Jose Dias Resende Junior ANÁLISE DAS MUTAÇÕES DOS GENES HFE, FATOR V DE LEIDEN, PROTROMBINA, GLUTATHIONA-S TRANSFERASE, METILENOTETRAHIDROFOLATO-REDUTASE E O RISCO DE DOENÇA VENO-OCLUSIVA HEPÁTICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências. São Paulo 2010 Jose Dias Resende Junior ANÁLISE DE POLIMORFISMOS DOS GENES HFE, FATOR V DE LEIDEN, PROTROMBINA, GLUTATHIONA-S TRANSFERASE, METILENOTETRAHIDROFOLATO-REDUTASE E O RISCO DE DOENÇA VENO-OCLUSIVA HEPÁTICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do título de Mestre em Ciências. Orientador: Prof. Dr. José Salvador Rodrigues de Oliveira. Co-orientadora: Profª. Drª. Maria Stella Figueiredo. São Paulo 2010 Junior, José Dias Resende Análise de polimorfismos dos genes HFE, fator V de Leiden, protrombina, glutationa-S transferase, metilenotetrahidrofolato e o risco de doença veno-oclusiva hepática em pacientes submetidos a transplante alogênico de células tronco hematopoiéticas: Estudo clínico observacional. / José Dias Resende Junior. – São Paulo, 2009. xxiv, 113f. Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Hematologia. Título em Inglês: Analysis genetic polymorphisms of HFE, prothrombin, factor V Leiden, methylenetetrahydrofolate reductase, glutathione S-transferase in hepatic veno-occlusive disease after hematopoietic stem cell transplantation: a observe clinical study. 1. Transplante de Medula Óssea. 2. Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas. 3. Transplante Homólogo. 4. Fatores de Risco. 5. Hepatopatia Veno-Oclusiva. 6. Polimorfismo Genético UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE HEMATOLOGIA Chefe da disciplina de Hematologia e Hemoterapia: Profª. Drª. Maria Stella Figueiredo Chefe departamento de oncologia clínica e experimental: Prof. Dr. José Orlando Bordin. iii Jose Dias Resende Junior ANÁLISE DA MUTAÇÃO DOS GENES HFE, FATOR V DE LEIDEN, PROTROMBINA, GLUTATHIONA-S TRANSFERASE, METILENOTETRAHIDROFOLATO-REDUTASE E O RISCO DE DOENÇA VENO-OCLUSIVA HEPÁTICA EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS Presidente da banca: Prof. Dr. Jose Salvador R. De Oliveira BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Fábio Rodrigues Kerbauy Prof. Dr. Helio Moraes de Souza Prof. Dr. Israel Bendit Prof. Dr. Celso Arrais Rodrigues da Silva iv Dedicatória Aos meus pais, pelo exemplo de ética e moral. v À Ludmilla, pelo amor, companheirismo, amizade e paciência. vi Ao meu filho João Gabriel, pelo amor incondicional. vii Agradecimentos Ao Prof. Dr. Jose Salvador Rodrigues de Oliveira, por ter-me recebido, pela oportunidade a mim proporcionada, pela orientação científica e pelos ensinamentos em Transplante de Medula Óssea. À Profª. Drª. Maria Stella Figueiredo, pelos conselhos, pela atenciosa ajuda, pelo apoio, pela leitura crítica e contribuições apresentadas. À Profª. Drª. Mihoko Yamamoto, por seus ensinamentos. À enfermeira Maria Aparecida, pela amizade, pela confiança e pela enorme dedicação em todos os momentos desse trabalho. À Profª. Drª. Maria Gerbase de Lima e sua equipe, pela cooperação e pela possibilidade de realização dos exames em seu Laboratório. Ao Prof. Dr. José Orlando Bordin, pelo estímulo à pesquisa, pelo exemplo e pelo apoio. À Profª. Drª. Maria de Lourdes L. Ferrari Chauffaille, pelos seus preciosos ensinamentos. À Profª. Drª. Gisele Wally Braga Colleoni, pelo apoio e estímulo constantes. Ao Adriano, pela amizade,disponibilidade e pela parceria durante esse estudo. A Drª. Adriana Seber, Medica Responsável pela Unidade de Transplante de Medula Óssea do Graac/IOP, pela inclusão de pacientes desta Instituição no estudo. Ao Wolnei, pela presença constante como amigo e profissional, em todas as etapas deste estudo, partilhando os momentos de incertezas e de acertos. viii Aos amigos Rodrigo Pavani e Alex Sandes, pela amizade e companheirismo desde os primeiros anos dessa jornada. Aos amigos Carlos, Márcio e Klaus, pela amizade e parceria. A Bruna e Arthur pela disponibilidade, companherismo e parceria Aos amigos pós-graduandos, residentes, médicos e funcionários da Disciplina de Hematologia e Hemoterapia da UNIFESP, pela convivência agradável. Aos colegas do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do Hospital Santa Marcelina, pela amizade e apoio. Aos pacientes, que consentiram e fizeram parte deste estudo, pelo carinho e comprometimento com o tratamento, e a intensa e viva disponibilidade em colaborar com os avanços da medicina. Ao Hospital Santa Marcelina e à comissão de ensino e pesquisa, pela disponibilidade, companheirismo e amizade das irmãs Marcelinas. ix Esse trabalho foi desenvolvido com apoio financeiro da CAPES Processo no.: 0510596 x Sumário Dedicatória ............................................................................................................................ v Agradecimentos ................................................................................................................... viii Lista de figuras .................................................................................................................... xv Lista de quadros .................................................................................................................. xvi Lista de tabelas................................................................................................................... xvii Lista de abreviaturas.......................................................................................................... xxiii Resumo ............................................................................................................................. xxiv 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 Doença venoclusiva hepática ......................................................................................... 2 1.2 Glutationa S-transferase ................................................................................................. 4 1.3 Gene HFE (Hemocromatose Hereditária) ....................................................................... 5 1.4 Mutação da protrombina ................................................................................................. 6 1.5 Fator V Leiden ................................................................................................................ 7 1.6 Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHF) ...................................................................... 7 2. OBJETIVOS.................................................................................................................... 10 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 13 3.1 Casuística..................................................................................................................... 14 3.2 Metodologia .................................................................................................................. 18 3.2.1 Extração e amplificação de DNA .............................................................................. 18 3.2.2 Identificação da presença do polimorfismo .............................................................. 19 3.2.3 Glutationa-S Transferase (GST) .............................................................................. 19 3.2.4 Gene HFE ................................................................................................................ 24 3.2.5 Mutação da protrombina 20210G→A e Fator V Leiden G1691A .............................. 28 3.2.6 Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) ............................................................. 30 3.3 Análise estatística......................................................................................................... 32 4. RESULTADOS ............................................................................................................... 33 4.1 Estudo dos polimorfismos............................................................................................. 34 4.1.1 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados ao Bussulfan ............... 34 4.1.2 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados a ciclofosfamida .......... 34 4.1.3 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados a TBI ........................... 35 4.1.4 Polimorfismo da GST - e condicionamentos Mieloablativos e Não-mieloablativos 36 4.1.5 Polimorfismo da GST - e uso de nutrição parenteral total ..................................... 36 4.1.6 Polimorfismo da GST - e positividade do receptor ao CMV ................................... 37 xi 4.1.7 Polimorfismo da GST - e enzimas hepáticas pré-TCTH do receptor ..................... 37 4.1.8 Polimorfismo da GST - e uso de vancomicina no TCTH ....................................... 38 4.1.9 Polimorfismo da GST - e grupos de diagnostico ................................................... 38 4.1.10 Polimorfismo da GST - e condicionammentos baseados em bussulfan................. 39 4.1.11 Polimorfismo da GST - e condicionamentos baseados em ciclofosfamida ............ 40 4.1.12 Polimorfismo da GST - e condicionammentos baseados em TBI .......................... 40 4.1.13 Polimorfismo da GST - e condicionamentos Mieloablativos e Não-mieloablativos 41 4.1.14 Polimorfismo da GST - e uso de nutrição parenteral total ..................................... 41 4.1.15 Polimorfismo da GST - e positividade do receptor ao CMV ................................... 42 4.1.16 Polimorfismo da GST - e enzimas hepaticas pré-TCTH ........................................ 42 4.1.17 Polimorfismo da GST - e uso de vancomicina ....................................................... 43 4.1.18 Polimorfismo da GST - e grupos de diagnóstico.................................................... 44 4.1.19 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados ao Bussulfan ............... 44 4.1.20 Polimorfismo da GST e condicionamentos relacionados a ciclofosfamida ............ 45 4.1.21 Polimorfismo da GST e condicionamentos relacionados a TBI ............................. 46 4.1.22 Polimorfismo da GST e condicionamentos mielo e não-mieloablativos ................. 46 4.1.23 Polimorfismo da GST e uso de nutrição parenteral total........................................ 47 4.1.24 Polimorfismo da GST e sorologia do receptor ao CMV ......................................... 47 4.1.25 Polimorfismo da GST e enzimas hepáticas pré-TCTH .......................................... 48 4.1.26 Polimorfismo da GST e uso de vancomicina ......................................................... 48 4.1.27 Polimorfismo da GST e grupos de diagnostico...................................................... 49 4.1.28 Fator V de Leiden (Fator V Leiden G1691A) e condicionamento com Bussulfan .... 50 4.1.29 Fator V de Leiden e condicionamento com ciclofosfamida ....................................... 50 4.1.30 Fator V de Leiden e condicionamento com TBI ........................................................ 51 4.1.31 Fator V de Leiden e condicionamentos mielo e não-mieloablativos ......................... 51 4.1.32 Fator V de Leiden e uso de nutrição parenteral total ................................................ 52 4.1.33 Fator V de Leiden e sorologia do receptor ao CMV .................................................. 52 4.1.34 Fator V de Leiden e enzimas hepáticas pré-TCTH................................................... 53 4.1.35 Fator V de Leiden e uso de vancomicina ................................................................. 53 4.1.36 Fator V de Leiden e grupos de diagnostico .............................................................. 54 4.1.37 Mutação da protrombina (mutação da protrombina 202021G→A ) e codicionamento contendo bussulfan ........................................................................ 55 4.1.38 Mutação da protrombina e condicionamento contendo ciclofosfamida ..................... 55 4.1.39 Mutação da protrombina e condicionamento contendo TBI ...................................... 56 4.1.40 Mutação da protrombina e condicionamentos mielo e não-mieloablativos ............... 56 4.1.41 Mutação da protrombina e uso de nutrição parenteral total ...................................... 57 4.1.42 Mutação da protrombina e sorologia do receptor ao CMV ....................................... 57 xii 4.1.43 Mutação da protrombina e enzimas hepaticas pre-TCTH ........................................ 58 4.1.44 Mutação da protrombina e uso de vancomicina ....................................................... 59 4.1.45 Mutação da protrombina e grupos de diagnostico .................................................... 59 4.1.46 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento contendo Bussulfan ............... 60 4.1.47 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento contendo ciclofosfamida ........ 61 4.1.48 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento com TBI................................. 61 4.1.49 Mutação HFE – H63D e tipo de condicionamento mielo e não-mieloablativo ........... 62 4.1.50 Mutação HFE – H63D e uso de NPT ....................................................................... 62 4.1.51 Mutação HFE – H63D e positividade ao CMV no receptor ....................................... 63 4.1.52 Mutação HFE – H63D e enzimas hepáticas pré TCTH ............................................ 63 4.1.53 Mutação HFE – H63D e uso de vancomicina ........................................................... 64 4.1.54 Mutação HFE – H63D e grupos de diagnóstico........................................................ 64 4.1.55 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo bussulfan ............... 65 4.1.56 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo ciclofosfamida ........ 66 4.1.57 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo TBI ......................... 66 4.1.58 Mutação HFE – S65C e tipo de regime de condicionamento ................................... 67 4.1.59 Mutação HFE – S65C e uso de Nutrição parenteral total ......................................... 67 4.1.60 Mutação HFE – S65C e positividade do receptor ao CMV ....................................... 68 4.1.61 Mutação HFE – S65C e enzimas hepáticas pré-TCTH ............................................ 68 4.1.62 Mutação HFE – S65C e uso de vancomicina ........................................................... 69 4.1.63 Mutação HFE – S65C e grupos de diagnóstico ........................................................ 69 4.1.64 Mutação MTHR C677T regime de condicionamento contendo Bussulfan ................ 70 4.1.65 Mutação MTHR C677T e regimes de condicionamento contendo ciclofosfamida. ... 71 4.1.66 Mutação MTHR C677T e regimes de condicionamento contendo TBI ..................... 71 4.1.67 Mutação MTHR C677T e tipos de condicionamentos mielo a não-mielo-ablativos ... 72 4.1.68 Mutação MTHR C677T e uso de nutrição parenteral ............................................... 73 4.1.69 Mutação MTHR C677T e positividade do receptor ao CMV ..................................... 73 4.1.70 Mutação MTHR C677T e enzimas hepáticas ........................................................... 74 4.1.71 Mutação MTHR C677T e uso de vancomicina ......................................................... 75 4.1.72 Mutação MTHR C677T e grupos de diagnósticos .................................................... 75 4.1.73 Resultados obtidos entre a associação de polimorfismos e características estudadas de predisposição à DVOH ...................................................................... 76 4.1.74 Polimorfismo da GST - e diagnóstico DVOH ........................................................ 78 4.1.75 Polimorfismo da GST - θ e diagnóstico DVOH ........................................................ 78 4.1.76 Polimorfismo da GST - e diagnóstico DVOH ........................................................ 79 4.1.77 Fator V de Leiden e diagnóstico de DVOH............................................................... 79 4.1.78 Mutação Protrombina e diagnóstico de DVOH ......................................................... 80 4.1.79 Mutação HFE – H63D e diagnostico de DVOH ........................................................ 80 xiii 4.1.80 Mutação HFE S65C e diagnóstico de DVOH ........................................................... 81 4.1.81 Mutação MTHR C677T e diagnóstico de DVOH ...................................................... 81 4.1.82 Resultados analisados do estudo entre os polimorfismos e diagnóstico de DVOH .. 82 4.1.83 Regime de condicionamento contendo Bussulfan e DVOH ...................................... 82 4.1.84 Regime de condicionamento contendo Ciclofosfamida e DVOH .............................. 83 4.1.85 Regime de condicionamento contendo TBI e DVOH .............................................. 83 4.1.86 Análise dos tipos de condicionamentos e DVOH ..................................................... 84 4.1.87 Análise do uso de NPT e DVOH. ............................................................................. 85 4.1.88 Análise da positividade sorológica do receptor ao CMV versus DVOH .................... 85 4.1.89 Análise de alteração de enzimas hepáticas no pré-TCTH versus DVOH ................ 86 4.1.90 Análise do uso de vancomicina e DVOH .................................................................. 86 4.1.91 Resultados da análise entre as variáveis de interesse do estudo e DVOH .............. 87 5. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 94 6. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 103 7. ANEXOS ....................................................................................................................... 106 8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 109 Abstract Bibliografia consultada xiv Lista de figuras Figura 1. Metabolismo da homocisteína................................................................................ 9 Figura 2. PCR GST P1. ...................................................................................................... 23 Figura 3. PCR GST M1 e T1. .............................................................................................. 23 Figura 4. PCR e Digestão C282Y. ...................................................................................... 27 Figura 5. Produtos da digestão do polimorfismo HFE H63D com a enzima de restrição Dpnll ou Mbol (Ferramentas). .............................................................................. 27 Figura 6. Produto da Digestão do polimotfismo HFE S65C com a enzima de restrição HinfI. .................................................................................................................... 28 Figura 7. Produto do PCR Multiplex para o Gene da Protombina. ...................................... 29 Figura 8. Produto do PCR multiplex para o Gene do Fator V de Leiden. ............................ 30 Figura 9. Produto da digestão com a enzima de restrição Hinfl do PCR do Polimorfismo MTHFR C677T. ................................................................................................... 32 xv Lista de quadros Quadro 1. Critérios diagnósticos de DVOH ....................................................................... 15 Quadro 2. Seqüência de primers utilizados para amplificação dos genes GST- μ e GST- θ, seu sentido e tamanho do produto obtido. .......................................... 19 Quadro 3. Análise dos resultados da PCR multiplex para diagnóstico de polimorfismo dos genes GST- μ e GST- θ ............................................................................ 20 Quadro 4. Seqüência de primers utilizados para amplificação da GST- π, seu sentido e tamanho do produto obtido. .......................................................................... 21 Quadro 5. Detalhamento da enzima de restrição utilizada para identificação do polimorfismo do gene GST- π e fragmentos obtidos após digestão. ................ 22 Quadro 6. Relação dos primers, sentido e tamanho do produto da PCR para as mutações C282Y, H63D e S65C do gene HFE ................................................ 24 Quadro 7. Mutação do gene HFE analisada, localização, enzima de restrição utilizada e seqüência de clivagem específica. ................................................................ 25 Quadro 8. Fragmentos obtidos após digestão do produto de PCR e seu significado. ....... 26 Quadro 9. Características mutação Protrombina (G20210A) e FVLeiden. ........................ 29 Quadro 10. Seqüência de primers utilizados para amplificação da MTHFR, seu sentido e tamanho do produto obtido. .......................................................................... 30 Quadro 11. Detalhamento da enzima de restrição utilizada para identificação da mutação C677T da MTHFR e fragmentos obtidos após digestão. ................... 31 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença veno-oclusiva hepática. .............................................. 88 xvi Lista de tabelas Tabela A. Caracteristicas clínicas do estudo. ......................................................................16 Tabela 1. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento BU. .................................................................................................................... 34 Tabela 2. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento CY. .................................................................................................................... 35 Tabela 3. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento TBI. ................................................................................................................... 35 Tabela 4. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Tipo de condicionamento. .............................................................................................. 36 Tabela 5. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e NPT. ............................ 36 Tabela 6. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e positividade ao receptor ao CMV. .............................................................................................. 37 Tabela 7. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Enzimas Hepaticas Pré TCTH do receptor. ...................................................................................... 37 Tabela 8. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e uso de Vancomicina. ... 38 Tabela 9. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e grupos de diagnostico. ....................................................................................................... 39 Tabela 10. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento BU. .................................................................................................................... 39 Tabela 11. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento CY. .................................................................................................................... 40 Tabela 12. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento TBI. ................................................................................................................... 40 Tabela 13. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. ............................................................................... 41 xvii Tabela 14. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e NPT. ............................ 42 Tabela 15. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e positividade do receptor ao CMV ............................................................................................... 42 Tabela 16. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e enzimas hepáticas pré-TCTH. ......................................................................................................... 43 Tabela 17. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e uso da vancomicina. .... 43 Tabela 18. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Diagnóstico. ................. 44 Tabela 19. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos baseados em bussulfan. .................................................................................... 45 Tabela 20. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos baseados em CY. .............................................................................................. 45 Tabela 21. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos com TBI. ................................................................................................................... 46 Tabela 22. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e Tipo de condicionamento. .............................................................................................. 47 Tabela 23. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e NPT. .............................. 47 Tabela 24. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e sorologia do receptor ao CMV. ............................................................................................................ 48 Tabela 25. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e enzimas hepática préTCTH................................................................................................................. 48 Tabela 26. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e Vancomicina. ................. 49 Tabela 27. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e grupos de diagnostico. ... 49 Tabela 28. Distribuição da amostra quanto às variáveis. .................................................... 50 Tabela 29. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Condicionamento - CY... 50 Tabela 30. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Condicionamento - TBI. . 51 xviii Tabela 31. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. ............................................................................... 52 Tabela 32. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e NPT ............................... 52 Tabela 33. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e sorologia do receptor ao CMV. ............................................................................................................ 53 Tabela 34. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Enzima Hep. Pré TCTH................................................................................................................. 53 Tabela 35. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e uso de vancomicina. ..... 54 Tabela 36. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e grupos de diagnostico. .. 54 Tabela 37. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e Condicionamento - BU. .................................................................................................................. 55 Tabela 38. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e Condicionamento com CY. ................................................................................ 55 Tabela 39. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e Condicionamento com TBI. ............................................................................... 56 Tabela 40. Distribuição da amostra quanto às variáveis mutação da protrombina e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. .................................................. 57 Tabela 41. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e NPT. .. 57 Tabela 42. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e sorologia do receptor ao CMV. .............................................................................................. 58 Tabela 43. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e enzimas hepáticas pré-TCTH. ......................................................................................... 58 Tabela 44. Distribuição da amostra quanto às variáveis mutação da protrombina e uso de vancomicina. ................................................................................................ 59 Tabela 45. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e grupos de diagnóstico. ...................................................................................... 60 xix Tabela 46. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento com Bu .............................................................................................................. 60 Tabela 47. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento-CY. ....................................................................................... 61 Tabela 48. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento-TBI. ....................................................................................... 61 Tabela 49. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Tipo de condicionamento. .............................................................................................. 62 Tabela 50. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e NPT. ..................... 62 Tabela 51. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e CMV Recp. ........... 63 Tabela 52. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Enzima Hep. Pré TCTH................................................................................................................. 63 Tabela 53. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Vancomicina. ........ 64 Tabela 54. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Diagnóstico. .......... 65 Tabela 55. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e condicionamento com Bu. ............................................................................................................. 65 Tabela 56. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Condicionamento Cy ...................................................................................................................... 66 Tabela 57. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Condicionamento TBI. ................................................................................................................... 66 Tabela 58. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Tipos de condicionamentos.............................................................................................. 67 Tabela 59. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e NPT. ........................ 67 Tabela 60. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e CMV Recp. .............. 68 Tabela 61. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Enzima Hep. Pré TCTH................................................................................................................. 68 xx Tabela 62. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e uso de vancomicina. ..................................................................................................... 69 Tabela 63. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e grupos de diagnósticos ...................................................................................................... 70 Tabela 64. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e condicionamentos com Bu................................................................................. 70 Tabela 65. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e condicionamentos com CY. ............................................................................... 71 Tabela 66. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e Condicionamento - TBI. ..................................................................................... 72 Tabela 67. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e Tipos de condicionamentos mielo a não-mialoablativos. .................................................. 72 Tabela 68. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e NPT. ................... 73 Tabela 69. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e positividade do receptor ao CMV. .............................................................................................. 74 Tabela 70. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e enzimas hepáticas pré-TCTH. ......................................................................................... 74 Tabela 71. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e vancomicina. ...... 75 Tabela 72. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e grupos de diagnóstico. ....................................................................................................... 76 Tabela 73. Resultados do estudo de associação entre os polimorfismos e as demais características de interesse na pesquisa. .......................................................... 76 Tabela 74. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. ......................... 78 Tabela 75. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. ......................... 78 Tabela 76. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. ......................... 79 Tabela 77. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e DVOH ............................ 79 xxi Tabela 78. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e DVOH. .................. 80 Tabela 79. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e DVOH. .................. 80 Tabela 80. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e DVOH...................... 81 Tabela 81. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e DVOH ................. 81 Tabela 82. Resultados do estudo de associação entre os polimorfismos e a variável DVOH. ............................................................................................................... 82 Tabela 83. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - BU e DVOH. .. 83 Tabela 84. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - CY e DVOH. .. 83 Tabela 85. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - TBI e DVOH. . 84 Tabela 86. Distribuição da amostra quanto às variáveis tipos de condicionamentos: mieloablativo e não-mieloablativo versus DVOH. .............................................. 84 Tabela 87. Distribuição da amostra quanto às variáveis NPT e DVOH. .............................. 85 Tabela 88. Distribuição da amostra quanto às variáveis positividade sorológica do receptor ao CMV versus DVOH ......................................................................... 85 Tabela 89. Distribuição da amostra quanto às variáveis alterações de enzimas hepáticas pré-TCTH versus DVOH. ................................................................................... 86 Tabela 90. Distribuição da amostra quanto às variáveis uso de vancomicina versus DVOH ................................................................................................................ 87 Tabela 91. Resultados do estudo de associação entre as variáveis de interesse e a DVOH. ............................................................................................................... 87 xxii Lista de abreviaturas AIT Acidente isquêmico transitório AVCI Acidente vascular cerebral isquêmico DNA Ácido desoxirribonucléico MTHFR Metileno-tetrahidrofolato redutase RNA Ácido ribonucléico TVP Trombose venosa profunda TCTH Transplante de Medula Óssea Bu Bussulfan Cy Ciclofosfamida TBI Irradiação corporal Total HFE Hemocromatose hereditária DVOH Doença veno-oclusiva hepática GST Glutationa S-transferase PAI-1 Inibidor da ativação plasminogênio tPA Fator ativador do Plasminogênio THT Tetrahidrotiofeno HLA Antígeno de histocompatibilidade leucocitária xxiii Resumo Introdução: Polimorfismos genéticos estão associados com um aumento do risco de tromboembolismo venoso (TEV) e outras doenças cardiovasculares. Estudos prévios sugerem que a doença venooclusiva hepática (DVOH), que se desenvolve intra transplante de medula óssea pode ser atribuída à polimorfismos gênicos. Objetivos: Avaliar a correlação entre polimorfismos genéticos e o risco de doença venooclusiva hepática no transplante de medula óssea e a associação com a presença de variáveis como o uso de vancomicina, drogas citotóxicas usadas no regime de condicionamento, presença de disfução hepática anterior ao transplante, presença de infecção por citomegalovírus, e grupos de doenças avaliáveis. Pacientes e métodos: Este estudo caracteriza-se por um estudo clinico observacional multicêntrico. Foram avaliados 120 pacientes, submetidos a transplante alogênico de medula óssea. Cada paciente foi avaliado propectivamente para DVOH, confirmado pelo critério de Seattle modificado, idade variando de 2 a 65 anos. Fatores de risco para DVOH severo foram analisados usando modelos estatisticos de avaliação. Detectamos simultaneamente através de PCR seguido de digestão e detecção através de eletroforese em gel de agarose, mutação do HFE C282Y, H63D, S65C; MTHFR C677T; Fator V de Leiden, Protrombina 20210A e glutationa S-tranferase. Resultados: Neste estudo observacional de pessoas, submetidas a transplante de medula óssea alogênico, a presença de disfução hepática pré transplante foi um fator de risco significante para DVOH. Nós tambem observamos uma associação entre a presença de mutação HFE S65C e disfunção hepática. Conclusões: Em resumo, nossos dados sugerem que disfunção hepatica observada pré transplante de medula óssea é um fator de risco estatisticamente significante para DVOH e que a presença da mutação do HFE S65C apresenta uma tendência ao desenvolvimento de dano hepático. Contudo, não evidenciamos associação dos polimorfismos estudados com DVOH. Palavras chave: 1. Transplante de Medula Óssea. 2. Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas. 3. Transplante Homólogo. 4. Fatores de Risco. 5. Hepatopatia Veno-Oclusiva. 6. Polimorfismo Genético xxiv 1. INTRODUÇÃO Introdução |2 1.1 Doença venoclusiva hepática A doença venoclusiva hepática (DVOH) é uma síndrome clínica caracterizada por sobrecarga hídrica secundária à retenção renal de sódio, hepatomegalia dolorosa, rápido ganho ponderal, ascite e icterícia. Este quadro clínico se inicia, na maioria das vezes, dentro dos primeiros vinte dias após o transplante de célulastronco hematopoiéticas (TCTH). Alguns estudos relataram a ocorrência da DVOH tardia, que é conseqüente ao uso de regimes de condicionamento contendo bussulfan, onde as alterações sindrômicas são observadas após trinta dias. A incidência da DVOH varia de 10 a 60%, com mortalidade acima de 67% na forma grave (Kulkarni et al., 1999; DeLeve et al., 2002; Coppell et al., 2003; Senzolo et al., 2007). A DVOH é clinicamente classificada em: 1- DVOH leve, que é autolimitada e geralmente resolve-se sem tratamento; 2- DVOH moderada quando requer tratamento; mas usualmente os pacientes se recuperam e 3- DVOH severa que é definida como dano hepático não resolvido até o dia 100 pós -TCTH ou que tem evolução fatal (McDonald et al., 1993; Litzow et al., 2002; Coppell et al., 2003). A DVOH é resultado de lesões nas células endoteliais sinusoidais e nos hepatócitos da zona 3, do centro lobular do ácino hepático, desencadeadas por deposição de fibrina dentro do lúmen destes sinusóides e das vênulas hepáticas (Coppell et al., 2003). Não há consenso, na literatura médica vigente, na abordagem terapêutica desta síndrome. Entre as medidas profiláticas mais efetivas na redução da DVOH, as mais admitidas são a redução da intensidade do condicionamento e o maior fracionamento da irradiação corporal total. Medidas de suporte como balanço hídrico, hemodiálise, paracenteses e restrição protéica com lactulose oral são úteis para reduzir o risco de progressão para encefalopatia hepática (Kulkarni et al., 1999; DeLeve et al., 2002; Litzow et al. 2002; Coppell et al., 2003; Senzolo et al., 2007). Houve, entretanto, impacto no manuseio desta complicação com o emprego do defibrotide, ácido polideoxirribonucleico derivado de mucosa bovina, que tem propriedades fibrinolíticas e anti-trombóticas. O mecanismo de ação permanece Introdução |3 indeterminado, porém estudos “in vitro” e “in vivo” mostraram sua eficácia no estímulo à liberação da trombomodulina, do fator ativador tissular do plasminogenio (tPA), da prostaciclina e do prostaglandina E2, diminuição na geração de trombina, expressão do fator tissular, liberação do inibidor da ativação do plasminogenio (PAI1) e atividade de endotelina (Kulkarni et al., 1999; Park et al., 2002; Coppell et al., 2003; Senzolo et al., 2007; Tay et al., 2007). São fatores considerados como capazes de aumentar a predisposição à DVOH: 1)- Dano hepático pré-existente, secundário à irradiação abdominal, hepatite ativa, excessiva ingestão de álcool caracterizados por transaminases alteradas. 2)Segundo TCTH, responsável pelo aumento em 20 % na incidência da DVOH. 3)Regime de condicionamento de maior intensidade ablativa e terapia citotóxica empregada em tratamentos quimioterápicos anteriores. 4)-Tipo de transplante: estudos de coortes prospectivos e multicêntricos mostraram que receptores de transplantes alogênico são mais propensos a desenvolver DVOH do que no transplante autologo, 5)- Fatores genéticos como mutações e polimorfismos gênicos capazes de alterar o metabolismo das drogas usadas no regime de condicionamento (Kami et al. 1997; DeLeve et al., 2002; Vogelsang, Dalal, 2002; Coppell et al., 2003; Kumar et al., 2003). Dentre os fatores genéticos capazes de influir na incidência e/ou gravidade da DVOH destacam-se os polimorfismos da glutationa S-transferase (GST) (Bredschneider et al., 2002; Srivastava et al., 2004), mutações no gene associado à Hemocromatose hereditária (HFE) (Kallianpur et al., 2005), mutação do gene da protrombina e do fator V Leiden (Akar et al., 1997; Duggan et al., 1999; Bauduer, Lacombe, 2005), e polimorfismos da metilenotetrahidrofolato redutase (Friedman et al., 1999). Introdução |4 1.2 Glutationa S-transferase Muitos agentes citotóxicos usados em TCTH são metabolizados pelo fígado, órgão principal na patogênese desta síndrome. Os hepatócitos da zona 3 são ricos em GST e citocromo P450, mas contém baixos níveis de glutationa. Estas enzimas em conjunto com glutationa convertem as drogas em substancias estáveis, solúveis em água e depuram espécies oxigênio reativas. A relativa deficiência de glutationa na zona 3 do hepatócito e nas células endoteliais sinusoidais confere maior sensibilidade destas células à injúria pelas toxinas geradas durante o regime de condicionamento. Sabendo que muitas drogas citotóxicas usadas nos regimes de condicionamento são consideradas como fatores causais mais significantes para desenvolver DVOH, baixos níveis intrínsecos ou droga-induzido de glutationa em hepatócitos poderiam contribuir para este dano (Bredschneider et al., 2002; Srivastava et al., 2004). Os dois principais agentes citorredutores usados na terapia de condicionamento para TCTH, bussulfan e ciclofosfamida, envolvem a enzima glutationa s transferase (GST) e glutationa no processo de metabolização. A maior via de metabolização do bussulfan é a conjugação com glutationa na presença de GST e a oxidação do seu metabólito lipofílico resultante, tetraidrotiofeno (THT), pela enzima citocromo P450 antes da excreção deste. Por outro lado, a ciclofosfamida é inicialmente transformada pelo citocromo P 450 resultando no metabólito ativo 4hidroxi-ciclofosfamida, o qual requer glutationa e GST para promover o seu metabolismo. Portanto, essas enzimas são um elo metabólico entre estas duas drogas, que freqüentemente são usadas seqüencialmente no TCTH (Bredschneider et al., 2002; Srivastava et al., 2004). Existem quatro sub-famílias de GST descritas e denominadas GST A1, M1, T1 e P1, podendo estar associadas ao risco de desenvolvimento da DVOH. (Srivastava et al., 2004). Um estudo conduzido em 2004 por Srivastava e colaboradores, avaliou 114 indivíduos portadores de β-Talassemia maior, submetidos a TCTH, apresentando uma incidência aumentada de doença veno-oclusiva hepática em pacientes com o Introdução |5 polimorfismo nulo da Glutationa S-Transferase M1 comparado com o genótipo normal; isto foi devido ao dano dos hepatócitos mediado pelo metabolismo do bussulfan, através da diminuição do pool celular da glutationa. 1.3 Gene HFE (Hemocromatose Hereditária) Outro polimorfismo que pode estar relacionado à predisposição da DVOH, é a presença do alelo C282Y, associado a hemocromatose hereditária do tipo 1 (Kallianpur et al., 2005). A hemocromatose do tipo 1 é geralmente relacionada ao funcionamento inadequado da proteína transmembrana HFE, sendo que esta proteína normalmente permanece na membrana celular formando um complexo com receptor de transferrina, onde provavelmente inibe a interação receptor de transferrina (Kallianpur et al., 2005). Foram descritas várias mutações no lócus HFE, localizado no cromossomo 6, porém a mutação do alelo C282Y é a de maior relevância. Sua prevalência é de uma mutação em cada dez indivíduos, em heterozigose e um em cada duzentos e cinqüenta indivíduos, em homozigose. Esta mutação, que ocorre no nucleotídeo 845, resulta na troca do aminoácido 282 de cisteina para tirosina, diminuindo a densidade de proteína HFE na membrana celular. Os homozigotos evoluem com acúmulo de ferro e os heterozigotos estão mais predispostos a este acúmulo. Como conseqüência dessa alteração molecular tem-se a perda do mecanismo de restrição de incorporação do ferro plasmático em diferentes células, com seu conseqüente acúmulo intracelular do íon. Este acúmulo de ferro leva à liberação de Fe +2 das moléculas de ferritina, com posterior conversão citosólica em Fe +3 em processo que libera os radicais superóxidos e hidroxila livre. Após a conversão do superóxido em H2O2 pela superóxido dismutase tem-se o ataque e a peroxidação de lipídeos de membrana e de diversas organelas citoplasmáticas, como mitocôndrias e microssomos. Em situação de acúmulo intenso de ferro, a conseqüência inexorável é a perda de função dos órgãos alvos, que progressivamente vão sendo substituídos por fibrose (Kallianpur et al., 2005). Introdução |6 Portanto, o genótipo HFE C282Y, heterozigoto ou homozigoto, devido ao alto conteúdo de ferro hepático e níveis plasmáticos de ferro reativo, pode predispor a DVOH, pelo grande estresse oxidativo e depleção de antioxidantes hepáticos. (Kallianpur et al., 2005). Kallianpur et al. (2005), analisaram o genótipo HFE associado a fatores de risco como uso de vancomicina, regime de condicionamento e diagnóstico, em uma população de 166 pacientes, submetidos a TCTH – 30(18,07%) destes pacientes desenvolveram a DVOH pelos critérios de Baltimore; Daqueles 166 pacientes, 13 eram heterozigotos para HFE C282Y, dos quais cinco (38%) apresentaram DVOH; sete eram homozigotos para esta mutação, apresentando DVOH em 3(43%). Concluindo que pacientes portadores de pelo menos um genótipo mutado do polimorfismo C282Y, predispõe a DVOH como fator independente, sendo que os portadores em homozigose elevam este risco em relação aos heterozigotos. 1.4 Mutação da protrombina Outro fator genético descoberto em 1980, envolvido na etiologia do tromboembolismo, de herança autossômica dominante, caracterizado pela transição da arginina pela glutamina no nucleotídeo 20210 na região 3’ do gene do fator 2 da coagulação, foi associado ao aumento de protrombina. O aumento da protrombina resulta em formação aumentada de trombina e maior risco de tromboembolismo venoso (TEV). A mutação da protrombina, G20210A, é encontrada em 1-3% de indivíduos da população geral, e em 6-18% de pacientes com tromboembolismo venoso, sendo considerada a segunda anormalidade genética mais freqüente associada ao TEV (Duggan et al., 1999; Bauduer, Lacombe, 2005). Devido ao excesso de geração de trombina, levando ao estado de hipercoagulabilidade secundário à variação genética, pode haver dano do endotélio vascular hepático e predisposição a DVOH (Duggan et al., 1999; Bauduer, Lacombe, 2005). Em estudo desenvolvido por Duggan et al. (1999), analisando 209 pacientes submetidos a TCTH alogênico, encontrou-se um aumento de incidência do Introdução |7 polimorfismo da protrombina em pacientes que desenvolveram DVOH (13%), comparada a incidência da mutação na população geral que é de aproximadamente 1%, sugerindo um aumento do risco de DVOH. 1.5 Fator V Leiden O fator V é uma molécula que é neutralizada pela proteína C ativada, a qual funciona como enzima proteolítica, digerindo a molécula do fator V em três sítios. A presença da troca de G-A na posição 1691 do gene resulta na substituição de arginina por glutamina na posição do aminoácido 506, ocorrendo resistência à neutralização pela proteína C ativada. Esta mutação está associada a um estado de hipercoagulabilidade e susceptibilidade aumentada para ocorrência de TEV. O fator V de Leiden, como é chamada esta mutação, aumenta o risco de trombose em aproximadamente três a oito vezes em heterozigose e 50 a 100 vezes em homozigose (Akar et al., 1997; Bauduer, Lacombe, 2005). Esta mutação é altamente prevalente em diversas populações, sendo o defeito genético mais freqüente envolvido na etiologia das trombofilias, podendo ser um fator predisponente a desenvolvimento de DVOH (Bauduer, Lacombe, 2005). Ertem e Akar (2000), analisando TCTH alogênico em 10 crianças com doenças diferentes, com presença de DVOH em 4 delas, notou-se a presença desta mutação em 3 pacientes. Conclui-se que a mutação do fator V de Leiden pode predispor a DVOH, apesar da pequena casuística estudada. 1.6 Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHF) A hiperhomocisteinemia é um fator de risco estabelecido para trombose venosa, sendo que variáveis genéticas e ambientais interagem para determinar os níveis plasmáticos de homocisteína. Causas adquiridas de hiperhomocisteinemia incluem deficiências nutricionais de vitaminas B6, B12, ácido fólico, idade avançada, IRC(Insuficiencia renal crônica) e uso de anti-folatos (Friedman et al., 1999). O alto consumo de metionina, tabagismo, consumo de café, uso de medicamentos Introdução |8 (metotrexato, ciclosporina, anticonvulsivantes), sexo, idade e a função tiroideana são importantes determinantes do nível da homocisteína (D'Angelo et al., 2003). Defeitos genéticos envolvendo a enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), que participa do metabolismo intracelular de homocisteína, resultam em deficiência enzimática e hiperhomocisteinemia. Numerosas mutações na Metilenotetrahidrofolato foram identificadas, mas duas delas merecem citação: MTHFR C677T (em homozigose) é associada à produção de uma proteína termolábil com atividade enzimática reduzida, resultando em hiperhomocisteinemia leve a moderada (Kang et al., 1988); e a mutaçao A1298C (Friedman et al., 1999) que apresenta atividade semelhante, sem contudo induzir a produção de enzima termolábil. Em uma metanálise (Den Heijer et al., 2005), foram analisados 53 estudos envolvendo 8364 casos, sobre a associação entre o genótipo 677TT da MTHFR e a ocorrência de TEV. O genótipo 677TT associou-se com aumento em 20% no risco (IC95% 8-32), quando comparado ao genótipo 677CC. De modo geral, portanto, existem evidências de uma modesta associação entre homocisteína e TEV. O risco associado ao genótipo 677TT na metanálise dos estudos não-americanos, favorece a hipótese de que essa associação seja causal e não conseqüência do evento trombotico e conseqüentemente, o desencadeando (Den Heijer et al., 2005), podendo com isso associar a presença do polimorfismo e predisposição à DVOH. Introdução |9 Proteína (dieta) Ácido Fólico CH3 THF CH3 Compostos Metilados Metionina MTR 5-10 MTHF Vit. B12 MTHFR 5 MTHF Homocisteína CBS REMETILAÇÃO Serina Vit. B6 Cisteína TRANSULFURAÇÃO THF: tetrahidrofolato; 5 MTHF: 5-metil-tetrahidrofolato; 5-10 MTHF: 5-10-metileno-tetrahidrofolato (Rodrigues, 2006). Figura 1. Metabolismo da homocisteína. Na via da remetilação, a homocisteína pode novamente originar a metionina, processo que é dependente das enzimas metileno-tetrahidrofolato redutase (MTHFR) e metionina sintase (MTR), da vitamina B12 e do folato. Na via de transulfuração, parte da homocisteína reage com a serina para formar a cistationina, em reação catalisada pela enzima cistationina -sintase (CBS) e seu cofator, a piridoxina (Friedman et al.,1999). 2. OBJETIVOS O b j e t i v o s | 11 1- Verificar a presença da mutação dos genes da glutationa S-transferase e da metilenotetrahidrofolato redutase e as mutações dos genes da HFE, protrombina e fator V Leiden em pacientes submetidos ao TCTH alogênico, e a eventual associação destes com a DVOH. 2- Avaliar a importância dos fatores genéticos acima citados na gênese e severidade da DVOH. 3- Correlacionar a presença de genes mutados e variáveis como: tipo de regime de condicionamento, uso de vancomicina, presença de citomegalovírus, uso de nutrição parenteral, alteração da função hepática, e o tipo de doenças englobadas, e o risco de desenvolver DVOH. O b j e t i v o s | 12 3. MATERIAL E MÉTODOS M a t e r i a l e M é t o d o s | 14 3.1 Casuística Este projeto utilizou amostras de sangue periférico de pacientes submetidos a TCTH, assim distribuídos: (UNIFESP/EPM), 41 41 pacientes do Hospital São Paulo (HSP) do Hospital Santa Marcelina (HSM) e 38 do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP-GRAAC), totalizando 120 amostras analisadas. Estas amostras foram obtidas no período pré - TCTH. Os dados clínicos dos pacientes foram compilados dos arquivos e bancos de dados das unidades de transplante destas instituições. 92 pacientes dispunham de DNA em biblioteca construída no laboratório de Histocompatibilidade da Disciplina de Imunogenética do Departamento de Pediatria da UNIFESP/EPM, onde pacientes e familiares têm seus testes de compatibilidade HLA executados. Esta biblioteca mantém alíquotas de DNA extraídas de células mononucleares de sangue periférico, obtidas no momento da tipagem HLA. A quantidade de DNA empregada em nossos ensaios foi de aproximadamente 80 - 100 nanogramas. Os demais vinte e oito pacientes tiveram suas amostras colhidas antes de iniciar o regime de condicionamento para o TCTH. Os pacientes que estiveram em seguimento pós -TCTH foram submetidos a termo de consentimento, os quais foram previamente assinados, autorizando que parte de seu DNA estocado fosse destinado a este estudo. Dos 120 pacientes avaliados, 62 eram do gênero masculino e 58 do gênero feminino; desses 11 eram portadores de Anemia Aplastica Severa, designados como Falência medular; 30 de Doenças Mieloproliferativas Crônicas (19 pacientes portadores de LMC, dos quais cinco (5) foram transplantados em fase crônica, 14 em fase acelerada, e 11 portadores de Síndrome Mielodisplásica). Analisamos 58 pacientes com leucoses agudas, sendo vinte e oito (28) LMA e trinta (30) LLA; 21 foram classificados como portadores de Doenças Linfoproliferativas Crônicas (uma Leucemia Linfoide Crônica(LLC), quatro Mieloma Múltiplo (MM), 14 Linfomas Não Hodgkin (LNH) e dois Linfoma de Hodgkin (LH) ). M a t e r i a l e M é t o d o s | 15 No diagnostico clinico e de severidade da DVOH foram seguidos os critérios adotados por Seattle Modificado (Shulmann, Hinterberger, 1992), como no quadro abaixo, sendo também colocado em destaque critérios utilizados por outros autores, com finalidade comparativa: Quadro 1. Critérios diagnósticos de DVOH 1 – Critério de Seattle (McDonald et al., 1984). Desenvolvimento de pelo menos 2 de 3 quadros clínicos apresentados abaixo: 1- Icterícia 2- Hepatomegalia com dor no quadrante superior do hipocôndrio direito. 3- Ascite e ou ganho de peso inexplicado. 2 – Critério de Baltimore (Jones et al., 1987). Desenvolvimento de hiperbilirrubinemia no soro > 2 mg/dL dentro de 21 dias após o TCTH e pelo menos 2 sinais clínicos e sintomas abaixo: 1. Hepatomegalia dolorosa 2. Ganho de peso superior a 5% do peso de entrada 3. Ascite. 3 – Critérios de Seattle Modificado (Shulman, Hinterberger, 1992). Desenvolvimento de pelo menos 2 de 3 quadros clínicos dentro de 20 dias após o TCTH: 1. Hiperbilirrubinemia no soro > 2 mg/dL 2. Hepatomegalia com dor no quadrante superior do hipocôndrio direito 3. Ganho de peso > 2% do peso de entrada devido à retenção de líquido. As características das variáveis analisadas que predispõem ao evento pesquisado, estão descritas abaixo, e sumarizadas na tabela A. 1. Regimes de condicionamento 1A-Regimes de condicionamento à base de ciclofosfamida (Cy) constituindose dos seguintes protocolos: [(Cy120mg/Kg + Mel140mg/m 2) (Smith, 2006); (Cy120mg/Kg + TBI1200) (Clift et al., 1991; Blaise et al., 1992); (Cy120mg/Kg + Bu16mg/Kg) (Copelan et al, 1992), (Cy150mg/Kg + Bu16mg/Kg + VP 16- M a t e r i a l e M é t o d o s | 16 1200/m2) (Spitzer et al., 1989); (Cy120mg/Kg + TBI1200 + Flu90mg/m2) (Storb et al., 2001). 1B- Regimes de condicionamento à base de busulfan, constituindo-se nos seguintes condicionamentos: [(Bu16mg/Kg + Cy120mg/Kg) (Copelan et al., 1992), (Bu16mg/Kg + Flu90mg/m2) (Iravani et al., 2007); (Bu 16mg/Kg + Cy150mg/Kg); (Bu16mg/Kg + Cy120mg/Kg + VP16 1200mg/m 2) (Spitzer et al., 1989); (Bu16mg/Kg + Mel200mg/m2); (Bu 8mg/Kg + ATG 40mg/Kg + Flu150mg/m2) (Schetelig et al., 2004). 1C- Regimes de condicionamento à base de irradiação corpórea total, aqueles que utilizaram TBI com: [(TBI1200 + Cy120mg/Kg) (Clift et al., 1991; Blaise et al., 1992); (TBI1320 + Cy120mg); (TBI + Mel140mg/m2). Outros protocolos: (Flu90mg/m2 + Mel140mg/m2); (Ida-Flag); (Bu8mg/Kg - 2 ATG40mg/Kg + Flu150mg/m ) (Schetelig et al., 2004). 1D- Os seguintes protocolos Cy120mg/Kg + Mel140mg/m 2; Cy120mg/Kg + TBI1200; Cy120mg/Kg + Bu16mg/Kg; Cy150mg/Kg + Bu16mg/Kg + VP161200/m2 ; Cy120mg + TBI1200 + Flu90mg/m2; Bu16mg/Kg + Cy120mg/Kg; Bu16mg/Kg + Flu90mg/m2; Bu16mg/Kg + Cy150mg/Kg; Bu16mg/Kg + Cy120mg + VP16- 1200mg/m2; Bu16mg/Kg + Mel20mg/m2; TBI1200 + Cy120mg; TBI1320 + Cy120mg/Kg; TBI1200 + Mel140mg/m 2 (Bearman et al., 1993) foram considerados como mieloablativos. 1E- Os os protocolos Mel100mg/m2; Flu90mg/m2 +TBI1200; Flu90mg/m2 + Mel140mg/m2; Ida-Flag; Bu8mg/Kg + ATG40mg/Kg + Flu150mg/m 2 foram considerados como não-mieloablativos. 2. Uso de NPT(Nutrição parenteral). A indicação de NPT ocorreu nos pacientes com as seguintes condições clínicas: mucosite grau II ou superior, perda ponderal de 10% do peso de entrada, náuseas e vômitos incoercíveis e diarréia persistente. 3. Sorologia pré-TCTH do receptor para o citomegalovirus (McDonald et al., 1993; Kami et al., 1997). M a t e r i a l e M é t o d o s | 17 4. Alterações de função hepática pré-TCTH. A alteração de TGP e TGO foi considerada como variável de risco para toxicidade e DVOH (Jones et al.,1987; McDonald et al., 1993; Kami et al.,1997). 5. O uso da vancomicina pré-TCTH e intra-TCTH (McDonald et al., 1993). 6. As doenças foram agrupadas em: A – Leucose Aguda. B – Doenças Mieloproliferativas Crônicas, C – Doenças Linfoproliferativas Crônicas. D – Falência Medular. As variáveis acima citadas, a associação entre elas e os polimorfismos foram analisados como fatores de risco para DVOH. Tabela A. Caracteristicas clínicas do estudo. Centro de Transplante Idade Características Frequência (%) HSP 1-41(34%) CSSM 2- 41(34%) IOP-GRAAC 3- 38(32%) Minimo 2 anos Máximo 69 anos Média 28,5 anos Masculino 62(52%) Feminino 58(48%) Leucose Aguda 58(48%) Doenças Mieloproliferativas Crônicas 30(25%) Doenças Linfoproliferativas Crônicas 21(18%) Falências Medulares. 11(9%) Bussulfan (Sim/Não) 67/53(56%/44%) p = 0,17 Ciclofosfamida (Sim/Não) 92/28(77%/23%) p = 0,17 Irradiação corpórea total (Sim/Não) 37/83(31%/69%) p = 0,85 Mieloablativo 91(76%) Não Mieloablativo 29(24%) Sim 43(26,7%) Não 76(63,3%) Sim 65(54%) Não 55(46%) Sexo Valor p p = 0,16 Diagnosticos Regimes de Condicionamento contendo: Tipo de TCTH p = 0,41 NPT p = 0,11 Vancomicina p = 0,19 M a t e r i a l e M é t o d o s | 18 Positivo 102(86%) negativo 17(14%) Elevada 1 – 12 Normais 2 – 108 CMV receptor p = 0,63 TGO/TGP/FA/GGT/Ferritina O trabalho foi aprovado pelos Comitês de Ética das Instituições participantes (Anexo 1). Os pacientes em seguimento após o transplante assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2). 3.2 Metodologia 3.2.1 Extração e amplificação de DNA O DNA foi extraído através do método DTAB/CTAB (dodecyl trimethylammonium bromide/cetyl trimethyl –ammonium bromide) de acordo com Gustincich et al. (1991). Em um tubo de 2 ml foram colocados 450 l de sangue total e 450 l de solução de DTAB (dodecyl trimethyl-ammonium bromide) a 12%. Após incubação em banho-maria a 68º C, por 5 minutos, foram adicionados 900 l de clorofórmio e imediatamente agitado o tubo em vórtex. Os tubos foram centrifugados a 10.000 rpm, durante 2 minutos, resultando na separação do material em três fases. Aproximadamente 500 l da fase superior foram transferidos para um tubo de 1,5 ml, contendo 900 l de H2O destilada e 100 l de CTAB (cetyl trimethyl-ammonio bromide) a 5%,que foi invertido até que o precipitado de DNA-CTAB estivesse formado. Após centrifugação a 10.000 rpm, por 2 minutos, o pellet de DNA foi dissolvido em 300 l de solução de NaCl 1,2 M. Foram adicionados a seguir 750 l de etanol 99,5 % e, inverteu-se o tubo manualmente por 1 ou 2 minutos, sendo o DNA novamente precipitado. A amostra foi centrifugada a 13.000 rpm, durante 2 minutos. O sobrenadante foi descartado e o DNA lavado mais uma vez com 1 ml de etanol 70%, seguindo-se centrifugação a 13.000 rpm, por 2 minutos. O sobrenadante foi descartado e o DNA, dissolvido em 50 a 200 l de H2O destilada. M a t e r i a l e M é t o d o s | 19 A concentração final do DNA foi de aproximadamente 100 ng/l e foi medida através de um espectrofotômetro (UltroSpec III, Pharmacia Biothech, Uppsala, Suécia) por meio da leitura das absorbâncias a 260, 280 e 320 nm. A pureza do DNA foi determinada pela razão (A260/A280), que esteve entre 1,65 e 1,80 (Gustincich et al., 1991). 3.2.2 Identificação da presença do polimorfismo A partir do DNA extraído, foram utilizadas diferentes estratégias diagnósticas, a partir da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), para análise dos polimorfismos dos genes HFE, Fator V, Protrombina, Glutathiona-S Transferase (GST) e Metilenotetrahidrofolato-redutase (MTHFR). Em todas as amplificações utilizou-se termociclador Gene Amp/PCR System 9700 (Applied Biosystems). 3.2.3 Glutationa-S Transferase (GST) Os genes da GST mu e teta, (GST- μ e GST- θ) respectivamente, foram amplificados por PCR multiplex (Wilson et al., 2000). O polimorfismo do gene GST π, foi identificado pela PCR seguido de digestão com enzima específica (Lu et al., 2006). Para identificação do polimorfismo dos genes GST- μ e GST- θ foram utilizados primers específicos além de primers para o gene da globina beta que serviu como controle interno da reação, conforme descrito na Quadro 2. Quadro 2. Seqüência de primers utilizados para amplificação dos genes GST- μ e GST- θ, seu sentido e tamanho do produto obtido. Primer Seqüência Tamanho GST- μ GST μ (sense) 5' GAACTCCCTGAAAAGCTAAAGC 3' GST μ (antisense) 5' GTTGGGCTCAAATATACGGTGG 3' GST- θ 215 pb M a t e r i a l e M é t o d o s | 20 GST θ (sense) 5' TTCCTTACTGGTCCTCACATCTC 3' GST θ (antisense) 5' TCACCGGATCATGGCCAGCA 3' 480 pb -globina H5 (sense) 5’ – GAAGAGCCAAGGACAGGTAC – 3´ H6 (antisense) 5’ – CAACTTCATCCACGTTCACC – 3’ 268 pb Esta reação foi feita para um volume final de 50l utilizando-se 0,2mM de cada DNTP; 10pmol de cada primer; 2,5mM de MgCl2; 100ng DNA genômico e 1,25U de Taq Polimerase (DNA polimerase termo estável, Invitrogen). Após desnaturação inicial de 2 minutos a 95ºC, foram realizados 40 ciclos assim determinados: desnaturação a 94°C por 1 minuto, anelamento a 58°C por 1 minuto, e extensão a 72°C por 1 minuto. Após o ultimo ciclo, a mistura foi incubada em 72°C por 10 minutos. Os produtos da reação foram observados em gel de agarose 2% em tampão TEB 1X por 1 hora a 80 volts sob coloração com brometo etídio para visualização sob iluminação ultravioleta. O resultado mostrou sempre a presença do fragmento da -globina de 268pb (controle interno da reação). Na presença de indivíduo normal para os genes GST- μ e GST- θ, observou-se também os fragmentos de 215 e 480pb. Já nos pacientes GST- μ nulo, somente o fragmento de 480pb pode ser visto, enquanto que naqueles GST- θ nulo foi visualizado apenas o fragmento de 215pb. Indivíduos negativos para ambos os genes apresentaram somente o controle interno (Quadro 3). Quadro 3. Análise dos resultados da PCR multiplex para diagnóstico de polimorfismo dos genes GST- μ e GST- θ Resultado GST- μ GST- θ -globina Indivíduo normal 215pb 480pb 268pb GST- μ nulo -- 480pb 268pb GST- θ nulo 215pb -- 268pb GST- μ e θ nulo -- -- 268pb M a t e r i a l e M é t o d o s | 21 Para pesquisa do polimrofismo da GST-π foi utilizada a PCR seguida por digestão do seu produto com enzima específica. No Quadro 4 estão relacionadas as seqüências dos primers, seu sentido e o tamanho do produto de amplificação obtido. Quadro 4. Seqüência de primers utilizados para amplificação da GST- π, seu sentido e tamanho do produto obtido. Primer Seqüência GST π (sense) 5’ – GTAGTTTGCCCAAGGTCAAG – 3´ GST π (antisense) 5’ – AGCCACCTGAGGGGTAAG – 3’ Tamanho 433 pb Para esta amplificação foram utilizados os primers GST π. Nesta reação, feita para um volume final de 50l, utilizou-se 0,25mM de cada DNTP; 30pM de cada primer; 3,0mM de MgCl2; 250ng DNA genômico e 1,5U de Taq Polimerase (Invitrogen). Após desnaturação inicial a 95ºC por 5 minutos, foram realizados 30 ciclos assim determinados: 1 ciclo com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 64°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos; 1 ciclo com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 63°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos; 1 ciclo com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 62°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos; 1 ciclo com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 61°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos; 1 ciclo com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 60°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos e 25 ciclos com desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 59°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 30 segundos. Após o último ciclo, foi realizada extensão a 72ºC por 5 minutos. O fragmento obtido apresentava tamanho correspondente a 433pb e pode ser observado sob iluminação ultravioleta após eletroforese em gel de agarose 2% em tampão TEB 1X por 1 hora a 80 volts sob coloração com brometo etídio. M a t e r i a l e M é t o d o s | 22 3.2.3.1 Digestão do DNA amplificado pela enzima de restrição Para identificação da mutação utilizou-se a enzima BsmAI nas seguintes condições: para cada reação foram utilizados Tampão 1x, 3,0mM MgCl 2, 0,25mM de DNTPs (Trifosfato de Deoxiribonucleotideos), 0,3mM de Primer Sense, 0,3 mM de Primer Antisense e 1,5U de Taq Polimerase para um volume total de 25ul.(Invitrogem). As condições da PCR foram 94ºC por 5min de desnaturação inicial, seguidos por 5 ciclos onde a temperatura de anelamento decresceu em 1ºC a cada ciclo (1 ciclo: 30s a 94ºC, 30s a 64ºC, 30s a 72ºC), em seguida foram 25 ciclos de 94ºC por 30s, 59ºC por 30s, 72ºC por 30s e uma extensão final de 72ºC por 5min. Dez microlitos de produto da PCR (433pb) foram digeridos em 5 unidades da enzima de restrição BsmAI (Fermentas) a 37ºC, “overnight” em termomixer (Eppendorf); os produtos da digestão, listados no Quadro 5, foram separados por eletroforese em gel de agarose a 2% nas mesmas condições descritas anteriormente. Quadro 5. Detalhamento da enzima de restrição utilizada para identificação do polimorfismo do gene GST- π e fragmentos obtidos após digestão. Mutação GST- π . Enzima de Restrição Fragmentos (pb) Normal Homozigoto Heterozigoto 328 e 105pb 222, 106 e 105pb 328, 222, 106 e 105pb BsmA I M a t e r i a l e M é t o d o s | 23 Figura 2. PCR GST π. O indivíduo 25 apresenta as bandas de 222, 106 e 105 pb definido como GG (mutado); os indivíduos 27 e 29 apresentam as bandas de 328, 222, 106 e 105pb definidos como AG (heterozigotos), enquanto que os demais apresentam as bandas de 328 e 105pb, considerados AA (não mutados). Figura 3. PCR GST μ e θ. Os indivíduos 126, 130, 131, 145, 150 e 155 apresentam fragmentos de 215pb (GST μ), 268pb (β-Globina) e 480pb (GST θ) sendo considerados não mutados; os indivíduos 152, 164 e 165 apresentam ausência da banda de 215pb (GST μ), sendo considerados mutados; os indivíduos 117 e 144 apresentam ausência da banda de 480pb (GST θ), sendo considerados mutados. M a t e r i a l e M é t o d o s | 24 3.2.4 Gene HFE Para análise das mutações C292Y, H63D e S65C do gene HFE foi utilizada a amplificação de regiões específicas do gene HFE por PCR seguida de digestão enzimática dos sítios de mutação. A reação de PCR foi feita utilizando-se primers específicos (Simonsen et al., 1999; Feder et al., 1996) conforme relacionado no Quadro 6: Quadro 6. Relação dos primers, sentido e tamanho do produto da PCR para as mutações C282Y, H63D e S65C do gene HFE Primer Seqüência Tamanho Mutação C282Y (Simonsen et al., 1999; Feder et al., 1996) Cys-F6 (sense) 5´-TGCCTCCTTTGGTGAAGGTGACAC-3´ Cys-R5 (antisense) 5´-CTCAGGCACTCCTCTCAACC-3´ 343 pb Mutações H63D e S65C (Simonsen et al., 1999) His-F1 (sense) 5´-TCACACTCTCTGCAGTACCTCTTCATGG-3` His-R4 (antisense) 5´-TACACAGTGAACATGTGATCCCACC-3´ 224 pb Para amplificação do fragmento que contem a mutação C282Y foram utilizados os primers Cys-F6/Cys-R5 (Simonsen et al., 1999; Feder et al., 1996). Nesta reação, feita para um volume final de 25l, utilizou-se 0,2mM de cada DNTP (deoxinucleotídeo); 10pM de cada primer; 2,5mM de MgCl2; 250ng DNA genômico e 0,675U de Taq Polimerase (DNA polimerase termo estável, Invitrogen). A reação consistiu de 35 ciclos assim determinados: desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 67°C por 30 segundos, e extensão a 72°C por 30 segundos. Após o ultimo ciclo, a mistura foi incubada em 72°C por 5 minutos. O fragmento obtido apresentava tamanho correspondente a 343pb (pares de base). Para amplificação do fragmento que contem as mutações H63D e S65C, foram utilizados os primers His-F1/His-R4 (Simonsen et al., 1999). Para um volume final de 50 l utilizou-se 0,2mM de cada DNTP; 10pM de cada primer; 2,0mM de M a t e r i a l e M é t o d o s | 25 MgCl2; 500ng DNA genômico e 1,25U de Taq Polimerase (Invitrogen). A mistura foi submetida às mesmas condições de amplificação descritas à cima, sendo observados um produto de amplificação equivalente a 224 pb. Os produtos da reação foram observados em gel de agarose 2% em tampão TEB (tris-EDTA-botato) 1X por 1 hora a 80 volts sob coloração com brometo etídio para visualização sob iluminação ultravioleta. 3.2.4.1 Digestão do DNA amplificado pelas enzimas de restrição As enzimas de restrição utilizadas são especificas para confirmação de cada mutação, conforme observado no Quadro 7. Quadro 7. Mutação do gene HFE analisada, localização, enzima de restrição utilizada e seqüência de clivagem específica. Mutação Localização Enzima de restrição Clivagem C282Y Exon 4 Rsa I GTAC H63D Exon 2 Dpn II GATC S65C Exon 2 Hinf I GAnTC Para a mutação C282Y foi utilizada a enzima Rsa I (Gibco-BRL ou New England Biolab) do seguinte modo: 10l do produto da PCR, 1l da enzima, 2l do tampão correspondente para um volume final de 20l. Esta mistura foi incubada por 4 horas a 37C. O produto da digestão foi visualizado, por luz ultravioleta, após eletroforese em gel de agarose a 2% com tampão TEB 1X por 1 hora e 30 minutos a 80 volts com brometo de etídeo. A identificação do indivíduo sem mutação, do heterozigoto e do homozigoto mutante foi feita segundo número de fragmentos obtidos após digestão conforme listado no Quadro 8. Para a mutação H63D foi utilizada a enzima Dpn II (Gibco-BRL ou New England Biolab) nas seguintes condições: 10l do produto da PCR, 1l da enzima, M a t e r i a l e M é t o d o s | 26 2l do tampão correspondente para um volume final de 20l. A incubação foi de 18hs a 37ºC e os produtos da digestão, listados no Quadro 8, foram visualizados sob luz ultravioleta após corrida em gel de agarose a 2% conforme descrito acima. Para a mutação S65C, utilizou-se a enzima Hinf I (Gibco-BRL ou New England Biolab) conforme descrito: 5l do produto da PCR, 1l da enzima e 1l do tampão correspondente para um volume final de 10l. Após incubação a 37°C durante aproximadamente 18 horas, os produtos da digestão, listados no Quadro 8, foram separados por eletroforese em gel de agarose a 2% nas mesmas condições descritas anteriormente. Quadro 8. Fragmentos obtidos após digestão do produto de PCR e seu significado. Fragmentos obtidos após digestão (pb) Enzima de Restrição Normal Homozigoto Heterozigoto Rsa I 203 e 140 203, 111 e 29 203, 140, 111 e 29 Dpn II 118 e 105 224 224, 118 e 105 Hinf I 112 e 69 181 181, 112 e 69 M a t e r i a l e M é t o d o s | 27 200 150 100 50 Figura 4. PCR e Digestão C282Y. Os indivíduos 31, 32 e 33 represetam o produto da reação de PCR – banda de 343pb. Os indivíduos 31d e 32d representam o produto da digestão do PCR com a enzima RSAI, as bandas de 140 e 203pb indicam indivíduos normais. Não foram indentificados indivíduos heterozigotos e homozigotos (mutados). Figura 5. Produtos da digestão do polimorfismo HFE H63D com a enzima de restrição Dpnll ou Mbol (Ferramentas). O indivíduo 205 apresenta as bandas de 105, 118 e 223pb caracterizando heterozigoto mutado; os demais indivíduos são normais. M a t e r i a l e M é t o d o s | 28 Figura 6. Produto da Digestão do polimotfismo HFE S65C com a enzima de restrição HinfI. Os indivíduos 36 e 38 apresentam as bandas de 69 e 112pb, sendo portanto normais e os indivíduos 190, 201 e 205 apresentam as bandas de 69, 112 e 181pb, caracterizados como heterozigotos mutados. Não foram detectados indivíduos homozigotos mutados. 3.2.5 Mutação da protrombina 20210G→A e Fator V Leiden G1691A As mutações da protrombina G20210A e FVL foram avaliadas simultaneamente pela técnica de multiplex utilizando-se amplificação por reação em cadeia mediada pela polimerase (PCR) descrita por Gómez et al. (1998). Para cada reação de multiplex foram utilizados Tampão 1x, 1,5mM MgCl2, 0,2mM de DNTPs (Trifosfato de Deoxiribonucleotideos), 20pmol de cada Primer Sense, 20pmol de cada Primer Antisense e 2,5U de Taq Polimerase para um volume de 50ul. As condições da PCR foram 94ºC por 05min de desnaturação inicial, seguidos por 30 ciclos com desnaturação a 94ºC por 45s, anelamento de 45s a 57ºC, e 1min a 72ºC de extensão, seguida por 72ºC por 5min de extensão final. O produto da PCR de 345pb (G20210A) e 220pb (FVL) foi digerido a 37ºC/overnight com 2,5U da enzima Hind III e 2,5 U de Mnl I, respectivamente específicos para G20210A e FVL. O fragmento de 345pb foi quebrado em 272 e 73pb em indivíduos sem mutação para G20210A e 249, 73 e 23pb para indivíduos homozigotos para a M a t e r i a l e M é t o d o s | 29 mutação. O produto de 220pb após a digestão apresentou 3 fragmentos de 116, 67, e 37pb na ausência da mutação e 153 e 67pb, na presença do FVL. Os produtos das digestões foram separados em gel de agarose low melting point a 2%, corado com brometo de etidio. Foi usando um marcador de peso molecular de 50pb. Quadro 9. Características mutação Protrombina (G20210A) e FVLeiden. Mutação Enzima de restrição Fragmentos (pb) PCR Normal Homozigoto Heterozigoto G20210A Hind III 345 272, 73 249, 73,23 272, 249, 73, 23 FVL Mnl I 220 116, 67, 37 153, 67 153, 116, 67, 37 89 107 350 300 250 200 150 116 100 58 50 23 Figura 7. Produto do PCR Multiplex para o Gene da Protombina. O indivíduo 89 apresenta as bandas de 272, 116, 73/67, 37pb, caracterizando ausência de mutação; o indivíduo 107 apresenta as bandas de 272, 249, 116, 73/67, 37/23pb, caracterizando um heterozigoto mutado. M a t e r i a l e M é t o d o s | 30 5 6 130 153 Figura 8. Produto do PCR multiplex para o Gene do Fator V de Leiden. O indivíduo 130 apresenta as bandas de 272, 116, 73/67, 37pb, caracterizando ausência de mutação; o indivíduo 153 apresenta as bandas de 272, 153, 116, 73/67, 37pb, caracterizando um heterozigoto mutado. 3.2.6 Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) A pesquisa da mutação C677T da MTHFR foi realizada pela PCR seguida por digestão do produto da PCR com enzima específica segundo Frosst e cols. (1995) e Friedman e cols.(1999) (Quadro 10). Quadro 10. Seqüência de primers utilizados para amplificação da MTHFR, seu sentido e tamanho do produto obtido. Primer Seqüência MTHFR1 (sense) 5’ – TGAAGGAGAAGGTGTCTGCGGGA – 3’ MTHFR1 (antisense) 5’ – AGGACGGTGGCGGTGAGAGTG – 3’ Tamanho 198 pb M a t e r i a l e M é t o d o s | 31 Para esta amplificação foram utilizados os primers MTHFR1. Nesta reação, feita para um volume final de 50l, utilizou-se 0,2mM de cada DNTP; 10pM de cada primer; 1mM de MgCl2; 100ng DNA genômico e 2,5U de Taq Polimerase (Invitrogen). A reação consistiu de uma desnaturação inicial a 94ºC por 2 minutos, seguida de 30 ciclos: desnaturação a 94°C por 30 segundos, anelamento a 55°C por 30 segundos, e extensão a 72°C por 30 segundos, além de extensão final a 72ºC por 5 minutos. O fragmento obtido apresentava tamanho correspondente a 198pb. Os produtos da reação foram observados em gel de agarose 2% em tampão TEB 1X por 1 hora a 80 volts sob coloração com brometo etídio para visualização sob iluminação ultravioleta. 3.2.6.1 Digestão do DNA amplificado pela enzima de restrição Para identificação do Fator V Leiden utilizou-se a enzima Hinf I nas seguintes condições: 5L do produto da PCR, 2,5U da enzima e 1L de tampão para um volume final de 10L. Após incubação a 37°C durante aproximadamente 18 horas, os produtos da digestão, listados no Quadro 11, foram separados por eletroforese em gel de agarose low melting a 2% nas mesmas condições descritas anteriormente (Frosst et al., 1995; Friedman et al., 1999). Quadro 11. Detalhamento da enzima de restrição utilizada para identificação da mutação C677T da MTHFR e fragmentos obtidos após digestão. Mutação Enzima de Restrição MTHFR (C677T) Hinf I (GANTC) Fragmentos (pb) Normal Homozigoto Heterozigoto 198pb 175 e 23pb 198, 175 e 23pb M a t e r i a l e M é t o d o s | 32 38 39 44 40 45 131 Figura 9. Produto da digestão com a enzima de restrição Hinfl do PCR do Polimorfismo MTHFR C677T. Os indivíduos 38, 39 e 40 apresentam a banda de 198pb caracterizando normais; os indivíduos 44, 45 e 131 apresentam as bandas de 175 e 198pb caracterizando heterozigotos mutados. 3.3 Análise estatística Os dados e as características clínicas foram comparados empregando-se os testes exatos de Fisher, utilizando análise univariada. Esse procedimento visou à obtenção de indicações do comportamento dos dados e ao enriquecimento das conclusões que foram tomadas ao final da análise. Assim, em cada seção, foram construídas tabelas de freqüências que mostram as distribuições conjuntas de interesse. Nas tabelas de resultados, aparecem com destaque as associações detectadas na amostra. Foram considerados significantes, os valores de p<0,05. 4. RESULTADOS R e s u l t a d o s | 34 4.1 Estudo dos polimorfismos 4.1.1 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados ao Bussulfan Foram analisados 102 pacientes, sendo que 55(53,9%) receberam condicionamento com busulfan, destes 36 (65,4%) foram normais para a mutação GST - e 19 (34,6%) foram nulos. De 47 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 27 (57,4%) foram normais e 20 (42,6%) nulos (p=0,661). Tabela 1. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - BU. Condicionamento - BU GST - Total Não Sim Normal 27 36 63 Nulo 20 19 39 Total 47 55 102 4.1.2 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados a ciclofosfamida Foram analisados 75 de 102 analisadas, receberam condicionamento com Cy, destes 48 (64%) foram normais para a mutação GST - e 27 (36%) foram nulos. De 27 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 15 (55,5%) foram normais e 12 (44,5%) nulos (p=0,422). R e s u l t a d o s | 35 Tabela 2. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - CY. Condicionamento – CY GST - Total Não Sim Normal 15 48 63 Nulo 12 27 39 Total 27 75 102 4.1.3 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados a TBI Dezoito de 31 (58,06%) pacientes que receberam TBI foram normais para GST - e 13 (41,9%) nulos; 45 de 71 (63,4%) que não receberam foram normais e 26 (36,6%) nulos. (p=0,492). Tabela 3. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - TBI. Condicionamento – TBI GST - Total Não Sim Normal 45 18 63 Nulo 26 13 39 Total 71 31 102 Não houve diferença entre os pacientes condicionados com Bu, Cy ou TBI versus aqueles não condicionados com estes regimes no tocante à GST - normal ou nulo, daí a toxicidade desencadeada por estes condicionamentos e a presença de GST - normal ou nulo não pode ser avaliada. R e s u l t a d o s | 36 4.1.4 Polimorfismo da GST - e condicionamentos Mieloablativos e Nãomieloablativos Apenas 11 de 102 pacientes receberam condicionamentos não- mieloablativos, destes 6 (54,5%) mostraram-se com GST - normal e 5 (46,5%) nulos. Dos pacientes que receberam condicionamentos mieloablativos, 57 (62,6%) de 91 foram normais e 34 (37,3%) nulos. A avaliação da toxicidade desencadeada pela normalidade do gene GST - ficou prejudicada pelo número baixo de pacientes que receberam condicionamentos não-mieloablativos (p- 0,745). Tabela 4. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Tipo de condicionamento. Tipo de condicionamento GST - Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 57 6 63 Nulo 34 5 39 Total 91 11 102 4.1.5 Polimorfismo da GST - e uso de nutrição parenteral total Foram analisados 38 (37,1%) pacientes que receberam NPT de um total de 101 casos; destes, 25 (65,7%) foram normais para a mutação GST - e 13 (34,2%) foram nulos. De 63 (62,3%) pacientes que não receberam NPT, 38 (60,3%) foram normais e 25 (39,6%) nulos (p=0,673) Tabela 5. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e NPT. NPT GST - Total Não Sim Normal 38 25 63 Nulo 25 13 38 Total 63 38 101 R e s u l t a d o s | 37 4.1.6 Polimorfismo da GST - e positividade do receptor ao CMV Foram analisados 87 pacientes CMV positivos num total de 101 casos; destes, 53 (60,9%) foram normais para a mutação GST - e 34 (39%) foram nulos. De 14 (13,8%) pacientes que eram CMV negativos, 9 (64,2%) foram normais e 5 (35,7%) nulos (p=0,999) Tabela 6. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e positividade ao receptor ao CMV. CMV Recp GST - Total Negativo Positivo Normal 9 53 62 Nulo 5 34 39 Total 14 87 101 4.1.7 Polimorfismo da GST - e enzimas hepáticas pré-TCTH do receptor Foram analisados 11 pacientes que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH numa amostragem de 100 casos; destes, 6 (54,5%) foram normais para a mutação GST - e 5 (45,5%) foram nulos. De 89 (89%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré-TCTH, 55 (61,7%) foram normais e 34 (38,2%) nulos (p=0,747) Tabela 7. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Enzimas Hepaticas Pré TCTH do receptor. Enzima Hep. Pré TCTH GST - Total Normal Alterado Normal 55 6 61 Nulo 34 5 39 Total 89 11 100 R e s u l t a d o s | 38 4.1.8 Polimorfismo da GST - e uso de vancomicina no TCTH Foram analisados 73 casos que usaram vancomicina pré e intra-- TCTH numa casuística de 102 pacientes; destes, 47 (64,4%) foram normais para a mutação GST - e 26 (35,6%) foram nulos. De 29 (28,4%) pacientes que não usaram vancomicina pré e intra-TCTH, 16 (55,1%) foram normais e 13 (44,8%) nulos (p=.0,499) Tabela 8. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e uso de Vancomicina. Vancomicina GST - Total Não Sim Normal 16 47 63 Nulo 13 26 39 Total 29 73 102 4.1.9 Polimorfismo da GST - e grupos de diagnostico Foram analisados 26 pacientes que tinham como diagnostico doença mieloproliferativa crônica, numa população de 102 casos; destes, 17 (65,3%) foram normais para a mutação GST- e 9 (34,6%) foram nulos. Nas Leucoses Agudas em 48 pacientes analisados de 102, 29 (60,4%) foram normais para mutação GST- 19 (39.6%) foram nulos. De 9 (8,8%) pacientes com diagnóstico de falência medular analisados em 102 pacientes, 6 (66,6%) foram normais para mutação GST- e 3 (33,3%) nulos. De 19 (18,6%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas analisados em 102 casos, 11 (57,8%) foram normais para mutação GST- e 8 (42,1%) nulos. (p=.0,957) R e s u l t a d o s | 39 Tabela 9. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e grupos de diagnostico. Diagnóstico GST - Total DL FM LA MC Normal 11 6 29 17 63 Nulo 8 3 19 9 39 Total 19 9 48 26 102 4.1.10 Polimorfismo da GST - e condicionammentos baseados em bussulfan Foram analisados 57 pacientes que receberam condicionados com bussulfan, entre 105 analisados; destes, 52 (91,2%) foram normais para a mutação GST- e 5 (8,7%) foram nulos. De 48 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 43 (89,5%) foram normais e 5 (10,4%) nulos (p=0,169). Tabela 10. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - BU. Condicionamento – BU GST - Total Não Sim Normal 43 52 95 Nulo 5 5 10 Total 48 57 105 R e s u l t a d o s | 40 4.1.11 Polimorfismo da GST - e condicionamentos baseados em ciclofosfamida Foram analisados 78 pacientes que receberam condicionados com Cy numa amostra de 105; destes, 70 (89,7%) foram normais para a mutação GST - e 8 (10,2%) foram nulos. De 27 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 25 (92,5%) foram normais e 2 (8%) nulos (p=0,999) Tabela 11. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - CY. Condicionamento – CY GST - Total Não Sim Normal 25 70 95 Nulo 2 8 10 Total 27 78 105 4.1.12 Polimorfismo da GST - e condicionammentos baseados em TBI Vinte e sete (25,7%) de 105 pacientes que receberam TBI foram normais para GST- e 5 (4,7%) nulos; 68 (93,1%) de 73 pacientes que não receberam TBI foram normais e 5 (6,8%) nulos para GST- (p=0,999) Tabela 12. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Condicionamento - TBI. Condicionamento – TBI GST - Total Não Sim Normal 68 27 95 Nulo 5 5 10 Total 73 32 105 R e s u l t a d o s | 41 4.1.13 Polimorfismo da GST - e condicionamentos Mieloablativos e Não-mieloablativos Apenas 11 (10,4%) de 105 pacientes receberam condicionamentos nãomieloablativos; destes, 10(90,9%) mostraram-se com GST - normal e 1(9,1%) nulo. Dos pacientes que receberam condicionamentos mieloablativos, 85(90,4%) de 94 foram normais e 9 (9,5%) nulos. A avaliação da toxicidade desencadeada pela anormalidade do gene GST - ficou prejudicada pelo número baixo de pacientes que receberam condicionamentos não-mieloablativos (p=.0,999) Tabela 13. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. Tipo de condicionamento GST - Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 85 10 95 Nulo 9 1 10 Total 94 11 105 4.1.14 Polimorfismo da GST - e uso de nutrição parenteral total Foram analisados 38 entre 104 pacientes, que receberam NPT; destes, 35 (92,1%) foram normais para a mutação GST - e 3 (7,8%) foram nulos. De 66 (63,4%) pacientes que não receberam NPT, 59 (89,3%) foram normais e 7 (10,6%) nulos (p=0,743). R e s u l t a d o s | 42 Tabela 14. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e NPT. NPT GST - Total Não Sim Normal 59 35 94 Nulo 7 3 10 Total 66 38 104 4.1.15 Polimorfismo da GST - e positividade do receptor ao CMV Foram analisados 90 (86,5%) de 104 pacientes que eram CMV positivos; destes, 80 (88,8%) foram normais para a mutação GST - e 10 (11,2%) foram nulos. De 14 (13,5%) pacientes que eram CMV negativos, 14 (100%) foram normais e 0 (0%) foi nulo (p=0,351). Tabela 15. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e positividade do receptor ao CMV CMV Recp GST - Total Negativo Positivo Normal 14 80 94 Nulo 0 10 10 Total 14 90 104 4.1.16 Polimorfismo da GST - e enzimas hepaticas pré-TCTH Foram analisados 12 (11,6%) de 103 pacientes que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH; destes, 10 (83,3%) foram normais para a mutação GST - e 2 (16,7%) foram nulos. De 91 (88,4%) pacientes que não apresentaram R e s u l t a d o s | 43 alteração de enzimas hepáticas pré TCTH, 83 (91,2%) foram normais e 8 (8,8%) nulos (p=0,329). Tabela 16. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e enzimas hepáticas pré-TCTH. Enzima Hep. Pré TCTH GST - Total Normal Alterado Normal 83 10 93 Nulo 8 2 10 Total 91 12 103 4.1.17 Polimorfismo da GST - e uso de vancomicina Foram analisados 75 (71,4%) numa amostragem de 105 pacientes, que usaram vancomicina pré e intra-TCTH; destes, 68 (90,6%) foram normais para a mutação GST - e 7 (9,4%) foram nulos. De 30 (28,6%) pacientes que não usaram vancomicina pré e intra-TCTH, 27 (90%) foram normais e 3 (10%) nulos (p=0,999). Tabela 17. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e uso da vancomicina. Vancomicina GST - Total Não Sim Normal 27 68 95 Nulo 3 7 10 Total 30 75 105 R e s u l t a d o s | 44 4.1.18 Polimorfismo da GST - e grupos de diagnóstico Foram analisados 26 (24,7%) de 105 pacientes, que tinham como diagnostico doença mieloproliferativa crônica, destes 24 (89,8%) foram normais para a mutação GST - e 2 (10,2%) foram nulos. Para as Leucoses Agudas em 49 pacientes analisados , 44 (89,7%) foram normais para mutação GST-e 5 (10,2%)nulos. De 11 (10,4%) pacientes com diagnostico de falência medular, 9 (81,8%) foram normais para mutação GST - e 2 (8,2%) nulos. De 19 (18,1%) pacientes com diagnostico de doenças linfoproliferativas, 17 (89,4%) foram normais para mutação GST - e 2 (10,6%) nulos. (p=0,471) Tabela 18. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e Diagnóstico. Diagnóstico GST - Total DL FM LA MC Normal 17 9 44 24 94 Nulo 2 2 5 2 11 Total 19 11 49 26 105 4.1.19 Polimorfismo da GST - e condicionamentos relacionados ao Bussulfan Foram analisados 61 (54%) pacientes que receberam condicionamentos com bussulfan numa amostragem de 113; destes, 21 (34,4%) foram normais para a mutação GST - e 40 (65,6%) foram nulos. De 52 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 14 (30%) foram normais e 38 (70%) nulos (p=0,375). R e s u l t a d o s | 45 Tabela 19. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos baseados em bussulfan. Condicionamento - BU GST Total Não Sim Normal 14 21 35 Nulo 38 40 78 Total 52 61 113 4.1.20 Polimorfismo da GST e condicionamentos relacionados a ciclofosfamida Foram analisados 84 (74,3%) pacientes que receberam condicionamentos com Cy, numa amostragem de 113, destes 26 (31%) foram normais para a mutação GST - e 58 (69%) foram nulos. De 29 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 9 (31%) foram normais e 20 (69%) nulos (p=0,421). Tabela 20. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos baseados em CY. Condicionamento - CY GST Total Não sim Normal 9 26 35 Nulo 20 58 78 Total 29 84 113 R e s u l t a d o s | 46 4.1.21 Polimorfismo da GST e condicionamentos relacionados a TBI Foram analisados 34 (30%) pacientes que receberam condicionamentos com TBI numa amostra de 113; destes, 8 (23,5%) foram normais para a mutação GST e 26 (76,5%) foram nulos. De 79 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram TBI, 27 (34,1%) foram normais e 52 (65,9%) nulos (p=0,999). Tabela 21. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e condicionamentos com TBI. Condicionamento – TBI GST Total Não Sim Normal 27 8 35 Nulo 52 26 78 Total 79 34 113 4.1.22 Polimorfismo da GST e condicionamentos mielo e nãomieloablativos Apenas 12 (10,6%) pacientes que receberam condicionamentos nãomieloablativos, numa amostra de 113; destes, 4 (33,3%) mostraram-se com GST - normal e 8 (66,7%) nulos. Dos pacientes que receberam condicionamentos mieloablativos, 31(30,6%) de 101 foram normais e 70 (69,4%) nulos. A avaliação da toxicidade desencadeada pela normalidade do gene GST - ficou prejudicada pelo número baixo de pacientes que receberam condicionamentos não-mieloablativos (p=.0,999). R e s u l t a d o s | 47 Tabela 22. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e Tipo de condicionamento. Tipo de condicionamento GST Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 31 4 35 Nulo 70 8 78 Total 101 12 113 4.1.23 Polimorfismo da GST e uso de nutrição parenteral total Foram analisados 42 pacientes que receberam NPT numa amostra de 112 casos; destes, 12 (28,5%) foram normais para a mutação GST - e 30 (71,5%) foram nulos. De 70 (62,5%) pacientes que não receberam NPT, 23 (32,8%) foram normais e 47 (67,2%) nulos (p=0,679). Tabela 23. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e NPT. NPT GST Total Não Sim Normal 23 12 35 Nulo 47 30 77 Total 70 42 112 4.1.24 Polimorfismo da GST e sorologia do receptor ao CMV Foram analisados 97(86,6%) pacientes que eram CMV positivos entre 112; destes, 30 (30,9%) foram normais para a mutação GST - e 67 (69,1%) foram nulos. De 15 (13,3%) pacientes que eram CMV negativos, 5 (33,3%) foram normais e 10 (66,7%) nulos (p=.0,999). R e s u l t a d o s | 48 Tabela 24. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e sorologia do receptor ao CMV. CMV Recp GST Total Negativo Positivo Normal 5 30 35 Nulo 10 67 77 Total 15 97 112 4.1.25 Polimorfismo da GST e enzimas hepáticas pré-TCTH Foram analisados 13 (11,7%) pacientes entre 111, que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré TCTH; destes, 5 (38,4%) foram normais para a mutação GST - e 8 (61,6%) foram nulos. De 98 (88,3%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré TCTH, 30 (30,6%) foram normais e 68 (69,4%) nulos (p=0,544). Tabela 25. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e enzimas hepática pré-TCTH. Enzima Hep. Pré TCTH GST Total Normal Alterado Normal 30 5 35 Nulo 68 8 76 Total 98 13 111 4.1.26 Polimorfismo da GST e uso de vancomicina Foram analisados 80(70,7%) casos entre 113 pacientes, que usaram vancomicina pré e intra-TCTH; destes, 21 (26,2%) foram normais para a mutação GST - e 59 (73,8%) foram nulos. De 33 (29,2%) pacientes que não usaram R e s u l t a d o s | 49 vancomicina pré e intra-TCTH, 14 (42,4%) foram normais e 19 (57,6%) nulos (p=0,118) Tabela 26. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e Vancomicina. Vancomicina GST Total Não Sim Normal 14 21 35 Nulo 19 59 78 Total 33 80 113 4.1.27 Polimorfismo da GST e grupos de diagnostico Foram analisados 26 de 105 pacientes que tinham como diagnóstico doença mieloproliferativa crônica; destes, 25 (96,1%) foram normais para a mutação GST e 1 (3,9%) nulo. Nas Leucoses Agudas, entre 49 pacientes analisados, 44 (89,7%) foram normais para mutação GST - e 5 (10,3%) nulos. De 11 (10,4%) pacientes com diagnóstico de falência medular, 9 (81,8%) foram normais para mutação GST - e 2 (18,2%) nulos. De 19 (18%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas, 17 (89,4%) foram normais para mutação GST - e 2 (10,6%) nulos. (p=0,199). Tabela 27. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST e grupos de diagnostico. Diagnóstico GST – T Total DL FM LA MC Normal 17 9 44 25 95 Nulo 2 2 5 1 10 Total 19 11 49 26 105 R e s u l t a d o s | 50 4.1.28 Fator V de Leiden (Fator V Leiden G1691A) e condicionamento com Bussulfan Foram analisados 50 (55,5%) pacientes que receberam condicionamentos com bussulfan numa amostra de 90; destes, 49 (98%) foram normais para a mutação Leiden e 1 (2%) nulo. De 40 (44,4%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 40 (100%) foram normais (p=0,999). Tabela 28. Distribuição da amostra quanto às variáveis. Condicionamento – BU Leiden Total Não Sim Normal 40 49 89 Hetero 0 1 1 Total 40 50 90 4.1.29 Fator V de Leiden e condicionamento com ciclofosfamida Foram analisados 66(73,3%) de 90 pacientes, que receberam condicionados com Cy; destes, 65 (98,4%) foram normais para a mutação Leiden e 1 (1,6%) foi nulo. De 24 (26,7%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 24 (100%) foram normais (p=.0,999). Tabela 29. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Condicionamento - CY. Condicionamento – CY Total Leiden Não Sim Normal 24 65 89 Hetero 0 1 1 Total 24 66 90 R e s u l t a d o s | 51 4.1.30 Fator V de Leiden e condicionamento com TBI Vinte e cinco (27,7%) pacientes que receberam TBI numa amostra de 90, foram normais para mutação Leiden e 0 (0%) nulo; 64 (98,4%) de 65 que não receberam condicionamento com TBI, foram normais e um (1,6%) foi nulo (p=0,999). Tabela 30. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Condicionamento - TBI. Condicionamento – TBI Leiden Total Não Sim Normal 64 25 89 Hetero 1 0 1 Total 65 25 90 4.1.31 Fator V de Leiden e condicionamentos mielo e não-mieloablativos Apenas 9 (10%) de 90 pacientes receberam condicionamentos nãomieloablativos. Destes, 9 (100%) não apresentaram mutação fator V de Leiden e 0 (0%) foi nulo. Dos pacientes que receberam outros condicionamentos mieloablativos, 80 (98,7%) de 81 não apresentaram mutação Leiden e 1 (1,3%) foi nulo. A avaliação da toxicidade desencadeada pela mutação Leiden ficou prejudicada pelo número baixo de pacientes que receberam condicionamentos nãomieloablativos (p=0,999) R e s u l t a d o s | 52 Tabela 31. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. Tipo de condicionamento Leiden Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 80 9 89 Hetero 1 0 1 Total 81 9 90 4.1.32 Fator V de Leiden e uso de nutrição parenteral total Foram analisados 31(34,8%) pacientes que receberam NPT numa amostra de 89, sendo 30 (96,7%) normais para a mutação Leiden e 1 (3,3 %) nulo. De 58 (65,1%) pacientes que não receberam NPT, 58 (100%) foram normais e 0 (0%) foi nulo (p=0,348). Tabela 32. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e NPT NPT Leiden Total Não Sim Normal 58 30 88 Hetero 0 1 1 Total 58 31 89 4.1.33 Fator V de Leiden e sorologia do receptor ao CMV Foram analisados 79 (87,7%) pacientes CMV positivos numa amostragem de 90 casos. Destes, 78 (98,7%) foram normais para a mutação Fator V de Leiden e 1 (1,3%) nulo. De 11 (12%) pacientes que eram CMV negativos, 11 (100%) foram normais e 0 (0%) foi nulo (p=0,999) R e s u l t a d o s | 53 Tabela 33. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e sorologia do receptor ao CMV. CMV Recp Leiden Total Negativo Positivo Normal 11 78 89 Hetero 0 1 1 Total 11 79 90 4.1.34 Fator V de Leiden e enzimas hepáticas pré-TCTH Foram analisados 10 (11,2%) pacientes que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH numa população de 89 casos sendo 10 (100%) normais para a mutação Leiden e 0 (0%) nulo. De 79 (88,7%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré-TCTH, 78 (98,7%) foram normais e 1 (1,3%) foi nulo (p=0,999). Tabela 34. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e Enzima Hep. Pré TCTH. Enzima Hep. Pré TCTH Leiden Total Normal Alterado Normal 78 10 88 Hetero 1 0 1 Total 79 10 89 4.1.35 Fator V de Leiden e uso de vancomicina Foram analisados 62 (68,2%) casos que usaram vancomicina pré e intraTCTH de 90 pacientes, sendo 62 (100%) normais para a mutação Leiden. De 28 (31,8%) pacientes que não usaram vancomicina pré e intra-TCTH, 27 (96,4%) foram normais e 1 (3,6%) nulo (p=.0,311). R e s u l t a d o s | 54 Tabela 35. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e uso de vancomicina. Vancomicina Leiden Total Não Sim Normal 27 62 89 Hetero 1 0 1 Total 28 62 90 4.1.36 Fator V de Leiden e grupos de diagnostico Foram analisados 15(17%) casos que tinham como diagnóstico, doença mieloproliferativa crônica numa amostragem de 89. Destes, 14 (93,5%) foram normais para a mutação Leiden e 1 (6,5%) foi heterozigoto. Para as Leucoses Agudas em 43(48%) pacientes analisados, todos pacientes foram normais. De 15 (17%) pacientes com diagnóstico de falência medular analisados, nenhum apresentou a presença da mutação. De 16 (18%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas, todos foram normais para a presença da mutação do fator V de Leiden.(p=0,535). Tabela 36. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e grupos de diagnostico. Diagnóstico Leiden Total DL FM LA MC Normal 16 15 43 14 88 Heterozigoto 0 0 0 1 1 Total 16 15 43 15 89 R e s u l t a d o s | 55 4.1.37 Mutação da protrombina (mutação da protrombina 202021G→A ) e codicionamento contendo bussulfan Foram analisados 45 (54,8%) pacientes que receberam condicionados com bussulfan, de 82 casos, sendo 44 (97,7%) normais para a mutação protrombina e 1 (2,3%) mutado. De 37 pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 35 (94,5%) foram normais e 2(5,5%) nulos (p=0,999). Tabela 37. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e Condicionamento – BU. Condicionamento – BU Protrombina Total Não Sim Normal 35 44 79 Hetero 2 1 3 Total 37 45 82 4.1.38 Mutação da protrombina e condicionamento contendo ciclofosfamida Foram analisados 61(74,3%) de 82 pacientes, que receberam condicionados com Cy, destes, 58 (95%) foram normais para a mutação Protrombina e 3 (5%) foram nulos. De 21(25,6%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 21 (100%) foram normais e 0(%) foi nulo (p=.0,586) Tabela 38. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e Condicionamento com CY. Condicionamento – CY Protrombina Total Não Sim Normal 21 58 79 Hetero 0 3 3 Total 21 61 82 R e s u l t a d o s | 56 4.1.39 Mutação da protrombina e condicionamento contendo TBI Vinte e três (95,8%) de 24 (29,2%), que receberam TBI foram normais para Mutação Protrombina e 1 (4,2%) foi nulo; 56(96,5%) de 58 que não receberam TBI foram normais e 2 (3,5%) nulos (p=0,566). Tabela 39. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e Condicionamento com TBI. Condicionamento – TBI Protrombina Total Não Sim Normal 56 23 79 Hetero 2 1 3 Total 58 24 82 4.1.40 Mutação da protrombina e condicionamentos mielo e nãomieloablativos Dos pacientes que receberam condicionamentos não-mieloablativos, 9 (100%) não apresentaram Mutação da Protrombina e 0 (%) foi nulo. Dos pacientes que receberam condicionamentos mieloablativos, 70 (95,8%) de 73 não apresentaram Mutação Protrombina e 3 (4,2%) foram nulos. A avaliação da toxicidade desencadeada pela Mutação Protrombina ficou prejudicada pelo número baixo de pacientes que receberam condicionamentos não-mieloablativos (p=0,999) R e s u l t a d o s | 57 Tabela 40. Distribuição da amostra quanto às variáveis mutação da protrombina e condicionamentos mielo e não-mieloablativos. Tipo de condicionamento Protrombina Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 70 9 79 Hetero 3 0 3 Total 73 9 82 4.1.41 Mutação da protrombina e uso de nutrição parenteral total Foram analisados 27(33,3%) de 81 pacientes, que receberam NPT; destes, 27 (100%) foram normais para a mutação protrombina e 0 (0%) foi nulo. De 54 (66,7%) pacientes que não receberam NPT, 51 (94,4%) foram normais e 3 (5,6%) nulos (p=0,547). Tabela 41. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e NPT. NPT Protrombina Total Não Sim Normal 51 27 78 Hetero 3 0 3 Total 54 27 81 4.1.42 Mutação da protrombina e sorologia do receptor ao CMV Foram analisados 74(90,2%) de 82 pacientes, que eram CMV positivos; destes, 71 (95,9%) foram normais para a mutação protrombina e 3 (4,1%) foram nulos. De 8 (9,8%) pacientes que eram CMV negativos, 8 (100%) foram normais e 0(0%) foi nulo (p=0,999) R e s u l t a d o s | 58 Tabela 42. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e sorologia do receptor ao CMV. CMV Recp Protrombina Total Negativo Positivo Normal 8 71 79 Hetero 0 3 3 Total 8 74 82 4.1.43 Mutação da protrombina e enzimas hepaticas pre-TCTH Foram analisados 10 pacientes que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH numa amostra de 81 casos; destes, 9 (90%) foram normais para a mutação protrombina e 1 (10%) foi nulo. De 71 (87.6%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré TCTH, 69 (97,1%) foram normais e 2 (2,9%) nulos (p=.0,330) Tabela 43. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e enzimas hepáticas préTCTH. Enzima Hep. Pré TCTH Protrombina Total Normal Alterado Normal 69 9 78 Hetero 2 1 3 Total 71 10 81 R e s u l t a d o s | 59 4.1.44 Mutação da protrombina e uso de vancomicina Foram analisados 57(69,5%) pacientes que usaram vancomicina pré e intraTCTH numa população de 82 casos, sendo 55 (96,4%) normais para a mutação protrombinae 2 (3,6%) nulos. De 25 (30,5%) pacientes que não usaram vancomicina pré e intra-TCTH, 24 (96%) foram normais e 1 (4%) nulo (p=0,999). Tabela 44. Distribuição da amostra quanto às variáveis mutação da protrombina e uso de vancomicina. Vancomicina Protrombina Total Não Sim Normal 24 55 79 Hetero 1 2 3 Total 25 57 82 4.1.45 Mutação da protrombina e grupos de diagnostico Foram analisados 22 (24,4%) pacientes com diagnóstico doença mieloproliferativa crônica entre 90 casos; destes, 21 (95,4%) foram normais para a mutação protrombina e 1 (4,6%) nulo. Para as Leucoses Agudas em 42(46,6%) pacientes analisados , 42 (100%) foram normais e nenhum apresentou a mutação protrombina. De 9 (10%) pacientes com diagnostico de falência medular, 9 (100%) foram normais. De 17 (18,8%) pacientes com linfoproliferativas, 17 (100%) foram normais. (p=0,255). diagnostico de doenças R e s u l t a d o s | 60 Tabela 45. Distribuição da amostra quanto às variáveis Mutação da Protrombina e grupos de diagnóstico. Diagnóstico Leiden Total DL FM LA MC Normal 17 9 42 21 89 Hetero 0 0 0 1 1 Total 17 9 42 22 90 4.1.46 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento contendo Bussulfan Foram analisados 57(53,2%) pacientes que receberam condicionamentos com bussulfan, de uma amostra de 107 casos, sendo 46 (80,7%) normais para a mutação HFE – H63D e 11 (19,3%) nulos. De 50(46,8%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 34 (68%) foram normais e 16 (32%) nulos (p=0,223.) Tabela 46. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento com Bu Condicionamento – Bu HFE - H63D Não Sim Total Normal 34 46 80 Hetero 16 11 27 Total 50 57 107 R e s u l t a d o s | 61 4.1.47 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento contendo ciclofosfamida Foram analisados 79(73,8%) pacientes que receberam condicionamentos com Cy numa amostra de 107 casos; destes, 59 (74,6%) foram normais para a mutação HFE - H63D e 20 (25,3%) foram nulos. De 28 (26,1%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 21 (75%) foram normais e 7(25%) nulos (p=0,181). Tabela 47. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento - CY. Condicionamento - CY HFE - H63D Total Não Sim Normal 21 59 80 Hetero 7 20 27 Total 28 79 107 4.1.48 Mutação HFE – H63D e regime de condicionamento com TBI Vinte e um (65,6%) de 32 pacientes que receberam TBI foram normais para HFE - H63D e 11 (24,4%) nulos; 59(78,6%) de 75 pacientes que não receberam TBI foram normais e 16 (21,4%) nulos. (p=0,999) Tabela 48. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Condicionamento - TBI. Condicionamento – TBI HFE - H63D Total Não Sim Normal 59 21 80 Hetero 16 11 27 Total 75 32 107 R e s u l t a d o s | 62 4.1.49 Mutação HFE – H63D e tipo de condicionamento mielo e nãomieloablativo Foram analisados 11 (10,2%) pacientes que receberam condicionamentos Não mieloablativos numa amostra de 107; destes, 8 (72,7%) foram normais para a mutação HFE - H63D e 3 (27,3%) foram nulos. De 96 (89,7%) pacientes que receberam condicionamentos mieloablativos, 72 (75%) foram normais e 24 (25%) nulos (p=0,999) Tabela 49. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Tipo de condicionamento. Tipo de condicionamento HFE - H63D Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 72 8 80 Hetero 24 3 27 Total 96 11 107 4.1.50 Mutação HFE – H63D e uso de NPT Foram analisados 40 (37,7%) pacientes que receberam NPT entre 106 casos; destes, 31 (77,5%) foram normais para a mutação HFE - H63D e 9 (22,5%) foram nulos. De 66 (62,2%) pacientes que não receberam NPT, 48 (72,7%) foram normais e 18(27,3%) nulos (p=0,651). Tabela 50. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e NPT. NPT HFE - H63D Total Não Sim Normal 48 31 79 Hetero 18 9 27 Total 66 40 106 R e s u l t a d o s | 63 4.1.51 Mutação HFE – H63D e positividade ao CMV no receptor Foram analisados 92 (86,7%) pacientes que eram CMV positivos entre 106 casos; destes, 70 (76,1%) foram normais para a mutação HFE - H63D e 22 (23,9%) foram nulos. De 14 (13,2%) pacientes que eram CMV negativos, 10 (71,4%) foram normais e 4 (28,6%) nulos (p=0,742) Tabela 51. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e CMV Recp. CMV Recp HFE - H63D Total Negativo Positivo Normal 10 70 80 Hetero 4 22 26 Total 14 92 106 4.1.52 Mutação HFE – H63D e enzimas hepáticas pré TCTH Foram analisados 12 (11,4%) entre 105 pacientes, que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré TCTH; destes, 8 (66,6%) foram normais para a mutação HFE - H63D e 4 (23,4%) foram nulos. De 93 (88,5%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré TCTH, 71 (76,3%) foram normais e 22 (23,7%) nulos (p=0,486) Tabela 52. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Enzima Hep. Pré TCTH. Enzima Hep. Pré TCTH HFE - H63D Total Normal Alterado Normal 71 8 79 Hetero 22 4 26 Total 93 12 105 R e s u l t a d o s | 64 4.1.53 Mutação HFE – H63D e uso de vancomicina Foram analisados 75 (70,1%) pacientes que usaram vancomicina pré e intra TCTH numa amostra de 107; destes, 56 (74,6%) foram normais para a mutação HFE - H63De 19 (25,4%) foram nulos. De 32 (29,9%) pacientes que não usaram vancomicina pré e intra TCTH, 24 (75%) foram normais e 8 (25%) nulos (p=0,999) Tabela 53. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Vancomicina. Vancomicina HFE - H63D Total Não Sim Normal 24 56 80 Hetero 8 19 27 Total 32 75 107 4.1.54 Mutação HFE – H63D e grupos de diagnóstico Foram analisados 22(26,8%) pacientes que tinham como diagnóstico doença mieloproliferativa crônica entre 82 casos; destes, 22 (100%) foram normais para a mutação HFE - H63D.. Para as Leucoses Agudas em 37(45,1%) pacientes analisados, 35 (94,6%) foram normais para mutação HFE – H63D e 2 (5,4%) heterozigotos. De 6 (7,3%) pacientes com diagnóstico de falência medular, 5 (83,3%) foram normais e 1 (16,7%) heterozigoto. De 17 (20,7%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas, todos (100%) foram normais. (p=0,248) R e s u l t a d o s | 65 Tabela 54. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e Diagnóstico. Diagnóstico Protrombina Total DL FM LA MC Normal 17 5 35 22 79 Hetero 0 1 2 0 3 Total 17 6 37 22 82 4.1.55 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo bussulfan Foram analisados 56 (53,8%) entre 104 pacientes, que receberam condicionamentos com bussulfan; destes, 53 (94,6%) foram normais para a mutação HFE S65C e 3 (5,4%) foram heterozigotos. De 48(46,1%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 46 (95,8%) foram normais e 2 (4,2%) heterozigotos (p=0,633). Tabela 55. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e condicionamento – com Bu. Condicionamento – BU HFE S65C Total Não Sim Normal 46 53 99 Hetero 2 3 5 Total 48 56 104 R e s u l t a d o s | 66 4.1.56 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo ciclofosfamida Foram analisados 76 (73%) entre 104 pacientes, que receberam condicionamentos com Cy; destes, 73 (96%) foram normais para a mutação HFE S65C e 3 (4%) heterozigotos. De 28(26,9%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 26 (96,8%) foram normais e 2 (3,2%) heterozigotos (p=0,999) Tabela 56. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Condicionamento - Cy Condicionamento – CY HFE S65C Total Não Sim Normal 26 73 99 Hetero 2 3 5 Total 28 76 104 4.1.57 Mutação HFE – S65C e regime de condicionamento contendo TBI Vinte e nove (93,5%) entre 31 pacientes, que receberam TBI foram normais para mutação HFE S65C e 2 (6,5%) heterozigotos; 70 (95,9%) de 73 pacientes que não receberam TBI foram normais e 3 (4,1%) nulos (p=0,609). Tabela 57. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Condicionamento – TBI. Condicionamento – TBI HFE S65C Total Não Sim Normal 70 29 99 Hetero 3 2 5 Total 73 31 104 R e s u l t a d o s | 67 4.1.58 Mutação HFE – S65C e tipo de regime de condicionamento Foram analisados 11 (10,5%) entre 104 pacientes, que receberam condicionamentos com busulfan; destes, 10 (90,9%) foram normais para a mutação HFE S65C e 1 (9,1%) foi nulo. De 93(89,4%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 89 (95,6%) foram normais e 4 (4,4%) heterozigotos (p=0,435). Tabela 58. Distribuição condicionamentos da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Tipos de Tipo de condicionamento HFE S65C Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 89 10 99 Hetero 4 1 5 Total 93 11 104 4.1.59 Mutação HFE – S65C e uso de Nutrição parenteral total Foram analisados 38(36,9%) entre 103 pacientes, que receberam NPT; destes, 37 (97,3%) foram normais para a mutação HFE S65C e 1 (2,7%) foi nulo. De 65 (63,1%) pacientes que não receberam NPT, 61 (93,8%) foram normais e 4(6,2%) heterozigotos (p=0,649) Tabela 59. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e NPT. NPT HFE S65C Total Não Sim Normal 61 37 98 Hetero 4 1 5 Total 65 38 103 R e s u l t a d o s | 68 4.1.60 Mutação HFE – S65C e positividade do receptor ao CMV Foram analisados 89(86,4%) entre 103 pacientes, que eram CMV positivos; destes, 84 (94,3%) foram normais para a mutação HFE S65C e 5 (5,7%) foram heterozigotos. De 14 (13,5%) pacientes que eram CMV negativos, todos (100%) foram normais (p=0,999). Tabela 60. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e CMV Recp. CMV Recp HFE S65C Total Negativo Positivo Normal 14 84 98 Hetero 0 5 5 Total 14 89 103 4.1.61 Mutação HFE – S65C e enzimas hepáticas pré-TCTH Foram analisados 11(10,7%) entre 102 pacientes, que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH; destes, 9 (81,8%) foram normais para a mutação HFE S65C e 2 (18,2%) heterozigotos. De 91 (89,3%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas pré -TCTH, 88 (96,7%) foram normais e 3 (3,3%) nulos (p=0,049) Tabela 61. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e Enzima Hep. Pré TCTH Enzima Hep. Pré TCTH HFE S65C Total Normal Alterado Normal 88 9 97 Hetero 3 2 5 Total 91 11 102 R e s u l t a d o s | 69 4.1.62 Mutação HFE – S65C e uso de vancomicina Foram analisados 73(70,1%) entre 104 pacientes, que usaram vancomicina pré e intra-TCTH; destes, 70 (95,9%) foram normais para a mutação HFE S65C e 3 (4,1%) heterozigotos. De 31 (29,9%) pacientes que usaram vancomicina pré e intraTCTH, 29 (93,5%) foram normais e 2 (6,5%) heterozigotos (p=0,633). Tabela 62. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e uso de vancomicina. Vancomicina HFE S65C Total Não Sim Normal 29 70 99 Hetero 2 3 5 Total 31 73 104 4.1.63 Mutação HFE – S65C e grupos de diagnóstico Foram analisados 26(25%) entre 104 pacientes, que tinham como diagnóstico doença mieloproliferativa crônica; destes, 24 (92,3%) foram normais para a mutação HFE S65C e 2 (7,7%) foram heterozigotos. Para as Leucoses Agudas em 50(48%) pacientes analisados, 48 (96%) foram normais para mutação HFE S65C eforamheterozigotos. De 6 (5,7%) pacientes com diagnóstico de falência medular, 6 (100%) foram normais. De 22 (21,1%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas, 21 (95,4%) foram normais e 1 (4,6%) heterozigotos. (p=0,876) R e s u l t a d o s | 70 Tabela 63. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e grupos de diagnósticos Diagnóstico HFE S65C Total DL FM LA MC Normal 21 6 48 24 99 Hetero 1 0 2 2 5 Total 22 6 50 26 104 4.1.64 Mutação MTHR C677T regime de condicionamento contendo Bussulfan Foram analisados 53(58,2%) entre 91 pacientes, que receberam condicionamentos com bussulfan; destes, 35 (66%) foram normais para a mutação MTHR C677T e 5 (9,5%) foram mutados homozigotos e 13 (24,5%) foram mutados heterozigotos. De 38 (41,7%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 22 (57,9%) foram normais e 7 (18,4%) foram mutados homozigotos e 9 (23,7%) foram mutados heterozigotos (p=0,216). Tabela 64. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e condicionamentos com Bu Condicionamento – BU MTHR C677T Total Não Sim Normal 22 35 57 Mutado homozigoto 7 5 12 Mutado heterozigoto 9 13 22 Total 38 53 91 R e s u l t a d o s | 71 4.1.65 Mutação MTHR C677T e regimes de condicionamento contendo ciclofosfamida. Foram analisados 64 (70,3%) entre 91 pacientes, que receberam condicionamentos com Cy; destes, 37(57,8%) foram normais para a mutação MTHR C677T, 10 (15,6%) mutados homozigotos e 17 (26,6%) mutados heterozigotos. De 27 (29,6%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Cy, 20 (74%) foram normais, 2 (7,4%) mutados homozigotos e 5 (18,6%) mutados heterozigotos (p=0,476). Tabela 65. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e condicionamentos com CY. Condicionamento – CY MTHR C677T Total Não Sim Normal 20 37 57 Mutado homozigoto 2 10 12 Mutado heterozigoto 5 17 22 Total 27 64 91 4.1.66 Mutação MTHR C677T e regimes de condicionamento contendo TBI Onze (50%), de 22 pacientes, que receberam TBI foram normais para MTHR C677T, 5 (22,7%) foram mutados homozigotos e 6 (27,3%) mutados heterozigotos; 46 (66,6%) de 69 que não receberam TBI foram normais, 7(10,1%) foram mutados homozigotoss e 16 (23,3%) mutados heterozigotos (p=0,397). R e s u l t a d o s | 72 Tabela 66. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e Condicionamento - TBI. Condicionamento – TBI MTHR C677T Total Não Sim Normal 46 11 57 Mutado homozigoto 7 5 12 Mutado heterozigoto 16 6 22 Total 69 22 91 4.1.67 Mutação MTHR C677T e tipos de condicionamentos mielo a nãomielo-ablativos Foram analisados 10 (11%) de 91 pacientes, que receberam condicionados com bussulfan; destes, 7 (70%) foram normais para a mutação MTHR C677T , um (10%) foi mutado homozigoto e 2 (20%) foram mutados heterozigotos. De 81(89%) pacientes que receberam outros condicionamentos que não incluíram Bu, 50(61,7%) foram normais, 11(13,5%) mutados homozigotos e 20 (24,8%) mutados heterozigotos (p=0,999) Tabela 67. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e Tipos de condicionamentos mielo a não-mialoablativos. Tipo de condicionamento MTHR C677T Total Mieloablativo Não Mieloablativo Normal 50 7 57 Mutado homozigoto 11 1 12 Mutado heterozigoto 20 2 22 Total 81 10 91 R e s u l t a d o s | 73 4.1.68 Mutação MTHR C677T e uso de nutrição parenteral Foram analisados 37 (41,1%) de 90 pacientes, que receberam NPT; destes, 20 (54%) foram normais para a mutação MTHR C677T, 6 (16,2%) mutados homozigotos e 11 (29,7%) mutados heterozigotos. De 53 (58,9%) pacientes que não receberam NPT , 36 (68%) foram normais, 6 (11,3%) mutados homozigotos e 11 (20%) mutados heterozigotos (p=0,405). Tabela 68. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e NPT. NPT MTHR C677T Total Não Sim Normal 36 20 56 Mutado homozigoto 6 6 12 Mutado heterozigoto 11 11 22 Total 53 37 90 4.1.69 Mutação MTHR C677T e positividade do receptor ao CMV Foram analisados 74 (82,2%) de 90 pacientes, que eram CMV positivos; destes, 47 (63,5%) foram normais para a mutação MTHR C677T, 11 (14,8%) mutados homozigotos e 16 (21,6%) mutados heterozigotos. De 16 (17,7%) pacientes que eram CMV negativos, 9 (56,2%) foram normais, um (6,2%) foi mutado homozigoto e 6 (37,5%) foram mutados heterozigotos (p=0,371). R e s u l t a d o s | 74 Tabela 69. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e positividade do receptor ao CMV. CMV Recp MTHR C677T Total Negativo Positivo Normal 9 47 56 Mutado homozigoto 1 11 12 Mutado heterozigoto 6 16 22 Total 16 74 90 4.1.70 Mutação MTHR C677T e enzimas hepáticas Foram analisados 9(10,1%) de 89 pacientes, que apresentavam enzimas hepáticas alteradas pré-TCTH; destes, 6 (66,6%) foram normais para a MTHR C677T, um (11,1%) mutado homozigoto e 2(22,3%) foram mutados heterozigotos. De 80 (89,9%) pacientes que não apresentaram alteração de enzimas hepáticas préTCTH, 49 (61,2%) foram normais, 11 (13,7%) mutados homozigotos e 20 (25%) mutados heterozigotos (p=0,999). Tabela 70. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e enzimas hepáticas préTCTH. Enzima Hep. Pré TCTH MTHR C677T Total Normal Alterado Normal 49 6 55 Mutado homozigoto 11 1 12 Mutado heterozigoto 20 2 22 Total 80 9 89 R e s u l t a d o s | 75 4.1.71 Mutação MTHR C677T e uso de vancomicina Foram analisados 65 (71,4%) de 91 pacientes, que usaram vancomicina pré e intra- TCTH; destes, 39 (60%) foram normais para a mutação MTHR C677T, 9 (13,8%) mutados homozigotos e 17(26,1%) mutados heterozigotos. De 26 (28,6%) pacientes que usaram vancomicina pré e intra-TCTH, 18 (69,2%) foram normais, 3 (11,5%) mutados homozigotos e 5(19,2%) mutados heterozigotos (p=0,739). Tabela 71. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e vancomicina. Vancomicina MTHR C677T Total Não Sim Normal 18 39 57 Mutado homozigoto 3 9 12 Mutado heterozigoto 5 17 22 Total 26 65 91 4.1.72 Mutação MTHR C677T e grupos de diagnósticos Foram analisados 23 (25,2%) de 91 pacientes, que tinham como diagnóstico doença mieloproliferativa crônica; destes, 13 (56,5%) foram normais para a mutação MTHR C677T, 5 (21,7%) mutados homozigotos e 5 (21,7%) mutados heterozigotos. Para as Leucoses Agudas em 42 (46,1%) pacientes analisados, 26 (61,9%) foram normais 5 (11,9%) mutados homozigotos e 11 (26,2%) mutados heterozigotos. De 6 (6,5%) pacientes com diagnóstico de falência medular, 5 (83,3%) foram normais e um (16,7%) foi mutado heterozigoto. De 20 (22%) pacientes com diagnóstico de doenças linfoproliferativas, 13 (65%) foram normais, 2 (10%) mutados homozigotos e 5 (25%) mutados heterozigotos (p=0,900). R e s u l t a d o s | 76 Tabela 72. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e grupos de diagnóstico. Diagnóstico MTHR C677T Total DL FM LA MC Normal 13 5 26 13 57 Mutado homogêneo 2 0 5 5 12 Mutado heterogêneo 5 1 11 5 22 Total 20 6 42 23 91 4.1.73 Resultados obtidos entre a associação de polimorfismos e características estudadas de predisposição à DVOH Tabela 73. Resultados do estudo de associação entre os polimorfismos e as demais características de interesse na pesquisa. (Continua) Polimorfismo Característica Nível descritivo Polimorfismo Característica Nível descritivo GST - Condicionamento - CY 0,422 Protrombina Condicionamento – CY 0,586 GST - Condicionamento - TBI 0,492 Protrombina Condicionamento – TBI 0,566 GST - Condicionamento - Bu 0,661 Protrombina Condicionamento – Bu 0,999 GST - Tipo de condicionamento 0,745 Protrombina Tipo de condicionamento 0,999 GST - NPT 0,673 Protrombina NPT 0,547 GST - CMV Recp 0,999 Protrombina CMV Recp 0,999 GST - Enzima Hep. Pré TCTH 0,747 Protrombina Enzima Hep. Pré TCTH 0,330 GST - Vancomicina 0,499 Protrombina Vancomicina 0,999 GST - Diagnóstico 0,957 Protrombina Diagnóstico 0,255 GST - Condicionamento - CY 0,999 HFE - H63D Condicionamento – CY 0,181 GST - Condicionamento - TBI 0,999 HFE - H63D Condicionamento – TBI 0,999 GST - Condicionamento - Bu 0,169 HFE - H63D Condicionamento – Bu 0,223 GST - Tipo de condicionamento 0,999 HFE - H63D Tipo de condicionamento 0,999 R e s u l t a d o s | 77 Tabela 73. Resultados do estudo de associação entre os polimorfismos e as demais características de interesse na pesquisa, chamando atenção para o resultado em vermelho, pela associação entre polimorfismo HFE S65C e a predisposição de alteração de enzimas hepáticas. (Conclusão) Polimorfismo Característica Nível descritivo Polimorfismo Característica Nível descritivo GST - NPT 0,743 HFE - H63D NPT 0,651 GST - CMV Recp 0,351 HFE - H63D CMV Recp 0,742 GST - Enzima Hep. Pré TCTH 0,329 HFE - H63D Enzima Hep. Pré TCTH 0,486 GST - Vancomicina 0,999 HFE - H63D Vancomicina 0,999 GST - Diagnóstico 0,471 HFE - H63D Diagnóstico 0,248 GST - Condicionamento - CY 0,421 HFE S65C Condicionamento – CY 0,999 GST - Condicionamento - TBI 0,999 HFE S65C Condicionamento – TBI 0,609 GST - Condicionamento - Bu 0,375 HFE S65C Condicionamento – Bu 0,633 GST - Tipo de condicionamento 0,999 HFE S65C Tipo de condicionamento 0,435 GST - NPT 0,679 HFE S65C NPT 0,649 GST - CMV Recp 0,999 HFE S65C CMV Recp 0,999 GST - Enzima Hep. Pré TCTH 0,544 HFE S65C Enzima Hep. Pré TCTH 0,049 GST - Vancomicina 0,118 HFE S65C Vancomicina 0,633 GST - Diagnóstico 0,199 HFE S65C Diagnóstico 0,876 Leiden Condicionamento - CY 0,999 MTHR C677T Condicionamento – CY 0,476 Leiden Condicionamento - TBI 0,999 MTHR C677T Condicionamento – TBI 0,397 Leiden Condicionamento - Bu 0,999 MTHR C677T Condicionamento – Bu 0,216 Leiden Tipo de condicionamento 0,999 MTHR C677T Tipo de condicionamento 0,999 Leiden NPT 0,348 MTHR C677T NPT 0,405 Leiden CMV Recp 0,999 MTHR C677T CMV Recp 0,371 Leiden Enzima Hep. Pré TCTH 0,999 MTHR C677T Enzima Hep. Pré TCTH 0,999 Leiden Vancomicina 0,311 MTHR C677T Vancomicina 0,739 Leiden Diagnóstico 0,535 MTHR C677T Diagnóstico 0,900 R e s u l t a d o s | 78 4.1.74 Polimorfismo da GST - e diagnóstico DVOH Foram analisados 18 (94,7%) de 19 pacientes que apresentaram DVOH; destes, 12 (66,6%) foram normais e 6 (33,4%) foram nulos para GST-. De 84 (82,3%) pacientes que não apresentaram DVOH, 51 (61%) foram normais para GSTe 33 (39%) nulos para GST-(p=0,791), concluindo – se que a mutação GST não teve relação com DVOH. Tabela 74. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. DVOH GST - Total Não Sim Normal 51 12 63 Nulo 33 6 39 Total 84 18 102 4.1.75 Polimorfismo da GST - θ e diagnóstico DVOH Foram analisados 19 (100%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 18 (94,7%) foram normais para GST- e 1 (5,3%) foi nulo para GST- . De 86 (81,9%) pacientes que não apresentaram DVOH, 77 (89,5%) foram normais para GST- e 9 (10,5%) nulos para GST -. (p=0,685). Tabela 75. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. DVOH GST - Total Não Sim Normal 77 18 95 Nulo 9 1 10 R e s u l t a d o s | 79 Total 86 19 105 4.1.76 Polimorfismo da GST - e diagnóstico DVOH Foram analisados 18 (94,7%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 6 (33,3%) foram normais para GST - e 12 (66,7%) foram nulos para GST - . De 95 (84,1%) pacientes que não apresentaram DVOH, 29 (30,5%) foram normais para GST - e 66 (69,5%) nulos para GST -. (p=0,788). Tabela 76. Distribuição da amostra quanto às variáveis GST - e DVOH. DVOH GST Total Não Sim Normal 29 6 35 Nulo 66 12 78 Total 95 18 113 4.1.77 Fator V de Leiden e diagnóstico de DVOH Foram analisados 15 (78,9%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 14 (93,3%) foram normais para Leiden e 1 (6,7%) foi heterozigoto para Leiden . De 75 (83,3%) pacientes que não apresentaram DVOH, 75 (100%) foram normais para Leiden e 0 (%) heterozigoto para Leiden (p=0,167). Tabela 77. Distribuição da amostra quanto às variáveis Leiden e DVOH DVOH Leiden Total Não Sim Normal 75 14 89 Hetero 0 1 1 R e s u l t a d o s | 80 Total 75 15 90 4.1.78 Mutação Protrombina e diagnóstico de DVOH Foram analisados 15(78,9%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 14 (93,3%) foram normais para mutação da protrombina e 1 (6,7%) foi heterozigoto. De 67 (81,7%) pacientes que não apresentaram DVOH, 65 (97%) foram normais para esta mutação e 2 (3%) foram heterozigotos (p=0,459) Tabela 78. Distribuição da amostra quanto às variáveis Protrombina e DVOH. DVOH Protrombina Total Não Sim Normal 65 14 79 Hetero 2 1 3 Total 67 15 82 4.1.79 Mutação HFE – H63D e diagnostico de DVOH Foram analisados 16(84,2%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 14 (87,5%) foram normais para HFE - H63D e 2 (12,5%) foram heterozigoto para HFE H63D. De 91(85%) pacientes que não apresentaram DVOH, 66 (72,5%) foram normais para HFE - H63D e 25 (27,4%) heterozigoto para HFE - H63D . (p=0,348) Tabela 79. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE - H63D e DVOH. DVOH HFE - H63D Total Não Sim Normal 66 14 80 Hetero 25 2 27 R e s u l t a d o s | 81 Total 91 16 107 4.1.80 Mutação HFE S65C e diagnóstico de DVOH Foram analisados 15(78,9%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 15 (100%) foram normais para HFE S65C e 0 (0%) foi heterozigoto para HFE S65C . De 89 (85,5%) pacientes que não apresentaram DVOH, 84 (94,4%) foram normais para HFE S65C e 5 (5,6%) heterozigotos (p=0,999). Tabela 80. Distribuição da amostra quanto às variáveis HFE S65C e DVOH. DVOH HFE S65C Total Não Sim Normal 84 15 99 Hetero 5 0 5 Total 89 15 104 4.1.81 Mutação MTHR C677T e diagnóstico de DVOH Foram analisados 15 (78,9%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 10 (66,6%) foram normais para MTHR C677T e 3 (20%) foram homozigotos para MTHR C677T e 2 (13,4%) heterozigotos. De 76(83,5%) pacientes que não apresentaram DVOH, 47 (61,8%) foram normais para MTHR C677T 9 (11,8%) homozigotos e 20 (26,3%) heterozigotos (p=0,444) Tabela 81. Distribuição da amostra quanto às variáveis MTHR C677T e DVOH DVOH MTHR C677T Total Não Sim Normal 47 10 57 Mutado homozigoto 9 3 12 R e s u l t a d o s | 82 Mutado heterozigoto 20 2 22 Total 76 15 91 4.1.82 Resultados analisados do estudo entre os polimorfismos e diagnóstico de DVOH Não houve relação entre os polimorfismos analisados e a ocorrência da DVOH. Tabela 82. Resultados do estudo de associação entre os polimorfismos e a variável DVOH. Polimorfismo Nível descritivo GST - 0,791 GST - 0,685 GST - 0,788 Leiden 0,167 Protrombina 0,459 HFE - H63D 0,348 HFE S65C 0,999 MTHR C677T 0,444 4.1.83 Regime de condicionamento contendo Bussulfan e DVOH Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 11 pacientes (57,9%) não foram submetidos ao condicionamento com bussulfan e 8 (42,1%) foram condicionados com bussulfan. De 101(84,2%) pacientes que não apresentaram DVOH, 44 (43,5%) não foram submetidos ao condicionamento com bussulfan e 57 (56,5%) foram submetidos ao condicionamento com bussulfan. (p=0,318). R e s u l t a d o s | 83 Tabela 83. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - BU e DVOH. DVOH Condicionamento - BU Total Não Sim Não 44 11 55 Sim 57 8 65 Total 101 19 120 4.1.84 Regime de condicionamento contendo Ciclofosfamida e DVOH Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 2 pacientes (10,5%) não foram submetidos ao condicionamento com ciclofosfamida e 17 (89,5%) o foram. De 101 (84,1%) pacientes que não apresentaram DVOH , 27 (26,7%) não foram submetidos ao condicionamento com ciclofosfamida e 74 (73,2%) foram submetidos a ciclofosfamida (p=0,156). Tabela 84. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - CY e DVOH. DVOH Condicionamento - CY Total Não Sim Não 27 2 29 Sim 74 17 91 Total 101 19 120 4.1.85 Regime de condicionamento contendo TBI e DVOH Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 13 pacientes (68,4%) não foram submetidos ao condicionamento com Irradiação corporal Total (TBI) e 6 (31,6%) foram condicionados com Irradiação corporal Total R e s u l t a d o s | 84 (TBI). De 101(84,1%) pacientes que não apresentaram DVOH, 70 (69,3%) não foram submetidos ao condicionamento com Irradiação corporal Total (TBI) e 31 (30,7%) foram submetidos (p=0,999). Tabela 85. Distribuição da amostra quanto às variáveis Condicionamento - TBI e DVOH. DVOH Condicionamento – TBI Total Não Sim Não 70 13 83 Sim 31 6 37 Total 101 19 120 4.1.86 Análise dos tipos de condicionamentos e DVOH Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 18 pacientes (94,7%) foram submetidos ao condicionamento mieloablativo e 1 (5,3%) foi submetido a condicionamento não-mieloablativo. De 101 pacientes que não apresentaram DVOH, 90 (89,1%)foram submetidos ao condicionamento mieloablativo e 11 (10,9%) foram submetidos ao condicionamento não-mieloablativo (p=0,688). Tabela 86. Distribuição da amostra quanto às variáveis tipos de condicionamentos: mieloablativo e não-mieloablativo versus DVOH. DVOH Tipo de condicionamento Total Não Sim Mieloablativo 90 18 108 Não Mieloablativo 11 1 12 Total 101 19 120 R e s u l t a d o s | 85 4.1.87 Análise do uso de NPT e DVOH. Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 9 (47,3%) não receberam NPT e 10 (52,7%) receberam NPT. De 100 pacientes (84%) que não apresentaram DVOH, 67 (67%) não receberam NPT e 33 (33%) receberam NPT (p=0,122). Tabela 87. Distribuição da amostra quanto às variáveis NPT e DVOH. SOS NPT Total Não Sim Não 67 9 76 Sim 33 10 43 Total 100 19 119 4.1.88 Análise da positividade sorológica do receptor ao CMV versus DVOH Foram analisados 19 (16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 2 (10,5%) eram CMV negativos e 17 (89,4%) eram CMV positivos. De 100 pacientes(84%) que não apresentaram DVOH 15 (15%) eram CMV negativos, 85 (85%) eram CMV positivos. (p=0,999). Tabela 88. Distribuição da amostra quanto às variáveis positividade sorológica do receptor ao CMV versus DVOH DVOH CMV Recp Total Não Sim Negativo 15 2 17 Positivo 85 17 102 R e s u l t a d o s | 86 Total 100 19 119 4.1.89 Análise de alteração de enzimas hepáticas no pré-TCTH versus DVOH Foram analisados 19 (15,5%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 13 (68,4%) apresentaram enzimas hepáticas pré-TCTH normais e 6 (31,6%) apresentaram enzimas hepáticas pré TCTH alteradas. De 99 (83,9%) pacientes que não apresentaram DVOH, 92 (93%) apresentaram enzimas hepáticas pré-TCTH normais, e 7 (7%) apresentaram enzimas hepáticas pré-TCTH alteradas, (p=0,007); portanto, houve relação entre as alterações de enzimas hepáticas pré_TCTH e ocorrência de DVOH. Tabela 89. Distribuição da amostra quanto às variáveis alterações de enzimas hepáticas préTCTH versus DVOH. DVOH Enzima Hep. Pré TCTH Total Não Sim Normal 92 13 105 Alterado 7 6 13 Total 99 19 118 4.1.90 Análise do uso de vancomicina e DVOH Foram analisados 19(16%) pacientes que apresentaram DVOH; destes, 3 (15,8%) não fizeram uso de vancomicina pré ou intra-TCTH e 16 (84,2%) fizeram uso de vancomicina pré ou intra-TCTH. De 101 pacientes (84,2%) que não apresentaram DVOH, 32 (31,7%) não fizeram uso de vancomicina pré ou intra-TCTH e 69 (68,3% ) fizeram uso de vancomicina pré ou intra-TCTH (p=0,270). R e s u l t a d o s | 87 Tabela 90. Distribuição da amostra quanto às variáveis uso de vancomicina versus DVOH DVOH Vancomicina Total Não Sim Não 32 3 35 Sim 69 16 85 Total 101 19 120 4.1.91 Resultados da análise entre as variáveis de interesse do estudo e DVOH Tabela 91. Resultados do estudo de associação entre as variáveis de interesse e a DVOH. Variável Nível descritivo Condicionamento – BU 0,318 Condicionamento – CY 0,156 Condicionamento – TBI 0,999 Tipo de condicionamento 0,688 NPT 0,122 CMV Recp 0,999 Enzima Hep. Pré TCTH 0,007 Vancomicina 0,270 Diagnóstico 0,223 R e s u l t a d o s | 88 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença venooclusiva hepática. (Continua) GST GST GST Leiden Protrombina HFE C282Y HFE H63D HFE S65C MTHR C677T M T P 1691GA 20210GA 13 Normal normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 8 Normal normal GG Sem DNA Sem DNA Normal Hetero Normal Mut Homo Não 124 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Mut Hetero Não 82 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Não 12 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Sem DNA Hetero Normal Normal Não 31 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 98 Normal Normal GG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Homo Não 106 Sem DNA Sem DNA Nao Normal Sem DNA Normal Normal Normal Mut Homo Não 7 normal Normal AA Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 4 nulo M normal GG Sem DNA Sem DNA Normal Sem DNA Sem DNA Mut Hetero Não 91 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 25 normal Normal GG Normal Normal Normal Hetero Normal Normal Não 173 normal Normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 5 normal Normal AA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Sim 28 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 9 normal Normal GG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 51 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Mut Homo Sim 10 normal Nulo T AG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 23 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 174 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 11 normal Nulo T AA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 27 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 30 normal Nulo T AA Normal Normal Normal Hetero Normal Normal Não 22 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Hetero Mut Hetero Não 18 nulo M normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Normal Não 86 Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 32 normal Normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não SOS R e s u l t a d o s | 89 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença venooclusiva hepática. (Continuação) GST GST GST Leiden Protrombina HFE C282Y HFE H63D HFE S65C MTHR C677T M T P 1691GA 20210GA 6 Sem DNA Sem DNA AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Mut Homo Não 3 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 153 normal Normal AA Hetero Normal Normal Normal Normal Mut Homo Sim 130 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 99 normal Normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Hetero Normal Normal Não 15 Sem DNA Sem DNA AA Sem DNA Sem DNA Normal Sem DNA Sem DNA Mut Homo Não 16 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 17 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 19 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 20 Sem DNA Sem DNA AG Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Não 21 Sem DNA Sem DNA AA Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 24 Sem DNA Sem DNA AA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 26 nulo M normal AA Sem DNA Sem DNA Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 33 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 70 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Hetero Normal Não 34 nulo M normal AG Normal Hetero Normal Normal Normal Normal Não 155 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 150 normal Normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Homo Não 50 normal Normal AG Normal Sem DNA Sem DNA Hetero Normal Mut Hetero Não 149 nulo M normal GG Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Homo Não 85 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 95 normal Normal AA Normal Sem DNA Normal Normal Normal Sem DNA Não 162 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Sem DNA Normal Não 133 normal Normal AA Normal Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 59 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 56 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 79 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não SOS R e s u l t a d o s | 90 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença venooclusiva hepática. (Continuação) GST GST GST Leiden Protrombina HFE C282Y HFE H63D HFE S65C MTHR C677T M T P 1691GA 20210GA 76 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 156 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 191 normal Normal Sem DNA Normal Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não 69 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 194 nulo M normal AA Normal Normal Normal Normal Hetero Mut Hetero Não 78 normal Normal AG Normal Normal Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 202 normal Normal AA Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 197 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Não 198 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 205 Sem DNA Sem DNA AA Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Homo Não 152 nulo M normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Sem DNA Não 195 nulo M normal GG Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Não 158 normal Nulo T AG Normal Normal Normal Hetero Normal Normal Não 140 nulo M normal AG Normal Normal Normal Hetero Hetero Sem DNA Não 53 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 126 Sem DNA Sem DNA AA Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 148 normal Normal AA Sem DNA Normal Sem DNA Hetero Normal Mut Hetero Sim 128 Sem DNA Nulo T Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não 62 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Não 103 Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Não 201 normal Normal AA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Mut Homo Sim 103 normal Normal AG Normal Normal Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 203 Sem DNA Sem DNA AG Normal Normal Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não SOS 201 Sem DNA Sem DNA AG Normal Sem DNA Normal Normal Normal Mut Hetero Não 61 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 35 normal Normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 36 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Sim R e s u l t a d o s | 91 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença venooclusiva hepática. (Continuação) GST GST GST Leiden Protrombina HFE C282Y HFE H63D HFE S65C MTHR C677T M T P 1691GA 20210GA 107 normal Normal AA Normal Hetero Normal Normal Normal Normal Sim 89 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 80 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 38 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 39 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 40 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 41 nulo M normal AA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 42 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 43 normal Normal GG Sem DNA Sem DNA Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não 131 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Hetero Não 44 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 45 nulo M normal AG Normal Sem DNA Normal Hetero Sem DNA Mut Hetero Não 144 normal Nulo T GG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 46 normal Normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Sim 47 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 48 nulo M normal AA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Normal Não 49 normal Nulo T AG Sem DNA Sem DNA Normal Normal Normal Sem DNA Não 146 normal Normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Normal Não 147 nulo M normal AG Normal Hetero Normal Normal Normal Sem DNA Não 145 normal Normal AG Normal Sem DNA Sem DNA Hetero Sem DNA Sem DNA Sim 154 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Hetero Normal Não 161 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Sim 110 nulo M normal AG Sem DNA Sem DNA Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 143 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Mut Homo Não 165 nulo M normal AG Normal Normal Normal Hetero Normal Mut Hetero Não 182 Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não 183 normal Normal AA Normal Normal Sem DNA Hetero Normal Normal Não SOS R e s u l t a d o s | 92 Quadro 12. Resultados de polimorfismos encontrados em cada paciente analisado do estudo, chamando atenção os pacientes grifados em vermelho, os quais desenvolveram doença venooclusiva hepática. (Conclusão) GST GST GST Leiden Protrombina HFE C282Y HFE H63D HFE S65C MTHR C677T M T P 1691GA 20210GA 185 normal Nulo T AA Normal Normal Normal Hetero Normal Sem DNA Não 186 nulo M normal Sem DNA Normal Normal Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sim 187 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Não 188 Sem DNA Sem DNA AG Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Não SOS 189 Sem DNA Sem DNA GG Normal Normal Normal Hetero Normal Sem DNA Não 190 Sem DNA Nulo T AG Normal Normal Sem DNA Normal Normal Sem DNA Não 97 normal Normal AA Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 199 nulo M normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 81 normal Normal AG Normal Normal Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sem DNA Sim 90 Sem DNA Nulo T AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Sim 117 normal Normal AG Normal Normal Normal Normal Normal Normal Não 134 normal Normal GG Normal Normal Normal Normal Normal Sem DNA Não Obs. Devido à grande quantidade de pacientes com amostras de DNA previamente estocados, com uma quantidade de volume aquém do necessário, para o desenvolvimento da técnica de PCR, não foi possível estudar os polimorfismos na totalidade, em toda a população descrita deste estudo. Os quadrados em vermelho, significam pacientes com diagnostico de doença veno oclusiva hepática. R e s u l t a d o s | 93 5. DISCUSSÃO D i s c u s s ã o | 95 A incidência de DVOH em nosso estudo foi de 16%, compatível com o encontrado na literatura que varia de 5% a 60% (Jones et al., 1987; Littzow et al., 2002, Vogelsang, Dalal, 2002), sendo esta variação devido aos diferentes critérios de inclusão, os quais levaram em consideração regime de condicionamento, diagnóstico, presença de CMV no doador e receptor, uso de vancomicina pré e pósregime de condicionamento, irradiação abdominal, lesão hepática pré-TCTH e outros critérios analisados e citados neste estudo (McDonald et al., 1993; Coppell et al., 2003). Os critérios utilizados em nosso estudo para o diagnóstico de DVOH, foi o de Seattle modificado, com sensibilidade e especificidade de 88% (Shulman, Hinterberger, 1992). Têm se observado que a freqüência global de DVOH apresentou mudanças significativas nos últimos anos, mostrando que a suspeita do diagnóstico e medidas profiláticas e a instituição de tratamento no início do quadro pode ser de grande valia no prognóstico da doença (Park et al., 2002; Tay et al., 2007). As medidas de suporte geral incluindo balanço hídrico, hemodiálise, paracentese e restrição protéica contribuíram para os resultados atuais (DeLeve et al., 2002; Coppell et al., 2003; Kumar et al., 2003). Acrescentando-se a isto, alguns trabalhos mostraram que o uso de defibrotide, que tem propriedade anti-fibrinolítica e anti-trombótica, apresentaram resolução completa acima de 42% dos sinais clínicos de DVOH, com pouca ou nenhuma incidência de toxicidade e nenhum efeito no perfil da coagulação (Coppell et al., 2003). O mecanismo de ação do defibrotide ainda não está claro, mas estudos in vitro sugerem que há estimulação de liberação de trombomodulina, TPA, prostaciclina e prostaglandina E2 e diminuição da geração de trombina, expressão de fator tissular e atividade de endotelina (Coppell et al., 2003). Análises multivariadas confirmaram o impacto de vários fatores de risco no desenvolvimento de DVOH como alteração de enzimas hepáticas, tipo de regime de condicionamento, irradiação abdominal anterior, o uso de vancomicina e a presença de polimorfismos gênicos (Kami et al., 1997; Coppell et al., 2003; Kumar et al., 2003). Estudos comparando transplante alogênicos com autólogos descritos pelo grupo de Seattle sugerem que transplantes alogênicos desenvolvem mais DVOH (Carreras et al., 1998). D i s c u s s ã o | 96 A síndrome clínica de DVOH é uma das síndromes mais tóxicas relacionadas ao regime de condicionamento, que pode ocorrer após altas doses de terapia citorredutora (McDonald et al., 1993; DeLeve et al., 2002; Coppell et al., 2003). Dados morfológicos têm indicado que a injúria endotelial sinusoidal e venular hepática é um dos principais eventos primários da patogênese da DVOH (Azar et al., 1996; DeLeve et al., 2002). Vários investigadores relataram que o estado de hipercoagulabilidade associado a baixos níveis de anticoagulantes naturais observados antes e durante regime de condicionamento predispõe DVOH (Park et al., 1997; Lee et al., 1998; Lee et al., 2000). Pacientes submetidos a TCTH são particularmente vulneráveis a injuria oxidativa mediada pelo ferro, sendo que esta população tende a ter um estoque de ferro aumentado devido a diseritropoiese relacionada à doença de base e a dependência transfusional. A alta prevalência de níveis de ferro predispõe a DVOH, devido ao grande stress oxidativo e depleção de antioxidantes hepáticos (Kallianpur et al., 2005). Em nosso estudo a prevalência encontrada das mutações C282Y, H63D e S65C do gene HFE foi respectivamente 0%, 25% e 5%, comparada com a encontrada na população brasileira: 2,7%, 18,3% e 1,3% respectivamente, nossos achados são semelhantes (Bueno et al., 2006). Esta discreta diferença de encontro populacional, pode ser explicada pela miscigenação racial no Brasil, ou pelo número analisado de pessoas em nosso estudo. Destacamos que os estudos desenvolvidos no Brasil envolvendo genes HFE, apresentam resultados analisados em pequeno número populacional. Enfatizamos que apenas análises multicêntricas seriam de importância para definir melhor a característica genética da população com hemocromatose no Brasil. Devido ao aumento do estoque de ferro na população mutada, é possível sugerir que ocorra uma associação entre indivíduos mutados e incidência de DVOH. Mais recentemente, destaques foram dados à contribuição significativa da sobrecarga de ferro na morbidade do TCTH, em complicações no manuseio da DECH e ao papel do ferro no impacto na qualidade de vida devido ao prolongamento da disfunção hepática (Grigg, Bhathal, 2001). D i s c u s s ã o | 97 Em um estudo não controlado, (Strasser et al., 1998) constatou - se que receptores de TCTH, os quais morreram entre o D50 e D100, tinham a medida de ferro hepático no limite de diagnostico de hemocromatose. Foi descrita uma associação entre DVOH e altos índices de ferritina pré-transplante, a qual reflete o estoque elevado de ferro, mas também pode ser interpretado como marcador de atividade de doença (Morado et al., 2000). O nosso estudo é um dos poucos que explora a associação dos fatores genéticos e o risco de desenvolver DVOH. Encontramos resultado estatisticamente positivo, quando analisamos em conjunto o aumento de enzimas hepáticas pré-TCTH e a presença da mutação HFE S65C (p=0,049). Este fato torna-se relevante quando analisamos o mecanismo de base da mutação, que implica em aumentar o estoque de ferro e / ou dificulta o transporte do mesmo, acarretando com isso um acumulo deste íon e dano tecidual, não sendo encontrado relatos de casos na literatura analisando a presença deste polimorfismo e a predisposição de DVOH em TCTH alogênico. A metilenotetrahidrofolato redutase é uma das principais enzimas regulatórias do metabolismo da homocisteina. Vários mecanismos foram sugeridos para associação entre aumento de homocisteina e DVOH. A homocisteina e seus metabólitos podem agir como agente trombogênico por afetar a expressão de trombomodulina, ativação de proteína C, aumentando a agregação e a produção de tromboxane (Graeber et al., 1982; McCully, Carvalho, 1987; Rodrigues, Conn, 1990). Outros autores descreveram que a mutação MTHFR C677T é relacionada a hiperhomocisteinemia leve, podendo aumentar o risco de DVOH (Mudd et al., 1972); mas outras publicações relatam o contrario (Abbate et al., 1998; Brattstrom et al., 1998; Kostulas et al., 1998) Em uma metanálise realizada por Kelly et al. (2002), analisando 19 trabalhos com 2788 de eventos isquêmicos e 3962 casos não isquêmicos e relacionando-os com polimorfismo da MTHFR, concluíram que o genótipo C677T pode ser considerado como fator de risco leve a moderado para evento isquêmico. Os autores acharam uma pequena tendência (OR- 1.23; IC- 95% - 0,96 – 1,58) do genótipo C677T para o risco de desenvolver isquemia, mas não alcançando uma significância D i s c u s s ã o | 98 estatística. A freqüência desta mutação varia dramaticamente, dependendo da etnia que vai de 0% até 16,7%. Shinjo SK et al. (2007) e Voetsch et al. (2000), avaliaram o evento AVC isquêmico na população brasileira e encontraram uma freqüência de genótipo de 14,9% na população branca com AVC e 11,8% na população sem o evento; nos indivíduos negros a freqüência foi menor, de 10,3% nos indivíduos com evento isquêmico e 1,9% sem o evento. Marie et al. (2007), ao analisarem o risco de doença cerebrovascular isquêmica associada à presença de polimorfismo MTHFR, descreveram na população afetada, uma freqüência de 15,7% comparada com 9,5% do grupo controle. Neste estudo observou-se que o genótipo mutado C677T não parece ser um fator de risco para doença isquêmica em brasileiros. Encontramos o genótipo homozigoto “Mutado” em 13% da população analisada, e heterozigoto em 24%. Não observamos a predisposição e nem tendência de presença de mutação e o desenvolvimento de DVOH, sendo que os valores encontrados de prevalência na população brasileira e no nosso estudo estão no mesmo patamar. A DVOH está associada com um aumento significativo da morbi-mortalidade no TCTH. O evento chave para o desenvolvimento do DVOH é o dano do endotélio vascular hepático, o qual inicia a produção de estado de hipercoagulabilidade, levando a geração de trombina em excesso. O próprio organismo lança mão de mecanismos para conter o efeito nocivo da trombina como: antitrombina, cofator II heparina, inibidor do fator tecidual, fibrinolíticos e proteína C (Lee et al., 1998). As variantes genéticas do Fator V Leiden e Mutação da Protrombina, são responsáveis pela vasta maioria dos casos de trombose de herança familiar. A presença do Fator V de Leiden aumentou em 7 vezes o risco de trombose venosa em heterozigose e em até 80 vezes quando em homozigose, em estudo realizado em irlandeses (Duggan et al., 1999). Neste mesmo estudo, avaliando pacientes com mutação de protrombina, observou-se um risco aumentado em 3 vezes de desenvolver trombose. Outros autores sugeriram que a presença de alelo mutado do fator V de Leiden, aumenta o risco de eventos isquêmicos, como infarto do miocárdio e TVP (Andrade et al., 1998; Duggan et al., 1999). D i s c u s s ã o | 99 A mutação da protrombina tem sido descrita como um fator de risco moderado para trombose venosa e foi encontrada uma prevalência de 2,3% em indivíduos sadios (Arruda et al., 1997). Devido à alta diversidade étnica da população brasileira, Arruda et al. (1997), analisando a incidência de heterozigotos entre brasileiros com descendência africana e população indígena, observaram uma prevalência de 2% na população de descendência africana contra a não ocorrência da mutação na população de descendência indígena, sendo este fato explicado pelo casamento entre indivíduos da mesma etnia. É interessante notar que a associação do alelo mutado da protrombina com altos níveis plasmáticos de protrombina aumenta a geração de trombina e conseqüentemente o aumento do risco de trombose (Duggan et al., 1999). Encontramos uma prevalência da população estudada de 3,6% estando acima do descrito na literatura, podendo isto se dever ao fato do número de pacientes em estudo ser baixo. Em nosso estudo encontramos a presença da mutação da protrombina em heterozigose em somente um paciente, sendo que este desenvolveu a DVOH; mas quando analisamos a relação da mutação em ser um fator de predisposição à DVOH, isto não foi significativo (p – 0,459), provavelmente devido ao número de casos estudados. O Fator V de Leiden, é uma causa de trombofilia constitucional, sendo relatado na população européia com grande variação regional, podendo chegar até uma prevalência de 50% em indivíduos com trombose familiar, segundo Bertina et al. (1994). O Fator V de Leiden ocorreu em uma freqüência de 14% em italianos, 7% nos gregos, mostrou-se ausente no leste asiático, nos índios americanos e australianos (Bauduer, Lacombe, 2005). Arruda et al. (1997), relataram uma prevalência de 20% em indivíduos com trombose venosa, com controles saudáveis em 2%, sugerindo que a distribuição de Fator V de Leiden é dependente da origem étnica populacional. Em nosso estudo notamos uma prevalência de 1,3% de heterozigotos, correspondendo a um indivíduo, o qual apresentou o evento de DVOH, não sendo estatisticamente significante (P-0,167) possivelmente devido à amostragem. D i s c u s s ã o | 100 Embora a patogênese da DVOH, não seja completamente entendida, as drogas citotóxicas usadas no regime de condicionamento são consideradas como fator causal mais significante para desenvolver DVOH. Baixos níveis de glutationa intrínsecos ou drogas induzidas nos hepatócitos, podem contribuir para o dano celular (DeLeve et al., 2002; Srivastava et al., 2004). Níveis plasmáticos de agentes citorredutores semelhantes ao bssulfan e ciclofosfamida e seus metabólitos, foram associados ao aumento do risco de desenvolver DVOH (Srivastava et al., 2004). A exposição ao bussulfan é tóxica para as células endoteliais sinusoidais contribuindo com a injúria dos hepatócitos. O bussulfan ao ser metabolizado pela glutationa S transferase gera um composto lipofílico tetrahidrotiofeno, o qual age na depleção da glutationa hepática, explicando assim sua toxicidade (Srivastava et al., 2004). A ciclofosfamida não é tóxica diretamente à célula endotelial sinusoidal, entretanto quando metabolizada pela enzima P 450, o seu metabólito mustarda ciclofosfamida, causa toxicidade para célula endotelial sinusoidal (Srivastava et al., 2004). Os dois principais agentes citorredutores em terapia de condicionamento para TCTH, Bu e Cy envolvem a enzima glutationa S transferase e a glutationa em seu caminho metabólico (Bredschneider et al., 2002; Srivastava et al., 2004). O maior meio de metabolização de Bu é pela conjugação com glutationa na presença de glutationa S transferase e oxidação do metabólito lipofílico resultante, tetrahidrotiofeno, pela enzima citocromo P 450 antes da excreção (Srivastava et al., 2004). Por outro lado a Cy é primeiramente biotransformada pelo citocromo P 450 para a forma de metabólito ativo 4-hydroxi-Cy, o qual requer glutationa e a enzima glutationa S transferase, para promover o seu metabolismo, fazendo com que ocorra uma ligação metabólica entre as duas drogas (Srivastava et al., 2004). Rossini et al. (2002), analisando uma população de 591 pessoas na presença do polimorfismo da glutationa, descreveram uma prevalência de genótipo nulo em 25,4%, nulo em 12,2% e mutado homozigoto para π em 12,2%. Esta publicação foi similar ao encontrado em duas outras que analisaram a freqüência de GST nulo (Arruda et al., 1998; Hatagima et al., 2000). Baiey et al. (1998), observaram uma freqüência de 14% nulo em indivíduos americanos da raça branca. Nossa prevalência foi de 33%, 8% e 8% de GST , e π em homozigose mutado, respectivamente. As diferenças que explicam estas prevalências são de difícil D i s c u s s ã o | 101 avaliação, pois analisamos pacientes com doenças hematológicas já selecionadas por tratamentos agressivos prévios que não refletem a prevalência entre normais e sobretudo em se tratando de população altamente miscigenada. Empregamos uma variedade de condicionamentos em diferentes síndromes hematológicas. A analise de um único condicionamento em pacientes pouco selecionados por tratamentos anteriores a exemplo da LMC e AAS, poderá uniformizar as drogas que compõem o condicionamento e tratamentos prévios e daí, apresentar resultados mais uniformes e condizentes com a literatura mundial em indivíduos normais. Frisamos que foram poucos os autores que avaliaram tais mutações no contexto toxicidade de drogas e DVOH. Ao nosso entender, este modelo de analise se aplicaria melhor no ato do diagnóstico da doença hematológica, pois no pré-TCTH já aconteceram as alterações hepáticas que resultam em óbitos ou morbidade como déficit de função hepática que geralmente excluem os pacientes da indicação de transplante. Assim sendo, a casuística de pacientes que realizam o TCTH já é selecionada e, portanto, apresenta uma freqüência de mutações inferiores a populacional conforme observamos para as mutações e π. Alguns eventos pré-transplante, apresentam-se como fatores predisponentes para o desenvolvimento de DVOH, estando o aumento dos níveis de transaminases hepáticas como sendo um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento desta síndrome. McDonald et al. (1993), encontraram uma alta associação entre a presença de transaminases alteradas pré- transplante e o risco de desenvolver DVOH. Em nosso estudo a presença de enzimas hepáticas alteradas, foi um fator significante para o desenvolvimento de DVOH. Perguntamos por que a hepatite pode fazer o fígado mais susceptível à DVOH? Aventamos como primeira hipótese que o metabolismo de drogas é anormal, resultando no aumento dos níveis citotóxicos de metabólitos de drogas quimioterápicas e consequentemente falência da detoxificação destes metabólitos (McDonald et al., 1993). Esta hipótese de metabolismo de drogas alterado é um atrativo para uma perpectiva de prevenção com citoprotetores no emprego de altas doses de drogas citotóxicas as quais podem ser ajustadas de acordo com o perfil de metabolismo de cada paciente. Outra hipótese seria a alteração de sinusoides e do endotélio D i s c u s s ã o | 102 venular, que seria mais susceptível à injúria medicamentosa (McDonalds et al., 1993). Coppell et al. (2003), McDonald et al. (1993) e Kumar (2003), observaram variáveis como TCTH prévio, regime de condicionamento, drogas usadas intraTCTH, tipo de transplante, presença de quadro viral, apresentam um risco elevado de desenvolvimento de DVOH, não sendo observado em nosso estudo, isto podendo se dever à casuística analisada, ao fato de realizarmos o TCTH em doenças avançadas e com receptores já previamente selecionados pela evolução da doença e toxicidade de tratamentos utilizados. Postulamos que aqueles com polimorfismos que possam influenciar na sua evolução comumente não chegam a ser transplantados pois falecem antes deste procedimento. Além disso a baixa incidência de algumas mutações aqui pesquisadas e dos fatores já citados, frisamos que partimos de uma amostragem de DNA previamente estocada em 76,6% das amostras e que a quantidade de que dispúnhamos era limitada. A padronização das amplificações já era rotina no Laboratório de Biologia Molecular da Disciplina de Hematologia para a quase totalidade dos primers, entretanto todas as amplificações foram intensamente re-checadas com população normal e com nossa amostragem. Daí resultou em não uniformidade de amplificações para cada par de primers. Pelo fato de termos amplificados em primeiro plano a GST, a disponibilidade de DNA para este polimorfismo foi maior; já para o Fator V de Leiden e a mutação da protrombina que foram os últimos, houve limitação em aproximadamente 32% e 25% , respectivamente. Estes fatos podem ter contribuído em parte, pela não significância dos resultados encontrados, em especial para este dois últimos pares de primers. 6. CONCLUSÕES C o n c l u s õ e s | 104 1- O dano hepático pré-TCTH, avaliado pela alteração de transaminases elevadas, mostrou-se um fator predisponente para o desenvolvimento da doença veno oclusiva hepática, sendo este um achado, o qual não estava relacionado em nossos objetivos. (p-0,007). 2- Em relação a mutação HFE S65C, observou – se que há uma tendência ao desenvolvimento do dano hepático, ocorrido no pré-TCTH (p=0,049); porém quando analisamos a presença desta mutação e o risco de desenvolver a DVOH não houve significância (p=0,999). As demais mutações pesquisadas não mostraram relação com dano hepático pré-TCTH ou com a ocorrência da DVOH. C o n c l u s õ e s | 105 7. ANEXOS A n e x o s | 107 ANEXO 1 – Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. A n e x o s | 108 ANEXO 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título do projeto: Análise de polimorfismos dos genes HFE, fator V de Leiden, Protrombina, Glutationa –S transferase, Metilenotetrahidrofolato-redutase e o risco de doença veno-oclusiva hepática em pacientes submetidos a transplante alogênico de células tronco hematopoéticas. Acredito ter sido suficientemente informado a respeito desses esclarecimentos que li ou que foram lidos para mim, descrevendo o estudo “Discuti com o Dr. Jose Dias Resende Junior sobre a minha decisão em participar desse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso ao tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar desse estudo e poderei retirar meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento nesse serviço”. São Paulo, ____ de ______________ de _______. ________________________________ Paciente ou representante legal ________________________________ Testemunha Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido desse paciente ou representante legal para a participação nesse estudo. São Paulo,____ de ______________ de _______. _________________________________ Responsável pelo estudo 8. REFERÊNCIAS R e f e r ê n c i a s | 110 Abbate R, Sardi I, Pepe G, Marcucci R, Brunelli T, Prisco D, Fatini C, Capanni M, Simonetti I, Gensini GF. The high prevalence of thermolabile 5-10 methylenetetrahydrofolate reductase (MTHFR) in Italians is not associated to an increased risk for coronary artery disease (CAD). 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Objectives: To evaluate the correlation between genetic polymorphisms and risks of hepatic venooclusive disease in allogeneic bone marrow transplantation and the association with the presence of variable as vancomyci usage, cytotoxic drugs used in the conditioning regimen, prior hepatic dysfunction, cytomegalovirus infection and group of diseases' diagnoses. Patients/Methods: This study was an observational multicentre clinical study. We randomized 120 patients submitted to allogeneic bone marrow transplantation. Each patient was prospectively evaluated for DVOH confirmed by modified Seattle criteria, aged between 2 and 65 years. Risk factors for severe DVOH were analyzed using logistic regression models. We described the simultaneous detection of mutation of the HFE C282Y, H63D, S65C; MTHFR C677T; Fator V de Leiden, Prothrombin 20210A and glutathione S-tranferase by PCR followed restriction digestion and detection by agarose gel electrophoresis. Results: In this observe study of people undergoing myeloablative HSCT, the presence of prior hepatic dysfunction was a significant risk factor for HVOD. We also observed an association between the presence of S65C allele and hepatic dysfunction. Conclusions: In summary, our data suggest that the prior hepatic dysfunction is a significant risk factor for HVOD. We evaluated that the presence of HFE S65C mutation is a predisposition factor to develop hepatic damage. Key words: 1. Bone Marrow Transplantation. 2. Hematopoietic Stem Cell Transplantation. 3. Homologous Transplantation. 4. Risk Factors. 5. Hepatic VenoOcclusive Disease. 6. Genetic Polymorphism. Bibliografia consultada Abdel-Rahman SZ, el-Zein RA, Anwar WA, Au WW. A multiplex PCR procedure for polymorphic analysis of GSTM1 and GSTT1 genes in population studies. Cancer Lett. 1996 Oct 22;107(2):229-33. Agostinho MF, Arruda VR, Basseres DS, Bordin S, Soares MC, Menezes RC, Costa FF, Saad ST. 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