UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DE DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – FINANCEIRO (ABORDAGENS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA) AUTOR: JORGE RICARDO ASSUMPÇÃO ORIENTADOR: PROFESSOR MARCO ANTONIO LAROSA Rio de Janeiro, Março / 2004. 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DE DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – FINANCEIRO (ABORDAGENS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA) AUTOR: JORGE RICARDO ASSUMPÇÃO ORIENTADOR: PROFESSOR MARCO ANTONIO LAROSA Trabalho Monográfico apresentado como requisito parcial Grau para de obtenção Especialista do em “Engenharia de Produção”. Rio de Janeiro, Março / 2004. 3 AGRADECIMENTOS A minha família pelas horas de ausência. A Deus que possibilitou mais um obstáculo vencido. Ao Professor Marco Antonio Larosa, cuja orientação e dedicação tornou possível desde o início, a conclusão deste trabalho. Aos Professores, que ao longo do curso proporcionaram com conhecimentos, profissional e seus experiência de vida, um novo horizonte alcançado. Aos colegas de turma que ao longo desta convivência contribuíram com sua amizade e união. A todos aqueles que diretamente e indiretamente também contribuíram para execução desta pesquisa. 4 DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa a todos aqueles que se encontram envolvidos nos nobres ideais da educação. “Uma das coisas importantes na vida não é saber onde estamos, mas em que direção está indo”. OLIVER W. HORMES. 5 RESUMO Este trabalho sobre o Planejamento Estratégico-Financeiro (Abordagens de Administração Financeira), visa dar uma idéia bem objetiva sobre algumas ferramentas utilizadas nas Empresas na área de Planejamento e Estratégia Financeira. O primeiro capítulo do trabalho descreve as Funções Financeiras, seus níveis e outras informações. Estas, irão complementar a descrição que se faz sobre o Planejamento Estratégico e o Orçamentário, assuntos do segundo e terceiro capítulos respectivamente. No quarto capítulo, são discutidos os mais importantes e utilizados índices Financeiros aplicados nas empresas que praticam Administração Financeira. A Administração de Caixa, assunto do quinto capítulo, conclui o trabalho e reforça as informações discutidas anteriormente para que todo o Planejamento Financeiro possa ser entendido como um todo, utilizado e adaptado para as condições e necessidades da Empresa. Deve ser lembrado, que o trabalho em si é mais uma fonte de consulta dentre inúmeras existentes no mercado e sempre caberá ao administrador financeiro, de acordo com os interesses da Empresa, buscar a melhor opção que atenda a esta. Por tratar-se de trabalho acadêmico, a visão conceitual foi elaborada através de pesquisa bibliográfica. A parte não teórica possui objetivo prático que deve ser definido na Empresa pelo administrador financeiro, cuja diretriz a ser utilizada atenderá os anseios e necessidades de controle financeiro que se propõem a realizar. 6 METODOLOGIA O trabalho de monografia foi realizado com base em leitura e pesquisa na Bibliografia abordada. Como o objeto da pesquisa possui vasta literatura, procurou-se resumir as teorias de modo a não se perder a essência do assunto e não tornar o mesmo vago nas idéias descritas. Optou-se por uma linguagem formal, utilizando os termos da área quando necessários para enfatizar o assunto e para que todo o contexto da monografia não ficasse prejudicado sem os “ditos jargões da área”. A otimização do assunto embora bastante abrangente não criou lacunas entre os capítulos. Estes foram descritos numa seqüência que visa o conhecimento teórico das ferramentas que podem ser utilizadas por um Administrador Financeiro, independente do tipo e da atividade fim de qualquer Empresa. Pelo contrário, a otimização mostrou modelos cuja utilização podem e devem em cada caso sofrer adequação. O trabalho em si teve por parte da pesquisa bibliográfica, tornar-se mais um instrumento complementar de pesquisa. Sua concepção é de parte de outros trabalhos já realizados, mas sua idéia é do todo que representa a pesquisa e da união e organização dessas idéias, para criar uma nova fonte de pesquisa. 7 SUMÁRIO Introdução 08 Capítulo I 09 Os Níveis das Funções Financeiras e as Informações. 09 Capítulo II 11 O Planejamento Estratégico. 11 Capítulo III 21 O Planejamento Orçamentário. 21 Capítulo IV 27 Os Índices Financeiros. 27 Capítulo V 34 A Administração de Caixa. 34 Conclusão 44 As Dez Estratégicas mais Consagradas 45 Bibliografia 46 Atividades Extra-Classes 49 Índice 50 8 INTRODUÇÃO O Planejamento Estratégico–Financeiro desempenha hoje um papel fundamental nas Empresas. O valor quer sejam as riquezas geradas (lucros), quer sejam o gasto despendido (custos), devem atender a um controle mais eficaz, de modo a tornar viável qualquer atividade fim da Empresa. Sem este controle, a atividade da Empresa pode ficar comprometida e a Empresa deixar de existir. Desde o final dos anos 80, a Revolução da Automação como um todo atingiu as grandes Empresas e as grandes Corporações, quer seja no exterior ou até mesmo aqui no Brasil. Com o impulso da Informática, os processos de controle ficaram mais fáceis, e todo o trabalho manual podia agora ser substituído pelo uso da máquina e das ferramentas que surgiam para facilitar estes controles. Nas Empresas bem sucedidas e que estavam na vanguarda dos acontecimentos da era tecnológica, a Administração Financeira Total estava cada vez mais presente. Todas as atividades e todos os departamentos representam um Centro de Resultados e como tal deve estar totalmente sintonizado com a Administração Financeira da Empresa. A relação entre a Administração Financeira Total e o sucesso empresarial, é fundamental de modo que o conhecimento de Administração Financeira ultrapasse as fronteiras da Tesouraria e seja disseminado por toda a Empresa. Assim, os conceitos de custo, resultado e retorno devem ser difundidos a todos os empregados da Empresa. 9 CAPÍTULO I Os Níveis das Funções Financeiras e as Informações (parte de texto extraído de) (Orçamento Empresarial - Planejamento e Controle do Lucro) (Genn A. Welsh - Editora Atlas) Durante muitos anos, com o desenvolvimento da Economia Brasileira tornou-se claro a necessidade de controles, organização e principalmente maior capacidade de gestão da política monetária, que até então não se tinha. Assim, em face de necessidades; começaram a surgir pequenos controladores que na época desenvolviam e organizavam a troca de valores entre a sociedade, negociando e fazendo as primeiras operações financeiras que se tem conhecimento. Mais tarde, também crescendo, desenvolvendo e ajustando-se ao Mercado, estes pequenos controladores criaram métodos para Controles de suas Operações Financeiras. Podemos exemplificar estes Controles nas suas funções em três diferentes níveis. O primeiro dos três níveis, é o Nível Básico. Nele as funções se resumem a receber, pagar, aplicar sobras de caixa e captar recursos financeiros. Nas Empresas onde existe este enfoque, não há na verdade, uma Administração Financeira. Todo o trabalho financeiro é de apenas execução. Existe um Caixa na Empresa, que controla todos os recebimentos realizados. Os pagamentos são efetuados com os valores ou destes recebimentos ou dos valores que constituem o saldo em conta corrente no Banco. 10 Este mesmo Caixa controla também as aplicações financeiras e as captações de recursos realizadas no Banco pela Empresa. Na verdade, este Caixa constitui o Setor de Tesouraria da Empresa onde diversos funcionários, cada qual com sua responsabilidade cuidam ou tem uma atividade específica. (Contas a Pagar, Contas a Receber, Conciliação Bancária, etc...). Num nível intermediário, o segundo nível; estas funções financeiras básicas obedecem a uma política previamente estabelecida, com o objetivo de procurar otimizar as decisões de natureza financeira. Por exemplo, em algumas Empresas a taxa de desconto concedido aos clientes por pagamento antecipado é fixada por uma diretriz de Administração Financeira com um objetivo claramente formulado. Finalmente no terceiro nível, o mais evoluído, não apenas as funções financeiras, mas todas as outras atividades (administração geral, compras, produção, vendas, pessoal, etc...) são executadas segundo os princípios de Administração Financeira, e assim podemos dizer que estas Empresas praticam a Administração Financeira Total. “A Administração Financeira pode ser vista como mais uma ferramenta para auxiliar o trabalho do Administrador-Financeiro, dentre outras em conjunto que o mesmo dispõem. De acordo com o tipo de empreendimento e da área de atuação da Empresa, a Administração se dará de forma a adequar as informações disponíveis para um melhor gerenciamento das decisões financeiras. Contudo, independente do tipo de Administração Financeira que a Empresa deseja adotar e dos métodos a serem aplicados, a Administração Financeira em sua diretriz compreende o planejamento, a análise e a execução das atividades financeiras ou das funções a elas relacionadas. (James C. Van Home)”. 11 CAPÍTULO II O PLANEJAMENTO FINANCEIRO “O Planejamento Financeiro pode ser entendido como o efeito integrado das decisões de investimento e de financiamento, cujo resultado final é um Plano Financeiro”. (James C. Van Home) Na verdade, o Planejamento Financeiro pode ser visto como o conjunto de métodos, ferramentas e medidas administrativas de modo a melhor gerenciar e dar suporte ao administrador financeiro nas empresas, para que ele maximinize as receitas e miniminize as despesas. Podemos exemplificar esta idéia, com as seguintes proposições: - As decisões de investimento e financiamento são interdependentes e não isoladas; - Minimização das possibilidades de surpresas; - Devem-se possuir instrumentos de reação às surpresas não identificáveis; - Análise do que faz sucesso nos projetos e do que os leva ao fracasso; - Impacto das decisões atuais sobre oportunidades futuras; - Fixação de objetivos concretos capazes de motivar os acionistas e proporcionar padrões de avaliação de resultado. 12 Estas proposições acima citadas envolvem alguns pontos importantes que devem ser observados: - Análise de opções de financiamento e de investimento; - Projeção do impacto de decisões a partir de vários cenários; - Escolha de alternativas a seguir e a avaliação de desempenho. Sendo o Planejamento Financeiro uma atividade conjunta, é desejável que possua Plano Financeiro interligado com Planos de Atividade. Tenha como realidade comum, Planos Independentes ou com Gaps, e a consolidação de informações desconectadas estrategicamente. Este pode ser descrito como sendo de Longo Prazo ou e Curto Prazo. O Planejamento Financeiro de Longo Prazo possui um horizonte habitual de 05 (cinco) anos. Algumas Empresas trabalham com 10 (dez) anos ou mais, principalmente quando se trata de valor útil atual de projetos de produtos/serviços com vida útil alta. Já o de Curto Prazo vinculado ao Planejamento de Longo Prazo, possui horizonte que raramente vai além dos 12 (doze) meses imediatos. Seu gerenciamento está voltado para compromissos, disponibilidades, empréstimos e aplicações financeiras, e quanto aos dados do Planejamento Financeiro, podemos destacar: a) Dados estratégicos e, portanto mais abstratos ou mutáveis: - Interesse dos acionistas; - Riscos assumidos pelos acionistas; - Projetos de Investimento da concorrência; - Ciclo de vida dos projetos remunerado pelo mercado; - Política macroeconômica, incluindo a fiscal; - Risco Internacional. 13 b) Dados formais contábeis e de demonstrações financeiras para subsídio a um Plano (em moeda constante): - Balanços; - Demonstrações de Resultado; - Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos; - Demonstração de Mutações de Patrimônio Líquido (PL); - Carga Tributária das empresas no país. c) Dados formais analíticos e consolidados de investimentos e dos não investimentos: - Investimentos por substituição, expansão, novos produtos e investimentos obrigatórios ou legais; -Subdivisão por atividade, considerando análise estratégica de crescimento agressivo, redução agressiva/gradual ou liquidação. Análise do Valor Agregado de cada atividade para o negócio (EVA – Economic Value Added). d) Dados das formas de captação/remuneração da captação: - Política de endividamento real de juros esperados; - Política de retenção dos lucros/dividendos; - Tributação sobre encargos de financiamento. 14 e) Estes dados, acima descritos são utilizados para: - Previsão; - Evitar a extrapolação ingênua; - Previsões macroeconômicas/modelos econométricos em conjunto com previsões comerciais e comportamentais da concorrência (conseguiremos manter custo e diferenciação identificáveis, aceitáveis e remuneráveis, ou seja, a série temporal dos projetos é correta?). Desta forma, um Modelo Econômico e de Estratégia Competitiva, possui por detrás das previsões os seguintes fatores: - Superposição de previsões com pressupostos ou visões diferenciadas é fatal quer seja na área financeira, comercial ou de produção; - Disseminação da coerência é tarefa difícil e dependem do alinhamento corporativo de missão, visão e estratégia; - O planejador financeiro deve identificar as incoerências. Para encontrar um Plano Financeiro ótimo e observar o desenrolar do mesmo, definir um Plano em termos contabilísticos ou numéricos não é operacional. É preciso saber como interligar o Plano Financeiro com o Plano Operacional da Empresa (a chamada Via de Mão Dupla). Torna-se necessário acompanhar as Premissas e os Resultados, para que se tenha ação de revisão de premissas e remodelagem do Plano. O aspecto da remodelagem de investimentos e/ou desinvestimentos, captação e remuneração também devem ser acompanhado. 15 O Planejamento financeiro é uma gestão de carteira de opções onde verificamos: - Investimentos olhados em si – opção presente de investimento; - Investimentos olhados em si e na abertura de opções futuras de investimentos – novos mercados, novos produtos, novos projetos rentáveis e a continuidade da Empresa como opção principal; - Avaliar se uma opção presente pode gerar opção futura, intimamente ligada à visão estratégica da Empresa. Neste caso, saber como as opções futuras serão exercidas e como acoplar a sua série temporal com a opção presente; - Avaliar quando alienar opções – venda de empresas, venda de ativos e venda de direitos, usando Modelos de Planejamento Financeiro com simulações, integrando orçamento, planejamento operacional e avaliação de resultados, através de demonstrações financeiras previsionais. A fragilidade das demonstrações financeiras previsionais com a ausência da visão financeira tem como conseqüências: - Prevalência da visão contabilística do mundo; - Ausência de instrumentos de análise financeira – Fluxo de Tesouraria; - Valor Atual e o Risco de Mercado; - Ausência de simulação das decisões financeiras ótimas, principalmente através da programação linear (como por exemplo, podemos citar o Modelo Longer, que visa otimizar o cálculo do melhor Plano Financeiro, dado 16 determinadas premissas e restrições, projetando também as conseqüências de uma estratégia financeira selecionada). Algumas empresas para avaliar seu Plano Financeiro, utilizam Instrumentos de Planejamento Financeiro, dentre os quais podemos destacar 03 (três) dos mais largamente utilizados: Análise do Ponto de Equilíbrio (Break Even Point ou Ponto de Nivelação) Permite determinar a quantidade que a Empresa precisa vender para que sua Receita Total iguale seu Custo Total. Conseqüentemente, para que a Empresa comece a ter Lucro, é preciso que venda uma quantidade maior do que aquela que representa seu Ponto de Equilíbrio. A importância da Análise do Ponto de Equilíbrio decorre da existência dos Custos Fixos. Se estes não existissem, sempre que a Empresa tivesse preços maiores do que os respectivos Custos Variáveis Unitários estaria numa situação de Lucro. 17 Determinação Algébrica do Ponto de Equilíbrio (fonte extraída de Engenharia Econômica–10 edição Editora de Editorial) (Geraldo Ais, L. C. Rocha Paes, José Luiz Marques e Abelardo Cine). Para fins de exemplificação, supomos as seguintes variáveis existentes em um sistema de controle financeiro de uma Empresa qualquer: P – preço de venda Q - quantidade de venda RT - receita total da Empresa CFT – custo fixo total CVU – custo variável unitário CT – custo total CV – custo variável Do princípio contábil podemos escrever as formulações abaixo: RT = P * Q (1) e CT = CFT + (CVU * Q) (2) Como no Ponto de Equilíbrio a Receita Total da Empresa (RT) e o Custo Total (CT) são iguais, RT = CT (3) substituindo (de 1,2 e 3): P*Q = CFT + (CVU * Q) P*Q – (CVU*Q) = CFT Q (P – CVU) = CFT Q = CFT / (P – CVU) Onde Q é o Volume de Vendas no Ponto de Equilíbrio. 18 Demonstração Gráfica: Qtde Receita Custo Custo Custo Custo Total Total Fixo Variável Variável Lucro Unitário 0 0 64,0 64 14,0 0,0 -64,00 1 30 78,0 64 14,0 14,0 -48,00 2 60 92,0 64 14,0 28,0 -32,00 3 90 106,0 64 14,0 42,0 -16,00 4 120 120,0 64 14,0 56,0 0,00 5 150 134,0 64 14,0 70,0 16,0 6 180 148,0 64 14,0 84,0 32,00 7 210 162,0 64 14,0 98,0 48,00 8 240 176,0 64 14,0 112,0 64,00 9 270 190,0 64 14,0 126,0 80,0 10 300 204,0 64 14,0 140,0 96,00 Baseado nas informações vista no gráfico, podemos observar que na quantidade igual a 4 (quatro), temos o Ponto de Equilíbrio, onde RT = CT. A partir desta idéia, uma vez que alguns Custos Fixos não representam saídas de caixa (a depreciação é um exemplo típico) pode-se calcular o Ponto de Equilíbrio de Caixa, que é o Volume de Vendas que a empresa precisa efetuar para cobrir suas saídas de caixa e, portanto, manter sua solvência. A operação de uma empresa entre seu Ponto de Equilíbrio de Caixa e o Ponto de Equilíbrio de Lucros, pode-se ser uma situação normal, principalmente durante a fase inicial de funcionamento. Quando isto acontece com a empresa já em operação normal, significa que a empresa está operando no limite de sobrevivência: ela não está tendo lucro e a geração de caixa é suficiente apenas para cobrir suas saídas de caixa imediatas. 19 Embora alguns Custos são do tipo perdido ou afundado e, portanto irreversíveis, os Custos Variáveis são geralmente evitáveis. Desse modo, a empresa poderá continuar produzindo mesmo com prejuízo, enquanto a receita for suficiente para cobrir os Custos Passíveis de eliminação. Esta decisão permitirá á empresa minimizar seu prejuízo em curto prazo e manter a continuidade das operações. Utilizando a mesma idéia do Ponto de Equilíbrio, podemos efetuar a análise do Ponto de Fechamento, tendo como variáveis: o preço de venda (P), a quantidade produzida (Q), o custo variável unitário (CVU) e o custo fixo evitável (CFE). Q = CFE / (P – CVU) Onde Q é o Volume de Vendas no Ponto de Fechamento. Como foi descrito neste capítulo, algumas ferramentas e métodos de análise ajudam ao administrador financeiro a otimizar melhor a receita da empresa. Outros métodos e formas derivadas ou não destas que foram apresentadas, podem também ser utilizadas visando contribuir para uma administração financeira segura, confiável e cada vez mais próxima da realidade e da saúde financeira da empresa. O papel do administrador financeiro através de uma total integração em equipe com outras áreas da empresa permitirá realizar ajustes necessários, previsões viáveis e investimentos que possam dar retorno e manter à lucratividade da empresa. 20 O planejamento financeiro quando realizado nas empresas, pode evitar as chamadas situações imprevistas ou aquelas que fora do planejamento, iriam afetar diretamente a saúde financeira desta. Um bom planejamento desde que contínuo, faculta ao administrador visualizar horizontes e simular situações de risco, que afetariam os lucros da empresa se o controle não existisse. Cabe também ao planejamento financeiro, elaborar situações em que o capital disponibilizado pela empresa possa ser mais bem empregado e obtenha maior lucratividade, gerando aumento de receita na empresa. “Quer seja pelo aspecto de controle orçamentário ou pelo simples acompanhamento dos recursos e seus destinos, o planejamento financeiro deve ser realizado hoje nas empresas, sob pena das mesmas sucumbirem a total de falta de controle de suas receitas e dos custos que possuem. Sem esta ferramenta moderna de assessoramento, a sobrevivência da empresa pode ser limitada, seu crescimento pequeno e sua manutenção impossível de ser mantida”. (A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileiras Edit. Fund. Dom Cabral). (Michel Fleuriet) 21 CAPITULO III O Planejamento Orçamentário O Orçamento é a representação em valores físicos e monetários, dos diversos planos formulados numa Empresa: vendas, custos, lucros, investimentos, operações, etc... Durante a execução dos planos, os números projetados nos orçamentos são comparados com aqueles efetivamente ocorridos, de modo que eventuais desvios possam ser corrigidos ou explicados. Desse modo, a elaboração e o acompanhamento do orçamento representam, respectivamente atividades de planejamento e controle. A delegação de autoridade e a descentralização de atividades dentro da organização são largamente dependentes da existência de um orçamento bem estruturado. Devido à sua grande abrangência, o orçamento é o instrumento de planejamento e controle mais disseminado numa empresa. Tudo o que se produz, compra, vende ou gasta tem estreita relação com um orçamento. Os orçamentos quanto à sua forma de expressão podem ser físicos ou monetários. 22 Dois orçamentos de grande importância para a Empresa estão sob a responsabilidade da Administração Financeira: Orçamento de Resultado e Orçamento de Caixa. 3.1 - Orçamento de Resultado Este orçamento consiste na projeção do resultado da empresa para um determinado período futuro, geralmente o ano civil. Para efetuar a projeção de resultados, diversas variáveis, tanto internas como externas precisam ser consideradas. As variáveis externas são as primeiras a serem consideradas para fins de elaboração do Orçamento, pois servem de base para a qualificação das variáveis internas. As principais variáveis externas são as seguintes. - Taxa de crescimento da Economia - Taxa de crescimento do Setor onde atua a Empresa - Taxa de Inflação - Taxa de Juros - Taxa Cambial 23 As principais variáveis internas são: - Vendas - Impostos sobre Vendas - Custos Operacionais - Despesas com Vendas - Despesas Administrativas - Despesas de Pessoal - Despesas Financeiras - Despesas Extraordinárias - Receitas Financeiras - Receitas Extraordinárias - Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. Nas Empresas onde existe uma estrutura formal para atividade de planejamento, pode haver outros orçamentos que funcionam como alimentadores do orçamento de resultado. Estes orçamentos são denominados Orçamentos Auxiliares e são os seguintes: - Orçamento de Vendas - Orçamento de Produção / Operação - Orçamento de Compras - Orçamento de Custos Operacionais - Orçamento de Investimentos Para a elaboração do Orçamento de Resultado a empresa, será preciso definir as rubricas a serem consideradas (vendas, custos, despesas, etc.), seu respectivo detalhamento (por exemplo, vendas por região, divisão, produtos, etc.) e a periodicidade (mensal, trimestral, anual, etc.). 24 Tendo em vista que uma das funções da contabilidade da empresa é apurar o resultado realizado pela empresa, freqüentemente a elaboração do orçamento de resultado utiliza a mesma metodologia usada na estruturação da demonstração de resultados. Por este motivo, em muitas empresas a elaboração do orçamento de resultado tem o mesmo significado que projeção de demonstração do resultado. Embora tanto o orçamento de resultado quanto à projeção de resultado feita pela contabilidade devam produzir o mesmo número final, eles são diferentes em termos objetivos e estrutura. O Orçamento de Resultado é essencialmente um instrumento de planejamento e controle, e por isso, precisa ser mais detalhado do que a demonstração de resultado. Uma vez que uma das funções do orçamento é avaliar o desempenho de departamentos ou unidades operacionais, o orçamento de resultado precisa ser detalhado ao nível de tais departamentos ou unidades para que possa permitir o acompanhamento de seu desempenho. Nas empresas de menor porte, o orçamento de resultado com uma metodologia simplificada, onde as variáveis são vendas e margem de lucro. É evidente que uma metodologia tão simplificada não pode produzir informações de boa qualidade. O ideal seria dar um maior detalhamento àquelas duas variáveis, ainda que não precisasse recorrer à contabilidade. 25 3.2 - Orçamento de Caixa Algumas características dos valores de resultado gerados pela contabilidade fazem com que sempre exista uma diferença entre Resultado e Caixa. São muitas as causas da disparidade entre lucro e caixa. O princípio da competência usado pela contabilidade (por exemplo, a receita de vendas é reconhecida quando ocorre a venda e não quando ela é recebida), a quantificação dos efeitos da inflação sobre o patrimônio e o resultado, o fato de alguns itens de receita, custos e despesas que não representam movimentação de caixa, etc... . A natural discrepância entre resultado e caixa, faz surgir à necessidade de se projetar além do resultado, também a situação de caixa da empresa num determinado período à frente. As necessidades de projeção de caixa para uma empresa precisam de um maior detalhamento em termos de períodos de tempo por ela coberta, em comparação com as projeções de resultado. Assim, uma empresa necessita projetar seu resultado em bases anuais (em alguns casos em base trimestral e eventualmente em base mensal). Já as projeções e caixa precisam ser feitas em base anual (freqüentemente mês a mês) e em base mensal (certamente dia a dia). As projeções de caixa em base diária, não são denominadas orçamento de caixa e sim fluxo de caixa.Estas projeções são tidas também como um instrumento típico da Administração Financeira da empresa. 26 As projeções de caixa em base anual são denominadas fluxo de caixa de longo prazo ou orçamento de caixa, quando além das projeções também incorporam o acompanhamento dos valores previsto. Essas projeções podem ser efetuadas através de dois métodos distintos muito utilizados: - Projeções e Demonstrações Financeiras, - Método Direto de Estimativas de Entradas e Saídas de Caixas. O Planejamento Orçamentário engloba outros pequenos orçamentos cujas formas de aproveitamento e descrição dos dados e suas respectivas análises, irão variar de acordo com a finalidade que empresa necessita e da área de atuação onde a mesma se concentra. Foi descrita uma idéia, para a construção de um Planejamento Orçamentário de modo geral. O uso de orçamentos dependentes ou não, as formas, os dados e as ferramentas a serem usadas, cabem a empresa conforme a gerência administrativo-financeira e o perfil de negócio que a empresa deseja. Importante ressaltar que, face ao crescente desenvolvimento de estudos e projetos que visam cada vez mais dotar as áreas empresarias de mecanismos capazes de gestão. Os administradores financeiros possuem hoje grande ferramental que os auxiliam em seu trabalho. 27 CAPÍTULO IV Os Índices Financeiros Os diversos elementos constantes do balanço da empresa podem ser utilizados para fornecer índices que permitem avaliar sua situação financeira. Embora exista uma extensa lista de índices de análise financeira, apresentaremos apenas aqueles índices mais utilizados. 1- - Índice de Liquidez (IL) Este índice indica o potencial que a empresa tem para liquidar seus compromissos financeiros. Quanto mais elevado for o índice, melhor será sua liquidez ou solvência. De modo geral, pode-se dizer que um índice de liquidez menor que 1 (um) é desfavorável.O índice de liquidez corrente indica a capacidade da empresa para liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo. Como ele estabelece a relação entre ativo circulante e passivo circulante, quanto maior for o índice, melhor será a situação financeira da empresa. Pode ser considerado como um bom valor para o índice de liquidez corrente, valores maiores que 1,5 (um e meio). Liquidez Corrente menor do que 1, significa capital de giro próprio negativo, Liquidez Corrente igual a 1, significa capital de giro próprio nulo, e Liquidez Corrente maior do que 1, significa capital de giro próprio positivo. IL = Ativo Circulante / Passivo Circulante 28 Podemos considerar também o Índice de Liquidez Seca, que avalia a capacidade da empresa para liquidar suas dívidas de curto prazo, considerando seus ativos de maior liquidez. Reconhecidamente os estoques são a parcela do ativo circulante com menor liquidez. Por isso, são excluídos do ativo circulante quando se quer calcular o Índice de Liquidez Seca. Seu valor recomendável é ser maior do que 1. Entretanto, a maioria das empresas dos mais diferentes setores apresentam um índice de liquidez seca menor do que 1. IL = Ativo Circulante – Estoques / Passivo Circulante 2 - Índice de Endividamento (IE) Os índices de endividamento indicam a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio em determinados horizontes de tempo. O mais representativo é o índice que mede a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio. Este índice indica a relação entre as dívidas totais da empresas e os recursos próprios. Nas empresas financeiramente saudáveis ele oscila entre 0,35 e 0,50. IE=Capital de Terceiros= Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo --------------------------Capital Próprio -----------------------------------------------------Patrimônio Líquido 29 3 - Índice de Eficiência Operacional (IEO) É o índice que revela o grau de eficiência com que foram utilizados os recursos da empresa. Mostra a capacidade da empresa em utilizar seus ativos para a geração de vendas e varia amplamente de acordo com o campo e atuação da empresa. IEO = Giro do Ativo Total = Vendas --------------Ativo Total 4 - Índice de Rentabilidade (IR) O Índice de Rentabilidade avalia os resultados da empresa em relação ao patrimônio líquido, ativo ou vendas. Podemos determinar em função de algumas variáveis, índices de rentabilidade como segue: Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro Líquido --------------------Patrimônio Líquido É o parâmetro típico de avaliação de rentabilidade, já que permite determinar o resultado obtido pelo capital próprio. Dependendo do setor onde atua a empresa, oscila normalmente entre 5 e 15%. Margem Líquida = Lucro Líquido ------------------Vendas 30 Este indicador permite avaliar a natureza do lucro da empresa ao compará-lo com as vendas. Retorno sobre o Investimento (ROI) = Lucro Líquido -------------------Ativo Total Indicam com que eficiência, são administrados os ativos totais da empresa. Difere do retorno sobre o patrimônio líquido na medida em que a empresa pode apresentar um retorno favorável sobre o capital próprio. Mas se a empresa estiver muito endividada, o retorno sobre o ativo total pode ser inadequado. 5 - Fórmula DuPont A fórmula DuPont é um indicador que possibilita a empresa desmembrar o índice de retorno sobre o investimento em dois outros índices que permitem uma melhor visualização da eficiência da empresa: . o retorno sobre as vendas . o giro do ativo total. 31 Com este índice é possível identificar se uma variação no retorno sobre o ativo deveu-se à lucratividade das vendas ou à eficiência na utilização do ativo. ROI = Lucro Líquido -----------------Vendas x Vendas ---------------Ativo Total 6 - Economic Value Added (EVA) O lucro líquido contábil é um dos mais tradicionais parâmetros de avaliação de desempenho econômico. Quando relacionado com o investimento total ou com o patrimônio líquido fornece as duas medidas clássicas de avaliação empresarial. Entretanto, as limitações do lucro líquido contábil sempre foram conhecidas. A principal delas é que o custo contábil não inclui o custooportunidade do capital investido. Uma empresa pode apresentar lucro líquido contábil, considerado satisfatório pela ótica convencional, mas insuficiente quando se leva em conta o ganho que poderia ter obtido caso o patrimônio líquido estivesse no mercado financeiro. O lucro empresarial quando visto pelo ângulo econômico é o excedente da receita gerada em relação aos custos operacionais (custo contábil) acrescidos do custo-oportunidade do capital investido, este calculado à taxa de atratividade estabelecida pelo empresário. 32 Recentemente algumas empresas passaram a utilizar o EVA, como um novo parâmetro de avaliação de desempenho econômico que pudesse refletir a idéia do lucro econômico. O EVA é igual ao lucro líquido operacional deduzido do custo do capital investido. Apesar da grande aceitação do EVA, existem duas dificuldades principais para o seu cálculo: estabelecer a taxa de juros para o cálculo do custo de capital e determinar o real valor do patrimônio líquido. EVA = Lucro Líquido Operacional – Custo do Capital Investido No caso da taxa de juros, o mais lógico seria utilizar-se um valor médio que refletisse uma tendência de longo prazo. Quanto ao patrimônio líquido, os valores constantes da contabilidade costumam estar defasado do valor de mercado, ainda que sejam atualizados monetariamente. Um valor de EVA positivo significa que a empresa foi mais eficiente em sua atividade do que teria sido aplicando no mercado financeiro. Quando o EVA é negativo a interpretação se inverte. Por exemplo, uma Empresa A com uma EVA de R$ 250,8 milhões poderia ter ganhado essa quantia a mais caso tivesse investido seu capital no mercado financeiro. Observe-se que neste caso em comparação, que a eficiência marginal de uma Empresa B foi insatisfatória, apesar dela ter apresentado um lucro líquido contábil de R$ 71,7 milhões. 33 Roteiro de Cálculo do Economic Value Added (EVA) 1. Calcula-se o lucro líquido operacional, fazendo-se os ajustes no lucro líquido contábil. 2. Determina-se o custo-oportunidade do capital próprio em %. 3. Determina-se o custo do capital de terceiros em %. 4. Calcula-se o custo do capital total em R$. 5. Calcula-se o EVA: Que será igual ao lucro líquido operacional menos o custo de capital total. 34 CAPÍTULO V A Administração de Caixa A Gestão Financeira de um a empresa tem dois objetivos básicos: - manter a liquidez, - gerar um retorno razoável para o Capital Aplicado. A liquidez representa a capacidade da empresa para honrar seus compromissos financeiros, assegurando sua continuidade operacional. Por isso, a manutenção da liquidez é uma das unções mais importantes da Gestão de Caixa. O retorno razoável do capital investido é um parâmetro subjetivo, porém importante para a empresa e tem a seguinte destinação: - distribuição aos sócios ou acionistas; - formação e reserva para contingência; - financiamento da expansão. A meta prioritária da Gestão Financeira não é o Lucro e sim a Liquidez, pois esta assegura a sobrevivência. Tendo Liquidez, a empresa pode continuar a operar e tentar conseguir Lucro. Este é importante, mas não é fatal se não for atingido em curto prazo. Sem Lucro, a empresa pode sobreviver por algum tempo. Entretanto, se não tiver Caixa suficiente, sua sobrevivência, mesmo à Curto Prazo, estará ameaçada. 35 A Gestão de Caixa é uma das mais importantes funções do Gestor Financeiro de uma empresa, pois tudo o que nela acontece tem reflexo sobre seu caixa. O conceito de caixa abrange as disponibilidades financeiras da empresa além de aplicações com alta liquidez. Nos últimos anos a importância atribuída à Gestão Financeira de Caixa, apresentou um acentuado crescimento. A principal razão para isso foi o crescimento da diferença entre Lucro e Caixa verificada nas empresas. Uma das metas da Administração Financeira é reduzir as necessidades de caixa da empresa e, conseqüentemente, de Capital de Giro. Para atingir esse objetivo, o administrador financeiro lida com três parâmetros de gerência de caixa: - ciclo de caixa, - giro de caixa, - caixa mínimo operacional. A partir de cálculos simples realizados com esses parâmetros, pode ser prevista de forma direta a necessidade de caixa e capital de giro da empresa e sua distribuição ao longo do tempo. Será descrito cada parâmetro, de modo a se ter uma idéia mais concreta para fazer previsões da necessidade de caixa com a utilização do Fluxo de Caixa. Os parâmetros de caixa embora forneçam projeções de necessidade de caixa menos exata, são mais ricos em termos de possibilidades de análise e implementação e solução para os problemas de caixa. Assim, estes métodos devem ser entendidos como complementares. 36 1. Ciclo de Caixa O ciclo de caixa de uma empresa pode ser definido com o período de tempo entre o momento em que a empresa efetua o desembolso necessário à realização e alguma verdade e o momento em que esta venda é recebida. Este é influenciado por suas características de produção, operação e comercialização. No caso de uma indústria, supondo que a fabricação começa imediatamente após a compra da matéria prima e que a venda é realizada logo após a fabricação, o ciclo de caixa é calculado a partir dos prazos médios de fabricação e estocagem e dos prazos médios de pagamento de compras e de recebimento da vendas. Numa empresa varejista, o prazo médio de estocagem e os prazos médios de pagamento e recebimento, definem seu ciclo de caixa. O ciclo de caixa de uma empresa prestadora de serviços, na maioria dos casos, é afetado apenas pelos prazos médios de pagamento e recebimento. Como as empresas têm vários prazos diferentes para pagamento aos diversos fornecedores e recebimento junto aos clientes, o ciclo de caixa é determinado com base nos prazos médios de pagamento e recebimento.As empresas que têm um ciclo de caixa curto possuem uma menor necessidade de Capital de Giro. Por este motivo, é recomendável que as empresas encurtem seu ciclo de caixa. 37 Para o cálculo do ciclo de caixa de uma empresa, precisamos considerar as seguintes variáveis: - prazo de pagamento das compras (PC) - prazo de produção e estocagem (PE) - prazo de recebimento das vendas (PRV) O ciclo de caixa (CC), é calculado pela seguinte fórmula. CC = (PE + PR) – PC Quando a empresa opera sem estoques, como é o caso da maioria das empresas prestadoras de serviço, o prazo médio de produção e estocagem (PE) é considerado igual a zero. Sendo uma empresa varejista, e ele; o prazo médio de produção e estocagem corresponderá apenas à idade média de seus estoques, já que este tipo de empresa não tem processo de produção. 38 2. Giro de Caixa O giro de caixa é um parâmetro relacionado com o ciclo de caixa e que indica quantas vezes ao longo de um ano ocorre o revezamento do caixa da empresa. Se considerarmos um ano tendo 360 dias, o Giro de Caixa (GC), é dado pelo quociente entre 360 e o Ciclo de Caixa (CC). GC = ( 360 / CC ) É desejável que a empresa tenha um alto giro de caixa de modo a reduzir sua necessidade de capital de giro. 3. Caixa Mínimo Operacional O menor valor de caixa de que uma empresa necessita para funcionar, sem utilizar capital de terceiros, é denominado Caixa Mínimo Operacional. Ele é representado por depósitos bancários à vista e aplicações financeiras de resgate imediato. O Caixa Mínimo Operacional pode ser calculado a partir da projeção do Desembolso Anual de Caixa (DAC) da empresa, dividido pelo seu Giro de Caixa (GC). Esse cálculo requer a projeção de lucro da empresa para o ano e também a destinação desse lucro. A projeção de desembolso anual deve abranger o pagamento a fornecedores e o desembolso com custos operacionais. 39 A fórmula utilizada para cálculo do Caixa Mínimo Operacional (CMO) é a seguinte: CMO = ( DAC / GC ) Podemos descrever após análise dos parâmetros, que o Planejamento de Caixa de uma organização tem alguns objetivos a atingir, dentre os quais podemos destacar o nível ótimo de caixa, o aumento do volume de caixa em situações de crise e o máximo retorno sobre os recursos financeiros ociosos Quando a empresa mantém um saldo de caixa elevado, a capacidade de liquidar seus compromissos financeiros, inclusive os imprevistos, fica fortalecida. Entretanto, esta facilidade tem um custo. Os ativos permanentes da empresa têm um retorno maior do que os ativos correntes. Os saldos de caixa são ativos correntes, assim quando uma empresa mantém um saldo de caixa elevado, aumenta sua proteção contra imprevistos, mas reduz a rentabilidade. Um determinado volume de vendas pode ser conseguido com diversos volumes de caixa. O menor desses volumes é o nível ótimo de caixa. Foi mostrado antes que o giro de caixa é igual a 360 divididos pelo número de dias do ciclo de caixa. Desse modo, para aumentar o giro de caixa é necessário diminuir o número de dias do ciclo de caixa. Este encurtamento do ciclo de caixa pode ser conseguido com as seguintes medidas: - a aceleração das entradas de caixa e retardamento das saídas de caixa. 40 A Aceleração das Entradas de Caixa A aceleração das entradas de caixa pode ser obtida com medidas destinadas a receber mais cedo as vendas ou produzir mais rápido para vender mais cedo. Isto pode ser conseguido com a redução dos prazos de faturamento, desde que não acarrete perda de mercado, esta parece ser uma ação mais direta para acelerar as entradas de caixa. Em virtude do preço das vendas faturadas, embutir à taxa de juros estimada para o período de crédito, à redução do prazo de faturamento pode exigir uma redução no preço de venda. Podem também ser utilizada, a antecipação do recebimento das faturas, cujas vendas efetuadas com um prazo definido para pagamento podem ser recebidas antecipadamente, mediante o oferecimento de um desconto à empresa compradora. O desconto por antecipação de pagamentos difere da redução do prazo de pagamento, pois o comprador só mudará um prazo já contratado se o desconto for compensador. Isto significa que a concessão do desconto acarreta um custo extra. Se optarmos pela diminuição do tempo entre o pagamento do cliente e entrada no caixa, iremos utilizar uma medida administrativa que visa encurtar o prazo para que os pagamentos efetuados pelos clientes se tornem disponíveis para a empresa. 41 Esse objetivo pode ser alcançado através de medidas sobre o processamento interno dos recebimentos (depositar rapidamente cheques ou dinheiro recebido) ou sobre a cobrança bancária da empresa. Neste último caso, para que o princípio da otimização do caixa prevaleça, pressupõe-se que a empresa conseguirá reduzir o prazo do float da cobrança através de negociação com o banco, sem incorrer em custos extras. Uma vez que a venda acontece após o término do ciclo de produção, se este for encurtado, a venda será antecipada, e conseqüentemente, também a entrada dos recursos financeiros correspondentes. A diminuição do ciclo de produção é uma atribuição da gerência de produção da empresa. Ela precisa estar sensibilizada para a importância dessa medida. O Retardamento das Saídas de Caixa. O retardamento das saídas de caixa pode ser conseguido com medidas destinadas a atrasar os pagamentos. Podem ser utilizados medidas de renegociação dos prazos de pagamentos com fornecedores e prestadores de serviço. Um fornecedor ou prestador de serviço pode ser convencido a conceder espontaneamente um prazo maior para o pagamento de suas duplicatas. Caso isto não seja possível, a empresa poderá negociar o pagamento de um custo financeiro pela extensão do prazo de pagamento. Quando o custo financeiro compensar e não afetar o crédito da empresa, o atraso de pagamentos pode ser adotado como medida para retardar as saídas de caixa. 42 Esta alternativa deve ser utilizada com bastante cuidado para anão provocar a desconfiança de fornecedores e prestadores de serviços, que poderiam retirar o crédito comercial ou torná-lo mais difícil. O aumento do giro de caixa e a conseqüente diminuição do caixa mínimo operacional, não aumentam diretamente o volume dos recursos financeiros e sim dá uma maior eficiência ao estoque de caixa já existente. A empresa continua a operar nos mesmos níveis que antes, mas diminui suas necessidades de caixa. Em situações de crise financeira, a empresa perde capacidade de negociar com seus clientes e fornecedores as medidas capazes de reduzir o ciclo de caixa. Em conseqüência, aumenta seu giro de caixa. A insuficiência de caixa pode ser causada por um ou mais fatores, sendo os mais comuns: - redução do volume físico de vendas - redução ou defasagem de preços - elevação de custos - inadimplência dos clientes - encargos financeiros elevados - atraso no cronograma de implementação de projetos de investimentos, e - despesas extraordinárias. Nesses casos, a prioridade da empresa será aumentar o volume de caixa à disposição, para atender aos seus compromissos financeiros. alternativas para que isto ocorra podem e devem ser tomadas. Algumas 43 Os ativos ociosos podem ser vendidos para permitir a geração de caixa. A principal desvantagem dessa medida é que sua implementação é geralmente demorada. Assim, a empresa não pode contar com essa alternativa para cobrir necessidades emergentes e imediatas de caixa. O investimento em estoques é uma forma de imobilização de capital. Desse modo, quando ocorre uma redução de estoques na empresa, é verificada uma geração de caixa. A redução de estoques é uma medida de grande impacto sobre as atividades principais da empresa, como produção e vendas. Por isso, sua implementação requer a participação dessas áreas. Quando os preços praticados pela empresa estão defasados, sua recomposição a níveis reais permitirá a obtenção de um maior volume de receita, e, portanto, um maior volume de caixa. Se os preços não estiverem defasados, a tentativa de aumentá-los pode provocar uma queda ainda maior nas vendas e agravar a situação de caixa. Um programa de redução de custos conduz a um menor volume de saídas de caixa e, em conseqüência, aumenta o volume do mesmo. Quando a empresa consegue um prazo maior para pagamento de suas dívidas, ela adia as saídas de caixa correspondentes e, portanto, aumenta o volume de caixa. Embora o aumento de volume de caixa seja temporário, pode ser suficiente para que a empresa se ajuste financeiramente. As operações de engenharia financeira costumam ser utilizada com a finalidade de proporcionar o alongamento do perfil da dívida da empresa da maneira mais apropriada possível. 44 CONCLUSÃO O Sistema Financeiro Nacional, bem como todas as Instituições Financeiras e as Empresas, passarão ainda por processos e ajustes necessários de modo a otimizar custos, alavancar negócios e gerir maior lucro com vistas à participação maciça no Mercado onde atuam. Os grandes Bancos, as grandes Empresas desejam possuir hegemonia no Sistema, aprofundar sua rede de serviços e negócios. A despeito disto, A Administração Financeira tem ajudado discretamente a outras atividades empresariais, no sentido de minimizar os Custos das Empresas e manter o equilíbrio financeiro satisfatório para maximizar os Lucros. As ações gerenciais e contábeis, nas grandes empresas brasileiras que estão hoje no mercado altamente competitivo, necessitam de novos instrumentos de controle e planejamento financeiro aliados aos já antigos e existentes, que por si só não podem idealizar o futuro das mesmas. Os riscos sistêmicos do país, aliados a outros fatores que influenciam diretamente as Empresas, causam uma grande dúvida com relação a investimentos, manutenção e a sobrevivência das Empresas no novo mercado global. A administração Financeira, portanto cumpre papel importante no auxílio à tomada das decisões e ao enfoque contábil-financeiro orientando investimentos e ações que irão envolver as finanças das Empresas. 45 As Dez Estratégias Financeiras mais Consagradas. (Pelo Professor Edno Oliveira dos Santos em) (Administração Financeira da Pequena e Média Empresa) (Editora Atlas – RJ) 1. Manter o custo médio ponderado do capital menor do que a taxa de retorno do negócio. 2. Usar a alavancagem financeira na dosagem adequada, visando obter a relação ótima entre lucratividade x risco. 3. Manter um apropriado grau de endividamento, de modo a obter um valor de despesas financeiras compatível com a lucratividade obtida. 4. Manter um reduzido nível de estoques para minimizar os custos financeiros de imobilização do capital. 5. Utilizar capital de terceiros com custo financeiro reduzido. 6. Minimizar a necessidade de capital de giro mediante o emprego de técnicas que encurtem o ciclo de caixa. 7. Não manter ativos ociosos, de modo a eliminar o custooportunidade do capital investido. 8. Investir em projetos que tenham uma relação ótima entre risco e retorno. 9. Captar recursos financeiros com o adequado timing de entrada em caixa e de re-pagamento. 10. Obter um adequado grau de giro dos ativos operacionais, visando maximizar a receita por eles gerada. 46 BIBLIOGRAFIA - Engenharia Econômica – 10 edição Geraldo Hess, L. C. Rocha Paes, José Luiz Marques e Abelardo Puccini. Editora Difel – Difusão Editorial S. A. - Matemática Financeira – 4 edição Samuel Hazzan e José Nicolau Pompeo - Rapina – 2 edição Ivan SANT’ANNA Editora Record - Jornais: Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Jornal do Comércio e Suplementos de Economia dos Jornais O Globo e Jornal do Brasil. 47 - Apostilas de Cursos e Anotações de Palestras e Seminários: Andima, Ibemec, Ief, SSJ, Aberj, Abamec, Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. - Revistas: Banco Hoje, Veja, Isto é, Exame, Anuário da Gazeta Mercantil (Suplemento) - Sites da Internet: Patagon, Investshop, Infoinvest, Bovespa, Bvrj e outros de diversas Instituições Financeiras. - Administração Financeira da Pequena e Média Empresa Edno Oliveira dos Santos Editora Atlas - Orçamento Empresarial – Planejamento e Controle do Lucro Glenn A. Welsch Editora Atlas 48 - A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileiras Michel Fleuriet Editora Fundação Dom Cabral - Princípios de Administração Financeira Lawrence J. Gitman Harper & How do Brasil - Fundamentos de Administração Financeira James C. Van Horne Prentice-Hall do Brasil - Contabilidade Introdutória Sérgio de Iudicibus e outros Editora Atlas - Custo com Ferramenta Gerencial Conselho Regional de Contabilidade – SP/ IBRACON Editora Atlas 49 ATIVIDADES EXTRACLASSE 50 ÍNDICE Introdução 08 Capítulo I 09 Os Níveis das Funções Financeiras e as Informações. 09 a 10 Capítulo II 11 O Planejamento Estratégico. 11 a 20 Capítulo III 21 O Planejamento Orçamentário. 21 a 26 Capítulo IV 27 Os Índices Financeiros. 27 a 33 Capítulo V 34 A Administração de Caixa. 34 a 43 Conclusão 44 As Dez Estratégicas mais Consagradas 45 Bibliografia 46 a 48 Atividades Extra-Classes 49 Índice 50