas Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer algumas preparações típicas de festa junina e variar a alimentação com estas. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.22 Dia do Nutricionista: O papel do Nutricionista na creche! Objetivo: Explicar a importância do nutricionista na creche. Metodologia: 1. Explicar aos alunos as funções da nutricionista levando-os para conhecer as estruturas da cozinha, equipamentos, estoque e funcionários; lv 2. Pedir que os alunos cortem em revistas e jornais imagens que estejam relacionadas à nutrição e que colem em uma folha de papel. Materiais: • Revistas e jornais • Tesoura • Cola • Folhas de papel Público alvo: alunos de 3 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer algumas funções a atividades do nutricionista. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.23 Semana da criança: O que as crianças mais gostam de comer e faz bem? Objetivo: Fazer da alimentação um ato de socialização e prazeroso. Metodologia: 1. Pedir que aos alunos que digam os alimentos que mais gostam de comer; 2. Fazer uma eleição com os mais votados; 3. Fazer tarde de lanches com todas as preparações escolhidas pelos mesmos. Materiais: • Utensílios para preparo dos alimentos. Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 40 minutos/sala lvi Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem entender o momento da alimentação como social e prazeroso. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.24 Mês da Nutrição: O que são alimentos saudáveis? Objetivo: Fazer com que as crianças saibam diferenciar o que é saudável e o que não é. Facilitar a percepção da alimentação como um momento de satisfação, conhecendo novos sabores, evitando a monotonia alimentar. Metodologia: 1. Apresentar ao longo do mês no cardápio da creche refeições saudáveis em pratos coloridos, criativos e atraentes para as crianças como: Festinha dos Ratinhos, Sanduíche do Caranguejo, Panqueca Divertida, Sininho, Jogo da Velha, Palhacinho, Carinha Feliz, Cestinha, Torta de Brócolis, Souflê de Batata-Baroa, Suco de Tomate, Inhoque de Abóbora, Hambúrguer Diferente, Creme do Popeye etc... . Materiais: não se aplica Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: não se aplica Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer a alimentação saudável como prazerosa, conhecer novos sabores e variar a alimentação. (Adaptado de MARQUES, 2006) lvii 3.6.1.25 Semana da Bandeira: Os alimentos típicos brasileiros! Nosso clima tropical possibilita o cultivo de diversas frutas, verduras e legumes em todas as estações do ano. Com todas essas possibilidades, podemos desfrutar da diversidade dos pratos típicos e da qualidade que nossa terra proporciona, resultando em uma dieta rica, gostosa e equilibrada fazendo assim com que as crianças conheçam mesmo sem experimentar os pratos típicos brasileiros. o Brasília = Arroz com Piqui; o Goiás = Galinhada o Mato Grosso = Mojica de Pintado o Mato Grosso do Sul = Caribéu o Paraná = O Barreado o Santa Catarina = Polenta à Brasileira o Espírito Santo = Moqueca capixaba o Minas Gerais = Vaca atolada o São Paulo = Feijoada o Amazonas = Caldeirada de Tucunaré o Pará = Pato no Tucupi o Bahia = Acarajé o Paraíba = Buchada o Piauí = Bolo de Puba o Rio Grande do Norte = Baião-de-dois Objetivo: Fazer com que as crianças conheçam alguns alimentos (pratos) típicos brasileiros. Metodologia: lviii 1. Apresentar aos alunos preparações que são típicas da alimentação do brasileiro mostrando um país de muitos sabores com grande disponibilidade e variedade de alimentos. 2. Cada aluno deverá experimentar as preparações e descrever as características sensoriais. 3. Incorporar algumas preparações aos cardápios. Materiais: Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer os alimentos típicos brasileiros, observando a variedade de sabores. (Adaptado de MARQUES, 2006) 3.6.1.26 Pintando a pirâmide de alimentos Objetivo: Ajudar as crianças no reconhecimento dos grupos alimentares e alguns alimentos que o compõem. Metodologia: 1. Fazer uma legenda da seguinte forma: • Grupo dos grãos: amarelo • Grupo das hortaliças: verde • Grupo das frutas: laranja • Grupo do leite: azul • Grupo das carnes: vermelho lix 2. Fazer cartões para cada grupo alimentar desenhando os alimentos que representam o grupo; 3. Pedir para que os alunos pintem preenchendo os desenhos em branco com a cor da legenda o cartão correspondente ao grupo. Materiais: • Cartolina • Canetinha preta • Lápis de cor ou giz de cera coloridos Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer alguns alimentos que compõem os diferentes grupos alimentares. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.27 Conhecendo os grupos alimentares Objetivo: Favorecer o reconhecimento de cada grupo da pirâmide alimentar pelas crianças. Metodologia: 1. Apresentar a pirâmide alimentar para os alunos; 2. Escolher um grupo alimentar (verduras, legumes, frutas, leite e derivados, carnes e ovos ou de consumo moderado) e apresentar os alimentos explicando porque estão no mesmo grupo; lx 3. Oferecer aos alunos uma folha com o desenho de uma pirâmide alimentar e abaixo de vários alimentos de diferentes grupos (todos os desenhos devem estar em branco para serem preenchidos); 4. Pedir que os alunos pintem somente na pirâmide e nos alimentos abaixo dela o que representar o grupo escolhido. Materiais: • Folhas ofício • Canetinha • Lápis de cor ou giz de cera. • Pirâmide alimentar. Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber reconhecer alguns alimentos que fazem parte do grupo escolhido. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.28 Desenhando os alimentos Objetivo: Reforçar nos alunos alguns alimentos que compõem os diferentes grupos alimentares e verificar se os reconhecem. Metodologia: 1. Colocar uma grande pirâmide alimentar à vista de todos os alunos, no quadro negro por exemplo; 2. Oferecer uma folha com o desenho de 5 pratos ou tigelas vazios; lxi 3. Pedir que os alunos desenhem em cada prato ou tigela alimentos dos grupos dos grãos, frutas, hortaliças, leite e carnes separando cada grupo em seu prato. Materiais: • Pirâmide alimentar; • Folhas ofício • Canetinha, lápis de cor e giz de cera. Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem ter reforçado alguns alimentos que pertencem aos grupos alimentares. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.29 Liga-pontos: Que alimento é esse? Objetivo: Auxiliar os alunos a reconhecerem alguns alimentos. Metodologia: 1. Criar em folhas, pontilhados que ao serem ligados formam o desenho de algum alimento. 2. Pedir que os alunos liguem os pontos e pintem o alimento que descobriram. Materiais: • Folha ofício • Canetinha, lápis de cor e giz de cera Público alvo: alunos de 2 a 4 anos. Tempo previsto: 20 minutos/sala lxii Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer os alimentos que pintaram. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.30 A origem dos alimentos Objetivo: Explicar aos alunos a origem de alguns alimentos. Metodologia: 1. Dividir uma folha em duas colunas. Na coluna da esquerda, desenhar alimentos variados (como um copo de leite, uma laranja, um ovo, cenouras e pão) e na coluna da direita, desenhar (fora de ordem) de onde vem os alimentos da coluna da esquerda (como laranjeira, plantação de trigo, vaca, plantação de cenouras, galinha). 2. Pedir que os alunos liguem o alimento da coluna da esquerda ao desenho que representa de onde vem na coluna da direita. 3. Os alunos poderão pintar preenchendo todos os desenhos em branco. Materiais: • Folha ofício • Canetinha, lápis de cor e giz de cera Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 15 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber a origem de alguns alimentos. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.31 Em busca dos alimentos Objetivo: Auxiliar as crianças a discernir alimentos do que não são alimentos. lxiii Metodologia: 1. Fazer desenhos sem preenchimento em uma folha alimentos como laranja, coxa de galinha, cenoura, caixa de leite e cereal matinal e não-alimentos como escova de cabelo, dados, livro e sapatos. 2. Reproduzir para todos os alunos. 3. Explicar aos alunos a diferença entre alimentos de origem vegetal e animal. 4. Pedir que cada criança pinte somente o que for alimento. Materiais: • Folha ofício • Canetinha, lápis de cor e giz de cera Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 20 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber diferenciar os alimentos do que não são alimentos. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.32 Descobrindo os alimentos de fonte vegetal e animal Objetivo: Auxiliar as crianças a discernir alimentos de fonte vegetal dos alimentos de fonte animal. Metodologia: 1. Em uma folha, fazer desenhos sem preenchimento de alimentos de fonte vegetal de fonte animal; 2. Reproduzir para todos os alunos; lxiv 3. Explicar aos alunos a diferença entre alimentos de origem vegetal e animal. 4. Pedir que cada criança pinte de verde alimentos de fonte vegetal e de vermelho os de fonte animal. Materiais: • Folha ofício • Canetinha, lápis de cor e giz de cera Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 20 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber diferenciar os alimentos de fonte vegetal dos alimentos de fonte animal. (Adaptado de MARTINS, 2001) 3.6.1.33 Sessão de cinema Objetivo: provocar nos alunos reflexão sobre as escolhas alimentares, a imagem corporal ao longo da história, evolução dos hábitos alimentares etc. Metodologia: 1. Colocar para os alunos assistirem algum filme ou vídeo que provoque reflexão sobre nutrição. Sugestões: "Como água para chocolate"; "Chocolate"; "Casamento Grego"; "Casamento de Muriel"; "O Banquete de Vatel"; "A festa de Babete"; “Super Size Me”. Materiais: • Filme ou vídeo lxv • Televisão • Aparelho de DVD ou vídeo cassete Público alvo: alunos de 6 anos. Tempo previsto: 2 horas/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem despertar consciência sobre o tema do filme relacionando a nutrição. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (c)) 3.6.1.34 Fazendo compras no supermercado Objetivo: Provocar reflexão nos alunos sobre suas escolhas alimentares e verificar os hábitos. Metodologia: 1. Fazer cópias de dinheiro falso e entregar para os alunos quantidades iguais; 2. Simular um supermercado onde os alunos farão compras com um valor em reais pré-estabelecido; 3. Avaliar a proporção de alimentos saudáveis e alimentos que ofereçam risco à saúde e anotar os dados. Materiais: • Alimentos saudáveis (frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, macarrão, carnes, peixes, aves, água, sucos, biscoitos integrais e simples, leite, cereais matinais, pães...) • Guloseimas (balas, doces, biscoitos recheados, salgados, batatas chips...) Público alvo: alunos de 5 a 6 anos. lxvi Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem refletir sobre suas escolhas alimentares e o profissional analisar os dados obtidos. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (c)) 3.6.1.35 O Dia da Gostosura Objetivo: Incentivar a variedade alimentar e inclusão de novos alimentos. Metodologia: 1. Cada aluno deve trazer um alimento que nunca comeu; 2. Os alimentos devem ser expostos de modo atraente e os alunos devem ser estimulados a provar alguns deles; 3. Discutir com a turma sobre a possibilidade de incluir novos alimentos em seus hábitos. Materiais: • Guardanapos • Copos • Talheres • Pratos descartáveis Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem incluir alguns alimentos novos em seu hábito. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (c)) lxvii 3.6.1.36 Colando os grãos Objetivo: Explorar o alimento, observando características físicas e modo de consumo do grão. Metodologia: 1. Pedir que os alunos colem em uma folha diversos tipos de grãos secos: milho, feijão (os vários tipos), amendoim, ervilha, lentilha, arroz (os vários tipos), canjica, trigo, etc. 2. Observar as características físicas de cada grão bem como seu modo de consumo. Materiais: • Grãos secos variados como: milho, feijão (os vários tipos), amendoim, ervilha, lentilha, arroz (os vários tipos), canjica, trigo, etc. • Folha de papel • Cola Público alvo: alunos de 2 a 4 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber identificar diversos tipos de grãos. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (a)) 3.6.1.37 Livro de receitas Objetivo: incentivar os alunos a se interessarem pelos ingredientes, pré-preparo e preparo dos alimentos. Metodologia: lxviii 1. Dividir a turma em dois grupos, sendo um grupo para receitas de preparações de grandes refeições (almoço e jantar) e outro para receitas de preparações de pequenas refeições (café da manhã e lanche); 2. Pedir que cada aluno leve para a sala duas receitas de preparações que gostem e que são saudáveis, correspondentes ao seu grupo; 3. Montar um grande livro de receitas, dividindo em receitas para grandes refeições e para pequenas refeições; 4. Deixar que cada aluno leve um dia para casa o livro de receitas da turma. Materiais: • Receitas recortadas de jornais ou revistas ou copiadas de livros ou feitas pela família e amigos. • Folhas de papel • Cola • Furador de papel • Fita de cetim para juntar as recitas Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem estar interessados pelos ingredientes, pré-preparo e preparo de preparações. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (a)) 3.6.1.38 As regiões do Brasil lxix Objetivo: Explicar aos alunos algumas características da alimentação das diversas regiões do Brasil. Metodologia: 1. Pesquisar na comunidade ou na própria turma, pessoas que vieram de outras regiões brasileiras ou que tenham parentes em tal situação. 2. Incentivar o relato de experiências e o conhecimento de outros hábitos alimentares, gêneros e pratos típicos. Materiais: não requer Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber algumas características da alimentação das diversas regiões do Brasil. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (a)) 3.6.1.39 Visita à feira Objetivo: favorecer o conhecimento pelos alunos de alguns alimentos que não participavam de seu hábito alimentar. Metodologia: 1. Organizar visita até a feira ou supermercado; 2. Os alunos devem anotar o nome de frutas, legumes e outros alimentos que não conhece, pesquisar em casa sua forma de consumo; 3. Apresentar aos colegas sua pesquisa. Materiais: • Pranchetas lxx • Folhas de papel • Canetas Público alvo: alunos de 5 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem conhecer alguns alimentos que não participavam de seu hábito alimentar. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (a)) 3.6.1.40 Ouvindo a música Objetivo: Trabalhar também com outras músicas que abordem o tema alimentação. Metodologia: 1. Escutar, memorizar, cantar e dançar músicas como: Tropicana (Morena Tropicana) – Alceu Valença, Yes, nós temos bananas – Braguinha, Planeta Água – Guilherme Arantes, Comida - Titãs e Cio da Terra - Milton Nascimento. Materiais: • Rádio • Cd com as músicas Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber relacionar as músicas à alimentação. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (b)) lxxi 3.6.1.41 Brincadeiras populares Objetivo: Introduzir o assunto alimentação saudável através de brincadeiras populares. Metodologia: 1. Ensinar ou relembrar brincadeiras populares como: Batatinha frita um, dois, três; Pêra, uva, maçã e salada mista; Macaco mandou; e músicas de roda: Com abóbora, com melão Com melão, com melancia Faz doce sinhá, faz doce sinhá Faz doce sinhá Maria. Faz doce sinhá, faz doce sinhá Faz doce de maracujá. Meu limão , meu limoeiro Meu pé de jacarandá Uma vez esquindô lê, lê Outra vez esquindô lá, lá Materiais: não requer Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala lxxii Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem estar descontraídos e ter o assunto alimentação mencionado. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (b)) 3.6.1.42 Trabalhando para uma alimentação saudável Objetivo: explicar aos alunos quais as funções de trabalho relacionadas a nossa alimentação. Metodologia: 1. Conversar e pesquisar sobre o comércio, as profissões e os profissionais que trabalham para a nossa alimentação, por exemplo: agricultor, pescador, transportador, feirante, açougueiro, padeiro, carregador, cozinheiro, manipulador de alimentos etc; 2. Pedir que os alunos façam um desenho da função que mais gostaram. Materiais: • Folhas de papel • Canetinha, giz de cera e lápis de cor Público alvo: alunos de 4 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem saber algumas funções relacionadas a nossa alimentação. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (b)) 3.6.1.43 Procurando os utensílios de cozinha lxxiii Objetivo: Favorecer o reconhecimento pelos alunos de utensílios normalmente utilizados em uma cozinha. Metodologia: 1. Desenhar em uma folha objetos que são utensílios de cozinha (panela, talheres, colher de pau, prato, rolo de macarrão, espátula) e outros objetos (cabide, batom, escova e pasta de dentes). 2. Reproduzir para os alunos e pedir que circulem os objetos que são utensílios normalmente presentes em uma cozinha. Materiais: Público alvo: alunos de 2 a 6 anos. Tempo previsto: 30 minutos/sala Avaliação: Ao final da dinâmica os alunos devem reconhecer alguns utensílios utilizados normalmente em uma cozinha. (Adaptado de PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2000 (a)) 4.0 Conclusão A fase pré-escolar corresponde a um período no qual a alimentação desempenha função especial para o pleno desenvolvimento e crescimento. Nesta fase, ocorre formação de hábitos alimentares que serão levados para toda a vida. Os pré-escolares começam a utilizar seus sentidos, testando os sabores, texturas e cores dos alimentos para estabelecer seu poder de decisão sobre o que irão consumir. Ocorre o início do vínculo entre a criança e o alimento. lxxiv Hábitos alimentares na idade adulta são difíceis de serem mudados, portanto, é indispensável a promoção destes hábitos saudáveis durante sua formação na infância, da melhor forma, utilizando atividades lúdicas e criativas, fazendo da alimentação um ato prazeroso. A educação nutricional para pré-escolares visa à promoção de desenvolvimento físico, motor e cognitivo adequado. Uma boa alimentação nesta etapa da vida gera além de maturação biológica em toda sua potencialidade, também prevenção de doenças crônicas por excesso ou escassez de nutrientes. A creche é um local propício para a promoção da educação nutricional, pois além do enfoque educacional tem objetivo de promover saúde em uma estrutura já organizada, atingindo grande parcela da população infantil onde a criança permanece grande período do dia. Os pais, funcionários das creches e nutricionistas devem estar todos com o mesmo objetivo, oferecendo apoio e incentivo, cada um fazendo sua parte para promoção da alimentação saudável através da educação nutricional. Com a educação nutricional inserido no contexto pedagógico, a creche virá usufruir diversas vantagens, tais como: - Promover a saúde aos seus alunos, pais e funcionários; - Educar os alunos quanto à alimentação saudável, já que em vista do dia-a-dia muito atribulado, os pais muitas vezes não conseguem tempo ou não são orientados quanto a alimentação de seus filhos, criando expectativa que a creche possa realizar esta tarefa; - Destacar-se em relação às outras creches pelo diferencial oferecido, incentivando os pais para a matrícula; lxxv - Realizar atividades de cunho educacional sem sobrecarregar os custos da instituição em questão. As atividades de educação nutricional para pré-escolares têm que ser adaptadas ao seu desenvolvimento e devem tratar a alimentação e nutrição como fundamentais e acima de tudo oportunidade de socialização, descontração e prazer. Infelizmente, a educação nutricional ainda é uma atividade pouco presente nas creches, portanto, há necessidade de maior divulgação da promoção da alimentação saudável na fase pré-escolar como forma de garantir qualidade de vida na idade adulta. Além disso, é imprescindível o empenho dos nutricionistas que atuam nesta área para realização de atividades de educação nutricional. Este manual elaborado tem intuito de ser subsídio para os profissionais que atuam em creches na promoção de hábitos alimentares saudáveis entre os pré-escolares. 5.0 Referências ACCIOLY, E., SAUNDERS, C, LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. – Rio de Janeiro: Cultura Médica, cap. 19 p. 269, 2004. ALVES, E. L. Nível alimentar, renda e educação. Revista ABIA/SAPRO, v.30, p.17-44, 1977. ALVIÑA, M. Alimentación del preescolar y escolar menor. Santigo: Universidad de Chile, p.201-211. 1996 lxxvi AMARAL, M.F.M. et al. 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Brasília, 1986, mímeo. lxxvii BRONFENBRENNER, U. A Ecologia do Desenvolvimento Humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. CASTRO, C. M. & PELIANO, A. M. Novos alimentos, velhos hábitos e o espaço para ações educativa s. In: O Problema Alimentar no Brasil (C. M. Castro & M. Coimbra, org.), p. 195-213, São Paulo: Editora Almed, 1985. CERQUEIRA, M. T. Educación en nutrición : Metas e metodología. Boletín de la Oficina Sanitaria Panamericana; v.99, p.498-509, 1985. CHIARA, V.L., et al. Normas para trabalhos de conclusão em cursos de especialização em Nutrição. – Rio de Janeiro : UERJ, Instituto de Nutrição, 2006. 35p CNDM. Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Organização e funcionamento da creche. Brasília, 1988. COSTA, E.; LIMA, E.S.; RIBEIRO, V.M.B. The training of public school cafeteria staff: an analysis of the instructional material developed by Instituto de Nutrição Annes Dias Rio de Janeiro (1956-1994). 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