GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA ESTADUAL DE TRANSPORTES PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPORTES II Financiamento Adicional SuperVia - Concessionária de Transporte Ferroviário S.A. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL Versão Final Julho 2011 2 SUMÁRIO SUMÁRIO EXECUTIVO....................................................................................... .........4 1.INTRODUÇÃO....................................................................................................................30 2. O PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPORTES II – FINANCIAMENTO ADICIONAL .............. 32 2.1 ANTECEDENTES ................................................................................................................. 32 2.2 A CONCEPÇÃO DO PROGRAMA FINANCIAMENTO ADICIONAL - PET - 2 .......................... 33 2.2.1 Objetivos Específicos Ddo PET II - FA ........................................................................ 33 3. MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL ............................................................................. 34 3.1 SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPORTES............................................................................. 34 3.3.1 A SETRANS ................................................................................................................ 34 3.1.2 A AGETRANSP ........................................................................................................... 36 3.1.3 A Concessão d Sistema Ferroviário Metropolitano de Passageiros ......................... 37 3.2 SISTEMA AMBIENTAL ESTADUAL ...................................................................................... 38 3.2.1 Licenciamento Ambiental ......................................................................................... 40 3.3 AS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS ADOTADAS PELO BANCO MUNDIAL ..... 43 4. O SISTEMA FERROVIÁRIO DE PASSAGEIROS – REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO .................................................................................................................. 46 4.1 O SISTEMA OPERADO PELA SUPERVIA.............................................................................. 47 4.1.1 Situação Atual da Frota ............................................................................................. 50 4.1.2 Informações Operacionais ........................................................................................ 50 4.1.3 Previsão da Situação Futura com o PET 2 e o Financiamento Adicional .................. 53 4.1.4 Investimentos Adicionais .......................................................................................... 54 4.2 O CONTEXTO DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DO SISTEMA FERROVIÁRIO ............................ 55 4.2.1 A Região Metropolitana e a Região atendida pelo Sistema Ferroviário ................... 55 4.2.2 Caracterização dos Municípios Atendidos pelo Sistema Ferroviário........................ 70 4.2.3 A Qualidade do Ar na Região Metropolitana do Rio de janeiro .............................. 81 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL DO SISTEMA (SUPERVIA) .... 88 4.3.1 Programas em implementação em atendimento aos compromissos dos TACs FEEMA e MP....................................................................................................................... 95 4.3.2 Outras Melhorias Realizadas não constantes dos TACs ......................................... 113 4.3.3 Questões Adicionais envolvendo a Gestão Ambiental e Social da SuperVia.......... 116 4.4 SITUAÇÃO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................. 124 5. AVALIAÇÃO AMBIENTAL....................................................................................... 126 5.1 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL .............................................. 126 2 5.2 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO FINANCIAMENTO ADICIONAL ........................................... 128 5.3 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL .............................................................................................................................. 131 5.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL GLOBAL ................................................................................... 133 6. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA .................................................................... 135 6.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO FA – PET II ............................................................... 136 6.2 FORTALECIMENTO DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL DA SUPERVIA ............................ 136 6.4 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL ......................................................................... 144 6.4.1 Programa de Gerenciamento de Resíduos Perigosos e Não Perigosos .................. 144 6.4.2 Gerenciamento de Resíduos Urbanos .................................................................... 146 6.4.3 Controle de Vetores ................................................................................................ 146 6.4.4 Programa de Gerenciamento de Óleos e Graxas ................................................... 147 6.4.5 Programa de Gerenciamento de Esgotos e Efluentes ............................................ 148 6.4.6 Programa de Gerenciamento de PCB’s ................................................................... 149 6.4.7 Monitoramento de Ruídos...................................................................................... 149 6.4.8 Programa de Recuperação de Áreas Contaminadas .............................................. 149 6.4.9 Investigação e Avaliação de Passivos Ambientais Oficinas..................................... 120 6.4.10 Programa de Arborização ..................................................................................... 150 6.5 PROGRAMA DE REGULARIDADE AMBIENTAL ................................................................. 152 6.6 PROGRAMA DE ATIVIDADES CONJUNTAS COM O PODER CONCEDENTE ...................... 152 6.6.1 Passagens de Nível .................................................................................................. 152 6.6.2 Controle do Lançamento de Esgotos lindeiros ....................................................... 153 6.6.3 Controle do Lançamento de Resíduos Sólidos urbanos (Lixo doméstico) .............. 153 6.7 PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DE POPULAÇÃO E ATIVIDADES ECONÔMICAS ........................................................................................................................ 154 6.8 CRONOGRAMA GERAL .................................................................................................... 155 7. DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA ...................................................................... 158 ANEXOS - Convites Consulta Pública e Relação de Participantes - Licenças de Operação e Recuperação - LORs 3 SUMÁRIO EXECUTIVO 1 – INTRODUÇÃO O PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPORTES – PET tem como objetivo a melhoria da qualidade dos serviços de transportes urbanos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mediante suporte ao desenvolvimento de um sistema integrado de transportes urbanos, bem como a melhoria do nível de serviços providos pelo Sistema CENTRAL, hoje operado pela SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S. A, através da recuperação, de seu papel de modal estruturador, de modo a permitir a racionalização dos sistemas de transportes na Região Metropolitana, elevando a capacidade de oferta de lugares para atender níveis de demanda da ordem de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) passageiros/dia útil, beneficiando uma população estimada em 10,2 milhões de habitantes e 19 municípios. Objetivando atender a continuação do Programa Estadual de Transportes, o Governo do Estado do Rio de Janeiro negociou um novo financiamento, denominado PET 2 (Rio de Janeiro Mass Transit Project – PET 2), também junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, com a garantia do Governo Federal. Com vista a contemplar os compromissos assumidos pelo Estado perante a Copa do Mundo de Futebol e às Olimpíadas de 2016, o Estado do Rio de Janeiro propôs ao Banco Mundial, um Financiamento Adicional ao PET 2. Este financiamento contempla: Componente 1: Aquisição de 60 Trens Unidades Elétricos, de última geração equipados com ar condicionado. Componente 2: Gerenciamento e a supervisão da fabricação dos trens. Componente 3: Consultoria em serviços de engenharia – Apoio à SETRANS na contratação de projetos básicos de reforma e adaptação de estações ferroviárias; na aquisição, reforma e modernização de material rodante ferroviário, e estudos de transportes em geral Resumo do Financiamento Adicional Atividades Aquisição de 60 TUE’s Total Previsto Total Previsto (R$) (US$) 949.247.000,00 569.543.643,68 Serviços de Consultoria e Estudos Diversos 28.261.000,00 16.956.464,35 Gerenciamento do Programa e Supervisão da compra dos trens 20.000.000,00 Taxa Inicial (Front end Fee) 2.500.000,00 11.999.891,97 1.500.000,00 4 Total: 1.000.008.000,00 600.000.000,00 Taxa Cambial US$/R$ = 1,66668 2. QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL O Sistema Estadual de Transportes do Rio de Janeiro está organizado de forma a contemplar duas instâncias institucionais distintas: A Secretaria Estadual de Transportes – SETRANS e suas empresas coligadas; A Agência Reguladora dos Serviços Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviário e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro – AGETRANSP. O Sistema Institucional de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro foi pioneiro e serviu de modelo para a concepção de outros modelos institucionais de meio ambiente tanto em outros estados brasileiros como na esfera federal. Atualmente, o Sistema Estadual de Meio Ambiente é constituído das seguintes instituições: Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), órgão de primeiro nível hierárquico da administração estadual, e responsável pela formulação e coordenação da política estadual de proteção e conservação do meio ambiente e de gerenciamento dos recursos hídricos; Instituto Estadual do Ambiente (INEA), com a missão de proteger, conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento sustentável. O INEA, criado em 2007, é o organismo executivo do Sistema e que integrou as atribuições do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEEMA. Compõem, ainda, o sistema os seguintes organismos: O CONEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente A CECA - Comissão Estadual de Controle Ambiental O FECAM – Fundo Estadual de Controle Ambiental, e A CCA – Câmara de Compensação Ambiental O Sistema de Licenciamento Ambiental Estadual – SLAM/RJ define a necessidade de Licença de Operação e Recuperação – LOR para o Sistema Ferroviário de Passageiros. Esta licença autoriza a operação do empreendimento concomitante à recuperação ambiental de passivo existente em sua área. 3. O SISTEMA FERROVIÁRIO METROPOLITANO DE PASSAGEIROS No regime de concessão adotado, a infraestrutura de transportes (malha ferroviária, estações, oficinas, trens) é de propriedade do Estado sendo de responsabilidade da concessionária a operação do sistema. 5 O sistema ferroviário de passageiros sob gestão da Concessionária SuperVia, com uma extensão de 225 km de linhas de serviço, se subdivide em 5 ramais eletrificados em bitola larga (1,60 m) e um ramal não eletrificado em bitola métrica. Possui 89 estações, ao longo de 11 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ramal de Deodoro - com 22,06 km de extensão e 19 estações, inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro; Ramal de Japeri / Paracambi - com 47,31km de extensão e 16 estações; Ramal de Santa Cruz - com 32,71 km de extensão e 16 estações, também inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro; Ramal de Belford Roxo - com 33,00 km de extensão e 16 estações; Ramal de Saracuruna - com 34,50 km de extensão e 15 estações, Sub-Ramal de Vila Inhomirim - com 15,38 km de extensão, bitola estreita e 7 estações, sistema diesel. As principais características por Ramal estão apresentadas na tabela a seguir: Características / Ramal Deodoro Japeri/ Paracambi Santa Cruz Belford Roxo Saracuruna Vila Inhomirim TOTAL Extensão Operacional (Km) (*) Número de Estações 22 19 47 16 33 16 33 17 34 18 15 7 184 89 Estações Integradas 2 0 0 2 0 0 com o Metrô Estações Integradas com Ônibus 6 7 3 1 0 0 Passageiros Transportados Dias 245 80 116 25 52 3 Úteis (x 10 out/2010) Média de Velocidade Comercial (Km/h) 47 46 43 39 33 Tempo de Viagem (min.) 38 79 75 53 63 59 (*) Na distância considerada leva-se em conta, somente a distância dos ramais, porém, considerando todas as vias existentes a extensão total é de 225 km. Fonte: SUPERVIA - 2010 Fazem parte do complexo ferroviário, o Centro de Controle Operacional (CCO) localizado em prédio anexo ao pátio da Estação Central do Brasil, o Centro de Manutenção de Deodoro – CMD Deodoro e a Oficina de São Diogo, além de 15 subestações e 6 seccionadoras. OFICINA CMD Deodoro São Diogo ATIVIDADES Revisão geral; manutenção corretiva; revisão média; modificações/ complementos dos serviços de modernização em trens-unidade elétricos (TUEs) e almoxarifado. Manutenção preventiva e corretiva (elétrica, mecaniza, pneumática) e almoxarifado. 6 4 17 518 7 8 Considerando os investimentos do PET 2 e os investimentos do Financiamento Adicional FA – PET 2, a situação futura (2015) da Frota de Trens está apresentada na tabela a seguir. Características da Frota (Atual e Futura) Discriminação Frota Operacional Frota Reformada (com Ar Condicionado) Frota Nova (com Ar Condicionado) Percentual com Ar Condicionado Situação Atual 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total (Após PET 2 e FA – PET 2) 161 166 181 189 207 201 201 18 32 46 60 75 91 91 20 25 50 60 96 110 110 24% 34% 53% 63% 83% 100% 100% Observa-se, pela Tabela acima, que a totalidade dos TUEs em operação a partir de 2015 possuirá ar condicionado proporcionando maior conforto aos usuários. 4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS MUNICÍPIOS ATENDIDOS PELA SUPERVIA O sistema ferroviário sob gestão da Concessionária SuperVia atende a 11 municípios da Região Metropolitana, quais sejam: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro e São João do Meriti. Municípios atendidos pela SUPERVIA 9 A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é a segunda maior área metropolitana do Brasil com 11.835.708 habitantes - dados do Censo de 2010. Os municípios atendidos pela SuperVia concentram 82% da população da RMRJ. População, PIB Per capita, Incidência de Pobreza e IDH Municípios População PIB Per Total Capita (RS) 1 2010 Incidência de Pobreza (% pop) 2 IDH Atlas 2000 1. Belford Roxo 469.332 7.140,38 60,60% 0,742 2. Duque de Caxias 855.048 37.328,52 53,53% 0,753 3. Japeri 95.492 5.087,30 76,37% 0,724 4. Magé 227.322 6.954,50 64,02% 0,746 5. Mesquita 168.376 6.994,36 _ (*) - (*) 6. Nilópolis 157.425 8.472,98 32,48% 0,788 7. Nova Iguaçu 796.257 9.771,98 54,15% 0,762 8. Paracambi 47.124 7.729,45 49,08% 0,771 9. Queimados 137.962 7.378,54 67,52% 0,732 6.320.446 25.121,92 23,85% 0,842 458.673 7.140,38 47,00% 0,742 9.733.457 21.621,00 32,44% 0,807 10. Rio de Janeiro 11. São João de Meriti Estado do Rio de Janeiro *município não emancipado de Nova Iguaçu na época da coleta de dados Fontes: (1) IBGE 2008; (2) IBGE 2003; Atlas Desenvolvimento Humano - 2000 O indicador de incidência da pobreza revela o perfil da população dos municípios atendidos pelo Sistema Ferroviário, sendo que em 8 municípios, mais de 40% da população vivem com até 1/2 salário mínimo e são consideradas pobres. 10 4.1 MOBILIDADE - OS BENEFÍCIOS DA PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DA FROTA A proposta de ampliação da frota beneficiará em especial os municípios mais carentes da Região uma vez que os dois ramais que terão sua frota aumentada, Japeri e Santa Cruz, são justamente aqueles que servem aos locais mais vulneráveis – a Zona Oeste do Rio e os municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Japeri. De acordo com a pesquisa de origem/destino do Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana, o transporte público é o meio de transporte predominante, correspondendo a 46,4% do total de viagens realizadas. Modos de Transporte RMRJ Modo de transporte Viagens realizadas % Transporte coletivo 9.237.844 46,4 Transporte individual 3.291.911 16,5 A pé 6.740.688 33,8 Bicicleta 645.510 3,2 Total geral 19.915.954 100 Motorizado Não motorizado Fonte: PDTU – RMRJ – 2002/2003 Se considerar apenas o modo de transporte motorizado, todos os municípios atendidos pela SuperVia utilizam o transporte coletivo em uma proporção maior que 70% se comparado ao transporte individual. Transporte coletivo Município de Origem Transporte Individual Viagens % Viagens % Belford Roxo 304.221 88 40.602 12 Duque de Caxias 621.472 78 169.090 22 Japeri 35.676 80,7 8.512 19,3 Magé 103.080,00 85,8 17.042 14,2 Mesquita 72.015 80,6 17.263 19,4 Nilópolis 90.531 84,7 16.294 15,3 Nova Iguaçu 494.544 80,4 119.960 19,6 Paracambi 15.747 73,9 5.542 26,1 Queimados 60.282 84,5 10.998 15,5 5.831.329 72,2 2.225.447 27,8 285.012 79 75.555 21 Rio de Janeiro São João de Meriti Fonte: PDTU – RMRJ – 2002/2003 Com base nos dados apresentados é possível afirmar que o investimento no serviço de trens urbanos para os municípios é necessário para abrigar tanto a expansão populacional quanto a demanda de mobilidade por transportes 11 públicos. De acordo com o trecho os tempos de viagem em trens, na média, são 20 a 30% menores do que em ônibus. Isto para uma viagem normal, sem congestionamentos, caso contrário esses valores chegam a dobrar. 4.2 A QUALIDADE DO AR NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro encontra-se a segunda maior concentração de veículos, de indústrias e de fontes de poluentes atmosféricos do país. A situação crítica de qualidade do ar na RMRJ é proveniente da emissão de gases poluentes por indústrias e por fontes móveis – veículos automotores (queima de combustíveis fósseis). 75 % da carga poluente são provenientes das fontes móveis. Entre as vias rodoviárias geradoras destaca-se a avenida Brasil. Comparando-se as vias concorrentes ao sistema ferroviário, verifica-se a seguinte situação: Situação da Via em % de Geração do Poluente Washington Luiz Av. Brasil Poluente Presidente Dutra Posição (*) % Posição (*) % Posição (*) % Óxidos de Nitrogênio 1º 33 3º 4 4º 3 Dióxido de Enxofre 1º 30 3º 4 5º 3 Hidrocloretos 1º 25 4º 3 5º 2 Monóxido de Carbono 1º 25 4º 3 4º 3 Material Particulado 1º 23 5º 3 3º 5 Fonte: FEEMA, 2003 (*) Posição: Situação em termos de poluição em relação às 187 vias examinadas Destacam-se essas três vias rodoviárias, porque são as concorrentes a quatro ramais ferroviários operados pela SuperVia, a saber: Concorrência Trilhos e Rodovias Ramal Rodovia Concorrente Santa Cruz Av. Brasil Japeri Av. Brasil e Pres. Dutra Saracuruna / Gramacho Av. Brasil e Washington Luiz Belford Roxo Av. Brasil e Pres. Dutra Como se observa nas tabelas acima, as concorrentes às vias ferroviárias Avenida Brasil, com destaque, e Presidente Dutra e Washington Luiz -, são vias bastante comprometidas em termos de fontes de poluição do ar. Qualquer melhoria que venha a ser realizada na ferrovia (sobremodo o aumento de frota de trens elétricos), reflete de imediato na redução das solicitações do tráfego rodoviário nessas vias e, por conseguinte, em redução da poluição. 12 5. A GESTÃO AMBIENTAL DO SISTEMA FERROVIÁRIO A SuperVia, desde o início da concessão, vem buscando implementar ações com vistas à recuperação dos passivos ambientais identificados à época da concessão e promovendo a realização periódica de auditorias ambientais para a identificação e qualificação dos principais problemas ambientais nas unidades operativas, verificando suas causas e conseqüências, e planejando as ações de correção necessárias por meio de planos de ações ambientais. Durante a implementação das ações ambientais, no âmbito do processo de regularização do licenciamento ambiental do Sistema, foi firmado, em 2002, um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC entre a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMADS, a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA e a SuperVia. Posteriormente, em 2008, foi firmado outro TAC como Ministério Público. Com as ações implementadas desde 2008, a SuperVia vêm atendendo, de forma geral, a maioria dos compromissos assumidos nos dois TACs. A tabela a seguir apresenta a situação de atendimento dos programas dos TACs. Situação de Atendimento das Ações e Programas constantes dos TAC-FEEMA e TAC-MP (Maio 2011) PROGRAMA / ATIVIDADE 1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMUNICAÇÃO SOCIAL 2. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS Oficinas Estações Trens Linhas (Via Permanente) 3. GERENCIAMENTO DE ÓLEOS E GRAXAS Oficinas Subestações Elétricas 4. GERENCIAMENTO DE ESGOTOS E EFLUENTES Oficinas Estações 5. GERENCIAMENTO DE PCB'S Oficinas Subestações Elétricas 6. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS 7. REFLORESTAMENTO 8. INVESTIGAÇÃO Possível Contaminação Lastro TAC Status FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA FEEMA FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA/MP FEEMA FEEMA FEEMA FEEMA FEEMA MP FEEMA Atendido Atendido Atendido Atendido Atendido Atendido Atendido Atendido Em Andamento Atendido Atendido Atendido Em Andamento Atendido- Em Andamento Atendido Atendido Atendido Em Andamento 5.1 AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EMPREENDIDAS As obras e melhorias realizadas atendem à grande maioria do conteúdo dos TACs firmados com a FEEMA em 2001 e com o Ministério Público em 2008. Restam ainda: o descarte de dois transformadores que contém PCBs, previsto para 2011, 13 a adequação das subestações (sistemas de contenção de óleos), e a análise da via permanente (possível contaminação do lastro) nas áreas das estações terminais, ambas previstas para 2011 e 2012. 5.2 QUESTÕES ADICIONAIS ENVOLVENDO A GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DA SUPERVIA Além dos itens acima comentados, quatro itens adicionais, envolvendo a gestão ambiental do sistema ferroviário, merecem uma análise específica: A ocupação inadequada de trechos da malha ferroviária por população; A existência de passagens irregulares de nível e de pedestres ao longo da malha; A existência de estações com tratamento e lançamento inadequado de sistemas de esgotos O lançamento também irregular de esgotos brutos no sistema de drenagem das vias férreas; A) Ocupação Irregular de Trechos da Faixa de Domínio da Ferrovia Em dois ramais da malha ferroviária - Belfort Roxo e Deodoro, se verifica a ocupação de trechos da faixa de domínio da ferrovia por 80 famílias, que ocupam a faixa de domínio (intramuros), irregularmente, de forma precária e muito aquém do padrão mínimo de habitabilidade necessário ao adequado desenvolvimento humano e se encontram expostas ao risco de acidentes na ferrovia (descarrilhamento, atropelamento, etc.), além de impedirem uma adequada operação do sistema nestes trechos. O Governo do Estado do Rio de Janeiro realizou o cadastramento (censitário) de todas as famílias ocupantes da faixa da ferrovia, quando foram identificados 3 pequenos núcleos, que são os seguintes: Edificações Irregulares Na Faixa de Domínio Ramal Belfort Roxo Deodoro TOTAL Comunidade Número de Edificações (moradias) Irregulares Reta de Honório 59 Pilares 7 Deodoro 14 80 A SuperVia está apoiando, em conjunto com este PGA, a elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas - PRI, de acordo com a OP 4.12 do Banco Mundial. B) A existência de passagens irregulares de nível e de pedestres ao longo da malha. Ao longo da linha férrea existem algumas passagens irregulares de nível – veículo e pedestres - que trazem riscos à população que se utiliza dessas 14 passagens e problemas para a operação do sistema uma vez que há necessidade de redução da velocidade nos trechos. A SuperVia está identificando estas passagens, assim como os trechos onde há permanentemente destruição dos muros para passagens clandestinas, de modo a buscar junto com a SETRANS, a solução para estas situações. De acordo com o Contrato de Concessão, a responsabilidade pela implantação de transposições viárias ou de pedestres (passarelas) é do Estado. C) Tratamento e Lançamento Inadequados de Esgotos Sanitários de Estações de Passageiros A Auditoria Ambiental, realizada em 2010, constatou que das 81 Estações de Passageiros, a SuperVia priorizou a intervenção nas estações com maior fluxo de passageiros e com problemas evidentes. Neste sentido, atualmente 39 Estações estão com tratamento completo e lançamento adequado. No entanto, existem 41 estações de menor porte com fossa séptica, com infiltração no solo ou lançamento em galerias de águas pluviais. As unidades de tratamento destas estações necessitam ser avaliadas à luz da Diretriz – DZ 0215.R-4 do INEA, sob o aspecto da sua regularidade ambiental ou da necessidade de eventual obras de adequação em relação à qualidade do efluente. D) O lançamento irregular de esgotos brutos no sistema de drenagem das vias férreas; Ao longo da linha férrea, em diversos trechos, se verifica o lançamento de irregular de esgotos no sistema (canaletas) de drenagem da malha provenientes: (i) das residências lindeiras aos muros da faixa de domínio; e (ii) de redes de coleta lindeiras à malha. Os lançamentos de esgotos brutos promovem um ambiente permanente de insalubridade nos trechos identificados além de assoreamento e entupimento das canaletas de drenagem. A SuperVia articula-se atualmente com a CEDAE para caracterização e análise da situação e identificação de alternativas de solução. 6. AVALIAÇÃO AMBIENTAL A avaliação a seguir empreendida compreende: (i) uma síntese da avaliação da gestão ambiental atual da SuperVia; (ii) uma avaliação ambiental referente aos investimentos propostos no âmbito do Financiamento Adicional ao PET II; (iii) e uma avaliação em relação às salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial. 6.1 AVALIAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL Atualmente, constata-se uma significativa evolução na gestão ambiental do sistema operado pela SuperVia, caracterizada principalmente pela inserção da componente ambiental na operação e manutenção das unidades do sistema, com investimentos na adequação ambiental das instalações ferroviárias 15 (estações, trens, oficinas, subestações elétricas, etc.). Destaque também para as ações de educação ambiental e comunicação social. Estes investimentos visaram: (i) reverter uma situação crítica de passivos ambientais recebidos quando da concessão de operação do sistema; (ii) promover a regularidade ambiental do sistema ferroviário tanto junto aos órgãos ambientais competentes quanto ao Ministério Público; (iii) aproximar e inserir a comunidade lindeira e usuária na gestão do sistema. Apesar do inegável avanço obtido, verifica-se a necessidade de: (i) continuidade das ações até agora empreendidas, em alguns casos com aprofundamento dos investimentos em manutenção/operação; (ii) efetiva priorização para resolução de algumas situações (passivos) ainda não resolvidas; (iii) resolução de situações ainda não enfrentadas. Adicionalmente verificam-se também oportunidades principalmente referentes à gestão ambiental da empresa. de melhoria 6.2 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO FINANCIAMENTO ADICIONAL O Financiamento Adicional do PET II terá como componentes, os seguintes itens: Aquisição de 60 Trens Unidades Elétrica – TUEs com 4 composições de passageiros Serviços de Consultoria e Estudos Diversos Gerenciamento do Programa e Supervisão da compra dos trens Verifica-se que não há previsão de obras de ampliação do sistema ferroviário mas, fundamentalmente, ações de melhoria operacional por meio da aquisição de trens de características modernas, com eficiência energética e de melhor conforto aos passageiros (ar condicionado). O segundo componente trata de assistência técnica à SETRANS. Tratam-se, portanto, de investimentos em capacidade operacional que não promoverão impactos inerentes a obras de ampliação de infraestrutura em área densamente urbanizada. A ampliação da frota de TUEs exigirá, por um lado, a melhoria e o aperfeiçoamento constante da gestão do sistema operado pela SuperVia, incluindo a gestão ambiental e social. Por outro lado, deverá trazer significativos benefícios à população usuária, ao sistema de transportes e ao meio ambiente da RMRJ. Os principais impactos positivos estão relacionados a: a) Operacionais Redução do custo operacional pela maior capacidade e pela significativa melhoria na eficiência energética dos novos trens 16 (consumo de energia de cerca de 60 % em relação aos trens antigos que deverão ser substituídos). Redução do Tempo de Viagem pela ampliação da velocidade nos trechos e ramais e pelo menor tempo de espera entre as composições; Redução de Acidentes, pela substituição do transporte de passageiros por ônibus e autos, para os trens com a conseqüente redução de acidentes na via rodoviária. b) Melhoria do Atendimento à população usuária Conforto ambiental – ampliação do número de composições e de espaço físico nas composições, trens com ar condicionado, sistema sanitária e ambientalmente adequado; etc.; Redução do Tempo de Viagem, com ganho real de tempo para a população; Atendimento a um número crescente de usuários de forma mais adequada c) Redução dos níveis de poluentes devido à substituição de fontes móveis originadas em veículos automotores. Este último impacto benéfico resulta da substituição do transporte de passageiros de ônibus e veículos individuais pelo sistema ferroviário. 6.3 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL Considerando as características do empreendimento e das intervenções previstas no âmbito do Financiamento Adicional – FA do PET II, as seguintes salvaguardas ambientais e sociais foram acionadas: OP 4.01 - Avaliação ambiental OP 4.09 - Gestão de Pragas OP 4.11 - Recursos Físico-culturais OP 4.12 - Reassentamento Involuntário OP 4.01 – Avaliação Ambiental O Financiamento Adicional do PET II foi classificado como de Categoria “B” de acordo com os critérios da OP 4.01. O instrumento de avaliação indicado foi a preparação do presente Plano de Gestão Ambiental – PGA. O sistema ferroviário operado pela SuperVia possui as seguintes Licenças de Operação e Recuperação – LORs, emitidas pelo INEA: (i) LOR nº IN 016658 (18/05/2011) referente à Malha Ferroviária; (ii) LOR nº IN 016933 (20/06/2011) do Centro de Manutenção Deodoro); e LOR nº IN 016936 (20/06/2011) da Oficina de São Diogo. Estas licenças possuem condicionantes técnicos, ambientais e sociais que foram incorporados ao presente PGA. 17 É importante comentar que os investimentos previstos não irão promover a realização de obras de ampliação da infraestrutura ferroviária. Os investimentos estão voltados fundamentalmente para melhoria da capacidade operacional do sistema por meio da aquisição de 60 (sessenta) novas Unidades de Trens Elétricos - TUEs. Em consonância com os procedimentos do Banco, o PGA e este sumário foram submetidos a processo de Divulgação e Consulta Pública. OP 4.09 – Gestão de Pragas O controle da vegetação na faixa de domínio, empreendida periodicamente pela SuperVia em trechos dos ramais ferroviários, é realizada por meio da aplicação de herbicida Arsenal NA (IMAZAPYR) por empresa contratada. O Herbicida tem registro no IBAMA com uso autorizado para controle não seletivo em áreas não cultivadas (margens de rodovias, pátios e ferrovias, oleodutos, etc.). A empresa contratada é licenciada junto ao INEA – Instituto Estadual do Ambiente. OP 4.11 – Recursos Físicos - Culturais O sistema ferroviário de passageiros da RMRJ operado pela SuperVia possui diversos bens tombados ao nível federal e municipal. De acordo com o Contrato de Concessão, estes Bens são de propriedade do Estado, tendo a SuperVia o direito de utilizá-los, de forma compartilhada ou não, e a responsabilidade de mantê-los de forma adequada sem alteração nas características arquitetônicas tombadas. Qualquer intervenção prevista nestes bens deve ter autorização específica da instituição responsável pelo seu tombamento- IPHAN ou da Subsecretaria Municipal de Patrimônio Cultural e Intervenção Urbana. As intervenções previstas no Financiamento Adicional não irão interferir diretamente com estes Bens. OP 4.12 – Reassentamento Involuntário de População Em dois ramais ferroviários – Deodoro e Belford Roxo – constatou-se a ocupação irregular, de forma bastante precária, da Faixa de Domínio (intramuros) da ferrovia por 80 famílias, em três trechos distintos. Foi elaborado um Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas - PRI, em consonância com os critérios e procedimentos da OP 4.12. O PRI preliminar encontra-se em Documento Específico. 6.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL GLOBAL O sistema ferroviário de passageiros vem, na última década, passando por reformas importantes com vistas à sua modernização e ampliação e melhoria do atendimento à população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Estas reformas, agora intensificadas no âmbito do Programa Estadual de Transportes – PET II e de seu financiamento adicional, devem promover uma série de benefícios ambientais a seguir comentados. 18 EFEITOS POSITIVOS a) Recuperação de Importantes Passivos Ambientais Os investimentos realizados pela SuperVia, especialmente nos últimos cinco anos, reverteram um quadro de passivos ambientais decorrentes da situação caótica de operação e manutenção do sistema ao final da década de 90. Os investimentos previstos no âmbito do PET II e no financiamento adicional deverão promover uma ampliação das ações de recuperação destes passivos adequando a situação atual para os requisitos técnico-ambientais e de sustentabilidade. b) Melhoria da Qualidade Ambiental A retomada da utilização do sistema ferroviário como um dos principais modais de transportes de passageiros da RMRJ, em contraposição ao transporte de passageiros de ônibus e veículos automotores individuais, propiciará uma redução nos níveis de emissão de poluentes atmosféricos com a conseqüente melhoria da qualidade do ar na RMRJ. c) Melhoria da Qualidade de Vida da População O processo de adequação do sistema ferroviário de passageiros promove ganhos sensíveis no tempo de percurso da população usuária de sistema coletivo de transportes, em nível adequado de conforto ambiental – trens modernos com maior espaço físico, ar condicionado, sistema sanitária e ambientalmente condizente, etc. Adicionalmente, ao se transferir passageiros, hoje transportados por ônibus e autos, para os trens, possibilita-se uma redução do número de acidentes, atualmente verificados nas vias rodoviárias concorrentes, devido às atuais possibilidades de colisões, atropelamentos, derrapagens, perda de direção e outros problemas correlatos. É importante considerar, também, que a proposta de ampliação da frota beneficiará em especial os municípios mais carentes da Região uma vez que dois ramais que terão sua frota aumentada, Japeri e Santa Cruz, são justamente aqueles que servem aos locais mais vulneráveis – a Zona Oeste do Rio e os municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Japeri. d) Atração de investimentos e do capital privado, elevando a competividade dessas regiões quando comparadas a outras centralidades urbanas A melhor gestão empresarial, social e ambiental do sistema ferroviário de passageiros pode promover a permanência e a atração de atividades de negócios e capitais motivando o fortalecimento de uma rede de serviços, comércio, etc. intra-regional e estimular a sustentabilidade econômica e ambiental da região atendida pelo sistema. 19 e) Consolidação das estratégias de desenvolvimento sustentável regional A modernização da frota de trens associada aos demais investimentos previstos para o sistema ferroviário vem e à reversão das não-conformidades ambientais ainda existentes vêm ao encontro das premissas e diretrizes estabelecidas pelas políticas ambientais em nível nacional e estadual. Isto significa, em linhas gerais, o avanço à desejada situação de sustentabilidade econômica, social, ambiental e institucional. f) Segurança nos compromissos para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas 2016 Os investimentos previstos no PET II e Financiamento Adicional vem assegurar o atendimento de compromissos assumidos pelo Estado e município do Rio de Janeiro, referente ao sistema de transporte ferroviário de passageiros, junto à Organização da Copa do Mundo de Futebol e ao Comitê Olímpico. EFEITOS NEGATIVOS O Financiamento Adicional – FA do PET II, como comentado, é uma iniciativa eminentemente vinculada à modernização e melhoria do sistema ferroviário de transportes de passageiros da RMRJ. O FA não prevê a execução de obras de ampliação do sistema mas, tão somente, ações de melhoria da capacidade institucional da SETRANS e a ampliação e modernização da frota de Trens. Na dimensão regional, portanto, não são identificados efeitos deletérios da implementação do PET II – FA. Exigirá, por outro lado, a melhoria e o aperfeiçoamento constante da gestão do sistema operado pela SuperVia, incluindo a gestão ambiental e social. 7. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA O Plano de Gestão Ambiental - PGA do Financiamento Adicional do PET – II contempla um conjunto de ações e intervenções que deverão garantir a continuidade e a melhoria do desempenho ambiental do sistema ferroviário de passageiros da RMRJ e prevenir, minimizar ou compensar os impactos ambientais e sociais gerados pela operação do sistema. O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está apresentada a seguir em conjunto com os custos estimados e com a responsabilidade institucional pela sua execução. Parte desses programas estará inserida no âmbito dos componentes do FA-PET II e parte na gestão operacional do sistema realizada pela SuperVia. 20 PROGRAMAS Gerenciamento Ambiental do Programa FA-PET II Fortalecimento do Gerenciamento Ambiental da SuperVia Comunicação Social e Educação Ambiental CUSTOS do FA 240.000,00 Custos Internos SuperVia Custos Internos SuperVia ÓRGÃO RESPONSÁVEL SETRANS SuperVia SuperVia Controle Ambiental Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Não Perigosos e Perigosos Gerenciamento de Resíduos Urbanos Gerenciamento de Esgotos e efluentes Controle de Vetores Gerenciamento de Óleos e Graxas Substituição e Descarte PCBs Monitoramento Ruídos Investigação de Passivos Ambientais Oficinas Investigação Contaminação Lastro Arborização Regularidade Ambiental – Condicionantes das Licenças Atividades Conjuntas com poder concedente Vedação da Faixa e Adequação das Passagens de Nível Controle dos lançamentos de esgotos lindeiros Sistemas de Coleta de Lixo das comunidades lindeiras Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas Custos Internos SuperVia SuperVia Custos Internos SuperVia SuperVia 180.000,00 (Estudo Técnico) ---------- SETRANS - SuperVia --------1.984.500,00 SETRANS - SuperVia 7.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO FA – PET II A coordenação geral do Financiamento Adicional do PET II será da Unidade de Gerenciamento e Implantação do Programa PET-BIRD (UGP/PET) da Secretaria Estadual de Transportes – SETRANS. A responsabilidade pela coordenação e execução do Plano de Gestão Ambiental – PGA será da Concessionária SuperVia, sob supervisão da UGP/PET. Para realizar estas tarefas a UGP/PET contará com a participação de profissionais da área ambiental e social da SETRANS. 21 Adicionalmente este PGA propõe a participação de consultor externo, a ser contratado, para a realização periódica de avaliação da implementação dos programas ambientais sob responsabilidade da SuperVia. Prevê-se no primeiro ano de execução do FA-PET II, a freqüência trimestral para esta avaliação e, posteriormente, nos demais 4 anos uma freqüência semestral. Esta avaliação deverá subsidiar as missões de supervisão do Banco Mundial. 7.2 FORTALECIMENTO DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL DA SUPERVIA A SuperVia, como Concessionária responsável pela operação e manutenção do sistema ferroviário de passageiros da RMRJ, será responsável pela implementação dos seguintes programas ambientais e sociais: Comunicação Social e Educação Ambiental Controle Ambiental Regularidade Ambiental Reassentamento Involuntário da População e de Atividades econômicas Para tanto, a empresa deverá implementar ações de fortalecimento da capacidade de gerenciamento ambiental contemplando: A) Reestruturação da Coordenadoria de Meio Ambiente Considerando que a maior parte das ações ambientais previstas no PGA tem características permanentes de implementação, a coordenadoria de meio ambiente deverá ser reestruturada e fortalecida coma alocação de profissionais capacitados em número suficiente e necessário às tarefas a serem exercidas. Prevê-se, portanto, que a Coordenadoria Ambiental conte, no mínimo, com 3 (três) áreas de atuação distintas e articuladas como: Comunicação Social e Educação Ambiental Controle Ambiental, e Gerenciamento Ambiental da Empresa B) Aprimoramento e Adequação da Política Ambiental da Empresa A SuperVia deverá implementar processo de revisão e adequação de sua política ambiental buscando atender aos princípios e requisitos do desenvolvimento sustentável. Este processo, participativo, deverá ser realizado por meio da contratação de consultoria especializada e discutido internamente pelas diversas áreas da empresa. Prevê-se a sua realização durante o 1º ano de execução do FA/PET. C) Capacitação Técnica Ambiental Deverá ser concebido e implementado programa específico de capacitação técnica ambiental para a empresa, em continuidade ao programa atualmente executado, envolvendo tanto os técnicos da QSMS quanto técnicos das demais áreas da SuperVia (Administração, Marketing, 22 Investimentos, Jurídica, Comercial e Operação), além da alta administração da empresa. O programa deverá ser concebido no 1º ano do Contrato de empréstimo do Banco Mundial e ser executado na sua plenitude durante a implementação do FA. D) Estruturação e Implementação de Programa de Objetivos e Metas Ambientais Com o apoio de consultoria especializada deverá ser desenvolvido e implementado programa específico de Objetivos e Metas Ambientais envolvendo as diversas unidades técnicas, administrativas, operacionais e de manutenção da SuperVia, contemplando as unidades do sistema ferroviário (estações, trens, via permanente, oficinas, subestações, etc.) E) Monitoramento e Avaliação das Ações Ambientais e Sociais Com base na concepção e estruturação dos programas ambientais e sociais do PGA, deverá ser estruturado programa de monitoramento e avaliação para cada programa instituído. F) Sistema de Informações Ambientais – SIA Deverá ser elaborado e implementado um Sistema de Informações Ambientais – SIA que contenha todas as informações estratégicas da área de meio ambiente da SuperVia, possibilitando aos funcionários da empresa o acesso on-line. Este sistema deve ser integrado ao Sistema de Informações Gerenciais – SIG da empresa. G) Projetos “Verdes” Considerando as oportunidades decorrentes da preparação da cidade do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a SuperVia estará avançando na sustentabilidade do sistema ferroviário buscando implementar “projetos verdes”.Estes projetos deverão ser concebidos no 1º ano de execução da FA-PET II e implementados até 2016, com significativa porcentagem já em 2014, devendo envolver, entre outros: Instalação de bicicletários em estações selecionadas Incentivo ao uso de bicicletas no sistema, com base na identificação de situações de necessidade deste tipo de transporte integrado e os desejos de utilização de bicicletas pelos usuários. Redução de consumo de água potável Análise da inclusão de sistemas de redução de consumo de água potável: (i) captação e reutilização de águas de chuva quando da reforma e modernização das estações ferroviárias existentes para reaproveitamento na limpeza, em bacias sanitárias e serviços de jardinagem, etc; (ii) adequação das instalações sanitárias do sistema 23 SuperVia com a implantação de equipamentos de maior economia de consumo; Utilização de materiais e equipamentos recicláveis Nas aquisições de materiais e equipamentos, a SuperVia deverá priorizar aqueles com possibilidade de reciclagem futura. Iluminação Solar A SuperVia irá iniciar projeto piloto de substituição da iluminação externa das estações por lâmpadas de energia solar de modo a avaliar a sua viabilidade e promover programa de substituição gradativa da iluminação. 7.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Continuidade das ações de comunicação social e educação ambiental implementadas pela Coordenadoria de Meio Ambiente da SuperVia, com a intensificação principalmente nos programas voltados à educação sanitária referentes aos resíduos sólidos urbanos (lixo). Propõe-se adicionalmente a criação de Ouvidoria Pública. Os subprogramas compreendem: Treinamento em Gerenciamento de Resíduos Sólidos Formação de Multiplicadores Comunicação e Programas Educacionais com a Comunidade Programa Vida Ações de Responsabilidade Social Educação Ambiental dos Usuários Blitz Ambiental Educação Ambiental por meio do Plantio de Árvores 7.4 CONTROLE AMBIENTAL O programa de controle ambiental contempla a continuidade das ações adotadas pela SuperVia em atenção aos TAC-FEEMA e TAC-MP constantes do presente relatório. Inclui, adicionalmente, outras ações identificadas quando da avaliação das situações de desconformidades ambientais evidenciadas pelas auditorias ambientais e no âmbito da elaboração do presente documento. Engloba os seguintes subprogramas: 7.4.1 Gerenciamento de Resíduos O gerenciamento de resíduos da SuperVia contempla os aspectos referentes à segregação, acondicionamento, identificação, transporte externo e disposição final. Será realizado através de empresas credenciadas e certificadas junto aos órgãos públicos ambientais. 24 O subprograma deverá focar em : Operação e manutenção das coletas, acondicionamento e depósito provisório Transporte e Descarte Final Monitoramento. 7.4.2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS URBANOS A SuperVia deverá complementar a adequação de unidades do sistema ferroviário para fins de coleta de resíduos sólidos (lixo urbano) deixado por usuários do sistema e lançados por habitantes de comunidades lindeiras ao longo da linha férrea. As ações deverão envolver: Ações Corretivas nas Estações com implantação adicional de recipientes e de coleta permanente e descarte adequado Ações Corretivas nas Linhas com a implantação adicional deáreas de depósito transitório, coleta e descarte permanente Monitoramento periódico – mínimo semanal. É importante considerar que o lixo urbano sem a coleta adequada pode se constituir em fonte significativa de vetores de doenças. Assim, mesmo que a causa da existência do lixo urbano seja externa é responsabilidade da SuperVia a manutenção das linhas férreas em estado sanitário adequado. 7.4.3 CONTROLE DE VETORES Consiste na adoção de procedimentos de monitoramento e controle de vetores no sistema ferroviário – via férrea, estações, oficinas, subestações, etc. Entre os vetores citam-se insetos, incluindo o mosquito da dengue, roedores nocivos e pombos. 7.4.4 GERENCIAMENTO DE ESGOTOS E EFLUENTES O subprograma prevê: Avaliação das condições de regularidade ambiental dos esgotos de cerca de 41 estações ainda não avaliadas; Avaliação do tratamento e lançamento de efluentes das áreas comerciais das estações Operação adequada, gerenciamento das empresas contratadas e monitoramento dos efluentes das ETEs implantadas e em operação industriais (oficinas) e domésticos (estações): 7.4.5 GERENCIAMENTO DE ÓLEOS E GRAXAS O subprograma de gerenciamento de óleos e graxas contempla: Conclusão das adequações nas subestações elétricas com a implantação de bacias de contenção em 14 subestações 25 Operação adequada e monitoramento das condições de coleta e descarte de óleos e graxas 7.4.6 GERENCIAMENTO DE PCB’S Consiste na substituição e descarte adequado de 2 transformadores contendo PCBs, por empresa capacitada e licenciada pelo INEA até o 1º semestre de 2012 7.4.7 MONITORAMENTO DE RUÍDOS Consiste no monitoramento periódico dos níveis de ruído ambiente no entorno das linhas férreas e estações, sem e com a passagem dos trens, verificando o cumprimento dos padrões (NBR 10.151/2000). 7.4.8 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS Consiste na investigação da possibilidade de contaminação do solo proveniente das graxas impregnadas nas britas de Lastros em diversas áreas da linha férrea (via permanente), principalmente ao longo das estações e oficinas. Na confirmação de contaminação, o subprograma deverá promover a retirada e descarte da brita impregnada. E a recuperação do solo. 7.4.9 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS DAS OFICINAS De acordo com o relatado no item 4.3.3 e considerando também as condicionantes constantes das Licenças de Operação e recuperação das Oficinas de Deodoro e São Diogo (ver item 4.4), deverão ser implementadas ações de investigação e avaliação da ocorrência de passivos ambientais – contaminação de solo e de água subterrânea - decorrentes do lançamento inadequado de hidrocarbonetos no solo. O programa deverá ser concebido ainda no 1º ano de execução do FA – PET II considerando a identificação preliminar de: Áreas potencialmente afetadas nas Oficinas e entorno imediato Produtos utilizados pela operação e manutenção anterior que potencialmente possam ter contaminado o solo. A concepção do Programa deverá considerar as condicionantes constantes das LORs emitidas e as seguintes normativas: Resolução CONAMA 420/09 Normas NBR 15.515-1 e 15.515-2 O Programa deverá ser submetido à análise e aprovação do INEA. 7.4.10 ARBORIZAÇÃO Refere-se á continuidade e intensificação das ações atualmente adotadas pela SuperVia na arborização da faixa de domínio. São três os subprogramas previstos: 26 Arborização Intensiva. Prevê-se a plantação e manutenção de cerca de 1.000 mudas por semestre. Reflorestamento Comunitário – com envolvimento comunitário, em trechos próximos às comunidades lindeiras e estações. Prevê-se a plantação de cerca de 500 mudas por ano. Criando Raízes – destinado aos funcionários da SuperVia. Prevê-se a participação de 20% dos funcionários por ano. 7.5 PROGRAMA DE ATIVIDADES CONJUNTAS COM O PODER CONCEDENTE Este programa visa a adoção das seguintes ações: (i) Vedação da faixa de domínio da via permanente e adequação das passagens de nível (pedestre e motorizado); (ii) controle do lançamento de esgotos lindeiros à via permanente; e (iii) controle do lançamento de resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) das comunidades lindeiras. Considerando que as causas dos problemas acima identificados são externas ao sistema ferroviário de passageiros e que, de acordo com contrato de concessão, a sua solução é de responsabilidade do Estado do Rio de Janeiro, propõe-se a adoção de providências conjuntas – SETRANS e SuperVia, para a articulação institucional, análise de alternativas e busca de solução(ões) 7.5.1 Passagens de Nível O subprograma deverá se estruturar em: Estudo técnico contemplando: (i) caracterização das passagens de nível existentes (oficiais e clandestinas) incluindo os aspectos de segurança de tráfego; (ii) situação de risco à população nestas passagens de nível com operação atual e operação futura (com a operação da frota de 161 TUEs); (iii) Análise técnica, econômica, financeira, ambiental e social de alternativas para redução da situação de risco da população garantindo a operação adequada do sistema ferroviário. A análise acima deverá ser realizada separadamente para as passagens oficiais e clandestinas. Adoção das ações estruturais e não estruturais propostas. 7.5.2 Controle do Lançamento de Esgotos lindeiros Com o objetivo de eliminar qualquer lançamento de esgotos brutos no sistema de drenagem pluvial da via permanente, este programa deverá contar com processo de articulação institucional entre a SuperVia e a CEDAE, com o acompanhamento da Setrans. Estes lançamentos possuem duas características distintas: (i) lançamentos diretos das residências lindeiras aos muros da faixa de domínio; e (ii) lançamento de redes. O subprograma objetiva identificar e avaliar todos os lançamentos na via férrea, analisar alternativas e adotar as soluções adequadas, com a participação conjunta da SuperVia e a CEDAE. 27 7.5.3 Controle do Lançamento de Resíduos Sólidos urbanos (Lixo doméstico) Tem o objetivo de reduzir, ou mesmo eliminar, o lançamento clandestino de lixo urbano na malha ferroviária, em especial próximo às estações de passageiros e junto às comunidades lindeiras à faixa de domínio. O subprograma deverá contar com a participação da SuperVia e Setrnas com a articulação necessária junto à COMLURB e Prefeitura municipais. 7.6 PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO DE POPULAÇÃO E ATIVIDADES ECONÔMICAS O PRI refere-se ao reassentamento de 80 famílias que ocupam, de forma irregular, a Faixa de Domínio da Linha Férrea em três trechos distintos. 7.7 CRONOGRAMA GERAL Em seqüência apresenta-se o cronograma geral dos programas e subprogramas constantes do PGA para o período de 5 anos de execução do Financiamento Adicional do PET II. 8. DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA De acordo com os procedimentos do Banco Mundial, o Plano de Gestão Ambiental – PGA foi submetido a processo de divulgação e consulta pública. A divulgação e chamada para a consulta pública foram realizadas por meio dos sítios da Secretaria de Transportes – SETRANS (www.sectrans.rj.gov.br) e da SuperVia (www.supervia.com.br). O período de divulgação foi de 01/07/2011 a 11/07/2011 com extensão até o dia 15/07/2011. Nos sítios constavam: (i) Chamada para Consulta Pública; (ii) Descrição do processo de elaboração do PGA e Convite para a Consulta Pública; (iii) Acesso (download) ao Sumário Executivo do PGA; e (iv) disponibilização do PGA completo na SuperVia para acesso aos interessados. Adicionalmente, a Setrans e a SuperVia enviaram, por e-mail, convites para a Consulta Pública às Secretarias de Transporte e de Meio Ambiente dos municípios abrangidos pelo Sistema Ferroviário, assim como aos representantes das comunidades lindeiras e a entidades estaduais como o INEA, além de contatos telefônicos. A Consulta foi realizada no dia 11 de julho no Centro de Manutenção de Deodoro – CMD e contou com a participação de 42 participantes. As perguntas versaram principalmente sobre questões operacionais do sistema não havendo questionamentos sobre o conteúdo do PGA. 28 CRONOGRAMA GERAL Programa Ano 1 1T 2T 3T Ano 2 4T 1T 2T 3T Ano 3 4T 1T 2T 3T Ano 4 4T 1T 2T 3T Ano 5 4T 1T 2T 3T 4T 7.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL PET II Supervisão Ambiental FA Avaliação Periódica PGA 7.2 FORTALECIMENTO DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL SUPERVIA Concepção Programas Operação e Manutenção 7.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 7.4 CONTROLE AMBIENTAL Gerenciamento de Resíduos Perigosos e Não Perigosos Gerenciamento de Resíduos Urbanos Ações Corretivas Estações e Linhas Operação Controle de Vetores Estudo Investigativo Operação Gerenciamento de Óleos e Graxas Adequação Bacias de Contenção Subestações Operação Gerenciamento Esgotos e Efluentes Avaliação 41 Estações Concepção de Eventual Adequação e Implantação Monitoramento 29 Programa 1T Ano 1 2T 3T 4T 1T Ano 2 1T 2T 3T Ano 3 4T 1T 1T Ano 4 2T 3T 4T 1T Ano 5 2T 3T 4T Gerenciamento de PCBs Descarte de 2 Transformadores Monitoramento Ruídos Recuperação Áreas Contaminadas - Lastro Investigação Eventual retirada e descarte Investigação e avaliação passivos ambientais Oficinas Concepção Implementação Arborização 7. ATIVIDADES CONJUNTAS PODER CONCEDENTE Passagens de Nível Estudo Técnico Setrans Ações Estruturais Ações Não - estruturais Controle Lançamento Esgotos Análise Situação CEDAE Análise Investimentos Implementação Controle Lançamento Resíduos Urbanos Caracterização Situação Atual Análise de Alternativas de Solução Adoção alternativa selecionada 7.7 PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO E ATIVIDADES ECONÔMICAS 30 1. INTRODUÇÃO Este documento constitui o Plano de Gestão Ambiental do Financiamento Adicional do Programa Estadual de Transportes II – FA PET II – e seu conteúdo visa ao atendimento das políticas de salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial - BIRD. O Programa Estadual de Transportes – PET tem como objetivo a melhoria da qualidade dos serviços de transportes urbanos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mediante suporte ao desenvolvimento de um sistema integrado de transportes urbanos, bem como a melhoria do nível de serviços providos pelo Sistema CENTRAL, hoje operado pela SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S. A. O FA PET II tem como objetivos específicos a ampliação e modernização da frota de trens, com foco no compromisso olímpico de 2016, e o fortalecimento da gestão técnica do sistema. De acordo com entendimentos mantidos com o Banco Mundial na presente fase preparação do Financiamento Adicional - FA, o Plano de Gestão Ambiental – PGA visa à demonstração da conformidade ambiental do Sistema Ferroviário de Passageiros da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro – RMRJ, tanto com relação às Políticas Operacionais do Banco Mundial mas, também, ao atendimento aos pressupostos constantes das legislações e normas ambientais brasileiras, ao nível federal e estadual. O corpo principal deste documento comporta sete capítulos, apresentando-se, no segundo a concepção do Programa e no terceiro a abordagem dos marcos legais e institucionais nos quais se apóia a presente análise ambiental. O capítulo 4 descreve e contextualiza o sistema ferroviário de passageiros, a região de atuação do FA (RMRJ) e enfoca as principais questões ambientais atuais do sistema. O capítulo 5 efetua uma avaliação ambiental e social das intervenções previstas pelo Financiamento Adicional, sob os aspectos da situação atual de gestão ambiental e das intervenções previstas, apresentando as principais conclusões. O Plano de Gestão Ambiental – PGA do FA é apresentado no capítulo 6. No capítulo 7 consta síntese do processo de divulgação e consulta pública realizadas. Em anexo consta o Plano de Reassentamento Involuntário e Atividades Econômicas – PRI. O presente PGA foi elaborado pelo consultor José Alexandre Monteiro Fortes – Diretor da NCA Engenharia, Arquitetura e Meio Ambiente SS Ltda com o apoio técnico e logístico da SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S.A. e supervisão da Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro. NCA Engenharia, Arquitetura e Meio Ambiente SS Ltda. SCN Ed. Brasília Trade Center s/ 1008 - Brasília, DF - CEP 70711-902 - Tel: (061)3326-2725 - Fax (061)3328-6274 E-mail: [email protected] 2. O PROGRAMA ESTADUAL FINANCIAMENTO ADICIONAL DE TRANSPORTES II – 2.1 ANTECEDENTES O PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPORTES – PET tem como objetivo a melhoria da qualidade dos serviços de transportes urbanos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mediante suporte ao desenvolvimento de um sistema integrado de transportes urbanos, bem como a melhoria do nível de serviços providos pelo Sistema CENTRAL, hoje operado pela SuperVia Concessionária de Transporte Ferroviário S. A, através da recuperação, de seu papel de modal estruturador, de modo a permitir a racionalização dos sistemas de transportes na Região Metropolitana, elevando a capacidade de oferta de lugares para atender níveis de demanda da ordem de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) passageiros/dia útil, beneficiando uma população estimada em 10,2 milhões de habitantes e 19 municípios. Objetivando atender a continuação do Programa Estadual de Transportes, o Governo do Estado do Rio de Janeiro negociou um novo financiamento, denominado PET 2 (Rio de Janeiro Mass Transit Project – PET 2), também junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, com a garantia do Governo Federal. O PET e o PET 2 visam consolidar seu papel de modal estruturador permitindo a racionalização dos sistemas de transportes na Região Metropolitana. Objetivos específicos do PET 2: Aquisição de 30 Trens Unidades Elétricos, novos, equipados com ar condicionado; A Atualização do Plano Diretor de Transportes Urbanos – PDTU; O Gerenciamento do PET 2 e a Supervisão do Fornecimento de 30 Trens Unidades Elétricos, novos, equipados com ar condicionado; Consolidação da AMTU-RJ para a RMRJ; e Suporte da adoção de Tarifas Modais Integradas. Atualmente, o Rio de Janeiro está se preparando para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Um sistema de transporte eficiente e integrado é fundamental para o êxito desses projetos. É compromisso do Estado do Rio de Janeiro, conforme consta do item 15 – Transportes do volume 3 do Sumário Executivo da Candidatura Rio 2016, a aquisição até 2015 de 120 Trens Unidades Elétricos novos para as linhas de subúrbio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. 32 O Programa Estadual de Transportes 2 (PET 2), em andamento, contempla a aquisição de 30 Trens Unidades Elétricos – TUEs de última geração, com ar condicionado, excelente desempenho e econômicos, já contratados, que entrarão em operação no biênio 2011/2012. Com vista a contemplar os compromissos assumidos pelo Estado perante à Copa do Mundo de Futebol e às Olimpíadas de 2016, o Estado do Rio de Janeiro propôs ao Banco Mundial, um Financiamento Adicional ao PET 2. O atual espaço fiscal do Estado do Rio de Janeiro, conforme deliberado na reunião de 05/07/2010 da Comissão de Coordenação e Controle das Operações de Crédito e Concessão de Garantias (COPEC), somente possibilita a aquisição de parte dos 120 trens referidos no compromisso olímpico, restando ainda que seja equacionada futuramente a aquisição dos restantes 30 Trens Unidades Elétricos novos. É importante frisar que os investimentos realizados na modernização da frota de trens do Rio de Janeiro apesar de estarem sendo executados com foco no compromisso olímpico de 2016, ficarão com um importante legado, principalmente para a população mais carente do Estado que utiliza diariamente esse meio de transporte. 2.2 A CONCEPÇÃO DO PROGRAMA FINANCIAMENTO ADICIONAL - PET - 2 2.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PET 2 - FA a) Aquisição de 60 Trens Unidades Elétricos A frota de trens que opera no subúrbio do Rio de Janeiro é antiga e desatualizada. Vários investimentos em manutenção têm sido feitos nos últimos anos pelo Governo Federal e, principalmente, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Chegou-se, porém, a um momento que não é mais viável economicamente a manutenção de parte dessa frota, decorrente da obsolescência de seus equipamentos que não encontram mais sobressalentes no mercado, da aceleração incompatível com a necessidade operacional, da fadiga de seus componentes estruturais, do alto custo de manutenção, do elevado consumo de energia e do baixo nível de conforto aos usuários. Como parte do programa de renovação da frota de trens, o Governo do Estado do Rio de Janeiro pretende, através deste novo Empréstimo, adquirir mais 60 Trens Unidades Elétrico de última geração equipados com ar condicionado. b) Gerenciamento e a supervisão da fabricação dos trens É fundamental para o êxito da aquisição dos trens e o desempenho futuro dessa frota que o Estado exerça um acompanhamento permanente do processo desde a fase inicial de elaboração do projeto (especificações técnicas), seguindo a produção, o comissionamento da entrada em operação e a supervisão da 33 garantia, devendo dessa forma contar com pessoal técnico capacitado e infraestrutura adequada. c) Consultoria em serviços de engenharia Essa parcela do programa se refere à execução de serviços diversos de consultoria de engenharia e transportes, visando apoiar a Secretaria de Transportes e a CENTRAL na: (i) elaboração de especificações técnicas e termos de referência para licitação de projetos básicos de reforma e adaptação de estações ferroviárias; (ii) na aquisição, reforma e modernização de material rodante ferroviário, bem como, (iii) estudos de transportes para implantação de novas linhas de veículos sobre trilhos, tarifas intermodais, planos de mobilidade entre outros estudos de engenharia para atendimento ao setor de transportes de todas as regiões do Estado. Tabela 2.1: Resumo do Financiamento Adicional Atividades Aquisição de 60 TUE’s Total Previsto Total Previsto (R$) (US$) 949.247.000,00 569.543.643,68 Serviços de Consultoria e Estudos Diversos 28.261.000,00 16.956.464,35 Gerenciamento do Programa e Supervisão da compra dos trens 20.000.000,00 Taxa Inicial (Front end Fee) Total: 11.999.891,97 2.500.000,00 1.500.000,00 1.000.008.000,00 600.000.000,00 Taxa Cambial US$/R$ = 1,66668 3. MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL 3.1 SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPORTES O Sistema Estadual de Transportes do Rio de Janeiro está organizado de forma a contemplar duas instâncias institucionais distintas: A Secretaria Estadual de Transportes – SETRANS e suas empresas coligadas; A Agência Reguladora dos Serviços Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviário e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro – AGETRANSP. 3.3.1 A SETRANS A SETRANS com a atribuição principal de formulação e implementação da política estadual de transportes compatibilizada com os programas de desenvolvimento 34 do Governo e da promoção da implantação, ampliação, melhoria e integração da infraestrutura de transportes, possui como empresas coligadas: Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro – RIOTRILHOS Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística – CENTRAL Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro – CODERTE Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – DETRO A RIOTRILHOS – é uma sociedade de economia mista resultante da cisão parcial da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro – Metrô, e que tem por objeto: (i) a construção, implantação e operação do sistema de transporte rápido metropolitano no estado; (ii) o controle técnico, econômico e financeiro da operação do sistema; e (iii) a prestação de consultoria especializada em transportes públicos. A CENTRAL - Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística – é uma empresa pública, resultante da cisão parcial da Companhia Fluminense de Trens Urbanos – FLUMITRENS, e que tem por objeto a implantação, construção e exploração do transporte de passageiros sobre trilhos ou guiados, bem como todas atividades conexas como a exploração de estacionamentos, a exploração de espaço para propaganda, a prestação de serviços de consultoria de sua especialidade, a prestação de serviços de manutenção de equipamentos, a implantação e construção de sistemas de transportes e terminais de passageiros bem como a exploração de seu patrimônio imobiliário. O DETRO – Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – é uma autarquia, criada pela lei 1.221, de 6/11/87, vinculada à Secretaria de Estado de Transportes. Seus principais objetivos são: concessão, permissão, autorização, regulamentação, planejamento, coordenação, fiscalização, inspeção, vistoria e administração dos serviços intermunicipais de Transportes Remunerados de Passageiros por Veículos Automotores. Atualmente, o transporte coletivo (linhas regulares) é promovido por 107 empresas que operam 1.083 linhas. Por mês, cerca de 40 milhões de 35 passageiros utilizam o sistema rodoviário intermunicipal. O Detro também regula o transporte complementar, oferecido pelas vans. Atualmente, há cerca de 2.000 veículos legalizados, os quais possuem dispositivos eletrônicos, que permitem identificar se sua situação está regularizada. Para fazer esse controle em todo o estado, o DETRO/RJ possui uma rede operacional descentralizada, constituída por 3 Unidades de Controle Operacional na Região Metropolitana (UNICOPS) e 6 Postos de Apoio e Coordenação Regionais no Interior (PACRE). Através de seu trabalho, o departamento visa contribuir para que a população tenha um transporte de qualidade. A CODERTE – Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro, é uma estatal de economia mista e foi criada através do Decreto-lei n° 87 , de 2 de Maio de 1975. A empresa tem entre seus principais objetivos a construção e administração de Terminais Rodoviários na Capital e interior Fluminenses, e a implantação e operação de áreas de estacionamento na Cidade do Rio de Janeiro. 3.1.2 A AGETRANSP A AGETRANSP - Agência Reguladora dos Serviços Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviário e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro – AGETRANSP foi criada sob a forma de autarquia especial da administração indireta, com plena autonomia administrativa, técnica e financeira, sucedendo, no âmbito de sua competência e finalidade, a extinta ASEP RJ nas atribuições estabelecidas em leis, decretos, contratos ou convênios. A AGETRANSP tem por finalidade exercer o poder regulatório, acompanhando, controlando e fiscalizando as concessões e permissões de serviços públicos concedidos de transporte aquaviário, ferroviário e metroviário e de rodovias no Estado do Rio de Janeiro. No exercício de suas atividades, a AGETRANSP vem trabalhando em busca da garantia dos seguintes princípios fundamentais: prestação pelos concessionários, de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, tanto qualitativa quanto quantitativamente; a existência de regras claras inclusive sob o ponto de vista tarifário, com vistas à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos; estabilidade nas relações envolvendo o Poder Concedente, concessionários e usuários, no interesse de todas as partes envolvidas; proteção dos usuários contra práticas abusivas e monopolistas; a expansão dos sistemas, o atendimento abrangente da população, a otimização ao uso dos bens coletivos e a modernização e aperfeiçoamento dos serviços prestados; 36 a modicidade das tarifas para os usuários; eqüidade no tratamento dispensado aos usuários, às diversas entidades reguladas e demais instituições envolvidas na prestação ou regulação dos transportes, permitidos ou concedidos. 3.1.3 A CONCESSÃO DO SISTEMA FERROVIÁRIO METROPOLITANO DE PASSAGEIROS O Estado do Rio de Janeiro, que tinha assumido em 1994 o sistema de transporte ferroviário de passageiros através da FLUMITRENS, decidiu organizar um plano de investimentos com sólidos objetivos de reverter à situação de abandono em que se apresentava o sistema. Foi aprovado um programa de investimentos (PROGRAMA PET) para o setor ferroviário contando com o suporte financeiro do Banco Mundial, destinado à recuperação de infra-estrutura e equipamentos, construção e eletrificação de linhas e manutenção de trens, dentre outros objetivos. A concessão do transporte ferroviário urbano de passageiros na Região Metropolitana do Rio de Janeiro foi levada a leilão pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro em 15 de julho de 1998, e arrematada pelo Consórcio Bolsa 2000. A Rio Trens Concessionária de Transporte Ferroviário S.A., foi a empresa concessionária criada pelo Consórcio Bolsa 2000, para operar e explorar o sistema de transportes públicos ferroviários de passageiros da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que posteriormente alterou sua razão social para SuperVia - Concessionária de Transporte Ferroviário S.A. No regime de concessão adotado, a infraestrutura de transportes (malha ferroviária, estações, oficinas, trens) é de propriedade do Estado sendo de responsabilidade da SuperVia a operação do sistema. A SuperVia opera o sistema desde novembro de 1998 com a missão principal de oferecer serviços de transporte de passageiros na Região Metropolitana do Rio de Janeiro a preço compatível, com segurança, rapidez e confiabilidade. A SuperVia encontra-se atualmente estruturada com uma Presidência e cinco Diretorias. A área de Meio Ambiente está funcionalmente ligada à Diretoria Adjunta Administrativa e à Coordenadoria de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde – QSMS. A seguir apresenta-se a estrutura organizacional da SuperVia com foco na relação com o Meio Ambiente e as funções da Gerência de Meio Ambiente. 37 SUPERVIA Organograma Presidência Gerência Investimentos Diretoria de Operações Recursos H umanos Gerência M arketing Diretoria Financeira Diretoria Adjunta Administrativa Diretoria Adjunta Comercial Diretoria Adjunta Jurídica Serviços Gerais Q ualidade, Segurança, M eio Ambiente e Saúde Q SM S Contratos Engenharia Gerência de M eio Ambiente 3.2 SISTEMA AMBIENTAL ESTADUAL O sistema institucional de meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro foi pioneiro e serviu de modelo para a concepção de outros modelos institucionais de meio ambiente tanto em outros estados brasileiros como na esfera federal. Em 1975, na oportunidade da fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, foi criado o Sistema de Prevenção e Controle da Poluição do novo Estado do Rio de Janeiro, que tinha como órgão normativo e decisório a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA), vinculada à Secretaria de Estado de Obras e Serviços Públicos, e, como entidade técnica responsável pela execução da política estadual de meio ambiente, a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA). Com o tempo, e após a criação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, em 1987, o sistema passou a integrar as fundações Instituto Estadual de Florestas 38 (IEF) e Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA), além de instituições como o Fundo Estadual de Controle Ambiental (FECAM) e o Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA). A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) se constitui, atualmente, como órgão de primeiro nível hierárquico da administração estadual, e tem como missão formular e coordenar a política estadual de proteção e conservação do meio ambiente e de gerenciamento dos recursos hídricos, visando ao desenvolvimento sustentável do Estado do Rio de Janeiro. A gestão ambiental pública no Estado do Rio de Janeiro apóia-se no sistema estadual de meio ambiente, coordenado por esta Secretaria, da qual fazem parte: O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) – Criado através da Lei nº 5.1010, de 04 de outubro de 2007, o INEA tem como missão proteger, conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento sustentável. A criação do INEA foi motivada pela racionalização das atividades de gestão ambiental integrada, concentrando-se sob a mesma orientação técnica e política as responsabilidades e competências antes distribuídas na FEEMA, na SERLA e no IEF. Assim, ao INEA compete a implementação das políticas estaduais de controle ambiental, gestão de recursos hídricos e conservação da biodiversidade, tendo sido atribuída a competência para expedir normas técnicas e licenciar atividades modificadoras do meio ambiente, excluídas as de atribuição da CECA, e o exercício do poder de polícia em matéria ambiental e de gestão de recursos hídricos, o que implica a aplicação sanções e medidas acauteladoras aos casos de infração da legislação ambiental. Fazem parte do rol de competências do INEA a outorga e a extinção de direito de uso da água, a aprovação de projetos de alinhamento de orla e faixas marginais de cursos d’água, a gestão de unidades de conservação, a promoção de projetos de recuperação ambiental e o controle florestal. A Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA), órgão colegiado diretamente vinculado ao Secretário, a quem compete, entre outras atribuições, baixar as normas ambientais e outros atos complementares necessários ao funcionamento do licenciamento ambiental; aplicar as penalidades cabíveis aos infratores da legislação de controle ambiental, mediante apreciação dos Autos de Constatação lavrados pelos órgãos fiscalizadores; e dar solução final aos processos de licenciamento ambiental; O CONEMA tem por finalidade orientar a gestão ambiental no estado e aprovar as diretrizes da Política Estadual de Meio Ambiente, no que se inclui a definição de prioridades de atuação, a proposição de objetivos e metas, a aprovação de zoneamentos ambientais e a articulação com outros órgãos colegiados que tratam de matéria ambiental. É presidido pelo Secretário de Estado do Ambiente, mantendo um plenário (instância superior de deliberação), composto por representante de onze secretarias de estado mais representantes da União, 39 do CREA e dezessete associações e instituições não governamentais e câmaras técnicas temáticas. O apoio técnico às decisões é suprido pelo INEA, a UERJ, o Departamento de Recursos Minerais (DRM), o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC) e a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (TURISRIO). Regimentalmente, prevê reuniões bimestrais do plenário, o que tem acontecido para o exercício de funções de normalização. O FECAM foi instituído em 1986, com o objetivo de atender às necessidades financeiras de projetos e programas ambientais, tendo sido ratificado pela Constituição Estadual de 1989. Seu alcance ampliou-se, em 2003, para incluir o financiamento de projetos de desenvolvimento urbano. Seus recursos provêm dos royalties do petróleo atribuídos ao estado, das multas administrativas e das condenações judiciais por irregularidade constatadas pelos órgãos fiscalizadores do meio ambiente, entre outras fontes. É representado por um secretárioexecutivo e gerido por um conselho superior, presidido pelo Secretário de Estado do Ambiente e integrado por representantes das secretarias estaduais de Fazenda, Planejamento e Gestão, do INEA, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e da Assembléia Permanente das Entidades de Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA). A CCA/RJ, outro órgão colegiado vinculado à SEA, tem como principal atribuição a aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental devida por empreendimentos de significativo impacto ambiental. Instituída, em 2004, em atenção aos dispositivos da legislação federal referente ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), é responsável pela definição da distribuição dos recursos para implantação e a gestão das unidades de conservação do estado. A câmara é composta por representantes do INEA, UERJ, FIRJAN, Rede de ONG da Mata Atlântica, presidida pelo Secretário de Estado do Ambiente, reunindo-se mensalmente. 3.2.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL A Resolução CONAMA 237/97 traz o seguinte conceito de licenciamento ambiental: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Por procedimento entende-se um encadeamento de atos que visam a um fim – a concessão da licença ambiental. Esse procedimento é conduzido no âmbito do Poder Executivo, na figura de seus órgãos ambientais nas várias esferas, e advém do regular exercício de seu poder de polícia administrativa. A licença ambiental é definida pela Resolução CONAMA 237/97 como: Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as 40 condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. A licença ambiental é, portanto, uma autorização emitida pelo órgão público competente. Ela é concedida ao empreendedor para que exerça seu direito à livre iniciativa, desde que atendidas as precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Importante notar que, devido à natureza autorizativa da licença ambiental, essa possui caráter precário. Exemplo disso é a possibilidade legal de a licença ser cassada caso as condições estabelecidas pelo órgão ambiental não sejam cumpridas. O licenciamento é composto basicamente por três tipos de licença: prévia, de instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma seqüência lógica de encadeamento. Essas licenças, no entanto, não eximem o empreendedor da obtenção de outras autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes, a depender da natureza do empreendimento e dos recursos ambientais envolvidos. O Sistema de Licenciamento Ambiental Estadual – SLAM/RJ O Sistema de Licenciamento Ambiental (SLAM) do Estado do Rio de Janeiro foi instituído pelo Decreto Estadual n° 42.159, de 2 de dezembro de 2009, em consonância com o Decreto-lei n° 134, de 16 de junho de 1975, alterados em parte pela Lei Estadual nº 5.101, de 4 de outubro de 2007, que criou o Instituto Estadual do Ambiente – INEA. O SLAM/RJ estabelece os seguintes tipos de licença ambiental: Licença Prévia – LP Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo as condicionantes a serem atendidas nas próximas fases de sua implantação. Em função da magnitude das alterações ambientais efetivas ou potenciais decorrentes da implantação de determinados tipos de empreendimentos, esses têm seu licenciamento condicionado à realização de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), conforme disposto na Resolução Conama nº 001, de 23/01/1986, na Lei Estadual n° 1.356/88 e suas alterações, e na DZ-0041.R-13 – Diretriz para Realização de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental – Rima 41 Licença de Instalação – LI Autoriza a instalação do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. A LI pode autorizar a pré-operação, por prazo especificado na licença, visando à obtenção de dados e elementos de desempenho necessários para subsidiar a concessão da Licença de Operação. Licença de Operação – LO Expedida após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e demais condicionantes determinadas para a operação. Licença Ambiental Simplificada – LAS Concedida em uma única fase, atesta a viabilidade ambiental, aprova a localização e autoriza a implantação e/ou a operação de empreendimentos ou atividades enquadrados na Classe 2, definida na Tabela 1 do Decreto 42.159/09, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que deverão ser observadas. Licença Prévia e de Instalação – LPI Atesta a viabilidade ambiental de empreendimentos e, concomitantemente, aprova sua implantação, quando a análise de viabilidade ambiental da atividade ou empreendimento não depender elaboração de EIA/Rima nem RAS, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que deverão ser observadas. Licença de Instalação e de Operação – LIO Aprova, concomitantemente, a instalação e a operação de empreendimentos cuja operação represente um potencial poluidor insignificante, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que devem ser observadas na sua implantação e funcionamento. Licença Ambiental de Recuperação – LAR Aprova a remediação, recuperação, descontaminação ou eliminação de passivo ambiental existente, na medida do possível e de acordo com os padrões técnicos exigíveis, em especial aqueles em empreendimentos fechados, desativados ou abandonados. Licença de Operação e Recuperação – LOR Autoriza a operação do empreendimento concomitante à recuperação ambiental de passivo existente em sua área, caso não haja risco à saúde da população e dos trabalhadores. 42 De acordo com o Decreto 42.159/2009, estão sujeitos ao licenciamento ambiental, entre outros, os sistemas ferroviários incluindo as oficinas industriais e as subestações de energia elétrica. 3.3 AS POLÍTICAS DE SALVAGUARDAS AMBIENTAIS ADOTADAS PELO BANCO MUNDIAL No âmbito das políticas de salvaguardas do Banco Mundial, há orientação para que os impactos ambientais e sociais negativos, de projetos a serem financiados com recursos do Banco, sejam identificados, evitados, atenuados, mitigados e monitorados, e os positivos, potencializados. Para o Financiamento Adicional do PET 2, considerado inicialmente - segundo as políticas de salvaguardas - como Programa CATEGORIA B, aplicam-se as seguintes salvaguardas do BIRD: OP 4.01 Avaliação ambiental OP 4.12 Reassentamento involuntário OP 4.11 Recursos Físico-culturais OP 4.09 Gestão de Pragas As demais políticas de salvaguarda (OP 4.04 – Habitats Naturais, OP 4.20 Povos indígenas; OP 4.36 Atividades florestais; OP 4.37 Segurança de Barragens; OP 7.50 Projetos em vias navegáveis internacionais; e OP 7.60 Projetos nas áreas em litígio) não se enquadram nos componentes e no escopo de desenvolvimento do Projeto. A seguir, comentam-se os principais aspectos e requisitos das políticas de salvaguardas de acordo com o conteúdo definido pelo Banco Mundial. OP-4.01 - Avaliação Ambiental Esta política de salvaguarda prevê que sejam realizadas análises prévias dos impactos potenciais das intervenções do Programa (incluindo-se impactos diretos, indiretos e cumulativos), comparando-se com as alternativas “com e sem” Programa. Também prevê a definição de medidas mitigadoras para prevenir, mitigar, minimizar ou compensar os efeitos negativos, avaliando os instrumentos mais apropriados para essa atividade. Inclui a necessidade de preparação de Planos de Gestão Ambiental, avaliando a capacidade institucional dos executores para a gestão do conjunto de medidas propostas nos programas do PGA. Além disso, as salvaguardas ambientais da OP 4.01 estabelecem a necessidade de consulta pública (neste caso, para os projetos nas categorias A e B). Considerando tratar-se de infraestrutura já implantada e em operação, o instrumento ambiental adequado para a preparação do FA – PET 2, de acordo com a orientação do BIRD, é a formulação do presente Plano de Gestão Ambiental - PGA, de que trata a OP 4.01. O PGA é parte integrante dos estudos de preparação do Financiamento Adicional ao PET 2, e cuja dimensão, 43 profundidade e tipo de análise dependeu da natureza, da escala e dos impactos ambientais potenciais, inerentes a um Programa como o que ora se apresenta. O PGA avalia a situação de gestão ambiental do sistema ferroviário metropolitano e sua operação, a sua conformidade ambiental e legal, busca identificar os potenciais riscos ambientais atuais, avalia os impactos resultantes dos investimentos propostos e propõe a implementação de programas ambientais com vistas à minimização e mitigação de impactos negativos e medidas para realçar os impactos positivos, além de processo de gestão dos impactos ambientais adversos durante a operação do sistema. O Programa proposto é classificado inicialmente na Categoria B, de acordo com os critérios da OP 4.01. OP 4.12 – Reassentamento Involuntário Essa diretriz define ser necessário assistir as pessoas, que necessitam ser desalojadas para implantação e/ou operação do empreendimento, em seus esforços para melhorar, ou pelo menos restaurar, a sua qualidade de vida, consultando os reassentados e a comunidade hospedeira e incorporando as visões expressas nos planos de reassentamento, listando as opções propostas pelos reassentados. Esta política deve ser adotada também no caso de ocupação irregular de pessoas em área operacional de determinado empreendimento. No caso específico do Sistema Ferroviário Metropolitano identificaram-se famílias ocupando irregularmente a Faixa de Domínio da Ferrovia (intra muros), de forma precária e muito aquém do padrão mínimo de habitabilidade necessário ao adequado desenvolvimento humano, além de expostas ao risco de acidentes (descarrilhamento, atropelamento, etc.). De acordo com a OP 4.12, neste caso, deverá ser elaborado e implementado Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas. Adicionalmente, para a implantação das ações do FA-PET 2, não haverá necessidade de desapropriação de bens imóveis. OP 4.11 – Recursos Físico-culturais Esta salvaguarda trata do patrimônio cultural - físico, que é definido como objetos móveis ou imóveis, locais, estruturas, grupos de estruturas, paisagens naturais que possuem significados arqueológico, paleontológico, histórico, arquitetônico, religioso, estético, ou outro significado cultural. Os recursos culturais físicos podem ser localizados em áreas urbanas ou rurais, e podem estar acima do solo ou no subsolo, ou sob a água. Seu interesse cultural pode estar no nível local, provinciano ou nacional, ou dentro da comunidade internacional. 44 Nos empreendimentos financiados pelo Banco, deve-se considerar o apoio para evitar ou mitigar impactos adversos em recursos culturais físicos oriundos de intervenções físicas. Os impactos sobre o patrimônio cultural resultantes de atividades de Projeto, incluindo medidas de mitigação, não podem infringir a legislação nacional do prestatário ou suas obrigações definidas em tratados e acordos ambientais internacionais relevantes. A avaliação de impactos sobre patrimônio cultural, em projetos financiados pelo Banco, deve integrar a Avaliação Ambiental (AA) a ser realizada no processo de preparação do Projeto. A Avaliação Ambiental deve conter medidas de mitigação, no caso de ocorrência de impactos, constante de plano de gestão ambiental do Programa. Os projetos de categoria A ou B que acionam a salvaguarda envolvem: (i) qualquer intervenção com escavações significativas, demolição, movimento de terra, inundação de áreas, etc.; (ii) qualquer intervenção localizada em, ou na redondeza de, área de incidência de recursos culturais físicos, reconhecidos pelo prestatário. OP 4.09 – Manejo de Pragas A OP 4.09 define Manejo Integrado de Pragas como uma mistura de práticas de controle de pragas baseadas em princípios ecológicos e realizadas pelos agricultores que procuram reduzir a dependência de defensivos químicos sintéticos. Envolve (a) manejo de pragas para mantê-las abaixo de níveis que causem danos econômicos, ao invés de tentar erradicá-las; (b) aplicação, na medida do possível, de medidas não-químicas para manter baixas as populações de pragas; e (c) a seleção e aplicação de defensivos de tal modo que minimizem os efeitos adversos sobre organismos benéficos, seres humanos e o meio ambiente. 45 4. O SISTEMA FERROVIÁRIO DE PASSAGEIROS – REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO A malha ferroviária da Região Metropolitana do Rio de Janeiro é constituída de: Sistema SuperVia – Sistema Ferroviário de Transporte de Passageiros, com 5 ramais, operado pela SuperVia sob regime de concessão, em 5 ramais: Deodoro, Japeri, Santa Cruz, Leopoldina (Saracuruna) e Belford Roxo. Sistema Central – com 2 ramais em bitola métrica operados pela Central (Guapimirim e corredor Niterói – Visconde de Itaboraí. MRS – sistema ferroviário de cargas (bitola larga) FCA – Ferrovia Centro Atlântica – sistema ferroviário de cargas (bitola métrica) Dos 20 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro a malha ferroviária, está presente em 15 municípios: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, Queimados, Japeri, São João de Meriti, Belford Roxo, Paracambi e Magé, além de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí cujo ramal não está em operação. O trecho operacional está distribuído através de nove linhas principais partindo da estação Central do Brasil, localizada ao norte do centro do Rio de Janeiro, com destino às estações de Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo, Gramacho, Saracuruna e Vila Inhomirim, situadas na periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As áreas residenciais e comerciais, que são pólos de produção e atração de viagens, foram consolidadas a partir da implantação da ferrovia e da construção das estações de trem, constituindo-se em elemento estruturador do desenvolvimento urbano. O mapa 4.1 a seguir apresenta as vias férreas da Região Metropolitana do Estado Rio de Janeiro. 46 4.1 O SISTEMA OPERADO PELA SUPERVIA O sistema ferroviário sob gestão da Concessionária SuperVia, com uma extensão de 225 km de linhas de serviço, se subdivide em 5 ramais eletrificados em bitola larga (1,60 m) e um ramal não eletrificado em bitola métrica. Possui 89 estações, ao longo de 11 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As seis linhas operadas pela empresa concessionária possuem as seguintes características: Ramal de Deodoro - com 22,06 km de extensão e 19 estações, inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro, atendendo os seguintes pólos: Madureira, Méier, São Cristóvão, Praça da Bandeira e Central. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Central, Lauro Muller, São Cristóvão, Maracanã, Mangueira, São Francisco Xavier, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo, Méier, Engenho de Dentro, Piedade, Quintino, Cascadura, Madureira, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Marechal Hermes e Deodoro. Ramal de Japeri / Paracambi - com 47,31km de extensão e 16 estações, atendendo os seguintes pólos: Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, Japeri e Paracambi. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Ricardo de Albuquerque, Anchieta, Olinda, Nilópolis, Edson Passos, Mesquita, 47 Juscelino, Nova Iguaçu, Comendador Soares, Austin, Queimados, Engenheiro Pedreira, Japerí, Parada Dr. Eiras, Lages e Paracambi. Ramal de Santa Cruz - com 32,71 km de extensão e 16 estações, também inteiramente dentro do Município do Rio de Janeiro, atendendo os seguintes pólos: Santa Cruz, Campo Grande e Bangu, Realengo. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Vila Militar, Magalhães Bastos, Realengo, Padre Miguel, Guilherme da Silveira, Bangu, Senador Camará, Santíssimo, Augusto Vasconcelos, Campo Grande, Benjamin do Monte, Inhoaíba, Cosmos, Paciência, Tancredo Neves e Santa Cruz. Ramal de Belford Roxo - com 33,00 km de extensão e 16 estações, atendendo os seguintes pólos: Belford Roxo, São João de Meriti, Pavuna, Madureira, Triagem, São Cristóvão e Central. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Triagem, Jacarezinho, Pilares, Del Castilho, Tomaz Coelho, Cavalcante, Mercadão de Madureira, Rocha Miranda, Honório Gurgel, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna, Vila Rosalí, Agostinho Porto, Coelho da Rocha e Belford Roxo. Ramal de Saracuruna - com 34,50 km de extensão e 15 estações, atendendo os seguintes pólos: Duque de Caxias, Gramacho, Penha, Ramos, Bonsucesso, Triagem, São Cristóvão e Central. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha, Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral, Duque de Caxias, Gramacho, Campos Elíseos, Jardim Primavera e Saracuruna. Sub-Ramal de Vila Inhomirim - com 15,38 km de extensão, bitola estreita e 7 estações, sistema diesel, atendendo aos municípios de Duque de Caxias e Magé. Relacionamos a seguir as estações desse ramal: Morabi, Imbariê, Monte Belo, Parada Angélica, Piabetá, Fragoso e Vila Inhomirim. Fazem parte do complexo ferroviário, o Centro de Manutenção de Deodoro – CMD Deodoro e a Oficina de São Diogo, além de 15 subestações e 6 seccionadoras e do Centro de Controle Operacional - CCO . OFICINA ATIVIDADES CMD Deodoro Revisão geral; manutenção corretiva; revisão média; modificações/ complementos dos serviços de modernização em trens-unidade elétricos (TUEs) e almoxarifado. São Diogo Manutenção preventiva e pneumática) e almoxarifado. corretiva (elétrica, mecaniza, O Centro de Controle Operacional (CCO) está localizado em prédio anexo ao pátio da Estação Central do Brasil, no final da plataforma 13, na cidade do Rio de Janeiro, onde são centralizadas as atividades de Controle Operacional de Tráfego e de Energia e localizam-se a Presidência e as Gerências Técnicas e Operacionais. 48 49 4.1.1 SITUAÇÃO ATUAL DA FROTA A frota operacional atual do Sistema operado pela SuperVia é composta por 161 trens (TUE’s), sendo 38 trens equipados com ar condicionado. Atualmente, a frota operacional, tem capacidade para transportar mais de 9 milhões de pessoas por mês, e transporta 518 mil passageiros por dia útil, tendo sido registrado um recorde de 540 mil, em novembro de 2005. O número de TUE’s chegou ao seu nível mais baixo, 56 TUE’s, às vésperas do serviço de transporte ferroviário ser concedido à iniciativa privada. Com a recuperação do Sistema (material rodante e infra-estrutura), pelo Estado e pela SuperVia, como previsto nos programas de investimentos, a concessionária espera ofertar lugares que permitam voltar a atingir um patamar de transporte próximo de 1 milhão de passageiros por dia útil em 2015, com uma frota de 201 trens, atuando num mercado com elevado potencial. Os TUE’s são compostos por três ou quatro carros cada, dependendo da série (as séries 400 e 1000 possuem 3 carros), com capacidade para transportar cerca de 330 passageiros por carro, considerando-se uma ocupação de 8 passageiros / m2. Apesar da frota ser constituída por TUE’s fabricados nas décadas de 50, 60, 70 e 80 e do ano 2005, os investimentos em modernização que vêm sendo realizados pelos Governos do Estado e da União, em conjunto com a Concessionária, tiveram como resultado uma frota com uma idade média de 10 anos, com uma expectativa de vida útil de mais 20 anos. Da frota de 161 TUE’s, 50 foram recuperados pelo Programa de Investimentos BIRD I, 41 TUE’s recuperados pelo Programa Estadual de Transportes - PET, ainda em curso, e 22 pelo Programa CBTU. 4.1.2 INFORMAÇÕES OPERACIONAIS A tabela a seguir apresenta os principais dados operacionais do sistema. Tabela 4.2: Resumo dos Principais Dados Operacionais Número de Estações em Operação Extensão Total da Rede Número de Municípios Servidos Frota Operacional 89 225 km 11 160 TUE's Total de Passageiros Transportados por Dia (out 2010) 518 mil Deodoro 245 mil Japeri 80 mil Santa Cruz 116 mil Belford Roxo 25 mil Saracuruna 52 mil Fonte: SUPERVIA - 2010 50 A tabela 4.3 apresenta as principais características da malha ferroviária por ramal Tabela 4.3: Resumo das Principais Características Por Ramal Características / Ramal Deodoro Japeri/ Paracambi Santa Cruz Belford Roxo Saracuru na Vila Inhomirim TOTAL 22 47 33 33 34 15 184 de 19 16 16 17 18 7 Estações Integradas com o Metrô 2 0 0 2 0 0 6 7 3 1 0 0 Passageiros Transportados Dias Úteis (x 103 out/2010) 245 80 116 25 52 Relação Intervalo Hora de Pico / Hora de Vale (min.) 7 / 15 7 / 15 7 / 20 8 / 30 10 / 30 37.000 16.000 15.000 5.000 12.700 47 46 43 39 33 38 79 75 53 Extensão Operacional (Km) (*) Número Estações Estações Integradas Ônibus Assentos Oferecidos de Pico 4 17 com Hora Média de Velocidade Comercial (Km/h) Tempo de Viagem (min.) 63 518 85.700 59 (*) Na distância considerada leva-se em conta, somente a distância dos ramais, porém, considerando todas as vias existentes a extensão total é de 225 km; Fonte: SUPERVIA - 2010 51 A) Integração do Sistema com Outros Modais Tabela 4.4: Integração Modo Estações Integradas Integração Metrô Central do Brasil; São Cristóvão; Triagem e Pavuna. Ônibus - RJ Central, Méier, Engenho de Dentro, Cascadura, Madureira, Mercadão de Madureira, Marechal Hermes, Deodoro, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz. Ônibus Municípios Todas as estações da baixada são integradas com a utilização do da Baixada Bilhete Único Intermunicipal. B) Evolução do Atendimento A partir de 1998, quando da Concessão pelo Governo do Estado do Rio dos serviços de transportes ferroviários à SuperVia, o transporte de trens vem evoluindo sua participação, conforme o gráfico mostrado a seguir. Evolução da Demanda e Atendimento (média de passageiros / dia) Fonte: SUPERVIA 600 500 Demanda 400 300 236 285 292 321 347 347 356 389 437 464 496 518 200 100 0 1999 2000 3001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ano Constata-se que de 1999 para 2010 houve um crescimento de demanda/atendimento de 110% (236 mil para 518 mil passageiros), atendendo atualmente uma população em 2,2 vezes maior que em 1999, representando anualmente um crescimento médio de 7,4% mostrando a boa receptividade dos passageiros pelos serviços melhorados. 52 4.1.3 – PREVISÃO DA SITUAÇÃO FUTURA COM O PET 2 E O FINANCIAMENTO ADICIONAL Considerando os investimentos do PET 2 envolvendo: (i) a aquisição de 30 novos trens; (ii) a reforma dos TUEs existentes; (iii) a implantação de sistema de ar condicionado em cerca 70 TUEs; e (iv) os investimentos do Financiamento Adicional FAT – PET 2 referentes à aquisição de 60 novos TUEs de 4 carros; a situação futura (2015) da Frota de Trens está apresentada na tabela a seguir. Tabela 4.5: Características da Frota (Atual e Futura) Discriminação Frota Operacional Frota Reformada (com Ar Condicionado) Situação Atual 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total (Após PET 2 e FA – PET 2) 161 166 181 189 207 201 201 91 18 32 46 60 75 20 25 50 60 96 110 110 Frota Antiga (Aço Inox) 73 59 45 31 16 0 0 Frota Antiga (Aço Carbono) 50 50 40 38 20 0 0 0 14 14 14 15 16 ------ Aquisições no Ano 0 5 25 10 36 14 90 Frota Imobilizada (Permanente) 0 0 10 2 18 20 50 24% 34% 53% 63% 83% 100% 100% Frota Nova (com Condicionado) 91 Ar Reformas com Instalação de Ar Condicionado (Investimento SUPERVIA) Percentual com Ar Condicionado Observa-se, pela Tabela acima, que 50 TUEs antigos serão desmobilizados permanentemente e a totalidade dos TUEs em operação a partir de 2015 possuirão ar condicionado proporcionando maior conforto aos usuários. Os trens em aquisição e a serem adquiridos terão capacidade para 1.200 passageiros cada um. Além do conforto e da rapidez dos veículos, serão consumidos menos 60% de energia elétrica. 53 4.1.4 INVESTIMENTOS ADICIONAIS Além das novas composições previstas no âmbito do PET 2 e do FA-PET 2, o Governo do Estado realizará investimentos na malha ferroviária do Grande Rio envolvendo ainda a substituição de trilhos, mudança no sistema de sinalização e a reforma das 89 estações. Muitas das Estações serão equipadas com elevadores, escadas rolantes e banheiros públicos. Duas estações já estão perto de passar por intervenções. Magalhães Bastos e Vila Militar serão inteiramente reformadas, e deverão estar prontas já em 2011, a fim de receber a demanda de passageiros gerada pelas competições dos Jogos Mundiais Militares. Adicionalmente, o ramal Saracuruna-Guapimirim, trecho que ainda é operado pelo Estado, também passa por um intenso processo de investimento. A reforma incluiu fixação dos trilhos, recuperação de pontes férreas, drenagem e desentupimento das canaletas laterais da via, além de capina permanente em algumas áreas. Também foi adquirido um novo trem para operar no ramal, substituindo a composição sucateada que circulava no trecho. 54 4.2 O CONTEXTO DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DO SISTEMA FERROVIÁRIO 4.2.1 A REGIÃO METROPOLITANA E A REGIÃO ATENDIDA PELO SISTEMA FERROVIÁRIO A região Metropolitana do Rio de Janeiro – RMRJ possui 20 municípios, sendo que o sistema ferroviário sob gestão da Concessionária SuperVia atende a 11 municípios da Região, quais sejam: Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro e São João do Meriti. Figura 1: Municípios atendidos pela SUPERVIA A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é a segunda maior área metropolitana do Brasil com 11.835.708 habitantes, de acordo com os dados do Censo de 2010. População Criada por meio da Lei Complementar de nº 20, de 1º de julho de 1974, após a união dos antigos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, a região metropolitana concentra 75% da população total do estado do Rio de Janeiro, 55 ocupa uma área de 5.326,8 km com uma densidade populacional de 2.221,9 hab/km. A população cresceu 8,6% entre 2000 e 2010, sendo que 35% da população da região metropolitana têm até 24 anos, e 17,5% são naturais de outros estados da federação. Com uma taxa de urbanização elevada, apenas 0,5% da população da RMRJ vivem em área rural. Os municípios atendidos pela SuperVia concentram 82% da população da região metropolitana, com 9.733.457 habitantes, sendo que o município do Rio de Janeiro concentra 64% deste total, conforme é possível observar na tabela abaixo: Tabela 4.6: População 2010 – Municípios atendidos pela SUPERVIA População residente (Censo 2010) Municípios atendidos pela SUPERVIA Área total (km²) Densidade demográfica Total Urbana Rural 1. Belford Roxo 469.332 469.332 - 77,8 6.031,38 2. Duque de Caxias 855.048 852.138 2.910 467,6 1.828,51 3. Japeri 95.492 95.492 - 81,9 1.166,37 4. Magé 227.322 215.236 12.086 388,5 585,13 5. Mesquita 168.376 168.376 - 39,1 4.310,48 6. Nilópolis 157.425 157.425 - 19,4 8.117,62 7. Nova Iguaçu 796.257 787.563 8.694 521,2 1.527,60 8. Paracambi 47.124 41.722 5.402 179,7 262,27 9. Queimados 137.962 137.962 - 75,7 1.822,60 6.320.446 6.320.446 - 1 200,3 5.265,81 11. São João de Meriti 458.673 458.673 - 35,2 Região Metropolitana 11.835.708 11.777.497 58.211 Estado do Rio de Janeiro 159.89.929 15.464 239 525.690 10. Rio de Janeiro _ 43.780,2 (hab/km²) 13.024,56 _ 365,2 Fonte: IBGE Censo 2010 56 Entre 2000 e 2010 a população destes municípios cresceu em média 7,4%, sendo que o município com maior taxa de crescimento foi Paracambi com 14,11% e Japeri com 12,8% no período. Produto Interno Bruto - PIB O estado do Rio de Janeiro tem o segundo maior PIB brasileiro com 343,2 milhões, atrás apenas de São Paulo, e representa 11,3% do PIB nacional. A região Metropolitana concentra 70% do total do PIB do Estado. A região concentra o segundo maior pólo industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo, indústrias navais, metalúrgicas, petroquímicas, gásquímicas, siderúrgicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas, cimenteiras e moveleiras. Os municípios atendidos pela SuperVia concentram 60% do PIB do estado e em média o PIB per capita em 2008 era de R$ 12.197,99, superior a média da RMRJ, e inferior a média do Estado, conforme é possível observar na tabela abaixo: Tabela 4.7: PIB e PIB per capita (2008) – Municípios atendidos pela SUPERVIA Municípios atendidos pela SUPERVIA 1. Belford Roxo PIB PIB per capita (2008) (2008) R$ 3.539.442,00 R$ 7.140,38 R$ 32.266.476,00 R$ 37.328,52 3. Japeri R$ 509.010,00 R$ 5.087,30 4. Magé R$ 1.675.618,00 R$ 6.954,50 5. Mesquita R$ 1.314.583,00 R$ 6.994,36 6. Nilópolis R$ 1.347.246,00 R$ 8.472,98 7. Nova Iguaçu R$ 8.359.928,00 R$ 9.771,98 R$ 344.958,00 R$ 7.729,45 R$ 1.017.279,00 R$ 7.378,54 R$ 154.777.301,00 R$ 25.121,92 R$ 3.474.893,00 R$ 7.140,38 R$ 343.182.068,00 R$ 21.621,00 2. Duque de Caxias 8. Paracambi 9. Queimados 10. Rio de Janeiro 11. São João de Meriti Estado do Rio de Janeiro Fonte: IBGE- Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 O município do Rio de Janeiro ocupa o 1º lugar no ranking do PIB estadual seguido do município de Duque de Caxias. Apesar do desempenho o município 57 do Rio de Janeiro vem sofrendo perdas no PIB, enquanto na média os demais municípios tem tido expansão da ordem de até 50%. O resultado do PIB do município de Duque de Caxias se deve, em grande parte, a presença de uma das maiores refinarias da Petrobrás, a REDUC, e seu pólo gás-químico. O município possui cerca de 809 indústrias e 10 mil estabelecimentos comerciais. Apesar do desempenho econômico, a região metropolitana do Rio, a exemplo de outras RM brasileiras, é foco de concentração de inúmeros problemas de desenvolvimento urbano, econômico e social como: mobilidade urbana, desemprego e favelização. Índice de Desenvolvimento Humano – IDH A RMRJ, em 2000, apresentou um IDH de 0,82, considerado elevado; contraditoriamente a região concentra o terceiro maior percentual de pessoas vivendo em áreas de favela. Os municípios atendidos pela SuperVia, em média apresentam um IDH-M (2000) de 0,768, considerado médio desenvolvimento, porém ainda inferior a média do estado de 0,807. O município do Rio de Janeiro é o único que apresenta um IDH elevado, porém denota contrastes sociais, uma vez que alguns bairros apresentam IDH comparáveis a países desenvolvidos e outras áreas como as áreas de favelas (Complexo do Alemão e Rocinha, por exemplo) apresentam IDH inferiores a média do estado. Dentre os municípios atendidos Japeri apresenta o menor IDH - M, conforme é possível observar na tabela abaixo: Tabela 4.8: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (2000) e Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (2007) Municípios atendidos pela SUPERVIA IDH-M IFDM (2000) (2007) 1. Belford Roxo 0,742 0,6067 2. Duque de Caxias 0,753 0,7562 3. Japeri 0,724 0,5399 4. Magé 0,746 0,6458 5. Mesquita* - 0,6539 6. Nilópolis 0,788 0,6770 7. Nova Iguaçu 0,762 0,7181 8. Paracambi 0,771 0,6127 9. Queimados 0,732 0,5958 10. Rio de Janeiro 0,842 0,8295 11. São João de Meriti 0,742 0,6858 Região Metropolitana 0,774 - 58 Estado do Rio de Janeiro 0,807 0,7985 *município não emancipado de Nova Iguaçu na época da coleta de dados Fonte: Altas do Desenvolvimento Humano – PNUD (2000) e Federação das Indústrias do Rio de Janeiro- FIRJAN (2007) Índice de Desenvolvimento Municipal - IFDM O Índice de Desenvolvimento Municipal proposto pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) tem como objetivo monitorar o desenvolvimento sócio-econômico dos municípios brasileiros, e é considerado uma importante ferramenta de gestão pública, uma vez que permite a orientação de ações e o acompanhamento de seus impactos sobre o desenvolvimento dos municípios. As três áreas de desenvolvimento consideradas, com igual ponderação, são Emprego&Renda1, Educação2 e Saúde3. O IFDM varia de 0 a 1 estipulando as seguintes classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6 de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8 de desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0 de alto desenvolvimento. De acordo com essa metodologia é possível observar que apenas o município do Rio de Janeiro é considerado de alto desenvolvimento, enquanto os municípios de Japeri e Queimados apresentaram os menores índices considerados como moderados. Tabela 1.9: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (2007) Municípios atendidos pela IFDM SUPERVIA (2007) IFDM - Emprego & Renda IFDM- Educação IFDM- Saúde 1. Belford Roxo 0,6067 0,5563 0,5701 0,6937 2. Duque de Caxias 0,7562 0,8962 0,6094 0,7631 3. Japeri 0,5399 0,3685 0,5495 0,7016 4. Magé 0,6458 0,5459 0,6122 0,7792 5. Mesquita 0,6539 0,5507 0,6337 0,7773 6. Nilópolis 0,6770 0,5701 0,6826 0,7784 7. Nova Iguaçu 0,7181 0,7780 0,6496 0,7268 1 O indicador IFDM-Emprego&Renda acompanha as seguintes variáveis: taxa de geração de emprego formal sobre o estoque de empregados e sua média trienal; saldo anual absoluto de geração de empregos; taxa real de crescimento do salário médio mensal e sua média trienal; e valor corrente do salário médio mensal. 2 O indicador IFDM-Educação acompanha as variáveis: taxa de atendimento no ensino infantil, taxa de distorção idadesérie, percentual de docentes com curso superior, número médio diário de horas-aula, taxa de abandono escolar e resultado médio no índice de desenvolvimento da educação básica, captando a oferta e a qualidade da educação fundamental e pré-escola, de acordo com a competência constitucional dos municípios. 3 O indicador IFDM-Saúde acompanha as variáveis relacionadas à quantidade de consultas pré-natal, taxa de óbitos mal definidos e taxa de óbitos infantis por causas evitáveis são acompanhadas pelo indicador IFDM-Saúde . 59 8. Paracambi 0,6127 0,2388 0,7248 0,8746 9. Queimados 0,5958 0,5072 0,6175 0,6626 10. Rio de Janeiro 0,8295 0,8506 0,7992 0,8388 11. São João de Meriti 0,6858 0,7029 0,6202 0,7342 Estado do Rio de Janeiro 0,7985 0,8810 0,7005 0,8140 Apesar dos municípios apresentarem um desenvolvimento médio, quando observamos os subindicadores, é possível verificar que os municípios de Japeri e Paracambi apresentam IFDM – Emprego e Renda de baixo desenvolvimento. Renda e Escolaridade Em Japeri mais de 76% da população vive com até meio salário mínimo per capita e a média de anos de estudo da população adulta é de apenas 4,8 anos um pouco acima do patamar do analfabetismo funcional. O município em conjunto com Paracambi apresentam os maiores percentuais de analfabetismo de pessoas acima de 15 anos. Os municípios do Rio de Janeiro e Nilópolis apresentam os melhores índices, conforme é possível observar na tabela abaixo: Tabela 4.10: Indicadores Renda e Escolaridade Municípios atendidos pela SUPERVIA Renda Per capita em salários mínimos (Altas 2000) Incidência da Pobreza Percentual de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas Anos de Estudo população adulta (IBGE 2003) (Atlas 2000) (Atlas 2000) 1. Belford Roxo 1,2 60,60% 8,01 5,64 2. Duque de Caxias 1,5 53,53% 8,01 6,05 3. Japeri 1,0 76,37% 12,4 4,86 4. Magé 1,4 64,02% 9,94 5,61 5. Mesquita* _ _ _ _ 6. Nilópolis 2,0 32,48% 3,76 7,43 7. Nova Iguaçu 1,6 54,15% 7,19 6,32 8. Paracambi 1,8 49,08% 10,59 5,59 9. Queimados 1,2 67,52% 9,28 5,63 10. Rio de Janeiro 4,0 23,85% 4,41 8,42 11. São João de Meriti 1,5 47,00% 5,72 6,4 Estado do Rio de Janeiro 2,7 32,44% 4,57 - *município não emancipado de Nova Iguaçu na época da coleta de dados Incidência de Pobreza O indicador de incidência da pobreza revela o perfil da população dos municípios. Em 07 dos 11 municípios, mais de 50% da população vivem com até 60 meio salário mínimo e são consideradas pobres. Dentre os municípios, Japeri, Queimados e Magé apresentam os maiores percentuais, conforme é possível observar na figura 2 abaixo. Figura 2: Incidência de pobreza nos municípios atendidos pela SUPERVIA Saúde Em relação aos indicadores de saúde o município de Queimados apresentou em 2008 a maior taxa de mortalidade infantil e a maior taxa de internação por doenças de veiculação hídrica, com 104,7 internações para cada 10 mil habitantes. O município do Rio de Janeiro apresentou um dos menores percentuais de pessoas atendidas pela saúde básica, apenas 10,4%, provavelmente o indicador reflita o grande número de usuários de planos privados, porém os percentuais demonstram a precariedade do atendimento básico e preventivo da saúde. 61 Tabela 4.11: Indicadores de Saúde Municípios atendidos pela SUPERVIA Percentual de pessoas com atendimento a Saúde Básica Mortalidade Infantil - por 1 mil nascidos vivos- Internações por doenças de veiculação hídrica -por 10 mil hab.- (DATASUS -2008) (DATASUS – 2007) (DATASUS – 2006) 1. Belford Roxo 30,5% 16,2 65,7 2. Duque de Caxias 24,5% 14 21,9 3. Japeri 0,0% 16,4 60,7 4. Magé 41,4% 16,2 25,1 5. Mesquita 12,0% 12,7 19,3 6. Nilópolis 32,2% 16,7 16,5 7. Nova Iguaçu 16,2% 15,3 38,4 8. Paracambi 60,1% 13,8 69,3 9. Queimados 15,5% 20,7 104,7 10. Rio de Janeiro 10,4% 13,6 8,1 11. São João de Meriti 17,0% 16,1 33,7 O indicador de internação por doenças de veiculação hídrica reflete o acesso a serviços de saneamento, o município de Paracambi, que teve o segundo maior número de internações por doenças de veiculação hídrica, atende apenas 48,19% da população com água da rede oficial de abastecimento, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento. Saneamento Conforme é possível observar na tabela abaixo, 06 dos 11 municípios não dispõem de informações a respeito do índice de atendimento de esgotamento sanitário, e 05 não dispõem de informações sobre taxa de cobertura de coleta de resíduos. Dentre os municípios com informações disponíveis é possível verificar que apenas o Rio de Janeiro apresenta dados similares à média do estado e nacional. De acordo com SNIS nenhum outro município analisado possuía índice de atendimento com esgotamento sanitário superior a 4%, sendo que os municípios de Japeri, Magé e Mesquita apresentam índices críticos de atendimento de água, conforme é possível observar na tabela abaixo: 62 Tabela 4.12: Indicadores de Saneamento – Sistema Nacional de Informações de Saneamento - 2008 Índice de Atendimento de Água Taxa de Cobertura de Coleta de Resíduos Sólidos (SNIS 2008) Índice de Atendimento de Esgotamento Sanitário (SNIS 2008) 1. Belford Roxo 65,75% 1,07% 100% 2. Duque de Caxias 68,62% 0,10% 91,3% 3. Japeri 19,30% _ _ 4. Magé 22,16% _ _ 5. Mesquita 30,30% _ 100% 6. Nilópolis 97,32% _ 80% 7. Nova Iguaçu 76,74% 0,48% _ 8. Paracambi 48,19% _ _ 9. Queimados 81,91% _ _ 10. Rio de Janeiro 99,38% 82,39% 100% 11. São João de Meriti 90,86% 3,34% 100,00% Estado do Rio de Janeiro 66,20% 46,70% 98,89% Municípios atendidos pela SUPERVIA pop. urbana (SNIS 2008) Fonte: Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS, 2008 Complementarmente aos dados apresentados no SNIS, os dados do PNUD a partir das informações do censo de 2000 sobre o índice de atendimento desses serviços, por possuir metodologia de coleta de dados diferenciada apresenta outros percentuais para os mesmos municípios, conforme é possível verificar na tabela a seguir. A metodologia do SNIS oferece um dado descrito pelo prestador de serviço e os dados do Altas a partir do censo de 2000 apresentam a informação dada pelo morador. Mesmo utilizando a nomenclatura de água encanada e não água ofertada pela rede geral é possível verificar que municípios como Japeri, Magé também apresentam índices de baixo atendimento de água. 63 Tabela 4.13: Indicadores de Saneamento – Altas do Desenvolvimento Humano Municípios atendidos pela SUPERVIA % de pessoas que vivem em domicílios com água encanada % de pessoas que vivem em domicílios com banheiro e água encanada % de pessoas que vivem em domicílios urbanos com serviço de coleta de lixo (Altas 2000) (Atlas 2000) (Atlas 2000) 1. Belford Roxo 85,29 83,26 87,74 2. Duque de Caxias 87,27 85,88 88,53 3. Japeri 80,08 77,11 57,01 4. Magé 86,79 85,04 86,37 5. Mesquita* - - - 6. Nilópolis 96,27 95,25 98,72 7. Nova Iguaçu 91,35 89,89 87,86 8. Paracambi 96,68 95,57 93,72 9. Queimados 80,41 79,43 86,16 10. Rio de Janeiro 97,8 96,42 98,74 11. São João de Meriti 94,41 93,22 97,36 Estado do Rio de Janeiro 93,60 92,22 94,3 *município não emancipado de Nova Iguaçu na época da coleta de dados Fonte: Altas do Desenvolvimento Humano – PNUD, 2000. Em relação ao atendimento com coleta de lixo, também o município de Japeri apresentava uma situação crítica de atendimento, com apenas 57% da população urbana atendida pelos serviços, isso implica em depósito de resíduos em locais impróprios. Habitação De acordo com a pesquisa sobre déficit habitacional realizada pela Fundação João Pinheiro a RMRJ possuía em 2007 cerca de 327.600 domicílios em aglomerados subnormais, cerca de 9% do total de domicílios da região. Mais de 23 mil domicílios foram considerados habitações precárias, ou seja, construídas em material não permanentes, e em cerca de 164 mil domicílios foi constatada a coabitação familiar. Nestes casos 85% dos domicílios viviam com até 3 salários mínimos, e 44% das famílias eram compostas apenas por mães e filhos menores de 14 anos, sendo que 80% dos chefes de famílias tinham entre 20 e 39 anos. 64 No total a RMRJ apresentou em 2007, um déficit habitacional de mais 376 mil domicílios, sendo que grande maioria devido à coabitação familiar de famílias chefiadas por mulheres jovens e com filhos menores. Ainda de acordo com a pesquisa do déficit habitacional, 12,9% dos domicílios da RMRJ têm carência de infra-estrutura, ou seja, não dispõem de ao menos um dos seguintes serviços básicos: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água com canalização interna, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo. Os municípios atendidos pela SuperVia possuem em média 4% da população vivendo em aglomerados subnormais no ano 2000, sendo que o município do Rio de Janeiro possui em média, 18,7% da população vivendo em favelas, seguido pelo município de Magé onde o percentual é de 7,9%. Esse número, porém, não reflete o total de déficit habitacional dos municípios uma vez que considera apenas os conjuntos constituídos por um “mínimo de 51 domicílios, ocupando ou tendo ocupado até período recente, terreno de propriedade alheia – pública ou particular – dispostos, em geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, ou seja, invasões, loteamentos irregulares ou clandestinos”. (Censo 2000) De acordo com os dados da Fundação João Pinheiro, os municípios atendidos pela SuperVia apresentavam, em 2000, um déficit habitacional de mais de 150 mil habitações. Tabela 4.14: Percentual de participação dos componentes no Déficit Habitacional Municípios atendidos pela Domicílios improvisados SUPERVIA (FJP - 2000) Famílias Conviventes (FJP - 2000) Cômodos Cedidos ou Alugados (FJP - 2000) 1. Belford Roxo 10,4 75,8 12,8 2. Duque de Caxias 4,1 83,1 12,8 3. Japeri 1,8 84,5 16,3 4. Magé 3,3 86,3 10,5 5. Mesquita* - - - 6. Nilópolis 1,5 92,4 6,1 7. Nova Iguaçu 3,0 86,8 10,2 8. Paracambi 2,2 89,8 7,9 9. Queimados 5,6 79,2 15,1 10. Rio de Janeiro 4,6 78,3 17,1 11. São João de Meriti 0,7 88,2 10,9 *município não emancipado de Nova Iguaçu na época da coleta de dados Fonte: Fundação João Pinheiro, 2000. 65 Dentre os municípios, Belford Roxo apresentou o maior percentual de domicílios improvisados do total do déficit habitacional do município, seguido do município de Queimados e Rio de Janeiro, que do total de 126 mil domicílios deficitários, 4,6% estão relacionados a domicílios construídos em materiais não permanentes, o que denota um alto índice de precariedade. Já os dados mais recentes da RMRJ apontam um crescimento do déficit habitacional. De acordo com os estudos elaborados pela Fundação João Pinheiro para o Ministério das Cidades (FJP, 2007), é possível traçar a evolução dos indicadores entre os anos 2000 a 2005 para a RMRJ, onde o houve acréscimo tanto em termos absoluto, quanto relativo. Entre 2000 e 2005 ocorreu um acréscimo de cerca de 220 mil domicílios: eram 221.995, subindo para 442.153 unidades. Relativamente, passou de 6,9% para 11,8%, em decorrência, principalmente, de acréscimo significativo do déficit em áreas urbanas. Mobilidade - Os Benefícios da Proposta de Ampliação da Frota De 1999 a 2010 houve um crescimento de demanda no sistema ferroviário sob gestão da SuperVia de 236 mil para 518 mil passageiros/dia, representando anualmente um crescimento de 7,4%. A proposta de ampliação da frota beneficiará em especial os municípios mais carentes da Região uma vez que dois ramais que terão sua frota aumentada, Japeri e Santa Cruz, são justamente aqueles que servem aos locais mais vulneráveis – a Zona Oeste do Rio e os municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Japeri. A ampliação da frota refletirá em uma possibilidade de atendimento de mais 13% de passageiros do total atendidos atualmente. De acordo com dados do censo 2000, cerca 16% da população metropolitana acima de 14 anos trabalhavam ou estudavam, fora de seus municípios de residência. No entanto, esse percentual apresentava uma enorme variação entre os municípios. Em municípios de economia consolidada existe maior taxa de mobilidade, como por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro, onde em média 95% dos habitantes transitam dentro do próprio município. Em São João do Meriti, cerca de 48% dos moradores se deslocam diariamente para outros municípios. Nilópolis, Belford Roxo, Japeri, Queimados, Mesquita também apresentam percentuais acima de 40% de mobilidade intermunicipal Dessa forma as melhorias proporcionadas pela modernização da frota, através da substituição dos antigos trens por novos com ar condicionado em Saracuruna e Belford Roxo, oferecerão, também, trens mais confortáveis exatamente onde a demanda de transporte é maior. Mais de 30% dos habitantes que saem diariamente do município de Japeri e Queimados para trabalhar ou estudar têm como destino outros municípios periféricos, como Nova Iguaçu. 66 De acordo com a pesquisa de origem/destino realizada pelo Governo do Estado do Rio para o Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana, o transporte público é o meio de transporte predominante, correspondendo a 46,4% do total de viagens realizas. Tabela 4.15: Modo de Transporte Modo de transporte Viagens realizadas % Transporte coletivo 9.237.844 46,4 Transporte individual 3.291.911 16,5 A pé 6.740.688 33,8 Bicicleta 645.510 3,2 Total geral 19.915.954 100 Motorizado Não motorizado Fonte: PDTU – RMRJ – 2002/2003 Se consideramos apenas o modo de transporte motorizado, todos os municípios atendidos pela SuperVia utilizam o transporte coletivo em uma proporção maior que 70% se comparado ao transporte individual. Em municípios como Belford Roxo, e Magé mais de 85% das viagens diárias motorizadas são realizadas com transporte coletivo. Tabela 4.16: Percentual de utilização de transportes motorizados Transporte coletivo Município de Origem Transporte Individual Viagens % Viagens % Belford Roxo 304.221 88 40.602 12 Duque de Caxias 621.472 78 169.090 22 Japeri 35.676 80,7 8.512 19,3 Magé 103.080,00 85,8 17.042 14,2 Mesquita 72.015 80,6 17.263 19,4 Nilópolis 90.531 84,7 16.294 15,3 Nova Iguaçu 494.544 80,4 119.960 19,6 Paracambi 15.747 73,9 5.542 26,1 Queimados 60.282 84,5 10.998 15,5 5.831.329 72,2 2.225.447 27,8 285.012 79 75.555 21 Rio de Janeiro São João de Meriti Fonte: PDTU – RMRJ – 2002/2003 67 De acordo com PDTU, as viagens diárias realizadas na Região metropolitana representam uma mobilidade geral de 1,77 viagem/habitante/dia, considerando todos os tipos de viagem, ou seja, motorizado e não motorizado. Entre os municípios atendidos pela SuperVia a média de mobilidade é de 1,55 viagem/habitante/dia, sendo que Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé e Rio de Janeiro apresentam os maiores índices. 68 Figura 3: Índice de Mobilidade Os dados também indicam uma relação entre escolaridade, renda e mobilidade, pessoas com pós-graduação fazem em média 3,5 viagens por dia, em comparação aos habitantes analfabetos que realizaram menos de 1 viagem/dia, no mesmo período. Da mesma forma foi observado que quanto maior a renda maior o índice de mobilidade, habitantes com renda familiar de até 20 salários mínimos realizavam quase o dobro de viagens/dia que os habitantes com renda familiar de até 2 salários mínimos. Cerca de 50% das viagens realizadas diariamente na RMRJ são de ida e retorno para a residência, e os demais se dividem principalmente em ida e retorno do trabalho e locais de estudo. Se considerarmos os motivos de viagem com exceção do retorno a residência é possível observar que a maior parte dos motivos de viagens para os municípios analisados é o estudo. Dentre as viagens com destino a Belford Roxo, 62% são motivadas pelo estudo, já no Rio de Janeiro 45% das viagens são em decorrência do trabalho, seguido de Nova Iguaçu, o que demonstra o perfil de pólos econômicos da região. 69 Tabela 4.17: Motivos das Viagens Local de Destino Trabalho Estudo % % Levar trabalho/ estudo % Assuntos pessoais/ Compras/ Outros Saúde Total negócios lazer % % % geral % % Belford Roxo 19 62 4 8 5 1 1 100 Duque de Caxias 35 35 1 12 6 5 4 100 Japeri 19 52 1 13 5 6 3 100 Magé 28 50 1 8 6 5 4 100 Mesquita 39 39 4 10 6 3 0 100 Nilópolis 35 40 3 8 12 1 1 100 Nova Iguaçu 38 39 0 8 6 5 3 100 Paracambi 34 48 0 5 7 4 2 100 Queimados 30 58 0 7 2 2 0 100 Rio de Janeiro 45 29 3 8 8 4 3 100 São João de Meriti 31 42 3 12 7 3 2 100 Com base nos dados apresentados é possível afirmar que o investimento no serviço de trens urbanos para os municípios é necessário para abrigar tanto a expansão populacional quanto a demanda de mobilidade por transportes públicos. De acordo com o trecho os tempos de viagem em trens, na média, são 20 a 30% menores do que em ônibus. Isto para uma viagem normal, sem congestionamentos, caso contrário esses valores chegam a dobrar. O tempo de viagem médio economizado, por cada passageiro transferido dos ônibus para os trens, é de 49 minutos por dia, o que reflete na qualidade de vida da população atendida. 4.2.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ATENDIDOS PELO SISTEMA FERROVIÁRIO A tabela a seguir apresenta quadro síntese dos principais indicadores Indicadores Sociais dos Municípios atendidos pela SuperVia, que são descritos em seguida. 70 Tabela 4.18 – Indicadores dos municípios População Total Municípios População PIB Per Total capita IBGE IBGE 2000 2010 IDHM Renda % de Mortalidade Percentual Atlas per incidência infantil de pessoas Capita de Até 01 ano de 15 anos IBGE (Salários Pobreza de idade*** ou mais 2008 Mínimos) IBGE Atlas (R$) 2000 Atlas 2003** analfabetas Atlas 2000 2000 2000 Belford 434.474 469.332 7.140,38 0,742 1,2 60,60% 16,2 8,01% 775.456 855.048 37.328,52 0,753 1,5 53,53% 14 8,01% Japeri 83.278 95.492 5.087,30 0,724 1,0 76,37% 16,4 12,4% Magé 205.830 227.322 6.954,50 0,746 1,4 64,02% 16,2 9,94% 168.376 6.994,36 - _ _ 12,7 _ Roxo Duque de Caxias Mesquita _ Nilópolis 153.712 157.425 8.472,98 0,788 2,0 32,48% 16,7 3,76% Nova 920.599 796.257 9.771,98 0,762 1,6 54,15% 15,3 7,19% Paracambi 40.475 47.124 7.729,45 0,771 1,8 49,08% 13,8 10,59% Queimados 121.993 137.962 7.378,54 0,732 1,2 67,52% 20,7 9,28% 6.320.446 25.121,92 0,842 4,0 23,85% 13,6 4,41% 458.673 7.140,38 0,742 1,5 47,00% 16,1 5,72% 159.89.929 21.621,00 0,774 2,7 32,44% 21,21 4,57% Iguaçu Rio de 5.857.904 João 449.476 Janeiro São de Meriti Estado de 14.391.282 Rio Janeiro Fonte: IBGE e Altas do Desenvolvimento Humano. Dados de 2000, 2005 e 2010. *Estimativa para o ano de 2009 – IBGE ** IBGE, Censo Demográfico 2000 e Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2002/2003.NOTA: A estimativa do consumo para a geração destes indicadores foi obtida utilizando o método da estimativa de pequenas áreas dos autores Elbers, Lanjouw e Lanjouw (2002). *** número de óbitos para cada mil nascidos vivos. BELFORD ROXO Belford Roxo, fundado em 03 de abril de 1990, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 77,8 km² e o município dista até 19,5 km da capital do 71 estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial, sendo as empresas Bayer do Brasil, Termolite e Lubrizol aquelas que têm mais expressividade na geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 7.140,38. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Belford Roxo é de 469.332 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 6.031,30 hab/km². O total de habitantes do município representa 2,93% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 434.474 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 8%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,2 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Belford Roxo é 0,742, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 16,2 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 8,01% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 60,6% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é 1,2 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,7 salários mínimos. Em Belford Roxo, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 65,75%, percentual próximo da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Entretanto, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, é de 1,07% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 100% de cobertura, índice maior do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. DUQUE DE CAXIAS Duque de Caxias, fundado em 31 de dezembro de 1943, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 467,6 km² e o município dista até 15 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial e industrial, cuja abrangência engloba empresas dos ramos 72 vestuário, têxtil, químico, petroquímico mobiliário, entre outros, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 37.328,52. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Duque de Caxias é de 855.048 habitantes, sendo 2910 deles alocados em áreas rurais, apresentando densidade demográfica de 1.828,51 hab/km². O total de habitantes do município representa 5,34% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 775.456 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 10,2%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,2 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Duque de Caxias é 0,753, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 14 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 8,01% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 53,53% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,5 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Duque de Caxias, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 68,62%, percentual próximo da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Entretanto, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, é de 0,10% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 91,36% de cobertura, índice menor do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. JAPERI Japeri, fundado em 30 de julho de 1991, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 81,9 km² e o município dista até 70 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial, sendo as atividades industriais e de lazer fontes crescentes de geração de renda para a população local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 5.087,30. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Japeri é de 95.492 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade 73 demográfica de 1.166,37 hab/km². O total de habitantes do município representa 0,59% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 83.278 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 14,66%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,3 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Japeri é 0,724, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 16,4 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 12,4% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 76,37% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1 salário mínimo, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Japeri, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 19,30%, percentual muito abaixo da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Por sua vez, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, seguiu a mesma tendência, sendo de 0,10% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, não há dados disponibilizados pelo SNIS 2008 referentes a este município. MAGÉ Magé, fundado em 09 de junho de 1566, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 388,5km² e o município dista até 50 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade industrial têxtil e pelo comércio varejista, atividades, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 6.95,50. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Magé é de 227.322 habitantes, dos quais 12.086 estão alocados em áreas rurais, apresentando densidade demográfica de 585,13 hab/km². O total de habitantes do município representa 1,42% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 205.830 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 10,4%. Esse 74 mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,2 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Magé é 0,746, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 16,2 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 9,94% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 64,02% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,4 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Magé, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 22,16%, percentual muito abaixo da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Em relação ao atendimento de esgotamento sanitário e à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 não disponibiliza informações para este município. MESQUITA Mesquita, fundado em 25 de setembro de 1999, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 39,1 km² e o município dista até 24 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial e industrial, principais responsáveis pela geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 6.994,36. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Mesquita é de 168.376 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 4.310,48 hab/km². O total de habitantes do município representa 1,05% do total do estado. Em decorrência do fato de Mesquita ter sido elevado à condição de município muito recentemente, o mesmo não participou do Censo 2000 nessa condição, de maneira que não há informações de quantos habitantes havia em Mesquita no ano de 2000 e nem há dados suficientes para atestar o percentual de crescimento do mesmo nos últimos 10 anos. O Censo 2010 indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,2 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. 75 Também não há dados a respeito do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Mesquita, bem como sobre o índice de analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos. A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 12,7 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Não há dados relativos aos índices de pobreza nem a medição da renda per capita referentes ao município de Mesquita. Em Mesquita, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 30,30%, percentual bem abaixo da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 100% de cobertura, índice maior do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. Não há informações a respeito do índice de atendimento de esgotamento sanitário para o município. NILÓPOLIS Nilópolis, fundado em 21 de agosto de 1947, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 19,4 km² e o município dista até 27,5 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pelas atividades comercial e industrial, principais responsáveis pela geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 8.472,98. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Nilópolis é de 157.425 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 8.11762 hab/km². O total de habitantes do município representa 0,983% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 153.712 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 2,41%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,1 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Nilópolis é 0,788, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 16,7 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 3,76% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 32,48% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante semelhante à mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da 76 população é de 2 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Nilópolis, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 97,32%, percentual muito acima da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Não há informações a respeito do índice de atendimento de esgotamento sanitário para o município. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 80% de cobertura, índice menor do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. NOVA IGUAÇU Nova Iguaçu, fundado em 15 de janeiro de 1833, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 521,2 km² e o município dista até 28 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial e industrial, principais responsáveis pela geração de renda local, embora a agricultura esteja crescendo e se tornando importante no município. O PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 9.771,98. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Nova Iguaçu é de 796.257 habitantes, sendo 8.694 deles alocados em áreas rurais, apresentando densidade demográfica de 1.527,60 hab/km². O total de habitantes do município representa 4,97% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 920.599 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi negativo em aproximadamente 13,5%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,2 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Nova Iguaçu é 0,762, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 15,3 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 7,19% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 54,15% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,6 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Nova Iguaçu, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 76,74%, percentual acima da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. 77 Entretanto, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, é de 0,48% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Não há informações a respeito da taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos para o município de Nova Iguaçu. PARACAMBI Paracambi, fundado em 08 de agosto de 1960, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 179,7 km² e o município dista até 76 km da capital do estado fluminense. A economia do município se divide entre atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 7.729,45. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Paracambi é de 47.124 habitantes, dos quais 41722 estão alocados em áreas rurais, apresentando densidade demográfica de 262,27 hab/km². O total de habitantes do município representa 0,294% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 40.475 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 16,48%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3 habitantes, idêntica à média estadual de habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Paracambi é 0,771, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 13,8 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 10,59% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 49,08% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual mais alto que a mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,8 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Paracambi, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 48,19%, percentual inferior à média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Não há informações a respeito da taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, bem como sobre o índice de atendimento de esgotamento sanitário referentes a este município na base de dados do SNIS 2008. QUEIMADOS Queimados, fundado em 29 de março de 1858, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial 78 abrange área total de 75,7 km² e o município dista até 50 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pelas atividades industrial e comercial, principais responsáveis pela geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 7.378,54. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Queimados é de 137.962 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 1.822,60 hab/km². O total de habitantes do município representa 0,83% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 121.993 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 13,1%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,3 habitantes, similar à média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Queimados é 0,732, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 20,7 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, maior que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 9,28% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 67,52% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual bastante discrepante da mesma medição do estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,2 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em Queimados, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 81,91%, percentual acima da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Não há informações a respeito da taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, bem como sobre o índice de atendimento de esgotamento sanitário referentes a este município na base de dados do SNIS 2008. RIO DE JANEIRO Rio de Janeiro, fundado em 1º de março de 1565, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 1.200,3 km². A economia do município é diversificada, destacando-se o fato de ser sediada por duas das maiores empresas brasileiras, Petrobrás e Vale, além de grandes empresas de telecomunicações. O turismo, de reconhecimento internacional, também contribui de forma expressiva para a geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 25.121,92. 79 Segundo os dados do Censo 2010, a população total de Rio de Janeiro é de 6.320.446 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 5.265,81 hab/km². O total de habitantes do município representa 39,52% do total do estado. Em comparação com o número de habitantes declarados no Censo 2000, 5.857.904 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 7,89%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 2,9 habitantes, pouco abaixo da média estadual de 03 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Rio de Janeiro é 0,842, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH entre 0,8 e 1,0). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 13,6 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 4,41% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 23,85% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual inferior à mesma medição para o estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 4 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. No Rio de Janeiro, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 99,38%, percentual muito acima da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Seguindo a mesma tendência, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, é de 82,39% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 100% de cobertura, índice maior do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. SÃO JOÃO DE MERITI São João de Meriti, fundado em 21 de agosto de 1947, é um dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sua extensão territorial abrange área total de 35,2 km² e o município dista até 20 km da capital do estado fluminense. A economia do município se caracteriza pela atividade comercial varejista, sendo a principal responsável pela geração de renda local, e o PIB per capta, segundo dados de 2008, é de R$ 7.420,08. Segundo os dados do Censo 2010, a população total de São João de Meriti é de 458.673 habitantes, todos alocados em áreas urbanas, apresentando densidade demográfica de 13.024,56 hab/km². O total de habitantes do município representa 2,86% do total do estado. Em comparação com o número de 80 habitantes declarados no Censo 2000, 449.476 habitantes, o crescimento do município registrado nos últimos 10 anos foi de aproximadamente 10,3%. Esse mesmo Censo indica que a média de moradores em domicílios particulares ocupados é 3,1 habitantes, similar à média estadual de 3 habitantes por domicílio. Medido em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de São João de Meriti é 0,774, enquanto este mesmo índice para o estado do Rio de Janeiro é de 0,807. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). A mortalidade infantil, aferida em 2008 pelo DATASUS, indicou 16,1 mortes para cada mil nascidos vivos na cidade, menor que o índice estadual de 18,9 mortes para cada mil nascidos vivos. Os analfabetos com idade igual ou superior a 15 anos, segundo dados colhidos em 2000, são 5,72% da população, enquanto a média para o estado é de 4,57%. A incidência de pobreza, segundo dados do IBGE 2003, indica que 47% da população local recebem até ½ salário mínimo por mês, percentual maior que a mesma medição para o estado, 32,44%. A renda per capita da população é de 1,5 salários mínimos, enquanto a renda da população fluminense ficou em 2,74 salários mínimos. Em São João de Meriti, o índice de atendimento de água, segundo o SNIS 2008, é de 90,86%, percentual muito acima da média do estado do Rio de Janeiro, 66,20%. Entretanto, o índice de atendimento de esgotamento sanitário, segundo a mesma fonte, é de 3,34% para o município, enquanto a média do estado ficou em 46,7%. Em relação à taxa de cobertura de coleta de resíduos sólidos, o SNIS 2008 atesta 100% de cobertura, índice maior do que a cobertura média do estado fluminense, 98,89%. 4.2.3 – A Qualidade do Ar na Região Metropolitana do Rio de janeiro A degradação da qualidade do ar tornou-se um problema ambiental dos mais significativos tanto nos países industrializados como naqueles em desenvolvimento. A qualidade do ar urbano, em algumas regiões, tem-se tornado uma ameaça para a saúde e bem estar das pessoas e do meio ambiente em geral. O aumento da taxa de crescimento urbano e industrial tem como conseqüência o aumento da demanda de energia, sendo a utilização de suas diversas formas uma das principais causas de danos ao meio ambiente, com especial destaque à utilização de combustíveis fósseis para a geração de energia. A queima de combustíveis fósseis para geração de energia elétrica, transporte e indústria, está diretamente relacionada com o aumento da poluição atmosférica. 81 Não fugindo à regra geral, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) apresenta uma grande concentração de fontes de emissão que geram sérios problemas de poluição atmosférica. Das regiões metropolitanas do país, a do Rio de Janeiro é a mais densamente 2 povoada, com aproximadamente 1.900 hab/km , congrega 19 municípios, ocupa 14,9% da área total do Estado e concentra, numa superfície de pouco 2 menos de 6.500 km , uma população de onze milhões de pessoas, cerca de 80% de todo o Estado, das quais 60% vivem no município do Rio de Janeiro. Na Região Metropolitana encontra-se a segunda maior concentração de veículos, de indústrias e de fontes de poluentes atmosféricos do país. Além disso, apresenta características físicas que potencializam os problemas relacionados à qualidade do ar: a acidentada topografia da região; a presença do mar e da Baía de Guanabara, que produzem um fluxo de ar complexo e heterogêneo quanto à distribuição e dispersão dos poluentes; e seu clima tropical, que favorece os processos fotoquímicos e outras reações na atmosfera, gerando poluentes secundários. A estes fatores físicos soma-se sua heterogênea e intensa ocupação do solo. A FEEMA, em 2004, promoveu a elaboração do “Inventário de Emissões Atmosféricas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”. O levantamento qualitativo e quantitativo das fontes de poluentes atmosféricos, realizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, abordou as emissões dos poluentes regulamentados, material particulado, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e, ainda, hidrocarbonetos provenientes não só de atividades industriais, como também de veículos automotores nas principais vias de tráfego. O relevo, a cobertura do solo e as características climatológicas de uma região definem áreas homogêneas em termos de mecanismos responsáveis pela dispersão de poluentes no ar. Essas áreas, delimitadas pela topografia e os espaços aéreos vertical e horizontal, constituem uma bacia aérea. O conceito de bacia aérea vem sendo utilizado pela Feema na gestão da qualidade do ar da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). Dessa forma, levando-se em consideração as influências da topografia e da meteorologia na capacidade dispersiva dos poluentes atmosféricos da RMRJ, foram delineadas 4 bacias aéreas como apresentado na Figura 4. Bacia Aérea I - inserida na Bacia Hidrográfica da Baía de Sepetiba, localizada na Zona Oeste da Região Metropolitana, com cerca de 730 km² de área. Bacia Aérea II - localizada no município do Rio de Janeiro, envolve as regiões administrativas de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, possuindo cerca de 140 km² de área. 82 Bacia Aérea III – compreende a Zona Norte do Município do Rio de Janeiro e os municípios da Baixada Fluminense, ocupando uma área de cerca de 700 km². Bacia Aérea IV – localizada a leste da Baía de Guanabara, possui uma área de cerca de 830 km². Figura 4 - Bacias Aéreas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As informações obtidas por meio do inventário apontam que no universo de fontes consideradas, as fontes móveis são responsáveis por 77% do total de poluentes emitidos para a atmosfera e as fontes fixas, 33%, conforme a Figura 5. 83 Figura 5: Contribuição das na Carga Poluidora da RMRJ (Fonte FEEMA) 84 Ao comparar-se o total de emissões, por tipo de poluente, para as duas categorias de fonte, verifica-se que cerca de 98% do monóxido de carbono é proveniente das vias de tráfego, enquanto que o dióxido de enxofre, em sua maioria, 88%, é emitido, basicamente, por atividades industriais. Quanto ao material particulado inalável, observa-se que há uma distribuição equilibrada nas emissões. Há que se mencionar que esse poluente é característico da queima de combustíveis fósseis mais pesados, utilizados tanto nos processos industriais (óleo combustível), como nos veículos automotores (diesel). Os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos também são provenientes da queima de combustíveis fósseis, evidenciando a maior parcela de contribuição das fontes móveis. Quando se contabiliza as emissões de hidrocarbonetos provenientes de veículos automotores, observa-se que a maior parcela de contribuição é atribuída a veículos leves, pelo seu maior número em circulação. Entretanto, embora a contribuição dos veículos a diesel seja bem menor, qualitativamente esses hidrocarbonetos são mais danosos à saúde. A Figura 6 ilustra esse comportamento. Figura 6 – Comparação entre as emissões de fontes fixas e móveis na RMRJ (Fonte: FEEMA) As figuras a seguir apresentam a situação de emissão dos poluentes em pelas vias de tráfego da RMRJ. 85 Contribuição % de NOx por via Contribuição % de SO2 por via Contribuição % de HC por via 86 Contribuição % de CO por via Ao analisar a quantidade do material particulado inalável proveniente das emissões de fontes móveis, observa-se que as vias com maior fluxo de veículos a diesel se destacam das demais: Av. Brasil, Rodovias, etc. Cabe esclarecer que o material particulado inalável proveniente de fontes móveis constitui-se, quase que na sua totalidade, na fuligem da queima incompleta do diesel, de acordo dom a Figura xx Observa-se que cada tipo de via, em função de suas características de tráfego, possui um perfil próprio quanto às emissões de poluentes. A Avenida Brasil, que detém o maior volume de tráfego da Região Metropolitana, com cerca de 250.000 veículos/dia, é responsável por mais de 25% das emissões de todos os poluentes avaliados. As avenidas que concorrem com o sistema ferroviário de passageiros são a Avenida Brasil, Washington Luis e Presidente Dutra, bastante comprometidas em termos de qualidade do ar. 87 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL DO SISTEMA (SUPERVIA) A Política Ambiental da SuperVia e a Estrutura Gerencial A SuperVia possui políticas estabelecidas envolvendo os temas de Gestão, Custos e Investimentos, Pessoal, Marketing e Comercial, Relações Institucionais e Segurança e Meio Ambiente. Estas políticas estão dispostas em Manual do Sistema Integrado de Gestão – SIG acessíveis a todos os funcionários da empresa. A Política de Segurança e Meio Ambiente consiste nos seguintes compromissos: Cumprir a legislação vigente de Segurança e Meio Ambiente; Cumprir o Regulamento Operacional da SuperVia (ROS) e todos os demais procedimentos e normas complementares; Agir de acordo com o Regulamento do Transporte Ferroviário (RTF); Garantir que as tomadas de decisão assegurem de forma inegociável a integridade física dos profissionais, clientes e comunidades onde estamos inseridos; Proporcionar a todos os profissionais as condições necessárias para execução de suas atividades a fim de preservar a Segurança e o Meio Ambiente, de forma que entendam o seu papel e a importância de suas atitudes; Buscar a otimização dos sistemas de energia, através da melhoria contínua dos procedimentos, promovendo a Segurança e preservando o Meio Ambiente; Manter uma aproximação constante com os Órgãos responsáveis pela Segurança Pública, com o Corpo de Bombeiros e Delegacias, com o intuito de implementar medidas preventivas e corretivas, que permitam o aumento da segurança de nossos clientes e a preservação patrimonial. Salvaguardar adequadamente os ativos, objeto da concessão, de forma a assegurar sua reversibilidade ao final do contrato. Integrar a Política de Segurança e Meio Ambiente aos planos e procedimentos de todas as áreas da empresa. A SuperVia encontra-se estruturada com uma Presidência e cinco Diretorias. A área de Meio Ambiente está funcionalmente ligada à Diretoria Adjunta Administrativa e à Gerência de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde – QSMS. A seguir apresenta-se a estrutura organizacional da SuperVia com foco na relação com o Meio Ambiente e as funções da Coordenadoria de Meio Ambiente. 88 SUPERVIA Organograma Presidência Gerência Investimentos Diretoria de Operações Recursos H umanos Gerência M arketing Diretoria Financeira Diretoria Adjunta Administrativa Diretoria Adjunta Comercial Diretoria Adjunta Jurídica Serviços Gerais Q ualidade, Segurança, M eio Ambiente e Saúde Q SM S Contratos Engenharia Gerência de M eio Ambiente Funções da Coordenadoria de Meio Ambiente A Coordenadoria de Meio Ambiente é responsável pelos programas abaixo: Gestão de resíduos, Tratamento de efluentes, Conscientização ambiental, Adequação das instalações que não atendem a legislação ambiental, Monitoramento das atividades poluidoras, Execução das políticas públicas ambientais, em conjunto com órgãos estaduais, federais e com a sociedade civil; Promoção, através de diferentes processos de integração, da internalização da temática ambiental, no entorno da malha férrea; Estímulo à sociedade civil organizada, empresas e população em geral a defesa do ambiente local e regional; Proposição de normas, critérios e procedimentos necessários para o adequado cumprimento da legislação ambiental; 89 Fiscalização do cumprimento da legislação ambiental nas áreas potencialmente poluidoras Elaboração de estudos e projetos para proteção, recuperação e melhoria da qualidade ambiental local e regional; participar de órgãos colegiados, comitês, associações, em todos os âmbitos, que visem a proteção ambiental; Licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental; Coordenar o sistema de administração de qualidade ambiental. Para tanto, a área de Meio Ambiente é uma Coordenadoria dentro da Gerência de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde – QSMS, onde a Coordenadora é especialista em engenharia sanitária e ambiental e formada em gestão ambiental e conta com mais uma profissional formada em gestão ambiental. A Gerente de QSMS, formada em engenharia elétrica, conta, também, com especialização em Gestão Ambiental. O Processo de Gestão Ambiental na Empresa Por ocasião do processo de preparação do regime de concessão à iniciativa privada da operação do Sistema de Transporte Ferroviário de Passageiros da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, operada pela Flumitrens, foi realizado, em 1997, um estudo denominado “Diagnóstico e Avaliação Ambiental e de Segurança do Transporte da Flumitrens”. O Estudo demonstrou o estado crítico de atendimento aos requisitos legais ambientais em que se encontravam as diversas unidades do sistema ferroviário e concluiu pela necessidade de adoção, pelo futuro concessionário, de uma série de ações corretivas para adequação do sistema, principalmente relacionadas às oficinas e subestações elétricas. Entre as principais ações recomendadas, citam-se: (i) a substituição e destino final adequado de PCB’s; (ii) a gestão de efluentes líquidos e resíduos sólidos das diversas unidades do sistema, em estado precário à época, principalmente das oficinas; (iii) a implantação de estações de tratamento de efluentes líquidos derivados das oficinas e das estações, etc. Este estudo, considerado como uma pré-auditoria ambiental, classificou as diversas ações corretivas identificadas como passivos ambientais estimando os custos para a sua correção e regularização. Auditorias Ambientais A SuperVia, desde o início da concessão, promoveu a contratação e realização de três auditorias ambientais – 1999, 2006 e 2010. Estas auditorias auxiliaram na identificação e qualificação dos principais problemas ambientais nas unidades operativas, verificando suas causas e 90 conseqüências, e planejando as ações de correção necessárias por meio de planos de ações ambientais. As auditorias de 2006 e 2010 permitiram, também, avaliar a evolução das ações adotadas pela empresa e o cumprimento das exigências do órgão licenciador – a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA (até 2009) e posteriormente o Instituto Estadual do Ambiente – INEA. O processo de Auditoria Ambiental objetivou não só verificar se a SuperVia atuava em conformidade com a lei ambiental — enquadrando-a no Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP) — como também favorecer um melhor gerenciamento dos fatores que afetam o meio ambiente, identificando as oportunidades de melhoria, gerando economia de recursos naturais e de capital, evitando-se desperdícios e perdas nas atividades desenvolvidas pela empresa. As auditorias de 1999 e 2006 foram realizadas com base na Diretriz 056 – R2 (Diretriz para a Realização de Auditorias Ambientais), aprovada pela Deliberação CECA/CN 3.427, de 14/09/95 e a auditoria de 2010 com base na Diretriz 056 – R3 aprovada pela Resolução Conema nº 21, de 07/05/2010. Termos de Ajustamento de Conduta Em 2001, no âmbito de processo de regularização do licenciamento ambiental das unidades do Sistema Ferroviário Metropolitano de Passageiros, junto à FEEMA, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC entre a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMADS, a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA e a SuperVia. Este TAC, denominado TAC – FEEMA, foi assinado em janeiro de 2002, e contemplava o compromisso de implementação de uma série de ações ambientais, por meio de programas específicos, envolvendo os seguintes itens: Educação ambiental e comunicação social; Gerenciamento de resíduos nas oficinas, estações, trens, linhas férreas e subestações elétricas; Gerenciamento de óleos e graxas nas oficinas e subestações; Gerenciamento de esgotos e efluentes líquidos nas oficinas e estações; Gerenciamento de PCB’s Recuperação de áreas contaminadas; Posteriormente, em 2008, ao tempo em que a SuperVia adotava procedimentos para implementação das ações corretivas acordadas com a FEEMA, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que não participou do TAC–FEEMA, convocou a SuperVia para ajustar os procedimentos operacionais adotados até então. Firmou-se, então, um novo Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, agora com o MPRJ. Este TAC, denominado TAC - MP e assinado em janeiro de 2008, compreendeu a adoção dos seguintes programas: 91 Educação ambiental e comunicação social; Gerenciamento de óleos e graxas nas oficinas e subestações; Gerenciamento de esgotos e efluentes líquidos nas oficinas e estações; Gerenciamento de PCB’s; Arborização e Reflorestamento. Tanto nos programas como nos itens específicos integrantes de cada programa, verifica-se uma superposição de ações entre os dois TACs. Alguns itens, no entanto, apresentam-se de forma diferenciada em cada Termo. Por exemplo: o TAC-FEEMA exigiu um programa de gerenciamento de resíduos enquanto no TAC-MP não há referência a este tema. O mesmo ocorre com o Programa de arborização e reflorestamento constante do TAC-MP mas não do TAC-FEEMA. Ações adotadas Desde o início da operação do sistema, e especialmente após a assinatura do TAC – FEEMA em 2002, a SuperVia vinha aperfeiçoando seu desempenho ambiental, buscando implementar ações com vistas à recuperação dos passivos ambientais identificados à época da concessão e ao atendimento dos compromissos assumidos no referido TAC. Com o TAC-MP em 2008, a SuperVia defrontou-se com a necessidade de avançar na implementação de uma gestão ambiental mais adequada às peculiaridades da empresa. Esta implementação passou a ser priorizada internamente tanto na adoção das ações compromissadas no TAC como na estruturação de uma gerência específica de meio ambiente junto à Coordenadoria de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde - QSMS. Com esta priorização, as ações implementadas desde 2008 vêm atendendo, de forma geral, a maioria dos compromissos assumidos nos dois TACs. A seguir, apresenta-se uma tabela síntese da situação atual de atendimento aos programas e ações dos TACs e em seguida, uma breve descrição da situação atual de cada uma. 92 93 PLANILHA TAC FEEMA E MP 94 4.3.1 PROGRAMAS EM IMPLEMENTAÇÃO COMPROMISSOS DOS TACS FEEMA E MP. EM ATENDIMENTO AOS 4.3.1.1 – Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social No âmbito deste programa a SuperVia vem implementando uma série de ações envolvendo tanto a comunidade interna (Funcionários) quanto a externa representada pelas comunidades lindeiras à malha ferroviária. As principais ações estão reunidas em sub-programas a seguir comentados: A) Conscientização dos Funcionários A parte do programa relacionada à Conscientização dos Funcionários é desenvolvida por meio da implementação de diversas ações, entre as quais: A introdução do tema no informativo mensal corporativo, com tiragem de 3.000 exemplares, denominado Entrelinhas, e distribuído a todos os funcionários, estagiários e demais colaboradores da empresa. Em anexo, apresenta-se página exclusiva sobre as ações da área de Meio Ambiente e do Programa Vida, divulgando a importância dos trabalhos de educação ambiental com as comunidades lindeiras à via férrea, com as escolas, as Organizações Não Governamentais, as atividades Culturais e comunidades em geral. sistematização do treinamento em Educação Ambiental, que passou a fazer parte da Integração de Novos Profissionais da SuperVia, através da área de Recursos Humanos. Adicionalmente, os profissionais de empresas especializadas que trabalham na SuperVia também recebem este treinamento. B) Treinamento em Gerenciamento de Resíduos Sólidos O treinamento em Gerenciamento de Resíduos é realizado semestralmente nas oficinas da empresa e são direcionados para orientar a equipe técnica quanto aos tipos de materiais manipulados na unidade. Os funcionários recebem treinamento para identificar e armazenar de forma seletiva os resíduos sólidos gerados, a fim de serem posteriormente descartados. C) Formação de Multiplicadores Esse sub-programa tem o objetivo de treinar os voluntários das comunidades lindeiras a fim de capacitá-los a contribuir para o processo de conscientização ambiental da população local, visando a melhoria da preservação do meio ambiente e da qualidade de vida. Este trabalho é realizado por meio de palestras educativas com foco na mudança do comportamento, ensinando boas práticas, envolvendo as famílias e as associações de moradores. Conta também com passeios a locais de referência e com trabalhos de reciclagem, procurando alertar para a possibilidade de novas fontes de renda. 95 Os treinamentos são realizados por especialistas contratados pela SuperVia ou por profissionais da área de meio ambiente da empresa. D) Treinamento em Operação de Sistema de Tratamento, Limpeza das Estruturas de Separação e Monitoramento das Estações Estes itens constam no TAC – FEEMA mas a SuperVia optou por contratar empresas especializadas para a operação das estações de tratamento de efluentes, limpeza das estruturas de separação e realização do monitoramento das estações de tratamento de efluentes e das estruturas de separação. E) Comunicação e Programas Educacionais com a Comunidade A SuperVia, através das Associações de Moradores, Centros Sociais e postos de saúde, realiza campanhas educativas com foco no descarte do lixo, saúde pública e boas práticas. A empresa realiza também mutirões de limpeza e ações sociais com o objetivo de conscientizar a população sobre os danos à saúde proveniente da proliferação de vetores. F) Programa Vida Vida é o programa da SuperVia que engloba as ações de Comunicação Social e Responsabilidade Social promovidas pela empresa com o objetivo de contribuir para a integração, desenvolvimento e bem estar social dos moradores das comunidades vizinhas, estudantes da rede pública e privada, funcionários e clientes, além de despertar atitudes em prol da boa convivência. Esse trabalho promove ações de educação ambiental e mutirões de limpeza entre as estações da malha ferroviária com o objetivo de conscientizar a população a preservar o meio ambiente, descartar de forma correta o lixo e orientar quanto a não obstrução da rede de drenagem da SuperVia. Nas campanhas de conscientização são distribuídos folhetos e cartilhas educativas com informações não só para a melhoria da qualidade de vida, como também para prevenir contra os vetores transmissores de doenças. Esse trabalho conta com a participação de cooperativas residentes em comunidades, organizações governamentais e não governamentais. Abaixo, os principais programas educacionais que fazem parte do Programa Vida, incluindo as ações de responsabilidade social e campanhas de saúde: Por dentro da SuperVia – Palestras para estudantes com foco sócioeducativo apresentando noções de cidadania, educação e meio ambiente; Oficinas de Capacitação – Reciclagem, Teatro e Cursos profissionalizantes; Eventos Culturais – ações culturais promovidas nas estações, comunidades e espaços próximos à ferrovia; Oficinas de Reciclagem – Capacitação de Professores, alunos, pais de alunos e moradores locais com o objetivo de despertar a criação e 96 ensinar o ofício de reciclagem de produtos considerados sem utilização para a obtenção de uma fonte de renda; Educação ambiental nas plataformas – trabalho educativo com abordagem individualizada aos usuários indicando os riscos provenientes do lixo lançado na via férrea; G) H) Ações de Responsabilidade Social, envolvendo: Distribuição de cestas básicas em 23 comunidades Contratação de profissionais das comunidades lindeiras; Mutirões de limpeza nas Comunidades com apoio e mão de obra local incentivando o descarte correto do lixo e a reciclagem como fonte de renda; Campanhas de Saúde – Conscientização da população sobre os cuidados com a saúde e a prevenção de doenças; Eventos de Natal – distribuição de brinquedos nas diversas comunidades carentes ao longo da via férrea. Educação Ambiental dos Usuários A SuperVia, através da Rádio SuperVia, procura sensibilizar seus clientes por meio de um trabalho de conscientização. Para tanto, dentre outras ações diversas, irradia os “gingles” sobre o descarte correto do lixo, saúde pública e boas práticas. I) Blitz Ambiental Blitz Ambiental é um programa criado pela SuperVia durante o qual funcionários da empresa, multiplicadores ambientais, empresas parceiras e ONG’s vão para as ruas informar a população, os comerciantes e os moradores das comunidades lindeiras as diversas formas pelas quais a população pode contribuir para preservar o meio ambiente. Discorre também sobre os riscos associados ao descarte incorreto do lixo nas ruas, na linha férrea, em terrenos baldios e rios. J) Educação Ambiental por meio do Plantio de Árvores Após os mutirões de limpeza realizados nas margens da ferrovia, quando outras premissas são atendidas, a área de Meio Ambiente realiza plantio de árvores procurando agregar emocionalmente pessoas da comunidade, principalmente crianças, à ferrovia. As crianças recebem aulas de preservação ambiental e de segurança na via permanente, um par de tênis para ingressarem na via e para ser utilizado no decorrer do ano letivo, e auxiliam na plantação de árvores na via próxima à sua comunidade.. 97 O Mapa a seguir mostra as principais comunidades atendidas pelos programas de educação ambiental e comunicação social empreendidos pela SuperVia nos últimos anos. Em anexo, constam folhetos e fotos das atividades acima descritas. 4.3.1.2 Programa de Gerenciamento de Resíduos Identificação e Caracterização dos Resíduos A identificação dos resíduos é realizada com base nas matérias-primas, nos insumos e no processo que lhe deu origem. É realizada de acordo com a Norma NBR 10004:2004 da ABNT que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. A SuperVia possui Instrução de Serviço IS-MAB003, específica para os procedimentos quanto ao gerenciamento dos resíduos, incluindo a sua identificação e caracterização. Os Resíduos Perigosos Identificados no Processo Os resíduos perigosos que podem ser encontrados na operação do sistema ferroviário compreendem: borra óleos, trapos contaminados com óleos e graxas, tintas, solventes, vernizes, óleo, lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, 98 solução ácida de baterias, pilhas e baterias, lodos provenientes das estações de tratamento e demais resíduos eventualmente contaminados pelos resíduos discriminados acima. Os Resíduos Não Perigosos Identificados no Processo Os resíduos não perigosos que podem ser encontrados no sistema ferroviário são: papel, papelão, plástico, vidro laminado, bombonas de detergentes biodegradáveis, embalagens plásticas, vidro comum, borracha, lâmpadas incandescentes, sucata metálica e madeira. Reciclagem e/ou Descarte de Resíduos Perigosos e não Perigosos O resíduo não perigoso e passível de reciclagem é reaproveitado (sempre que possível) ou doado para empresas, cooperativas ou órgãos públicos que necessitem do material como matéria-prima. O resíduo perigoso é descartado através de empresas licenciadas e autorizadas para o descarte final de acordo com cada tipo de resíduo e a legislação vigente. Certificado de Descarte A área de Meio Ambiente preserva o certificado de descarte conforme as normas vigentes. A) Projeto de Gerenciamento de Resíduos O gerenciamento de resíduos da SuperVia contempla os aspectos referentes à segregação, acondicionamento, identificação, transporte externo e disposição final. O descarte é feito trimestralmente ou de acordo com a capacidade dos galpões. É realizado através de empresas credenciadas e certificadas junto aos órgãos públicos ambientais. A.1 - Implementação de Ações Corretivas nas Oficinas Limpeza de entulho, sucata, borrracha, etc A SuperVia passou a realizar o descarte de entulho através da empresa Rio Limpo, que disponibiliza caçambas nas áreas solicitadas pela empresa. O descarte de borracha é feito no galpão da COMLURB, localizado em Bangu, que recicla este tipo de material. As fotos a seguir apresentam a situação dos depósitos de entulhos, sucatas, etc antes da concessão e após as ações da SuperVia. 99 Antes Depois Descarte de resíduos perigosos A SuperVia descarta seus resíduos perigosos somente com empresas especializadas e licenciadas pelos órgãos ambientais. A seguir são mostradas algumas imagens do descarte de resíduos perigosos. As fotos a seguir foram tiradas na Oficina de São Diogo e na Oficina do CMD de Deodoro. Oficina São Diogo CMD Deodoro 100 Instalação de recipientes A SuperVia promoveu a instalação de recipientes nas oficinas nas seções identificadas como geradoras de resíduos. Os resíduos são acondicionados em tambores de 200 litros, tampa lacre, pintados na cor conforme a resolução CONAMA 275/2001. Adequação de Áreas para Armazenamento de Resíduos A SuperVia realizou a adequação de duas áreas para armazenamento dos resíduos provenientes do processo produtivo da empresa. Um galpão está localizado na oficina São Diogo e o outro em Deodoro. Os dois galpões possuem áreas para armazenamento de resíduos perigosos e não perigosos. Deodoro São Diogo 101 Adequação de Áreas para Armazenamento de Resíduos Especiais A SuperVia identifica os resíduos especiais e o seu armazenamento temporário se dá em áreas adequadas que atendem as normas de armazenamento. Neste relatório estão identificados nas fotos 16 e 17 os galpões de resíduos nos quais este tipo de resíduo é armazenado de forma separada dos demais resíduos. O material proveniente dos serviços de saúde, composto de dois postos de atendimento médico, é descartado por empresa especializada. O processo de manutenção de trens e demais sistemas da SuperVia não gera material radioativo. Resíduos Perigosos Resíduos Perigosos Não Transporte Interno do Resíduo Perigoso para o Galpão O transporte interno do resíduo perigoso é realizado após o tratamento adequado do recipiente que comporta o resíduo. Os funcionários utilizam os EPIs necessários para cada tipo de material, de acordo com os procedimentos referentes ao uso obrigatório de EPIs elaborados pela área de Segurança do Trabalho da SuperVia. 102 A.2 Implementação das Ações Corretivas nas Estações Limpeza de entulho, sucata, borracha e etc. As estações somente geram entulhos de forma esporádica, quando é realizada alguma obra de recuperação ou modernização. As obras da SuperVia são contratadas e a empresa especializada executora providencia o descarte e dos resíduos provenientes destas obras. Essa solicitação vem especificada no contrato. As estações não geram resíduos de borracha e os demais resíduos provenientes dos clientes e funcionários são recolhidos e destinados através da empresa Coletrans, conforme contrato coma Spervia. A sucata, esporadicamente gerada nas estações, é direcionada para armazenamento temporário na oficina de Deodoro. Instalação de recipientes A SuperVia executou a instalação de recipientes nas plataformas e nos trens. Nas imagens abaixo são mostradas algumas estações evidenciando a conclusão da instalação. Plataforma da Estação Belford Roxo. Plataforma da Estação Coelho da Rocha. Auditoria 2010 – Apesar do bom estado de conservação dos recipientes para descarte de lixo nas estações, a quantidade de recipientes é insuficiente para as demandas do dia a dia nos ramais ferroviários. O lixo é recolhido e acondicionado em sacos plásticos e depositado temporariamente em local não apropriado. Adequação de Áreas para Armazenamento de Resíduos Atendendo as recomendações da Auditoria, a SuperVia deverá adequar as áreas para armazenamento temporário de resíduos não perigosos nas estações. 103 Implementação das Ações Corretivas nos Trens Instalação de recipientes A SuperVia instalou recipientes nos trens, conforme mostrado na foto a seguir: Instalação de lixeiras no interior dos trens. A.3 Implementação das Ações Corretivas nas Linhas Limpeza das linhas A SuperVia realiza a limpeza da faixa de domínio, dos dispositivos de drenagem e também realiza o controle da vegetação rasteira. O lixo doméstico retirado da linha do trem, nela inserido de forma irregular, é recolhido pela SuperVia e destinado para descarte através das empresas Coletrans e COMLURB. O material de desguarnecimento da via permanente (brita misturada com solo), normalmente é reutilizado em pavimentação e obra civil. Imagens da limpeza manual nas linhas férreas 104 Auditoria 2010 – A Equipe da Auditoria verificou, durante as vistorias realizadas ao longo da via férrea, a existência de inúmeras áreas com acúmulo de resíduos sólidos. Notadamente junto a viadutos e passarelas que cruzam a linha férrea. A.4 Implementação das Ações Corretivas nas Subestações Elétricas Limpeza entulho, sucata, borracha e etc. As subestações somente geram resíduos quando é realizada alguma obra de recuperação ou modernização. As obras da SuperVia são contratadas e a empresa executora realiza o destino final aos resíduos gerados. As subestações da SuperVia não geram resíduos de borracha. Seguimento, projeto e medidas implementadas O monitoramento realizado nas subestações inclui a inspeção visual periódica, realizada pelas equipes de manutenção e por seus operadores. O programa de monitoramento incluiu o descarte de componentes com PCBs, especificado no item 4.3.1.5 deste relatório. 4.3.1.3 Programa de Gerenciamento de Óleos e Graxas A identificação dos resíduos é realizada com base nas matérias-primas, nos insumos e no processo que lhe deu origem. É realizada de acordo com a Norma NBR 10004:2004 da ABNT que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. A SuperVia possui a Instrução de Serviço IS-MAB003 sobre procedimentos quanto ao gerenciamento dos resíduos, incluindo a sua identificação e caracterização. O gerenciamento de óleos e graxas tem por objetivo identificar e adequar as áreas que manuseiam óleos e graxas provenientes ao processo de manutenção dos trens. Após a identificação foram realizadas as adequações em cada seção, de forma a prevenir possíveis contaminações. As áreas que geram resíduos cumprem os procedimentos quanto ao seu acondicionamento por curto espaço de tempo na seção e posterior transferência para o galpão de resíduos, onde são armazenados de forma temporária para posterior descarte. Foram realizadas melhorias em 7.000 m2 de piso na oficina do CMD, 5.000 m2 em São Diogo e 1.000 m2 na oficina Mecanizada, com o objetivo de conter qualquer vazamento e viabilizar a higienização. 105 Antes Depois Os profissionais das oficinas foram e continuam sendo treinados na instrução de serviço (IS-MAB-003) para que possam cumprir os procedimentos de gerenciamento de seus processos e boas práticas. A SuperVia adotou sistemas de caixa separadora de água e óleo como medida preventiva caso ocorra algum acidente e bacias de contenção em áreas que precisam armazenar pequenas quantidades de óleo e graxa. As caixas separadoras de água e óleo (CSAO) são higienizadas de acordo com as inspeções realizadas. A higienização e coleta dos resíduos são realizadas por empresa contratada. A SuperVia construiu também áreas de armazenamento de óleos, graxas e outros produtos inflamáveis fora da área de trabalho e de acordo com a NBR 7500, referente ao armazenamento e estocagem de produtos inflamáveis. As áreas construídas possuem dispositivos de contenção de vazamento, para o caso de acidente, através de canaletas que direcionam o produto para uma caixa seca, sem permitir o contato com a área externa. A área é bem sinalizada e no quadro de informações ficam disponíveis as FISPQs dos produtos ali armazenados. A área possui ainda extintores de pó químico para conter um princípio de incêndio na área. Imagens da área de armazenamento de óleos e graxas da oficina São Diogo após as obras de adequação. 106 Subestações Elétricas: Instalação de recipientes, estruturas de proteção de vazamentos, estruturas de separação, impermeabilização de bacias de contenção. A SuperVia possui 15 subestações (primárias e secundárias) e 6 seccionadoras distribuídas nos cinco ramais da ferrovia. As seccionadoras não possuem transformadores e, desta forma, não necessitam de bacias de contenção. Está previsto para os anos de 2011 e 2012 a adequação das 15 subestações primárias e secundárias, através da instalação de bacias de contenção impermeabilizadas com estruturas de separação. Auditoria 2010 - Durante a auditoria foi evidenciada a conclusão das obras na Subestação Nilópolis. As demais subestações serão adequadas no ano de 2011, sendo que o descarte de capacitores contendo PCBs cumpre o cronograma. Todavia, o armazenamento dos equipamentos foi considerado não conforme pela equipe auditora. 4.3.1.4 Programa de Gerenciamento de Esgotos e Efluentes A SuperVia realizou o levantamento das áreas que geram efluentes industriais para adequá-las de forma a atender as normas vigentes. A) Oficinas Projetos de adequação e drenagem e esgotos É realizada a manutenção periódica das galerias de drenagem das oficinas do CMD e São Diogo, mantendo-as desobstruídas. Foram desativadas instalações sanitárias que não atendiam as normas. As novas instalações construídas obedecem normas correspondentes, assim como foram modernizadas as construções, permitindo uma melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho dos profissionais. Imagens das instalações sanitárias dos funcionários da oficina do CMD. Projetos de tratamento de efluentes e construção das redes e sistemas a) Foi construída uma área de lavagem de peças e motores na oficina do CMD Deodoro, com o objetivo de centralizar em um único ponto a geração do 107 efluente industrial. O efluente é direcionado para uma estação de tratamento que é operada e monitorada pela empresa AUTON Projetos Ambientais. Na oficina São Diogo, o efluente industrial gerado, proveniente da lavagem dos trens, também é direcionado para uma estação de tratamento operada pela mesma empresa, ou seja, a AUTON. Esta ETE também contempla o reuso da água tratada. As limpezas das caixas separadoras de água e óleo das estações de tratamento citadas acima são realizadas periodicamente pela empresa HM Saneamento, através da sucção dos resíduos nelas contidos. A SuperVia contratou a empresa CAF-Química, que realizará trimestralmente, a partir de 2011, a coleta do efluente das estações de tratamento, análise e emissão de relatório. Segue no anexo 9 a cópia do contrato com esta empresa. No anexo 9 encontra-se também a cópia das análises referente ao mês de fevereiro de 2011. ETE São Diogo ETE Deodoro b) Foram construídas duas caixas separadoras de água e óleo na Oficina de São Diogo que recebem os efluentes das valas de manutenção e da lavagem dos trens. Essas CSAO são monitoradas periodicamente e a limpeza das mesmas é feita de acordo com a solicitação da área de meio ambiente. A empresa que realiza a limpeza das caixas separadoras de água e óleo é a HM Saneamento. O efluente gerado na seção de lavagem de peças também é direcionado para a ETE das oficinas. O lodo gerado é descartado através do bombeamento para um caminhão tanque, que o transporta para a unidade de tratamento da empresa HM Saneamento. c) A obra de adequação do piso das seções que manuseiam óleos e graxas contemplou a colocação de uma camada de 10 cm de piso em concreto e a posterior impermeabilização com epóxi. No dia a dia são utilizadas mantas absorvedoras para conter pequenos derramamentos provenientes da manipulação destes materiais dentro do processo de utilização que, quando 108 impregnadas são descartadas de forma adequada, através de empresa especializada. As bacias de contenção são impermeabilizadas com pintura em epóxi e cobertas por mantas absorvedoras. d) O efluente gerado na seção de baterias é proveniente da higienização das mesmas e da descarga da solução ácida. Esse efluente é direcionado para bombonas de 50 litros para posterior descarte ou para reaproveitamento no processo de manutenção das baterias. e) A drenagem do telhado das oficinas é direcionada para as galerias de águas pluviais através de tubulações com descida nas laterais das colunas da estrutura do telhado. Auditoria 2010 - Não foi evidenciada a realização de análises de efluentes das instalações sanitárias das oficinas. B) Estações Projetos de adequação da drenagem e esgotos, tratamento de efluentes e construção das redes e sistemas. Seguimento, projeto e medidas implementadas. Em 2010 foram adequadas as instalações sanitárias das estações Edson Passos, Deodoro, Bento Ribeiro, Pavuna, Agostinho Porto, Belford Roxo, Queimados, Santa Cruz e Senador Camará conforme as normas vigentes. Nos locais nos quais existia rede pública, o efluente, após passar pelo processo secundário, foi direcionado para esta rede. Nas estações nas quais o esgotamento não é ligado à rede pública, foram instaladas fossas filtro. Em 2012 as demais estações serão adequadas e em 2011 será feito o monitoramento das saídas das fossas filtro e análise dos efluentes para verificação e comparação dos parâmetros de lançamento dentro das normas correspondentes. Imagens das instalações sanitárias da Estação Deodoro. 109 4.3.1.5 Programa de Gerenciamento de PCBs Identificação e Quantificação e Projeto de Controle e Descarte O acordo inicial com a ASEP (atual AGETRANSP), em 2004, previa o descarte 146 equipamentos com PCBs, fruto de inspeção realizada à época. Posteriormente, técnicos da SuperVia identificaram mais 4 capacitores que estavam instalados em laboratório de teste. Seguindo a orientação ambiental correta, a SuperVia voluntariamente incluiu no programa de descarte, através da incineração, estes 4 capacitores, motivo pelo qual o cronograma atual prevê o descarte de 150 equipamentos. Quando então firmado o TAC com o Ministério Público Estadual em 2008, a SuperVia, que já vinha cumprindo integralmente o acordo firmado com a ASEP (atual AGETRANSP), já havia descartado, até aquela data, 30 equipamentos, motivo pelo qual o TAC com o Ministério Público Estadual previu o descarte de 120 equipamentos. O descarte dos equipamentos contendo PCBs se encontra bastante adiantado em relação ao inicialmente acordado com a ASEP (atual AGETRANSP) pois, de acordo com o cronograma inicialmente proposto, faltariam 80 equipamentos a serem descartados e, na realidade, faltam apenas 2. O descarte também está adiantado em relação ao acordado com o Ministério Público Estadual, visto que em 2009 foram descartados mais 6 equipamentos em relação ao quantitativo previsto, motivo pelo qual restam apenas 2 equipamentos, dos 8 previstos para serem descartados em 2011. Os únicos dois transformadores que faltam ser descartados estão localizados na Oficina de Deodoro. Registro fotográfico de como ocorreu a retirada de capacitores das subestações em 2010. Os capacitores foram acondicionados em tambores de 200 litros, lacrados e identificados como carga perigosa para serem transportados até a empresa Haztec. 110 Todos os componentes das subestações elétricas que utilizavam as PCBs foram identificados, monitorados e gradativamente descartados entre os anos de 2005 e 2010, através das empresas credenciadas pelos órgãos públicos ambientais. Não há mais equipamentos com PCBs nas subestações. 4.3.1.6 Programa de Recuperação de Áreas Contaminadas Caracterização das áreas contaminadas, elaboração de projetos de descontaminação, implementação da recuperação e verificação da eficiência Áreas de Tanques de Abastecimento Durante o estudo de caracterização de áreas contaminadas verificou-se que a área de abastecimento localizada em Deodoro não possuía tanques de abastecimento enterrados. Está área possuía três tanques aéreos com óleo diesel, gasolina e óleo de cárter. Como parte do projeto de descontaminação, essa área foi desativada e seus tanques foram descartados com a empresa Itapema. Os tanques foram removidos inteiros, sem fissuras ou vazamentos. Lastro Contaminado por Graxa Para as áreas citadas no programa de recuperação de áreas contaminadas, identificadas com parte da brita do lastro da via permanente nas estações terminais, em 2011 e 2012 serão feitas as análises dos solos nestes locais a fim de que se verifique a possibilidade de impregnações mais profundas. Apesar da aparência associada à exposição de graxa nestes locais, sabe-se que esta graxa, antes de ser introduzida nas caixas de engrenagem dos trens, necessita ser aquecida pois, quando na temperatura ambiente, não é possível transferi-la de um recipiente para o outro. Desta forma, em termos de consistência na temperatura ambiente, esta graxa não percola facilmente. De qualquer forma, as análises serão realizadas conforme citado acima. 4.3.1.7 – Programa de Reflorestamento Este programa consta somente do TAC-MP. A SuperVia vem implementando as seguintes ações: a) Reflorestamento Comunitário – envolvendo a comunidade do entorno nas ações de reflorestamento da via férrea em trechos próximos ás comunidades lindeiras. Este programa é implementado junto aos parceiros e voluntários nas comunidades e com as crianças quando em conjunto com o programa de educação ambiental. Já foram plantadas cerca de 5.000 mudas desde o ano de 2010. 111 Atividades de Reflorestamento Comunitário b) Programa Criando Raízes. Este programa se destina aos funcionários da SuperVia. Essa inovação possibilita que todo novo funcionário plante a sua muda e similarmente a uma árvore, crie as suas raízes na SuperVia. O reflorestamento sempre se dará em áreas carentes de vegetação e atendendo ao cenário ferroviário. Todas as árvores plantadas terão uma história e o nome do profissional que poderá acompanhar o seu crescimento vegetativo, atendendo as normas de segurança. 4.3.1.8 Avaliação das Ações Empreendidas As obras e melhorias realizadas atendem à grande maioria do conteúdo dos TACs firmados com a FEEMA em 2001 e com o Ministério Público em 2008. Restam ainda: o descarte de dois transformadores que contém PCBs, previsto para 2011, a adequação das subestações (sistemas de contenção de óleos), e a análise da via permanente (possível contaminação do lastro) nas áreas das estações terminais, ambas previstas para 2011 e 2012. 112 4.3.2 OUTRAS MELHORIAS REALIZADAS NÃO CONSTANTES DOS TACS A) Construção de Galpão para Separação de Gases Foram construídas, nas oficinas do CMD e Mecanizada, áreas para armazenamento de gases, conforme as normas e legislações pertinentes. Galpão de armazenamento de gases da Oficina Mecanizada B) Aquisição e Instalação de Cabine de Pintura no CMD A cabine de pintura é um equipamento utilizado para a pintura de peças. O principal objetivo da cabine de pintura a seco é a descontaminação do ar e a filtragem das partículas de tinta, com grande eficiência. Quando da substituição dos filtros, os mesmos são encaminhados para o galpão de resíduos e posteriormente descartados através de empresas credenciadas pelos órgãos ambientais. Cabine de Pintura CMD C) Programa Recicla Rio A SuperVia iniciou em 2011 o Programa Recicla Rio que visa apoiar comunidades lindeiras na implantação e operação de estruturas de reciclagem de resíduos 113 das estações e oficinas do Sistema Ferroviário além de resíduos sólidos recicláveis coletados pela COMLURB na região de influência. O Programa deverá iniciar com a implantação de uma unidade em Cascadura – Rio de janeiro e conta com as seguintes parcerias: FUNASA, com a aquisição de caminhão e furgão especiais para coleta de materiais recicláveis; Petrobrás com a elaboração do software “COLETAR” para o cadastro de doadores, agendamento da coleta e a criação da rota ótima; UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com a elaboração do plano operacional de uma usina de reciclagem no espaço de Cascadura; Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ com estudos sobre os riscos á saúde no trabalho dos catadores; RIPER/ SOLTEC/UFRJ com Assessoria Técnica nos Projetos e Gestão da Rede À SuperVia caberá adequar o galpão localizado em Cascadura para receber os resíduos recicláveis. A gestão do Espaço Recicla Rio será coordenada pela Rede de Empreendimentos Solidários, formada por quatro cooperativas de catadores, localizadas nos bairros da Leopoldina, Complexo do Alemão, e Engenho da Rainha. O Sistema Operacional da Usina apresenta-se na figura a seguir. 114 D) Controle da Dengue na Linha Férrea Esse controle é realizado pela área de Sanificação, por meio da limpeza e pulverização (fumacê) da malha ferroviária. A empresa também faz parcerias com alguns municípios por onde passa a malha ferroviária, com o objetivo de ampliar a prevenção e exterminar possíveis criadouros do mosquito. Esse trabalho é realizado com agentes de saúde dos municípios e funcionários da SuperVia. E) Plano de Contingência A SuperVia possui Plano de Contingência para acidentes ferroviários e ambientais com a definição das atribuições de cada Área da SuperVia para a comunicação e atuação nas ocorrências ferroviárias, com caráter contingente, sejam acidentes de tráfego, ocorrências de impacto na circulação de trens ou ao meio ambiente. F) Níveis de Ruído A SuperVia realiza sistematicamente o monitoramento dos níveis de ruído na malha ferroviária em trechos próximos às estações de passageiros. A última medição, em maio de 2011, foi realizada, durante o dia, em períodos de 60 minutos consecutivos, nas passagens das composições, nos trechos entre 115 as estações de: Engenho de Dentro e Méier, Bangu e Magalhães Bastos, Nilópolis e Edson Passos, Mercadão de Madureira e Rocha Miranda e Olaria e Penha. Os resultados demonstram que os níveis se encontram abaixo do limite tolerável de acordo com a NR 15 do Ministério do Trabalho. 4.3.3 QUESTÕES ADICIONAIS ENVOLVENDO A GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DA SUPERVIA Além dos itens acima comentados e que foram tratados no âmbito dos TACs FEEMA e MP, seis itens adicionais, envolvendo a gestão ambiental do sistema ferroviário, merecem uma análise específica: A ocupação inadequada de trechos da malha ferroviária por população; A existência de passagens irregulares de nível e de pedestres ao longo da malha; A existência de estações com tratamento e lançamento inadequado de sistemas de esgotos O lançamento também irregular de esgotos brutos no sistema de drenagem das vias férreas; A avaliação de possíveis passivos ambientais decorrentes de coleta e despejos inadequados de hidrocarbonetos na operação das oficinas de Deodoro e São Diogo; A gestão de patrimônio histórico e cultural A) Ocupação Irregular de Trechos da Faixa de Domínio da Ferrovia Em dois ramais da malha ferroviária - Belfort Roxo e Deodoro, se verifica a ocupação de trechos da faixa de domínio da ferrovia por 80 famílias. No ramal de Deodoro, as ocupações se encontram na Reta do Honório e no Viaduto de Deodoro. No ramal de Belford Roxo, a ocupação se verifica na região de Pilares. Estas famílias ocupam a faixa de domínio (intramuros), irregularmente, de forma precária e muito aquém do padrão mínimo de habitabilidade necessário ao adequado desenvolvimento humano e se encontram expostas ao risco de acidentes na ferrovia (descarrilhamento, atropelamento, etc.), além de impedirem uma adequada operação do sistema nestes trechos. O Governo do Estado do Rio de Janeiro realizou o cadastramento (censitário) de todas as famílias ocupantes da faixa da ferrovia, quando foram identificados 3 pequenos núcleos, que são os seguintes: Tabela 4.19 – Edificações Irregulares Na Faixa de Domínio 116 Ramal Comunidade Número de Edificações (moradias) Irregulares Reta de Honório 59 Pilares 7 Deodoro 14 Belfort Roxo Deodoro TOTAL 80 Ocupações irregulares Reta de Honório Ocupações Irregulares Viaduto Deodoro 117 Ocupações Irregulares Pilares De acordo com o cadastro realizado as ocupações, de forma geral, possuem as seguintes características: Todas as edificações cadastradas são de uso residencial – não existe uso misto – comercial ou industrial. Todos os núcleos familiares são uni-familiares – não há família expandida, ou seja, não há co-habitação. Todas as edificações são de uso próprio, ou seja, não existe a figura do inquilino ou do cessionário. Ações Propostas A SuperVia está apoiando, em conjunto com este PGA, a elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas - PRI, de acordo com a OP 4.12 do Banco Mundial. B) A existência de passagens irregulares de nível e de pedestres ao longo da malha. Ao longo da linha férrea existem algumas passagens irregulares de nível – veículo e pedestres - que trazem riscos à população que se utiliza dessas passagens e problemas para a operação do sistema uma vez que há necessidade de redução da velocidade nos trechos. A foto a seguir ilustra a situação de risco para a população. 118 Passagens de Nível Irregulares O mapa a seguir apresenta a localização das passagens de nível oficiais e clandestinas. Ações Propostas A SuperVia está identificando as passagens de nível existentes (irregulares ou não) já instaladas, assim como os trechos onde há permanentemente, destruição dos muros para passagens clandestinas, de modo a buscar junto com a SETRANS, a solução para estas situações. 119 De acordo com o Contrato de Concessão, a responsabilidade pela implantação de transposições viárias ou de pedestres (passarelas) é do Estado. C) Tratamento e Lançamento Inadequados de Esgotos Sanitários de Estações de Passageiros A Auditoria Ambiental, realizada em 2010, constatou a seguinte situação do tratamento de esgotos nas estações do sistema ferroviário: a) 30 (trinta) Estações com tratamento completo e lançamento em rede de esgotamento sanitário da CEDAE b) 9 (nove) estações recentemente adequadas com tratamento completo e lançamento adequado (constantes dos TACs FEEMA e MP); c) 41 estações de menor porte com fossa séptica, com infiltração no solo ou lançamento em galerias de águas pluviais. As unidades de tratamento destas estações necessitam ser avaliadas à luz da Diretriz – DZ 0215.R-4 do INEA, sob o aspecto da sua regularidade ambiental ou da necessidade de eventual obras de adequação em relação à qualidade do efluente. As nove estações citadas no item b acima e que tiveram ações de adequação constam do item 4.1.3.4 – B. Portanto, ainda faltam cerca de 41 estações a serem objeto de avaliação da necessidade de adequação dos efluentes sanitários. Adicionalmente, verifica-se, também, a necessidade de avaliação do tratamento de esgotos das áreas comerciais das estações. E) O lançamento irregular de esgotos brutos no sistema de drenagem das vias férreas; Ao longo da linha férrea, em diversos trechos, se verifica o lançamento de irregular de esgotos no sistema (canaletas) de drenagem da malha. Estes lançamentos possuem duas características distintas: (i) lançamentos diretos das residências lindeiras aos muros da faixa de domínio; e (ii) lançamento de redes. Os lançamentos de esgotos brutos promovem um ambiente permanente de insalubridade nos trechos identificados além de assoreamento e entupimento das canaletas de drenagem. Estes lançamentos, na maioria, ocorrem desde antes da concessão de operação do sistema. No Contrato de Concessão (1999) consta cláusula definindo a responsabilidade do Estado, enquanto poder concedente e responsável pelo sistema de esgotamento sanitário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por meio da Companhia Estadual de Água e Esgotos – CEDAE, pela solução do lançamento de esgotos ao longo da via férrea. No entanto, até o momento, não se verificaram ações para a correção dos problemas identificados. 120 O Levantamento realizado pela SuperVia identificou o lançamento de esgotos nos dispositivos de drenagem nos seguintes trechos: Ramal Belford Roxo Estação de Triagem proveniente da Comunidade de Triagem, localizada em baixo do Viaduto Ana Néri Estação Jacarezinho, proveniente da comunidade Jacarezinho e Chupa Cabra. Estação Del Castilho, proveniente das comunidades Bandeira 1, localizada na Avenida Martin Luther King Júnior e Chácara Del Castilho Estação Cavalcante, proveniente da comunidade localizada entre as Ruas Herculano Pena e Enaldo dos Santos Araújo. Estação Mercadão de Madureira, proveniente da comunidade Turiaçu, localizada atrás do Shopping Madureira, Rua Soares Caldeira. Estação Pavuna, Rua Amaral Ormelas, proveniente da comunidade lindeira. Estação Pavuna, Rua Matriz e inferior da Estação Vila Rosali entre a Travessa Márcia e Euronildes Martins dos Santos proveniente da comunidade lindeira. Estação Agostinho Porto, Rua Matriz. Ramal Saracuruna Estação Penha, proveniente das casas lindeiras localizadas entre a Rua Santiago e Avenida Brás de Pina. Estação Gramacho, proveniente das casas lindeiras localizadas entre as Avenidas Marechal Rondon e Presidente Kennedy e a Rua Iracema de Alencar. Estação Campos Elíseos, proveniente das casas lindeiras localizadas entre a Avenida Presidente Kennedy e a Rua Caraguatatuba. Ramal Japeri/Paracambi Estação Olinda, localizado entre as Ruas Avenida Roberto Silveira e Getúlio Moura. Estação Nova Iguaçu, localizado entre a Rua Coronel Bernardino Melo e Avenida Marechal Floriano Peixoto Estação Austin, localizado entre a Avenida Projetada e Rua Quinze de Novembro. Estação Engenheiro Pedreira, localizada na Avenida Getúlio Pereira Vilela. Ramal Santa Cruz Estação Realengo, proveniente de moradias lindeiras à ferrovia Estação Magalhães Bastos, proveniente da Comunidade Curral das Éguas localizada em Magalhães bastos, localizada entre a Estrada São Pedro de Alcântara e Rua Apucarana 121 Estação Magalhães Bastos, proveniente da Comunidade Curral das Éguas localizada em Magalhães bastos, localizada entre a Estrada São Pedro de Alcântara e Rua Coronel Valença Estação Padre Miguel, proveniente da Comunidade Vila Vintém localizada entre a Travessa Bibiana e Rua Bernardo de Vasconcelos. Estação Guilherme da Silveira, proveniente da Comunidade lindeira à linha do trem, localizada entre a Avenida de Santa Cruz e Rua Ubatuba. Estação Bangu, proveniente da Comunidade Minha Deusa, lindeira à linha do trem, localizada na Rua Manoel Borba e Coronel Tamarindo. Estação Senador Camará, proveniente da Comunidade Coréia, lindeira à linha do trem, localizada na Rua Eugênio Paiva e Coronel Tamarindo. Estação Santíssimo, proveniente da Comunidade lindeira à linha do trem, localizada na Rua Manuel Torres e Avenida de Santa Cruz. Estação Cosmos, proveniente da Comunidade Cosmos, lindeira à linha do trem, localizada na Rua Guarujá e Beco do Jorge. Ações Propostas Recentemente, a Diretoria Administrativa da SuperVia promoveu reunião com a Diretoria de Distribuição e Comercialização da RMRJ da CEDAE para expor a situação e avançar na resolução destas questões. Acordou-se que a SuperVia apontaria os principais locais de lançamento para que a CEDAE pudesse avaliar em campo a situação e identificar alternativas de solução. F) Avaliação de Possíveis Passivos – Contaminação de Solo nas Oficinas de Deodoro e São Diogo A situação crítica da operação e manutenção das oficinas de Deodoro e São Diogo foi corrigida com as ações empreendidas pela SuperVia nos últimos anos (descritas nos itens 4.3.1.2 e 4.3.1.3). No entanto, dois itens ainda merecem atenção: (i) situações pontuais de manutenção inadequada que necessitam serem corrigidas; (ii) análise da existência de possíveis passivos ambientais decorrentes do sistema antigo de coleta e despejos inadequados de hidrocarbonetos com a verificação de possível contaminação de solo. Com relação ao 1º item, a inspeção de campo identificou os seguintes pontos: Oficina Deodoro Parte interna da oficina com piso antigo em má condição de manutenção com manchas de óleo. Área em torno da oficina com ocorrência de manchas de óleo. 122 Compressor com purga com lançamento em águas pluviais. Oficina São Diogo Seção de fresa com derramamento de óleo na área externa e no solo de forma direta. Descarga inadequada de limalha de ferro. Compressor com Purga com lançamento em águas pluviais. Com relação ao 2º item, além das situações pontuais acima descritas, como a operação e manutenção das Oficinas se deu, durante anos, de forma inadequada ambientalmente, há a necessidade de verificar a existência de possíveis passivos – contaminação de solo em decorrência do despejo de hidrocarbonetos (óleos, graxas e combustíveis). Nesse sentido, propõe-se um programa de identificação e análise da ocorrência de contaminação do solo nas áreas das oficinas. G) A gestão de patrimônio histórico e cultural O Sistema Ferroviário de Passageiros da RMRJ sob a operação da SuperVia possui alguns Bens Tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural. A tabela a seguir apresenta a relação destes Bens, todos localizados na cidade do Rio de Janeiro. Tabela 4.20: Bens Tombados na Cidade do Rio de Janeiro relativos ao sistema ferroviário sob operação da Supervia Imóvel – Bem Tombado Tombamento Estação Ferroviária D. Pedro II – Central do Brasil . Lei municipal 166/80 Prédio, adjacências e todos os bens originados da Decreto Municipal 14.741/96 construção. Estação Ferroviária D. Pedro II – Central do Brasil Decreto Lei Federal 25/1937 Lei municipal 166/80 Decreto Municipal 14.741/96 Estação Ferroviária Engenho de Dentro. Inclui galpões Lei municipal 166/80 das antigas oficinas e o Centro de Preservação da Decreto Municipal 14.741/96 Estação Ferroviária São Cristóvão História Ferroviária (Museu Ferroviário) Lei municipal 166/80 Decreto Municipal 14.741/96 Cabine de Sinalização e equipamentos e peças do Lei municipal 166/80 Decreto Municipal 14.741/96 controle de manobra de trens – Engenho Novo Estação Vila Militar Diversos estudos, pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural, pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e pela Secretaria Municipal de Cultura (Subsecretaria de Patrimônio Cultural e Intervenção Urbana), encontram-se em andamento com vistas a promover o tombamento de outras unidades do sistema ferroviário de passageiros. 123 De acordo com o Contrato de Concessão, estes Bens são de propriedade do Estado, tendo a SuperVia o direito de utilizá-los, de forma compartilhada ou não, e a responsabilidade de mantê-los de forma adequada sem alteração nas características arquitetônicas tombadas. Qualquer intervenção prevista nestes bens deve ter autorização específica da instituição responsável pelo seu tombamento- IPHAN ou da Subsecretaria Municipal de Patrimônio Cultural e Intervenção Urbana. 4.4 SITUAÇÃO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Logo após a concessão da operação do Sistema Ferroviário de Passageiros, em 2001, a Concessionária iniciou junto à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA, o processo de regularização do licenciamento ambiental do sistema. No processo de regularização do licenciamento ambiental, a SuperVia firmou, com a SEMADS e FEEMA, o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC com vistas à correção das situações críticas identificadas na operação e manutenção anterior à concessão do sistema, conforme relatado no item 4.3 acima. A SuperVia, tendo avançado significativamente no atendimento aos itens do TAC-FEEMA e do TAC-MP, recebeu do INEA – Instituto Estadual do Ambiente, a concessão de LORs – Licenças de Operação e Recuperação para a Malha Ferroviária e para as Oficinas de São Diogo e Deodoro. Atualmente, o Sistema Ferroviário de Passageiros, sob operação da SuperVia, conta com as seguintes licenças emitidas pelo INEA: LOR nº IN 016658 – 18/05/2011 – Malha Ferroviária LOR nº IN 016933 – 20/06/2011 – CMD Deodoro LOR nº IN 016936 – 20/06/2011 – Oficina São Diogo Estas LORs, válidas por 2 anos, trazem condicionantes a serem realizados neste período de validade. A seguir apresentam-se as condicionantes das LORs e observações a respeito da sua implementação. Licença de Operação e Recuperação – LOR IN 016658 - Malha Ferroviária A Licença traz alguns condicionantes referentes, principalmente, ao cumprimento da legislação ambiental estadual: Atender à NT-202.R.10 – Critérios e Padrões para lançamento de Efluentes Líquidos; Atender à DZ-215.R-4 – Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em efluentes líquidos de origem sanitária; Atender à DZ-056.R-2 Diretriz para Realização de Auditoria Ambiental; Atender à DZ-1310.R-7 Sistema de Manifesto de Resíduos; 124 Atender à Resolução CONAMA 001/90 – Critérios e padrões de emissão de ruídos; Enviar relatório trimestral com o desenvolvimento dos seguintes planos e programas: Recuperação de Áreas Contaminadas; Reflorestamento; Gerenciamento de Resíduos e Gerenciamento de Esgotos e Efluentes Líquidos; Acondicionar os resíduos sólidos urbanos em sacos plásticos e conserválos em recipiente com tampa até seu recolhimento por empresa licenciada; Evitar todas as formas de acúmulo de água que possam propiciar a proliferação do mosquito “Aedes Aegypti” – transmissor da De3ngue; Eliminar métodos de trabalho e ambientes propícios à proliferação de vetores (insetos e roedores). Licença de Operação e Recuperação – LOR IN 016933 – CMD Deodoro Além das condicionantes acima, constantes da LOR da Malha Ferroviária, a LOR do Complexo de Manutenção de Deodoro contempla: Cumprir as etapas de investigação ambiental de acordo com a Resolução nº 420 do CONAMA; Realizar investigação preliminar e confirmatória de acordo com as normas ABNT/NBR 15515-1 e 2; Realizar investigação detalhada, avaliação de risco e ações de intervenção nas áreas com potencial de contaminação no prazo de 4 anos; Plano de Intervenção e Monitoramento, caso necessário; Monitoramento da Reabilitação de áreas contaminadas; Monitoramento anual da qualidade da água subterrânea após encerramento da reabilitação Delimitação da Pluma de Fase Livre e Eliminação de Fase Livre com campanhas de monitoramento. Licença de Operação e Recuperação – LOR IN 016936 – Oficina São Diogo A LOR apresenta os mesmos condicionantes constantes das LORs acima. Ações Propostas As ações relativas aos condicionantes constantes das LORs acima deverão constar do Plano de Gestão Ambiental – PGA a ser apresentado no capítulo 6. 125 5. AVALIAÇÃO AMBIENTAL A avaliação a seguir empreendida compreende: (i) uma síntese da avaliação da gestão ambiental atual da SuperVia; (ii) uma avaliação ambiental referente aos investimentos propostos no âmbito do Financiamento Adicional ao PET II; (iii) e uma avaliação em relação às salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial. 5.1 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL Como pode ser verificado no Capítulo 4, especialmente nos itens 4.3 e 4.4, constata-se uma significativa evolução na gestão ambiental do sistema operado pela SuperVia. Esta evolução é caracterizada principalmente pela inserção da componente ambiental na operação e manutenção das unidades do sistema, com investimentos na adequação das instalações ferroviárias (estações, trens, oficinas, subestações elétricas, etc.) contemplando o gerenciamento de resíduos (perigosos e não perigosos), o gerenciamento dos esgotos e efluentes líquidos, o descarte dos PCB’s, a limpeza e controle sanitário das linhas, estações e trens, arborização, etc. Destaque também para as ações de educação ambiental e comunicação social. Estes investimentos visaram: (i) reverter uma situação crítica de passivos ambientais recebidos quando da concessão de operação do sistema; (ii) promover a regularidade ambiental do sistema ferroviário tanto junto aos órgãos ambientais competentes quanto ao Ministério Público; (iii) aproximar e inserir a comunidade lindeira e usuária na gestão do sistema. Apesar do inegável avanço obtido, constata-se a necessidade de: (iv) continuidade das ações até agora empreendidas, em alguns casos com aprofundamento dos investimentos em manutenção/operação; (v) efetiva priorização para resolução de algumas situações (passivos) ainda não resolvidas; (vi) resolução de situações ainda não enfrentadas. Adicionalmente verificam-se também oportunidades de melhoria principalmente na gestão ambiental do sistema contemplando, entre outros: (i) aprimoramento e adequação da política ambiental da empresa; (ii) fortalecimento e reestruturação da equipe de gerenciamento ambiental; (iii) programa de capacitação ambiental; (iv) estruturação e implementação de programa de objetivos e metas ambientais envolvendo as diversas áreas operacionais; (v) implementação de sistema permanente de monitoramento e avaliação das ações ambientais e sociais; (vi) implementação de sistema de 126 informações ambientais acoplado ao Sistema Integrado de Gestão – SIG da empresa, etc. A SuperVia deve, também, intensificar e priorizar ações de limpeza permanente das unidades do sistema e, considerando que o sistema ferroviário, atualmente em grande parte inserido no tecido urbano, pode se transformar em pólo indutor de vetores como ratos, pombos, etc, promover o controle efetivo de vetores nessas unidades. A tabela a seguir apresenta síntese das principais questões ambientais envolvendo as diversas unidades do sistema ferroviário e os programas ambientais correspondentes, englobando as diversas situações de resolução, como comentado acima. Tabela 5.1: Principais Questões Ambientais e Programas Correspondentes. Unidades do Sistema Principais Questões Ambientais e Sociais Programas Ambientais Geração de Resíduos Sólidos urbanos Controle Ambiental Gerenciamento de RSU Emissão de Efluentes Sanitários Controle Ambiental Gerenciamento de Esgotos Estações Emissão de Ruídos e Vibrações Monitoramento Ruídos Consumo de Água e Energia Uso Racional da água Comunicação com Usuário Comunicação Social Ocorrência e proliferação de Vetores Controle Ambiental Controle de Vetores Existência de Patrimônio Histórico e --------------------------Cultural Geração de Resíduos Sólidos urbanos Controle Ambiental Gerenciamento de RSU Trens – Tráfego e Emissão de Ruídos e Vibrações Monitoramento Ruídos Manutenção Vazamentos de Óleos – Contaminação do Recuperação de Áreas Contaminadaslastro Investigação Contaminação e descarte Geração de Resíduos Perigosos Controle Ambiental Gerenciamento de RSP Vazamento de óleos Controle Ambiental Gerenciamento Óleos e graxas Via Permanente Utilização de Herbicidas – Capina química Controle Ambiental Gerenciamento agrotóxicos Ocorrência de Acidentes - Atropelamento Contingência e emergência Emissão de Efluentes Sanitários Controle Ambiental Gerenciamento de Esgotos Oficinas e Centro Geração de Resíduos Sólidos urbanos Gerenciamento de RSU de Manutenção Geração de Resíduos Perigosos Controle Ambiental - 127 Gerenciamento Produtos Perigosos de Tabela 5.1 - Continuação Unidades do Principais Questões Ambientais e Sociais Sistema Oficinas e Centro Emissão de efluentes Líquidos Industriais de Manutenção (continuação) Existência de equipamentos com PCBs Subestações Programas Ambientais Controle Ambiental Gerenciamento de RSI - Controle Ambiental Substituição e Descarte PCBs Emissão de óleos e graxas Controle Ambiental Gerenciamento de Óleos e Graxas - Subestações Existência de Edificações (habitação) Plano de Reassentamento Involuntário de População e Irregulares e População Atividades Econômicas - PRI Existência de passagens de nível Vedação da Faixa e irregulares (pedestres e veículos Adequação das Passagens Faixa de Domínio automotores) Vedação da Faixa e Adequação das Passagens Riscos de Atropelamento Contingência e Emergência Diminuição da velocidade em trechos Vedação da Faixa e críticos Reassentamento População Lançamento de Resíduos Sólidos por Comunicação Social e Lindeiros Educação Ambiental Lançamento de esgotos sanitários por Articulação Institucional e Lindeiros correção dos lançamentos Ocorrência e proliferação de Vetores Controle de Vetores Gestão ambiental interna adequada Fortalecimento da Gestão Ambiental Gerenciamento do Acessibilidade, redução de consumo Sistema recursos naturais, utilização de materiais Projetos “verdes” e equipamentos recicláveis, Bicicletário, etc Inserção das comunidades lindeiras e Comunicação Social e usuário na gestão do sistema Educação Ambiental Articulação institucional 5.2 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO FINANCIAMENTO ADICIONAL Conforme abordado no capítulo 2, o Financiamento Adicional do PET II terá como componentes, os seguintes itens: 128 Aquisição de 60 Trens Unidades Elétrica – TUEs com 4 composições de passageiros Serviços de Consultoria e Estudos Diversos Gerenciamento do Programa e Supervisão da compra dos trens Verifica-se que não há previsão de obras de ampliação do sistema ferroviário mas, fundamentalmente, ações de melhoria operacional por meio da aquisição de trens de características modernas, com eficiência energética e de melhor conforto aos passageiros (ar condicionado). Parte dos trens a ser adquirida deverá substituir as unidades antigas que não possuem condições de recuperação/modernização, e parte será adicionada à frota atual propiciando um atendimento a uma demanda crescente e um atendimento mais adequado à população usuária. O segundo componente trata de assistência técnica à SETRANS para o desenvolvimento de estudos e projetos com vistas ao aprimoramento da malha ferroviária da RMRJ e ao aperfeiçoamento da gestão de transportes sob trilhos no Estado. Tratam-se, portanto, de investimentos em capacidade operacional que não promoverão impactos inerentes a obras de ampliação de infraestrutura em área densamente urbanizada. A ampliação da frota de TUEs exigirá, por um lado, a melhoria e o aperfeiçoamento constante da gestão do sistema operado pela SuperVia, incluindo a gestão ambiental e social. Por outro lado, deverá trazer significativos benefícios à população usuária, ao sistema de transportes e ao meio ambiente da RMRJ. Os principais impactos positivos estão relacionados a: g) Operacionais Redução do custo operacional pela maior capacidade e pela significativa melhoria na eficiência energética dos novos trens (consumo de energia de cerca de 60 % em relação aos trens antigos que deverão ser substituídos). Redução do Tempo de Viagem pela ampliação da velocidade nos trechos e ramais e pelo menor tempo de espera entre as composições; Redução de Acidentes. Ao transferir passageiros, hoje transportados por ônibus e autos, para os trens, determina-se uma grande redução do número de acidentes, porque na via rodoviária as possibilidades de colisões, atropelamentos, derrapagens, perda de direção e outros problemas correlatos são bem mais freqüentes do que na via ferroviária que estará com trens modernos e com sistemas de segurança aprimorados; h) Melhoria do Atendimento à população usuária 129 Conforto ambiental – ampliação do número de composições e de espaço físico nas composições, trens com ar condicionado, sistema sanitária e ambientalmente adequado; etc.; Redução do Tempo de Viagem, com ganho real de tempo para a população; Atendimento a um número crescente de usuários de forma mais adequada i) Redução dos níveis de poluentes devido à substituição de fontes móveis originadas em veículos automotores. Este último impacto benéfico resulta da substituição do transporte de passageiros de ônibus e veículos individuais pelo sistema ferroviário. Conforme verificado no item 4.2.3 a situação crítica de qualidade do ar na RMRJ é proveniente da emissão de gases poluentes por indústrias e por fontes móveis – veículos automotores (queima de combustíveis fósseis). 75 % da carga poluente é proveniente das fontes móveis. Entre as vias rodoviárias geradoras destaca-se a avenida Brasil. Comparando-se as vias concorrentes ao sistema ferroviário, verifica-se a seguinte situação: Tabela 5.2: Situação da Via em % de Geração do Poluente Washington Luiz Av. Brasil Poluente Presidente Dutra Posição (*) % Posição (*) % Posição (*) % Óxidos de Nitrogênio 1º 33 3º 4 4º 3 Dióxido de Enxofre 1º 30 3º 4 5º 3 Hidrocloretos 1º 25 4º 3 5º 2 Monóxido de Carbono 1º 25 4º 3 4º 3 Material Particulado 1º 23 5º 3 3º 5 Fonte: FEEMA, 2003 (*) Posição: Situação em termos de poluição em relação às 187 vias examinadas Destacam-se essas três vias rodoviárias, porque são as concorrentes aos quatro ramais ferroviários operados pela SuperVia, a saber: Tabela 5.3: Concorrência Trilhos e Rodovias Ramal Rodovia Concorrente Santa Cruz Av. Brasil Japeri Av. Brasil e Pres. Dutra Saracuruna / Gramacho Av. Brasil e Washington Luiz Belford Roxo Av. Brasil e Pres. Dutra 130 Como se observa, as concorrentes às vias ferroviárias, Avenida Brasil, com destaque, e Presidente Dutra e Washington Luiz, são vias bastantes comprometidas em termos de fontes de poluição do ar e qualquer melhoria que venha a ser realizada (sobremodo o aumento de frota de trens elétricos) na ferrovia, reflete de imediato na redução das solicitações do tráfego rodoviário nessas vias e, por conseguinte, em redução da poluição. 5.3 AVALIAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS SALVAGUARDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO BANCO MUNDIAL Considerando as características do empreendimento e das intervenções previstas no âmbito do Financiamento Adicional – FA do PET II, as seguintes salvaguardas ambientais e sociais foram acionadas: OP 4.01 - Avaliação ambiental OP 4.09 - Gestão de Pragas OP 4.11 - Recursos Físico-culturais OP 4.12 - Reassentamento Involuntário OP 4.01 – Avaliação Ambiental O Financiamento Adicional do PET II foi classificado como de Categoria “B” de acordo com os critérios da OP 4.01. O instrumento de avaliação indicado foi a preparação de Plano de Gestão Ambiental – PGA representado pelo presente documento. O PGA realizou uma caracterização do sistema ferroviário de passageiros da RMRJ, uma avaliação da evolução e da situação atual da gestão ambiental do sistema e propõe a continuidade e adoção de uma série de ações, com vistas a melhorar e reforçar esta gestão ambiental e social do sistema. O sistema possui 3 licenças ambientais denominadas Licença de Operação e Recuperação – LOR: LOR nº IN 016658 – 18/05/2011 – Malha Ferroviária LOR nº IN 016933 – 20/06/2011 – CMD Deodoro LOR nº IN 016936 – 20/06/2011 – Oficina São Diogo Estas licenças possuem condicionantes técnicos, ambientais e sociais que foram incorporados ao presente PGA. É importante citar que os investimentos previstos não irão promover a realização de obras de ampliação da infraestrutura ferroviária. Os investimentos estão voltados fundamentalmente para melhoria da capacidade operacional do sistema por meio da aquisição de 60 (sessenta) novas Unidades de Trens Elétricos - TUEs. 131 Não haverá, também, qualquer interferência ou obra que afete Unidade de Conservação – UC’s ou Áreas de Preservação Permanente – APPs. Em consonância com os procedimentos do Banco, este PGA será submetido à Consulta Pública. OP 4.09 – Gestão de Pragas O controle da vegetação na faixa de domínio, empreendida periodicamente pela SuperVia em trechos dos ramais ferroviários, é realizada por meio da aplicação de herbicida Arsenal NA (IMAZAPYR) por empresa contratada. O Herbicida tem registro no IBAMA com uso autorizado para controle não seletivo em áreas não cultivadas (margens de rodovias, pátios e ferrovias, oleodutos, etc.). A empresa contratada é licenciada junto ao INEA – Instituto Estadual do Ambiente. OP 4.11 – Recursos Físicos - Culturais O sistema ferroviário de passageiros da RMRJ operado pela SuperVia possui diversos bens tombados conforme apresentado no item 4.3.3 - E. Estes bens foram tombados ao nível federal e municipal. De acordo com o Contrato de Concessão, estes Bens são de propriedade do Estado, tendo a SuperVia o direito de utilizá-los, de forma compartilhada ou não, e a responsabilidade de mantê-los de forma adequada sem alteração nas características arquitetônicas tombadas. Qualquer intervenção prevista nestes bens deve ter autorização específica da instituição responsável pelo seu tombamento- IPHAN ou da ou da Subsecretaria Municipal de Patrimônio Cultural e Intervenção Urbana. As intervenções previstas no Financiamento Adicional não irão interferir diretamente com estes Bens. OP 4.12 – Reassentamento Involuntário de População Em dois ramais ferroviários – Deodoro e Belford Roxo – constatou-se a ocupação irregular, de forma bastante precária, da Faixa de Domínio (intramuros) da ferrovia por 80 famílias, em três trechos distintos. Considerando os riscos que estas famílias estão sujeitas principalmente relacionados à possibilidade de acidentes na ferrovia (descarrilhamento, atropelamento, etc); e a necessidade operacional destes trechos ficarem desimpedidos, foi elaborado um Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas - PRI, em consonância com os critérios e procedimentos da OP 4.12. O PRI preliminar encontra-se em Documento Específico e Anexo ao presente PGA e também deverá ser submetido à consulta pública. 132 5.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL GLOBAL O sistema ferroviário de passageiros vem, na última década, passando por reformas importantes com vistas à sua modernização e ampliação e melhoria do atendimento à população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Estas reformas, agora intensificadas no âmbito do Programa Estadual de Transportes – PET II e de seu financiamento adicional, devem promover uma série de benefícios ambientais a seguir comentados. b) Recuperação de Importantes Passivos Ambientais Os investimentos realizados pela SuperVia, especialmente nos últimos cinco anos, reverteram um quadro de passivos ambientais decorrentes da situação caótica de operação e manutenção do sistema ao final da década de 90. Os investimentos previstos no âmbito do PET II e do financiamento adicional deverão promover uma ampliação das ações de recuperação destes passivos adequando a situação atual para os requisitos técnico-ambientais e de sustentabilidade. b) Melhoria da Qualidade Ambiental A retomada da utilização do sistema ferroviário como um dos principais modais de transportes de passageiros da RMRJ, em contraposição ao transporte de passageiros de ônibus e veículos automotores individuais, propiciará uma redução nos níveis de emissão de poluentes atmosféricos com a conseqüente melhoria da qualidade do ar na RMRJ. c) Melhoria da Qualidade de Vida da População O processo de adequação do sistema ferroviário de passageiros promove ganhos sensíveis no tempo de percurso da população usuária de sistema coletivo de transportes, em nível adequado de conforto ambiental – trens modernos com maior espaço físico, ar condicionado, sistema sanitária e ambientalmente condizente, etc. Os ganhos de tempo referem-se não só ao tempo de percurso mas também pelo menor tempo de espera entre as composições. Adicionalmente, ao se transferir passageiros, hoje transportados por ônibus e autos, para os trens, determina-se uma redução do número de acidentes, atualmente verificados nas vias rodoviárias concorrentes, devido às atuais possibilidades de colisões, atropelamentos, derrapagens, perda de direção e outros problemas correlatos. É importante considerar, também, que a proposta de ampliação da frota beneficiará em especial os municípios mais carentes da Região uma vez que dois ramais que terão sua frota aumentada, Japeri e Santa Cruz, são justamente aqueles que servem aos locais mais vulneráveis – a Zona Oeste do Rio e os municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Japeri. 133 j) Atração de investimentos e do capital privado, elevando a competividade dessas regiões quando comparadas a outras centralidades urbanas A melhor gestão empresarial, social e ambiental do sistema ferroviário de passageiros pode promover a permanência e a atração de atividades de negócios e capitais motivando o fortalecimento de uma rede de serviços, comércio, etc. intra-regional e estimular a sustentabilidade econômica e ambiental da região atendida pelo sistema. k) Consolidação das estratégias de desenvolvimento sustentável regional A modernização da frota de trens associada aos demais investimentos previstos para o sistema ferroviário vem e à reversão das não-conformidades ambientais ainda existentes vêm ao encontro das premissas e diretrizes estabelecidas pelas políticas ambientais em nível nacional e estadual. Isto significa, em linhas gerais, o avanço à desejada situação de sustentabilidade econômica, social, ambiental e institucional. l) Segurança nos compromissos para a realização da Copa do Mundo e da Olimpíadas 2016 Os investimentos previstos no PET II e Financiamento Adicional vem assegurar o atendimento de compromissos assumidos pelo Estado e município do Rio de Janeiro, referente ao sistema de transporte ferroviário de passageiros, junto à Organização da Copa do Mundo de Futebol e ao Comitê Olímpico. EFEITOS NEGATIVOS O Financiamento Adicional – FA do PET II, como comentado, é uma iniciativa eminentemente vinculada à modernização e melhoria do sistema ferroviário de transportes de passageiros da RMRJ. O FA não prevê a execução de obras de ampliação do sistema mas tão somente ações de melhoria da capacidade institucional da SETRANS e a ampliação e modernização da frota de Trens. Na dimensão regional, portanto, não são identificados efeitos deletérios da implementação do PET II – FA. Exigirá, por outro lado, a melhoria e o aperfeiçoamento constante da gestão do sistema operado pela SuperVia, incluindo a gestão ambiental e social. O presente Plano de Gestão Ambiental – PGA, integrante do Financiamento Adicional, apresenta um conjunto de ações e medidas que visam mitigar, atenuar ou compensar os impactos sócio-ambientais pré-existentes e, também, promover a adequada situação ambiental do sistema ferroviário. 134 6. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA O Plano de Gestão Ambiental - PGA do Financiamento Adicional do PET –II contempla um conjunto de ações e intervenções que deverão garantir a melhoria do desempenho ambiental do sistema ferroviário de passageiros da RMRJ e prevenir, minimizar ou compensar os impactos ambientais e sociais gerados pela operação do sistema. O PGA está organizado em políticas e programas de caráter ambiental e social, cuja síntese está apresentada a seguir em conjunto com os custos estimados e com a responsabilidade institucional pela sua execução. Parte desses programas estará inserida no âmbito dos componentes do FA-PET II e parte na gestão operacional do sistema realizada pela SuperVia. PROGRAMAS Gerenciamento Ambiental do Programa FA-PET II Fortalecimento do Gerenciamento Ambiental da SuperVia Comunicação Social e Educação Ambiental CUSTOS do FA ÓRGÃO RESPONSÁVEL 240.000,00 Custos Internos SuperVia Custos Internos SuperVia SETRANS SuperVia SuperVia Controle Ambiental Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Não Perigosos e Perigosos Gerenciamento de Resíduos Urbanos Gerenciamento de Esgotos e efluentes Controle de Vetores Gerenciamento de Óleos e Graxas Substituição e Descarte PCBs Custos Internos SuperVia SuperVia Monitoramento Ruídos Investigação Contaminação do Solo e Água Subterrânea nas Oficinas Investigação Contaminação Lastro Arborização Regularidade Ambiental – Condicionantes das Custos Internos SuperVia Licenças SuperVia Atividades Conjuntas com poder concedente 180.000,00 (Estudo Vedação da Faixa e Adequação das Passagens Técnico) de Nível SETRANS - SuperVia Controle dos lançamentos de esgotos ---------lindeiros Sistemas de Coleta de Lixo das comunidades --------lindeiras 135 Plano de Reassentamento Involuntário População e Atividades Econômicas de 1.984.500,00 SETRANS - SuperVia 6.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO FA – PET II A coordenação geral do Financiamento Adicional do PET II será da Unidade de Gerenciamento e Implantação do Programa PET-BIRD (UGP/PET) da Secretaria Estadual de Transportes – SETRANS. A responsabilidade pela coordenação e execução do Plano de Gestão Ambiental – PGA será da Concessionária SuperVia, sob supervisão da UGP/PET. A UGP/PET da SETRANS terá a responsabilidade de: Supervisionar a implementação dos programas ambientais e sociais sob a responsabilidade da SuperVia; Coordenar e Articular com demais órgãos do governo estadual e dos governos municipais a implementação do Programa de Atividades Conjuntas com o Poder Concedente; Supervisionar a implementação do Plano de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas Para realizar estas tarefas a UGP/PET contará com a participação de profissionais da área ambiental da SETRANS. Avaliação Periódica de Implementação do PGA A UGP/PET deverá contar, também, com consultor externo, a ser contratado, para a realização periódica de avaliação da implementação dos programas ambientais sob responsabilidade da SuperVia. Prevê-se no primeiro ano de execução da FA-PET II, a freqüência trimestral para esta avaliação e posteriormente nos demais 4 anos uma freqüência semestral. Esta avaliação deverá subsidiar as missões de supervisão do Banco Mundial. Ações Ano 1 1 2 3 Ano 2 4 1 2 3 Ano 3 4 1 2 3 Ano 4 4 1 2 3 Ano 5 4 1 Supervisão Ambiental Avaliação Periódica PGA 6.2 FORTALECIMENTO DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL DA SUPERVIA A SuperVia, como Concessionária responsável pela operação e manutenção do sistema ferroviário de passageiros da RMRJ, será responsável pela implementação dos seguintes programas ambientais e sociais: Comunicação Social e Educação Ambiental Controle Ambiental Regularidade Ambiental 136 2 3 4 Reassentamento Involuntário da População e de Atividades econômicas Para tanto, a empresa deverá implementar ações de fortalecimento da capacidade de gerenciamento ambiental contemplando: H) Reestruturação da Coordenadoria de Meio Ambiente De acordo com as atividades ambientais e sociais a serem exercidas, em maior abrangência e profundidade, pela empresa, tanto para cumprimento das ações ambientais previstas no PGA e das condicionantes do licenciamento ambiental quanto para atendimento aos requisitos do Banco Mundial, a coordenadoria de meio ambiente deverá contar com profissionais capacitados em número suficiente e necessário às tarefas a serem exercidas. É importante comentar que a maior parte das ações ambientais previstas no PGA têm características permanentes de implementação. Prevê-se, portanto, que a Gerência Ambiental conte com 3 (três) áreas de atuação distintas e articuladas como: Comunicação Social e Educação Ambiental Controle Ambiental, e Gerenciamento Ambiental da Empresa A Coordenadoria de Meio Ambiente, coordenada pela Gerência de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde – QSMS, poderá assimilar uma das áreas citadas. I) Aprimoramento e Adequação da Política Ambiental da Empresa Para atender aos cerca de 500.000 usuários atualmente, com previsão de 1 milhão de usuários em 2016, com rapidez, conforto e segurança, a SuperVia opera um complexo parque de equipamentos e instalações cujas atividades geram vários resíduos, efluentes, emissões gasosas, ruídos entre outros aspectos ambientais. Além dos benefícios proporcionados pelas características do sistema (uso de energia limpa, redução da emissão de poluentes na atmosfera, redução do consumo de combustível, diminuição do tempo de viagem e de acidentes no trânsito, etc.), é fundamental o foco: (i) na mitigação de alguns impactos sócio-ambientais identificados, e (ii) na melhoria contínua nos processos de operação e manutenção do sistema ferroviário que resultem em economia de combustível, energia e outros recursos naturais. Além da integração das comunidades lindeiras e dos usuários nos objetivos e ações da empresa. Em síntese, operação e manutenção do sistema com preservação ambiental e promoção do desenvolvimento sustentável. 137 Neste sentido, a SuperVia deverá implementar processo de revisão e adequação de sua política ambiental buscando atender aos princípios e requisitos do desenvolvimento sustentável. Este processo, participativo, deverá ser realizado por meio da contratação de consultoria especializada e discutido internamente pelas diversas áreas da empresa. Prevê-se a sua realização durante o 1º ano de execução do FA/PET. J) Capacitação Técnica Ambiental Deverá ser concebido e implementado programa específico de capacitação técnica ambienta para a empresa, em continuidade ao programa atualmente executado, envolvendo tanto os técnicos da QSMS quanto técnicos das demais áreas da SuperVia (Administração, Marketing, Investimentos, Jurídica, Comercial e Operação), além da alta administração da empresa. O treinamento dos funcionários da SuperVia e de seus colaboradores é um dos principais pilares em que se apóia um sistema de gestão ambiental. O conhecimento sobre a política ambiental da empresa e o entendimento de seu papel na busca dos compromissos dessa política são determinantes para a compreensão dos benefícios ao meio ambiente que podem resultar na melhoria do seu desempenho pessoal e da organização. O programa deverá identificar as necessidades em cada área e os treinamentos serem concebidos e realizados especificamente para os diversos níveis de função gerencial, técnica, operativa e de manutenção. Neste sentido, os treinamentos poderão ser voltados a: (i) Alta Administração e Equipe da Gerência Ambiental – Capacitação em gestão ambiental; Treinamentos em ISO 14.0001 com foco em Desenvolvimento Sustentável; Requisitos de SGA – Controle Operacional e Melhoria Contínua, Técnicas de Auditoria Ambiental, Tecnologias de Controle e Prevenção da Poluição. Deve-se prever, também, a participação da equipe técnica da Gerência de Meio Ambiente em seminários e eventos que tratem de temas correlatos (ii) Gestores e Líderes de Unidades - questões relacionadas a: Conceitos básicos ambientais; avaliação do impacto ambiental; diretrizes da ISSO 14.001; controle operacional de resíduos industriais; gestão de materiais perigosos; efluentes e emissões; eficiência energética; introdução à legislação ambiental federal, estadual e municipal e normas regulamentares; gestão do patrimônio histórico e cultural; etc. Este treinamento deve ser compatibilizado com a avaliação de impacto ambiental e medidas mitigadoras de cada unidade a ser implementada no sistema permanente de monitoramento e avaliação a seguir citado. 138 (iii) Funcionários das unidades de operação e manutenção - treinamento geral em conceitos ambientais; e específicos relacionados ao gerenciamento de resíduos sólidos urbanos; resíduos perigosos; óleos e graxas; efluentes sanitários; controle de vetores; etc. O programa deverá ser concebido no 1º ano do Contrato de empréstimo do Banco Mundial e ser executado na sua plenitude durante a implementação do FA. K) Estruturação e Implementação de Programa de Objetivos e Metas Ambientais Com o apoio de consultoria especializada deverá ser desenvolvido e implementado programa específico envolvendo as diversas unidades técnicas, administrativas, operacionais e de manutenção da SuperVia, contemplando as unidades do sistema ferroviário (estações, trens, via permanente, oficinas, subestações, etc..) Para cada unidade do sistema deverão ser analisadas, de forma participativa com os responsáveis e técnicos operacionais e de manutenção, as principais questões ambientais remanescentes: (i) os objetivos de qualidade ambiental; (ii) a situação atual e os riscos potenciais de desconformidade ambiental; (iii) as alternativas de solução para as desconformidades identificadas; e (iv) as metas anuais a serem atingidas por cada unidade operacional. No processo, deverá ser identificado o funcionário responsável pela supervisão e monitoramento das ações adotadas e do nível de atendimento de cada meta estabelecida. Este responsável atuará em conjunto com Gerência de Meio Ambiente. Este programa envolverá, de forma integrada, as áreas de educação ambiental , controle ambiental e gerenciamento ambiental. L) Monitoramento e Avaliação das Ações Ambientais e Sociais Com base na concepção e estruturação dos programas ambientais e sociais do presente PGA, deverá ser estruturado programa de monitoramento e avaliação para cada programa instituído. Este monitoramento deverá fornecer subsídios à Direção da SuperVia, à SETRANS e Banco Mundial para avaliação periódica dos níveis de atendimento aos compromissos assumidos com estas instituições. Relatórios específicos deverão ser produzidos para análise do atendimento das condicionantes das licenças operacionais e de recuperação (LORs) concedidas pelo INEA. 139 M) Sistema de Informações Ambientais - SIA Deverá ser elaborado e implementado um Sistema de Informações Ambientais – SIA que contenha todas as informações estratégicas da área de meio ambiente da SuperVia, possibilitando aos funcionários da empresa o acesso on-line. O sistema deverá promover o acesso à: política ambiental da empresa; a legislação de meio ambiente de interesse; à situação do licenciamento ambiental e do atendimento às condicionantes das licenças; a situação dos programas constantes do presente PGA; as instruções de serviços; o programa de objetivos e metas ambientais; o monitoramento; etc. Este sistema deve ser integrado ao Sistema de Informações Gerenciais – SIG da Supervia. N) Projetos “Verdes” Considerando as oportunidades decorrentes da preparação da cidade do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, a SuperVia estará avançando na sustentabilidade do sistema ferroviário buscando implementar “projetos verdes”. Estes projetos deverão ser concebidos no 1º ano de execução da FA-PET II e implementados até 2016, com significativa porcentagem já em 2014. Estes “projetos verdes” deverão envolver: Instalação de bicicletários em estações selecionadas A SuperVia deverá incentivar o uso de bicicletas no sistema. Inicialmente irá realizar pesquisa sobre as demandas da população usuária nas principais estações ferroviárias buscando identificar as situações de necessidade deste tipo de transporte integrado e os desejos de utilização de bicicletas pelos usuários. Com base na pesquisa deverá elaborar projeto de instalação de bicicletários, iniciando nas estações de passageiros com maior demanda e naquelas com maior dificuldade de integração com outros meios. A SuperVia deverá avaliar também as possibilidades de acesso de ciclistas (dias e horários) com embarque no último carro das composições Redução de consumo de água potável A SuperVia iniciará um processo de avaliação das possibilidades de inclusão de sistemas de redução de consumo de água potável: (i) captação e reutilização de águas de chuva quando da reforma e modernização das estações ferroviárias existentes para reaproveitamento na limpeza, em bacias sanitárias e serviços de jardinagem, etc; (ii) adequação das instalações sanitárias do sistema 140 SuperVia com a implantação de equipamentos de maior economia de consumo; Utilização de materiais e equipamentos recicláveis Nas aquisições de materiais e equipamentos, a SuperVia deverá priorizar aqueles com possibilidade de reciclagem futura. Iluminação Solar A SuperVia irá iniciar projeto piloto de substituição da iluminação externa das estações por lâmpadas de energia solar de modo a avaliar a sua viabilidade e promover programa de substituição gradativa da iluminação. Cronograma Fortalecimento do Gerenciamento Ambiental SuperVia Ações Ano 1 1 2 3 Ano 2 4 1 2 3 Ano 3 4 1 2 3 Ano 4 4 1 2 3 Ano 5 4 1 Reestruturação Gerência Ambiental Adequação Política Ambiental Capacitação Técnica Ambiental A) Concepção B) Implementação Objetivos e Metas A) Concepção Implantação e B) Manutenção Monitoramento Ações Ambientais e Sociais Sistema de Informações Ambientais A) Concepção Implantação e B) Manutenção Projetos “Verdes” A) Concepção B) Implantação 6.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL O presente programa prevê a continuidade das ações de comunicação social e educação ambiental implementadas pela Gerência de Meio Ambiente da 141 2 3 4 SuperVia, com a intensificação principalmente nos programas voltados à educação sanitária referentes aos resíduos sólidos urbanos (lixo). Propõe-se adicionalmente a criação de Ouvidoria Pública comentada ao final do presente item. Os programas, que estão citados e comentados no item 4.3.1.1 do presente relatório compreendem: A) Treinamento em Gerenciamento de Resíduos Sólidos O treinamento em Gerenciamento de Resíduos é realizado semestralmente nas oficinas da empresa e são direcionados para orientar a equipe técnica quanto aos tipos de materiais manipulados na unidade. Os funcionários devem receber treinamento para identificar e armazenar de forma seletiva os resíduos sólidos gerados, a fim de serem posteriormente descartados. B) Formação de Multiplicadores Com o objetivo de treinar os voluntários das comunidades lindeiras a fim de capacitá-los a contribuir para o processo de conscientização ambiental da população local, visando a melhoria da preservação do meio ambiente e da qualidade de vida. Este trabalho deverá ser realizado por meio de palestras educativas com foco na mudança do comportamento, ensinando boas práticas, envolvendo as famílias e as associações de moradores. Conta também com passeios a locais de referência e com trabalhos de reciclagem, procurando alertar para a possibilidade de novas fontes de renda. Os treinamentos serão realizados por especialistas contratados pela SuperVia ou por profissionais da área de meio ambiente da empresa. C) Comunicação e Programas Educacionais com a Comunidade As campanhas educativas com foco no descarte de lixo, saúde pública e boas práticas, deverão ser intensificadas envolvendo tanto as comunidades lindeiras, por meio das Associações de Moradores, Centros Sociais e Postos de Saúde, quanto organismos das Prefeituras Municipais. Compreende, também, a realização de mutirões de limpeza e ações sociais com o objetivo de conscientizar a população sobre os danos à saúde proveniente da proliferação de vetores. D) Programa Vida Vida é o programa da SuperVia que engloba as ações de Comunicação Social e Responsabilidade Social promovidas pela empresa com o objetivo de contribuir para a integração, desenvolvimento e bem estar social dos moradores das comunidades vizinhas, estudantes da rede pública e privada, funcionários e clientes, além de despertar atitudes em prol da boa convivência. 142 A seguir, os principais programas educacionais que fazem parte do Programa Vida, incluindo as ações de responsabilidade social e campanhas de saúde: Por dentro da SuperVia – Palestras para estudantes com foco sócioeducativo apresentando noções de cidadania, educação e meio ambiente; Oficinas de Capacitação – Reciclagem, Teatro e Cursos profissionalizantes; Eventos Culturais – ações culturais promovidas nas estações, comunidades e espaços próximos à ferrovia; Oficinas de Reciclagem – Capacitação de Professores, alunos, pais de alunos e moradores locais com o objetivo de despertar a criação e ensinar o ofício de reciclagem de produtos considerados sem utilização para a obtenção de uma fonte de renda; Educação ambiental nas plataformas – trabalho educativo com abordagem individualizada aos usuários indicando os riscos provenientes do lixo lançado na via férrea; E) Ações de Responsabilidade Social, envolvendo: Distribuição de cestas básicas Contratação de profissionais das comunidades lindeiras; Mutirões de limpeza nas Comunidades com apoio e mão de obra local incentivando o descarte correto do lixo e a reciclagem como fonte de renda; Campanhas de Saúde – Conscientização da população sobre os cuidados com a saúde e a prevenção de doenças; Eventos de Natal – distribuição de brinquedos nas diversas comunidades carentes ao longo da via férrea. F) Educação Ambiental dos Usuários O programa, através da Rádio SuperVia, procura sensibilizar os clientes da empresa por meio de um trabalho de conscientização. Para tanto, dentre outras ações diversas, irradia os “gingles” sobre o descarte correto do lixo, saúde pública e boas práticas. G) Blitz Ambiental O programa Blitz Ambiental prevê a participação de funcionários da empresa, multiplicadores ambientais, empresas parceiras e ONG’s em eventos nas ruas das comunidades lindeiras com o objetivo de informar a população, os comerciantes e os moradores dessas comunidades as diversas formas pelas quais a população pode contribuir para preservar o meio ambiente. Discorre também sobre os riscos associados ao descarte incorreto do lixo nas ruas, na linha férrea, em terrenos baldios e rios. 143 H) Educação Ambiental por meio do Plantio de Árvores Continuidade das ações de educação ambiental após os mutirões de limpeza realizados nas margens da ferrovia, por meio do plantio de árvores ao longo da linha férrea. 6.4 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL O programa de controle ambiental contempla a continuidade das ações adotadas pela SuperVia em atenção aos TAC-FEEMA e TAC-MP e descritas nos itens 4.3.1.2 a 4.3.1.6 constantes do presente relatório. Inclui, adicionalmente, outras ações identificadas quando da avaliação das situações de desconformidades ambientais evidenciadas pelas auditorias ambientais e no âmbito da elaboração do presente documento. Engloba os seguintes subprogramas: 6.4.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PERIGOSOS E NÃO PERIGOSOS Identificação e Caracterização dos Resíduos A SuperVia possui Instrução de Serviço IS-MAB-003, específica para os procedimentos quanto ao gerenciamento dos resíduos, incluindo a sua identificação e caracterização, baseada na Norma NBR 10004:2004 da ABNT que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública. Os Resíduos Perigosos Identificados no Processo Os resíduos perigosos que podem ser encontrados na operação do sistema ferroviário compreendem: borra óleos, trapos contaminados com óleos e graxas, tintas, solventes, vernizes, óleo, lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, solução ácida de baterias, pilhas e baterias, lodos provenientes das estações de tratamento e demais resíduos eventualmente contaminados pelos resíduos discriminados acima. Os Resíduos Não Perigosos Identificados no Processo Os resíduos não perigosos que podem ser encontrados no sistema ferroviário são: papel, papelão, plástico, vidro laminado, bombonas de detergentes biodegradáveis, embalagens plásticas, vidro comum, borracha, lâmpadas incandescentes, sucata metálica e madeira. Reciclagem e/ou Descarte de Resíduos Perigosos e não Perigosos O resíduo não perigoso e passível de reciclagem é reaproveitado (sempre que possível) ou doado para empresas, cooperativas ou órgãos públicos que necessitem do material como matéria-prima. 144 O resíduo perigoso é descartado através de empresas licenciadas e autorizadas para o descarte final de acordo com cada tipo de resíduo e a legislação vigente. Certificado de Descarte A área de Meio Ambiente preserva o certificado de descarte referente aos resíduos perigosos conforme as normas vigentes. Gerenciamento de Resíduos O gerenciamento de resíduos da SuperVia contempla os aspectos referentes à segregação, acondicionamento, identificação, transporte externo e disposição final. O descarte é feito trimestralmente ou de acordo com a capacidade dos galpões. É realizado através de empresas credenciadas e certificadas junto aos órgãos públicos ambientais. Considerando que nos últimos anos a SuperVia implementou uma série ações corretivas nas Oficinas, Estações, Subestações e Linha Férrea com a instalação de recipientes, adequação de áreas de armazenamento dos resíduos provenientes do processo produtivo (perigosos e não perigosos) e de resíduos especiais, o programa deverá focar em : A) Operação e manutenção das coletas, acondicionamento e depósito provisório Os resíduos perigosos e não perigosos são gerados fundamentalmente na oficina São Diogo e no Centro de Manutenção de Deodoro. A equipe da SuperVia realiza a coleta, acondicionamento e armazenamento provisório dos resíduos perigosos e não perigosos de acordo com as normas técnicas e ambientais. O armazenamento deve continuar a ser realizado em áreas específicas e adequadas para cada tipologia de resíduo. B) Transporte e Descarte Final O transporte e descarte de entulho é realizado por empresa contratada que disponibiliza caçambas nas áreas solicitadas pela empresa. O descarte de borracha é realizado no galpão da COMLURB, localizado em Bangu, que recicla este tipo de material. O transporte e descarte final dos resíduos perigosos são realizados somente com empresas especializadas e licenciadas pelos órgãos ambientais. Os resíduos especiais provenientes dos serviços de saúde de dois postos de atendimento médico deve continuar a ser descartado por empresa especializada. C) Monitoramento. O monitoramento da adequação do gerenciamento dos resíduos sólidos perigosos, não perigosos e especiais deve ser realizado periodicamente a cada 145 15 dias. Adicionalmente, cada responsável de área deve relatar imediatamente qualquer situação de desconformidade porventura observada. 6.4.2 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS URBANOS A SuperVia deverá complementar a adequação de unidades do sistema ferroviário para fins de coleta de resíduos sólidos (lixo urbano) deixado por usuários do sistema e lançados por habitantes de comunidades lindeiras ao longo da linha férrea. Ações Corretivas nas Estações A SuperVia deverá realizar adequações nas estações com ampliação da quantidade de recipientes para as demandas do dia a dia nos ramais ferroviários e preparação de locais adequados para a deposição temporária até o recolhimento pela COMLURB. O lixo atualmente é recolhido e acondicionado em sacos plásticos e depositado temporariamente em locais não apropriados. Ações Corretivas nas Linhas Atualmente o lixo doméstico retirado da linha do trem, nela inserido de forma irregular, é recolhido pela SuperVia e destinado para descarte através das empresas Coletrans e COMLURB. No entanto, durante as vistorias realizadas ao longo da via férrea pela Auditoria Ambiental verificou-se a existência de inúmeras áreas com acúmulo de resíduos sólidos. Notadamente junto a viadutos e passarelas que cruzam a linha férrea. A SuperVia deve adotar procedimentos, além das ações de educação ambiental e comunicação social, para evitar estes lançamentos, e se não for efetivo, coletar os resíduos periodicamente colocando-os em áreas de armazenamento provisório adequadas possibilitando posterior coleta pela empresas Coletrans e COMLURB. É importante considerar que o lixo urbano sem a coleta adequada pode se constituir em fonte significativa de vetores de doenças. Assim, mesmo que a causa da existência do lixo urbano seja externa é responsabilidade da SuperVia a manutenção das linhas férreas em estado sanitário adequado. Monitoramento O monitoramento da situação dos resíduos sólidos urbanos deve ser realizado periodicamente a cada semana. Adicionalmente, cada responsável de área deve relatar imediatamente qualquer situação de desconformidade porventura observada. 6.4.3 CONTROLE DE VETORES Consiste na adoção de procedimentos de monitoramento e controle de vetores no sistema ferroviário – via férrea, estações, oficinas, subestações, etc. 146 Entre os vetores citam-se ratos, mosquito da dengue, pombos, etc. A SuperVia deverá: (i) realizar estudo investigativo identificando em todas as unidades do sistema, os principais focos potenciais e as áreas ainda com incidência destes vetores , principalmente as estações e a via férrea; (ii) programar ações de controle dos vetores em todas as unidades da empresa pelo menos uma vez por ano e nas épocas mais adequadas a cada tipologia; (iii) Esquema especial deverá ser adotado para as áreas ainda com incidência destes vetores e nos principais focos identificados incluindo as regiões de lançamento de esgotos na drenagem e de lixo urbano. O Estudo investigativo deverá ser realizado em 2011 de modo a possibilitar a concepção de programa de controle. 6.4.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE ÓLEOS E GRAXAS A identificação dos resíduos é realizada com base nas matérias-primas, nos insumos e no processo que lhe deu origem. É realizada de acordo com a Norma NBR 10004:2004 da ABNT que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e a saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. A SuperVia possui a Instrução de Serviço IS-MAB003 sobre procedimentos quanto ao gerenciamento dos resíduos, incluindo a sua identificação e caracterização. A SuperVia adotou sistemas de caixa separadora de água e óleo como medida preventiva caso ocorra algum acidente e bacias de contenção em áreas que precisam armazenar pequenas quantidades de óleo e graxa. As caixas separadoras de água e óleo (CSAO) são higienizadas de acordo com as inspeções realizadas. A higienização e coleta dos resíduos são realizadas por empresa contratada. A SuperVia construiu também áreas de armazenamento de óleos, graxas e outros produtos inflamáveis fora da área de trabalho e de acordo com a NBR 7500, referente ao armazenamento e estocagem de produtos inflamáveis. As áreas construídas possuem dispositivos de contenção de vazamento, para o caso de acidente, através de canaletas que direcionam o produto para uma caixa seca, sem permitir o contato com a área externa. A área é bem sinalizada e no quadro de informações ficam disponíveis as FISPQs dos produtos ali armazenados. A área possui ainda extintores de pó químico para conter um princípio de incêndio na área. Atualmente as áreas que geram resíduos de óleos e graxas cumprem os procedimentos quanto ao seu acondicionamento por curto espaço de tempo na seção e posterior transferência para o galpão de resíduos, onde são armazenados de forma temporária para posterior descarte. 147 À exceção refere-se às subestações que estão com a instalação de bacias de contenção impermeabilizadas com estruturas de separação, sendo realizadas neste ano de 2011. Neste sentido, o programa de gerenciamento de óleos e graxas contempla: A) Conclusão das adequações nas subestações elétricas com a implantação de bacias de contenção em 14 subestações B) Operação adequada e monitoramento das condições de coleta e descarte de óleos e graxas 6.4.5 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE ESGOTOS E EFLUENTES A SuperVia realizou a adequação das áreas que geram efluentes industriais para adequá-las de forma a atender as normas vigentes (ver item xxx). Neste sentido, o programa prevê a operação adequada, o gerenciamento das empresas contratadas e seu monitoramento: A) Oficinas (i) (ii) (iii) (iv) (v) CMD Deodoro - Área de lavagem de peças e motores. A estação de tratamento implantada deverá continuar a ser operada e monitorada por empresa capacitada. São Diogo - Lavagem dos trens. A ETE implantada também deverá continuar a ser operada e monitorada por empresa capacitada. As caixas separadoras também deverão ser monitoradas e limpas por empresa capacitada. Monitoramento dos efluentes. Deverá ser realizada trimestralmente com a coleta, análise e relatório por empresa capacitada. Lodo das ETEs. O Lodo gerado pelas ETEs deverá continuar a ser coletado e descartado por empresa capacitada e licenciada pelo INEA. Baterias. O efluente gerado na seção de baterias deve ser direcionado para coleta provisória (bombonas de 50 litros) para posterior descarte ou para reaproveitamento no processo de manutenção das baterias. B) Estações De acordo com o disposto no item xxxx, a SuperVia deverá: Avaliar, à luz da Diretriz – DZ 0215.R-4 do INEA, as condições de regularidade ambiental de 41 estações atuais que possuem fossa séptica com infiltração no solo do efluente ou com lançamento em rede de águas pluviais; Avaliar o tratamento e lançamento de efluentes das áreas comerciais das estações; Realizar o monitoramento dos efluentes das ETEs implantadas e em operação. 148 6.4.6 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE PCB’S A SuperVia já providenciou o descarte adequado de 148 equipamentos contendo PCBs restando somente 2 transformadores que se encontram no CM Deodoro. Estes transformadores deverão ser substituídos e descartados por empresa capacitada e licenciada pelo INEA até o 1º semestre de 2012 6.4.7 MONITORAMENTO DE RUÍDOS Consiste em: Monitorar periodicamente os níveis de ruído ambiente no entorno das linhas férreas, sem e com a passagem dos trens, verificando o cumprimento dos padrões (NBR 10.151/2000). Os pontos de medição devem incluir: (i) locais junto às estações; (ii) setores lindeiros à faixa com ocupação residencial; (iii) setores com linha sobre-elevados em relação à ocupação urbana adjacente; (iv) setores sensíveis lindeiros ( hospitais, escolas, etc.) As campanhas de monitoramento devem ser realizadas com periodicidade anual Acompanhamento de eventuais reclamações da população relativas à ruído por meio do Setor de Atendimento ao Usuário, realimentando o monitoramento e a avaliação da situação. Os relatórios anuais da qualidade Ambiental deverão reoprtar a evolução da situação de ruídos e indicar a eventual necessidade de mediads adicionais de proteção acústica. 6.4.8 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS Em diversas áreas da linha férrea (via permanente), principalmente ao longo das estações e oficinas, identifica-se a brita do lastro como impregnadas de graxas provenientes das caixas de engrenagem dos trens. Apesar desta graxa não percolar facilmente quando na temperatura ambiente, a SuperVia deverá realizar: Investigação da possibilidade de contaminação do solo. Deverá ser realizada amostragem nas principais ocorrências nas estações e oficinas, buscando, inicialmente, verificar se ocorreu percolação na brita e conseqüente contaminação do solo. Caso se constate esta possibilidade, análises de solo deverão ser realizadas para dimensionar o passivo existente. Esta investigação deverá ser realizada ainda em 2011/2012. Retirada e descarte de brita impregnada. Caso se confirme a contaminação do solo, deverão ser adotadas providências para: (i) substituição dos trechos com lastro com britas impregnadas e do solo contaminado e descarte adequado; (ii) avaliação da possibilidade de contaminação de lençol freático. 149 6.4.9 PROGRAMA DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS DAS OFICINAS De acordo com o relatado no item 4.3.3 e considerando também as condicionantes constantes das Licenças de Operação e recuperação das Oficinas de Deodoro e São Diogo (ver item 4.4), deverão ser implementadas ações de investigação e avaliação da ocorrência de passivos ambientais – contaminação de solo e de água subterrânea - decorrentes do lançamento inadequado de hidrocarbonetos no solo. O programa deverá ser concebido ainda no 1º ano de execução do FA – PET II considerando a identificação preliminar de: Áreas potencialmente afetadas nas Oficinas e entorno imediato Produtos utilizados pela operação e manutenção anterior que potencialmente possam ter contaminado o solo. A concepção do Programa deverá considerar as condicionantes constantes das LORs emitidas e as seguintes normativas: Resolução CONAMA 420/09 Normas NBR 15.515-1 e 15.515-2 O Programa deverá ser submetido à análise e aprovação do INEA. 6.4.10 PROGRAMA DE ARBORIZAÇÃO Refere-se á continuidade e intensificação das ações atualmente adotadas pela SuperVia na arborização da faixa de domínio. Tem o objetivo de intervir positivamente no paisagismo da malha ferroviária, proporcionando aos usuários e a população lindeira dos cinco ramais da SuperVia uma visão mais harmoniosa, melhorando a qualidade de vida e o bem estar, recuperando pequenas áreas degradadas e incentivando uma cidade mais limpa e mais verde. São três os subprogramas previstos: Arborização Intensiva. Prevê-se a plantação e manutenção de cerca de 1.000 mudas por semestre. Reflorestamento Comunitário – com envolvimento comunitário, em trechos próximos às comunidades lindeiras e estações. Prevê-se a plantação de cerca de 500 mudas por ano. Criando Raízes – destinado aos funcionários da SuperVia. Prevê-se a participação de 20% dos funcionários por ano. 150 Cronograma Programa Controle Ambiental Ações Ano 1 1 2 3 Ano 2 4 1 2 3 Ano 3 4 1 2 3 Ano 4 4 1 2 3 Ano 5 4 1 Gerenciamento de Resíduos Perigosos e não Perigosos Gerenciamento de Resíduos Urbanos A) Ações Corretivas Estações e Linhas B) Operação Controle de Vetores A) Estudo Investigativo B) Operação Gerenciamento de Óleos e Graxas A) Adequação Bacias de Contenção Subestações B) Operação Gerenciamento Esgotos e Efluentes A) Avaliação 41 Estações B) Concepção de Eventual Adequação e Implantação C) Monitoramento Gerenciamento de PCBs Descarte de 2 Transformadores Monitoramento Ruídos Recuperação Áreas Contaminadas - Lastro A) Investigação B) Eventual retirada e descarte Investigação Passivos Oficinas A) Concepção Programa B) Implementação 151 2 3 4 Arborização 6.5 PROGRAMA DE REGULARIDADE AMBIENTAL O presente programa visa à adoção de ações de atendimento às condicionantes constantes das Licenças de Operação e Recuperação – LORs citadas no item 4.4. As condicionantes constantes das LOR IN 016658; LOR IN 016933 e LOR 016936 referente à Malha Ferroviária e às Oficinas de Deodoro e São Diogo já se encontram integralmente compreendidas nos programas ambientais constantes do presente PGA. 6.6 PROGRAMA CONCEDENTE DE ATIVIDADES CONJUNTAS COM O PODER De acordo com o disposto no item xxx, este programa visa a adoção de ações propostas no item 4.3.3. do presente relatório e que consistem em: (i) Vedação da faixa de domínio da via permanente e adequação das passagens de nível; (ii) controle do lançamento de esgotos lindeiros à via permanente; e (iii) controle do lançamento de resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) das comunidades lindeiras. Considerando que as causas dos problemas acima identificados são externas ao sistema ferroviário de passageiros e que, de acordo com contrato de concessão, a sua solução é de responsabilidade do Estado do Rio de Janeiro, propõe-se a adoção de providências conjuntas – SETRANS e SuperVia, para a articulação institucional, análise de alternativas e busca de solução(ões) 6.6.1 PASSAGENS DE NÍVEL O programa deverá se estruturar em: Estudo técnico contemplando: (i) caracterização das passagens de nível existentes (oficiais e clandestinas) incluindo os aspectos de segurança de tráfego; (ii) situação de risco à população nestas passagens de nível com operação atual e operação futura (com a operação da frota de 161 TUEs); (iii) Análise técnica, econômica, financeira, ambiental e social de alternativas para redução da situação de risco da população garantindo a operação adequada do sistema ferroviário. A análise acima deverá ser realizada separadamente para as passagens oficiais e clandestinas. Neste último caso deverão ser analisadas também as ações não estruturais para evitar novas situações semelhantes. Adoção das ações estruturais e não estruturais propostas. Responsabilidade Institucional: SETRANS e SuperVia 152 Os custos do estudo técnico estão inseridos no Componente II - Serviços de Consultoria e Estudos Diversos do FA – PET II. 6.6.2 CONTROLE DO LANÇAMENTO DE ESGOTOS LINDEIROS Com o objetivo de eliminar qualquer lançamento de esgotos brutos no sistema de drenagem pluvial da via permanente, este programa deverá contar com processo de articulação institucional entre a SuperVia e a CEDAE, com o acompanhamento da Setrans. Estes lançamentos possuem duas características distintas: (i) lançamentos diretos das residências lindeiras aos muros da faixa de domínio; e (ii) lançamento de redes. Com a identificação, pela SuperVia, dos locais de lançamento clandestino de esgotos na faixa de domínio, as seguintes providências estão previstas: Análise pela CEDAE das tipologias de lançamento identificadas, alternativas de solução, estimativa de custos, etc; Análise conjunta Setrans, CEDAE e SuperVia de programa de investimentos com o objetivo de eliminação dos lançamentos verificados; Hierarquização e Implementação dos projetos de implantação da infraestrutura necessária. Responsabilidade Institucional: Setrans, CEDAE e SuperVia 6.6.3 CONTROLE DO LANÇAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (LIXO DOMÉSTICO) Com o objetivo de reduzir, ou mesmo eliminar, o lançamento clandestino de lixo urbano na malha ferroviária, em especial próximo às estações de pssageiroaos e junto às comunidades lindeiras à faixa de domínio. Com a identificação, pela SuperVia, dos locais de lançamento clandestino de lixo na faixa de domínio, as seguintes providências estão prevista Articulação institucional da Setrans e SuperVia com a COMLURB e Prefeituras Municipais; Caracterização da situação de coleta de lixo nas regiões próximas aos pontos de lançamento; Análise de alternativas de solução para atendimento de coleta de lixo junto às comunidades próximas aos pontos de lançamento; Adoção da(s) alternativas mais viáveis; Educação ambiental e comunicação social integrada às soluções selecionadas. Responsabilidade Institucional: Setrans, COMLURB, Prefeituras e SuperVia. 153 Cronograma Programa de Atividades Conjuntas com Poder Concedente Ações Ano 1 1 2 3 Ano 2 4 1 2 3 Ano 3 4 1 2 3 Ano 4 4 1 2 3 Ano 5 4 1 Passagens de Nível A) Estudo Técnico Setrans B) Ações Estruturais C) Ações Não - estruturais Controle Lançamento Esgotos A) Análise Situação CEDAE B) Análise Investimentos C) Implementação Controle Lançamento Resíduos Urbanos A) Caracterização Situação Atual B) Análise de Alternativas de Solução C) Adoção alternativa selecionada 6.7 PLANO DE REASSENTASMENTO INVOLUNTÁRIO DE POPULAÇÃO E ATIVIDADES ECONÔMICAS Plano Preliminar de Reassentamento Involuntário de População e Atividades Econômicas - PRI, em consonância com os critérios e procedimentos da OP 4.12, encontra-se em documento separado. O PRI refere-se ao reassentamento de 80 famílias que ocupam, de forma irregular, a Faixa de Domínio da Linha Férrea em três trechos distintos. 154 2 3 4 6.8 CRONOGRAMA GERAL Programa Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 6.1 GERENCIAMENTO AMBIENTAL PET II Supervisão Ambiental FA Avaliação Periódica PGA 6.2 FORTALECIMENTO DO GERENCIAMENTO AMBIENTAL SUPERVIA Concepção Programas Operação e Manutenção 6.3 COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 6.4 CONTROLE AMBIENTAL Gerenciamento de Resíduos Perigosos e Não Perigosos Gerenciamento de Resíduos Urbanos Ações Corretivas Estações e Linhas Operação Controle de Vetores Estudo Investigativo Operação 155 Gerenciamento de Óleos e Graxas Adequação Bacias Subestações Operação de Contenção Gerenciamento Esgotos e Efluentes Avaliação 41 Estações Concepção de Eventual Adequação e Implantação Monitoramento Gerenciamento de PCBs Descarte de 2 Transformadores Monitoramento Ruídos Recuperação Áreas Contaminadas - Lastro Investigação Eventual retirada e descarte Investigação e Avaliação Ambientais Oficinas Passivos Concepção do Programa Implementação Arborização 156 6.6 ATIVIDADES CONCEDENTE CONJUNTAS PODER Passagens de Nível Estudo Técnico Setrans Ações Estruturais Ações Não - estruturais Controle Lançamento Esgotos Análise Situação CEDAE Análise Investimentos Implementação Controle Lançamento Resíduos Urbanos Caracterização Situação Atual Análise de Alternativas de Solução Adoção alternativa selecionada 6.7 IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO E ATIVIDADES ECONÔMICAS 157 7. DIVULGAÇÃO E CONSULTA PÚBLICA De acordo com os procedimentos do Banco Mundial, o Plano de Gestão Ambiental – PGA foi submetido a processo de divulgação e consulta pública. A divulgação e chamada para a consulta pública foram realizadas por meio dos sítios da Secretaria de Transportes – SETRANS (www.sectrans.rj.gov.br) e da SuperVia (www.supervia.com.br). O período de divulgação foi de 01/07/2011 a 11/07/2011 com extensão até o dia 15/07/2011. Nos sítios constavam: (i) Chamada para Consulta Pública; (ii) Descrição do processo de elaboração do PGA e Convite para a Consulta Pública; (iii) Acesso (download) ao Sumário Executivo do PGA; e (iv) disponibilização do PGA completo na SuperVia para acesso aos interessados. Adicionalmente, a Setrans e a SuperVia enviaram, por e-mail, convites para a Consulta Pública às Secretarias de Transporte e de Meio Ambiente dos municípios abrangidos pelo Sistema Ferroviário, assim como aos representantes das comunidades lindeiras e a entidades estaduais como o INEA, além de contatos telefônicos. A Consulta foi realizada no dia 11 de julho no Centro de Manutenção de Deodoro – CMD e contou com a participação de 42 participantes. As perguntas versaram principalmente sobre questões operacionais do sistema não havendo questionamentos sobre o conteúdo do PGA. 158 A seguir apresenta-se Cópia da Divulgação nos sítios da SETRANS e da SuperVia. Em anexo constam: Cópia dos Convites (e-mail) enviados às Secretarias de Transportes e de Meio Ambiente dos Municípios da Região de Influência do Sistema Ferroviário Relação de Participantes. 159 160 161 162 ANEXO I : Cópia dos Convites Padrão (e-mail) enviados às Secretarias de Transportes e de Meio Ambiente dos Municípios da Região de Influência do Sistema Ferroviário Relação de Participantes. 163 164 RELAÇÃO DE PARTICIPANTES NA CONSULTA PÚBLICA DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL DO PROGRAMA ESTADUAL DE TRANSPORTES II LOCAL DE REALIZAÇÃO: CENTRO DE MANUTENÇÃO DE DEODORO (SUPERVIA) ENDEREÇO: Rua João Vicente, no 2.150, Deodoro, Rio de Janeiro, RJ. PARTICIPANTE COMUNIDADE OU INSTITUIÇÃO Nº IDENTIDADE OU CPF TELEFONE ENDEREÇO ELETRÔNICO (EMAIL) 1 Elton Siqueira Carvalho Joule - Empreiteira 09480021-6 2 Estanislau M. Ramalho SuperVia/EPM 3007145 3 Fernando Adão Junior Joule - Empreiteira 09198706-5 (21) 7816-1180 [email protected] DBF - Consultoria e Serviços 21893655-7 (21) 9475-6263 [email protected] 11742975-3 (21) 2756-8616 [email protected] 4 Hebert de Lima Rodrigues 5 Eric da Silva Faria 6 Erinéia de S. Ripardo 7 Julio Paiva 8 Jorge de Lima Rocha 9 Nilton Torres Pinto (21) 9925-1328 [email protected] (21) 2141-9062 [email protected] Iron - Empreiteira 86950243 Fasser Engª 04368700-3 4G&C 210941607-68 SuperVia 23322 DBF - Consultoria e Serviços 058862267-66 Iron - Empreiteira 20422927-2 (21) 9864-9288 [email protected] DBF - Consultoria e Serviços 13379805-8 (21) 3407-7400 [email protected] DBF-Associados 21170352-5 (21) 9509-1521 [email protected] 14 Paulo Roberto Silva FS-Serviços - Empreiteira 82106069-5 (21) 7819-4546 [email protected] 15 Danilton F. Almeida Via Permanente 896171267-53 (21) 2141-4095 [email protected] 16 Nelson Batista dos Reis Via Permanente 121792987-81 (21) 8115-5797 nelson.reis@supervia 17 Marcio Anderson Rosa DBF Associados 10208237-7 Vicoufer - Empreiteiro 1983393 10 Gelson Francisco Portes Junior 11 Natalia Ferreira de Almeida 12 Vinicius dos Santos Souza 13 João Fillypp Barros F. Silva 18 Claudio M. A. Penna (21) 9132-5373 [email protected] (21) 7846-4463 [email protected] (21) 2457-5444 [email protected] 9619-8960 [email protected] (21)7893-5897 [email protected] (21) 8791-8513 [email protected] (21) 2457-4000 [email protected] 165 19 Claudio Nais Setrans 283082126-20 20 Bruno Guida (21) 2333-7183 SuperVia 1260343-2 21 Mônica Vieira de Souza Vicoufer - Empreiteiro 020679497-6 (21) 7860-8422 [email protected] 22 Vidigueira Coutinho Ferreira Vicoufer - Empreiteiro 316427997-34 (21) 7840-8936 [email protected] Associação Morro do Céu 882471637-72 (21) 7889-2222 [email protected] Logon Engenharia - Empreiteira 27810.D-CREA RJ Joule - Empreiteira 668664537-53 Brasaupa - empresa metalúrgica 991002209 CREA FS-Serviços - Empreiteira 05619756-9 IFP Derektas Soluções - Empreiteira 10484406-3 23 Adalberto Duarte Oliveira 24 Lloyd Gonçalves 25 Duarte Eugenio L. Rodrigues 26 Paulo dos Santos Rocha 27 Francisco Antonio T. Severali 28 Joseneia G. do Nascimento 29 Joice Ramos dos Santos (21) 8717-7683 [email protected] (21) 7821-3529 [email protected] (21) 7700-5321)divisãotecnica@joulerj (21) 2467-1154 [email protected] (21) 7811-5277 [email protected] (21) 9978-1793 [email protected] Adkk Zeller - Empreiteira 116316447-00 (21) 3171-6011 [email protected] 30 Marcos Alexandre dos Santos Derektas Soluções - Empreiteira 906030527-20 (21) 7817-5480 [email protected] 31 Maria Renata ramos Derektas Soluções - Empreiteira 9442628720 32 Haroldo Ennes dos santos Hes Serv. Eng. Ltda - Empreiteira CREA 40634-D 9288-3132 [email protected] 33 Glauco Moraes de Oliveira GM Pisos e projetos - Empreiteiro 018615303-2 7831-9120 [email protected] 34 Zelia Cristina Biaz Nardaci Iron - Empreiteira 081833387-12 CPF 8507-8601 [email protected] Iron Com. Serv. Ltda-ME 111177927-90 7309-1437 [email protected] 36 Zilda Barreto Coop Cal - Cooperativa de Manguinhos 07141858-6 9332-8464 [email protected] 37 Amidab Xavier Barreto Coop Cal - Cooperativa de Manguinhos 06637086-7 9639-5933 Cootrabom - Cooperativa de Bonsucesso 3748306 7886-9852 NCA Engº - Consultor 132335/DF 40 Cristiane Duarte Silveira Supervia 94549870 9369-0783 [email protected] 41 Ana Paula Araujo do Valle Supervia 08532577-7 9114-1313 [email protected] 42 Paulo Roberto Carvalho Targa SuperVia 03524683-4 2111-9416 [email protected] 35 Ana Carolina Souza Andrade 38 Luiz carlos Santiago 39 Alexandre Fortes (21) 7859-9331 [email protected] [email protected] (61) 3326-2725 [email protected] 166 ANEXO II: Licenças de Operação e Recuperação – LOR LOR nº IN 016658 – 18/05/2011 – Malha Ferroviária LOR nº IN 016933 – 20/06/2011 – CMD Deodoro LOR nº IN 016936 – 20/06/2011 – Oficina São Diogo 167