REPERCUSSÕES DA PRÁTICA DOCENTE NA SAÚDE DE
PROFESSORAS DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO
SUPERIOR
Maria Angélica Godinho Mendes de Abreu1
Taís Almeida Santana2
Maria Thereza Ávila Dantas Coelho3
Vanessa Prado dos Santos4
RESUMO
Os conceitos de ser mulher são construções históricas e sociais, que implicam em novos
modelos de funcionamento das estruturas familiares, do trabalho, entre outras. Na Educação
Superior, área ocupada predominantemente por homens, já se observa a crescente participação
das mulheres. O presente estudo foi realizado numa abordagem qualitativa e seus dados
analisados pela técnica de análise de conteúdo de BARDIN, com o objetivo identificar e
analisar as repercussões do processo do trabalho docente, considerando suas concepções e
práticas. Foram identificados, por cinco participantes, impactos negativos da prática docente
sobre a saúde e, apenas duas, consideraram o impacto como positivo. A prática docente pode
provocar adoecimento entre professoras Universitárias, sobretudo pelas exigências de
produção acadêmica que se sobrepõem às suas atividades diárias.
Palavras-Chave: Ensino Superior, Docente, Saúde, Doença.
INTRODUÇÃO
O conhecimento sobre trabalho e saúde foi produzido, tradicionalmente, a partir de
contextos industriais e fabris. Nas últimas décadas, com as reformas educacionais e as
transformações sociais, o trabalho docente vem se tornando, cada vez mais, tema de estudos
(GAPARINI; ARAÚJO, 2005), que têm abordado, inclusive, os efeitos da ocupação sobre a
saúde destes profissionais. Verifica-se, no entanto, uma clara limitação no que se refere aos
aspectos relacionados ao gênero, com o predomínio quase exclusivo de estudos sobre o
trabalho e a saúde dos homens (KERGOAT, 1989). Desta forma, se torna de fundamental
importância discutir a problemática do gênero no Ensino Superior, vinculando e interligando
1
Psicóloga formada pela UFBA e Mestranda do Programa de Pós-Graduação Estudos Interdisciplinares sobre a
Universidade, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC) da UFBA. E-mail:
[email protected]
2
Bacharel em Saúde e Graduanda em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia. Bolsista de Iniciação
científica pela FAPESB. E-mail: [email protected]
3
Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia. Doutora em Saúde Pública e Coordenadora do Núcleo de
Estudos Interdisciplinares em Saúde, Violência e Subjetividade – SAVIS. E-mail: [email protected].
4
Professora Adjunta da Universidade Federal da Bahia. Pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em
Saúde, Violência e Subjetividade – SAVIS. E-mail: [email protected].
as repercussões da prática docente na saúde das professoras e as implicações de ser mulher
nesse espaço de ensino e trabalho.
No contexto brasileiro, essa realidade é marcante. Os domínios ocupacionais são
visivelmente diferenciados e as oportunidades largamente desiguais. O setor educacional é um
setor com ampla participação feminina, porém, no ensino superior, as mulheres ainda são
minoria. Vale ressaltar, entretanto, que, de 1996 a 2006, registrou-se nesse setor, no Brasil,
um crescimento de trabalhadoras num ritmo 5% maior que o dos homens, a cada ano (INEP,
2006). De acordo com o Censo da Educação Superior, dos 345 mil professores universitários
em exercício em 2009, 154 mil eram mulheres, ou seja, representavam 45% desta população
(CARREIRA, 2011).
A partir da categoria de gênero, estudar mulheres, professoras do Ensino Superior na
sociedade atual, requer falar, antes de qualquer coisa, das relações de poder e submissão da
mulher no contexto social, político e cultural, assim como as diferenças hierárquicas que
foram sendo criadas e sedimentadas ao longo de décadas. Uma das características do conceito
de gênero é o de ser relacional, implicando numa análise que envolva ao mesmo tempo
homens e mulheres. Assim, a condição das mulheres nas sociedades ocidentais precisa ser
analisada, tendo-se em mente as relações hierárquicas de gênero que predominam e que se
expressam em desigualdade nas posições ocupadas, de acordo com o sexo, tanto na esfera da
produção, do trabalho, quanto no âmbito das relações familiares (SCOTT, 1995).
Segundo Araújo et al (2005), muitos estudos têm revelado os processos de
adoecimento da classe docente e, consequentemente, a necessidade de intervenções para a
melhoria das suas condições de trabalho. A crescente demanda por produções científicas e
publicações, acrescidas às atividades do cotidiano docente, como a sala de aula, planejamento,
avaliação, além da participação na rotina administrativa são fatores que geram uma
sobrecarga de trabalho. Uma problemática conhecida nos estudos em educação, segundo
Strack (2009, p. 433), é “a intensificação do trabalho docente e as ferramentas de avaliação e
repasse de recursos por agências financiadoras de projetos de pesquisa”.
Para esse contexto, este estudo está sustentado no conceito ampliado de saúde,
proposto na VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), quando o define como:
[...] resultante das condições de alimentação, habitação, educação,
renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. Sendo assim, é
principalmente resultado das formas de organização social, de
produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de
vida. (BRASIL, 1986, p. 4)
Trata-se, então, de estudar uma problemática que tende a se modificar ao longo do
tempo, com o crescente aumento das mulheres na docência no ensino superior, como pode ser
observado num curso Interdisciplinar em Saúde de uma Universidade Pública, no qual o
corpo docente é formado por onze professores, dos quais apenas dois são homens. Com este
estudo, objetivou-se: 1) descrever aspectos da relação entre trabalho docente e o processo
saúde-doença, na perspectiva da mulher; 2) descrever as implicações do trabalho docente na
saúde das professoras, considerando a predominância das mulheres nesse espaço de ensino,
pesquisa e extensão.
A MULHER NA CONTEMPORANEIDADE: FAMÍLIA E TRABALHO DOCENTE
Com o processo de expansão do setor educacional, a partir do século XX, no Brasil, as
mulheres passaram a ocupar a função de educadora e sua incorporação ao trabalho formal,
nessa área, deu-se em decorrência da concepção de que a docência, o ato de educar, é uma
atividade feminina, especialmente por envolver o cuidado aos outros. A associação da figura
feminina ao cuidado e à maternidade não é recente, mas edificada no imaginário e na
constituição de todas as civilizações, nas mais variadas épocas, culturas e classes sociais. Esse
imaginário é fortemente impregnado de valores culturais e religiosos que produzem o
emblema do feminino, permeado pelas relações de poder, que se estende da família à
sociedade. A cristalização dessa imagem e a redução do feminino a ela tem sido objeto de
crítica por parte de teóricos feministas, que têm apontado o seu uso a serviço do poder nas
relações de gênero (ALMEIDA; SOARES, 2012).
Nos tempos modernos e contemporâneos, as relações de gênero se estabeleceram, no
mundo do trabalho, após a inserção feminina nesse espaço, produzindo mecanismos sutis e
explícitos de dominação, inseridos numa rede hierárquica de poder. Há, nesse espaço, uma
distinção entre os gêneros, muitas vezes implícita, mas com o propósito de segregação
hierárquica, relacionada, por exemplo, aos trabalhos ditos "para mulheres”.
Diante desse contexto, é necessário refletir sobre as mudanças significativas
relacionadas às mulheres e ao seu papel na sociedade. Nas últimas cinco décadas,
acontecimentos revolucionaram a emancipação da mulher no mundo social, como também
mudou o núcleo familiar e o seu papel, estruturado pela sociedade, no lar. Como avanços
marcantes, contamos com a revolução contraceptiva, na qual ocorre dissociação da
sexualidade da reprodução; a revolução sexual, principalmente para as mulheres, que passam
a distinguir a sexualidade do casamento, e a revolução no papel social da mulher e nas
relações de gênero tradicionais (LESTHAEGUE, 1995).
A entrada da mulher no mercado do trabalho é fator fundamental para se compreender
as mudanças nas famílias, pois estas foram afetadas em relação ao seu tamanho, à sua
organização, divisão de papéis e a sua desintegração, esta última incrementada pela conquista
de maior autonomia. Destaca-se, portanto, duas grandes mudanças com relação à mulher: a
sua crescente inserção no mercado de trabalho e o papel feminino no seio da família
(GARCIA, 2004).
Esses dados apontam que a inserção das mulheres ainda depende não somente das
oportunidades oferecidas pelo mercado, mas também das suas responsabilidades familiares.
Nas diferentes culturas, encontramos diferentes comportamentos quanto às distribuições de
tarefas e responsabilidades. Nas culturas mais feministas, tende-se a encontrar mulheres e
homens investindo na carreira, dividindo as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. No
Brasil, porém, onde a cultura ainda é machista, não se encontra uma divisão clara de
responsabilidades com relação ao cuidado com as crianças/filhos (CARVALHO NETO;
TANURE; ANDRADE, 2010).
Desta forma, Bruschini (1998, p. 32) alerta para a sobrecarga de trabalho entre as
mulheres:
“... as mulheres seguem sendo as principais responsáveis pelas
atividades domésticas e cuidadoras dos filhos o que representa uma
sobrecarga para aquelas que também realizam atividades
econômicas...”.
Na perspectiva de que o trabalho é fator capaz de gerar adoecimento, podendo limitar
ou até mesmo impedir o indivíduo de trabalhar (BORSOI, 2007, p. 107), e de que a
sobrecarga de trabalho dos docentes no ensino superior está cada vez maior, tem-se entre as
professoras universitárias uma sobrecarga significativa e preocupante, em função do acúmulo
de responsabilidades, que podem se estender, muitas vezes, durante os três turnos do dia.
Esses aspectos têm sido fonte de estudo, mas ainda de pouca intervenção, como ressaltou
Lima e Lima-Filho (2009, p. 62):
“Os processos de trabalho atualmente em curso em instituições
universitárias públicas brasileiras interferem na saúde de
professores(as), ao mesmo tempo que tem sido pequena a atenção das
autoridades governamentais e mesmo dos dirigentes institucionais
para um quadro crescente de mal-estar entre os docentes”.
METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado com sete professoras de um curso Interdisciplinar em
Saúde, de uma Universidade Pública. O curso, atualmente, conta com 11 professores, sendo
nove mulheres e dois homens. Foram excluídas da amostra duas professoras, por pertencerem
à equipe desta pesquisa. Optou-se por selecionar apenas as mulheres dentre os docentes desse
curso, por estas serem maioria e para se poder alcançar o objetivo proposto pelo estudo, qual
seja o de identificar as repercussões da prática docente no processo saúde-doença de
professoras.
Foram investigados os dados sócio-demográficos das docentes e feitas às mesmas as
seguintes perguntas: “o que é saúde para você?”, “o que é doença para você?”, “sua prática
profissional tem algum impacto na sua saúde e, se sim, qual(s)?”, “Que fatores você considera
que geram tais impactos?”. Os dados foram coletados por meio de entrevistas
semiestruturadas, as quais foram realizadas em dias e horários previamente combinados, no
período de dezessete de setembro até vinte de novembro de 2014.
As entrevistas foram gravadas com a utilização de aparelho celular e computador
portátil (laptop) e posteriormente transcritas no Microsoft Word. Os dados foram analisados
pela técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977), utilizando-se os procedimentos de
classificação das falas similares. Todas as professoras assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido e o estudo foi conduzido segundo as exigências da Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde, conforme aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa desta
Universidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todas as docentes do curso se encontram em regime de trabalho de dedicação
exclusiva na Universidade, com alto nível de qualificação, na medida em que seis possuem o
doutorado (85,7%) e uma o pós-doutorado (14,2%). Quanto ao estado civil, três são solteiras
(42,8%), duas são divorciadas (28,5%), uma é casada (14,2%) e uma citou união estável
(14,2%). Quanto à religião, quatro consideram-se sem religião (57,14%) e três, católicas
(42,8%).
Foram identificados, por cinco participantes, impactos negativos da prática docente
sobre a saúde, como o estresse, dar conta de muitas tarefas e certa ansiedade. Apenas duas
consideraram o impacto como positivo, gerando felicidade e força para lutar. Os principais
aspectos que geram esses impactos negativos são as atividades administrativas, exigências e
muito trabalho; os positivos são ler, estudar, discutir sobre a temática e estar com os alunos.
Em relação às concepções das docentes acerca da saúde, foi possível identificar
dimensões que compõem o conceito ampliado de saúde, como a capacidade de luta, de fazer
as coisas, o equilíbrio, a autonomia e capacidade de crítica. Tais resultados apontam para um
avanço da concepção de saúde, assim como para uma sobrecarga e implicações do trabalho
docente na saúde das professoras.
O processo de viver com saúde ou com doença não se reduz, portanto, a uma
evidência orgânica, natural e objetiva, e nem a um estado de equilíbrio, mas está intimamente
relacionado às características de cada contexto do indivíduo, seja ele cultural, social, político
ou econômico, e aos significados que cada indivíduo atribui ao seu processo de viver
(YÉPEZ, 2002). Por outro lado, com base no conceito de normatividade, se poderia
compreender o fenômeno da vida em sua racionalidade intrínseca. A normatividade está
presente fenomenologicamente no próprio ser vivente e na vida: “a vida não é indiferente às
condições nas quais ela é possível”; em suma, a vida é, de fato, “uma atividade normativa”
(CANGUILHEM, 1995, p. 96), extensível a todos os seres vivos: "Viver é, mesmo para uma
ameba, preferir e excluir" (CANGUILHEM, 1995, p. 105), ou seja, significa a capacidade do
indivíduo de gerar novas normas, como um ser autônomo, que tem em si a sua própria
concepção de saúde (COELHO; ALMEIDA FILHO, 2002)
As discussões em torno do processo saúde-doença têm gerado, sob o enfoque
reducionista trazido por Boorse, a tendência natural de se compreender a saúde como ausência
de doença, ou seja, a saúde como sinônimo de evidências objetivas, associadas à ideia do
corpo estar ou não funcionando adequadamente (YÉPEZ, 2002). Essa tendência é questionada
pelas docentes do curso, embora os aspectos biológicos não tenham sido negligenciados.
Referem-se à saúde de uma forma ampla e diversificada, como pode ser observado nos
seguintes fragmentos:
[...] responde também a questões relacionadas à inserção do nosso
corpo no meio ambiente, ou no universo.
[...] além de não ser só uma questão biológica, mas também não é uma
questão só social, e acho que cada vez mais subjetiva, relacionada à
nossa história de vida.
[...] é um bem-estar individual, digamos assim, que envolve aspectos
sociais, emocionais, fisiológicos, biológicos.
[...] modo de andar a vida, com equilíbrio no viver, na alimentação, na
atividade física, na redução do estresse e principalmente ter um
trabalho, uma profissão, que lhe dê prazer.
Nesses fragmentos, é possível perceber que a saúde, diferentemente do que muitos
pensam, acreditam ou defendem, não pode ser apreendida como um fenômeno abstrato e nem
mesmo como algo concreto ou atingível. Enquanto um fenômeno ampliado, a saúde envolve
modos de ser e produzir e/ou recriar a vida em sua singularidade e coletividade, enfim, em sua
multidimensionalidade. Nessa perspectiva, é preciso questionar os discursos que privilegiam o
conceito de saúde somente pela sua dimensão biológica, assegurando uma concepção
fragmentada do ser humano, bem como o caráter impositivo e normativo dos modos de se
intervir na realidade dos indivíduos e comunidades (BERNARDES; GUARESCHI;
MEDEIROS, 2005).
Os impactos negativos da prática docente sobre a saúde podem ser observados nas
seguintes falas:
[...] O lado atarefado do professor de hoje.
[...] as exigências de hoje do professor universitário, você não tem
hora, você não tem momento. Você tem que dar esse momento de sair,
de parar. Teoricamente, a gente trabalha o tempo todo.
Esses dados são corroborados pela literatura, a exemplo do estudo realizado com 50
professores universitários, em que a maioria percebeu algum comprometimento na sua saúde
(SUDA et al, 2011).
[...] Então, baixa o sistema imunológico, tem dias que eu tenho
enxaqueca, tem dias que é dor de cabeça, é cansaço físico, um bocado
de coisa.
Os aspectos que geram tais impactos podem ser observados nas falas abaixo:
[...]
durante os
períodos
que
eu
tive
que
atividades administrativas eu ficava muito mais estressada.
exercer
[...] há uma supervalorização da competência, de todos os níveis,
então você tem que publicar artigo Qualis A, internacional.
[...] Eu vejo uma hipervalorização de uma competência profissional,
que você abre mão de sua vida pessoal, abre mão de férias, abre mão
de tudo.
Existe uma sobrecarga de trabalho e de exigências, principalmente em relação à
produtividade, que ocupam muito o tempo do professor universitário, chegando a invadir a
vida privada (STRACK, LOGUÉRCIO, DEL PINO, 2009), o que é confirmado pela
população estudada. Este dado faz-nos refletir quanto à dificuldade de se estabelecer o limite
entre o trabalho e a vida familiar, área invadida pelo volume de trabalho, dado verificado em
outras pesquisas (PAIVA et al, 2009).
[...] Eu cheguei de viagem na hora do almoço, ela foi pra escola e eu
não encontrei com minha filha ainda. Então, nem tive oportunidade de
chegar em casa ... porque eu tive que vir pro trabalho.
Em pesquisa realizada com 189 professores da Universidade Federal do Mato Grosso
do Sul (UFMS), Lima e Lima-Filho (2009, p. 70) referem que:
“os professores relataram que acabam desenvolvendo trabalhos nos fins
de semana, nos períodos de interrupção do ano letivo, isto é, nos
momentos institucionalmente destinados ao descanso e lazer.”
Os resultados demonstraram, portanto, o quanto é necessário caminhar, para que a
prática seja avaliada de forma positiva e agregue em si as concepções ampliadas de saúde, que
seja, enfim, um espaço promotor de saúde.
CONCLUSÃO
A independência da mulher em todas as esferas da sociedade é significativa, porém
precisamos avançar muito para conseguir o empoderamento das mesmas nos diversos espaços
sociais de forma mais equânime. Foi identificado que a prática docente pode provocar
adoecimento entre professoras universitárias, sobretudo pelas exigências de produção
acadêmica que se sobrepõem às suas atividades diárias, ocupando grande parte do tempo. Foi
possível observar, também, que a concepção ampliada de saúde, apresentada pelos docentes
numa perspectiva reflexiva, holística, dialógica e transdisciplinar, reflete de forma crítica o
contexto sociocultural dos mesmos. A concepção ampliada de saúde pareceu favorecer a
percepção e análise das implicações da prática docente na saúde das professoras. Portanto,
ampliar pesquisas nesta direção pode fortalecer a Universidade como espaço não somente de
investigação, mas, sobretudo, de aplicabilidade do conhecimento por ela gerado, promovendo
a saúde da sua comunidade interna.
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