SOCIOLOGIA
AVALIAÇÃO
HIRAN
I UNIDADE
Aluno(a): PROVA COMENTADA
Série:
2a
Ensino Médio
Turma: A / B / C / D
Data: 18/03/2015
1. A prova é composta de 07 questões abertas e 03 questões objetivas.
2. Não será aceita a utilização de corretivo.
3. Não será aceita a troca de material durante a avaliação.
4. Use, somente, caneta esferográfica azul ou preta.
5. Será descontado 0,1 para a nota da prova, daquelas que apresentarem erros graves de escrita.
6. O aluno só poderá deixar o recinto após transcorridos 30 minutos de prova.
7. Não serão permitidas rasuras nas questões objetivas.
8. Duração: 50min.
9. Valor da avaliação: 8,0 pontos
1 - Nos tempos passados, os gregos já diferenciavam a atividade manual da atividade braçal. Segundo
Hannah Arendt, eles classificavam suas três concepções para a ideia de trabalho como sendo?
Apresente-as e as defina. (1,0)
Segundo a filósofa Hannah Arendt, em seus estudos sobre a condição do trabalhador ao longo da
História, os gregos distinguiam três formas especificas de trabalho: Labor, Praxis e Poiesis. O labor é
entendido como um trabalho que requer esforço físico, ao passo que a praxis pressupõe o uso do discurso
e, por fim, a poiesis sugere uma forma de trabalho assentada na sensibilidade criativa (artística).
2 - Há mais de trezentos tratados internacionais pelo fim do trabalho escravo e comércio de pessoas e
mais de doze convenções mundiais de combate à escravidão contemporânea. Entretanto, o problema
persiste diante da condição de miséria em que vive grande parte da população mundial. O dia 23 de
agosto foi instituído pela Unesco como o Dia Internacional de Lembrança do Tráfico de Escravos e sua
Abolição.
Por que o trabalho escravo é compulsório? Diferencie de servidão. (1,0)
O trabalho escravo é compulsório na medida em que o escravo se vê obrigado a realizá-lo. Este tipo de
trabalho se diferencia da chamada servidão, uma vez que o servo, apesar de inúmeras determinações
enfadonhas ao seu labor, é regido por um contrato e não é concebido com uma mera ferramenta, tal como
o escravo. A despeito das obrigações servis as quais os servos estão submetidos, eles são, também,
portadores de direitos.
3 - Leia o trecho abaixo e aponte o conceito sócio-jurídico que era utilizado na Antiguidade para se referir
ao tipo de trabalhador descrito. Fundamente.
(...) é uma figura obscura na antiguidade: uma pessoa que é excluída de todos os direitos civis, enquanto
a sua vida é considerada "santa" em um sentido negativo. Ainda, pode ser morto por qualquer um (...)
Possui similaridade com a lenda de Caim na mitologia judaico-cristã. É um ser sem dignidade... (1,0)
O conceito presente na citação é certamente Homo Sacer, noção jurídica que caracteriza a condição de
trabalhadores braçais (escravos), ou seja, pessoas sem dignidade, indivíduos sem direitos, homens
condenados ao chamado tripalium.
4 - No mundo feudal, o que vem a ser as relações horizontais e verticais? Explique. (1,0)
São as formas relacionais entre senhores feudais e servos. As chamadas relações horizontais preconizam
que há uma mínima relação mútua e reciprocidade entre senhores e trabalhadores servis, ao passo que
as relações verticais sugerem que há uma desigualdade – de direitos e de deveres – entre os mesmos.
5 - Observe a charge e a relacione à visão de Karl Marx a respeito do trabalho nas sociedades
capitalistas. Explique, apresentando os três pontos básicos do conceito de alienação. (1,0)
A charge corrobora com a perspectiva de Karl Marx sobre a alienação. Marx trabalha o conceito de
alienação – do latim: ‘’tornar algo alheio a alguém’’ – quando versa, na obra O Capital, sobre as relações
trabalhistas entre burgueses (donos dos meios de produção) e proletários (portadores da força de
trabalho). Na análise marxista há, a rigor, três momentos ou possibilidades de alienação:
1 - quando o trabalhador se vê forçado a vender sua força de trabalho, tornando-a alheia a ele mesmo.
2 – pelo fato do trabalhador, um especialista numa única etapa do processo produtivo, estar alheio a todas
as etapas do processo produtivo, não possuindo uma visão global da produção.
3 – em virtude da mercadoria, objeto final da produção, tornar-se alheia a ele, pertencendo a um mercado
consumidor.
6 – Por qual razão Émile Durkheim tece uma apologia ao trabalho no sistema capitalista? Justifique sua
resposta. (0,5)
Porque Émile Durkheim considera que o capitalismo, apesar de seus problemas, trouxe uma rede positiva
de solidariedade social e uma valorização das competências (visão meritocrática). Isto ocorre pelo fato do
capitalismo ter proporcionado uma divisão social do trabalho extremamente complexa, versátil e
multifacetada, o que faz com que cada vez mais precisemos uns dos outros no que tange à produção de
bens e serviços. Assim também, por ser extremamente competitivo, o sistema capitalista acaba exigindo
uma constante qualificação e reciclagem dos trabalhadores para que se mantenham no mercado de
trabalho.
7 – Quais conceitos o sociólogo Marshal Sahlins utiliza para tratar das sociedades tribais em sua análise
do trabalho? Apresente-os e os explique. (1,0)
Marshal Sahlins afirma que as sociedades tribais podem ser consideradas Sociedades do Lazer e
Sociedades da Abundância. Segundo o autor, podemos concebê-las como sociedades do lazer pelo fato
delas valorizarem a extrema importância do ócio (tempo livre) no processo de sociabilidade. De modo
similar, admite Sahlins, podemos compreendê-las como sociedades da abundância porque tudo que elas
precisam para levar sua existência adiante, encontram em demasia, isto é, em abundância e em grandes
proporções, na natureza.
8 - Observe a charge a seguir.
(LAERTE. Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/).
A análise da charge nos remete ao fenômeno da insegurança no emprego, que, nas últimas décadas,
tornou-se um tópico de discussão essencial dentro da Sociologia do Trabalho. Sobre os efeitos nocivos da
insegurança no emprego, percebemos: (0,5)
a)
b)
c)
d)
e)
a sensação de apreensão quanto à continuidade futura de um cargo e/ou de um papel dentro
do ambiente de trabalho.
o maior aumento da insegurança no trabalho ocorre apenas entre os trabalhadores que exercem
atividades manuais.
um fenômeno muito recente causado por profundas alterações no contexto do mercado de trabalho.
a insegurança no emprego é restrita ao ambiente de trabalho, não afetando a saúde e a vida pessoal
dos empregados.
algo inexistente em face à realidade atual do universo trabalhista.
9 - Leia o trecho a seguir.
Por mais pesadas que estas obrigações pudessem parecer, num certo sentido, eram a antítese da
escravatura, pois supunham a existência de um verdadeiro patrimônio nas mãos do devedor. Na sua
qualidade de foreiro, o trabalhador tinha os mesmos direitos que qualquer outro, a sua posse já não era
precária e o seu trabalho, uma vez satisfeitos os tributos e os serviços, só a ele pertencia.
O texto se refere ao trabalho. (0,5)
a)
b)
c)
d)
e)
Compulsório.
Irrisório.
Subserviente.
Servil.
Sub-escravo.
10 - Leia os textos que seguem. O primeiro é de autoria do pensador alemão Karl Marx (1818-1883)
e foi publicado pela primeira vez em 1867. O segundo integra um caderno especial sobre trabalho
infantil, do jornal Folha de S. Paulo, publicado em 1997.
“(...) Tornando supérflua a força muscular, a maquinaria permite o emprego de trabalhadores sem força
muscular ou com desenvolvimento físico incompleto, mas com membros mais flexíveis. Por isso, a
primeira preocupação do capitalista, ao empregar a maquinaria, foi a de utilizar o trabalho das mulheres e
das crianças. (...) [Entretanto,] a queda surpreendente e vertical no número de meninos [empregados nas
fábricas] com menos de 13 anos [de idade], que freqüentemente aparece nas estatísticas inglesas dos
últimos 20 anos, foi, em grande parte, segundo o depoimento dos inspetores de fábrica, resultante de
atestados médicos que aumentavam a idade das crianças para satisfazer a ânsia de exploração do
capitalista e a necessidade de traficância dos pais.” (MARX, K. O Capital: crítica da economia política. 19.
ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. Livro I, v. 1, p. 451 e 454).
“A Constituição brasileira de 1988 proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 14 anos. (...) Apesar
da proibição constitucional, não existe até hoje uma punição criminal para quem desobedece à legislação.
O empregador que contrata menores de 14 anos está sujeito apenas a multas. ‘As multas são, na maioria
das vezes, irrisórias, permanecendo na casa dos R$ 500’, afirmou o Procurador do Trabalho Lélio Bentes
Corrêa. Além de não sofrer sanção penal, os empregadores muitas vezes se livram das multas
trabalhistas devido a uma brecha da própria Constituição. O artigo 7º, inciso XXXIII, proíbe ‘qualquer
trabalho’ a menores de 14 anos, mas abre uma exceção – ‘salvo na condição de aprendiz’.”
(Folha de S. Paulo, 1 maio 1997. Caderno Especial Infância Roubada – Trabalho Infantil.)
Com base nos textos, é correto afirmar: (0,5)
a)
b)
c)
d)
e)
Graças às críticas e aos embates questionando o trabalho infantil durante o século XIX, na Inglaterra,
o Brasil pôde, no final do século XX, comemorar a erradicação do trabalho infantil.
Em decorrência do desenvolvimento da maquinaria, foi possível diminuir a quantidade de trabalho
humano, dificultando o emprego do trabalho infantil nas indústrias desde o século XIX, na Inglaterra, e
nos dias atuais, no Brasil.
A legislação proibindo o trabalho infantil na Inglaterra do século XIX e a legislação atual brasileira são
instrumentos suficientes para proteger as crianças contra a ambição de lucro do capitalista.
O trabalho infantil foi erradicado na Inglaterra, no século XIX, através das ações de fiscalização dos
inspetores nas fábricas, exemplo que foi seguido no Brasil do século XX.
O desenvolvimento da maquinaria na produção capitalista potencializou, no século XIX, o
emprego do trabalho infantil. Naquele contexto, a legislação de proteção à criança pôde ser
burlada, o que ainda se verifica, de certa maneira, no Brasil do final do século XX.
Boa Prova!
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