UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO JUAREZ PRADO CÓRDOVA DESEMPENHO, CICLO DE VIDA E CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS HOTELEIRAS FAMILIARES: Um estudo nas cidades de Itapema e Porto Belo/SC DISSERTAÇÃO DE MESTRADO BIGUAÇU - SC 2013 JUAREZ PRADO CÓRDOVA DESEMPENHO, CICLO DE VIDA E CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS HOTELEIRAS FAMILIARES: Um estudo nas cidades de Itapema e Porto Belo/SC Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração – Curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) como requisito à obtenção do título de Mestre em Administração. Orientadora: Profª. Drª. Anete Alberton BIGUAÇU -SC 2013 Dedico este trabalho: Ao meu tio, professor Eng. Virgílio Córdova do Espírito Santo, pelo administrador que me formei; bem como aos meus pais, José e Helena, pelo homem que eu sou. Sobretudo, dedico o seu início, meio e fim a minha esposa amada, Elvira Beatriz, porque a tinta de cada frase deste trabalho projeta, como sombra, a sua fé e apoio incondicional! AGRADECIMENTOS Muito obrigado ao nosso Deus, pela força interior, pela esperança de dias melhores e pelo envio de anjos à Terra, para que me guiassem sempre quando necessitei. Aos professores Doutores Walter Nique, Nelson Colossi, James L. Venturi e Dorval Olívio Mallmann; aos Mestres Antonio Carlos dos Santos Rosa, Aloísio Grunow e Tagli Mallmann, pelas orientações e incentivos, passados e presentes. Aos colegas Jefferson Lana, pelas discussões técnicas e palavras de apoio nas horas certas; ao Felipe Martins, pela sua fé e amizade; à Suzete e seu esposo; à Cristiana Demski e Maicon Lacerda pelo seu apoio e amizade. À colega Eliana de Matos Rosenhaim (in memorian), pelas marcas bonitas, de garra e dignidade, que ela deixou em nossos corações, bem como aos demais colegas de grupos de pesquisas pelas vivências acadêmicas colaborativas. A todos os funcionários do PPGA/UNIVALI, representados pela pessoa da Sra. Cristina Heusi Leal, ao cumprirem seu papel profissional, pela amizade e respeito. À Ms. Carole Howorth, pelo envio de seu questionário que muito me auxiliou no desenvolvimento do trabalho. À bibliotecária Marli Machado, por sua disponibilidade e orientação técnica, em momentos decisivos do trabalho. Aos professores do PPGA/UNIVALI: Carlos Ricardo Rossetto, Rosilene Marcon, Flávio Ramos, Maria José Barbosa de Souza, Raquel Pereira, Christiane Kleinübing Godoi, Sidnei Vieira Marinho, em especial ao professor Verdinelli, que deixou discípulos para me auxiliar na Estatística, enquanto de sua viagem ao exterior. A todos vocês, agradeço pelos desafios, conhecimentos, apoio, questionamento crítico, fé, método, ética, respeito e humanismo. Muito obrigado em especial à Professora Dra. Anete Alberton, minha orientadora, por seu conhecimento compartilhado, suporte, estímulo, disponibilidade, aliados ao carinho com que realiza sua missão no ensino e na pesquisa! Agradecimentos ao PPGA/UNIVALI, por suas entregas de impacto a nossa sociedade. EPÍGRAFE “A pesquisa transforma o pesquisador e a sociedade.” (Juarez Prado Córdova) “¡Dejaré mi ventana abierta a la Vida!” Inicio do poema “Ventana”. Luis Carlos de Arapey (1921 - ) LISTA DE FIGURAS Figura 1 Modelo classificatório de Empresas Familiares de Westhead e Howorth (2007) .. 35 Figura 2 As cinco fases de crescimento das organizações ................................................. 40 Figura 3 Pirâmide de Desenvolvimento Organizacional ...................................................... 43 Figura 4 Delimitação da Performance de Negócio ............................................................... 47 Figura 5 Capacidades gerenciais e barreiras ao desenvolvimento do setor hoteleiro. ........ 53 Figura 6 Medidas de desempenho de pequenos negócios do setor turístico ...................... 55 Figura 7 Fluxos das variáveis trabalhadas nos artigos analisados ..................................... 60 Figura 8 Roteiro turístico Costa Verde & Mar – Santa Catarina – Brasil ............................ 69 Figura 9 Modelo conceitual da pesquisa ............................................................................ 73 Figura 10 Cargo dos respondentes da pesquisa .................................................................. 81 Figura 11 Classificação de EHFs de Itapema e Porto Belo/SC ............................................. 83 Figura 12 Distribuição %, por cidade, de cada tipo de EHFs. ............................................... 84 Figura 13 Taxas de crescimento de UHs e empregados ....................................................... 85 Figura 14 Década de início das operações dos MHs ............................................................. 86 Figura 15 Histograma do % dos MHs por faixa de receitas totais declaradas aproximadas.. 88 Figura 16 Histograma do crescimento médio $ de empregados por classificação de EFs .... 91 Figura 17 Gráfico radar das prioridades de importância dos MHFs ....................................... 93 Figura 18 Indicadores subjetivos de desempenho da amostra e por classificação de MHFs 96 Figura 19 Gráfico radar dos estágios do ciclo de vida, e funções da gestão dos MHFs. ...... 100 Figura 20 ANOVA entre os tipos de EFs, o uso de IDs e as funções de gestão ................... 108 Figura 21 ANOVA entre ciclo de vida e funções de gestão ................................................... 109 Figura 22 ANOVA entre o uso de IDs e o fator “produto e ajuste” e entre o uso de IDs e ciclo de vida. ...................................................................... 109 Figura 23 ANOVA das médias da classificação de EHFs e ciclo de vida. ............................. 110 Figura 24 ANOVA entre fator 10 (ciclo de vida) e fator 3 (produto e ajuste) ......................... 111 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Gestão de um pequeno empreendimento do setor hoteleiro ................................... 29 Quadro 2 Vantagens das empresas hoteleiras familiares frente às não familiares .................. 32 Quadro 3 Critérios de classificação das pequenas empresas .................................................. 33 Quadro 4 Classificação de Empresas Familiares, segundo Westhead e Howorth (2007) ....... 36 Quadro 5 Resultados de pesquisa EFs de Westhead e Howorth (2007) ................................. 37 Quadro 6 Problemas predominantes e práticas gerenciais nas diferentes fases de crescimento organizacional....................................................................................... 45 Quadro 7 Classificação de abordagens avaliativas do desempenho ....................................... 48 Quadro 8 Comparação entre medidas de desempenho tradicionais e não tradicionais .......... 49 Quadro 9 Indicadores de desempenho do setor hoteleiro, por autor ....................................... 62 Quadro 10 Objetivos e referenciais vinculados às questões do questionário............................. 75 Quadro 11 Variáveis operacionalizadas na pesquisa – blocos A e B ........................................ 78 Quadro 12 Variáveis operacionalizadas na pesquisa – blocos C e D ........................................ 79 Quadro 13 Objetivos, hipóteses de pesquisa e técnicas de análise .......................................... 80 Quadro 14 Indicadores subjetivos de desempenho para a amostra .......................................... 114 Quadro 15 Resultados dos testes de hipóteses da pesquisa ..................................................... 117 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Variáveis pesquisadas em artigos ............................................................................ 59 Tabela 2 Estatística do turismo em Santa Catarina (jan., fev. e mar/2012) ............................ 68 Tabela 3 Dados geoeconômicos das cidades Porto Belo e Itapema ...................................... 70 Tabela 4 Classificação EMBRATUR dos MHs pesquisados, por cidade ................................ 82 Tabela 5 Classificação de EF, nº de UHs e média de empregados ....................................... 84 Tabela 6 Uso de indicadores de desempenho por classificação de MHs .............................. 87 Tabela 7 Classificação de EFs, receita média por MH, por empregado e taxa de ocupação 89 Tabela 8 Prioridade de importância dos MHFs frente aos objetivos ....................................... 92 Tabela 9 Prioridade de importância dos MHFs frente aos objetivos, por tipo ......................... 92 Tabela 10 ID subjetivos médios do setor e por classificação de MHFs .................................... 94 Tabela 11 ID subjetivos médios da amostra ............................................................................. 95 Tabela 12 Tabela 13 IDs subjetivos de receitas declaradas, rentabilidade em relação a concorrência e taxa de ocupação frente aos objetivos. .................................................................... Escores de impacto médio do estágio de ciclo de vida e suas funções de gestão .. 98 99 Tabela 14 Análises fatoriais individuais e extração de fatores .................................................. 102 Tabela 15 Fatores extraídos e teste de Alfa Cronbach ............................................................. 105 Tabela 16 Matriz de correlações de Pearson entre os 11 fatores selecionados ....................... 105 LISTA DE SIGLAS AMFRI Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí AF Análise Fatorial ANOVA Análise Univariada da Variância BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento do Extremo Sul BSC Balanced scorecard CITMAR Consórcio Intermunicipal de Turismo Costa Verde & Mar EF Empresa Familiar EHF Empresa Hoteleira Familiar EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo EBITDA Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização EVA Valor Econômico Agregado ID Indicador de Desempenho KMO Método de Kaiser-Meyer-Olkin MH Meio de Hospedagem MHF Meio de Hospedagem Familiar MPEs Micro e Pequenas Empresas MPME Micro, pequenas e médias empresas familiares PIB Produto Interno Bruto PNT Plano Nacional de Turismo ROI Retorno sobre o Investimento SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SMD Sistema de Medição de Desempenho RBV Resource Based View UH Unidade Habitacional UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí W/H,2007 WESTHEAD; HOWORTH (2007) WTTC World Travel & Tourism Council SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 17 1.3 Justificativa .......................................................................................................... 18 1.4 Estrutura do trabalho ........................................................................................... 23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 25 2.1 Empresas Familiares e Gestão ........................................................................... 26 2.2 Empreendimentos hoteleiros familiares............................................................... 28 2.2.1 Classificação de empresas por porte ............................................................... 32 2.2.2 Classificação de empresas familiares pela estrutura de propriedade e controle de gestão................................................................................................................... 34 2.2.3 Ciclo de vida organizacional ............................................................................. 38 2.2.3.1 Modelo de Greiner (1972, 1998) ................................................................... 39 2.2.3.2 Modelo de Flamholtz (1995) .......................................................................... 42 2.2.3.3 Modelo de Padula e Vadon (1996) ................................................................ 44 2.3 Desempenho organizacional ............................................................................... 46 2.3.1 Desempenho em hotelaria ............................................................................... 52 2.4 Hipóteses da pesquisa ........................................................................................ 64 3 METODOLOGIA..................................................................................................... 67 3.1 Do tipo de pesquisa ............................................................................................. 67 3.2 Do ambiente da pesquisa .................................................................................... 67 3.3 Dos procedimentos amostrais ............................................................................. 71 3.4 Do delineamento da estratégia e objetivos da pesquisa ..................................... 72 3.5 Da elaboração do instrumento de coleta ............................................................. 74 3.6 Dos métodos de coleta do material empírico ...................................................... 76 3.7 Da análise dos dados .......................................................................................... 77 3.8 Da operacionalização das variáveis .................................................................... 78 4 RESULTADOS E ANÁLISES ................................................................................. 81 4.1 Características dos empreendimentos pesquisados ........................................... 81 4.1.1 Descrição dos indicadores objetivos de desempenho ...................................... 87 4.1.2 Descrição dos indicadores subjetivos de desempenho .................................... 92 4.1.3 Indicadores dos estágios do ciclo de vida e funções de gestão ....................... 99 4.2 Análise dos fatores ............................................................................................ 101 4.3 Análise da Variância .......................................................................................... 107 4.4 Da discussão das hipóteses e resultados finais ................................................ 111 5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 118 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 123 APÊNDICES ........................................................................................................... 133 1 INTRODUÇÃO O turismo se constitui numa atividade econômica de impacto social e cultural que mobiliza recursos de origem local, possibilitando o surgimento de pequenos empreendimentos, a geração de emprego e renda, bem como promovem o desenvolvimento. Segundo as previsões do World Travel & Tourism Council (WTTC, 2013), é previsto um crescimento anual da indústria mundial do turismo em torno de 4,8%, tendo em 2012 impactado na abertura de vagas de trabalhos diretos e indiretos na ordem de 2,9% de todos os empregos gerados. Possuidor de um rico patrimônio natural, histórico, arquitetônico e cultural, o Brasil desponta como um destino turístico de imenso potencial de exploração e crescimento, tendo na atividade turística a capilarização necessária de economias que se sustentam e desenvolvem, possuindo importância estratégica, bem como social, no contexto de nossa economia (MACHADO; MACHADO; HOLANDA, 2006). Dados do Ministério do Turismo informam que o setor turístico brasileiro cresceu em 2012 13,2%, em relação ao ano anterior, a partir de investimentos de grandes empresas nacionais e internacionais (MTUR, 2013). Neste contexto, as empresa hoteleiras familiares (EHFs) constituem as bases impulsionadoras da cadeia hoteleira, em constante esforço adaptativo para acompanhar as tendências da indústria turística (CRUZ; BORGES, 2006; FAGUNDES; GIMENEZES, 2009), importância desses empreendimentos que é ressaltada por Mir (2002) ao salientar que a gestão do desempenho dessas organizações depende, não somente da ação empreendedora, também das habilidades de gestão e competências técnicas empregadas no esforço dos donos das empresas para melhorar a performance desses negócios. São considerados importantes também o ajuste e a maior flexibilização desses negócios para agilizálos e atender às demandas de mercado, visando diferenciais competitivos (CHASTON, 2012). Diante da exigência de desempenho comparável às grandes organizações que recai sobre as EHFs, bem como da análise e tratamento igualitários dispensados às diferentes EHFs, segundo Westhead e Howorth (2007), estes autores apresentaram um modelo de classificação de EHFs o qual considera os critérios de estrutura de propriedade do negócio e do controle da gestão por parte do 15 gestor-proprietário. Estes dois critérios seriam percebidos como fatores determinantes do volume de objetivos financeiros dessas organizações, fatores estes que requerem práticas de gestão em organizações com estágio de ciclo de vida amadurecidos (PADULA; VADON, 1996) e sistemas de controle financeiro com o uso de indicadores (HABER; RACHEL, 2005). Percebe-se este modelo como alternativa classificatória para as organizações brasileiras, em vista da ainda recenticidade de modelos classificatórios que apresentem robustez teórica e poder para explicar o comportamento organizacional de uma EHF (DEKKER et al. 2013), bem como pode ampliar as perspectivas de análise organizacional, a partir das diferenças na composição da propriedade e da maneira de gerenciar cada negócio. Num âmbito restrito, os critérios de classificação dos órgãos oficiais brasileiros (SEBRAE, BNDES, BANCO DO BRASIL, etc.) atendem aos objetivos de enquadramento formal e fiscal, por considerar somente o número de funcionários e o faturamento anual, portanto, informações que não auxiliam na geração de respostas para a condução de uma análise organizacional. A questão da medição do desempenho, anteriormente restrito às grandes corporações, de acordo com Neely (1999), ressurgiu em todas as esferas empresariais, sejam elas grandes ou pequenas, exigindo suas respostas imediatas às demandas de mercado; situação visível entre os atores do setor turístico (SAINAGHI, 2010). Nesta ótica, o setor dos meios de hospedagem enfrentaria o desafio para apurar os métodos de avaliação de seus outputs, enquanto sistema, por essas firmas trabalharem com fatores intangíveis de avaliação que exigem métricas específicas para o setor (HABER; REICHEL, 2005, WADONGO et al., 2010). Dentre diversas pesquisas acerca do desempenho dos meios de hospedagem (MHs), desponta o trabalho de Haber e Reichel (2005) que apresenta um sistema de medição de indicadores de desempenho que permite análises nas dimensões objetivas e subjetivas, bem como no curto e longo prazo, no ambiente das pequenas e médias empresas hoteleiras. No trabalho de Herrero (2011) identificaram-se nas empresas familiares traços do comportamento de sua gestão que sugerem que elas sejam mais eficientes que as empresas de capital aberto, a partir de uma análise dos problemas 16 de agência, bem como através da valorização de características do mundo empresarial familiar. Estes resultados são corroborados pela pesquisa de Chaston (2012) que apontou haver indícios de maior flexibilidade e competitividade por parte das EFs hoteleiras em relação às empresas hoteleiras não familiares; conclusões extraídas das observações do comportamento empresarial frente aos eventos e restrições vinculados à crise financeira de 2008 e 2009 que assolou a Europa e Estados Unidos. O modelo de diagnóstico de pequenas e médias empresas (PME’s), desenvolvido por Padula e Vadon (1996), o qual se fundamenta nos postulados de Greiner (1967, 1972) e Flamholtz (1995), a partir do ciclo de vida organizacional e suas práticas de gestão, aparenta ser uma ferramenta útil para ampliar a compreensão do comportamento dos seis tipos de empresas familiares do modelo de Westhead e Howorth (2007), útil também para explicar o desempenho. A tipologia de empresas familiares (WESTHEAD; HOWORTH, 2007) que se soma às abordagens de indicadores de desempenho específicos para pequenas empresas hoteleiras (HABER; REICHEL, 2005), bem como ao modelo de análise do ciclo de vida de micro e pequenas empresas (PADULA; VADON, 2005), expõem lacunas para pesquisas acerca das possibilidades de classificação e compreensão do desempenho e ciclo de vida das organizações hoteleiras familiares. Neste contexto, o problema de pesquisa deste trabalho que pode ser definido da seguinte forma: “Qual a relação entre os diferentes tipos de empresas hoteleiras familiares, os indicadores gerenciais de performance e seu ciclo de vida?” 1.2 Objetivos O objetivo geral desse estudo consiste em: Analisar a relação entre a classificação de empresas hoteleiras familiares (EHFs) da Costa Verde &Mar, de acordo com sua estrutura de propriedade e controle da gestão, seus indicadores de desempenho e o ciclo de vida organizacional. Para atingir este objetivo geral, foram formulados os seguintes objetivos específicos: 17 a) Categorizar as empresas hoteleiras familiares (EHFs) das cidades de Itapema e Porto Belo/SC (Costa Verde & Mar), a partir dos parâmetros de estrutura de propriedade e concentração da gestão (controle); b) Identificar a utilização de indicadores objetivos e subjetivos de desempenho organizacionais pelas EHFs da região em estudo; c) Relacionar as categorias de EHFs com os indicadores de desempenho e o estágio de ciclo de vida da região em estudo; d) Identificar o estágio do ciclo de vida das EHFs da região em estudo; e) Relacionar os estágios de ciclo de vida dos EHFs com os indicadores de desempenho organizacionais da região em estudo. 1.3 Justificativa A atividade turística tem se constituído num importante vetor do desenvolvimento econômico de regiões e comunidades em diversos países, pela atração de fluxos de turistas, que desfrutam de produtos e serviços com alta diferenciação, a partir de padrões de exigência que se ampliam a cada dia. Num ambiente competitivo em que operam meios de hospedagem das redes hoteleiras profissionalizadas, essa atividade também é fortalecida pela ação do pequeno negócio que se estrutura a partir da família de um empreendedor, constituindo uma empresa familiar, a qual assume riscos e explora negócios para atender o mercado. (REICHEL; HABER, 2005; HABER; REICHEL, 2005). Entende-se que estudar e compreender os elementos que afetam o desempenho das empresas familiares, para ampliar as condições de gerenciamento por parte dos proprietários tem sua importância ampliada na ciência administrativa, visto que sua participação no mercado turístico é superior ao das empresas não familiares do setor hoteleiro (CHASTON, 2012), fato que fortalece a necessidade da gestão hoteleira familiar se apropriar do conhecimento de seu desempenho e do desempenho de seus colaboradores (TOMAZONNI; BITTENCOURT, 2013). Alguns estudos têm se dedicado a compreender a classificação das empresas familiares, a partir da estrutura de propriedade e do controle de gestão, onde a pesquisa de Westhead e Howorth (2007) possibilitou a construção de referenciais para a compreensão do comportamento organizacional das empresas familiares, 18 sob a sustentação de que as EFs devem ser analisadas e tratadas de forma diferente, por serem vistas como instituições com características próprias. Westhead e Howorth (2007) desenvolveram um modelo classificatório de seis configurações de EFs, no qual consideram os critérios de sua estrutura de propriedade e de controle da gestão por parte do proprietário. Essas diferentes configurações parecem importantes por refletir a posição de poder executivo dos proprietários e consequente capacidade em mobilizar recursos para melhorar o desempenho. Sob outra perspectiva, o resultado do estudo de Herrero (2011), junto a empresas do setor pesqueiro espanhol, reforçou a posição de que as empresas familiares merecem uma atenção especial, no que tange ao seu desempenho em comparação às empresas não familiares. As percepções de Herrero (2011) são suportadas pela pesquisa de Chaston (2012) que identificou maior flexibilidade e capacidade das empresas hoteleiras familiares do Reino Unido, em relação às empresas hoteleiras não familiares, usando como critério de análise o resultado do enfrentamento e seu desempenho durante os anos de 2008 e 2009, caracterizados pela depressão econômica que assolou o mercado internacional. Este desempenho superior pode também ser resultante da qualidade das práticas de gestão, bem como do estágio de amadurecimento de seu ciclo de vida (FLAMHOLTZ, 1995; PADULA; VADON, 1996). Os resultados desses estudos de Herrero (2011) e de Chaston (2012), que evidenciam um desempenho diferenciado das EFs em suportar melhor os ciclos de crises financeiras conjunturais e gerar melhores resultados financeiros por parte dessas organizações, sugerem que o modelo de classificação de EFs (WESTHEAD; HOWORTH, 2007) seja visto como uma ferramenta objetiva que pode auxiliar na compreensão do comportamento das organizações familiares. No que tange à produção de pesquisa nacional, o termo mais utilizado na caracterização das EFs, vincula-se à forma como elas são classificadas oficialmente no Brasil, ou seja, são caracterizadas como micro e pequenas empresas (MPEs), fato que pode induzir o pesquisador a enganos primários de busca textual. Das diversas abordagens utilizadas para compreender o universo da EFs nacionais e contribuir para a melhoria de seu desempenho, despontam a dimensão 19 da gestão e do comportamento empreendedor observados nos trabalhos de Dutra (2004), Silva et al. (2005), Câmara et al. (2006), Feuerschütte e Godoi (2007), Cancellier, Alberton e Santos (2007) e Cancellier e Alberton (2008). Os resultados da pesquisa de Dutra (2004), junto a empresários da cidade de Londrina/PR, vincularam os motivos de encerramento de pequenas e micro empresas a problemas originados pela gestão desses negócios por parte de seus proprietários. Resultados convergentes são apresentados na pesquisa de Silva et al. (2005), que identificou na força competitiva do mercado e de fatores gerenciais internos, como determinantes do sucesso das PMEs, assinalando as diferenças comportamentais dos gestores e suas carências no desenvolvimento de competências e habilidades. Seguindo neste sentido, a pesquisa de Câmara et al. (2006) investigou um grupo de 609 MPEs, na condição de informalidade, identificando as barreiras impeditivas ao desenvolvimento de seus negócios, resultados que são confirmados pelo trabalho de Feuerschütte e Godói (2007) que levantou, junto ao setor hoteleiro de Balneário Camboriú, as competências empreendedoras de seus proprietários-gestores, a partir das características empreendedoras pessoais, da gestão do empreendimento e do relacionamento do negócio com seu contexto. No artigo produzido por Cancellier, Alberton e Santos (2007), que analisou as relações das empresas do setor hoteleiro com seu macroambiente, no que diz respeito ao monitoramento de informações estratégicas, foi identificada uma carência de práticas de monitoramento do ambiente externo por parte dos gestores hoteleiros, já evidenciada em trabalhos anteriores. Na pesquisa de Cancellier e Alberton (2008), investigaram-se as práticas de monitoramento do ambiente externo pelas empresas hoteleiras da Grande Florianópolis, chegando a conclusões paralelas e complementares. Quanto aos trabalhos que versam sobre desempenho, na literatura nacional são encontrados poucos trabalhos que ampliaram as dimensões de análise dos indicadores de desempenho ao incorporar indicadores subjetivos de desempenho Perin e Sampaio (1999); Macedo e Silva (2005), os autores propõem um modelo de análise organizacional a partir do relacionamento de indicadores financeiros e não financeiros para o trato com os diferentes elementos das organizações. 20 Ainda incipiente, a pesquisa acerca do desempenho dos meios de hospedagem nacionais registra poucos trabalhos (MACHADO; MACHADO; HOLANDA, 2006; CALLADO, et al. 2011). As carências por práticas de medição de desempenho para o setor hoteleiro foram identificadas na pesquisa sobre a utilização de indicadores de desempenho junto ao setor hoteleiro da Paraíba, por Machado, Machado e Holanda (2006), que apresentaram resultados positivos sobre a percepção de seus gestores quanto à importância de sua prática. Neste trabalho, eles recomendam a incorporação de indicadores não financeiros para o setor hoteleiro; a partir da comparação entre estes indicadores e os indicadores tradicionais. No artigo de Callado et al. (2011) foi investigada a relação entre níveis de rentabilidade e os indicadores de desempenho, a partir de fatores orientados pelas perspectivas da matriz do BSC, junto a trinta e um hotéis do estado da Paraíba, de onde se encontraram relacionamentos positivos entre alguns indicadores de desempenho analisados. A questão do desempenho do setor hoteleiro se apresentou mais farta a partir da literatura internacional, onde trabalhos específicos despontam e sugerem a necessidade da incorporação de indicadores subjetivos de desempenho, os quais se revelam estar mais alinhados às estratégias e operações típicas dos MHs. Suas contribuições aparecem através da identificação de indicadores específicos de desempenho para o setor hoteleiro, bem como através das conclusões que sugerem as lacunas a preencher e oportunidades a aproveitar. Desta forma, são listados os trabalhos de Chow et al. (2003), Davidson (2003), Macedo; Silva (2005), Machado, Machado e Holanda (2006); Bergin-Seers; Jago (2007), Huang, Chu e Wang (2007); Yilmaz (2009); Sainaghi (2010); Wadongo et al. (2010), de onde é arrolada uma gama de indicadores específicos de desempenho do setor. Destes, atenção especial é dada ao trabalho de Sainaghi (2010) onde relata uma análise de 153 artigos acerca do desempenho do setor hoteleiro, tendo o autor identificado as vertentes temáticas de observação acerca do desempenho das empresas. Da pesquisa dos artigos nacionais acerca da gestão dos meios de hospedagem, observou-se a atenção dada ao conhecimento dos processos de gestão, bem como da identificação de quem utiliza e valoriza estes processos nas organizações, resultados que sugerem um cenário mais embrionário em relação às 21 práticas de gestão levantas nas pesquisas de outros países, apontando lacunas a serem preenchidas com novos estudos. Outra contribuição esperada pela presente pesquisa é o conhecimento dos resultados das análises das relações estabelecidas entre os indicadores gerenciais (objetivos e subjetivos) de desempenho com os tipos de empresas familiares hoteleiras, presentes nos aportes teóricos de Haber e Reichel (2005) e Westhead e Howorth (2007). Em relação à pesquisa de Haber e Reichel (2005) se destaca pela importância direcionada às EFs do setor turístico, apontando lacunas a serem preenchidas, ocasião em que se identificaram as medidas de desempenho objetivas e subjetivas, de longo e curto prazo relevantes e específicas àquelas organizações. Para a presente pesquisa, ao ser escolhido um segmento empresarial específico, o setor hoteleiro familiar, pretende-se evitar as dificuldades de agregação, interpretação e análise das medidas de desempenho levantadas (PERIN; SAMPAIO; 1999). Este ponto também é importante para se construir referenciais para o gerenciamento dos MHs do turismo na classificação de suas empresas familiares hoteleiras e dos indicadores de desempenho gerenciados. Mesmo com a evolução dos indicadores de desempenho que se ajustam às características e demandas de cada tipo de negócio, percebe-se que ainda há lacunas para se preencher ao se desenvolver grupos de indicadores que informem e monitorem o comportamento das variáveis direcionadoras de performance de organizações específicas, bem como de seus setores (SAINAGHI, 2010). Dessa forma, ao serem utilizados os indicadores de desempenho adaptados do modelo de Haber e Reichel (2005), espera-se obter novos entendimentos acerca das práticas da gestão do desempenho em hotéis e pousadas familiares, uma desejável contribuição à pesquisa da Administração, bem como ao setor hoteleiro que tem nas empresas hoteleiras familiares de seus pilares de sustentação. Conhecer as condições internas das organizações que as predispõem para a melhoria do desempenho tornou-se uma possibilidade com o estudo dos modelos teóricos de análise do estágio do ciclo de vida, (GREINER, 1972, 1998; FLAMHOLTZ, 1995), que foram operacionalizados, a partir do modelo de Padula e Vadon (1996). Este modelo opera como diagnóstico organizacional da gestão em pequenas e micro empresas (PME’s), relacionando as preocupações 22 estratégicas da organização com as principais agendas de seus sistemas de planejamento, organização e controle, de acordo com seu ciclo de desenvolvimento, permitindo que se identifiquem a estágio evolutivo desses sistemas. Sua contribuição se dá ao direcionar a análise do desempenho a partir das condições estruturais das funções de gestão e do estágio de desenvolvimento da empresa. Aliada aos indicadores de desempenho objetivos e subjetivos, a abordagem do ciclo de vida da organização também permite aprimorar o conhecimento acerca das condições administrativas fundamentais das organizações para gerar seu desempenho. 1.4 Estrutura do trabalho Este trabalho se organiza em cinco capítulos: introdução, fundamentação teórica, metodologia, resultados e análises, e por fim, as conclusões. Após os itens que compõem o capítulo introdutório, a fundamentação teórica (capítulo 2), contextualiza a condição das empresas familiares, com suas características próprias de gestão, seguidas do item que versa sobre os empreendimentos hoteleiros familiares, a questão da classificação oficial de empresas por porte; também é apresentada uma forma de classificação de empresas familiares, que se dá a partir de sua estrutura de propriedade e da concentração da gestão. No item seguinte são apresentadas abordagens para o tema do ciclo de vida organizacional. Também são apresentados os temas do desempenho organizacional, a partir de um resgate de sua origem teórica. Na sequência, o desempenho na hotelaria a partir de medidas objetivas e subjetiva são apresentadas. . Ao final da fundamentação teórica, são apresentadas as hipóteses da pesquisa, construídas a partir dos argumentos apresentados no contexto e nas bases conceituais da presente pesquisa. No terceiro capítulo são apresentados os aspectos metodológicos da pesquisa realizada junto às empresas hoteleiras familiares das cidades de Itapema e Porto Belo, seu detalhamento do tipo e ambiente da pesquisa, procedimentos amostrais, estratégia e objetivos, instrumentos e método de coleta de material empírico, os aspectos da análise dos dados e a operacionalização das variáveis. O capítulo destinado aos resultados e análises apresenta os resultados da estatística descritiva com as características dos empreendimentos pesquisados, 23 seus indicadores de desempenho objetivos e subjetivos, os resultados do levantamento do ciclo de vida e das funções de gestão. Também apresenta a análise fatorial, suas correlações, a análise da variância e a discussão das hipóteses e dos resultados empíricos confrontados à luz dos fundamentos teóricos. Na sequência, e como capítulo final, é apresentado o capítulo destinado às conclusões da pesquisa, complementado pelas referências e apêndices. 24 4 RESULTADOS E ANÁLISES Este capítulo trata da apresentação dos dados obtidos sobre a amostra pesquisada e sua análise estatística, bem como o seu relacionamento com os construtos estabelecidos para a realização da pesquisa confrontando com as hipóteses formuladas na fundamentação teórica. Este capítulo está subdividido em sete itens. O primeiro com análise descritiva dos dados sobre o comportamento amostral dos MHs e das organizações analisadas. No segundo item a descrição objetiva de dados e IDs; no terceiro item são descritos e analisados os IDs subjetivos do setor; no quarto item, a análise descritiva dos IDs vinculados ao ciclo de vida do setor e funções de gestão. No quinto item procede-se a análise fatorial e correlações, dos dados. No penúltimo item, a ANOVA, sendo cotejados com os resultados da estatística descritiva e da AF. O último item reserva a discussão de hipóteses e resultados finais. A fundamentação teórica foi resgatada a fim de subsidiar na discussão dos resultados. 4.1 Características dos empreendimentos pesquisados De um total de 47 questionários, em 36 MHs, o questionário foi respondido pelos proprietários dos empreendimentos (77%) (Figura 10). Figura 10 – Cargo dos respondentes da pesquisa. Fonte: dados de pesquisa. 81 Observa-se que 19% são de gerentes gerais, 2% de gerentes financeiros e outros 2% de diretores gerais. Este resultado desta distribuição sugere que a gestão dos MHs ainda é detida pelos pequenos empresários e gerenciada por eles e suas famílias (HABER; REICHEL, 2005; COSTA; PEREIRA; HOFFMANN, 2006; FAGUNDES; GIMENEZES, 2009). A Tabela 4 apresenta os MHs pesquisados, em sua classificação, conforme os parâmetros da EMBRATUR. Tabela 4 – Classificação EMBRATUR dos MHs pesquisados, por cidade Itapema Porto Belo Classificação Quantidade Percentual Quantidade Percentual Hotel 9 36% 1 4,5% Pousada 13 52% 20 91% Flat/apart 3 12% 0 0% Hostel 0 0% 1 4,5% Total 25 22 Fonte: dados de pesquisa. Em Itapema do total de 25 MHs pesquisados, nove (36%) são classificados no padrão “hotel”, 13 são do tipo “pousada” (52%) e os três restantes são do tipo “flat/apart” (12%). Em Porto Belo, dos 22 MHs, 20 são pousadas (91%) do total, um hotel (4,5%); e mais um “hostel” (4,5%). Percebe-se predominância de pousadas em Porto Belo, enquanto que em Itapema há um maior equilíbrio entre hotéis e pousadas. A cidade de Porto Belo, com mais de 180 anos, vem utilizando sua estrutura histórica e arquitetônica para a operação de MHs do padrão “pousadas”. No caso da cidade de Itapema, a qual é resultado de um fracionamento geopolítico de Porto Belo, em 1962, percebe-se que a existência de um número maior de MHs do padrão “hotel” ocorra pela mais recente expansão da atividade turística e imobiliária e populacional na região, iniciada a partir da década de 1980 (KOHL, 2000). Considerando os objetivos da pesquisa que visam a identificação de dados vinculados a classificação de EHFs, os resultados são apresentados na Figura 11. 82 Figura 11 – Classificação de EHFs de Itapema e Porto Belo/SC. Fonte: Dados da pesquisa adaptados ao modelo de Westhead e Howorth (2007). A pesquisa, valendo-se da metodologia classificatória de empresas, de Westhead e Howorth (2007), registrou a classificação de cinco tipos diferentes de MHs familiares, de um total de seis tipos preconizados no modelo original. Observase que da população consultada em sua totalidade, quatro EFs não participaram da estatística, sendo que três delas se recusaram a participar e uma apresentou dados que exorbitaram das médias, sendo tratada como outlier., fato que determinou uma amostra de 47 empresas. Foram encontradas 28 empresas do tipo Q1 (EFs em média), com 13 em Itapema e 15 em Porto Belo, com a maior concentração de tipos de EHFs. Dos 10 MHs familiares ranqueados no tipo Q2 (EFs profissionais), observaram-se seis EHFs em Itapema e quatro em Porto Belo. A pesquisa não encontrou nenhum MH no tipo Q3 (EFs de consórcio entre primos). No tipo Q4 (EFs Profissionais de Consórcio entre Primos), relatou-se somente um MH que funciona em Itapema. O tipo Q5 (EFs Transitórias) apresentou dois 2 MHs, sendo um em Itapema e outro em Porto Belo; outras seis no tipo Q6 (quatro MHs em Itapema e dois em Porto Belo). Observa-se que, em comparação com a pesquisa conduzida 83 por Westhead e Howorth (2007), esta pesquisa identificou e classificou empiricamente cinco tipos de EHFs, enquanto que no trabalho original foram identificados e classificados apenas quatro tipos de EFs. A Figura 12 apresenta a distribuição percentual, por cidade, de cada tipo levantado de empresas. Figura 12 – Distribuição %, por cidade, de cada tipo de EHFs Fonte: Dados de pesquisa A Tabela 5 apresenta a relação entre a classificação de EFs com os MHs da região pesquisada, bem como a relação com a média de empregados. Tabela 5 – Classificação de EF, nº de UHs e média de empregados Classificação EFs e Nº UHs - 2012 Médias de Empregados UHs Tipos EFs MHs UHs Fund. 2010 2011 Média Q1 28 434 15,50 3,36 3,29 3,89 Q2 10 294 29,40 12,90 16,90 14,90 Q3 ------Q4 1 42 42 16 16 16 Q5 2 28 14 4 4,50 4 Q6 6 222 37 11,50 19,30 20,17 Amostra 47 1020 21,70 6,72 8,55 8,57 Fonte: Dados de pesquisa 2012 4,14 16,40 -16 5 20,17 9,08 Tempo Médio de Vida 10,30 15 -33 15 13,20 12,40 Da fundação até 2010, a taxa de crescimento médio de UHs foi de 13,15%, no período de 2010 a 2011, a taxa foi de 8,13, sendo que em 2012 esta taxa evoluiu 84 em 6,47%, representou 21,7 UHs em média por hotel na amostra. Ainda neste ano, maiores médias do número de UHs aparecem nos tipos Q6, com 37 UHs, seguidas pelos tipos Q4 e Q2, com 42 e 29,4 UHs. Observam-se nestes dois quesitos que as maiores médias ocorrem justamente nos três grupos de MHs que apresentam em comum o elemento de contratação de agentes para atingir os objetivos de gestão e controle das organizações (EISENHARDT, 1989; SCHULZE W. S.; LUBATKIN, M. H.; DINO, 2003). Os MHs apresentaram 313 empregados no ano da fundação; em 2010 havia um total de 402 empregados, representando um crescimento médio de 27,22% (Figura 13). Figura 13 – Taxas de crescimento de UHs e empregados. Fonte: Dados de pesquisa No ano de 2011 este crescimento foi quase nulo (0,25%), o que parece refletir o fraco desempenho do setor turístico, em decorrência dos desastres climáticos naquele período, reduzindo a força de trabalho. Entre 2011 e 2012 o número de empregados evoluiu de 403 para 427 empregados, crescendo em média 5,96%. De acordo com Haber e Reichel (2005), este item atua como um indicador objetivo de longo prazo que auxilia na explicação da performance dos MHFs. O número de empregados fornece informações do desempenho no curto prazo, reconhecido por Haber e Reichel (2005) como um ID objetivo. Verificou-se que os MHs tipo Q1 apresentaram as menores médias desde a fundação até 2012. Os MHs dos tipos Q6, Q4 e Q2 mantiveram as maiores médias desde a data da 85 fundação até 2012, sendo que a profissionalização da gestão é um dos elementos comum entre estes três tipos de MHFs. A performance também pode ser entendida pela comparação do tempo médio de existência de cada MH, onde a amostra acusou a média de 12,4 anos; o registro da menor média ficou com a tipo Q1 com 10,13 anos e o maior tempo de vida com a tipo Q4, com 33 anos, seguido pela tipo Q2 com 15 de vida média. A variável de tempo médio de vida pode estar relacionada à capacidade de gestão das EHFs por parte de seus proprietários e ao amadurecimento dos sistemas de planejamento, organização e controle (PADULA; VADON, 1996), ou ao fator localização privilegiada (HWANG; LOCKWOOD, 2006). No que tange ao ano de início das operações dos MHs pesquisados, observase que 61,7% dos MHs iniciaram suas operações a partir de 2000, o que se leva a crer que a atividade na região ainda esteja em expansão, apesar das taxas de crescimento negativo do número de UHs que se tem verificado nos últimos três anos (Figura 14). Figura 14 – Década de início das operações dos MHs Fonte: Dados de pesquisa. A concentração de MHs que iniciaram atividades nas décadas de 1990 e 2000 parece estar de acordo com o histórico do desenvolvimento do Turismo no litoral norte de Santa Catarina (PEREIRA, 2003). 86 4.1.1 Descrição dos indicadores objetivos de desempenho Os dados e indicadores objetivos e subjetivos de desempenho obtidos na pesquisa foram coletados a partir dos aportes teóricos dos modelos de Haber e Reichel (2005) para pequenas empresas hoteleiras. Para os objetivos estratégicos subjetivos os construtos são originados do trabalho de Howorth e Westhead (2003). Quanto à classificação de empresas familiares, esta segue o modelo de Westhead e Howorth (2007), sendo que o modelo de análise do ciclo de vida de PMEs, adota o trabalho de Padula e Vadon (1996). Na Tabela 6 é apresentado o histograma dos MHs, por classes, que utilizam IDs. Ela indica que 38,30% dos meios de hospedagem pesquisados costumam efetuar o registro e controle sistemático de IDs, sendo que os outros 61,70% restantes não o fazem. Pela classificação de MHs, observa-se que no tipo Q4, nenhuma organização utiliza IDs, enquanto que no tipo Q1 somente 11% os utilizam na gestão de seus MHs. Dos MHs nos tipos Q5 e Q6, constata-se que 100% fazem uso dos IDs, seguidos do tipo Q2 com 70%. Tabela 6 – Uso de indicadores de desempenho por classificação de MHs Utiliza ID Não utiliza ID Classificação Quant. % Quant. % Tipo Q1 3 11% 25 89% Tipo Q2 7 70% 3 30% Tipo Q3 ----Tipo Q4 0 0% 1 100% Tipo Q5 2 100% 0 0% Tipo Q6 6 100% 0 0% Total de MHs 18 38% 29 62% Fonte: dados de pesquisa. Total de MHS 28 10 -1 2 6 47 A identificação desta prática de gestão, por classificação de EHFs, da amostra pesquisada, sugere uma relação entre descentralização da estrutura de propriedade da organização familiar, do controle da gestão e a existência de objetivos financeiros (JENSEN; MECKLING, 1976; EISENHARDT, 1989, WESTHEAD; HOWORTH, 2007), recomendando outras investigações. Estes resultados também evocam as recomendações do trabalho de Neely (1999), onde fatores concorrenciais aliados à natureza mutante do trabalho, as flutuações e incertezas da demanda externa, a rápida mudança da tecnologia da 87 informação, dentre outros motivos, exigem o monitoramento sistemático do desempenho das empresas, independente de seu tamanho. Assim, a apuração dos métodos de avaliação de seus resultados, pelo monitoramento de IDs, se transformou numa questão fundamental para os atores do setor turístico (SAINAGHI, 2010). Quanto aos dados objetivos de receita declarada dos MHs, foi observado pelo pesquisador, na questão C3 do questionário, a resistência por parte dos informantes em divulgá-la com precisão ou mesmo de forma aproximada, o que corrobora a percepção de Haber e Reichel (2005), quanto à dificuldade de obtenção destes dados junto às EHFs. Assim, na referida questão, tais dados foram informados pelos respondentes de forma aproximada, por faixas média de renda, neste caso a partir das questões C4 e C5, quanto às receitas e rentabilidade em relação à concorrência, via percepção subjetiva dos respondentes, como indicam Venkatraman e Ramanujam, (1987) e Haber e Reichel (2005). Para as análises, os inputs de receita declarada, limitaram a análise, uma vez que foram inseridos sob a forma média de faixa de renda. A imprecisão destes dados também prejudicou a construção de IDs para a receita por empregado, crescimento da receita e crescimento médio da receita entre o ano do estabelecimento e 2012 (%). Da coleta dos IDs objetivos, a Figura 15 mostra um histograma com a receita total declarada ou faixa anual aproximada dos MHs pesquisados. Figura 15 - Histograma do % dos MHs por faixa média de receitas totais declaradas aproximadas Fonte: dados de pesquisa 88 O crescimento das receitas constitui-se num importante ID objetivo de longo prazo, no trabalho de Haber e Reichel (2005). Observa-se que, da fundação até hoje, com os MHs de Itapema e Porto Belo/SC é a entrada de empresas que aproveitaram o acelerado processo de desenvolvimento do turismo na região da Costa Verde & Mar, e elevaram o padrão dos serviços, pelo aproveitamento de nichos mais rentáveis de mercado, com a consequente adição de valor na cadeia. Dos dados primários obtidos, a Tabela 7 apresenta a tabulação cruzada da receita média declarada ou aproximada, por grupos classificatórios de EFs. Tabela 7 – Classificação de EFs, sua receita média por MH, por empregado e taxa de ocupação 2010 2011 2012 Receita Média Receita Média Receita Média Taxa Taxa Taxa Classific. e e e média média média Receita Média Receita Média Receita Média de EFs ocupação ocupação ocupação p/ Empregado p/ Empregado p/ Empregado 156.667 178.400 176.786 Q1 55% 58% 60% 33.700 36.968 42.527 944.000 64.284 Q2 370.000 23.125 215.000 52.857 Q4 Q5 1450.000 45.365 Q6 524.872 42.027 Fonte: Dados de pesquisa Amostra 43% 975.000 70.971 47% 975.000 66.625 50% 55% 370.000 23.125 55% 370.000 23.125 55% 62% 215.000 56.429 64% 215.000 36.429 65% 46% 1270.000 66.535 52% 1270.000 66.757 54% 52% 514.318 49.298 55% 491.915 50.075 57% O indicador de receita média declarada por classificação de empresas na amostra apresentou uma média de R$ 524.87200 no ano de 2010, sendo que as maiores médias ficaram por conta dos MHs das classificações Q2 e Q6 com as receitas de R$ 944.000,00 e R$ 1.450.000,00, respectivamente. No anos de 2011, a receita média declarada da amostra foi de R$ 514.318,00, aparecendo os tipos de EHFs dos tipos Q2 e Q6 com receita media de R$ 975.000,00 e 1.270.000,00, respectivamente. Em 2012 a receita média amostral foi de R$ 491.915,00, no qual os MHs do tipo Q2, com receita média de R$ 975.000,00 e a tipo Q6, com R$ 1.270.000,00, registraram os melhores desempenhos. Verifica-se que estes IDs se mostram em acordo com as tendências de crescimento do setor turístico brasileiro e sul-americano (WTTC, 2013). Dentre os construtos pesquisados para o setor 89 hoteleiro, os indicadores de receita recebem sustentação, além do trabalho de Haber e Reichel (2005), também pelas pesquisas de Bergin-Seers; Jago (2007); de Wadongo et al. (2010), bem como de Callado et al. (2011). Constituindo-se num importante fator de análise do desempenho do curto prazo, o ID objetivo “receita média por empregado” (HABER; REICHEL, 2005), verifica-se que a menor receita foi obtida pelos MHs da classificação Q4, onde não se constatou crescimento de receita média entre 2010 e 2012, estabilizando-se em R$ 23.125,00 por empregado. Estas organizações apresentaram crescimento nulo em sua taxa média de ocupação. Os MHs do tipo Q5 registram receitas médias por empregado na ordem de R$ 52.857,00 em 2010, uma elevação para R$ 56.429,00 em 2011, mas uma redução para o patamar de R$ 36.429,00. Essas empresas apresentaram crescimento de 30% entre a data da fundação e 2012; suas taxas médias de ocupação evoluíram de 50% na data da fundação não ultrapassando os 65% em todos os períodos de medição. Os resultados observados para os MHs do tipo Q1 apresentam crescimento médio da receita por empregado, com os valores de R$ 33.700,00 em 2010, R$ 36.968,00 em 2011 e R$ 42.527,00 em 2012. As empresas do tipo Q6 apresentaram receitas médias de R$ 45.365,00 em 2010 e R$ 66.535,00 em 2011 e R$ 66.757,00 em 2012. A taxa média de ocupação se comportou em evolução de 50% na data da fundação e de 46% para 52% até 54% nos anos de 2010, 2011 e 2012, respectivamente. Os dados registrados para os MHs do tipo Q2 apresentaram valores médios de receita por empregado de R$ 64.284,00 em 2010, R$ 70.971,00 em 2011 e R$ 66.625,00 em 2012. Sua taxa média de ocupação se comportou com 47% na fundação, 43% em 2010, 47% em 2011 e 50% em 2012. Os melhores desempenhos da taxa de ocupação em 2010 observaram-se com os tipos Q5 e Q1, 62,0% e 55,3%, que são gerenciados diretamente por seus proprietários ou sócios. Aqui se observa um possível impacto do comportamento empreendedor por parte dos proprietários dos MHs, com ações de fidelização e relacionamento diretos com seus clientes. Este fato foi narrado por parte de diversos empresários respondentes como sendo um fator diferencial que amenizou a tendência de decréscimo da demanda turística na temporada de 2010. Tais 90 posicionamentos parecem convergir com os estudos de Chaston (2012) que identificou uma maior capacidade dos MHs familiares de enfrentar crises financeiras. Este ID é considerado um importante fator para mensurar o desempenho dos MHs, no qual o trabalho de Haber e Reichel (2005) recomenda o seu tratamento na dimensão de ID “objetivo e de curto prazo”. Isso também se justifica pela perspectiva financeira, visto que a característica de constantes ciclos sazonais na região exige alto nível de monitoramento de capital de giro (PIMENTEL; LIMA, 2011), condicionando a um controle pontual do caixa. Os MHs tipo Q2 registraram crescimento nulo no número médio de empregados no período 2010-2011, mas de 13% entre 2011 e 2012. Desde a fundação até 2012 o média de empregados evoluiu em 38%. Para as empresas tipo Q4 apresentaram crescimento nulo em sua taxa de crescimento de empregados em todos os períodos, sendo que os MHs tipo Q5 registraram crescimento médio de empregados foi nulo entre 2010 e 2011, de 10% entre 2011 e de 34% da data da fundação até 2012 Figura 16. Figura 16 - Histograma do crescimento médio $ de empregados por classificação de EFs Fonte: dados de pesquisa. Para as empresas do tipo Q6, o crescimento do número de empregados em 2010-2011 foi de 6%, estável entre 2011 e 2012, mas de 50% desde sua fundação até 2012. 91 4.1.2 Descrição dos indicadores subjetivos de desempenho Neste trabalho os IDs subjetivos também fazem parte da análise do comportamento das EFs do setor hoteleiro de Itapema e Porto Belo. As Tabelas 8 e 9 mostram as estatística das prioridades dos MHFs em relação a seus objetivos estratégicos e financeiros, cujos IDs foram adaptados de Westhead e Howorth (2003) e Carvalho e Schiozer (2011). Neste sentido, o foco é identificar os objetivos que recebem mais atenção por parte dos MHs, bem como o grau em que é considerado. Tabela 8 - Prioridade de importância dos MHFs frente a seus objetivos. Frequência e percentual Objetivos 1 2 3 4 5 6 N 1 5 14 4 5 % 2,1 10,6 29,8 8,5 10,6 N 0 0 1 4 12 2) Atingir metas de lucro 0 0 2,1 8,5 25,5 % 5 N 3) Manter a saúde 0 1 3 8 10, financeira conquistada 0 2,1 6,4 17 % 6 4) Lançar novos produtos N 7 6 11 8 4 e serviços % 14,9 12,8 23,4 17 8,5 N 5) Melhorar produtos e 3 7 12 3 9 serviços % 6,4 14,9 25,5 6,4 19,2 N 6) Melhorar relação c/ 13 4 7 4 7 agênc/ operad. Turismo % 27,7 8,5 14,9 8,5 14,9 *Imp.= impacto **Med.= mediana ***Dv Pd.= desvio padrão Fonte: Dados de pesquisa. 1) Aumentar cota de participação no mercado Imp* Dv Min. Assim Med** Pd*** Max Curt 7 4,53 4 5,79 5 5,85 7 3,68 3 4,09 4 3,62 3 7 11 14,9 23,4 17 13 36,2 27,6 6 24 12,8 51,1 8 17 3 6,4 9 19,2 4 8,5 7 5 14,9 10,6 Tabela 9 - Prioridade de importância dos MHFs frente aos objetivos por tipos. Impacto médio (1 a 7 pontos) Objetivos Amostra Q1 Q2 Q3 1) Aumentar cota participação no mercado 2) Atingir metas de lucro 3) Manter a saúde financeira conquistada 4) Lançar novos produtos e serviços 5) Melhorar prod/serv. por novos entrantes 6) Melhorar relac. c/agênc./operad turismo Fonte: Dados de pesquisa. 4,53 5,79 5,85 3,68 4,09 3,62 4,18 4,68 5,93 3,43 4,07 3,32 4,70 5,20 5,30 3,90 3,90 3,60 ------- 1 7 2 7 2 7 1 7 1 7 1 7 1,85 1,51 1,41 1,82 1,77 2,13 0,04 -1,44 -0,12 -1,3 -0,99 -0,1 0,19 -1,02 0,01 -1,19 0,13 -1,42 Q4 Q5 Q6 7,00 7,00 7,00 6,00 6,00 7,00 7,00 6,50 7,00 5,50 5,50 4,50 4,67 5,17 5,83 3,50 3,67 4,17 92 Da análise das tabelas acima, verifica-se que no construto da prioridade de importância sobre objetivos estratégicos e financeiros, o escore obtido sugere que a manutenção da saúde financeira conquistada seja a primeira preocupação mais evidente entre os MHs, seguida da preocupação de atingir metas de lucro. A terceira maior preocupação registrada são os objetivos de aumento da participação no mercado, seguidos pela preocupação de melhorar produtos/serviços em face de novos entrantes. De todas estas, a menor preocupação registrada se dá com o objetivo de melhoria do relacionamento com agências e operadoras de turismo. Em relação à preocupação sobre o objetivo de aumentar a cota de participação no mercado, que teve impacto médio de 4,53 pontos, os MHs dos tipos Q4 e Q5 apresentaram maior preocupação com 7 pontos médios. Para o objetivo, a preocupação sobre os objetivos de atingir metas de lucro, o impacto médio amostral atingiu 5,79 pontos, sendo o maior desempenho foi encontrado com os MHs do tipo Q4 com 7 pontos. Os melhores resultados para o objetivo de manutenção da saúde financeira, que apresentou impacto médio de 5,85 pontos, observam-se os MHs do tipo Q4 e Q5 com a maior preocupação com 7 pontos (Figura 17). Figura 17 – Gráfico radar das prioridades de importância dos objetivos para MHFs Fonte: Dados de pesquisa. 93 As preocupações sobre o objetivo de lançar novos produtos e serviços em função de novos entrantes apresentou-se com importância mais baixa, 3,68 pontos. Sugerindo maior preocupação neste objetivo, os MHs do tipo Q4 registraram 6 pontos. Os objetivos: (a) melhoria de produtos e serviços em função da concorrência e b) melhoria do relacionamento com agências e operadoras de turismo obtiveram os menores escores de grau de importância. No objetivo (a) registrou-se o impacto médio de 4,09 pontos, enquanto que os MHs tipo Q4 registraram impacto médio de 6 pontos. Em relação ao objetivo (b) registrou-se o impacto médio de 3,62 pontos, sendo que os MHs do tipo Q4, marcaram 7 pontos, seguidos do tipo Q5, com 4,50 pontos. Quanto à justificativa para a baixa prioridade na melhoria do relacionamento com agências e operadoras de turismo, identificou-se, de forma subjacente e sem identificação de tipo de MHs, uma tendência ao crescimento do uso coadjuvante da tecnologia da informação, através da contratação de sítios eletrônicos especializados em compra coletiva. Observaram-se relatos de que estes novos atores estariam absorvendo de alguns MHs a competência pelas funções de propaganda, captação e venda de hospedagens, fato que impacta sobre o ID da taxa de ocupação e receita. Na visão de Andriotis (2004), a tecnologia da informação é uma força competitiva importante do setor turístico. A tabulação cruzada da medição dos IDs subjetivos dos MHFs de Itapema e Porto Belo, sugeridos por Haber e Reichel (2005), são apresentados nas Tabelas 10 e 11. Tabela 10 - Indicadores subjetivos de desempenho da amostra e por classificação de MHFs Impacto médio (1 a 7 pontos) IDs sobre a percepções de sucesso gerencial Amostra Q1 Q2 Q4 Q5 1) Em satisfazer o consumidor 2) Em criar reputação positiva 3) Em desenvolver o produto turístico 4) Em desenvolver novos projetos 5) Em gerar lucro ao longo do ano 6) Em gerar lucro em tempos de crises 7) Na promoção turística local 8) Na conscientização do produto turístico 9) Na resposta eficaz às mudanças no mercado Fonte: Dados de pesquisa. 5,68 5,79 4,23 3,83 4,30 3,80 3,32 3,40 4,74 5,93 5,93 4,00 3,32 4,29 3,46 2,96 3,04 4,93 5,20 5,70 4,50 4,60 4,60 4,00 3,80 4,10 4,10 7,00 6,00 7,00 6,00 2,00 2,00 3,00 4,00 5,00 5,50 6,00 6,00 4,50 5,00 6,50 6,00 5,50 6,50 Q6 5,20 5,70 4,50 4,60 4,60 4,00 3,80 4,10 4,10 94 Tabela 11 - ID subjetivos médios da amostra Frequência e percentual Objetivos: bem sucedido: 1 2 3 4 5 6 N 0 0 1 5 15 % 0,0 0,0 2,1 10,6 31,9 N 0 0 1 4 12 2) Em criar reputação positiva % 0,0 0,0 2,1 8,5 25,5 N 2 3 13 8 8 3) Em desenvolver o produto turístico % 4,2 6,4 27,7 17,0 17,0 N 7 5 11 3 10 4) Em desenvolver novos projetos % 14,9 10, 23,4 6,4 21,3 6 N 2 3 9 12 11 5) Em gerar lucro ao longo do ano % 4,3 6,4 19,1 25,5 23,4 N 0 7 12 18 4 6) Em gerar lucro em tempos de crises % 0,0 14, 25,5 38,3 8,5 9 N 4 8 20 7 1 7) Na promoção turística local % 17, 8,5 42,5 14,9 2,1 0 N 3 14 10 8 6 8) Na conscientização do produto turístico % 29, 6,4 21,3 17,0 12,8 8 N 1 3 3 9 16 9) Resposta eficaz às mudanças no mercado % 2,2 6,5 6,5 19,6 34,8 *Imp.= impacto **Med.= mediana ***Dv Pd.= desvio padrão Fonte: Dados de pesquisa. 1) Em satisfazer o consumidor 7 13 13 27,7 27,7 17 13 36,2 27,7 11 2 23,4 4,3 9 2 19,2 4,3 6 4 12,8 8,5 5 1 10,6 2,1 6 1 12,8 2,1 5 1 10,6 2,1 12 2 26,1 4,4 Imp. Dv. Min Med.* Pd.** Max 5,7 6 5,8 6 4,2 4 3,8 4 4,3 4 3,8 4 3,3 3 3,4 3 4,7 5 1,05 1,01 1,53 1,83 1,50 1,23 1,46 1,54 1,33 3 7 3 7 1 7 1 7 1 7 2 7 1 7 1 7 1 7 Assi/ curtose -0,33 -0,62 -0,58 -0,14 -0,12 -0,84 -0,09 -1,22 -0,10 -,034 0,52 -0,04 0,73 0,15 0,48 -0,71 0,51 -0,83 Para a amostra, pelo ordenamento decrescente dos escores de impacto médio dos IDs subjetivos, verifica-se a seguinte sequência: a) sucesso na criação de uma reputação positiva; b) sucesso em satisfazer o consumidor; c) resposta eficaz às mudanças no mercado; d) sucesso em gerar lucro ao longo do ano; e) sucesso em desenvolver o produto turístico; f) sucesso em desenvolver novos projetos; g) sucesso em gerar lucros em tempo de crises; h) sucesso na conscientização do produto turístico; i) sucesso na promoção turística local. Observa-se na Tabela 11 que as quatro primeiras prioridades da amostra sugerem um melhor desempenho dos MHs sobre os IDs que exigem uma ação direta e isolada por parte de cada MH, em detrimento de ações coletivas que envolvem o desenvolvimento do turismo. A ação empreendedora direta dos proprietários sobre a gestão de seus MHs aparece nos dois primeiros IDs, onde eles se percebem como tendo sendo responsáveis pela boa reputação e satisfação de 95 seus clientes. Satisfação dos clientes é um indicador subjetivo de curto prazo importante para os pequenos negócios hoteleiros (HABER; REICHEL, 2005). A menor priorização que ocorre nas ações coletivas sugere oportunidades de se desenvolver a relação dos atores na cadeia interorganizacional ainda em nível daquelas cidades, posição que converge com os resultados da pesquisa de Zagheni (2011), a qual se preocupa com as características de fragilidade do setor do turismo na relação de seus elos interorganizacionais. Salienta-se que estes últimos IDs são vinculados ao indicador subjetivo de curto prazo que mede o esforço do turismo e negócios no trabalho de Haber e Reichel (2005). A Figura 18 apresenta o gráfico radar com os escores dos IDs subjetivos. Figura 18 - Indicadores subjetivos de desempenho da amostra e por classificação de MHFs Fonte: dados de pesquisa. O objetivo que mediu a capacidade em satisfazer o consumidor, (5,68 pontos de impacto) apresentou o maior impacto a tipo Q4, com 7,0 pontos, seguidos pela tipo Q1, com 5,93 pontos. No ID, sucesso em criar reputação positiva (5,79 pontos médios) teve os MHs a melhor percepção nos tipos Q4 e 5 de MHs (6,0 pontos). No ID “bem sucedido em desenvolver o produto turístico” (4,23 pontos de impacto), aparece o tipo Q4 (7,0 pontos), seguido pela tipo Q5 (6,0 pontos). Com 3,83 pontos 96 de média do setor, ID “bem sucedido em desenvolver novos projetos”, a tipo Q4 acusou o maior escore, com 6,0 pontos, seguidos pelos tipos Q2 e Q6, ambas com 4.60 pontos. Em relação ao ID “bem sucedido em gerar lucro ao longo do ano”, de importância para o desempenho do setor, em vista do fluxo sazonal da demanda turística e suas consequências para a gestão do capital de giro dos MHs, o escore médio de impacto foi de 4,30 pontos. Notou-se a tipo Q5 com o maior escore (5 pontos de impacto), seguidos pelos tipos Q2 e Q6 (4,60 pontos). O ID que mede a “capacidade de gerar lucros em tempos de crises” é considerado um fator de sucesso importante para os negócios do setor de hotelaria (HABER; REICHEL, 2007; CHASTON, 2011), registrando 3,80 de impacto médio, ou 54,28% de capacidade percebida pelo setor. Com o maior escore verifica-se o tipo Q5, com 6,50 pontos, seguida pelos tipos Q2 e Q6 (4,0 pontos). Este ID sugere haver uma capacidade média das EHFs em enfrentar crises por desastres climáticos. O ID do setor que mede o “sucesso na promoção turística local” (3,32 pontos médios), teve o tipo Q5, com 6 pontos, seguidos pelos tipos Q2 e Q6 (3,80 pontos). Em relação ao ID “conscientização do produto turístico” (3,40 pontos da amostra), tendo no tipo Q5 (5,50 pontos), seguidos pelos tipos Q2 e Q6 (4,10 pontos). Estes dois últimos IDs sugerem uma baixa participação dos MHs na rede interorganizacional do turismo (ZAGHENI, 2011) das organizações da amostra analisada, bem como sinaliza para as urgências e oportunidades de superação das barreiras impeditivas do desenvolvimento de competências dos gestores daqueles MHFs (HWANG; LOCKWOOD, 2007). No ID de eficácia de resposta às mudanças no mercado (4,74 pontos de impacto) teve o maior escore na o tipo Q5 (6,50 pontos de impacto), seguidos pelo tipo Q4 (5,0 pontos). A Tabela 12 apresenta a tabulação cruzada da percepção dos gestores em relação a suas receitas declaradas, a rentabilidade observada em relação à concorrência, bem como o nível da taxa de ocupação dos MHs frente aos objetivos. 97 Tabela 12 – IDs subjetivos de receitas declaradas, rentabilidade em relação a concorrência e taxa de ocupação frente aos objetivos. Escala Likert de (1 a 7 pontos) IDs subjetivos Amost Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Ano ra Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Fund 4,43 4,29 4,80 7,00 3,50 4,43 C4. 2010 4,03 3,95 4,00 2,00 4,50 4,03 Receita Declarada em 2011 4,72 4,68 4,90 5,00 4,50 4,72 Relação à Concorrência 2012 4,98 4,89 5,20 5,00 6,00 4,98 Fund 4,62 4,36 5,30 2,00 3,00 4,83 C5. 2010 4,24 4,00 4,50 2,00 3,50 4,75 Rentabilidade em Relação 2011 4,77 4,64 5,30 2,00 3,50 4,80 à Concorrência 2012 4,89 4,71 5,60 3,00 4,00 4,83 Fund 4,44 4,50 4,10 2,00 5,00 5,25 C7. 2010 4,11 4,14 4,10 2,00 4,50 4,25 Taxa de Ocupação em 2011 4,72 4,72 4,90 2,00 6,50 4,20 Relação aos Objetivos 2012 4,81 4,75 5,10 3,00 5,50 4,67 Fonte: dados da pesquisa Registrou-se para os três IDs o crescimento dos impactos médios das taxas desde o ano da fundação até o ano de 2012, com exceção à redução no ano de 2010, que marca uma deterioração de indicadores, causados pelo desequilíbrio entre oferta e demanda que refletiu sobre o desempenho da amostra, em função dos desastres climáticos daquela temporada. Em 2012, o ID subjetivo que mede a percepção dos gestores sobre sua receita declarada em relação à concorrência (4,98 pontos médios), a pontuação máxima foi observada no tipo Q5, com 6,00 pontos. Na visão de Haber e Reichel (2005), a percepção dos gestores sobre sua rentabilidade frente a concorrência é um importante ID subjetivo de curto prazo. Para o ano de 2012, ele acusa a média de impacto no nível de 4,89 pontos, sendo que o máximo de impacto foi atingido com o tipo Q2, com a marca de 5,60 pontos. A taxa de ocupação, na visão de Haber e Reichel (2005), se constitui num fator relevante para explicar a performance na amostra de MHFs, na dimensão subjetiva de curto prazo. Este ID, no ano 2012, registrou a média amostral em 4,81 pontos. O nível máximo de impacto neste ID foi apontado com o tipo Q5 (5,50 pontos). A construção de um corpo específico de indicadores de desempenho que monitorem com precisão o status operacional e de resultados das organizações do setor hoteleiro mostrou-se possível através dos construtos aqui apresentados. A utilização de dimensões subjetivas de medição, incorporadas à tradicional dimensão 98 objetiva de análise amplia as possibilidades dos gestores explicar o desempenho de suas organizações. 4.1.3 Indicadores dos estágios do ciclo de vida e funções de gestão A pesquisa identificou os estágios do ciclo de vida e o nível operacional das funções de gestão dos MHs. Na Tabela 13 apresenta-se a tabulação cruzada dos escores de impacto médio do estágio de ciclo de vida dos MHs e suas funções de gestão (planejamento, organização e controle) percebidas pelos respondentes dos MH pesquisados. Nesta medição utilizou-se a escala de classificação de Likert, de cinco pontos, a partir do modelo de Padula e Vadon (1996), Quadro 6. Tabela 13 - Escores de impacto médio do estágio de ciclo de vida e suas funções de gestão Clas -se 1 2 Estágio Imp. Med. Dv. 3 4 5 Méd.* ** Pd.*** N/% N/% N/% N/% 14/ 50% 12/ 43% 2/ 7% 0/ 0% 2,57 2 6,84 4/ 40% 4/ 40% 2/ 20% 0/ 0% 2,80 2 2,00 Controle Organização Planejamento Ciclo de vida N/% Q1 0/ 0% Q2 0/ 0% Q3 Q4 0/ 0% 0/ 0% 1/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 3,00 Q5 0/ 0% 0/ 0% 2/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 3,00 Q6 0/ 0% 1/ 17% 2/ 33% 3/ 50% 0/ 0% 3,33 Tot. 0 40% 45% 15% 0 2,74 Q1 6/ 21% 17/ 61% 5/ 18% 0/ 0% 0/ 0% 1,96 Q2 0/ 0% 4/ 40% 6/ 60% 0/ 0% 0/ 0% 2,60 Q3 Q4 0/ 0% 1 100% 0/ 0% 0/ 0% 0/ 0% 2,00 Q5 0/ 0% 0/ 0% 2/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 3,00 Q6 0/ 0% 1/ 17% 3/ 50% 1/ 17% 1/ 3,33 Tot. 13% 49% 34% 2% 2% 2,32 Q1 9/ 32% 17/ 61% 2/ 7% 0/ 0% 0/ 0% 1,75 Q2 1/ 10% 5/ 50% 2/ 20% 1/ 10% 1/ 2,60 Q3 Q4 0/ 0% 1/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 0/ 0% 2,00 Q5 0/ 0% 1/ 50% 1/ 50% 0/ 0% 0/ 0% 2,50 Q6 1/ 17% 2/ 33% 2/ 33% 1/ 17% 0/ 0% 2,50 Tot. 23% 55% 16% 4% 2% 2,06 Q1 2/ 7% 23/ 82% 3/ 11% 0/ 0% 0/ 0% 2,04 Q2 1/ 10% 2/ 20% 6/ 60% 0/ 0% 1/ 2,80 Q3 Q4 0/ 0% 0/ 0% 1/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 3,00 Q5 0/ 0% 0/ 0% 2/ 100% 0/ 0% 0/ 0% 3,00 Q6 0/ 0% 2/ 33% 4/ 67% 0/ 0% 0/ 0% 2,67 6% 58% 34% 0 2% 2,34 Tot. *Imp.= impacto **Med.= mediana ***Dv Pd.= desvio padrão Fonte: dados da pesquisa Mín/ Max Asm/ Curt 2/14 0,59/ -2,98 2/4 0,00/ -3,00 0 0 1 0,45 0,89 1,30 2/1 2,24/ 5,00 2/2 2,24/ 5,00 1/3 0,54/ -1,49 5 0 6,95 2,83 5/17 1,40/ 2,10 4/6 0,88/ -1,75 0 0 1 0,45 0,89 1,10 1/1 0/0 1/3 2,24/ 5,00 2,24/ 5,00 1,29/ 2,92 2 1 7,37 1,73 2/17 1/5 1,17/0,12 1,92/3,67 0 0 1 0,45 0,55 0,84 2 1 9,81 2,35 2/23 1/6 2,14/4,65 1,74/3,32 0 0 0 0,45 0,89 1,79 1/1 2/2 2/4 2,24/5,00 2,24/5,00 1,26/0,31 1/0 2,24/5,00 1/1 0,61/-3,33 1/2 -0,51/-0,61 99 Na análise amostral, o impacto médio do ciclo de vida encontra-se sobre o estágio 2,74. Pela abordagem de Greiner (1972, 1998) esta pontuação se localizaria num momento transitório do estágio de gestão centrada na figura do empreendedor para outro de gestão delegada, situação que se recomendaria a descentralização das funções básicas de gestão dos MHs, pela expansão junto ao corpo de funcionários, fortalecendo-se os instrumentos de planejamento e controle junto ao gestor. Da comparação entre os tipos de EHFs pesquisadas, os maiores estágios de amadurecimento percebidos se verificaram no tipo Q6, com 3,3 pontos médios de impacto, em seu ciclo de vida. Observa-se que não houve registro na amostra de respostas nos estágios 1 e 5 do ciclo de vida de suas organizações. A Figura 19 sintetiza os resultados num gráfico radar dos estágios do ciclo de vida e funções de gestão, por classe de EHF. Figura 19 - Gráfico radar dos estágios do ciclo de vida, e funções da gestão dos MHFs. Fonte: dados de pesquisa. Na análise das práticas de planejamento na amostra, observa-se 49% dos MHs encontram-se no estágio 2, seguido de 34% no estágio 3, sendo que o impacto médio foi de 2,3 pontos; enquanto que os escores mais elevados com os tipos Q6, com 3,3 pontos. Para o ID da função “organização”, 55% dos MHs encontram-se no estágio 2, enquanto que 23% se percebe ainda estar no estágio 1, seguidos por 15% posicionados no estágio 3. Neste quesito a amostra apresentou o menor impacto 100 médio das três práticas de gestão, com 2,06 pontos de impacto. Entre os tipos, o de melhor desempenho médio foi apurado com o tipo Q2, com 2,6 pontos. Em relação ao ID do subsistema de “controle”, o estágio 2 recebeu o maior percentual dos MHs, com 57%, seguido do estágio 3 com 34%. O impacto médio foi de 2,34 pontos, sendo que o maior escore foi identificado nos tipos Q4 e Q5, ambos com 3,0 pontos, seguidos pelo tipo Q2, com 2,8 pontos. Da análise dos indicadores de ciclo de vida e das funções de gestão das EHFs identifica-se que as empresas que trabalham com gestores contratados aparecem em patamares mais elevados de desempenho, do que as que são conduzidas diretamente por seus proprietários. O amadurecimento do ciclo de vida parece estar vinculado ao desenvolvimento dos sistemas de gestão das organizações, o que corrobora as posições de Greiner (1972, 1998), Flamholtz (1996) e Padula e Vadon (1999). Segundo estes últimos autores, é postulado que o estágio do ciclo de vida organizacional refletiria diretamente sobre as funções de gestão: de planejamento (finalização), de organização e de controle (animação). Depreende-se que a melhoria no ciclo de vida organizacional e nos sistemas de gestão dos MHFs pesquisados pode ser um dos vetores condicionantes para o aumento da competitividade daqueles negócios, tanto individual quanto coletivamente. 4.2 Análise dos fatores Para as análises dos fatores vinculados aos IDs, as técnicas de estatística utilizadas envolvem o tratamento de uma ou até de múltiplas variáveis, portanto podem ser caracterizadas como multidimensionais (HAIR et al., 2005). Procedeu-se a análise da primeira matriz de correlações dos IDs originais obtidos do questionário da pesquisa, aliados aos indicadores calculados a partir dos dados obtidos (receita por empregado em 2010, 2011 e 2012; crescimento da receita entre 2011 e 2012 (%); crescimento médio da receita entre o ano do estabelecimento e 2012 (%); Crescimento médio em número de empregados entre o ano do estabelecimento e 2012 (%). O total de IDs neste input inicial da análise foi de 55 variáveis. No teste de Cronbach, os valores justificaram a utilização da análise fatorial, sendo utilizado o método de análise dos componentes principais (ACP). 101 Os procedimentos seguintes visaram a análise dos IDs (variáveis) para sua redução e agrupamento, Tabela 14, por intermédio de dimensões latentes comuns, os fatores (FÁVERO et al., 2009), o que resultou em um número de oito indicadores específicos para o estudo. Estes foram agregados aos outros três indicadores, previamente selecionados para atender aos objetivos de análise (classificação de EHFs, uso de IDs e ciclo de vida). Tabela 14 – Análises fatoriais individuais e extração de fatores Blo Fatores extraídos Variáveis -co B C1 Fator 1 Classificação de EFs não Fator 2 Importância em Mercado e Finanças Prioridade Participação no Mercado -0,730 Objetivos de Manutenção de Lucro -0,851 Objetivos Manutenção da Saúde Financeira -0,806 Desenvolvimento do Produto Turismo Lançamento de Novos Produtos Promoção do Produto Turismo Conhecimento Produto Turismo Eficácia para as Mudanças de Mercado 0,853 0,731 0,735 0,837 0,572 Satisfação de Clientes 0,9075 Criação de Reputação Positiva 0,8514 Fator 3 Produto e Ajuste C2 Fator 4 Satisfação e Reputação C4 C5 Cargas Var. Fator. extr. Geração de Lucro em Tempos de Crises Fator 5 Geração de LucrosGeração de Lucro no ano todo 0,8294 Receita declarada X concorrentes 2010 Fator 6 Receita declarada Receita declarada X concorrentes 2011 X concorrência Receita declarada X concorrentes 2012 -0,712 Fator 7 Rentabilidade declarada X concorrência Rentabilidade X Concorrentes 2010 -0,797 Rentabilidade X Concorrentes 2011 -0,960 Rentabilidade X Concorrentes 2012 -0,918 Prop. RotaTotal ção não Não 1,909 0,636 2,970 0,330 1,648 Varimax Nor0,183 maliz 1,673 0,185 2,201 0,733 2,403 0,801 2,507 0,835 0,8571 -0,944 Não -0,895 Fator 8 Taxa de Ocupação X seus objetivos 2010 Taxa de Ocupação Taxa de Ocupação X seus objetivos 2011 X próprios Taxa de Ocupação X seus objetivos 2012 objetivos -0,849 C8 Fator 9 Uso de Ids não não não D Fator 10 Ciclo de vida não não não Função de Gestão - Planejamento -0,845 Função de Gestão - Organização -0,786 2,020 0,673 C7 D1 Fator 11 Função de Gestão - Controle Fonte: dados de pesquisa Não -0,941 Não Não -0,948 Não -0,829 102 Observa-se que a numeração dos fatores obedece à sequência em que é apresentada no questionário, sendo que o ID 1 – classificação de Empresas Familiares (EFs) foi mantido na análise de correlações, por se tratar de variável relevante das hipóteses da pesquisa, independente da AF. A escolha do número de fatores se deu pelo método de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), a partir dos autovalores aproximados de 1,0 procedimento que permitiu as escolhas de oito processos de análise e para extração fatorial, por construtos dos questionários, e correlação finais. No Bloco C1, o fator 2, que mede o grau de prioridade sobre objetivos estratégicos e financeiros, a análise fatorial (AF) permitiu reduzir-se para um único fator que considerou relevantes as três primeiras questões para o fator 2. Então, este fator, denominado “Mercado e Finanças”, concentra as variáveis de prioridade direcionada pelos gestores à gestão e realização dos seguintes objetivos : a) participação no mercado; b) manutenção dos lucros; c) manutenção da saúde financeira. Seu escopo refletiria as prioridades e ações direcionadas para gestão estratégica e financeira. No bloco C2, para a análise dos nove IDs subjetivos que tratam da percepção gerencial sobre sua gestão (HABER; REICHEL, 2005), foram encontrados, assim como aqueles autores, três fatores reduzidos (Produto e ajuste, satisfação e reputação, geração de lucros). O primeiro fator, um altamente significativo, com 4 variáveis representativas acima de 0,70 e outra com 0,57. Além disso, os outros 2 fatores extraídos estão representados por apenas 2 variáveis. Apesar de do número reduzido de variáveis, a escolha de manter esses fatores utilizou o critério recomendado de seleção dos fatores com base em 60% da percentagem da variância extraída mínima (MALHOTRA, 2001). Auxilia na explicação dessa decisão o fato de que todas variáveis apresentaram autovalores superiores a 1,00. Nesta análise fatorial se fez necessário o procedimento de rotação pelo método Varimax Normalizado. Neste bloco, fator 3, “Produto e Ajuste”, concentra cinco variáveis subjetivas: a) desenvolvimento do produto turístico; b) lançamento de novos produtos; c) promoção do produto turístico; d) conhecimento do produto turístico; e) eficácia para as mudanças do mercado, medindo o escopo do MH em marketing e estratégia. 103 O fator 4, “Satisfação e Reputação”, concentra duas variáveis subjetivas: a) satisfação dos clientes; b) criação de reputação positiva. O escopo desse novo ID concentra-se no direcionamento de ações de marketing e institucionais. O Fator 5, “Geração de Lucros” concentra duas variáveis: a) geração de lucros em tempos de crises climáticas, econômicas; b) geração de lucro em todo ano, com escopo em finanças. Observa-se que na análise fatorial dos fatores 6 (Receita declarada X concorrência – Bloco C4), 7 (Rentabilidade X concorrência – Bloco C5) e 8 (Taxa de ocupação X objetivos próprios – Bloco C7) foram excluídas as datas de fundação da empresa (a primeira variável) por não apresentar carga fatorial relevante. Salienta-se que, para medir os aspectos subjetivos do negócio, é preciso olhar a evolução dos últimos anos, e não a evolução com o uso da data de fundação (que são diferentes em quatro décadas para cada MH). Foram utilizadas 38 MHs, já que nem todos tinham dados para todos os anos. Os escopos desses novos IDs são direcionados para finanças. Os dois IDs: a) Fator 9 - Uso de Indicadores de desempenho pelo MHF; b) Fator 10 - Ciclo de Vida do MH, nos blocos C8 e D, respectivamente, foram mantidos na análise de correlações, por se tratar de variáveis relevantes das hipóteses da pesquisa, independente da AF. Seus escopos de são gestão e organizacional, respectivamente. No bloco F, o fator 11 (“funções de gestão”), aglomera três IDs da pesquisa: planejamento, organização e controle, tendo o seu escopo em gestão. A partir das variáveis agrupadas em cada fator, os mesmos foram nomeados conforme especificado, em blocos, Tabela 14. Da extração dos fatores, verificou-se que as cargas fatoriais significantes atenderam os critérios do tamanho da amostra em estudo, atingido uma carga mínima de 0,75 (HAIR et al., 2005). Da análise dos oito fatores relevantes extraídos e os três escolhidos, realizouse o teste Alfa de Cronbach, resultando em 0,9596, conforme a Tabela 15. 104 Tabela 15 – Fatores extraídos e teste de Alfa Cronbach Summary for scale: Mean=13,2227 - Std.Dv.= 28,4089 Valid N:13 (Spreadsheet13) Cronbach alpha: 0,959695 - Standardized alpha: 0,975628 - Average inter-item corr.: 0,946046 Fatores extraídos para a correlação Mean if Var. if StDv. ItmAlpha Fator 1 – Classificação de Efs 12,70 715,36 26,74 0,799 0,964 Fator 2 – ID Importância em “Mercado e Finanças” 11,50 540,78 23,25 0,995 0,949 Fator 3 – ID subjetivo “Produto e Ajuste” 10,98 488,96 22,11 0,998 0,956 Fator 4 – ID subjetivo “Satisfação e reputação” 12,10 590,87 24,30 0,980 0,949 Fator 5 – ID subjetivo “Geração de lucros” 12,18 634,11 25,18 0,991 0,952 Fator 6 – ID Receita declarada X concorrência 11,64 574,83 23,97 0,994 0,948 Fator 7 – ID Rentabilidade declarada X concorrência 11,63 571,51 23,90 0,992 0,948 Fator 8 – ID Taxa de Ocupação X próprios objetivos 11,65 574,80 23,97 0,993 0,948 Fator 9 – ID Uso de indicador de desempenho 12,85 744,07 27,27 0,054 0,969 Fator 10 – ID Ciclo de Vida 12,69 710,28 26,65 0,941 0,963 Fator 11 – ID Funções de Gestão 12,25 654,30 25,57 0,988 0,954 Fonte: dados de pesquisa Os resultados dos autovalores recomendaram a realização da análise de correlações. Após isso, as escalas somativas da fusão dos fatores reduzidos, foram utilizadas para fazer as relações, com o teste de correlação de Pearson. A tabela 16 apresenta as correlações entre os fatores escolhidos para análise, a partir de um nível de significância de 0,05. Tabela 16 - Matriz de Correlações de Pearson entre os 11 fatores selecionados Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator Fator 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Fator 1 1,000 Fator 2 0,208 1,000 Fator 3 0,190 0,262 1,000 Fator 4 -0,229 0,328 0,180 1,000 Fator 5 0,162 0,448 0,206 0,150 1,000 Fator 6 0,020 0,129 0,306 -0,026 0,086 1,000 Fator 7 -0,024 0,007 0,251 -0,036 -0,043 0,867 1,000 Fator 8 -0,030 0,101 0,263 0,006 0,115 0,803 0,782 1,000 0,633 0,132 0,401 -0,153 0,429 0,263 0,184 0,100 1,000 Fator 9 0,364 0,235 0,278 0,126 0,159 0,210 0,158 0,226 0,288 1,000 Fator 10 0,507 0,315 0,382 -0,161 0,325 0,190 0,241 0,128 0,634 0,389 1,000 Fator 11 Nível de significância a p<0,05. Fonte: Elaborado pelo autor. Da análise da matriz de correlações, observa-se que o fator 1 (classificação de EHFs) está correlacionado com os fatores 9 (uso de IDs), 10 (ciclo de vida) e 11 (funções de gestão); ou seja, sugere que quanto maior é a classificação de EHFs, maior é o uso de IDs, maior o ciclo médio de vida organizacional e maior o nível de evolução das práticas de planejamento, organização e controle. Estes resultados recomendariam a aceitação da hipótese alternativa H3. 105 O fator 2 (importância em mercados e finanças) está correlacionado ao fator 4 (satisfação e reputação), ao fator 5 (geração de lucros) e ao fator 11 (funções de gestão). Esta correlação sugere um vínculo entre o grau de importância dada ao monitoramento e controle que a gestão do MH a mercados e finanças com as informações de satisfação e reputação, no fator 4 e geração de lucros, no fator 5. A relevância deste fator parece ser ampliada na correlação com as funções de gestão dos MHs, uma vez que os dois fatores são pertinentes à gestão (função de controle). O fator 3 (produto e ajuste) que concentra variáveis de vínculos dos MHs com seu mercado, está correlacionado com o fator 9 (uso de IDs), com o fator 6 (receitas declaradas x concorrentes) e o fator 11 (funções de gestão). Disso verifica-se uma tendência de vínculos entre as variáveis de produtos e serviços ao mercado, bem como o monitoramento de sua performance e as funções de gestão. O fator 5 (geração de lucros) está correlacionado aos fatores 9 (uso de IDs) e 11 (funções de gestão). Estes duas últimas relações apontam para as possibilidades de se ampliar os estudos acerca do uso de indicadores de desempenho subjetivos no setor hoteleiro, inclusive para os pequenos MHs, a partir dos referenciais teóricos de Haber e Reichel (2005). O fator 6 (receita declarada em relação aos concorrentes) está correlacionado com os fatores 7 (rentabilidade percebida em relação aos concorrentes) e 8 (taxa de ocupação em relação a seus objetivos). O ID de receita declarada em relação aos concorrentes é recomendado no trabalho de Westhead e Howorth (2003), o qual pode ampliar a compreensão do desempenho ao cruzar informações com os IDs de rentabilidade em relação à concorrência e à taxa de ocupação em relação aos objetivos. Tratam-se, portanto de IDs subjetivos que podem ser mais bem explorados, por parte de governanças do turismo local, para o monitoramento de sua performance numa abordagem subjetiva, em vista das dificuldades de acesso aos dados primários de receita dos MHs. O fator 7 (rentabilidade percebida em relação aos concorrentes) está correlacionado com o fator 8 (taxa de ocupação em relação a seus objetivos). Esta correlação sugere semelhança aos resultados do trabalho de Haber e Reichel (2005), onde estes dois IDs assumem papeis importantes, enquanto avaliação subjetiva de curto prazo na hotelaria. 106 Na análise do fator 9 (uso de ID) está correlacionado ao fator 11 (funções de gestão), resultados que corroboram as tendências registradas na estatística descritiva. Entende-se que esta seja uma correlação funcional das duas variáveis, visto que as funções de gestão, na medida em que evoluem suas práticas, naturalmente lançam mão de IDs como ferramentas de monitoramento e avaliação da performance empresarial. Em relação ao fator 10 (ciclo de vida) aparece correlacionado aos fatores 9 (H3) e 11 (funções de gestão). Resultados estes que recomendariam a aceitação da hipótese alternativa H4. Entretanto, as fracas correlações com os indicadores de desempenho não recomendam a aceitação da hipótese alternativa 6, recomendando maiores investigações. Observa-se que o fator 11 (funções de gestão), foi o que mais se correlacionou positivamente: fator 1 (Classificação de EFs), fator 2 (importância em mercados e finanças), fator 3 (produto e ajuste), fator 5 (geração de lucros), fator 9 (uso de IDs) e fator 10 (ciclo de vida). Diante disso, recomenda-se a aceitação da hipótese alternativa H5. Em relação ao segundo fator com maior frequência de correlações, encontrase o fator 9 (uso de IDs), o qual se relaciona com o fator 1 (classificação de EFs), com os fatores 3 (produto e ajuste) e 5 (geração de lucros), bem como com fator 11 (funções de gestão), sendo que todas receberam pontualmente uma análise e explicação teórica. Tais resultados da amostra pesquisada recomendam maior investigação sobre as relações encontradas, as quais não se recomendam generalizações, visto que elas podem variar conforme cada realidade social sob investigação. 4.3 Análise da Variância Após a AF, realizou-se um teste de ANOVA o qual serviu para investigar possíveis diferenças estatísticas nas médias de cada fator (a partir das cargas das escalas somativas), resultando na identificação da diferença das médias entre os fatores 1 (classificação de EHFs) e o fator 9 (uso de IDs), Figura 20, para um nível de p-value de 0,0000. 107 Figura 20 – ANOVA entre os tipos de EFs, o uso de IDs e as funções de gestão Fonte: dados de pesquisa. Isto corrobora os resultados anteriormente encontrados na estatística descritiva que evidenciou que somente 11% utilizam IDs entre os MHs do tipo Q1, enquanto que 100% nos tipos Q5 e Q6 fazem uso de IDs na gestão. Corrobora também as relações obtidas na análise de correlação entre os fatores em questão. A partir da evidenciação destes resultados, se entende que deva ser aceita a hipótese alternativa H2. Ainda na Figura 20, a estatística descritiva apontou a diferença entre impactos médios das funções da gestão (fator 11) com as diferentes classificações de EFs, os quais foram evidenciados na matriz de correlações e corroborados na ANOVA. Ela indica uma diferença significativa entre as médias das funções de gestão do tipo de EHFs Q1 com as médias das funções de gestão dos tipos Q2, Q5 e Q6, considerando um p-value de 0,0003. Tais resultados colocam em evidência o problema da carência de práticas de gestão por parte MHs do tipo Q1, os quais pertencem e são administrados unicamente por seus proprietários. Se forem considerados os resultados da estatística e IDs descritos nesta pesquisa, perceberse-á que o tipo Q1 de EHFs apresentou desempenho superior somente nos IDs objetivos de taxa de ocupação em 2012, e nos IDs subjetivos de satisfação do cliente e criação de reputação positiva. Corroborando os resultados da estatística descritiva e da matriz de correlações, a ANOVA indica uma diferença significativa entre as médias do fator 10, ciclo de vida dos MHs, e as médias encontradas para o fator 11 (funções de gestão), ao nível de p-value de 0,0265. Conforme assinalado anteriormente, não se verificaram registros de respostas nos estágios 1 e 5 do ciclo de vida dos MHs. A 108 triangulação desses resultados, Figura 21, fortalece a recomendação pela aprovação da hipótese alternativa H4. Figura 21 – ANOVA entre ciclo de vida e funções de gestão. Fonte: dados de pesquisa O resultado da ANOVA corrobora os resultados da matriz de correlações que vincula o fator 9 (uso de IDs) com o fator 3 (produto e ajuste),para um p-value de 0,0051, na Figura 22. Ainda neste mesma figura, a outra ANOVA apresenta diferença significativa entre as médias do uso de IDs e as médias dos estágios de ciclo de vida dos MHFs, em um nível de p-value de 0,04968. Salienta-se que na matriz de correlações, a medida de Pearson marcou 0,288, portanto, classificada como uma relação fraca. Figura 22 – ANOVA entre o uso de IDs e o fator “produto e ajuste” e entre o uso de IDs e ciclo de vida. Fonte: dados de pesquisa. 109 Estes resultados sugerem que EHFs que utilizam IDs na gestão tendem a se perceber com melhor desempenho na gestão de seus produtos e na adaptação estratégica do MH às condições ambientais. A informação na figura 22 leva a sugerir que o uso de IDs pelos MHs se eleva na medida em que o ciclo de vida dessas empresas também se eleva. A Figura 23 apresenta duas ANOVAs para uma melhor análise das diferenças de médias entre os fatores 1 (classificação de EHFs) e 10 (ciclo de vida). Figura 23- ANOVA das médias da classificação de EHFs e ciclo de vida. Fonte: dados de pesquisa. Na primeira ANOVA verifica-se haver diferenças significativas entre as médias do fator 10 (ciclo de vida) com o fator 1 (classificação de EHFs), a partir de um pvalue de 0,039. Conforme assinalado anteriormente, não se verificaram registros de respostas nos estágios 1 e 5 do ciclo de vida dos MHs. Esta relação foi igualmente identificada na estatística descritiva, bem como na matriz de correlação. Estes resultados de pesquisa sugerem, sem vínculos causais, que na medida em que o ciclo de vida organizacional se eleva, encontram-se diferentes tipos de MHs na amostra estudada. No gráfico da relação inversa da ANOVA, não há um p-value significativo (0,1751) para justificar uma relação forte. Da ANOVA, Figura 24, entre as médias do fator 10 (ciclo de vida) e as médias do fator 3 (produto e ajuste), verifica-se uma diferença significativa, para um p-value de 0,0274. Isto reflete uma fraca correlação fatorial, de 0,278 na matriz. 110 Figura 24 – ANOVA entre fator 10 (ciclo de vida) e fator 3 (produto e ajuste). Fonte: dados de pesquisa A partir dessas descrições e análises dos resultados, entende-se que tenham sido encontradas respostas para a questão de pesquisa atingir seus objetivos. 4.4 Da discussão das hipóteses e resultados finais Na hipótese alternativa H1 que afirma a existência da formação de tipos diferenciadas de empresas familiares nos MHs da cidade de Itapema e Porto Belo, a pesquisa identificou esta existência, a partir da formação de cinco tipos diferenciadas de EHFs pelos critérios de estrutura de propriedade e controle de gestão. Pela abordagem de Westhead e Howorth (2007), foram registradas 28 empresas hoteleiras familiares no tipo de “EFs em média”; 10 EHFs no tipo de EFs profissionais. A pesquisa não encontrou nenhum MHF tipo de “EFs de consórcio entre primos”. No tipo de “EFs Profissionais de Consórcio entre Primos”, foi encontrado somente um MH. O tipo de “EFs Transitórias” apresentou dois 2 MHFs neste perfil e outras seis no tipo denominada “EFs abertas”. Observa-se que, na comparação com a pesquisa de Westhead e Howorth (2007), a presente pesquisa identificou e classificou empiricamente cinco tipos de EHFs, enquanto que no trabalho original foi conseguida a identificação e classificação de quatro tipos de EFs, em função das configurações das amostras pesquisadas. Na questão da hipótese H2, os resultados da pesquisa dão conta de que existe uma correlação positiva entre classificação de empresas, pelo modelo Westhead e Howorth (2007), e o uso de indicadores financeiros de desempenho. 111 Esta relação foi observada através da análise descritiva da estatística, fatorial e ANOVA, evidenciou que somente 11% utilizam IDs entre as “EFs em média” (tipo Q1), enquanto que 100% nas “EFs Transitórias” e “EFs Abertas” fazem uso de IDs na gestão. Esta hipótese foi aceita. Os resultados da pesquisa sugerem a existência de uma relação positiva entre classificação de EFs do modelo de Westhead e Howorth (2007) com o seu ciclo de vida, na qual as empresas nas classificações mais elevadas apresentaram um impacto médio mais elevado em seu ciclo de vida, substanciados pelos resultados estatísticos descritivos e multivariados, fatos que recomendaram a aceitação da hipótese H3. No caso da hipótese H4 que defende a existência de uma correlação positiva entre ciclo de vida dos MHFs e o nível médio de suas funções de gestão, os testes realizados (a estatística descritiva, a análise fatorial e ANOVA) recomendam sua aceitação, evidenciando que as empresas com melhor ciclo de vida também se apresentam mais evoluídas em suas funções de gestão. Da análise dos indicadores de ciclo de vida e das funções de gestão das EHFs percebeu-se que as empresas que trabalham com gestores contratados aparecem em patamares mais elevados de desempenho, do que as que são conduzidas diretamente por seus proprietários. O amadurecimento do ciclo de vida parece estar vinculado ao desenvolvimento dos sistemas de gestão das organizações, o que corrobora as posições de Greiner (1972, 1998), Flamholtz (1996) e Padula e Vadon (1999). Os resultados da pesquisa, sugeriram tendência positiva e foram suficientemente significativos para recomendar a aprovação da hipótese H5 que alega a existência de uma relação positiva entre o nível médio das funções de gestão dos MHFs com a utilização de IDs. Já na hipótese H6, onde se indica uma relação positiva entre o estágio do ciclo de vida organizacional e o desempenho, seus resultados não se mostraram robustos para a sustentação da hipótese inicial. O propósito desta pesquisa foi analisar a relação entre os diferentes tipos de empresas hoteleiras familiares, os indicadores gerenciais de performance, a partir da estrutura de propriedade e controle da gestão, e seu ciclo de vida. Considera-se que o modelo de classificação de EFs da população hoteleira atendeu aos critérios do modelo original de Westhead e Howorth (2007), mostrando-se válido e adequado às necessidades de análise e compreensão do desempenho dos MHs da amostra estudada. O fato de se ter trabalhado num universo de análise tão pequeno e ter-se 112 conseguido a caracterização de cinco tipos de EHFs, de um total de seis do modelo original, sugere boas possibilidades de sua replicação em outros estudos de desempenho setorial, levando-se em consideração as condições das organizações brasileiras. Para isso são sugeridos outros estudos com realidades específicas. A classificação de EHFs, a partir dos critérios de estrutura de propriedade e de controle da gestão foi obtida de maneira objetiva pelas questões formuladas, fato que simplificou a tomada de decisão quanto ao resultado da classificação dos MHs desta pesquisa. Esta abordagem que estendeu a teoria de agência (JENSEN; MECKLING, 1976; EISENHARDT, 1989) para dentro do universo das EFs, através da classificação dessas empresas em seis tipos, abre um leque de possibilidades e dimensões de análises dela decorrentes em futuros estudos (WESTHEAD; HOWORTH, 2007; DEKKER; et al., 2013). Desta classificação de EHFs, pela estatística descritiva, AF e ANOVA, foi possível se constatar a utilização de indicadores financeiros de desempenho no ambiente das EHFs dos tipos Q2 e Q6, as quais contratam gestores no sentido de atingir objetivos da empresa, contra um percentual de somente 11% de EHFs do tipo Q1 que utilizam IDs. Das abordagens utilizadas para a obtenção e análise dos IDs objetivos e subjetivos dos MHs de Itapema e Porto Belo, os trabalhos de Westhead e Howorth (2003) e de Haber e Reichel (2005) modelaram uma estrutura de IDs referenciais para o setor hoteleiro, bem como orientaram a maior parte da estrutura do questionário. Da análise, redução e extração de fatores pontuais, ou novos IDs extraídos para o ambiente pesquisado; o Quadro 14 apresenta e sintetiza seus escopos principais. Observa-se neste Quadro que, decidiu-se por preservar os IDs objetivos desenhados para o setor hoteleiro das pequenas empresas no trabalho de Haber e Reichel (2005), motivados pela dificuldade para a obtenção de dados primários precisos sobre receita declarada dos MHs, os quais foram obtidos sob a forma de quatro categorias limites de receitas declaradas. Em relação aos IDs de número de empregados e taxa de ocupação, também se decidiu mantê-los no formato original, tendo em vista sua reconhecida importância no contexto hoteleiro, mesmo que os coeficientes Alfa de Cronbach (0,36649) iniciais tenham recomendado sua exclusão da AF. 113 Quadro 14 - Indicadores de desempenho sugeridos para a amostra IDs OBJETIVOS Prazo IDs SUBJETIVOS (sugeridos)* (HABER; REICHEL, 2005) • Longo • • Crescimento em receitas (financeiro) Crescimento em nº de empregados (financeiro) • • • Importância em mercado e finanças (estratégia e finanças) Produto e ajuste (Marketing e estratégia) Geração de lucros (financeiro) Ciclo de Vida (organizacional) • Satisfação e reputação (Marketing e institucional) • Receita declarada X concorrência (financeiro) • Receita (financeiro) • Rentabilidade X concorrentes (financeiro) • Nº de empregados (financeiro) Curto • Ocupação X objetivos • Receita por empregados próprios(financeiro) (financeiro) • Uso de Indicadores de desempenho (Gestão) • Funções de Gestão (planejamento, organização e controle) * Desdobrado da pesquisa de Westhead e Howorth (2003), Haber e Reichel (2005) e Padula e Vadon (1996). Fonte: dados de pesquisa Os novos IDs subjetivos de desempenho, já analisados anteriormente, atenderiam os horizontes de curto e longo prazos, contemplando e ampliando, além de finanças, os escopos para as áreas de gestão, estratégia, marketing, institucional e organizacional. Então, percebe-se que, a partir dos indicadores de desempenho de Haber e Reichel (2005), com a incorporação desses escopos, que a estrutura apresentada para a medição do desempenho das EHFs poderá atuar como um direcionador do esforço para a melhoria da performance, tanto de forma individual quanto coletiva, além de sua capacidade de medi-la. Isto poderá, segundo Venkatraman e Ramanujam (1986), ampliar as abordagens de medição e análise do domínio de performance financeira para os domínios de performance financeira e operacionais, ou até mesmo aos domínios da efetividade organizacional. A escolha pela utilização de indicadores subjetivos de desempenho para pequenos empreendimentos do setor em estudo se mostrou importante, pois compensou a imprecisão de dados sobre receita declarada e taxa de ocupação, obtidas dos gestores dos MHs entrevistados. Tal imprecisão prejudicou os cálculos dos IDs objetivos referente às receitas, taxas de crescimento de receitas e receita por empregados que não puderam ser considerados na análise fatorial. Observa-se 114 que as baixas médias auferidas no fator 11 (funções de gestão) corroboram as explicações para o uso de indicadores subjetivos no âmbito do MHs familiares. Da análise da relação entre classificação de EHFs com o ciclo de vida organizacional que, cruzados com as informações sobre o baixo nível de desenvolvimento das funções de gestão, revelam um grau reduzido de maturidade média do setor nestas duas importantes variáveis intervenientes. Nesta situação, Likert (1975) postula que sejam trabalhadas as variáveis causais (estratégias de gerenciamento e habilidades dos executivos em atingir melhores resultados com o corpo funcional), as quais levam a crer que sejam as variáveis de maior influência sobre o desempenho das pessoas e na capacidade das organizações em gerar os resultados exigidos para sua competitividade. Esta situação evidencia-se como mais latente no âmbito dos MHs familiares dos tipos Q1, Q4 e Q5, justamente aquelas organizações em que os proprietários mantém a gestão sob seus controles. Tais concepções invocam os resultados da pesquisa de Israeli, Barkan e Fleishman (2006) que sinalizam para a urgência de serem incorporadas práticas de gestão do desempenho, bem como para o desenvolvimento dos proprietários e gestores dos MHs familiares, no nível individual ou mesmo setorial. No sentido de melhoria desse desempenho, Hwang e Lockwood (2006) identificaram as carências de desenvolvimento para o setor hoteleiro: a) metas focadas no cliente, b) planejamento e controle, c) parcerias e redes de contato, d) comunicação interna e externa, e) obtenção de padrões consistentes de gestão, f) gestão estratégica da força de trabalho, g) fluxo de caixa e medição do desempenho. Entretanto, eles ressaltam a importância de serem criadas condições na cadeia de adição de valor para reduzir as seguintes barreiras impeditivas desse desenvolvimento: a) mudanças na demanda turística, b) limitação de recursos, c) falta de mão-de-obra qualificada, d) exigências por um novo estilo por parte do empresário para conduzir os negócios, e) falta de benchmarking competitivo, ou falta de monitoramento ambiental, f) a localização dos empreendimentos. Os resultados da pesquisa, leva-se a crer que essas carências e as barreiras identificadas no trabalho de Hwang e Lockwood (2006) sejam adequados para o ambiente investigado. Do aprofundamento da análise das relações entre ciclo de vida dos MHs com o nível médio de suas funções de gestão, os resultados da estatística descritiva, da 115 análise fatorial, bem como da análise da variância recomendaram a aceitação de hipótese da existência de correlação positiva entre tais variáveis. Estes resultados se mostraram congruentes com os pressupostos teóricos de Greiner (1972, 1998) Flamholtz (1995) e Padula e Vadon (1996). Entretanto, apesar de haver relacionamento positivo, estes escores são muito fracos para poder caracterizar-se uma correlação entre os estágios de ciclo de vida dos MHs com seu desempenho, fato que recomenda maiores investigações. O estudo dos resultados da pesquisa que analisou a classificação de EHFs, seu desempenho e ciclo de vida contribuíram para ampliar as possibilidades de uso do modelo classificatório de EFs de Westhead e Howorth (2007), que se fundamenta na teoria de agência (JENSEN; MECKLING, 1976; EISENHARDT, 1989). Entendese também que este estudo auxilie na consolidação do uso de IDs subjetivos, como coadjuvante dos IDs objetivos tradicionais para os MHs e, possivelmente, para empresas do setor de serviços, pelo emprego ou adaptação da abordagem de Haber e Reichel (2005). Para a análise do uso do ciclo de vida, entende-se que este estudo tenha contribuído com o trabalho de Padula e Vadon (1996), os quais apresentaram uma ferramenta de diagnóstico organizacional baseada no ciclo de vida de uma empresa familiar, que se mostrou coerente e funcional no teste empírico para a captura de informações sobre o nível do ciclo de vida e das práticas administrativas de planejamento, organização e controle. Em resumo, ao se responder a questão da pesquisa, os resultados citados, para o ambiente pesquisado, conduzem a percepção de que quanto maior for a classificação de uma EHF, pelos critérios de estrutura de propriedade e controle da gestão, maior tenderá a ser o uso de IDs, bem como seu ciclo médio de vida organizacional. O cruzamento dessas três abordagens utilizadas neste estudo ofereceu uma alternativa que se mostrou satisfatória em seus objetivos de compreensão, análise e explicação da performance empresarial, para o ambiente estudado. Entretanto, este estudo sofre limitações pela utilização de técnicas estatísticas exploratórias, as quais não são permitidas outras generalizações além de seus resultados (FÁVERO et al. 2005), bem como pelo corte transversal da pesquisa limitou seus resultados tornando-os pontuais. 116 Observando-se cuidadosamente as conclusões sobre a aceitação da hipótese H5, que sustentava a existência de uma relação positiva entre o nível médio as funções de gestão dos MHs com seus IDs, acredita-se em sua adequação para este momento, mesmo que não tenha conseguido vincular as funções de gestão ao desempenho. Seria recomendável a continuidade de investigações para, em outro ambiente de pesquisa, testar os ditos relacionamentos. Como visão geral das descobertas deste estudo, o Quadro 15 apresenta uma síntese dos resultados das hipóteses alternativas submetidas aos testes. Quadro 15 – Resultados dos testes de hipóteses da pesquisa Hipótese alternativas da pesquisa H1: Existe a formação de classes diferenciadas de empresas familiares nos MHs da cidade de Itapema e Porto Belo, em termos de estrutura de propriedade e controle de gestão. Resultado Aceita H2: Existe uma correlação positiva entre classificação de empresas, pelo modelo Westhead e Howorth (2007), e o uso de indicadores financeiros de desempenho. Aceita H3: Existe uma relação positiva entre classificação de EFs do modelo WESTHEAD; HOWORTH (2007) com o ciclo de vida organizacional, mensurado pelo modelo de Padula e Vadon (1996). Aceita H4: Existe uma correlação positiva entre ciclo de vida dos MHs e o nível médio de suas funções de gestão (planejamento, organização e controle). Aceita H5: Existe uma relação positiva entre o nível médio das funções de gestão (planejamento, organização e controle) dos MHs com a utilização de IDs. Aceita H6: Existe uma relação positiva entre o estágio do ciclo de vida organizacional e o desempenho empresarial. Rejeitada Fonte: dados de pesquisa Observa-se que no Quadro 15 as hipóteses alternativas H1, H2, H3, H4 e H5 foram sustentadas, sendo que a hipóteses H6 foi rejeitada. Os resultados obtidos na pesquisa levam a crer na possibilidade de sua replicação em pesquisas futuras, a partir de seus referenciais teóricos, com a adaptação às necessidades e especificidades dos novos ambientes. Espera-se que esta pesquisa mostre implicações positivas para o estudo da performance empresarial no campo teórico e empírico, visto que sugere coerência na relação interna das abordagens de sustentação teóricas, no sentido de contribuir para a melhoria da performance. 117 REFERÊNCIAS ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSNAJDER, F. Os métodos nas ciências sociais e naturais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Thompson, 1999. ASSAF NETO, A; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 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