澳 門 論 壇 日 報 Jornal www.jtm.com.mo ao serviço de macau desde 1982 Tribuna de Macau Director José rocha Dinis | Director Editorial executivo Sérgio Terra | Nº 3807 | quinta-feira, 21 de juLho de 2011 PROPOSTAS NOVAS REGRAS NA VIDEOVIGILÂNCIA 10 Patacas FUNDO DESTINA 200 MILHÕES A EMPRESAS E ASSOCIAÇÕES Imagens passam a ser Equipamentos “verdes” elemento de prova com apoio financeiro Pág 2 Pág 3 Lisboa aprova plano para reduzir estruturas e cargos dirigentes AUDITORIA APONTA FALHAS DE GESTÃO AO CENTRO DE CIÊNCIA Sem estratégia e com erros em concursos PáG 5 O Governo português aprovou ontem um “Plano de Redução e Melhoria da Administração Central” que fixa como objectivo mínimo reduzir em 15% as estruturas orgânicas de cada ministério e o número de dirigentes. A aprovação foi anunciada pelo secretário de Estado da Presidência, Luís Marques Guedes, salientando que o plano insere-se “no quadro do exigente esforço de ajustamento orçamental em curso, baseado na redução da despesa” e no âmbito do “Compromisso Eficiência” e dá cumprimento a “medidas do programa de apoio económico e financeiro a Portugal”. O secretário de Estado da Presidência disse que “o primeiro e mais importante impulso deste plano é dado com o processo de preparação das leis orgânicas dos ministérios e dos respectivos serviços, devendo a elaboração destes diplomas atender aos objectivos de redução de estruturas e de cargos dirigentes”. O Governo aprovou também um decreto-lei que transfere dos governos civis para o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras a competência para a concessão de passaportes. CEM comparticipa tarifas de clientes residenciais e PME’s Nomeado novo comissário do MNE chinês em Macau Portugueses gastam mais com os carros que com a casa A Companhia de Electricidade de Macau vai continuar a comparticipar o Grupo Tarifário A no terceiro trimestre, ao reduzir para 32 avos por kWh a “Cláusula de Ajustamento da Tarifa” (CAT). Segundo a fórmula de cálculo incluída no contrato de concessão, e atendendo ao aumento do preço do petróleo e à valorização do renminbi, a CAT deveria fixar-se nos 35 avos, indicou a empresa, salientando que decidiu manter a comparticipação para evitar o impacto do aumento nos clientes residenciais e pequenas e médias empresas. O valor da CAT dos grupos B, C e D será de 35 avos por kWh, sendo que todos as categorias sofrerão um aumento de um avo comparativamente ao trimestre anterior. Segundo a CEM, o preço de aquisição do fuelóleo usado na produção de energia aumentou 10% face ao último trimestre e a valorização do renminbi atingiu 3% desde o início do ano. O Governo Central chinês nomeou Hu Zhengyue como comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM, em substituição de Lu Shumin, que ocupava o cargo desde 2008, revelou ontem a agência Xinhua, citando um comunicado. Hu Zhengyue, de 58 anos, desempenhava funções de ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros da China desde 2008, tendo a Ásia como área da sua responsabilidade, e o seu currículo também inclui cargos diplomáticos no Vietname, Singapura e Malásia. Natural da Província de Zhejiang, o novo comissário na RAEM pertence aos quadros do Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 1976. O Gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau foi criado a 20 de Dezembro de 1999 e tem como função cuidar dos assuntos de exclusiva responsabilidade do Governo Central. Os hábitos de consumo de energia mudaram radicalmente na última década, revela um inquérito do INE que acentua que os portugueses já gastam mais energia nos transportes individuais do que no alojamento. Segundo os resultados preliminares do inquérito, mais de metade (51%) do consumo de energia foi, em 2010, absorvido pelos veículos de transporte individual. É a primeira vez, nos inquéritos do INE, que este valor é superior ao consumo de energia no alojamento. O inquérito ao consumo de energia tem apenas duas outras edições – 1989 e 1996. Desde então, escreve o INE, “registaram-se profundas alterações nos hábitos de consumo de energia em Portugal”. A principal é os portugueses terem passado a gastar mais energia com os carros do que com a casa. Em 1989, apenas 21,8% do consumo total de energia dizia respeito aos transportes e, em 1996, esse valor era de 38,4%. Em 2010, ultrapassou os 50%. MAIS 20% DE PASSAGEIROS NA AIR ASIA. A AirAsia registou um crescimento de 19,6% no número de passageiros transportados em Junho, face a igual mês de 2010. A “low-cost”, que opera voos para Macau, também viu a sua taxa de ocupação subir de 79 para 80%. local VOOS PARA JACARTA COM FUTURO INCERTO. A Mandala Airlines, que suspendeu operações por dificuldades financeiras, ainda não definiu uma data para retomar a sua actividade, pelo que o futuro dos voos entre a RAEM e a Jacarta continua incerto, noticiou o Macau Daily Post. A Mandala cessou operações em Janeiro. VIDEOVIGILÂNCIA EM ESPAÇOS PÚBLICOS Imagens passam a ser elemento de prova As imagens recolhidas por sistemas de videovigilância em espaços públicos passarão claramente a constituir elemento de prova em processo penal ou contravencional. De acordo com Leong Heng Teng, a proposta do Governo pretende reforçar a “prevenção e repressão da criminalidade” paulo barbosa O Conselho Executivo terminou a análise da proposta de lei sobre o regime jurídico da videovigilância em espaços públicos. Numa primeira fase, serão instaladas 200 câmaras em vários pontos do território, mas “especialmente na entrada e saída das fronteiras”, informou ontem Leong Heng Teng, o porta-voz do Conselho Executivo. A proposta de lei prevê que “as imagens e sons recolhidos constitui- Governo garante que a privacidade dos cidadãos será salvaguardada PJ garante que raios-x não violam privacidade A Polícia Judiciária (PJ) rejeitou ontem que a utilização do novo aparelho de inspecção corporal de raios-X para detecção de estupefacientes possa vir a constituir uma violação da privacidade dos utentes, aquando da sua entrada ou saída do território. Segundo uma nota daquela força policial, o aparelho não vai ser instalado na zona normal de passagem do público, mas apenas em determinados lugares do Aeroporto de Macau onde a PJ exerce as suas funções. A PJ assegura ainda que os seus funcionários só vão usar o aparelho caso se verifiquem fortes indícios da existência de estupefacientes no corpo do suspeito. Por outro lado, “a PJ irá definir tanto o âmbito como as regras da utilização do aparelho, evitando assim a utilização abusiva, na defesa da privacidade dos utentes”, conclui a nota. rão elemento de prova em processo penal ou contravencional, nas diferentes fases processuais”. Nas situações em que nada de anormal ocorra, os dados serão registados pelo prazo de 60 dias, mas sempre que possam constituir elemento de prova serão guardadas até ao termo dos procedimentos judiciais. Segundo explicou Leong Heng Teng, em conferência de impresa, a videovigilância dos espaços públicos serve para dotar ”de forma contínua e permanente, as forças e serviços de segurança com os mais modernos e sofisticados meios de auxílio à pre- venção e repressão da criminalidade”. A utilização destes sistemas destinase exclusivamente a “assegurar a segurança e ordem públicas, nomeadamente prevenir a prática de crimes, e a auxiliar a investigação criminal”, ressalvou o porta-voz do Conselho Executivo, acrescentando que o sistema deve obedecer a princípios jurídicos como o princípio da proporcionalidade e da intervenção mínima. A captação de sons fica interdita, salvo quando seja “estritamente necessária para assegurar a defesa e protecção de pessoas e bens”. Proibida fica também a captação de registos que afectem “de forma directa e imediata, a intimidade das pessoas, ou resultem na gravação de conversas de natureza privada”. A proposta de lei estabelece que a entidade responsável pelo tratamento das imagens e sons recolhidos pelos sistemas de videovigilância é a força ou o serviço de segurança com jurisdição material na zona de captação. A instalação de sistemas de videovigilância depende de autorização do Chefe do Executivo, após parecer vinculativo do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais. Leong Heng Teng assegurou que existe um conjunto de mecanismos para garantir que o uso da videovigilância se processará “dentro de parâmetros rigorosos, e da forma menos intrusiva para a intimidade das pessoas”. Um deles passa pela intervenção do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais ao longo de todo o processo. O porta-voz do Conselho Executivo informou ainda que a proposta “vai ser entregue à Assembleia Legislativa com a maior brevidade, para ser apreciada”. GOVERNO QUER EDIFÍCIOS DE SEAC PAI VAN COM SISTEMA DE ÁGUA RECICLADA Casas públicas com toque ecológico O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas apresentou ontem um plano que prevê que as habitações públicas sejam construídas em harmonia com o meio ambiente. Por exemplo, para o complexo que vai “nascer” em Seac Pai Van, aquele organismo propôs a criação de um sistema de água reciclada para uso sanitário. Para os edifícios, que terão 27 andares, há a intenção de criar um pátio com jardim de três em três apartamentos para privilegiar a luz natural fátima almeida O Conselho para os Assuntos de Habitação Pública reuniu-se ontem com o Governo para discutir o lado verde da construção das casas económicas e sociais. Os responsável pelo Gabinete de Desenvolvimento de Infra-Estruturas propõem edifícios mais ecológicos e até ponderam a criação de um gabinete para o tratamento de águas residuais. Segundo explicou o vice-presidente do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, além de “satisfazer a legislação vigente de construção e o cálculo de sombra projectada sobre a vida pública” está a ser também dada atenção ao “aperfeiçoamento do ambiente arquitectónico e conservação energética”. Assim, pelo que foi apresentado àquele Conselho, as paredes que se vão erguer por exemplo em Seac Pai Van deverão estar caiadas com cores claras para reduzir o calor de radiação solar”. É também naquele complexo, que segundo, Leong Keng Seng, o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas quer instalar “em certas condições” um sistema de água reciclada para o uso sanitário. Os edifícios das casas públicas de Coloane terão 27 pisos, e de três em três andares haverá um pátio com jardim, não só para trazer mais beleza mas também para reduzir a radiação de calor. As escadas serão ainda aproveitadas como um mecanismo a favor do meio ambiente, através da sua ventilação e luz natural. Já no interior dos apartamentos o meio ambiente poderá ser protegido através de lâmpadas de conservação energética. Mas a grande “inovação” aparenta ser ao nível da poupança de água, com a instalação de materiais sanitários economizadores daquele recurso natural, através de torneiras, sanitas e caixas de água capazes de poupar. Quanto aos materiais também se espera que possam cuidar do meio ambiente. Para tal foi proposta a utilização de madeiras ecológicas, tinta de água ou tijolos leves. As casas de banho e alguns quartos poderão ser construídos pertos dos pátios, para que a luz natural entre portas a dentro evitando recorrer ao interruptor tantas vezes. Em suma, o desenho ontem apresentado quer privilegiar a luz natural. E prova disso é ainda a intenção de colocar claraboias e pedaços de vidro nos elevadores. CASAS POR CLASSIFICAR. À margem da reunião o presidente do Instituto de Habitação voltou a reiterar “só se vai calcular o salário fixo” dos candidatos a uma habitação social. Mesmo os subsídios concedidos pelo Governo a quem está na lista de espera não devem ser contabilizados, tal como a comparticipação pecuniária. Por saber continua quantas casas públicas serão destinadas para venda e as que ficarão vagas para arrendamento. Tam Kuang Man disse que tal só se saberá depois da aprovação da Lei da Habitação Económica, cuja análise em sede de comissão está perto do fim, podendo a proposta, a ser aprovada pelos deputados até 15 de Agosto, entrar em vigor no dia 1 de Outubro. Contudo, ainda que as novas regras para comprar uma casa da Administração cheguem nessa altura não é certo que a “distribuição” ocorra de imediato. jornal tribuna de macau Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jornalística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Olga Pereira e Paulo Barbosa • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Secretária da Redacção: Carla Sousa • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. 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Segundo o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, o fundo visa “melhorar a qualidade do ambiente de Macau”, através da compra de equipamentos ecológicos, ou da substituição de material que não cumpra normas correntes de conservação energética. Para isso, o Governo vai disponibilizar um montante anual de 200 milhões de patacas, no âmbito do Fundo para a Protecção Ambiental e Conservação Energética. Podem concorrer empresas e associações, estando fixado em 500 mil patacas o limite máximo de apoio a conceder a cada um dos pedidos aprovados. O erário público financiará o correspondente a 80% do montante total despendido com a aquisição ou substituição de produtos e equipamentos de protecção ambiental e de poupança de energia. O regulamento que vai estabelecer que equipamentos podem ser adquiridos no âmbito do plano será publicado mais tarde, através de despacho do Chefe do Executivo. Em declarações ao JTM, Lionel Leong considera que a medida ontem anunciada “é importante para encorajar associações e empresas a participarem nos esforços de protecção ambiental”. O vice-presidente da Comissão Consultiva para o Ambiente nota que os 200 milhões disponibilizados anualmente poderão constituir um “incentivo para que mais Pequenas e Médias Empresas, e até grandes, possam comprar novos equipamentos”. O dirigente prevê mesmo que “a situação ambiental em Macau vai melhorar no longo prazo”. Lionel Leong, que é membro do Conselho Executivo e da Assembleia Popular Nacional, aponta que “os custos de operação levam a que seja difícil que as empresas substituam os seus equipamentos”, algo que poderá mudar com o plano de apoio financeiro: “A comparticipação a 80 por cento é um grande encorajamento para que as empresas possam escolher os melhores equipamentos”, assevera. Para gerir o fundo de 200 milhões vai ser criado um Conselho Administrativo constituído por cinco membros, sendo um deles o director da DSPA, Cheong Sio Kei. Os pedidos de concessão de apoio financeiro serão Cheong Sio Kei ‘levantou o véu’ quanto aos equipamentos que serão financiados avaliados por uma Comissão de Apreciação constituída por um máximo de sete elementos. Caberá a esta comissão analisar os pedidos de apoio financeiro e emitir parecer fundamentado, sobre a concessão ou não do apoio, no prazo de 30 dias a contar da data da completa instrução do processo. Lionel Leong frisa que os membros que serão escolhidos para esta Comissão de Apreciação vão ter um papel decisivo. Na sua opinião, “o painel de avaliação é importante para sabermos que a política se está a traduzir numa efectiva melhoria ambiental”. RESTAURANTES E OFICINAS PODEM BENEFICIAR. Em conferência de imprensa organizada pela DSPA para apresentar o plano, o director dos Serviços Ambientais explicou que os critérios que definem concretamente os tipos de equipamentos que poderão ser adquiridos estarão disponíveis “por despacho do Chefe do Executivo”. No entanto Cheong Sio Kei, deixou algumas pistas sobre como quer o Governo que o dinheiro público seja gasto no âmbito deste plano. O responsável aludiu a estatísticas da DSPA, segundo as quais “os casos de queixas sobre poluição atmosférica actualmente existentes em Macau envolvem, na sua maioria, a emissão de fumos e cheiros provenientes dos estabelecimentos de restauração e bebidas e dos estabelecimentos congéneres, e de gases poluentes provenientes das oficinas e fábricas”. Um estudo encomendado pela DSPA a uma instituição científica sobre “fumos oleosos emitidos por estabelecimentos de restauração e respectivo controlo”, revela que equipamentos como o exaustor electrostático podem ter uma capacidade de extracção de fumos de 90%. “A instalação da chaminé em local com boa ventilação pode minimizar efec- Redução de 50% para veículos ecológicos O Conselho Executivo validou ontem uma alteração ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados, que irá permitir que os veículos ligeiros cumpridores das normas ecológicas de emissões de gases poluentes (definidas por despacho do Chefe do Executivo) beneficiem de uma redução de 50% no referido imposto. O milite máximo da redução de é de sessenta mil patacas. Leong Heng Teng considera que esta medida de promoção de utilização de veículos ecológicos poderá “reduzir com eficiência” a poluição do ar. “Conforme as análises, se 1%, 5% ou 10% dos veículos ligeiros de gasolina de Macau forem substituídos por veículos ligeiros ecológicos movidos a gasolina, estima-se, respectivamente, uma redução de 1%, 5% ou 10% de hidrocarbonetos e de 1%, 4% ou 9% de óxidos de nitrogénio”, calculou o porta-voz do Conselho Executivo. Para além desta medida, o responsável anunciou que o Governo está a preparar vários estudos e regulamentos que visam promover a redução da emissão de gases. Este ano será feito um estudo sobre a estipulação do critério de emissão de gases na utilização de veículos e regulamentado o critério da emissão de gases dos veículos a importar. O Governo da RAEM vai ainda “promover estudos sobre a aceleração da eliminação de veículos de alta poluição”, disse Leong Heng Teng. tivamente o impacte nos habitantes circunvizinhos”, descreveu Cheong Sio Kei. Outro problema que poderá ser combatido com o plano consiste na emissão de poluentes por veículos. Quanto a este aspecto, o director da DSPA avançou que “está a ser planeada a instalação dos dispositivos de filtração nos veículos a diesel, a qual será incentivada, sob a forma de apoio financeiro, com o intuito de controlar a emissão de partículas poluentes e fumos negros e de melhorar a qualidade do ar nas rodovias”. Cheong Sio Kei especificou ainda que será concedido apoio financeiro às empresas e associações que “instalem equipamentos economizadores de água e de conservação energética”. O director dos Serviços Ambientais informou que o plano disporá de uma verba anual de 200 milhões, o que significa que o dinheiro que não for utilizado num ano poderá transitar para o seguinte. Para já, Cheong Sio Kei considera impossível “estimar sobre se o montante será suficiente para corresponder às necessidades de Macau”. Ficam prometidas “análises periódicas para verificar se há margem de melhoria para que o fundo funcione de forma mais apropriada”. O dirigente explicou os encargos suportados por obras de instalação e manutenção estão excluídos do apoio. Para além disso, no prazo de um ano a contar da data de deferimento do pedido de concessão de apoio, não é admitida nova candidatura do mesmo requerente. Caberá à DSPA verificar o cumprimento do plano de apoio financeiro e Cheong Sio Kei garante que a instituição “tem pessoal suficiente para fiscalizar”. jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 03 NOVO CONCURSO LIGADO AO METRO. O Gabinete para as Infraestruturas de Transportes lançou ontem o concurso público para as fundações do parque de materiais e oficina da 1ª fase do Metro Ligeiro. O parque funcionará num novo aterro no Cotai, com uma área de cerca de 13 mil metros quadrados. local WYNN REAVALIADA EM ALTA. O Citigroup aumentou de 22,5 para 23,5 dólares de Hong Kong o preço alvo das acções da Wynn Macau, noticiou a Macau Business. A decisão teve em conta os bons resultados da empresa no segundo trimestre deste ano. DETIDAS 10 “MASSAGISTAS”. A PJ deteve 10 mulheres do Continente suspeitas da prestação de serviços ilegais de massagens numa unidade hoteleira do COTAI. Com idades compreendidas entre 17 e 26 anos, as suspeitas são oriundas de Hubei, Henan, Hunan, Jiangxi e Shaanxi. Uma delas estava em excesso de permanência na RAEM. local VISITANTES DE GUANGXI NA CEM. A CEM recebeu a visita de um grupo de 37 pessoas de Guangxi, composto por alunos e professores das minorias étnicas daquela região autónoma chinesa. Entre outras actividades, o grupo participou no “Passeio Energético” e num jantar de confraternização. AUDITORIA APONTA FALHAS EM CONCURSOS E RECOMENDA DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS VOX POPuli Centro de Ciência sem “planos estratégicos” O Centro de Ciência de Macau cometeu vários erros na organização de concursos públicos, nomeadamente em termos dos critérios de avaliação, indica um relatório do Comissariado da Auditoria, que também censura a sociedade que gere aquele espaço pela falta de planos estratégicos, a médio e longo prazo Jonathan e Courtney (Casal de turistas australianos) “Não estávamos à espera de encontrar esta junção de culturas” - O que pensam sobre Macau? - Macau surpreendeu-nos bastante, pois não estávamos à espera de encontrar esta junção de culturas, a portuguesa e a chinesa, e a forma como encaixam tão bem. Tínhamos ouvido muito sobre os casinos e o jogo e como estávamos em Hong Kong aproveitámos para dar cá um salto. É pena não ficarmos mais dias porque gostamos mais de aqui estar do que propriamente em Hong Kong. Sabíamos que tinha sido uma colónia portuguesa mas não pensávamos que ainda tivesse tantas influências de Portugal, com as igrejas, edifícios, etc. - Quais são os aspectos que mais vos atraem? -Gostamos muito da história em si que Macau tem, bem como a forma como a transmite para quem visita. Em comparação com Hong Kong há uma facilidade muito maior de deslocação, o que para nós dá jeito porque temos um bebé. Podemos caminhar de um lado para o outro sem usar meios de transporte, e ao mesmo tempo ver locais muito bonitos. - Que conhecimentos tinham de Macau? - Sabíamos dos casinos e que tinha sido uma colónia portuguesa, mas pensávamos que era um local que fosse só de jogo. Como conseguimos bilhetes baratos decidimos aproveitar e conhecer. Este é o nosso segundo dia aqui e vamos ficar mais um, embora houvesse vontade de ficar mais. - Detectaram alguma coisa de que não gostam desde que cá estão? -Até agora acho que não. Ontem fui a um casino e dei uma volta mas como não é o meu estilo voltei para casa. Não sabia que o tempo era assim tão húmido mas também não incomoda muito. A comunicação podia ser melhor porque a maior parte das pessoas não fala inglês, especialmente comparado com Hong Kong. - E em relação aos preços? - Estamos cá há pouco tempo por isso ainda não deu para ver muito bem, mas até agora as coisas parecem bem mais baratas do que em Hong Kong. P.A.S. pág 04 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau 60 ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS FORAM PUBLICAMENTE ELOGIADOS Aumentaram empregos para portadores de deficiência Cada vez mais instituições estão a empregar pessoas portadores de deficiências, foi a conclusão da última edição do Plano de Atribuição de Prémios às Entidades Empregadoras de Pessoas Deficientes que ontem premiou os diversos sectores do território que contratam pessoas nessa situação pedro andré santos D ecorreu ontem a 4ª edição do Plano de Atribuição de Prémios às Entidades Empregadores de Pessoas Deficientes, uma iniciativa conjunta do Instituto de Acção Social (IAS) e da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) que tem o objectivo de galardoar os empregadores de todos os sectores de Macau que contratam pessoas deficientes, por forma a que estas possam inserir-se na vida colectiva e contribuir para a sociedade. Na primeira edição, em 2005, foi registado um número de 35 empregadores para pessoas com deficiência. Na segunda edição, o número ascendeu a 49, passando para 56, na segunda, e 60 nesta última, constatando-se que tem havido um aumento progressivo do número de empregadores de edição para edição. Promover a reabilitação social profissional das pessoas com deficiência tem sido uma das prioridades estabelecidas na política de reabilitação do Governo da RAEM. Segundo os dados estatísticos fornecidos pelas res- pectivas instituições, no primeiro semestre de 2011 o número dos deficientes que conseguiu trabalho representa mais de metade do número das pessoas encaminhadas para emprego. Após a admissão, a percentagem dos que conseguiram manter-se de modo estável nos seus postos de trabalho e por um período superior a seis meses representa 73 por cento das pessoas admitidas, concluindo-se que os portadores de deficiência podem manter um emprego estável no mercado laboral público. “A reabilitação social, além de poder apoiar a integração dos deficientes na sociedade, pode ainda apoiar os mesmos a desenvolver a auto-imagem e o conceito de valor”, afirmou Shuen Ka Hung. “O êxito alcançado nos trabalhos de reabilitação profissional conta com a conjugação dos esforços de vários elementos, dos quais se destacam os próprios deficientes, os seus familiares, as instituições, os serviços públicos, as entidades empregadoras ,os colegas de trabalho e outros intervenientes da comunidade”, acrescentou o director da DSAL. No evento estiveram presentes o presidente do IAS, Iong Kong Io, o director da DSAL, Shuen Ka Hung, membros da Comissão para os Assuntos de Reabilitação, as 60 entidades empregadoras premiadas e os representantes das instituições de reabilitação e das escolas de ensino especial. Durante o almoço houve ainda lugar a espectáculo com música dos utentes do complexo de serviços Hong Lok da associação dos familiares encarregados dos deficientes mentais de Macau, habilidades profissionais na execução de flores, malhas e pinturas, e participantes da 1ª edição da competição das habilidades profissionais das pessoas deficientes de Macau. CONHECIDA DECISÃO DE PROCESSO DISCIPLINAR GCS demite esposa de Ao Man Long Camila Chan Meng Ieng foi demitida do Gabinete de Comunicação Social, na sequência do processo disciplinar que lhe foi movido A esposa de Ao Man Long, exSecretário para os Transportes e Obras Públicas, foi punida com a pena de demissão em processo disciplinar, numa “decisão final” proferida no passado dia 1 de Julho, indica um aviso do Gabinete de Comunicação Social (GCS), ontem publicado no Boletim Oficial da RAEM. De acordo com o aviso, Camila Chan Meng Ieng, que exercia funções de técnica superior assessora no GCS, dispõe ainda de um prazo de 60 dias para apresentar a sua defesa escrita, podendo ainda consultar o processo. O GCS decidiu instaurar um processo a Camila Chan a 29 de Abril, devido ao facto da técnica superior não ter comparecido ao trabalho após o término de uma licença sem vencimento, que lhe foi concedida em 2003 por um prazo de oito anos. Camila Chan, cujo paradeiro é desconhecido, continua a ser procurada tanto pelas autoridades da RAEM como pela Interpol, no âmbito do caso de corrupção que envolveu Ao Man Long. Em 2008, Camila Chan foi condenada a 23 anos de prisão, por oito crimes de branqueamento de capitais, um de riqueza injustificada e um de não colaboração do cônjuge na declaração de rendimentos e interesses patrimoniais a que estão obrigados os titulares de cargos públicos e trabalhadores da Administração Pública. Em Março, foi absolvida num processo conexo ao de Ao Man Long, mas o Ministério Público recorreu entretanto da decisão junto do Tribunal de Segunda Instância. O relatório de auditoria específica incidiu sobre as obras de produção e instalação de objectos de exposição relativas a 11 das 14 salas do Centro de Ciência, lançadas e adjudicadas no âmbito da organização de uma dezena de concursos públicos que, segundo o Comissariado da Auditoria (CA), ficaram marcados por diversas falhas. O organismo liderado por Ho Veng On considera ainda que o Centro de Ciência não possui uma estratégia claramente definida, facto que compromete o uso eficaz de elevadas verbas públicas. No documento ontem divulgado, o CA sublinha que, no decurso dos concursos para a concepção e montagem das salas de exposição, o Centro de Ciência de Macau, S.A. “acrescentou aos critérios de pontuação fixados nos respectivos documentos outras considerações relativas à qualidade de execução, deixando assim de avaliar as propostas conforme os critérios de pontuação acordados com os concorrentes e sujeitando-se deste modo ao risco de futuras polémicas desnecessárias”. O Centro de Ciência lançou todos os concursos em quatro meses, de Fevereiro a Maio de 2009, e adjudicou as correspondentes obras em três meses, entre Março e Maio do mesmo ano, refere o relatório, acrescentando que o Conselho de Administração daquela companhia “duvidou dos resultados de pontuação do primeiro concurso”, porque “entendia que os procedimentos e os critérios de pontuação do processo de avaliação não asseguraram, de forma razoável, a qualidade de trabalho dos concorrentes”. “Assim, decidiu alterar o processo de avaliação, introduzindo considerações qualitativas como a experiência prática e a capacidade de execução. Porém, ao momento da alteração dos critérios de pontuação, já os anúncios relativos até ao nono concurso estavam publicados, com os respectivos prazos de apresentação de propostas quase a esgotar-se, sendo que os prazos para o segundo e o terceiro concursos até já estavam terminados”, afirma o CA, lamentando que o Centro não tenha informado os concorrentes sobre o ajustamento interno dos critérios de pontuação. A excepção residiu no décimo concurso, que foi lançado com os critérios de pontuação formalmente alterados. Considerando que o Centro de Ciência “não estudou a fundo a origem do problema do processo de avaliação”, os responsáveis do CA verificaram ainda que, “mesmo após o ajustamento interno dos critérios de pontuação, dois dos três membros da comissão de avaliação, que eram membros permanentes e com larga experiência na organização ou gestão de centros de exposições científicas, continuaram a atribuir notas muito divergentes” em factores de pontuação, que representavam 32 por cento do total da valoração técnica. Tal facto, na perspectiva do CA, “baixa a credibilidade das pontuações e compromete a qualidade das adjudicações”. Segundo o relatório, uma das empresas obteve a melhor classificação em sete dos 10 concursos abertos, mas apenas lhe foram entregues duas obras, abrangendo três salas de exposição, cujo valor contratual totalizava 25 milhões de patacas ou 29 por cento do Críticas merecem concordância Na resposta à auditoria a que foi sujeito, o Centro de Ciência refere que “concorda totalmente que, quanto ao trabalho da avaliação das propostas nas obras de instalação das salas de exposição, há espaços para melhorias”. Na mesma linha, assegura ainda que “vai, através das entidades competentes, formalmente aprovar a definição dos objectivos do Centro de Ciência”, os quais irá depois publicar “amplamente”. montante total das obras adjudicadas (mais de 88 milhões de patacas). Embora os critérios de avaliação previssem que a adjudicação seria atribuída ao concorrente com pontuação final mais elevada, o Centro quis “dispersar o risco” e apenas concedeu duas obras à referida empresa por entender que esta poderia não ter capacidade para concluir as obras dentro do prazo fixado se executasse as sete empreitadas em simultâneo, nota o CA. Por outro lado, a auditoria permitiu constatar que “o processo de avaliação não previa etapas para verificar a existência de situações de pontuação anómalas, erros e omissões”. Além disso, “os documentos de pontuação não mostravam os motivos e os cálculos que deram origem às pontuações atribuídas, tão pouco se os membros avaliadores seguiram os mesmos critérios de pontuação”, explica o organismo, convicto de que, “havendo erros cometidos na pontuação, era impossível proceder-se a qualquer revisão processual para os identificar e reportar em conformidade ao Conselho de Administração”. DEFINIR MISSÃO E OBJECTIVOS. O tom crítico do CA não se esgota na forma como foram conduzidos os concursos públicos, estendendo-se mesmo ao funcionamento geral do Centro de Ciência. Nesse contexto, organismo adverte que a sociedade gestora do Centro “não dispunha de quaisquer planos estratégicos de médio e longo prazos em que estariam definidas as linhas de desenvolvimento das actividades, os respectivos objectivos e as metodologias concretas para as três vertentes da missão da companhia — ‘educação, turismo e exposições e convenções’”. Na mesma linha, o Centro é exortado “a definir formalmente a sua missão, estratégias e objectivos, bem como criar um mecanismo de avaliação de resultados para avaliar o seu próprio papel e suprir as eventuais insuficiências, com vista a que os avultados fundos públicos investidos possam atingir com maior eficácia os objectivos determinados”. Constituída há seis anos, com um capital social de 10 milhões de patacas, aquela companhia recebeu da Fundação Macau, entre 2005 e 2010, subsídios no valor total de 124 milhões de patacas para cobertura de despesas de funcionamento e também apoio financeiro destinado à aquisição de equipamentos, de objectos de exposição bem como à realização de obras de interiores do Centro de Ciência, totalizando 435 milhões de patacas. Perante este panorama financeiro e funcional, o CA sugere que “a companhia, enquanto entidade suportada pelo erário público, deve, com toda a prudência, estabelecer um processo de avaliação de propostas e de adjudicação adequado e pormenorizado, capaz de aferir adequadamente as condições exigidas aos concorrentes, bem como assegurar que todos os membros da comissão de avaliação tenham uma interpretação uniforme dos critérios de pontuação”. Nas suas conclusões, o CA refere ainda que o processo de avaliação deve ser documentado de modo suficiente com vista à realização de verificação interna, por forma a assegurar que a comissão de avaliação examine as propostas de acordo com os critérios de pontuação estabelecidos bem como “evitar erros e omissões”. No fundo, o organismo apela ao Centro para que garanta que a apreciação e a adjudicação sejam realizadas em “condições de justiça, imparcialidade e cientificidade”. MAIS SEGURANÇA. A área da segurança também não foi esquecida pelo CA, ciente de que o Centro de Ciência tem a obrigação de garantir que os objectos expostos sejam seguros para os visitantes. Confrontado com o registo de alguns acidentes, o organismo admite que nem sempre as respectivas causas podem ser resolvidas de imediato e de raiz, mas considera que o Centro deve melhorar o aspecto da prevenção. “Enquanto os problemas de segurança com os objectos expostos não possam ser completamente sanados, a companhia deve implementar medidas preventivas provisórias, caso contrário, o risco de novas ocorrências torna-se real. A título de exemplo, após a ocorrência do primeiro acidente com o aparelho do “teste do degrau”, na Galeria de Saúde no Desporto, não foram tomadas quaisquer medidas provisórias, o que levou a nova ocorrência”, indica o documento, ao salientar que o procedimento para acompanhamento de problemas de segurança “deve alargarse a todos os objectos e instalações em condições e circunstâncias similares”. jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 05 publicidade local CENTRO DE ESTUDOS MANTÉM COORDENADOR. O Governo renovou por um ano a nomeação de Ieong Wan Chong como coordenador do Centro de Estudos “Um País, Dois Sistemas”, que funciona no âmbito do Instituto Politécnico. A decisão tem efeitos a partir de 12 de Agosto deste ano. ALFÂNDEGA COM NOVOS BOTES. Os Serviços de Alfândega vão adquirir botes rápidos para o uso de serviço com dois motores fora de borda e os respectivos equipamentos. Os botes serão fornecidos pela empresa Iam Wing Wah Lei Cheng Navio (Macau) Limitada. ZHANG XIAOMING ABORDOU ESPECIFICIDADES DO SISTEMA POLÍTICO LOCAL RAEM sem separação “pura” de poderes conjuntura política da RAEM “é de natureza local e especial” à qual se sobrepõem a estrutura política do Estado e as autoridades centrais, o que afasta a implementação de um sistema de “separação de poderes” que pressupunha a existência dos plenos poderes inerentes a um Estado soberano, sublinhou o vice-coordenador do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, que veio a Macau para participar no lançamento de mais uma fase dos estudos sobre a Lei Básica. Depois de traçar a história e os conceitos defendidos por pensadores como o filósofo e ideólogo inglês John Locke ou o francês Montesquieu, Zhang Xiaoming sustentou a sua visão sobre a estrutura de Macau, sublinhando diferenças. Pode-se “classificar como uma verdadeiro ‘sistema de separação de poderes’ apenas quando os poderes administrativo, legislativo e judicial se controlam uns aos outros, tendo uma relação equilibrada em que cada um tem os próprios órgãos, função e pessoal, não se responsabilizando perante os outros e não havendo acumulação de qualidades dos membros, pelo que entre os actuais grandes países do Mundo só os EUA são considerados o país típico de separação de poderes”, observou. Já, em Macau, segundo “o desenho e os termos da Lei Básica, está implementado um sistema político com predominância do poder Executivo, o que normalmente significa que quem lidera o é o poder Executivo, havendo um controlo mútuo”, mas apenas ao nível da “articulação” com o poder legislativo”, já que o poder judicial “é independente”, acrescentou. Isto faz com que a estrutura “da RAEM seja muito diferente do sistema de “separação de poderes tanto ao nível do seu atributo como do seu conteúdo”, salientou. Zhang Xiaoming analisou o perfil “especial” de Macau, enquanto uma Região Administrativa Especial. Assim, embora esteja “directamente subordinada ao Governo Popular Central”, também “goza um alto grau de autonomia”, o que faz com que ao abrigo de “um país dois sistemas” a RAEM tenha “relativamente poderes muito maiores do que os das outras províncias” do Continente chinês, comparou. Por outro lado, o Chefe do Executivo “ocupa o lugar central na estrutura orgânica dos órgãos dotados de poder político na RAEM” e é também o responsável por responder a Pequim e fazer “cumprir as directrizes emanadas do Governo Central”, uma “dupla qualidade” que lhe dota uma “posição superior”, referiu ainda. O poder Executivo acaba assim por ter uma “posição mais activa e privilegiada”, disse, exemplificando: “compete ao órgão administrativo apresentar propostas de lei e de resolução e elaborar regulamentos ad- ministrativos, gozando esta iniciativa legislativa das matérias que envolvem receitas e despesas públicas, a estrutura política ou o funcionamento do Governo”. Por outro lado, “as iniciativas dos deputados são limitadas, pois a apresentação de projectos lei que envolvam a política do Governo deve obter conhecimento prévio escrito do Chefe do Executivo”, notou ainda. Contudo, isto “não se trata de predomínio do poder executivo, uma vez que este está sujeito ao controlo e fiscalização da Assembleia Legislativa”. Neste sentido, ainda que não seja concedido um poder predominante à AL são-lhes facultados mecanismos para “controlar” o poder executivo (como a obrigação do Chefe do Executivo apresentar relatórios respeitantes às Linhas de Acção Governativa, responder às interpelações dos deputados). Isto, não faz, contudo que estes dois órgãos se oponham, mas antes contribuam para “uma melhor racionalização da distribuição e funcionamento dos poderes da RAEM, com vista a optimizar a governação da RAEM”, considera o representante de Pequim. Mas daqui advém uma questão que, no seu entender, constitui também um problema para a eficácia do sistema com preponderância do poder Executivo. “O que se pode fazer para que o órgão legislativo possa melhor desempenhar o seu papel de fiscalização, e em cumprimento com a Lei Básica?”, lançou a pergunta à plateia. Embora tenha mencionado que o Conselho Executivo foi um dos “arranjos” para “reforçar a comunicação” entre aqueles dois órgãos do poder, dentro desta estrutura política considerou também desafiante encontrar fórmulas para que aquele Conselho avance no sentido de melhor desempenhar as suas funções e papel. Na sua opinião perante “estes problemas” de cariz funcional, é “necessário um espaço temporal” para adaptação. “Estou certo que o funcionamento prático da estrutura política da RAEM pode ser aperfeiçoado progressivamente e revele suficientemente os seus privilégios, desde que insistamos no princípio de encarar as realidades de Macau, cumprindo rigorosamente a Lei Básica, fazendo pesquisas na prática, colhendo experiências”, concluiu, deixando as questões para um eventual reflexão dos presentes. F.A. TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO Exequente: MINISTÉRIO PÚBLICO. Executado: TAM KIN TAT, com última residência conhecida em Macau (黑沙環廣華新邨第五座8樓G), ora ausente em parte incerta. FAZ-SE SABER que, nos autos acima indicadas, são citados os credores desconhecidos dos executados, acima identificados, para no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte IMÓVEL PENHORADO: Denominação: “G8” do 8° andar G. Situação: Avenida 1° de Maio nº 512; Rua Nova da Areia Preta, nº 455; Rua da Ma Kau Seak, nºs 233,239,245,251. Fim: Para habitação. Número de matriz: 073045. Número de descrição na Conservatório do Registo Predial de Macau: 21971-V a fls. 298 do livro B193M. Número de inscrição da propriedade horizontal: 34633 do Livro F127M. Macau, 04 de Julho de 2011. Autor: LI KA POU (Menor), representado pelo Ministério Público, de sexo feminino, natural de Macau, nascida a 24/06/2010, filha de LI LIXIA, sua mãe. Réu: LEI CHEONG CHONG, masculino, nascido a 26/11/1959, filho de LEI HAP CHU e de CHEONG IOK MUI, com a última residência em Macau na Avenida do Nordeste, La Baie Du Noble, Bloco 1, 32.º andar A. Faz saber que pelo 1.º Juízo Cível deste Tribunal correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o réu LEI CHEONG CHONG, supra identificado, para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a presente Acção Ordinária, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposição do citando, sendo que, na falta de contestação, não se consideram confessados os factos articulados pelo Autor, ficando o mesmo advertido de que é obrigatória a constituição de advogado (art°. 74° do C.P.C.M.). R.A.E.M., aos 4 de Julho de 2011. A estrutura política da RAEM não goza de uma separação de poderes, ao nível puro do conceito, e a sua “natureza especial” afasta a estruturação deste sistema, observou o vicecoordenador do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, Zhang Xiaoming A Acção ordinária nº CV1-11-0014-CAO 1° Juízo Cível Processo: Execução por alimentos nº CV3-06-0044-MPS-B 3° Juízo Cível A Juiz, Ana Meireles O Escrivão Judicial Auxiliar, Carlos Assunção O Juiz, a) Rui Carlos dos Santos P. Ribeiro A Escrivã Judicial Auxiliar, a) Chan U Wai 2ª Vez pág 06 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau “JTM” - 21 de Julho de 2011 2ª Vez “JTM” - 21 de Julho de 2011 Divórcio Litigioso nº CV3-11-0004-CDL 3° Juízo Cível Autora: VONG SIO LAN, casada, residente no Beco de Tomé Pires nº 8, Edf. Pou Sek, 5° andar A, Macau. Réu: CRISANTO VELASCO TAN, casado, ora ausente em parte incerta, com última residência conhecida no Beco de Tomé Pires nº 8, Edf. Pou Sek, 5° andar A, Macau. Faz saber que, por este Juízo Cível correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, CITANDO O RÉU CRISANTO VELASCO TAN, acima identificado, para no prazo de TRINTA DIAS, posteriores aos dos éditos, contestar, querendo, a presente acção de DIVÓRCIO LITIGIOSO, na qual a autora, pede, em síntese, que seja decretado o divórcio entre a Autora e o Réu pelos fundamentos constantes da petição inicial, com todas as consequências legais, com a advertência de que a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulados pela autora, como tudo melhor consta da petição inicial cujo duplicado fica nesta Secretaria a aguardar eventual solicitação pelo réu, e prosseguindo os autos os ulteriores termos à sua revelia, representando para todos os efeitos, o Ministério Público (artº. 49 nº. l do C.P.C.M.), bem como, caso contestar, é obrigatória a constituição de advogado (artº. 74° do C.P.C.M.) e ainda para, querendo, no mesmo prazo, deduzir oposição ao pedido de apoio judiciário, nos termos do disposto nos artºs 18°, nº 1 e 19° do DL nº 41/94/M. R.A.E.M., 15 de Julho de 2011. O Juiz de Direito, Rui Carlos dos Santos P. Ribeiro A Escrivã Judicial Principal, Lam U 2ª Vez “JTM” - 21 de Julho de 2011 jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 07 (...) “A transição emocionou-me muito. Quando vi arriar a bandeira do Leal Senado e de Portugal na cerimónia de transição, a que assistia em São Paulo, chorei e jurei lealdade à outrora bandeira de Macau. Pensava ser necessário, de alguma forma, mantê-la viva para que nunca fosse esquecida” (...) – Rogério Dias da Luz (...) “O Projecto Memória Macaense e o seu blogue, também, na medida possível, procuram divulgar o trabalho e assuntos gerais dos macaenses em diversas áreas, como por exemplo, a musical, numa tentativa de suprir a compreensível falta de espaço nos média em geral” (...) - idem local (...) “É um esforço meu manter o Projecto Memória Macaense por tanto tempo, sem visar obter ganhos financeiros, seja com anunciantes ou patrocinadores, mas movido apenas por um ideal” (...) – ibidem ROGÉRIO DIAS DA LUZ, VENCEDOR DO PRÉMIO IDENTIDADE DO IIM, EM ENTREVISTA AO JTM “Dá a sensação que se está a cumprir uma missão” A viver longe de Macau desde 1967, Rogério dos Passos Dias da Luz manteve a paixão pela sua terra natal, que o levou a criar o Projecto Memória Macaense, este ano agraciado com o Prémio Identidade do Instituto Internacional de Macau, juntamente com “Macanese Families”, de Henrique d’Assumpção. Em São Paulo, e respondendo ao JTM, por “e-mail”, Rogério Dias da Luz fala da necessidade de manter a memória da comunidade macaense paulo barbosa C ANÚNCIO “Fornecimento de serviços de coordenação, de produção de espectáculos, de artistas, palco, iluminação, projecção de imagens e sistema sonoro para o “Concerto de Contagem Decrescente para a Passagem do Ano 2011 (nome provisório)” Concurso Público N° 005 / SCR / 2011 Faz-se público que, nos termos da alínea 21 da deliberação n.º 30/2011 do Conselho de Administração, de 7 de Julho de 2011, se encontra aberto concurso público para o “Fornecimento de serviços de coordenação, de produção de espectáculos, de artistas, palco, iluminação, projecção de imagens e sistema sonoro para o “Concerto de Contagem Decrescente para a Passagem do Ano 2011 (nome provisório)”. O limite máximo do valor global da prestação de serviços é de dois milhões e quatrocentas mil patacas (MOP2,400,000.00). O Programa do Concurso, o Caderno de Encargos e a Tabela das Exigências Específicas encontram-se à disposição dos interessados no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro, nº 163, r/c, Macau, em dias úteis e durante as horas normais de expediente. As propostas deverão ser entregues até às 17:00 horas do dia 10 de Agosto de 2011. O proponente ou o seu representante deve entregar a proposta e os seus documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM. Com a proposta deve ser apresentada caução provisória no valor de quarenta e oito mil patacas (MOP48,000.00) mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução a favor do IACM ou cheque bancário que deverão ser feitos directamente na Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros/Tesouraria do IACM da RAEM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro, n.° 163, r/c. O IACM realizará a este respeito uma sessão de esclarecimento pelas 15:00 horas do dia 28 de Julho de 2011, no Centro de Formação deste Instituto, sito no 6.º andar do Edifício China Plaza. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á pelas 15:00 horas do dia 15 de Agosto de 2011, no Centro de Formação deste Instituto, sito no 6.º andar do Edifício China Plaza. Macau, aos 15 de Julho de 2011. O Presidente do Conselho de Administração Tam Vai Man www.iacm.gov.mo pág 08 omo teve a ideia de desenvolver o Projeto Memória Macaense e quando começou a fazê-lo? - A transição emocionou-me muito. Quando vi arriar a bandeira do Leal Senado e de Portugal na cerimónia de transição, a que assistia em São Paulo, chorei e jurei lealdade à outrora bandeira de Macau. Pensava ser necessário, de alguma forma, mantê-la viva para que nunca fosse esquecida. Isso aliado à percepção de que estava a viver um momento histórico que levou mais de 440 anos para acontecer, justamente na minha geração. Também guardava numa gaveta lembranças que trouxera para o Brasil, tais como fotos, bilhetes de teatro e de autocarro, etc., coisas simples, mas que queria compartilhar com os conterrâneos. Em 2003, descobri um serviço que oferecia ferramentas fáceis para construção de sites. Foi uma bênção, pois até lá tinha divulgado alguns boletins saudosistas através de ‘e-mails’, que, para felicidade minha, eram bem recebidos pelos destinatários. Em 5 de Junho de 2003, finalmente consegui lançar o sítio electrónico Projecto Memória Macaense (PMM). Por vários anos, a bandeira do Leal Senado ficou estampada na página principal para definir a identidade do PMM, que foi mantida na nova versão. - Que abrangência temática tem este ‘site’? - O foco principal do ‘site’ é como o próprio nome diz, a memória macaense. No entanto, ampliou-se para falar do passado recente e da actualidade, abrindo o espaço para noticiar assuntos da comunidade macaense, tanto local como da diáspora. O PMM e o seu blogue, também, na medida possível, procuram divulgar o trabalho e assuntos gerais dos macaenses em diversas áreas, como por exemplo, a musical, numa tentativa de suprir a compreensível falta de espaço nos média em geral. Se não vejamos: no Encontro de 2010, falou-se de tudo, menos dos músicos que se apresentaram e bem animaram a muita gente, e o PMM tratou de falar deles, até a divulgar vídeos das suas apresentações. Obviamente, o PMM é ainda um meio para divulgar trabalhos fotográficos, trazendo um pouco de história para conhecimento geral. Tive contactos de estudantes brasileiros que nas suas pesquisas escolares têm localizado o PMM, de onde colheram material, tanto de Macau como em especial do patuá, até originando visitas pessoais. Em muitas situações, ajo como um repórter, apesar de não ter essa formação académica, mas em nome do PMM saio atrás da notícia tanto no Brasil como ocasionalmente em Macau. Tudo isto foi evoluindo nos oito anos da vida do site, o que, confesso, traz uma enorme satisfação. - Conta com muitos colaboradores, ou seja, pessoas que lhe enviam documentos e imagens para publicação no site? - O PMM é um site aberto e aceita qualquer colaboração. Costumo receber material por ‘e-mail’. Naturalmente há alguns colaboradores mais assíduos, que tanto enviam fotos como notícias da sua comunidade, ou comunicados, como as tristes notícias de falecimentos. Outras fontes de recolha de material provêm de livros e revistas antigas, sempre com a preocupação de respeitar a fonte e nomes dos autores. Isto tem-lhes agradado, pois antigos artigos esquecidos em publicações são ressuscitados e disponibilizados para leitura geral num espaço sem fronteiras, que é a Internet. - Para além de textos, imagens e músicas, o ‘site’ disponibiliza também vídeos, como por exemplo, um filme sobre o Grande Prémio de Macau de 1959. Como tem acesso a estas imagens em causa? - Andei a produzir diversos ‘vídeos-foto clips’ com minhas fotos de Macau e dos tempos antigos, e também dos (...) “Sonhava um dia poder produzir um ou mais vídeos daquela Macau e dos macaenses que toca o coração de muita gente, inclusive o meu” (...) eventos do Encontro 2010, principalmente musicais, além das atividades da Casa de Macau [em São Paulo], como do nosso teatro de patuá. Ainda tenho muitas coisas para editar e publicar no “YouTube”, até a ressuscitar meus antigos vídeos, gravados nas velhas fitas de videocassete. Aliás produzir vídeos é uma das minhas paixões, como a fotografia. Houve uma época de há mais de 15 anos que filmava mais que fotografava. Alguns são memoráveis como a primeira visita do Governador Vasco Rocha Vieira à Casa de Macau de São Paulo nos anos 90, ou da escola de samba que levamos para o último Encontro da era portuguesa. Naquela época tinha um equipamento mais profissional, mas foi furtado. Hoje ainda estou na pendência de adquirir uma equipamento semi-profissional, mas os preços estão proibitivos. Sonhava um dia poder produzir um ou mais vídeos daquela Macau e dos macaenses que toca o coração de muita gente, inclusive o meu. Pena que viajo para Macau só aquando dos Encontros, e nessas ocasiões não há quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau tempo para nada, devido à extensa programação. Quanto ao vídeo do GP de Macau de 1959, foi uma satisfação poder divulgá-lo, pois além de ser interessante por mexer com a nossa memória, também serviu para prestar uma homenagem ao trabalho do macaense Hércules António. - A nova versão do site foi inaugurada há precisamente um ano. Quem foi o responsável pela sua concepção? - O site é totalmente construído e mantido por mim. Na verdade, tive que criar a nova versão, pois o servidor onde o ‘site’ está alojado informou que o formato antigo seria extinto dentro de um determinado tempo, convidando a todos migrar para os formatos mais modernos. Não tive outra opção. Depois, penso, com muita gente a reclamar contra essa ameaça, o servidor voltou atrás da sua decisão. Nessa altura, a nova versão já estava no ar, a conviver com a original, ou seja, a antiga. Foi um alívio. Iria morrer de saudades do site original, embora já estivesse meio cansado do antigo visual, bastante limitado em termos de ferramentas. Hoje, posso di- zer que estou satisfeito com o novo visual, é semelhante ao blogue Crónicas Macaenses. - Quais têm sido as reacções da comunidade macaense em relação ao ‘site’? Recebe muitas mensagens de apoio? - Graças a Deus que são favoráveis. Até hoje, depois de oito anos, ainda recebo cumprimentos pelo trabalho, o que me dá enorme satisfação e serve de incentivo para continuar a manter o ‘site’ vivo na Internet. Dá a sensação que se está a cumprir uma missão, mesmo sendo singela. - O que significou para si ganhar o Prémio Identidade 2011? - Recordo que no Encontro Macau 2010 estava lá com a minha máquina fotográfica, a registar os ganhadores do Prémio Identidade dos anos 2009 e 2010 recebendo os seus diplomas. Nunca imaginava que o próximo seria eu, a compartilhar o Prémio com o Henrique D’Assumpção, que aliás bem o merece. Assim, quando recebi o ‘e-mail’ do IIM a comunicar a atribuição do Prémio ao ‘site’, fiquei pasmado e tomado de muita emoção. O aviso coincidia com o mês de aniversário do ‘site’. A sensação foi de ter o trabalho reconhecido, oito anos após o lançamento. É um esforço meu manter o PMM por tanto tempo, sem visar obter ganhos financeiros, seja com anunciantes ou patrocinadores, mas movido apenas por um ideal. Também recordo que em 2009, aquando da exposição dos 10 Anos da RAEM em São Paulo, o dr. Jorge Rangel, que sempre elogiava o meu trabalho, dizia-me que este não estava sendo devidamente reconhecido. Não entendi bem na ocasião o motivo do comentário, e agora vejo que talvez a concessão desse Prémio já estivesse a ser estudada há dois anos. - Que destino pretende dar ao material recolhido? Pensa, por exemplo, editar um livro com esse material? - Nunca cheguei a pensar nisso. Penso que o PMM existirá enquanto forem pagas as mensalidades ao servidor. Um dia, se por força maior, isso deixar de acontecer, o site desaparecerá do mundo virtual. Passará, talvez, para a memória macaense que um dia um sujeito procurou contar ao mundo que existe uma gente fruto de 440 anos de presença portuguesa numa península ao Sul da China. Penso que não há como editar um livro com o material lá divulgado, e nem como pensar em ceder o site a outrem, pois é um trabalho muito pessoal. Uma marca minha que levarei comigo, quando for a hora de partir desta vida. Até penso que não haveria quem se interessasse em assumir tal trabalho. Mais fácil alguém criar outro ‘site’ similar, aliás, como já existem diversos na Internet, que cumprem bem o seu papel. O que poderia um dia virar um livro seriam as minhas fotos de Macau, que venho fotografando desde o 1.º Encontro em 1993, ocasião em que voltei pela primeira vez à minha terra natal após a emigração em 1967. Somam milhares. Imaginava que um dia poderia tentar obter apoio para essa divulgação, que contaria com a participação da comunidade macaense, de gente tanto conhecida como anónima. Um livro desses poderia ser intitulado “A Macau de Todos Nós”. - Para além do PMM, criou também um blogue chamado “Crónicas Macaenses”. Em que é que este se diferencia do PMM? - Já tenho o blogue desde 2006. Cheguei a ter outros com nomes diferentes mas já extintos. Era um espaço para alguma divulgação ou desabafo. Tinha poucas entradas pois o site era utilizado para todo tipo de divulgação. Porém neste ano, decidi dar um novo impulso ao Crónicas Macaenses, de forma que ele fizesse uma parte do trabalho com publicações mais práticas e curtas. O site PMM já vai acumulando mais de uma centena de páginas na nova versão e outras tantas mais na antiga, o que tornava um tanto trabalhoso para administrar. O arquivo do blogue é mais fácil e prático. São publicações pontuais. Não há ligações entre as entradas. Além disso, ele possui uma linguagem mais informal, assemelhando-se a uma conversa. Lá escrevo como bem entender, enquanto o ‘site’, uma publicação mais completa e trabalhosa, tem uma linguagem mais formal. As páginas podem estar ligadas entre si por um tema, como a Gastronomia Macaense ou o Patuá. Gostei do novo formato do blogue e tenho procurado fazer entradas com mais frequência. Toda as semanas tem algo novo e sinto-me muito à vontade lá. Muitas vezes, sentia que o site não proporcionava publicações curtas, pois não tinha esse perfil, mas agora o blogue cumpre bem este papel. pág 09 Benfica não negoceia Luisão. O defesa-central, de 30 anos, tem estatuto de inegociável para a SAD e Filipe Vieira entende que não deve sequer ouvir propostas pelo jogador (tem cláusula de rescisão de 20 milhões), atendendo à importância do internacional brasileiro. desporto Pepe lesionado. O central Pepe sofreu uma contusão no joelho direito durante o jogo com o LA Galaxy e juntou-se à lista de indisponíveis do Real Madrid. José Mourinho não conta também com outro defesa do plantel, o espanhol Sergio Ramos, e com o reforço Sahin. Tudo menos a liquidação do BPN. O Estado português fará tudo para vender o Banco Português de Negócios. Ontem foi o último dia para a entrega de candidaturas e espera-se que as propostas fiquem muito aquém dos 180 milhões de euros estabelecidos como mínimo na primeira tentativa de privatização do banco. actual BASQUETEBOL PORTUGAL Yao Ming pôs fim à carreira Economistas alarmados com a crise Foi o jogador mais influente da NBA desde Michael Jordan. Graças a ele, o basquetebol norte-americano entrou em força na China. Ontem, atormentado por lesões, pôs fim à carreira O s Estados Unidos têm 308,7 milhões de habitantes. A China tem 300 milhões de praticantes (regulares ou ocasionais) de basquetebol. Atrás da explosão demográfica do país veio o crescimento vertiginoso da modalidade. Mas, enquanto para enquadrar o boom populacional é preciso recorrer a múltiplos factores, a emergência da modalidade na China explica-se em apenas duas palavras: Yao Ming. Até 2002, ano da sua entrada na NBA, a presença chinesa no basquetebol americano era residual. Ninguém conhecia Wang Zhizhi e Mengke Bateer, mas antes de Yao já lá andavam - passaram ambos despercebidos. Com Yao, primeira escolha do draft daquele ano, a NBA e os Houston Rockets descobriram um admirável mundo novo que alegadamente vale 2,3 mil milhões de dólares. A expansão da liga norte-americana até ao Extremo Oriente começou há muito tempo. Em 1979 os Washington Bullets (agora Wizards) foram a primeira equipa da NBA a pisar solo chinês - para defrontarem a selecção local. E a CCTV, principal televisão estatal, tem os direitos de transmissão da prova há 23 anos. Foram os primeiros passos. Hoje, os jogos da NBA passam em 50 canais por todo o território. Nos últimos nove anos, cada jogo de Yao Ming teve, em média, 30 milhões de telespectadores chineses. “Os Rockets transformaram-se verdadeiramente na selecção nacional da China”, reconhece Tad Brown, CEO da equipa texana. Durante este período, 5% das receitas dos Rockets com patrocínios vieram do outro lado do mundo. Mas a torneira vai fechar-se. Yao Ming anunciou ontem, em Xangai, o fim de uma carreira marcada pelas lesões. Tem apenas 30 anos, mas deixa um legado valioso à NBA. Ou um pesadelo difícil de ultrapassar. Num inquérito de um site chinês, 57% dos utilizadores diz que nunca mais vai ver um jogo da NBA. Além disso, convém que os responsáveis da liga se preparem para perder parte do tráfego do site oficial (NBA.com). Até hoje, 33% das visitas vinham da versão em mandarim. UMA PERDA IRREPARÁVEL. Em artigo de Rui Catalão, o “i” salientava ontem que “a NBA vive um período atribulado com o lockout. É como uma fábrica fechada, com os trabalhadores à porta sem produzirem. Proprietários e jogadores não se entendem e sem novo acordo colectivo nem sequer haverá época 2011/12. Os donos das equipas queixamse de que estão a perder dinheiro - 340 milhões de dólares no último ano -, mas os atletas também não querem abdicar da sua fatia - 57% das receitas geradas pela liga numa época. As perspectivas já não são animadoras e podem piorar: o adeus de Yao Ming vai provocar um abalo nas contas da NBA. Hoje em dia, entre 3% e 5% das receitas da liga provêm do mercado chinês, que representa cerca de metade do volume internacional de negócios. Isto equivale a uma verba na ordem dos 200 milhões de dólares (141 milhões de euros) por ano. Ainda está por perceber quanto se perderá, mas o fim da carreira do chinês só vem complicar as negociações entre patrões e jogadores. De resto, não há quem siga as pisadas de Yao Ming. Sobra apenas um chinês, Yi Jianlian (extremo dos Washington Wizards), um jogador mediano que não tem sequer a presença do compatriota. Em 2004, quando Houston Rockets e Sacramento Kings fizeram dois jogos de exibição, em Xangai e Pequim, Yao foi quase engolido pelas multidões que o esperavam. “Percebe-se o que os Beatles sentiam em Liverpool. A julgar pela quantidade de pessoas que lá estava, ele tem de ser a figura mais reconhecida em todo o mundo”, diz Shane Battier, que na altura jogava com o gigante. As viagens de equipas e jogadores da NBA à China tornaram-se cada vez mais frequentes. Há uma empresa própria (NBA China) que desenvolveu uma parceria com a AEG para construir e gerir vários pavilhões - Pequim, Xangai e Cantão são os maiores. Muitos foram os jogadores que conseguiram generosos patrocínios só por serem colegas de Yao Ming. Steve Francis, base dos Rockets em 2002, até acabou a carreira nos Beijing Ducks. Outros, como Kobe, LeBron ou Nash, aproveitaram para reforçar ainda mais os seus nomes. De Yao Ming todos vão lembrar a altura (2,29 m) e a mudança que provocou na NBA - até pela postura. O humor é um dos traços menos visíveis mas mais destacados por quem o conhece. Uma vez Shaquille O’’Neal arriscou uma piada: “Digam ‘’Ching-chong-yang-wahah-soh’’ por mim ao Yao Ming”. Onde os media viram uma atitude racista, Yao viu uma oportunidade para brincar. “O chinês é difícil de aprender. Tive problemas em pequeno.” Além disso aproveitava a surdez parcial do ouvido esquerdo (reacção alérgica a um medicamento) para gozar, sobretudo quando faltava a um compromisso: “Desculpem, não ouvi!” Até os problemas com a língua inglesa, depressa ultrapassados, serviam de pretexto para rir e fazer rir. Certo dia, Jonathan Feigen (jornalista do “Houston Chronicle”) soube que tinha havido uma reunião de equipa. Quando pôde aproximou-se de Yao para saber mais. O jogador olhou para um lado e para o outro - para se certificar de que ninguém ouvia -, inclinou-se na direcção de Feigen e disse-lhe ao ouvido, num inglês quase perfeito: “I don’’t know. I don’’t speak English”. A partir de hoje tudo isto é passado. Para o negócio da NBA, o próximo passo é a expansão até à Índia. Mas para isso falta um Yao Ming indiano. Polidesportivo Porto contrata Danilo por 13 milhões O Uruguai confirmou hoje um lugar na final da Copa América ao derrotar por 2-0 a formação do Peru num jogo disputado em La Plata com a presença de 35 mil espectadores. Num desafio apitado por Raul Orosco, as duas formações chegaram ao intervalo empatadas a zero, mas no regresso dos balneários, Suarez resolveu a partida a favor dos uruguaios em cinco minutos, ao apontar os golos da vitória aos 53, após remate forte de Forlan que fez a bola sobrar e aos 58 minutos, driblando o guarda-redes depois de passe de Álvaro Pereira. O Uruguai volta a inscrever o seu nome numa final da Copa América 12 anos depois de ter sido derrotada pelo Brasil também na última partida da competição por 3-0. O FC Porto anunciou, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a contratação de Danilo, futebolista internacional brasileiro sub-20, pagando 13 milhões de euros ao Santos, clube que detinha o seu passe. “A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar (…) ter chegado a um acordo com o Santos Futebol Clube para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do atleta Danilo Luiz da Silva”, refere o documento. Danilo Luís da Silva tem 20 anos e é sempre apresentado como médio direito, embora actue com frequência na lateral defensiva desse corredor. Ao serviço do clube paulista, esta época marcou quatro golos na Copa dos Libertadores da América e um no campeonato brasileiro, ao fim de 10 jornadas. O clube brasileiro Corinthians anunciou em comunicado ter renunciado à tentativa de contratar o argentino Carlos Tevez ao Manchester City, com quem estava a negociar a transferência. “Não há tempo suficiente para concretizar a transferência antes do encerramento do mercado na quarta-feira”, refere o clube que ofereceu 63,57 milhões de dólares para comprar o passe do argentino de 27 anos. O Corinthians negou também as declarações do treinador do Manchester City que tinha afirmado terçafeira que os dois clubes tinham chegado a acordo para a transferência de Carlos Tevez. “O Manchester City não aceitou a proposta do Corinthians e fez uma contra-proposta”, refere ainda o clube brasileiro. pág 10 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau Portugal A direção a tomar pela Europa no sentido de sair da crise da dívida soberana devia passar pelo relançamento e pelo estímulo das economias, uma decisão que só pode partir de Bruxelas, segundo vários economistas portugueses D e acordo com o investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra João Rodrigues, “há aqui um problema que não pode ser enfrentado à escala nacional e requer uma solução europeia”, na ausência da qual “o cenário de desagregação europeia colocar-se-á”. Numa altura em que começam a ser conhecidos os detalhes possíveis de um novo pacote de ajuda à Grécia, que podem passar por uma nova taxa sobre os bancos, com a possível emissão de títulos conjuntos europeus (os denominados ‘eurobonds’) e uma hipotética renegociação dos prazos de pagamento de Atenas, diversos economistas ouvidos pela Lusa contestam as políticas de austeridade implementadas nos últimos meses. “Estas medidas que têm sido adoptadas para reequilibrar as finanças públicas lançaram-nos numa espiral negativa, descendente. Em vez de resolver o problema agravam-no. De facto, todas [estas] medidas não fazem nenhum sentido”, afirmou à Lusa o professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto Abel Fernandes. Por seu lado, João Rodrigues considera que “o esforço de consolidação orçamental não institui nenhum modelo económico viável para o futuro” e explica-o através de um círculo: “A dívida pública é insustentável porque as economias não crescem, as economias não crescem porque há austeridade”. Já o director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, José Reis, considera que a emissão de títulos europeus “para 60% da dívida de cada um [dos países em dificuldades]” significaria um alívio para estes Estados e permitiria um regresso aos mercados. Porém, o professor de Coimbra acrescentou que há um ponto “absolutamente complementar” desta medida e que “tem a ver com uma política de relançamento das economias, visto que o principal problema destas economias é que são economias em depressão”. Algo que vai ao encontro das palavras de Abel Fernandes, quando refere que “a única forma de se sair desta crise é relançar a economia e a única forma de relançar a economia numa zona monetária com taxas de câmbio fixas é a coordenação de políticas económicas”, ou seja, algo que parta do centro da União Europeia. “Tem de haver uma abordagem à escala europeia”, destaca o economista Rui Henrique Alves, com a emissão dos títulos europeus no curto prazo, mas “a mais médio prazo um reforço dos mecanismos de go- vernação, avançando na área da união política”. Abel Fernandes é claro quando questionado sobre a sua opinião no que toca às medidas adoptadas até aqui: “Estas medidas de aumento dos impostos são medidas de automutilação. Se há uma coisa que o Estado não devia fazer [numa altura destas] é aumentar os impostos. É aquela medicina do século XVII de curar os doentes sangrando-os.” Financiamento fora dos mercados. O financiamento público “não pode estar completamente entregue aos mercados”, disse, entretanto, à Lusa o director da Faculdade de Economia de Coimbra, um dos autores da queixa contra as três agências norte-americanas de notação financeira. “As agências só têm a importância que têm porque nós lhes damos esse poder. Se tivéssemos entidades como o Banco Central Europeu (BCE) ou o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), que, como entidades de natureza pública, interviessem no financiamento das dívidas soberanas segundo os seus critérios, o quadro seria completamente diferente”, afirmou José Reis, antigo secretário de Estado do Ensino Superior. Apesar de partilhar da opinião de José Reis em relação à posição das agências de ‘rating’ no mercado, o professor da Universidade do Porto Abel Fernandes considera que têm sido ditos “disparates enormes” acerca da influência destas instituições. A informação recolhida junto das entidades avaliadas pelas agências de notação financeira, segundo Abel Fernandes, “é uma informação que, necessariamente, deverá ser disponibilizada ao mercado por todos os potenciais devedores que se queiram financiar junto do mercado”, dado que, de acordo com o funcionamento actual dos mercados, “se, porventura, uma emissão de dívida não for acompanhada de ‘rating’ o mercado não pega nela”. Para José Reis, poder-se-ia contrariar a influência destas instituições através de “outras agências de ‘rating’ e, sobretudo, com o apertar de critérios e obrigar que essas agências revelem os fundamentos das suas avaliações”. Abel Fernandes indica, por seu lado, que é uma daquelas situações como no futebol, em que “a equipa que perde atribui as culpas ao árbitro” e, apesar de considerar que em 2007 foram de uma actuação “laxista”, as agências de ‘rating’ estão agora “a jogar pelo seguro, tornando-se menos permissivas”. JTM/Lusa Portugal Portugal Portugal china Uruguai na final da Copa America Corinthians renuncia a Carlos Tevez O MUND NOS “MEDIA” Acordo com Capel aguarda oficialização Atingida uma plataforma de entendimento entre todas as partes envolvidas no processo, Sevilha, jogador e Sporting, falta nesta fase formalizar uma série de aspectos burocráticos para que Capel seja oficialmente jogador do Sporting. Alvalade vai pagar cerca de 3,5 milhões de euros pelos direitos desportivos do internacional espanhol, valor que aumenta 200 mil euros por cada temporada que o emblema liderado por Domingos Paciência se apure para a Liga dos Campeões. Além destes valores, o clube andaluz fica ainda com direito a 20% num futura venda do extremo esquerdo. Todos estes pressupostos estão acordados, mas falta ainda que Capel realize os testes médicos e se ultimem questões de pormenor para que o esquerdino seja, oficialmente, jogador do Sporting. Benfica TV reprovada pela ERC A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) reprova a conduta da Benfica TV e reitera anteriores advertências por forma a “evitar situações de incitamento à violência e ódio clubístico”. A deliberação do Conselho Regulador da ERC refere-se às palavras de Sérgio Bordalo, comentador do programa Debate, emitido por daquele canal televisivo por cabo a 6 de Abril, que afirmou: “Desejo muito sinceramente que o presidente do FC Porto festeje o próximo título junto daqueles a quem dedicou este”. Dias antes, Pinto da Costa, presidente do FC Porto, havia dedicado o título conquistado no Estádio da Luz, em vitória sobre o Benfica, por 2-1, aos falecidos Pôncio Monteiro e José Maria Pedroto. Quase 100 milhões de veículos O número de automóveis na China, o maior produtor e comprador de veículos desde 2009, atingiu 98,46 milhões de unidades em meados deste ano, uma subida de 8,3 por cento face aos números do final de 2010, revelou hoje o Governo Central D ados do Ministério da Segurança Pública, publicados no seu site oficial na Internet, indicam que o número total de veículos motorizados no país – incluindo motocicletas, tratores e camiões – totalizava no final de junho 217 milhões de unidades, mais 4,8 por cento do que no final de 2010. Os mesmos dados indicam que 11 cidades superam um milhão de veículos nas suas estradas como Xangai, Shenzhen, Tianjin, Chengdu e Pequim, esta última com um parque automóvel de 4,6 milhões de veículos. Cerca de 70 por cento dos veículos em circulação na China são privados. Globalmente e em termos relativos, a República Popular da China, com 75 veículos por cada mil habitantes, é um país com poucos automóveis comparativamente à União Europeia, com 550, ou aos Estados Unidos, que regista 700 veículos por cada mil habitantes. No entanto, nas grandes cidades, a circulação automóvel é já um problema pois além dos grandes engarrafamentos aumenta os níveis de poluição. O município de Pequim tem tentado diversas medidas para reduzir os problemas de trânsito como proibir a circulação automóvel um dia por semana aos automóveis privados, determinação cumprida pelo número da matrícula, ou limitar ao máximo as novas matrículas, mas a cidade continua a registar grandes filas, principalmente nas horas de ponta. Também nas auto estradas que ligam as principais cidades já acontecem graves problemas de tráfego. Ontem a agencia Xinhua divulgava que filas de 100 quilómetros obrigam os veículos – principalmente camiões – a permanecerem durante vários dias no mesmo troço da auto estrada que liga Pequim ao Tibete, onde no ano passado os congestionamentos chegaram mesmo a prolongar-se por mais de uma semana. De acordo com a agência oficial, a ligação rodoviária, vital para a região da Mongólia Interior, foi mais uma vez afectada pelo trânsito infernal que se verifica desde 10 de Julho, altura em que tiveram início as obras de saneamento na via. “Presos” em extensas e demoradas filas, os condutores queixam-se de que não há japão qualquer sinal que os avise das obras e que, por isso mesmo, não pensaram em desvios. Quem fica a ganhar com o incidente são os comerciantes ambulantes locais que aproveitam a confusão para venderem alimentos e bebidas, apesar de alguns condutores terem exigido às autoridades o abastecimento gratuito, como forma de indemnização pelos prejuízos causados. A auto estrada é uma das mais importantes vias de transporte de carvão – principal fonte de energia da China – para a capital e arredores. jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 11 china Dito (...) “O novo ciclo vai precisar da força das ideias e de um PS plural e aberto à sociedade que vai muito para além das duas candidaturas. Só assim será evitado o caminho de irrelevância de tantos partidos socialistas europeus e estará o PS à altura da sua História.” Eduardo Cabrita in “Correio da Manhã” (...) “Suspender o Acordo Ortográfico (que, de resto, não pode considerar-se em vigor) e promover a sua revisão não é apenas uma questão de bom senso. É um imperativo nacional no tocante à defesa da língua e da cultura do nosso país” - Vasco Graça Moura opinião opinião (...) “O Expresso agiu segundo factos indestrutíveis, como Ricardo Costa afiançou, ou caiu num ardil e estatelou-se numa armadilha? Algo de sombrio aconteceu. E o que aconteceu será alguma vez conhecido?” - Baptista-Bastos (...) Face aos dados conhecidos, constata-se que o maior transtorno para os cofres do Estado não resulta da falta de pagamento das portagens, mas sim do modo como estas foram idealizadas e renegociadas” - Carlos Abreu Amorim Há 20 anos In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 21/07/1991 Boa recepção deixa satisfeito dirigente de Zhuhai As relações bilaterais e a cooperação nas áreas do turismo, segurança finanças, desportos e desenvolvimento constituíram os temas de uma reunião realizada ontem à tarde entre o Governador e o presidente de Zhuhai. Em declarações aos jornalistas no final da reunião, que se prolongou por cerca de uma hora, Liang Guangda considerou que o encontro decorreu “num clima de amizade, lealdade, franqueza e abertura” e prognosticou “uma maior cooperação entre os dois territórios”. “Estamos muito satisfeitos pelo convite do Governador para visitarmos o Território”, disse, salientando que o mesmo “foi endereçado pelo Governador de Macau e recaiu logo sobre Zhuhai”. “A administração de Macau e Zhuhai atribuem grande importância à colaboração entre os dois territórios”, disse. O presidente do governo popular do município de Zhuhai, uma das quatro zonas económicas especiais da República Popular da China, afirmou igualmente que no encontro de ontem “não foi assinado qualquer protocolo acerca das áreas analisadas”, destacando que aqueles assuntos “serão objecto de necessidade futuras”. Os temas analisados entre Rocha Vieira e Liang Guangda serão aprofundados nos encontros que o presidente do município de Zhuhai mantém hoje com os secretários-adjuntos para as áreas dos transportes e obras públicas, administração, educação e juventude, segurança e comunicação, turismo e cultura. Liang Guangda, foi ainda obsequiado, ao fim da tarde de ontem com uma recepção oferecida pelo Governador no hotel Mandarim Oriental. tribuna tribuna Vasco Graça Moura As grandes responsabilidades As sombras das dúvidas J P á toda a gente sabia que a preparação dos alunos do básico e do secundário nas disciplinas de Português e Matemática é absolutamente calamitosa. Ao longo dos anos, as advertências e os alertas a esse respeito têm vindo de todos os lados. Com mais ou menos impressionismo ou maior ou menor rigor estatístico, todas as observações, análises e estudos, nacionais ou internacionais, convergem na mesma conclusão. A estupidez dos programas adoptados, a permissividade, a indiferença das famílias, a incompetência dos políticos, são alguns dos vários factores que se vieram acumulando por mal dos pecados deste país, falido em tudo, a começar pelo sistema de ensino. A falta de preparação de muitos docentes também se explica pelo facto de serem produtos desse mesmo sistema. Desde há décadas que as idiotias pedagógicas se articularam a uma concepção do aluno como “bom selvagem” e ancoraram na consagração da lei do menor esforço como regra de conduta escolar e condição de aproveitamento. Muita gente (entre outros, Maria Filomena Mónica, Maria de Fátima Bonifácio, Helena Matos ou Nuno Crato) se tem pronunciado sobre estes aspectos. A língua portuguesa foi assassinada na escola. Parece que, no coração do Ministério da Educação, certas estruturas superiores ou intermédias têm tido mais poder do que o próprio titular da pasta e conseguem impor as suas concepções, a sua vontade programática ou a sua tremenda propensão para a inércia e para a inépcia. No que toca ao português, os alunos desabituaram-se de tirar significados, não sabem consultar capazmente um dicionário, não se habituaram a ler autores significativos e muito menos a gostar deles. Não conseguem interpretar em condições um qualquer texto literário e exprimem-se cada vez com mais problemas e deficiências no tocante à extensão e propriedade do léxico, à articulação sintáctica, ao respeito de regras gramaticais elementares, à correcção da ortografia e até da pronúncia de muitos vocábulos. Tanto quanto sei, na área das matemáticas e da simples aritmética, passam-se coisas que, mutatis mutandis, acabam por ser de sinal muito semelhante. TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO Sobre essas falhas básicas, o actual ministro tem tido o desassombro de dizer verdades como punhos. É portanto de esperar que ponha em prática uma série de medidas para contrariar o presente estado de coisas. Esse estado de coisas só poderá agravar-se com a aplicação nas escolas de uma barbaridade chamada Acordo Ortográfico. Se o ministro da Educação tem dúvidas a este respeito, basta-lhe convocar alguns especialistas, ou pedir para ver o parecer da Comissão Nacional da Língua Portuguesa, ou o dos seus próprios serviços (ao tempo da assinatura do AO, a Direcção-Geral do Ensino Básico e Secundário). Pode mandar analisar por gente competente não apenas as burricadas que o documento consagra, mas as consequências que ele vai ter ao nível da escola: facultatividades que redundarão na desortografia, confusões e equívocos, incertezas e flutuações permanentes na aprendizagem e na maneira de escrever, pronúncias desfiguradas, lesões na própria utilização escorreita da língua, custos astronómicos directos e indirectos na criação e aplicação do sistema. O Programa de Governo é, a este respeito, de uma insensibilidade chocante, para não dizer de uma obtusidade clamorosa. Pode-se apostar dobrado contra singelo que nenhum dos seus autores leu jamais o texto do Acordo Ortográfico. Nenhum dos seus autores sabe do que fala ou escreve quando inclui nesse programa o propósito de “implementar” a aplicação da coisa. Nenhum dos seus autores ponderou, nem de perto nem de longe, as consequências dessa aplicação. De boas intenções estão sempre os programas cheios. Mas este é um dos pontos em que o voluntarismo de natureza política deve ceder perante as objecções científicas e técnicas que foram suscitadas e a que nunca foi dada resposta convincente. É tempo de reexaminar essas objecções sem preconceitos nem chavões estéreis. Suspender o Acordo Ortográfico (que, de resto, não pode considerar-se em vigor) e promover a sua revisão não é apenas uma questão de bom senso. É um imperativo nacional no tocante à defesa da língua e da cultura do nosso país. E essa hoje é uma das grandes responsabilidades de Nuno Crato. TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE Juízo Cível ANÚNCIO Acção Ordinária nº CV1-10-0092-CAO 1° Juízo Cível Execução Ordinária nº CV1-11-0010-CEO 1° Juízo Cível Execução Ordinária nº CV3-10-0126-CEO 3° Juízo Cível Autora: Empresa de Investimento Wong Wa, Limitada, com sede na Rua da Palha, Nº 23-C, 1º andar, em Macau, ora representada pelos seus administradores, Ho Hau Wong e Li, Siu Leung Alexander. Réus: 1- Chan Kam Wah, residente em Macau. 2- Sou Chon Heng, casado, natural e residente em Macau. Faz-se saber que pelo Tribunal Judicial da RAEM, correm éditos de Trinta dias, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando o Réu Chan Kam Wah para, no prazo de Trinta dias, contestar, querendo, a Acção Ordinária acima identificada, na qual o autor pede em síntese, que: Os Réus sejam condenados solidáriamente ao pagamento da indeminização no montante de MOP$18.000.00,00 (dezoito milhões de patacas) pelo prejuízo e danos causados à autora, acrescido dos respectivos juros legais até ao integral pagamento, a contar a final, bem como na devolução do montante de HK$2.200.000,00 (dois milhões e duzentos mil dolares de Hong Kong) e que corresponde a importância de MOP$2.266.000,00 (dois milhões duzentas e sessenta e seis mil patacas), tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposição do citando. Mais é devidamente advertido, que é obrigatória a constituição de advogado (artº 74º do C.P.C.M.), caso conteste. Aos 14 de Julho de 2011. Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, n° 22. Executado: ROBERT ALLAN CASAS DE JESUS, solteiro, maior, natural das Filipinas, de nacionalidade filipina, titular do Passaporte da República das Filipinas, residente na Rua de Évora n°. 410, Edifiício Palácio do Sucesso, Man Kok Wa Teng, Harvest Palace, 7° andar N, Taipa. FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o executado ROBERT ALLAN CASAS DE JESUS, acima identificado, para, no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, pagar a dívida exequenda ao exequente no montante de MOP$7.575,12 (sete mil, quinhentas e setenta e cinco patacas e doze avos), acrescida de juros, custas e condigna procuradoria, ou nomear bens à penhora, ou, querendo, deduzir oposição à execução no mesmo prazo, sob pena de se considerar devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, tudo como melhor consta da petição inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição do citando. Para constar se lavrou este edital e outros de igual teor, que serão legalmente afixados. Aos 07 de Julho de 2011. Exequente: BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, SA, com sede na Avenida Almeida Ribeiro, 22 em Macau. Executada: LEI lN FAN, com última residência conhecida na Rua Norte do Canal das Hortas, 166, Edificio Garden Vai Un, Bloco B, 7° M em Macau, ora ausente em parte incerta. FAZ-SE SABER que por esta Secção, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando o executado acima identificado, para no prazo de VINTE DIAS, decorrido que seja os dos éditos, deduzir oposição, pagar ao exequente a quantia de MOP$134.000,16 (cento e trinta e quatro mil patacas e dezasseis avos), acrescida de juros vencidos e vincendos até efectivo pagamento e custas, ou nomear bens à penhora, sob pena de ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora (art°.720º C.P.C.M.), pelos fundamentos constantes da petição inicial que se encontra á disposição do citando nesta Secção, prosseguindo os autos com o Ministério Público - artº 49° do Código de Processo Civil de Macau. A intervenção do citando nos autos implica a constituição de advogado - art° 74° do Código Processo Civil de Macau. RAEM, 06 de Julho. A Juiz, Ana Carla G. F. de Seixas Meireles O Escrivão Judicial Auxiliar, Io Pak Chun O Juiz de Direito, a) Rui Carlos Pereira Ribeiro O Escrivão Judicial Principal, a) Acácio Coelho A Juiz, Ana Meireles A Escrivã Judicial Principal, Etelvina F. Gomes 2ª Vez “JTM” - 21 de Julho de 2011 pág 12 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau 2ª Vez “JTM” - 21 de Julho de 2011 2ª Vez “JTM” - 21 de Julho de 2011 or duas vezes, o Expresso disse que o Governo instara o SIS a fazer o varejo dos negócios de Bernardo Bairrão, tanto em Angola como no Brasil. Passos Coelho deseja que os membros do Executivo sejam absolutamente imaculados. O dr. Bernardo Bairrão, que abandonou a administração da TVI, para ser secretário de Estado de uma pasta, cuja designação esqueci, manifestou pasmo e indignação e exigiu rápida auditoria à sua vida, tanto pessoal como profissional. E adicionou à repulsa a exigência segundo a qual o SIS deverá tornar pública a sua ficha. Veio a terreiro o dr. Miguel Macedo, aquele senhor de alvos cabelos, agora ministro, desmentir a suspeita de qualquer infâmia e revelar que o dr. Bairrão não assumira o cargo, por motivos pessoais e políticos. O imbróglio não ficou fechado. O SIS negou ter devassado a existência civil do dr. Bairrão, e o dr. Bairrão insistiu em saber a verdade do caso, porque estava em causa o seu bom nome. Ricardo Costa, director da gazeta semanal em referência, fez, na SIC, formal e grave, veemente e claro, a solene declaração de que imprimira a verdade, e que a verdade é só uma. Não se sabe quem mente, quem omite ou quem rasura. Os “próximos desenvolvimentos” poderão, ao acaso das circunstâncias, esclarecer o assunto. Permanece, no entanto, a dúvida metódica: quais os motivos certos que levaram o dr. Passos Coelho a não aceitar o dr. Bairrão como membro do Executivo? Os tais motivos pessoais e políticos não aliviam a consciência de ninguém, nem abafam a curiosidade generalizada. A confusão, a suspeita e a desconfiança navegam em águas palustres. Anteontem, Marques Júnior, capitão de Abril, antigo deputado do tribuna Baptista-Bastos “Ricardo Costa irá às televisões, escreverá no jornal, exporá documentos definitivos e assustadores comprovativos do conluio tenebroso e das obscuras conivências, agitando a bandeira da verdade e escorraçando a conjura?” PS, fiscal das “secretas”, não se serviu de metáforas nem de sinédoques para nos dizer que as coisas estão claras e que dá o assunto por encerrado. Em que ficamos? Possuirá o semanário provas evidentes de factos que se dissimulam, assegurando, neste caso, que a teia de mentiras dispõe de tantas ramificações que atinge a própria natureza do Estado? Ricardo Costa irá às televisões, escreverá no jornal, exporá documentos definitivos e assustadores comprovativos do conluio tenebroso e das obscuras conivências, agitando a bandeira da verdade e escorraçando a conjura? Seja, ou não, escorreito como a maçã riscadinha, e puro como a Vir- Carlos Abreu Amorim Teoria do efeito contrário 1 . O Governo quis responder rápida e eficazmente ao descaminho das contas públicas que, a meio do ano orçamental, faziam prever um acréscimo de dois mil milhões de euros face aos compromissos de défice público acertados com a troika. A celeridade pretendida justifica que os remédios até agora encontrados estejam do lado da receita. Fê-lo com uma determinação e coragem inusitadas - embora, convenhamos, tal não deixe de evocar o modo de atacar este tipo de problemas a que os governos de Sócrates nos aclimataram. Torna-se bastante conveniente que os problemas das finanças públicas passem a ser solucionados a partir da redução eficaz da despesa pública - conforme o PSD e o CDS anunciaram nas respectivas campanhas eleitorais. Não com medidas meramente emblemáticas ou com embrulhadas em tonalidades de pós-modernismo vagamente folclórico. De uma vez por todas, o País precisa de interiorizar uma lógica firme de mudanças efectivas no modo como o Estado gasta o dinheiro dos contribuintes. E uma forma idónea de o conseguir passa pela renegociação das Parcerias PúblicoPrivadas (PPP) - cumprindo, aliás, o que está já definido no Memorando de Entendimento assinado com a troika. 2 . Em Maio passado foi conhecida uma auditoria preliminar do Tribunal de Contas a um dos episódios mais singulares que ressaltaram do período da governação anterior: a renegociação dos contratos de PPP entre o Estado e os consórcios que exploram as ex-Scut. De acordo com esses resultados provisórios (espero ansiosamente pelos definitivos), os con- sórcios ficaram a ganhar (e o Estado a perder) 58 vezes mais com a renegociação do novo modelo de pagamento idealizado a pretexto da introdução das portagens. Tal estimativa, a confirmar-se, originaria um aumento de cerca de dez mil milhões de euros na retribuição que o Estado terá de ofertar aos privados - o que converteria o processo da renegociação das ex-Scut num case study primordial no elenco conhecido dos negócios mais imprestáveis e incompetentes que terão sido realizados em toda a história do Estado moderno. A hipótese de implementar portagens nas auto-estradas que sucessivos governos socialistas juraram que iriam ser gratuitas tinha como um dos alicerces principais a ideia de um esforço imprescindível para se acudir à actual situação financeira do País - este argumento ter-se-á revelado tragicamente contraproducente. As portagens nas ex-Scut, afinal, ter-se-ão traduzido num negócio ruinoso para o Estado. Terá lesado os contribuintes que serviram de mero álibi a todo o processo. Molestou as populações que se viram defraudadas nas suas expectativas pelos mesmos que as tinham nutrido durante anos. O actual Governo, fiel às promessas eleitorais, pretende que sejam criadas portagens em todas as ex-Scut. Por uma questão de equidade nacional, terminando com a discriminação das regiões de Aveiro, Porto e Viana do Castelo. E alegando, ainda, que o prejuízo dessas vias é incomportável para o erário público. Contudo, face aos dados conhecidos, constata-se que o maior transtorno para os cofres do Estado não resulta da falta de pagamento das portagens, mas sim do modo como estas foram idealizadas e renegociadas. JTM/DN gem do Monte, o Executivo de Pedro Passos Coelho não consegue arredar a dúvida nem fazer com que os espíritos espaireçam. Um pesado ponto de interrogação pesa sobre o Governo, uma dolorosa incerteza e uma hesitação inquietante ensombram a nobreza da palavra de honra de que o primeiro-ministro diz ser seu apanágio. O Expresso agiu segundo factos indestrutíveis, como Ricardo Costa afiançou, ou caiu num ardil e estatelou-se numa armadilha? Algo de sombrio aconteceu. E o que aconteceu será alguma vez conhecido? um ponto é tudo JTM/DN Ferreira Fernandes Histórias de espuma e alguidar N o inquérito às escutas que abalam o Reino Unido, o comité parlamentar chama-se oficialmente da “Cultura, Media e Desporto”, não se esperava nada da primeira, tudo da segunda mas foi a terceira que trouxe o grande momento da tarde. Estávamos nós ainda fascinados pela juba ruiva de Rebekah Brooks, a ex-menina dos olhos de Murdoch, e na terça-feira quem saltou como uma leoa protegendo o velho macho foi Wendi Deng, a legítima esposa. Tão rápida foi ela que o deputado trabalhista Tom Watson se virou para Rupert Murdoch encharcado de espuma e disse: “A sua mulher tem um belo gancho de esquerda.” Enganou-se no desporto, não foi boxe, foi com mão aberta e dextra que Wendi saltou sobre o agressor do marido estupendo gesto de re- matadora de vólei. É pena o News of the World já ter fechado, porque estava ali um assunto que vendia bem: os quatro filhos dos dois primeiros casamentos do magnata são capazes de ter ficado deserdados desde anteontem, a favor da ainda jovem actual mulher. “Wendi Agarra Herança Murdoch!”, era uma bela manchete. O agressor escreveu no Twitter antes de atacar: “Murdoch é parecido com Mr. Burns.” Sabem, o vilão cúpido que é o patrão na série de animação Simpsons... Agredir com espuma é um acto cobarde, de quem quer humilhar sem correr grande risco. As televisões, como viram, não mostraram o agredido Rupert Murdoch humilhado. A Fox do vilão Murdoch não perdoaria. JTM/DN jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 13 Donald Trump revela o nome da neta. Ivanka Trump, filha do magnata Donald Trump, deu à luz a primeira filha no domingo, em Nova Iorque. Mas quem acabou por revelar o nome do novo membro da família Trump foi mesmo o avô. “Anabella Rose é o nome da bebé”, disse Trump ao programa televisivo Fox & Friends. Eva Longoria filma cena lésbica para comédia Eva Longoria, de “Desperate Housewives”, filmou uma cena lésbica para uma comédia intitulada “Without Men”. Eva tem uma cena de sexo com a mexicana Kate del Castillo no filme que relata a vida numa remota aldeia da América Latina em que todos os homens são forçados a juntarem-se à guerrilha comunista, deixando as mulheres entregues a si mesmas. O filme conta ainda com Christian Slater, no papel de um jornalista americano que investiga a história e acaba envolvido com a personagem de Eva Longoria. ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo lazer Robert Redford realiza “The Company You Keep”. O actor e realizador Robert Redford será o responsável por adaptar para o cinema “The Company You Keep”, romance de Neil Gordon que protagonizará ao lado de Shia LaBeouf. O filme marca a volta de Redford ao cinema como actor. Rupert Grint pediu dicas para beijar Emma em “Harry Potter” O actor Rupert Grint, que interpreta Ron Weasley na saga “Harry Potter”, teve que pedir dicas ao realizador David Yates para “não meter o pé na argola” na hora de beijar a colega Emma Watson, que interpreta Hermione Granger. O filme “Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2”, que encerra a saga, mostra finalmente os dois jovens feiticeiros a beijarem-se, após uma década de tensão no ecrã. “Eu estava preocupado [com a cena do beijo], porque de certa maneira o romance, e particularmente o beijo, pareciam que estava mal”, disse Grint. “Mas assim que estávamos em estúdio correu bem”, concluiu. CINEMAX 19:00 Shaft tdm 13:00 13:30 14:30 19:00 19:30 20:25 20:30 21:00 22:10 22:58 23:00 23:35 00:05 00:30 01:10 TDM News - Repetição Jornal das 24h RTPi DIRECTO Música Movimento Ganância Acontecimentos Históricos Telejornal Jornal da Tarde da RTPi Viver a Vida Acontecimentos Históricos TDM News Ásia Global Green Matters (Ecomundo) Telejornal (Repetição) RTPi DIRECTO 30 ESPN Filhos de Jolie e Pitt gostam de comer grilos Maddox e Pax, dois dos seis filhos de Angelina Jolie e Brad Pitt, experimentaram grilos fritos e gostaram, segundo o site do jornal The Sun. A actriz teria dado a iguaria às seis crianças durante uma viagem ao Cambodja, e os mais velhos tornaram-se fãs do insecto. “Os meus meninos adoram comer grilos. É a coisa favorita deles. Quando eu lhes dei os grilos pela primeira vez, quis que não ficassem apreensivos por algo que não é da sua cultura. Comprei-os e eles comeram-nos como se fossem Doritos”, disse Angelina Jolie. Rodrigo Santoro é o próximo “marido” de Jennifer Lopez Rodrigo Santoro é o próximo marido de Jennifer Lopez... no cinema. O actor brasileiro vai actuar ao lado de Jennifer Lopez, no grande ecrã. Segundo informações avançadas pelo site “Hollywood Reporter”, o actor vai interpretar o papel de marido da actriz no filme “What to Expect When You`re Expecting”. O filme estreia em 2012 e conta ainda com Cameron Diaz no elenco. 13:30 14:30 15:30 16:00 19:00 19:30 20:00 20:30 21:00 22:00 22:30 23:00 Rugby Australasian 2011 - Men’s Finals KIA X Games Asia 2011 Total Rugby 2011 The Open Championship 2011 Baseball Tonight International (LIVE) Sportscenter Asia Total Rugby 2011 World of Gymnastics 2011 X Games 16 Classix - Skate Sportscenter Asia Global Football 2011 (LIVE) The Senior Open Championship 2011 - Day 1 31 Star Sports 13:30 14:00 15:00 18:00 19:00 19:30 21:00 21:30 22:00 22:30 23:00 Ace 2011 Le Mans Series 2011 Skistar Swedish Open Classics 2008/09 Arsenal vs. Hull City Inside Grand Prix 2011 Guinness World Series Of Pool Intercontinental Rally Challenge (LIVE) Score Tonight Global Football 2011 Game Vip Formula Drift Singapore Roteiro 40 star movies 12:00 13:50 15:30 17:30 19:25 21:00 23:00 Dear John My Life In Ruins Cars Shanghai Knights Surrogates Edge Of Darkness Gigli 41 HBO 13:00 14:45 16:30 18:35 19:00 21:00 22:40 00:15 Salt Wuthering Heights Big Fish Hollywood Buzz Punisher: War Zone Van Wilder: Freshman Year Freddy’S Dead Bopha! 42 Cinemax 12:45 14:30 16:00 17:15 19:00 20:35 22:00 23:30 Beetlejuice Ice Twisters House Of Frankenstein Them! Shaft Cruel Intentions 3 The Day The World Ended Man’S Best Friend 43 MGM 12:00 14:00 15:45 17:30 19:15 21:00 23:00 00:30 Atomic Train Maxie Love Bites Neon City Bulletproof The Fantasticks Solomon & Sheba Submerged 50 Discovery 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 18:30 What You Can’t See My Shocking Story 5 River Monstersr Dirty Jobs Factory Made How Do They Do It? 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 I Shouldn’t BE Alive Gold Rush: Alaska Tuna Wranglers Mega Builders 4 Mega Engineering 51 NGC 13:25 14:20 15:15 16:10 17:05 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 00:00 Built For Destruction Inside - Operation Wildfire Bite Me With Dr. Mike Leahy Brilliant Beasts Mega Breakdown Mega Factories Fight Science Bite Me With Dr. Mike Leahy Witness Disaster Mega Factories Locked Up Abroad Witness Disaster 54 History 13:00 14:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 23:00 Modern Marvels Journey To The Earth’s Core Ancient Aliens The Universe Monsterquest Modern Marvels Swamp People Top Shot Swamp People 55 Biography Channel 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 00:00 Psychic Kids Gene Simmons: Family Jewels Vincent Van Gogh My Ghost Story1 Celebrity Ghost Stories Flip This House Storage Wars Richard Branson My Ghost Story Celebrity Ghost Stories Psychic Kids 62 AXN 13:05 House 14:00 14:55 15:45 16:35 17:30 18:20 19:15 20:10 21:05 22:00 22:55 23:50 00:45 HBO Breaking The Magician’S Code Numb3Rs Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-O Chuck Ncis: Los Angeles Csi: Miami Winter Wipeout Chuck Csi: Miami Ncis: Los Angeles Chuck Ncis: Los Angeles www.macaucabletv.com cinema Cineteatro Sala 1 Transformers Um filme de: Michael Bay. Com: Shia LaBeouf, Markiss McFadden. 14:00H 16:45H 19:30H 22:15H Cineteatro Sala 2 mr. popper’s penguins Um filme de: Mark Waters. Com: Jim Carrey. 14:30H 16:30H 19:30H 21:30H Cineteatro Sala 3 something borrowed Um filme de: Luke Greenfield. Com: Kate Hudson, Ginnifer Goowin. 14:30H 19:30H Torre de macau X-Men - first class Um filme de: Matthew Vaughn. Com: Michael Fassbender, James McAvoy. Masterchef Australia Rules of Engagement Australia’s Next Top Model Got To Dance UK Parenthood Don’t Stop Believing Melissa & Joey Masterchef Australia Cougar Town Private Practice Desperate Housewives Masterchef Australia How I Met Your Mother Private Practice 16:30H 21:30H Clube Militar de Macau Avenida da Praia Grande, 975, Macau Tel: 28714000 Telefones Úteis 82 RTPi 14:00 14:35 15:17 15:30 16:00 17:01 17:53 18:41 19:11 20:00 21:15 22:05 22:51 00:00 28822866 Freddy’s Dead 63 Star World 12:10 13:05 13:35 14:30 16:20 17:15 18:10 18:40 19:35 20:00 21:50 22:45 23:40 00:05 Serviço de atendimento a clientes 22:40 Telejornal Madeira Biosfera Café Central Geração 25 De Abril Bom Dia Portugal Quem Quer Ser Milionário - Alta Pressão Resistirei Portugueses Sem Fronteiras Trovas Antigas, Saudade Louca Jornal Da Tarde O Preço Certo Portugueses Pelo Mundo Verão Total - Monsaraz Portugal Em Directo Número de Socorro Bombeiros PJ (Linha aberta) PJ (Piquete) PSP Serviços de Alfândega Centro Hospitalar Conde S. Januário Hospital Kiang Wu CCAC IACM DST Aeroporto Táxi (Amarelo) Táxi (Preto) Água - Avarias Telecomunicações - Avarias Electricidade - Avarias Directel Rádio Macau 999 28 572 222 993 28 557 775 28 573 333 28 559 944 28 313 731 28 371 333 28 326 300 28 387 333 28 882 184 59 888 88 28 519 519 28 939 939 2990 992 1000 28 339 922 28 517 520 28 568 333 anima Sociedade Protectora Sociedade dos Animais Sociedade Protectora de Macau Protectora dos Animais dos Animais de Macau Telefone: de Macau Telefone: 28715732 / 63018939 fax: 28715732 / 63018939 fax: 28703224 Novo Abrigo da Anima Altinho de Ká Hó- Coloane junto ao Reservatório * Sem adopções a Anima não pode socorrer outros animais * Nunca abandone o seu animal de estimação Já À venda na Livraria Portuguesa pág 14 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau Contacto da Anima: 63018939 (Marina) Ajude-nos a Ajudá-los jornal tribuna de macau quinta-feira, 21 de juLho de 2011 pág 15 jornal tribuna de macau www.jtm.com.mo Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003 Tel.: (853) 28378057 Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] e [email protected] última en passant Formiguinhas Este fim de semana decorre a final da Copa América 2011, que se está a realizar na Argentina. Ainda não se sabe quem defrontará o Uruguai, mas já há a certeza da eliminação das grandes “potências“ do futebol sulamericano. Perante a ausência da Argentina e do Brasil, os fãs do futebol interrogam-se de como isto pôde acontecer. Afinal, ambas as selecções têm dos melhores jogadores do mundo, daqueles que fazem com que o futebol seja o mais belo desporto do mundo. Cada um terá as suas explicações. Para mim é a velha fábula da “cigarra e da formiga”. Enquanto as “cigarras” brasileiras e argentinas passaram estas semanas da Copa a deleitar-se com toques de magia que fizeram o regozijo das bancadas e dos treinadores da dita, os “formiguinhas” sul-americanos foram amealhando, à custa de muita corrida, de muito sofrimento e, reconheça-se, um pouco de sorte. E ainda dizem que o futebol não é humano... J.R.D. tempo fonte: serviços meteorológicos e geofísicos www.smg.gov.mo hoje amanhã 25 C 310C 0 27 C 320C 0 câmbios - indicativos Pataca Compra US Dólar 7.98 EURO 11.31 yuan (rpc) 1.201 fonte: bnu Venda 8.08 11.45 1.254 Angola destaca papel de Macau como plataforma A ministra do Comércio de Angola reconheceu “os esforços realizados pelo Governo Central e o Governo da RAEM” para reforçar os trabalhos de cooperação com os países de língua portugueses, a fim de concretizar as seis novas medidas do Fórum Macau. Neste âmbito, durante a estadia da delegação da RAEM para participar na Feira Internacional de Luanda, Maria Idalina Valente realçou o “papel de Macau como plataforma nomeadamente no fomento ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas”. Animada pelos mecanismos ao seu dispor, aquela responsável salientou ainda que o Governo de Angola irá “acelerar a implementação de medidas de facilitação para a criação e aperfeiçoamento do ambiente de investimento” para cativar e desenvolver mais projectos com o Continente chinês na indústria de transformação, como a agricultura. Por sua vez, o secretário-geral do Fórum Macau, Chang Hexi, disse esperar que Angola tire proveito desta plataforma através de mecanismos como os pavilhões dos países lusófonos, respectivamente na Feira Internacional de Investimento e Comércio da China (CIFIT), na Feira de Importação e Exportação da China (Feira de Cantão), em que o país tem stands. Os mesmos votos foram também reiterados pelo Secretário Francis Tam através da secretária-adjunta do fórum, Rita Santos, que sublinhou que a participação de Macau na Feira de Angola conta com mais de 20 empresários interessados na cooperação em várias áreas prioritárias para o desenvolvimento da agricultura. BALI RESOLVE DIFERENDOS NO MAR DO SUL DA CHINA A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a China acordaram ontem, na Indonésia, um conjunto de linhas de orientação para o relacionamento bilateral ou multilateral relativamente às zonas disputadas no Mar do Sul da China. As duas partes alcançaram o acordo durante as reuniões multilaterais que integram a cimeira da ASEAN, que decorre na ilha indonésia de Bali até sábado. Para o diplomata chinês Liu Zhenmin, citado pela AP, o texto orientador é “um documento chave” no relacionamento regional, dado que Pequim insiste há vários anos no estabelecimento de um código de conduta vinculativo a todos os países para a solução de disputas territoriais que devem ser resolvidas pacificamente e sem ameaça de violência. Por sua vez, Pham Quang Vinh, do Vietname, defendeu que o documento “é um bom começo para se trabalhar em conjunto e continuar o diálogo e a cooperação para promover a estabilidade e a confiança na região”, segundo a EFE. Hoje, realiza-se uma reunião ministerial entre as duas partes que tem como ponto de partida o acordo alcançado. O Mar do Sul da China, uma zona marítima de grande intensidade de navegação ligando o Pacífico ao Índico, tem uma área de 3,3 milhões de quilómetros quadrados e é reclamado totalmente pela China, Taiwan e Vietname e parcialmente pelas Filipinas, Malásia e Brunei. A disputa territorial acontece, segundo especialistas, por haver garantias de que a região tem importantes reservas de petróleo e de gás natural, recursos energéticos necessários não só ao desenvolvimento dos países regionais como também importantes para potenciar o desenvolvimento das suas economias. A ASEAN integra a Birmânia (Myanmar), o Brunei, o Cambodja, as Filipinas, a Indonésia, o Laos, a Malásia, Singapura, a Tailândia e o Vietname. Mais três mil imóveis entregues aos bancos portugueses em 2011 Mais de 3.000 imóveis foram entregues aos bancos no primeiro semestre deste ano em dação em pagamento, isto é, em resultado de incumprimento nos créditos à habitação e à construção, segundo dados divulgados hoje pela APEMIP. De acordo com as análises sobre as dinâmicas imobiliárias nacionais da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), “ao longo dos seis primeiros meses de 2011 foi possível contabilizar cerca de 3.060 imóveis entregues em dação em pagamento”. Só em Junho foram entregues “cerca de 600 [imóveis], um dos resultados mais penalizadores desde o início do ano”, refere a associação. As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram metade das ocorrências relativas a imóveis entregues em dação em pagamento em Portugal este ano, diz a APEMIP. Estes dados, acrescenta a associação, “permitem constatar uma crescente concentração deste fenómeno nos grandes centros urbanos, não apenas por efeito de incumprimento por parte das famílias, mas também por um certa incapacidade de escoar produto, em resultado td12_JTM_banner4.pdf 1 6/15/11 3:11 PM das crescentes limitações que condicionam a fileira”. CAMERON PEDE DESCULPA SE ASSESSOR FOR CONDENADO O primeiro-ministro britânico mostrou-se ontem disposto a pedir desculpa pela contratação de Andy Coulson para assessor de imprensa se o antigo diretor do semanário News of the World for condenado por envolvimento em escutas telefónicas. “Eu tenho uma visão à moda antiga de que se é inocente até ser provado que é culpado”, argumentou David Cameron no Parlamento, em Londres, num debate extraordinário sobre o escândalo suscitado pela denúncia da prática de escutas telefónicas pelo News of the World. Mas “se se provar que me mentiram, esse seria o momento para um profundo pedido de desculpas e nesse caso prometo que não desiludirei”, prometeu. Cameron pediu “imensa desculpa pela indignação que causou” a contratação de Coulson, que foi detido e interrogado há uma semana e meia pela polícia sob suspeitas de envolvimento nas escutas telefónicas e também de corrupção da polícia. “Olhando para trás, não lhe teria oferecido o emprego e esperava que ele não o tivesse aceitado. Mas não se tomam decisões retrospectivamente, tomam-se no presente e vive-se e aprende-se e, acreditem, eu aprendi”, afirmou. O líder da oposição, o trabalhista Ed Miliband, lamentou a oportunidade perdida com “meia desculpa” e reiterou a necessidade de um pedido de desculpas “inteiro”. “Isto não tem nada a ver se Coulson lhe mentiu, tem a ver com toda a informação que o Primeiro-Ministro ignorou”, justificou. Governo nomeou Peter Lam vice-presidente da Fundação Macau Peter Lam Kam Seng foi nomeado para exercer o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau. De acordo com um despacho do Chefe do Executivo, ontem publicado no Boletim Oficial, a nomeação é válida a partir de hoje. Ligado ao sector empresarial, Peter Lam já integrava o Conselho de Administração da Fundação Macau, como membro a tempo parcial. A nomeação surge na sequência da recente alteração aos estatutos da Fundação Macau, no âmbito da qual foi criado o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração, que é actualmente liderado por Wu Zhiliang. C M Y CM MY CY CMY K pág 16 quinta-feira, 21 de juLho de 2011 jornal tribuna de macau fecho desta edição jtm - 22:40horas