PUB Edition nº 99 | du 23 avril 2015 Mensuel Franco-Portugais GRATUIT O jornal das Comunidades lusófonas da Bélgica 04 O Deputado Europeu Marinho e Pinto organizou um debate na APEB em Bruxelas onde foi falar de Emigração e de Comunidades. Edition B E L G I Q U E Be José Manuel Gonçalves: novo Presidente da APEB 06 08 09 Deputada. A Deputada comunista Carla Cruz deu uma entrevista ao LusoJornal onde faz um balanço (negativo) da ação do Governo em matéria de Comunidades. STCDE. Rosa Teixeira Ribeiro é a nova Secretária Geral do Sindicato dos trabalhadores consulares e Manuela Guimarães não conseguiu ser eleita. Empresas. O brasileiro Jorge Ribas deixa a empresa Munditransfers que implantou de raiz na Bélgica mas diz que vai continuar no país com novo projeto. PUB 03 “Adoro passear a pé por Bruxelas” diz Carlos Moedas Conversa com um dos dois Comissários mais novos da UE DR PUB 13 02 Opinião le 23 avril 2015 Crónica de opinião O regresso dos que emigraram? Paulo Pisco Deputado (PS) pelo círculo eleitoral da Europa [email protected] Durante cerca de 3 anos e meio, o Governo mandou os Portugueses emigrar. Fê-lo com ligeireza e sem estados de alma, sem qualquer sentido da história nem dos problemas que estão associados à emigração. Não falamos de mera mobilidade, mas sim de Portugueses que são obrigados a partir deixando tudo para trás, sem saber aquilo que o futuro lhes reserva. Falamos de ruturas familiares e de milhares de famílias com filhos em idade escolar que vão perder um ou dois anos para se integrarem no seu novo país de residência e, provavelmente, comprometer o seu futuro profissional. Falamos de jovens com uma formação superior que vão trabalhar nas obras ou fazer limpezas. Falamos de profissionais e investigadores muito qualificados, mal pagos e sem oportunidades ou possibilidade de progredir em empresas ou na investigação. Falamos acima de tudo de um país que não tem sabido dar repostas adequadas para criar uma economia dinâmica, competitiva e criativa capaz de proporcionar empregos com boas condições aos seus cidadãos e de corrigir os desequilíbrios regionais do país. Efetivamente, nada se faz para repovoar os territórios que estão em perda populacional, o que seria muito útil para combater a emigração e a desertificação. É ofensiva, por isso, a euforia pró-migratória do Governo, que teve o seu momento de delírio quando o Eurodeputado Paulo Rangel até defendeu a criação de uma agência para facilitar a emigração. Precisamente porque a emigração tem aspetos dramáticos que este Governo nunca compreendeu, esta euforia acabou por ser refreada pela indignação generalizada e pelo coro de críticas ao Governo. O que não impediu uma reincidência da Ministra das Finanças, que em finais de fevereiro apelou sem o menor pudor à partida dos jovens desempregados com formação. No fundo, faz parte da convicção do Governo que a emigração é uma oportunidade, o que é a maior evidência da descrença dos próprios membros do Governo no país e no povo que governam. Se quem governa não acredita no país, como se pode pretender que acreditem os cidadãos que diariamente sofrem com os salários baixos, desigualdades, falta de reconhecimento e de possibilidades de evolução profissional? Surge então um grande debate sobre algumas medidas para promover o regresso dos que tiveram de emigrar, de que tem tido um particular destaque o Programa VEM, não pela sua eficácia, generosidade, abrangência ou condições (que se desconhecem), mas por ser ridículo que se proponha apenas apoiar 30 ou 40 projetos, quando só durante a vigência deste Governo emigraram mais de 350.000 Portugueses. Acima de tudo, importa explicar o contexto em que surgem estas propostas, que fazem parte do Plano Estratégico para as Migrações, que tem 5 eixos e 102 medidas. Seguindo uma tradição portuguesa de boas práticas em termos de integração de imigrantes, são-lhe dedicadas 4 eixos e 91 medidas, onde se nota um amadurecimento das propostas, con- corde-se ou não com elas. O mesmo já não acontece com as medidas dirigidas aos Portugueses residentes no estrangeiro, em que apenas 3 têm alguma novidade, sendo que as restantes 8 não têm rigorosamente nada a ver com os objetivos anunciados, uma vez que são um mero decalque daquilo que são as orientações da Secretaria de Estado das Comunidades. Reforço de serviços consulares, apoio ao movimento associativo, participação cívica e política, atração do investimento dos emigrantes, só para dar alguns exemplo do embuste que são estas medidas para atrair os que saíram do país. Aliás, estas medidas foram anunciadas sem qualquer informação adicional sobre as condições para a sua implementação. Não se sabe que critérios serão definidos, quantas pessoas se pretende abranger e que verbas que lhes serão destinadas. Ficou tudo no ar. É, portanto, uma manobra de propaganda que se destina a fazer crer que o país está muito bem e que os que tiveram de emigrar já podem voltar, precisamente agora que começam a aquecer os motores para a campanha eleitoral que culminará com eleições legislativas em setembro ou outubro. É, acima de tudo, uma instrumentalização descarada das expectativas dos Portugueses, tanto dos que estão no país, como dos que foram empurrados para a emigração. Crónica de opinião António Manuel Pereira da Costa Pinto Lic. Ciências Sociais Sociologia Que patriotismo? [email protected] Um inquérito recente - “Se houvesse uma guerra que envolvesse o seu país, estaria disposto a lutar por ele?” - recebeu como resposta afirmativa: - na Europa Ocidental 25% dos inquiridos; - em Portugal a prontidão para lutar em defesa da Pátria seria de 28%. Vejamos, no entanto, as respostas de outras latitudes: Médio Oriente e Norte de África 77%; Ásia 71%; África 56%; Europa de Leste 54%; América 48% e Oceânia 40%. A partir destes dados, a leitura que se pode fazer é que quanto melhor for o nível de vida, quanto mais direitos se possuem e mais garantias são fornecidas aos cidadãos, menor será o empenho destes na luta pela manutenção dos mesmos. Constatase, porém, que fora do espaço europeu, o conceito de Estado-Nação continua bem vivo, constituindo um fator importante para a sua afirmação enquanto tal. Não deixa de ser ainda mais simbólico que na bacia do Mediterrâneo se encontrem os extremos no empenho de lutar pela sua pátria: no Médio Oriente e Norte de África encontramos o índice mais elevado e, em contrapartida, o mais baixo nível de patriotismo situa-se na Europa Ocidental, com Portugal incluído. Que extrapolações se podem fazer a partir deste quadro relativamente à Lusa Pátria? Será que os três quartos dos Portugueses que não estão disponíveis a lutar pela Pátria não sentem que vale a pena ser Português? A que se deve este desinteresse e acomodação? Que tem falhado na construção do nosso patriotismo? Não será que estamos muito empanturrados de coisas materiais e que nos faltam ideais de vida e de conquista que são fatores importantes no preenchimento da vida de um cidadão? Não estaremos a viver um momento em que se usufrui de tudo e quase não se luta por nada? Com o terminar do “serviço militar obrigatório”, que poderia e deveria ser um complemento à formação dos jovens, não se deixaram os mais novos sem referência à disciplina e sem espírito de companheirismo ou de camaradagem? A quem foi conveniente tal decisão? Não estaremos a pagar já muito caro esta lacuna na formação da nossa juventude? Perguntas para as quais se buscam respostas. Algumas poderão ser percetíveis, mas outras carecem de uma análise profunda para se encontrarem, de uma forma escorreita, as so- luções adequadas a esta situação. Nada me move pelo espírito belicista nem tão pouco militarista, mas os dados sobre Portugal - só 28% estariam capazes de lutar pela defesa da Pátria - deve questionar todos, dos educadores aos políticos, passando pelos “fazedores de opinião”, a comunicação social, as igrejas, as instituições culturais, etc. É clarividente que no debate que se travou nas redes sociais posterior à publicação deste inquérito, se tenham mostrado “mais aguerridos” na defesa da Pátria, os militares, ex-militares ou os que tenham passado pelas fileiras. Isto mostra à evidência que estas pessoas, fruto da formação obtida e princípios inculcados, valorizam o espírito patriótico e o “amor à Pátria” que os viu nascer. Daí que se deve salientar a proposta do Presidente da Comissão Europeia Jean Claude Juncker para a criação de um Exército Europeu. O inquérito atrás citado mostra à evidência que se as pessoas não mostram apego ao seu país, muito menos terão apego por uma entidade um pouco abstrata como é a Europa. Ora, após a extinção da União da Europa Ocidental (UEO) putativo braço armado da Europa (cujo último Secretário geral foi o Embaixador Português José Cutileiro) e que após 50 anos de existência desapareceu sem deixar rastro, pode induzir-se que à Europa falta de facto uma componente com capacidade de dissuasão que possa responder e fazer face a certas e determinadas situações e possa ainda estimular e contribuir para a criação de um verdadeiro espírito Europeu. LusoJornal. Belgique | Édité par: CCIFP Editions SAS, 7 avenue de la porte de Vanves, 75014 Paris et par : APCLB,asbl, Association pour la promotion de la culture lusophone en Belgique,Zeenstraat, 121, 1933 Sterrebeek | Directeur de la publication: Carlos Pereira | Directeur adjoint: Paulo Carvalho | Collaboration: António Fernandes, Clara Teixeira, Francisco Barradas, João Godim, Luis Coutinho, Manuel Martins, Marco Martins | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: Portugalnet | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Publicité: APCLB, asbl - Tel: 0032 (0) 485. 89. 84. 09 | Les publicités sont de la responsabilité des annonceurs | Publicidade em Portugal: AJBB Network, Arnado Business Center, rua João de Ruão, nº12-1º Escrt 49. 3000-229 Coimbra. 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Carlos Moedas, antigo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, o “homem da Troika”, mudou-se para Bruxelas para se ocupar, durante 5 anos do maior programaquadro de sempre de investigação e inovação da União Europeia, o Horizonte 2020, dotado de um orçamento de quase 80 mil milhões de euros para os próximos sete anos. “A Inovação e a Investigação são a chave para o crescimento que queremos na Europa: um crescimento sustentável que promova a qualidade de vida dos europeus”, afirmou o Comissário português logo que chegou a Bruxelas. Lusa / Miguel A. Lopes As responsabilidades de Carlos Moedas Assegurar que os programas de financiamento da investigação, nomeadamente o programa Horizonte 2020, que contribuem para o pacote de medidas da Comissão a favor do emprego, do crescimento e do investimento; Promover a excelência da UE a nível internacional no domínio da investigação e da ciência e reforçar as capacidades de investigação e de inovação em todos os EstadosMembros; Incentivar as empresas privadas a utilizar os resultados da investigação para enfrentar os desafios que se colocam à sociedade e criar mais emprego de qualidade. Carlos Moedas ainda tem a família em Portugal. “Mudam-se para cá em junho, no fim das aulas” disse ao LusoJornal. Por isso, sempre que pode vai passar o fim de semana a Portugal. “Mas nem sempre posso” lamenta. A mulher é francesa, conheceu-a quando fez um programa Erasmus em França. “Os meus filhos também são Franceses” costuma dizer. No dia em que recebeu o LusoJornal tinha coordenado uma reunião, logo de manhã, com todos os Diretores Gerais da Comissão europeia. “Queria falar com eles para lhes explicar quais são os meus objetivos”. Depois fez uma Conferência sobre Oceanos em Bruxelas, seguiu de carro para Antuérpia onde proferiu um discurso para uma plateia de Reitores das Universidades europeias, reuniu com a sua equipa para preparar uma viagem à Finlândia e à Polónia, e recebeu a equipa do LusoJornal antes de seguir nessa mesma noite para Dublim. Dois dias depois, estava na Polónia e dois dias antes estava na Jordânia! Pelo meio tinha almoçado com o Rei de Espanha. Às quartas-feiras, de manhã, participa nas reuniões dos Comissários: “aquilo a que podíamos chamar de Conselho de Ministros” diz ao LusoJornal. Senta-se ao lado de antigos Chefes de Governo, quatro Vice Primeiros Ministros e 19 antigos Ministros. “Gosto muito de Bruxelas. É uma cidade cosmopolita e eu gosto de cidades cosmopolitas, onde se anda na rua e se ouvem muitas línguas diferentes” explica Carlos Moedas. “É uma cidade plana, dá para andar muito e eu gosto de andar, até porque é também uma cidade cheia de parques e de espaços verdes”. Passeia sem guarda costas - “gosto de andar sozinho” - e há quem o cruze de sapatilhas, de jeans, nos passeios da capital, por vezes no cinema. “Gosto de ir correr aos sábados para o Parque do Bicentenário” confessa. Diz que não tem tido muito tempo para fazer novos amigos. Mas garante que vai conhecendo muitos Portugueses. “As pessoas são simpáticas, aproximam-se, vêm cumprimentarme, contam-me o que fazem por cá, e assim vou conhecendo os muitos Portugueses que estão aqui. Há cá gente muito competente” diz ao LusoJornal. Na sua equipa mais próxima tem alguns Portugueses, “mas também tem de ter elementos de outras nacionalidades, num equilíbrio de homens e mulheres” garantem-nos. Tem também a particularidade de ter ido buscar um lusodescendente, Alfredo Sousa de Jesus, filho de emigrantes portugueses na Bélgica. PUB 04 Política le 23 avril 2015 “Quero levar as Comunidades para a campanha em Portugal” Marinho e Pinto reuniu com Portugueses na APEB Por Carlos Pereira Depois de ter criado o Partido Democrático Republicano, o Eurodeputado Marinho e Pinto - que integra a Aliança Liberal e Democrática no Parlamento Europeu - iniciou um ciclo de conferências, onde pretende ir ao encontro dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro. A primeira dessas conferências teve lugar no passado dia 14 de abril, na sede da Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB), em Bruxelas, que contou com uma participação de muitos Portugueses (e não só) e que terminou com um jantar. Este foi um pretexto para uma conversa do Deputado Europeu com o LusoJornal. O que foi dizer aos Portugueses na reunião da APEB? Fui conviver com eles e disse-lhes que quem dirige Portugal devia antes de iniciar essas funções, trabalhar no estrangeiro. Eu sou filho de Emigrantes, tinha meio ano quando fui para o Brasil, e sei o que é viver no estrangeiro e viver com Portugal no peito. Foi apresentar-lhes o seu novo Partido? Fui apresentar-lhes o Partido que criei, o Partido Democrático Republicano, dizer-lhes que vamos concorrer às eleições em outubro, fui pedir-lhes que votassem, que se recenseassem, porque o país está mal, mas também está mal porque muitos não votam. Fui explicar-lhes que a Europa precisa de reformas profundas. É preciso que os povos europeus descubram as pessoas com a grandeza de caráter e de visão que a Europa teve outrora, nomes como Robert Schuman, Adenauer, De Gaulle ou Miterrand, mas hoje só tem nomes de pessoas que olham mais para a sua carreira pessoal do que pela Europa. Mas decidiu fazer o caminho inverso: vai se investir na política nacional e deixar a Europa... Sim, não devo abster-me. Agora que estou na reforma é que vou começar a fazer política. Eu bem me apetecia descansar com a minha família e com os meus netos, mas acho que devo dar este contributo ao país e dar uma satisfação à minha consciência. Nunca fiz política, segui a minha carreira, fui professor, jornalista e advogado, e agora quando vi o estado do país decidi fazer mais este esforço final para ajudar a mudar o país, para ajudar, como disse na APEB, os nossos lusodescendentes. Como explica que os Portugueses de fora não se impliquem tanto na política? A distância é um fator determinante, não estamos em Portugal, não falamos em Português, não lemos os jornais portugueses como lá. Estão aqui é para trabalhar, e isso é esgotante, não deixa tanta disponibilidade. Não é como em Portugal! Leva essa imagem? Sim. Eu digo que aqui ninguém se queixa da produtividade dos Portugueses. As empresas estrangeiras com lusojornal.com Eurodeputado Marinho e Pinto na APEB de Bruxelas Portugalnet trabalhadores Portugueses têm muita produtividade. Há apenas 250 mil Portugueses recenseados no estrangeiro. Porquê? Isso é um problema de Portugal das suas autoridades que não têm promovido o recenseamento. Porque é que o recenseamento dos Portugueses no estrangeiro não é obrigatório? Sou contra o obrigatório. O Estado não tem muita confiança nos Portugueses que estão no estrangeiro. Como se mede essa falta de confiança? Veja o que acontece com os professores da Suíça. Porque razão o Estado trata tão mal os que vão ensinar a língua no estrangeiro? E porque é que não promove ações de recenseamento nos Consulados? Porque os Consulados estão mais para garantir os empregos do que propriamente para servir as pessoas. A filosofia do serviço público português não é de servir os direitos dos cidadãos, mas de garantir os direitos de quem lá trabalha. Os hospitais foram feitos para os doentes, os médicos lá dentro são os reis. Os tribunais para as pessoas não fazerem justiça pelas próprias mãos, os juízes são os reis. As escolas foram feitas para os alunos, mas os reis são os professores. Há funções determinantes nessas instituições mas é preciso reconduzi-las ao seu sentido original: servir os alunos, servir os doentes, servir os cidadãos e as empresas que precisam de respostas rápidas e justas para os seus problemas. Na prática como se resolve esta questão? Se fosse Ministro dos Negócios Estrangeiros ia ver com alguns Embaixadores e promoveria uma política maior para servir os Consulados. Não é admissível que as pessoas percam 1 ou 2 dias de trabalho para obter um documento consular. Eu quereria que os Portugueses sentissem nos Consulados uma parcela de Portugal no estrangeiro, como se estivessem lá. Recebi muitas queixas, nomeada- mente sobre o comportamento de alguns funcionários consulares, devia haver uma mudança grande nos próprios serviços consulares, estão ao serviço dos emigrantes e não de Lisboa ou do Estado. Iraque. O problema é que a Secretaria de Estado está estruturada para representar o Estado, e não as Comunidades. Podia criar-se um outro Ministério das Comunidades para tratar dos assuntos das Comunidades. Contudo, a Lei é tal que nem todos os recenseados podem votar para o Presidente da República... Os dirigentes atuais sentem-se ameaçados, não confiam nos Emigrantes e têm medo deles, o resto é propaganda. Porque é que não podem votar todos para o Presidente da República? Não somos todos Portugueses? Não tem justificação a não ser uma profunda desconfiança. Para os nossos dirigentes, para os nossos Deputados da Assembleia, há os Portugueses de primeira que vivem lá e os Portugueses de segunda que vivem no estrangeiro. Faz parte do seu programa? Sim, faz parte, será uma das preocupações. Temos Comunidades enormes no estrangeiro, devíamos ter na estrutura organizativa do Governo, uma entidade para isso. Não é uma Secretaria de Estado, isto são interesses da cidadania dos Portugueses. Todos os emigrantes são casos de sucesso, porque ganham aqui dinheiro que não ganhavam lá e levam o dinheiro para lá. Pessoas que viviam em grande pobreza, levam daqui carro, constroem lá casa, constituem o seu património com dignidade e o Estado não olha para eles como pessoas de sucesso. Eu vejo muitas vezes a forma depreciativa como olham para os Emigrantes que estão ligados à sua terra, às suas tradições, ao seu folclore e muitas vezes são criticados. Se for eleito este é um dos assuntos que vai resolver? Se eu tiver influência política nas próximas eleições legislativas, pode gravar aí que será uma das primeiras medidas que farei. Não posso aceitar que os Portugueses no estrangeiro sejam menores civicamente do que os Portugueses que estão em Portugal. Vai apresentar candidatos em todos os círculos eleitorais, inclusive na emigração? Sim, claro que sim. Em Portugal, a nossa base organizativa é concelhia. Queremos recuperar a velha tradição no municipalismo português. Aqui é por núcleos. Estamos a avançar com um núcleo na Bélgica, outro no Luxemburgo ou ainda em França. Os órgãos serão sempre representantes das bases dos inscritos e não da Direção Nacional. Durão Barroso prometeu há anos, em campanha eleitoral, a criação de um Ministério das Comunidades. Qual a sua opinião? Ministério ou Secretaria de Estado? O Durão Barroso é um carreirista da política, um mentiroso, é um tal que disse que viu as provas de existência de armas de destruição massiva no Acha que a nossa cultura aqui é ligada ao folclore e à tradição? A cultura de cada pessoa é ligada à sua terra, aquilo que mais deliciava os meus pais no Brasil era o folclore, a minha era outra. Mas eu no estrangeiro sou capaz de ouvir com satisfação música popular portuguesa que lá não ouço. Porque estou fora, estou afastado. É verdade que a situação hoje mudou muito, a nova geração não é a mesma como a dos meus pais de 1951! Já o ouvi criticar que os Políticos em Portugal não estão lá por mérito mas porque são dos Partidos. No seu partido não vai acontecer isso? Não vai haver Jotinhas. Somos todos adultos. Estarão na direção do Partido Democrático Republicano os melhores, jovens ou velhos, procuramos sempre através do mérito individual. Queremos promover o mérito. Não temos os melhores à frente do país, não temos os melhores à frente das empresas públicas, temos os mais servis. A corrupção é o cancro da cidadania. As melhores empresas não são aquelas que produzem melhor e mais barato, são aquelas que pagam as maiores comissões... E não veio encontrar isso nesta casa? É uma pergunta embaraçosa. Eu defendo no Parlamento Europeu o mesmo que defendo para a Assembleia da República em Portugal, um rigoroso sistema de incompatibilidades a começar pelo exercício da advocacia e da função de Deputado. Quem é Deputado não pode ser advogado, e quem é advogado não pode fazer leis. Faz então um balanço positivo deste encontro na APEB? Sim. Eu sempre que ouço falar português, gosto. E gostei de lá estar, senti-me como quando estive no Brasil. Foi uma primeira visita a uma associação portuguesa em Bruxelas? Já tinha estado em contacto, mas não de uma maneira institucional. Tenho outras visitas programadas em outros países, onde houver Portugueses sinto-me em casa. Mas vai levar as Comunidades para a campanha em Portugal? Sim, claro. Enriqueço-me muito com o contacto das pessoas. Vou levar as Comunidades para a campanha, e procurarei intensificar as ligações com as Comunidades pela Europa e pelo mundo. Não temos financiamento, nem apoios, vamos negociar um empréstimo ao banco para financiar a nossa campanha, vai ser uma campanha muito humilde. Mas queremos mudar Portugal, colocar o Estado ao serviço dos Portugueses e não vice-versa. Fica cá em Bruxelas até quando? Eu deixarei Bruxelas se for eleito Deputado à Assembleia da República, trocarei o Parlamento Europeu pela Assembleia da República em Portugal. Com prejuízos pessoais, porque aqui as remunerações são muito maiores, mas trocarei claro. Prometi isso aos Portugueses. Política le 23 avril 2015 05 PSD / Bruxelas participou na reunião Marco António Costa reuniu com as estruturas do PSD na Europa Por Carlos Pereira Muitas questões serão transmitidas aos órgãos respetivos. A reforma do sistema político em Portugal, é um tema que carece também do apoio do Partido Socialista e sabemos que o PS tem tido uma grande desconfiança ao voto dos emigrantes. O PS não se sente confortável entre os emigrantes, esta é a sensação que eu tenho. Na própria campanha eleitoral há matérias que foram aqui levantadas e que por razões de reserva vou guardá-las para o Programa eleitoral. Quanto à RTPi, irei solicitar uma audiência ao Conselho Geral Independente, que é a entidade que agora supervisiona o serviço público de televisão, para de viva voz transmitir este descontentamento. O Vice-Presidente do Partido Social Democrata (PSD) e Coordenador Permanente da Comissão Política Nacional, Marco António Costa, participou numa reunião que teve lugar em Paris, na sede do partido francês UMP, que juntou as estruturas do PSD na Europa, incluindo a da Bélgica. Para além de Marco António Costa, participaram na reunião o Secretário Geral do PSD, Matos Rosa, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e os três Deputados do PSD eleitos pelos círculos eleitorais da emigração: Carlos Gonçalves, Carlos Páscoa e Maria João Ávila. No final da reunião, Marco António Costa fez um balanço positivo da jornada. Que balanço faz desta reunião? As pessoas oriundas de diversos países europeus têm ângulos distintos sobre as questões, mas há um ponto comum que é um sentimento de orgulho pelo facto de Portugal ter conseguido passar uma das fases mais conturbadas da sua época contemporânea e de ter conseguido, após a bancarrota de 2011, vencer a fase do programa de resgate, ter normalizado a situação económica do país e estar a normalizar também socialmente LusoJornal / Carlos Pereira essa situação. E que questões lhe colocaram? Colocaram-nos questões concretas que têm a ver com o problema do recenseamento, com o voto eletrónico, com o problema de a RTP Internacional não transmitir a imagem do país que somos mas sim de um país que fomos há vários anos atrás, abordando temas que não servem as Comunidades. Também trouxeram uma análise positiva sobre as Permanências consulares. É de facto uma inovação que este Governo introduziu recorrendo a meios tecnológicos e este é um processo que está em avaliação contínua. Apesar de haver uma avaliação positiva, reclama-se hoje mais serviços oferecidos eletronicamente através dos sites do Ministério dos Negócios Estrangeiros à nossa Comunidade. Trouxeram também questões que se prendiam com matérias muito próprias do ensino do português com pequenas matérias de natureza burocrática dos recibos pela Propina paga, são informações do quotidiano da vida do cidadão que encontram obstáculos em matérias muito pequenas mas que se transformam em pequenos obstáculos com grandes perturbações para a vida dos cidadãos. E agora, qual é o próximo passo? Sentiu que o Partido está bem organizado na Europa? Sim, precisamos sempre de melhorar, mas não há organização que seja perfeita nem há processo de modernização que esteja perfeito. Foi importante estar aqui também o Secretário Geral, Matos Rosa, a acompanhar estes trabalhos. O PSD / Bruxelas esteve representado por Alfredo Sousa de Jesus e na sessão final, já aberta aos jornalistas, participou a Deputada da UMP e exMinistra, Valérie Pecresse. PUB 06 Política le 23 avril 2015 Balanço é “extremamente negativo” em síntese Deputada Carla Cruz faz balanço da ação do Governo em matéria de Comunidades Por Carlos Pereira Passos destaca fundos para os emigrantes investirem em Portugal LusoJornal / Luis Gonçalves O Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho, destacou como “novidade” do programa de fundos comunitários 2014-2020 a disponibilidade de uma parte do financiamento para os Emigrantes investirem em Portugal e eventualmente regressarem, sem referir valores. No encerramento de uma conferência sobre o programa de fundos comunitários Portugal 2020, em Oeiras, Passos Coelho afirmou que “Portugal sempre foi um país de diáspora” e, sobre os “últimos anos”, considerou: “Nós tivemos uma intensificação desse movimento emigratório, que se desviou menos do que muitos pensam daquilo que é a nossa tendência ancestral, e moderna”. “Mas, na verdade, aconteceu, e é muito importante que nós tenhamos hoje condições - sobretudo quando estamos a olhar para os próximos sete anos - de pensar que uma parte do financiamento de que vamos dispor possa também estar disponível para aqueles que, por qualquer razão, precisaram de sair do país, e que veem hoje, com a experiência que adquiriram, com o percurso que fizeram, uma oportunidade para investir em Portugal, ou num percurso em Portugal, ou para regressar a Portugal”, acrescentou. “Hoje nós temos também algumas condições para que eles possam candidatar-se, pelo menos na área do empreendedorismo, ao Portugal 2020”, salientou. Passos Coelho apontou esta “elegibilidade para Portugueses não residentes” como “uma novidade, entre outras”, do novo programa de fundos comunitários, num discurso em que criticou a aplicação destas verbas no passado e considerou que é preferível “não gastar a gastar mal” o dinheiro proveniente da União Europeia. “Não estou com isto a dizer que é preferível devolver. É preferível gastar bem e, se for preciso não gastar para evitar gastar mal, eu prefiro não gastar a gastar mal. Se isto acrescentar uma diferença sobre o passado eu ficaria satisfeito”, afirmou. lusojornal.com tir nos organismos próprios essas alterações, de momento devemos trabalhar para aumentar a participação dos Portugueses. A Deputada Comunista Carla Cruz, embora tenha sido eleita por Braga, acompanha os assuntos relacionados com a Emigração e com as Comunidades portuguesas na Assembleia da República. Numa entrevista ao LusoJornal, tece comentários sobre a ação governativa em matéria de Comunidades. E isso não passa pelo recenseamento obrigatório? Em Portugal é automático, aqui desconhecia que não era automático. Vou levar esse registo e falarei aos meus Camaradas. Isso não faria com que as pessoas fossem votar, mas que as pessoas percebam a importância da sua participação. Para isso há uma responsabilidade governativa que tem de garantir que haja condições para a participação. Como veio ter a si esta pasta? Com a reorganização de tarefas no Grupo parlamentar e como eu já estava a acompanhar a política internacional fiquei a acompanhar as Comunidades portugueses desde setembro. Estando eu na Comissão dos Negócios Estrangeiros, já acompanhava um pouco estas questões. A Assembleia da República não trata só de fiscalizar a ação governativa para a área das Comunidades, da língua e da rede do ensino do português, como também apresentar propostas concretas que permitam resolver os problemas dos Portugueses espalhados pelo mundo. Que balanço faz da atual Legislatura? No que toca a política do Governo do PSD/CDS-PP é extremamente negativo. Por um lado os problemas que foram colocados com a redução das redes dos Consulados, a não afetação dos recursos humanos, mas também uma redução da rede do ensino do Português no estrangeiro. Num contexto em que nestes últimos anos saíram mais de 300.000 Portugueses, muitos dos quais com famílias, deviase apostar na valorização do ensino do Português e dos professores, e pelo contrário assistimos a uma destruição dessa rede de ensino. Outra questão avaliada negativa foi a não intervenção nas redes de contratação ilegal de Portugueses. Quase semanalmente recebemos relatos de Portugueses que são aliciados para irem trabalhar para o estrangeiro não só na Europa, e depois ficam desprotegidos em situação de fragilidade. É difícil resolver esse problema... Não é uma área fácil de facto, exige a intervenção de vários Ministérios, mas é importante criar estruturas de apoio à emigração e de combate a essas redes clandestinas e o Governo tem de criar estruturas nas suas Embaixadas e Consulados que deem resposta às dificuldades com que se deparam as Comunidades. As políticas que foram seguidas nestes últimos 4 anos que se refletem na quantidade de Portugueses no desemprego sem subsídio que saem de Portugal... porque este Governo incitou os Portugueses a saírem de Portugal... Se fosse o PCP, fechava as fronteiras? Não. O Partido Comunista tem uma política alternativa, na criação do emprego por via da aposta nacional e da sua valorização, e o que é fundamental é pormos os setores estratégicos nacionais no controlo público isso temos a certeza que iria criar condições diferentes para que os Portugue- Sobre a questão do ensino, valorizar e certificar esse ensino não é um passo positivo? O Governo tem dado um grande passo nesse sentido. Mas temos sido confrontados e já confrontámos várias vezes o Secretário de Estado, sobre a certificação. A questão da certificação pode ser apenas um aspeto de reconhecimento da sua competência linguística, mas depois é importante as condições em que o ensino do Português está a ser ministrado. LusoJornal / Mário Cantarinha ses permanecessem em Portugal. O PCP votou contra a nova Lei do Conselho das Comunidades, mesmo se esta Lei é bem próxima da proposta do PCP. Porquê? Pois votamos contra a Lei. Tínhamos uma Proposta de Lei alternativa, e votamos contra esta porque consideramos que ela não resolve as questões fundamentais. A questão do financiamento do CCP não lhe dá meios para alcançar os objetivos a que estão confiados. Por outro lado, só podem votar os Portugueses recenseados para a Assembleia da República e não todos os Portugueses emigrantes, e isso vai reduzir o nível de participação. O que destacaria de mais positivo na ação do Governo nesta área? As Permanências consulares? As Permanências consulares não resolvem o problema dos fechos dos Consulados. As Permanências foram um mecanismo que o Governo encontrou para minimizar mas não minimiza. Ainda há tempos estive com um responsável de um Consulado e ele próprio dizia que não resolve. E porque não resolve? Não resolve porque o que seria importante é que a rede pudesse estar perto dos Portugueses, não estamos a defender um posto em cada cidade, mas sim de proximidade. O que sentimos é que os Portugueses têm cada vez mais dificuldades. Outro aspeto negativo da atuação deste Governo tem a ver com a criação de call centers que estão a tratar de questões de natureza muito delicada e ninguém sabe quem está a tratar disso. O PCP nunca aderiu ao voto eletrónico, porquê? Não pensamos que seja a forma mais adequada. A participação deve ser presencial, deve-se criar as condições para que possam votar. Mas é difícil pôr mesas de voto fora dos postos consulares... Nada é impossível, se os Portugueses perceberem que o seu voto conta, e nós temos o maior respeito por todos os que votam. Nós não temos Deputados pela Emigração e temos uma ação muito ativa nesse acompanhamento... Se a pessoa perceber que está a votar para o futuro do país, as pessoas fazem talvez o sacrifício de votar nem que tenham de votar longe. Temos de combater a abstenção. As pessoas votam cada vez menos porque sentem que quem nos tem governado são Partidos ou pessoas que não cumprem as suas promessas ou que estão envolvidos em casos e por conseguinte sentem que não estão bem representadas. Mas não acredito que as pessoas façam 400 km para ir votar... Depende. Também há a responsabilidade e o militante comunista sente a responsabilidade de votar e a importância que é o reforço do Partido pois, quantos mais Deputados tivermos, maior é a nossa capacidade de intervenção. A comunicação social tem um papel importante de informação e de esclarecimento para que os Portugueses não se abstenham. Mas porque é que acha que o voto eletrónico não é uma boa solução? Essa é uma discussão coletiva, o Partido Comunista Português nunca se opôs à discussão, certamente teremos que debater sobre essa questão, de momento a nossa posição é esta, precisamos de ouvir as bases e de discu- Não há um único ponto positivo no Governo? A Certificação é sempre positivo, não acha? Poderia ser uma boa intenção, mas depois quando se traduz isso para a realidade, não há uma grande tradução. Em termos práticos o que poderá ser uma mais valia, tem a ver com as condições em que o ensino é ministrado. Há uma rede cada vez mais diminuída de professores e há turmas em que os níveis de ensino são díspares e isso em termos de capacidade de aprendizagem é muito complexo. O professor não pode acompanhar da mesma maneira os alunos. E depois há a questão da desvalorização social dos próprios professores do ensino que sistematicamente têm sido desvalorizados e que não sabem o que lhes vai acontecer. As comissões de serviço terminam agora em agosto e isso cria instabilidade. Eles não sabem se continuam ou se ficam. Existe na Constituição Portuguesa um princípio que é: ao Estado compete a promoção e divulgação do ensino da língua portuguesa no estrangeiro através de uma rede de ensino do português e não podemos desmantelar essas estruturas para depois não termos resposta. O que podemos é correr o risco de perder um elemento central da nossa identidade que é a língua e o estudo da cultura portuguesa. Na próxima eleição, os Candidatos do PCP por este círculo eleitoral vão continuar a ser emigrantes? Sempre defendemos nas listas nacionais e na emigração que sejam os Camaradas que vivem nos conselhos ou nesses países que sejam os seus legítimos representantes. Eu sou eleita pelo distrito de Braga, sou de Braga, regresso ao meu distrito sempre à sexta-feira porque é isso que sempre nos dá um conhecimento da realidade para levarmos ao Parlamento. Política le 23 avril 2015 07 Delegação foi entregar uma carta ao Luxemburgo, em mão própria Candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar interpela o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas A visita do Secretário de Estado das Comunidades José Cesário ao Luxemburgo, por ocasião das comemorações do 35º aniversário da associação CASA, na sexta-feira dia 10 de abril, constituiu uma oportunidade que a candidatura cidadã Livre/Tempo de Avançar se deslocasse de Bruxelas e aproveitar para entregar em mãos, ao representante do Governo português, uma carta. Essa carta contém “uma série de questões prementes que afetam todos os Portugueses espalhados pelo mundo, portugueses esses cujo número não para de crescer” dizem os subscritores. O LusoJornal teve acesso ao documento e transcreve-o na íntegra: “Exmo. Senhor José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Numa altura de enorme aumento da emigração, com centenas de milhar de novos emigrantes por ano, os subscritores e subscritoras da candidatura LIVRE/Tempo de Avançar residentes no estrangeiro gostariam de chamar a atenção de V. Exa. para uma série de problemas que afetam todas as pessoas portuguesas emigradas. Assim: 1. Questionamos a ausência de medidas destinadas a promover o envolvimento da diáspora na vida cívica e política do país, nomeadamente através da participação eleitoral. Tal como acontece com os cidadãos e cidadãs residentes em território nacional, é fundamental automatizar o recenseamento para a população emigrante, vinculando-o à inscrição consular e à alteração do local de residência. É também essencial alargar e simplificar as modalidades de voto em mobilidade, nomeadamente avaliando a possibilidade de introdução do voto eletrónico e facilitando o uso do voto por correspondência; 2. Insistimos na necessidade de Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas Lusa / Manuel de Almeida dotar a nossa rede diplomática e consular com os meios necessários para que os Portugueses e Portuguesas emigrados recebam do Estado o apoio que merecem. Não é aceitável que o Governo e a suas políticas de austeridade continuem a empurrar tantas pessoas para fora do país, ao mesmo tempo que se diminuem os recursos e serviços destinados ao acompanhamento e valorização da diáspora. O crescimento da população emigrante implica um esforço redobrado da parte do Governo para não perder os contributos de todos estes Portugueses e Portuguesas. Por isso, os Consulados deveriam estar a promover uma campanha abrangente de recenseamento dos cidadãos, em vez de permanecerem passivos ou, ainda pior, dificultarem o recenseamento através de atrasos no atendimento e de manifestas insuficiências nos serviços prestados, com a passagem à reforma de inúmeros funcionários que não são substituídos; 3. Alertamos para a visão minima- lista do papel dos poderes públicos na promoção da língua portuguesa que, no recente Plano Estratégico para as Migrações, é remetida para “iniciativas e projetos do movimento associativo”. O Estado não pode continuar a demitir-se das suas responsabilidades nesta matéria, devendo pôr fim ao desinvestimento crónico de que o Instituto Camões tem sido objeto e atribuir mais recursos humanos e materiais ao Ensino do Português no Estrangeiro, devolvendo-o à competência do Mi- PUB nistério da Educação e abolindo a imposição de uma Propina - que é ilegal, visto o ensino ser gratuito, nos termos da Constituição; 4. Lamentamos que a reformulação do CCP e o recém-adotado Plano Estratégico das Migrações não tenham sido realizados em colaboração com a Comunidade emigrante. Receamos ainda que o novo CCP venha a ser um órgão esvaziado e fraco, que dê uma ilusão de abertura às Comunidades emigrantes sem, no entanto, permitir a sua participação plena e efetiva nos processos de decisão política. É muito pouco encorajador que o número de eleitores para os membros deste órgão tenha sido drasticamente reduzido com as novas regras: se antes podiam votar todos os Portugueses e Portuguesas inscritos num Consulado, agora só pode votar quem esteja recenseado para votar num Consulado português no estrangeiro - reduzindo em centenas de milhar o número de potenciais eleitores. O anúncio do ato eleitoral do CCP para antes do verão também não nos deixa confiantes em relação à transparência e legitimidade do processo. Numa altura em que a população emigrante não para de crescer, em vez de maior abertura e inclusão, o Governo parece estar ativamente a afastar e a marginalizar da vida cívica e política os Portugueses e Portuguesas residentes no estrangeiro, em flagrante contradição com a Resolução 2043 da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, de 6 de março de 2015, relativa à participação democrática dos Emigrantes na vida política no país de origem. Portugal é hoje o 12º país do mundo com o maior número de emigrantes por total de população - cerca de 2 milhões, de acordo com estimativas recentes das Nações Unidas. A Diáspora portuguesa não pode continuar a ser considerada um ramo subalterno da nossa política externa. Assim, consideramos fundamental que o Governo de V. Exa. encare a participação cívica inclusiva dos e das Emigrantes, e a sua representação política, como fazendo parte do seu mandato, bem como do processo de aprofundamento da democracia em Portugal e de promoção da língua portuguesa no mundo. Os e as Emigrantes portuguesas (tanto recentes como de longa data) são parte integrante da vida do país e têm de ser tratados como cidadãos e cidadãs de pleno direito. As suas remessas dão um importante contributo para o desenvolvimento e merecem, no mínimo, que o Estado reconheça e respeite a importância da Comunidade emigrante para o futuro de Portugal. Porque a emigração portuguesa merece uma política coerente e inclusiva, gostaríamos de convidar V. Exa. para uma reunião com representantes da Diáspora portuguesa, a agendar conforme a disponibilidade de todas as partes, para discutir estas questões”. lusojornal.com 08 Sindicato le 23 avril 2015 Nova Secretária Geral do STCDE Rosa Teixeira Ribeiro venceu as eleições para o Sindicato dos Trabalhadores Consulares Por Carlos Pereira que nos une é mais importante do que o que nos divide, se calhar temos formas de apresentarmos coisas de maneira diferente, mas penso que a nossa vontade é exatamente a mesma. Eu acho extremamente positivo que no universo dos 1.100 sócios que temos, encontramos 74 pessoas candidatas, dispostas a trabalhar para o Sindicato. Nós inscrevemo-nos numa continuidade: herdamos o passado e queremos modernizar. A lista B, liderada por Rosa Maria Teixeira Ribeiro, venceu as eleições para os corpos gerentes do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCDE), que decorreram durante a Assembleia Geral do Sindicato, que teve lugar em Paris. Rosa Teixeira Ribeiro, funcionária do Consulado Geral de Portugal em Paris, obteve 416 votos, enquanto que a candidata da lista A, Manuela Guimarães, funcionária da REPER em Bruxelas, obteve apenas 213 votos. Rosa Maria Teixeira Ribeiro, que já foi, pelo passado, Secretária Geral do STCDE, respondeu às perguntas do LusoJornal. Quais os eixos dessa modernização? Vamos tentar criar um indicador do custo de vida próprio aos trabalhadores consulares porque estou farta que se fale do indicador de custo de vida da ONU que se aplica aos diplomatas com escalas salariais que não têm nada a ver com as nossas. Queremos que os nossos colegas possam consultar os seus processos, queremos ter mais visibilidade externa, temos de nos aproximar mais e trabalharmos mais com as associações e com as entidades, temos que aparecer publicamente porque o que caracteriza a nossa lista é porque somos conhecedores dos problemas dos Consulados e das missões diplomáticas e alguns de nós tiveram a possibilidade de testar algumas coisas nos seus postos. Que argumentos considera que foram importantes para ganhar? Talvez a determinação, a energia, a proposta de coisas diferentes, talvez a necessidade de efetuarmos uma transição porque há velhas receitas que hoje já não funcionam e que eu soube dar essa abertura às pessoas. Depois desta divisão, como vai agora unir o Sindicato? Não houve divisão. O facto de haver duas listas quer dizer que havia mais pessoas com vontade de trabalhar. O LusoJornal / Carlos Pereira Que tipo de ações imediatas vão fazer? A questão das 44 horas que são indignas, o estatuto do Camões que continua a ser atirado para o ar. Há uma questão fiscal que me parece muito importante, porque nós trabalhamos no estrangeiro e pagamos impostos como se estivéssemos em Portugal, não levam em conta a nossa especificidade prestação no estrangeiro. Há a questão da revisão de carreira, temos de rever tabelas salariais, temos de rever todas essas flutuações de divisas que fazem com as pessoas perdem de um dia para o outro uma percentagem demasiado importante do seu salário. São muitas frentes abertas. Vamos ter uma fase de transição, temos de nos fazer conhecer porque a equipa é nova. Vai mudar-se para Lisboa? Vou ter que me mudar para Lisboa, temos que estar lá para nos fazermos ouvir e é onde está a sede. Os sócios têm de saber que podem contactar-nos a qualquer momento e eu faço questão para voltar ao contacto, para termos ainda mais sensibilidade e ouvir individualmente os sócios. Vamos organizar uma ronda de reuniões. Eu gostaria que nos comportássemos como dirigentes sindicais e não como delegados sindicais do único posto que nós conhecemos e onde trabalhamos. Manuela Guimarães não conseguiu convencer os seus colegas funcionários consulares Por Carlos Pereira Manuela Guimarães, funcionária da REPER em Bruxelas, não conseguiu ser eleita Secretária Geral do STCDE. O LusoJornal entrevistou-a à saída da Assembleia Geral, quando ainda não tinham sido proclamados os resultados finais, mas quando já se confirmava a eleição de Rosa Maria Teixeira Ribeiro. Ao que deve esta derrota? O voto é soberano, mas neste caso há um grave problema que é o voto por procuração. Em circunstâncias em que tudo vai bem, funciona muito bem, mas em circunstâncias onde haja posições diferentes já à partida, os meios não são os mesmos. A face externa do Sindicato era de facto a do Alexandre Vieira. Pensa então que o Alexandre Vieira, por estar a trabalhar no Sindicato e ser candidato, influenciou o voto? Influenciou e o processo é complicado. Começaram a chegar procurações quando ainda não haviam listas formadas. A Comissão eleitoral teve de resolver de boa fé, estabelecendo regras e modelos de procuração em que houvesse a certeza que a decisão da pessoa tinha sido tomada já depois da entrega das listas e nesse sentido houve um acordo de boa fé e as pessoas confirmaram a sua decisão, quanto a isso não tenho nada dizer. O futuro dirá. lusojornal.com Sinto-a desiludida... Continuo a bater na mesma tecla, o sindicalismo faz-se com solidariedade e na defesa de todos, somos um Sindicato que tem problemas muito díspares, desde segurança social, o IRS, culturas de trabalho em diferentes locais do mundo e a perspetiva do dirigente nacional não pode ser a perspetiva de um delegado sindical e um dirigente local que passa à Direção Nacional não pode comportar-se na Direção Nacional, como se fosse um dirigente local. O Jorge Veludo foi sempre garante dessa perspetiva de equilíbrio de direitos de todos os trabalhadores e da sua dignidade e sempre lutou para que nós nos defendêssemos com dignidade institucionalmente. As vezes surpreendome com os nossos colegas. Não podemos definir um quadro que seja dependente do bom diplomata. Estamos numa sociedade democrática, a lei aplica-se a toda agente, não é uma situação de favores, nem de relações pessoais. Pensa que isso está posto em causa nesta nova Direção? Eu temo sinceramente, porque se não tivesse sentido isso, não tinha havido a necessidade de apresentar duas listas. Neste momento apanhamos de todos os lados, somos muito controlados pelo quadro legal da Administração pública, temos aquele artigo no nosso estatuto que é o respeito pelas leis locais, não conseguimos fazer pas- sindical dos Consulados e Embaixadas. Estão a tentar estabelecer contactos para ver se conseguem que seja reconhecida essa Comissão paritária para os trabalhadores das Embaixadas que logicamente vão dar-nos melhores condições. os problemas dos colegas da Suíça se resolvem. Não quero contestar. Defendemos sempre estar atentos à variação cambial e à inflação. No que diz respeito à variação cambial, defendemos que os colegas deviam ter sempre a garantia de receber o mesmo salário na moeda local. O STCDE não devia estar nesse combate? Eu tenho participado nas reuniões. Hoje eles apoiam-nos a 100%. Queriam fazer um género de protocolo connosco, que seria algo inovador. Foi aqui votada um alteração estatutária que permitirá para não haver dupla filiação, a sindicalização faz-se no STCDE e depois o STCDE reverteria uma pequena parte da quota para o outro sindicato que nos daria o mesmo apoio das condições deles. Houve muitos membros da lista vencedora que votaram contra ou abstiveram-se. Tenho que ver como as coisas se processarão. Gostava de continuar ligada a esse movimento belga. Acho que é um reforço à nossa ação sindical e eu não vou em discursos de sindicalismos fora de moda, temos que adaptar-nos como podemos ser mais eficazes, mas na solidariedade. Vai continuar a ser Delegada sindical a nível local? Tenho que pensar, mas sindicalizada, em Portugal ou na Bélgica, seguramente que sim. Na Bélgica está a surgir pela primeira vez um movimento muito interessante que é uma inter A lista A, apresentada por Manuela Guimarães, integrava também Maria Celeste Nantes das Neves, da Embaixada de Portugal em Bruxelas (Mesa da Assembleia Geral), José Campos, reformado Embaixada de Portugal em Bruxelas (Direção Nacional) LusoJornal / Carlos Pereira sar uma imagem para a comunicação social pois equiparam-nos muitas vezes como se os trabalhadores consulares tivessem os mesmos privilégios que os diplomatas. E é completamente mentira. Agora na Suíça fala-se dos Diplomatas que reclamam que estão a perder dinheiro com o abono de representação, mas eles continuam a ter o salário deles, a ter a renda de casa paga, continuam a ter os subsídios que têm. Rosa Teixeira Ribeiro quer criar um índice de custo, certo? Isso, logo se verá. Ficarei muito feliz se Empresas le 23 avril 2015 09 Empresário implantou a empresa de raiz na Bélgica Jorge Ribas deixa a empresa de pagamentos e câmbio Munditransfers Por Paulo Carvalho O gestor brasileiro das lojas portuguesas Munditransfers, Jorge Ribas, colaborador da empresa desde 2005, deixa a empresa após quatro anos na Bélgica, mas antes, diz que “agradeço a todos que me ajudaram e colaboraram no meu projeto para instalar e solidificar as unidades na Bélgica”. Com mais de 40 anos de mercado de trabalho, a experiência profissional de Jorge Ribas está mais do que comprovada e parte agora para “novos desafios” que não deseja ainda revelar. Uma coisa diz ter a certeza: “continuarei no país que adotei como minha residência principal, depois de ter vivido e trabalhado em Portugal muitos anos”. Quando Jorge Ribas chegou a Bruxelas, começou tudo do zero. Estudou o mercado e o seu comportamento, deu os primeiros passos e fez todas as formalidades necessárias com as autarquias locais e o banco Belga. Com base em aulas particulares de francês, lançou as lojas, desde a decoração, a segurança e o pessoal indicado para as formar nos mesmos moldes das unidades portuguesas. Investiu também muitas energias na área do marketing, trabalhando e promovendo a imagem e o nome da Munditransfers no mercado belga. Para ajudá-lo, contou com a presença do filho Raphael Soares, pessoa da sua total confiança: “Agradeço de coração à pessoa que confiou no meu filho e em mim a responsabilidade de implantar a Munditransfers na Bélgica”, afirma Jorge Ribas ao LusoJor- nal. “No início não foi fácil. Depois das lojas montadas, havia um outro trabalho que era de ter de fazer com que as pessoas entrassem nas lojas e acreditassem no nosso trabalho. Foi preciso conquistar e criar a confiança dos clientes. E isso nós conseguimos sob a minha direção”, orgulha-se. Jorge Ribas, Carioca, trabalha desde os 14 anos na área de câmbios e envio de dinheiro, e chegou a ter a sua própria empresa no Rio de Janeiro. Depois mudou-se para Portugal onde foi responsável por lojas em todo o país, tendo ainda trabalhado em Espanha e por fim na Bélgica. Na Bélgica, Jorge Ribas também patrocinou alguns eventos brasileiros, impulsionando a cultura brasileira local e estreitando os laços com a Comunidade, como aulas de capoeira e leituras de livros infantis. Mas o seu dom para ajudar o próximo já é antigo. Quando ainda trabalhava no Brasil, ganhou a Medalha Tiradentes, a maior comenda do Rio de Janeiro pelos serviços prestados à cidade e, sobretudo, às crianças carentes. Já na capital da Europa, patrocinou eventos portugueses, tais como “O melhor de Portugal”, no Parque do Cinquentenário. Outras atividades desportivas tiveram também o apoio da Mundistranfers, por exemplo a equipa de futebol do Porto de Bruxelas, hexacampeão da primeira divisão do Campeonato amador da Federação Trabalhista de Futebol na Bélgica. No campo empresarial, a Munditransfers, na pessoa do até agora seu gerente, faz parte da Associação dos Empresários Portugueses da Bélgica, à qual pretende continuar associado como empresário individual. “Na vida tudo é um ciclo. Tudo tem o seu tempo e a sua época. Este agora acabou e estou prestes a começar um outro. Certamente nos veremos em breve”, conclui. PUB 10 Comunidade le 23 avril 2015 Albano Ribeiro deslocou-se à Bélgica em síntese Bruxelas: Marcha cidadã positiva com participação portuguesa Com a austerid a d e lentamente a chegar à Bélgica, por via da aceitação, por parte do atual Governo, em aplicar as regras do Tratado Orçamental, a sociedade belga mobiliza-se para combater o discurso “Não há alternativa”. Em 29 de março, o movimento de cidadãos “Hart boven Hard/Toute Autre Chose” organizou uma manifestação de 20.000 pessoas em Bruxelas para protestar contra a austeridade e demonstrar que “existem muitas outras formas - igualitárias, ecológicas e justas - de organizar a economia e a sociedade”. Os membros do partido Livre, subscritores do Movimento “Tempo de Avançar”, residentes na Bélgica, juntaram-se à manifestação “para dizer aos Belgas que conhecemos bem o caminho da austeridade e os resultados desastrosos a que nos conduz”. Homem levava droga para Bruxelas O Ministério Público acusou um homem de tráfico de droga depois de, a 15 de fevereiro, ter sido apanhado no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, com cocaína na bagagem. Segundo a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, “o arguido, passageiro de um voo proveniente de São Paulo, Brasil, e com destino a Bruxelas, Bélgica, transportava na sua bagagem de mão 2.198,544 gramas de cocaína, com um grau de pureza de 81,2%, bastante para proporcionar 8.926 doses diárias”. Aguarda agora o desenrolar do processo em prisão preventiva, medida de coação mais grave. Turista belga continua desaparecido A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar as causas do desaparecimento de um turista belga em Peniche. No final de março, a PJ investigou o caso ocorrido a 22 de fevereiro. A 22 de fevereiro, um turista belga, de 27 anos e a passar férias, desapareceu na cidade, tendo sido visto pela última vez no Alto da Vela, junto à fortaleza. Na ocasião, foram realizadas buscas em terra e por mar. lusojornal.com Sindicato da Construção denuncia “exploração” de trabalhadores portugueses no estrangeiro O Presidente do Sindicato da Construção de Portugal deslocou-se ao estrangeiro para denunciar a “exploração” de trabalhadores portugueses e defender “direitos iguais” aos dos profissionais locais. Em declarações à Lusa, Albano Ribeiro disse que encontrou “muitos problemas em termos de salários, instalações sociais e habitação”, assegurando que muitos trabalhadores portugueses do setor vivem no estrangeiro numa situação de “escravatura contemporânea”. Por isso fez um “périplo” iniciado em março com uma viagem ao Luxemburgo, Bélgica e Holanda, seguindo-se agora a Suíça, França e Alemanha, em que o Sindicato constatou que as autoridades locais de inspeção do trabalho não estão “devidamente empenhadas em acabar com a escravatura contemporânea de trabalhadores portugueses”. De acordo com a estrutura sindical, em causa estão as “centenas de pobres portugueses em vários países”, como Bélgica, Luxemburgo, França, Suíça e Alemanha, que estão a surgir na sequência da “emigração feita com olhos fechados”, através de angariadores de mão-de-obra que não cumprem com as condições prometidas. “Os parceiros sociais têm que intervir para acabar com esta escravatura contemporânea”, sustenta o Presidente do Sindicato, que já solicitou audiências ao Ministro do Trabalho, ao Inspetor-geral do Trabalho, aos Eurodeputados portugueses do Parlamento Europeu, ao Secretário de Estado das Comunidade Portuguesas e ao Presidente da Comissão Europeia no sentido de os alertar para o problema. De acordo com Albano Ribeiro, é gritante a disparidade entre o salário dos trabalhadores recrutados por angariadores e os contratados por empresas idóneas: os primeiros ganham entre três a cinco euros/hora, quando os segundos auferem de 11 a 17 euros/hora, “mais outras regalias sociais”. No caso específico da Alemanha, por exemplo, um trabalhador da construção português ganha três euros/hora e um trabalhador alemão, na mesma obra, ganha 19 euros/hora. No caso específico da Bélgica, o Sindicato diz que o problema reside na ligação criada entre angariadores portugueses e belgas ligados ao setor da construção. Já na Holanda “a situação é muito menos lesiva em termos sociais e laborais, dado haver um maior controlo das autoridades”. Lusa / Estela Silva Crónica de opinião As Comunidades portuguesas no centro do debate parlamentar Na passada semana, o Grupo Parlamentar do PSD entendeu que a sua declaração política seria dedicada à área das Comunidades Portuguesas. As declarações políticas são sempre um momento de enorme relevância e coube-me a honra de fazer esta importante intervenção. Aproveitei a oportunidade para falar de Portugal, mas de um Portugal repartido pelo Mundo que se revê na sua Diáspora e que a considera como uma mais-valia para a sua afirmação internacional e como importante alavanca para o seu desenvolvimento económico e social. É desta forma que vejo o meu país. É desta forma que nós, no PSD, entendemos Portugal. Salientei que a área das Comunidades foi, durante bastante tempo, um tema marginal no debate político português mas que mais recentemente o tema da emigração tem estado na ordem do dia, não para se falar do enorme potencial deste setor, mas sim para se apontarem números que depois são utilizados como meros instrumentos para a discussão política. Infelizmente, nunca se discute o essencial, ou seja, as pessoas, os seus problemas, as suas expectativas e a sua ligação a Portugal. Continuei realçando que somos um país historicamente de emigração que teve, no século XX, vários ciclos migra- tórios com consequências para a sociedade portuguesa e para o país e que estiveram, sempre, associados a momentos em que o país falhou. Ora, em 2011 Portugal encontrou-se numa situação económica de tal forma grave que podemos afirmar que, nesse momento, o país falhou. Referi que se os números da emigração passaram, para alguns, a ser apenas relevantes a partir dessa altura convém lembrar que desde o início do século os valores relativos às saídas de Portugueses para o estrangeiro foram sempre significativos, atingindo em 2007 valores próximos dos atuais e, segundo o Observatório da Emigração, saíram de Portugal, entre 2007 e 2012, uma média de 80.000 Portugueses por ano. Mas quis deixar claro que mais importante que discutir os números, importa hoje criar condições no país para que este possa fixar as suas gentes e seja suficientemente atrativo para propiciar o regresso de quem se viu forçado a sair. Na verdade, Portugal conseguiu nos últimos anos inverter essa tendência que o levou a uma situação crítica de quase bancarrota. Portugal é hoje capaz de atrair investimento externo e visto nos países que acolheram as grandes Comunidades portuguesas como um país cumpridor e, frequentemente, referido como um exemplo Carlos Gonçalves Deputado (PSD) pelo círculo eleitoral da Europa [email protected] de recuperação económica. Hoje é um país diferente e não sou só eu a afirmá-lo, disse no Plenário da Assembleia da República. E neste sentido recordei que ainda recentemente o Presidente François Hollande, se referiu a Portugal como “estando já num caminho de crescimento com resultados económicos que são significativos”. Continuei dizendo que seria bom que aqueles que agora despertaram para a questão da emigração apresentassem verdadeiras propostas políticas dirigidas aos Portugueses residentes no estrangeiro ao invés de se refugiarem na crítica, na opinião, no comentário e, por vezes, com uma adjetivação que apenas demonstra a falta de ideias concretas. Lembrei que, como costumo dizer, mal daquele que tem de emigrar pois a partir do momento em que atravessa as fronteiras de Vilar Formoso ou de Vila Verde da Raia deixa, infelizmente, de contar para alguns setores políticos em Portugal. Na minha intervenção falei ainda de um setor que tem dado um contributo notável para a recuperação económica do país, um setor que tem sido essencial para a internacionalização das nossas empresas, um setor que tem sido determinante nos resultados do turismo e do imobiliário e que tem sido fundamental para o sucesso das nossas exportações. No entanto, também me estava a referir a um setor que ainda luta pela igualdade de direitos políticos e que ainda procura que o seu contributo para o desenvolvimento de Portugal seja devidamente reconhecido. Tive também a oportunidade de destacar as várias iniciativas que o Governo tem vindo a implementar para aproximar Portugal das suas Comunidades e referi, pela sua importância, o programa das Permanências consulares, que permite que os nossos serviços administrativos cheguem hoje às Comunidades mais afastadas. Um programa ambicioso é, certo, no qual alguns não acreditavam (como aconteceu com o PS) mas que estende atualmente a rede de atendimento consular a 179 novos locais: 179 cidades, 179 núcleos de Comunidades. Esta é, talvez, a maior das medidas alguma vez tomada por um Governo em favor da nossa Diáspora e da sua ligação a Portugal. Esta declaração política que, de forma sucinta aqui transcrevi, foi para mim, um momento importante em que falei de um país que vai muito para além do seu território. Falei de um país, do meu e do vosso país que é aquele Portugal que deve contar com todos os Portugueses. Comunidade le 23 avril 2015 11 Ana Farinha mora em Mechelen Jovem portuguesa da Bélgica finalista do concurso FAZ-Ideias de Origem Portuguesa Uma rádio falada em português para crianças residentes em qualquer parte do mundo, um projeto de leitura acessível ou uma empresa que promove o consumo de produtos ligados à colmeia são alguns dos 10 projetos finalistas da quarta edição do concurso FAZ-Ideias de Origem Portuguesa, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. Um dos projetos finalistas foi coapresentado por Ana Farinha, uma portuguesa residente em Mechelen, na Bélgica, e trata-se do projeto BeeRural. Os 10 finalistas foram escolhidos pelo júri do Prémio entre 54 novas ideias submetidas ao concurso Ideias de Origem Portuguesa (FAZ-IOP), envolvendo 200 participantes de 29 países. Deste universo foram selecionadas 10 equipas finalistas, que estarão entre os dias 8 e 10 de junho na Fundação Gulbenkian a participar num bootcamp sob a orientação do Instituto de Empreendedorismo Social, à semelhança do que aconteceu nos anos anteriores. Os finalistas habilitam-se a um prémio no valor de 50 mil euros para financiamento dos projetos, dos quais 25 mil euros serão atribuídos ao vencedor, 15 mil euros ao segundo lugar e 10 mil euros ao terceiro. Lançado em 2010 pela Fundação Gulbenkian, o FAZ-IOP surgiu como movimento destinado a apoiar projetos de empreendedorismo social nas áreas do ambiente e sustentabilidade, diálogo intercultural, envelhecimento e inclusão social. Quanto ao projeto BeeRural, pretende desenvolver a sua atividade centrada na comercialização de produtos da colmeia, como o mel, pólen, cera e própolis. “Com o objetivo de se tornar uma empresa de referência no setor, a BeeRural tem como objetivos: fomentar relações de proximidade com os produtores, prestar serviço de consultoria e formação e criar um apiário pedagógico com uma agenda de eventos, como workshops, visitas guiadas e ações de sensibilização”. O projeto foi apresentado por Raquel Sofia Alves e Paula Lourenço, ambas da sertã, em Portugal, Marta Domingos de Vila de Rei e Ana Filipa Urbano do Porto, mas também por Emanuel Moreira do Reino Unido e Ana Farinha da Bélgica. “A BeeRural pretende aproximar a comunidade em geral, nomeadamente produtores e crianças do ensino pré-escolar e 1º ciclo, de modo a alertar para a importância das abelhas no equilíbrio ecológico do planeta, enquanto responsável por grande parte da polinização de culturas”. Gabinete de Apoio ao Emigrante inaugurado em Castelo de Paiva A Câmara Municipal de Castelo de Paiva vai proceder esta quinta feira, dia 23, pelas 15h00, à inauguração do Gabinete de Apoio ao Emigrante, numa cerimónia que contará com a presença de José Cesário, atual Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. O Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE) apresenta-se como uma estrutura de apoio ao emigrante, que foi criada através da celebração de um acordo de cooperação entre a Câmara Municipal de Castelo de Paiva e a Direção dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP), com o objetivo de apoiar o cidadão emigrante no regresso e reinserção no país, contribuindo para a resolução dos problemas apresentados, assim como ajudar todos aqueles munícipes que tenham emigrado e estejam em vias de regresso ou ainda residentes no estrangeiro. Este novo Gabinete em Castelo de Paiva vai prestar um serviço gratuito aos emigrantes, bem como aos seus familiares. Na perspetiva do edil paivense Gonçalo Rocha, este Gabinete de Apoio ao Emigrante é mais uma medida de integração no quadro das políticas de proximidade que importa implementar, sendo um serviço que estará disponível diariamente na Câmara Municipal desde abril, estando certo que, “irá facilitar na resolução de inúmeras questões que até agora só poderiam ser tratadas fora do concelho, que além da burocratização importavam encargos acrescidos para os nossos emigrantes”. Daniel Bastos apresentou “Terra” em Bruxelas No passado dia 20 de março, o escritor Daniel Bastos, da Fafe, apresentou o seu novo livro de poesia “Terra” na Embaixada de Portugal em Bruxelas. A obra com chancela da Editora Converso, uma edição bilingue em Português e Francês, com tradução do docente Paulo Teixeira, e que conta com ilustrações do artista plástico Orlando Pompeu e prefácio do fotógrafo e pintor Gérald Bloncourt, Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras de França, foi apresentada pelo poeta Fernando Camilo Ferreira. No decurso da sessão de apresentação, promovida pela Editora e Livraria Orfeu, o poeta Fernando Camilo Ferreira, e o promotor das atividades organizadas pela Orfeu em Bruxelas, Joaquim Pinto da Silva, destacaram a presença de muitos compatriotas na iniciativa, sintomática da ligação profunda do percurso literário do escritor minhoto às comunidades lusófonas. Segundo os mesmos, a estreia de Daniel Bastos na poesia constitui uma agradável surpresa literária que invoca um sentimento telúrico de amor à terra e às raízes. Por seu lado, o escritor português, que agradeceu a receção e amabilidade da comunidade emigrante, revelou que a sua incursão na poesia proveio da necessidade intrínseca de encontrar uma nova forma de expres- sar a sua visão da vida em comunidade e dos valores culturais da nossa sociedade. Refira-se que esta sessão cultural na Embaixada de Portugal em Bruxelas incluiu uma prova de vinhos de diferentes regiões do país, promovida pela empresa BVBA Guimarães, uma empresa sediada na Bélgica que se dedica à distribuição de produtos nacionais, e que estão previstas ao longo dos próximos meses novas apresentações oficiais do livro no espaço francófono europeu, assim como em diversas cidades portuguesas. em síntese Sindicato dos Professores denuncia discriminações O Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL) emitiu na semana passada um comunicado denunciando discriminações no Ensino Português no Estrangeiro, tanto no que diz respeito aos alunos, como aos professores. “No Ensino Português no Estrangeiro prolifera cada vez mais todo o tipo de medidas e situações que contribuem para um único fim, fazer do contexto do EPE um péssimo exemplo de todo o tipo de injustiças e discriminações” escreve a Secretária Geral do Sindicato, Teresa Duarte Soares, enunciando depois a taxa de frequência, a Propina aplicada em alguns países, um “processo que transforma os professores em vendedores de inscrições, obrigados a recolher o número suficiente de alunos e comprovativos de pagamento para manterem os seus lugares de trabalho, processo vergonhoso tanto para professores como para alunos, visto que se os docentes não conseguirem, até 15 de abril, reunir pagamentos em número suficiente, ficarão sem horário ou com horário incompleto” diz o SPCL alegando que há até professores que se deslocam a casa dos alunos para recolher os comprovativos exigidos. “Para os alunos, a situação não é melhor, pois o pagamento é apenas obrigatório para os que frequentam o ensino paralelo, aquele com piores condições, fora do horário escolar normal, com grupos mistos de 15 e 20 alunos de todos os níveis de escolaridade e com apenas duas horas letivas por semana”. O comunicado denuncia ainda que “no respeitante a salários, os professores do EPE encontram-se num limbo inexplicável” porque “enquanto os funcionários consulares e das Embaixadas tiveram uma recuperação de vencimentos, com retroativos a partir de setembro, os professores continuam sem receber seja o que for, pois embora também pertençam ao Ministério dos Negócios Estrangeiros parece o mesmo não estar disposto a reconhecer essa realidade”. lusojornal.com 12 Cultura le 23 avril 2015 Uma noite de Kizomba e Kuduro em síntese Concerto de “Espelhos” no Petit Théâtre Mercelis O próximo concerto do grupo lusobelga “Espelhos” vai ter lugar no próximo sábado, dia 24 de abril, às 20h30, organizado no quadro de “Arts en Scène et en Saisons”. O concerto vai ter lugar no Petit Théâtre Mercelis, rue Mercelis 13, 1050 Bruxelas, com possibilidade de “comer qualquer coisa” e provar vinhos portugueses, a partir das 18h30. Esta é a 4ª edição de “Arts en Scène et en Saisons” que este ano tem por tema «La Terre en Harmonie», mas também sobre Portugal. “Espelhos” vai apresentar um concerto com canções portuguesas, mas também com algumas novidades. O músico convidado por “Espelhos” é Igor Ribeiro. Possibilidade de estacionar no parque “Tulipe”, a cinco minutos a pé do teatro. Portugueses no Festival de Música de Câmara de Bruxelas A 4ª edição do Festival de Música de Câmara “L’Europe en Musique” terá lugar de 23 a 26 de abril no MIM (Musée des Instruments de Musique), Montagne de la Cour 2, 1000 Bruxelas, com seis concertos e 28 compositores, no qual participará o pianista português Pedro Costa (sábado 25 de abril, às 11h00) e obras do compositor Francisco de Lacerda “Melodias para soprano e piano” (no domingo 26 de abril, às 11h00, com a soprano Morgane Heyse e a pianista Elodie Vignon). O evento tem o apoio da Embaixada de Portugal em Bruxelas e do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e a entrada é gratuita. Texto de Mia Couto e Marilda Castanha no Passa Porta O Festival Passa Porta que teve lugar na Maison internationale des littératures de Bruxelas, foi dedicado especialmente às crianças, nos dias 28 no Bronks (Théâtre des jeunes et des enfants) e 29 de março no Le Wolf (Maison de la littérature de jeunesse). O festival integrou uma atividade em torno da história portuguesa “O gato e o escuro” dos moçambicanos Mia Couto e Marilda Castanha. A história foi lida em língua portuguesa e depois foi traduzida. “O gato Pintalgato partiu à procura de novos horizontes, porque é no fundo o que ele mais gosta, de explorar o mundo”. lusojornal.com Concerto de Caló Pascoal em Bruxelas Por Paulo Carvalho Salvador Manuel Pascoal, mais conhecido por Caló Pascoal deu um mini concerto num emblemático espaço cultural de Bruxelas. A organização esteve a cargo de Isabel Nascimento, angolana, a residir na Bélgica. O cantor é muito apreciado pela Comunidade angolana e não só, a julgar pela diversidade do público presente que esgotou o espaço para passar uma noite de pura euforia ao som do Kizomba e do Kuduro. Caló Pascoal começou a cantar aos 16 anos. O seu estilo musical era o Kuduro e o seu primeiro CD foi gravado em 1994 num grupo do qual fazia parte: Necafi Brothers. Em 2002 gravou o seu primeiro álbum a solo “Fé”, voltando a gravar de novo em 2005 “Santa Mariazinha”. Em 2007 gravou um projeto de vozes femininas “Eu & Elas” que teve um grande sucesso em Angola, em Portugal, mas também na Inglaterra, entre outros países. Caló é hoje proprietário de uma das maiores produtoras musicais “Quebra Galho Produções Calo Pascoal”. Caló Pascoal com a organizadora do evento Isabel Nascimento Portugalnet Filho de músicos, ganhou desde muito cedo o gosto pela arte. Toda a família herdou esta veia artística. “A música é uma herança familiar e algo que trago desde o berço”, afirma. “Sou filho do Kissas, um dos músicos dos anos 70, que pode ser desconhecido para muitos, mas cujas músicas já animaram muitos bailes. O meu pai tem dois discos de vinil no mercado. A minha mãe foi dançarina, membro dos grupos Ilundo (espíritos) e Mwe- nho Wa Ngana, em português significa “vida do senhor”, tendo igualmente cantado num grupo coral”. O irmão Isidro pertencia à brigada artística da Fapla, hoje Forças Armadas de Angola. Foi ele que mais o puxou para a música. “O mano Isidro foi quem passou a educar-nos depois da morte do nosso irmão mais velho. Foi com ele que aprendi muitas coisas e foi por isso que escrevi a letra ‘Obrigado Mano’. A música é dedicada a ele por tudo o que fez por mim e pelo meu irmão Neloy, em sinal de respeito e gratidão. O meu irmão fazia uma espécie de ‘top dos mais queridos’ lá em casa. Escolhia cinco cantores da altura e mandava-nos interpretar quem vencesse. Foi com estes concursos que aprendi a interpretar e a partir dos quais comecei a cantar também em pequenos eventos realizados no meu bairro... depois nunca mais parei” conta ao LusoJornal. No espetáculo que deu em Bruxelas, Caló Pascoal veio apresentar o seu último trabalho “Caló Pascoal e Amigos”. Concerto de Pedro Soares Brussels International Guitar Festival O guitarrista português Pedro Soares vai participar, com a colaboração da Embaixada de Portugal em Bruxelas e o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, na 4ª edição do Brussels International Guitar Festival & Competition. O Festival terá lugar de 24 a 28 de abril, no Espace Magh, 17 rue du Poinçon, em Bruxelas. Pedro da Silva Soares, que tocará na sexta-feira, dia 24, é diplomado “com grande distinção” do Conservatoire Royal de Bruxelas, onde recebeu o 2° prémio do concurso Dexia Classics. Nasceu em Bruxelas em 1989 e aos 12 anos de idade começa por descobrir a guitarra elétrica e de rock para passar, depois, para a viola clássica. Pedro Soares tem participado em vários concertos enquanto solista em em formação de câmara, desde o Conservatoire Royal de Bruxelas, ao Musée des Instruments de Musique de Bruxelas, à Université Libre de Bruxelas, passando pelo Musée de la Médecine, pelo Parlement Bruxellois e pelo Château du Karreveld, entre muitos outros espaços. Compositor belga toca no Porto e em Lisboa Wim Mertens com dois concertos em Portugal O compositor e musicólogo belga Wim Mertens regressa a Portugal para atuar na Casa da Música, no Porto, a 1 de junho, e no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, no dia seguinte, anunciou a promotora dos concertos. A música de Wim Mertens alimenta os mais fervorosos e por vezes até imprevisíveis cultos: Raymond Benson, um dos escritores responsáveis pelas continuadas sagas de James Bond, inclui uma referência à música do compositor belga na aventura do agente secreto britânico que levou o título de High Time To Kill, em 1999. O que faz pleno sentido, afinal de contas, mistério é o que não falta nas composições deste prolífico artista que já lançou mais de 60 títulos desde que se estreou em disco em 1980. Desta vez, Wim Mertens leva um duo a Portugal: juntamente com o clarinetista e saxofonista Dirk Descheemaeker, o compositor entrega-se a alguns momentos decisivos da sua obra - como o emblemático “Struggle For Pleasure” - ou trabalhos mais recentes como “Charactersketch”, o seu novíssimo álbum, com data já de 2015. Este formato de duo oferece a Wim Mertens a possibilidade de olhar para a sua obra de um novo e diferente ângulo permitindo-lhe explorar não apenas o piano clássico, mas também o piano elétrico, numa espécie de regresso a algumas das texturas que marcaram o seu trabalho nos anos 80. Wim Mertens já compôs para cinema, teatro e até para passagens de moda da prestigiada casa Dior. E tem uma carreira recheada de prémios e distinções, tendo inclusivamente sido nomeado para Embaixador Cultural da Flandres. Em Portugal, apresentará um novo espetáculo que tem merecido os mais veementes aplausos nas melhores salas da Europa. Associações le 23 avril 2015 13 Sucede a Pedro Rupio na presidência da instituição José Manuel Gonçalves: novo Presidente da APEB em síntese Por Clara Teixeira A Associação dos Portugueses Emigrados da Bélgica (APEB) tem um novo Presidente desde o mês de março passado: José Manuel Gonçalves. O ex-Presidente Pedro Rupio cessou as funções do seu mandato no mês de fevereiro após ter feito um “balanço positivo”, que já referimos recentemente na edição do mês passado do LusoJornal. O jovem, que também é Conselheiro das Comunidades e autarca local havia declarado que “era uma responsabilidade muito grande e que exigia muito empenhamento, preferindo deixar o seu lugar a outros membros da coletividade de exercerem funções na Direção”. Quanto à nova equipa, tem agora o desafio de manter a dinâmica da exDireção. “Não posso nem quero analisar o trabalho feito anteriormente, porque também ignoro os objetivos que se fixaram no início, porém constato que trabalharam bem e eu prefiro, antes de tudo, analisar o meu trabalho e os nossos objetivos”, começou por referir o novo Presidente. Não obstante, sublinhou a colaboração “pontual” de Pedro Rupio, “muito importante, pois disponibilizase sempre quando é preciso”. A APEB coordena diversas secções, entre outras: desportiva, gastronomia, coral, biblioteca, aulas, multimédia, folclore ou ainda teatro. José Gonçalves pretende numa pri- Manneken Pis vai vestir traje Português Por Carlos Pereira Elementos da Direção da APEB DR meira fase incentivar o desporto (feminino e juvenil). “Estamos a pensar também no futsal” diz ao LusoJornal. Outro objetivo apontado foi desenvolver o projeto lançado por Pedro Rupio: as aulas de neerlandês, que começaram em setembro e rapidamente as inscrições aumentaram. “Há muitos pedidos para essa língua, muitos Portugueses que querem aprender, também estamos a pensar no francês, nomeadamente para a nova emigração que pouco fala a língua”. Colaborar assiduamente com outras associações lusófonas, criando parcerias diversas também é uma meta a atingir. “Temos que estar presentes e mostrarmos a nossa ação, para nos tornarmos mais visíveis. Não podemos ficar isolados”, acrescenta. Uma vez por semana a Direção reúne- 41 anos do 25 de Abril A celebração dos 41 anos do 25 de Abril, vai ter lugar nos dias 26 e 27 de abril nas instalações da Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB). A sessão de abertura terá lugar no sábado, dia 25 de abril, às 20h00. se na sede para trocar impressões e traçar novas prioridades. Muito rapidamente José Gonçalves apercebeuse dos novos deveres e obrigações que lhe incumbem doravante. “É necessário muito empenho e dedicação pessoal”, reconhece. Aos 59 anos, oriundo de Trás-os-Montes, trabalha como assistente de “Maître d’Hôtel” na Comissão Europeia, “mas não sou funcionário, não usufruo dessa regalia”, garante, a sorrir. Associação dos Portugueses Emigrados na Bélgica (APEB) Rue de Belgrade, 120 1060 Bruxelles http://apeb.be A Federação das Associações Portuguesas na Bélgica prepara a Festa do 10 de Junho Por Clara Teixeira A Federação das Associações Portuguesas na Bélgica (FAPB) reuniu-se no passado dia 23 de março para preparar a festa do 10 de Junho que decorrerá no Carrefour des Attelages, no Bois de la Cambre, em Bruxelas. Recentemente eleito Presidente da FAPB, José Carlos Rodrigues, também Presidente do FC Porto de Bruxelas, era já anterior membro da Federação quando aceitou o novo desafio lançado em dezembro passado. “Uma nova Direção e uma nova dinâmica eram necessárias para relançar as atividades da FAPB que conhecia ultimamente uma falta de oxigénio” diz ao LusoJornal. “A ex-Direção, em mandato há muitos anos, estava cansada e havia aqui falta de sangue novo. Mas também não garanto que no futuro seja melhor, pois, sem meios financeiros pouco se faz”, reconhece o novo Presidente. Contudo aponta para um primeiro balanço positivo. “Estes primeiros meses correram bem, estamos em contacto regular com as 23 associações membros, e estamos a fazer tudo para que haja melhor coordenação entre as suas atividades”. Porém, parece que não é fácil reunir todas as associações. “Todas querem fazer algo, e é preciso que haja uma boa organização e com qualidade”, aponta ao LusoJornal. José Carlos Rodrigues refere ainda a importância de haver maior aproximação com as associações “mas nos dois sentidos”, propondo aos seus membros que façam também sugestões à própria Federação para um melhor resultado. “Todos temos de contribuir uns para os outros”. Qualquer associação portuguesa que pratique uma atividade em prol da cultura e tradição portuguesa é bemvinda. “A esmagadora maioria são associações já antigas, há poucas a começar e não há nenhuma quota a pagar para aderir à FAPB”, acrescenta José Carlos Rodrigues. Quanto à Festa do Dia de Portugal já tem um espetáculo garantido com a cantora popular Rosinha, que vem de Portugal, para animar a tarde. Outros artistas locais e grupos de folclore marcarão obviamente presença “para não fugir à tradição”. O evento tem atraído anualmente milhares de compatriotas vindos à procura de um momento agradável e de convívio com os amigos e familiares, “como uma espécie de encontro tradicional antes das férias de verão”. Portugueses mas também Belgas juntam-se no recinto ao ar livre para petiscar e dançar. “Seja bem-vindo” lança o organizador. Na próxima edição do LusoJornal esperamos poder mais detalhes sobre a festa. Treinos de captação para lusodescendentes Por José Manuel Santos A Scout, empresa pioneira que atua na conceção e organização de eventos desportivos na área do futebol, visando a criação de oportunidades para o seu público-alvo, irá realizar em Lisboa treinos de captação de futebol exclusivamente para atletas portugueses ou lusodescendentes, que atuem fora de Portugal, nascidos em 1997,1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006. Muitos atletas lusodescendentes têm o sonho de poder atuar nos clubes grandes portugueses, mas, na maior parte das vezes, não conseguem ter a possibilidade de mostrar o seu valor num único treino de modo a que possam mostrar o seu valor a um grande número de observadores dos diversos clubes profissionais. Os treinos realizam-se em Lisboa nos dias 25 e 26 de julho de 2015, no Complexo desportivo Sacavenense, e apenas os atletas lusodescendentes ou portugueses que jogam exclusivamente no estrangeiro podem inscrever-se. As inscrições são limitadas e serão aceites por ordem de chegada. Já estão inscritos mais de trinta atletas provenientes da Alemanha, Canadá, Espanha, França, Inglaterra, Luxemburgo, Suécia, Suíça e Bélgica. http://scout.com.pt [email protected] +351.964.440.150 No próximo dia 26 de abril, às 11h00, o Manneken Pis, a célebre estatueta de Bruxelas que junta milhares de turistas todos os dias, vai, mais uma vez, vestir um traje tradicional português, numa iniciativa da associação Emaús. Esta não é a primeira vez que a estatueta com cerca de 50 cm de altura, situada no quarteirão Saint Jacques, a dois passos da GrandPlace, veste roupa minhota. Calha bem, porque a estátua (que já existia em 1388!) é “o símbolo da independência dos habitantes de Bruxelas”. Nada melhor que associá-la também ao 25 de Abril e à conquista da democracia em Portugal. É uma tradição oferecer roupa ao Manneken Pis “que honre uma profissão”. A primeira vez que o vestiram parece ter sido em 1698, com um traje oferecido por Maximilien-Emmanuel de Bavière, na altura Governador Geral dos Países Baixos espanhóis. Atualmente, tem mais de 830 trajes diferentes, desde o de Spirou ao de Nelson Mandela. Um deles foi feito pelos membros da associação Emaús. A associação portuguesa costuma levar o seu grupo folclórico, que chama ainda mais curiosos ao local, e com o apoio da Embaixada de Portugal no Reino da Bélgica, do banco Caixa Geral de Depósitos, da empresa Portugalnet e do LusoJornal, vai oferecer Vinho do Porto, numa feliz ideia que cria uma animação em Bruxelas, ao mesmo tempo que promove um dos produtos portugueses mais vendidos no mundo. Todos os Portugueses estão convidados e os organizadores querem mesmo é que todos “tragam mais cinco”! lusojornal.com Desporto 14 le 23 avril 2015 Pilota portuguesa concorreu com a belga France Clèves Elisabete Jacinto sobressaiu no Rallye des Gazelles em síntese Futebol: Classificações FTF Div.1 CLASSIFICAÇÃO 1° Porto 2º Cad Ixell. 3º Sonatrach 4° Bayramp. -1 5° La Louve 6º Portugal -1 53 37 34 29 29 28 7° Atlal M. -1 8º Fcab 9º Tuni.SP 10º Vimeir. -1 11° Matko. 12º Afyonspor 27 26 23 13 12 0 Jogos em atraso FTF Div.2 CLASSIFICAÇÃO 1º Bosanci -1 2º Jeuness M 3º SC Regua 4º Campom. 5º Los Nach. -1 6º Sezurens. -1 58 50 50 40 31 30 7º Penalva 8º Beira A. 9º Racing 10º Resist. 11º Turkish -1 12º Riesina 28 25 22 19 15 6 A Portuguesa Elisabete Jacinto, acompanhada pela navegadora Belga France Clèves, completou a sua sétima participação na 25ª edição do Rallye Aïcha des Gazelles, que começou em Nice, no sul da França e terminou 1.300 km mais longe, em Marrocos, numa competição 100% feminina. Com efeito, esta prova tem a particularidade das pilotas e das copilotas serem todas mulheres. Inscrita pelo quarto ano consecutivo, na equipa Volkswagen Vehicules Utilitaires, a piloto portuguesa faz um balanço bastante positivo da prova: “Esta prova é um grande desafio. Este ano, com a criação da categoria Expert, a sua dificuldade e complexidade foram muito maiores. Esta edição foi uma das melhores que já fiz a todos os níveis. Tanto em termos de condução, como de navegação fizemos uma prova exímia e conseguimos ultrapassar todos os obstáculos. Infelizmente, já no fim da prova, tivemos uma dificuldade de navegação que nos retirou as hipóteses de alcançar um bom resultado. Apesar deste infortúnio gostei imenso de fazer esta prova, porque foi realmente desafiante”. Elisabete Jacinto gostou de ter participado na prova com a copilota belga France Clèves. “Eu e a France trabalhámos muito bem e temos consciência que fizemos um rali espetacular”, contou Elisabete Jacinto no final da cerimónia de entrega de prémios que decorreu em Essaouira. Jogos em atraso 40 Caravanes portugaises à Tournai FTF Div.3 Veteranos Par Clara Teixeira CLASSIFICAÇÃO 1º Olympic -1 2º Crossing -1 3º Matkope. -2 4° Renaiss. 5º Vila Real 6º Incontro 67 54 56 44 36 33 7º Germinal -2 8º New A. -1 9° U Maro. -1 10º Capita. -1 11º Suske. -1 12º New T. 30 28 28 26 19 18 Jogos em atraso FTF Div.4 Veteranos Le 38ème Tournoi EUROCC va se dérouler cette année du 21 au 25 mai à Tournai. La ville sera de nouveau à l’honneur puisqu’elle accueillera le grand rassemblement camping-cariste européen EuroCC 2015. Organisé par le Motorhome Club Belge, les amateurs du loisir viendront des 4 coins d’Europe pour s’y retrouver pour la deuxième fois puisqu’en 2004 un premier rassemblement y avait déjà eu lieu. Cette année, une quarantaine de caravanes portugaises viendront spécialement du Portugal pour participer à l’événement. L’an dernier au mois de mai, le Portugal avait accueilli à son tour ce rassemblement entre Lisboa et Porto. Tournai est la plus vieille citée de Belgique. Foyer d’art important, Tournai se découvre à l’ombre de son im- posante cathédrale aux cinq clochers et de son beffroi tous deux classés au patrimoine mondial de l’Unesco. Les participants se baladeront à travers le cœur historique, des visites aux musées, prendre un verre sur la grand place et profiter des soirées conviviales sont au programme. Du côté portugais, la Fédération Portugaise d’autocaravane fondée en 2011 prétend promouvoir et améliorer les infrastructures d’accueil, d’in- tervenir auprès des pouvoirs publics pour faciliter la pratique de l’autocaravane, de créer des nouveaux partenariats et d’organiser des événements qui permettent une meilleure connaissance entre les amateurs des camping car nationaux et étrangers. Ce rassemblement est donc important pour la Fédération portugaise d’être présente afin de développer davantage ses objectifs en dehors du Portugal. CLASSIFICAÇÃO 1º Milanell. -1 2° Charlem. 3º Ao Astur. -1 4º La Louve -1 5º Igdirs 6º Annasr -1 7° Anatolie 58 55 54 49 44 42 34 8º Hellas -2 9º Belenen. -2 10º Royal E.-1 11º L. Extra.-2 12º Eendra. -2 13º Simon’s 14º Postie. -1 31 30 29 26 25 13 9 Jogos em atraso ABSSA Div.1 CLASSIFICAÇÃO 1° Brussels 2° MTM FC 3° Amb. Au. 4° Brus. LTC 5° Portugal FC 6º Lxg Cinq. 7° Tourin. 62 43 42 42 33 33 32 8° Coin Du 31 9° Irlan. FC1 31 10° Lorrai. 30 11º Jefke C. 29 12° Martin FS. 25 13° Manz. 22 14º New In. 16 Jogos em atraso ABSSA Div.6B CLASSIFICAÇÃO 1° Trinquan -1 2° Nivelles -1 3° Cornac -1 4° Audergh -1 5° Tourinn. -1 6° Ideal R. -1 7° Campo. -1 59 57 52 46 38 38 27 8º Anderle. -1 25 9° Elisabe. -1 23 10° New A. 17 11° Lorrain. 15 12° Saint G. -1 15 13° British -1 4 Jogos em atraso lusojornal.com PUB PUB Tempo livre le 23 avril 2015 SUDOKU 1 8 2 6 7 1 6 7 SOPA DE LETRAS Nível : Médio 3 4 9 6 1 4 6 3 7 8 2 5 C R A X K N C V A S E U Q R U T V F O E I X A C F E D T Y U I P Q V A J E L U B V N S J C A S T A N H O S B E R E Q J N H Q O D F G A X E V F C X O A G L B P U E E N H W W W W W H A B C C V A E N E R V A Q O R J A S D C G R A X E V F W W W W W N E R E Z R R E C B P U E E W W W W W X R J A D A B H F P S B C C O W W W W W A T H R N V G 5 U B E J E P H R W W W W W E P E C Z J U I E Q R J L D A X V C F E A R D H Z M A 8 P Z N T E R Y C I N Z E N T A K E Q V Z M D X M X C Z H Q S D F G Q T Y Y S B U 5 O T R Q F A H C E O U L H H A C R A X L 9 L E D E G T E H C S A D R N H V F D E E V N C O D A R U O D L M P A P R E T O I ABONNEMENT Descubra as palavras o Oui, je veux recevoir chez moi, Amarelo Azul Beje Branco Castanho 10 numéros de LusoJornal (20 euros). ! K H M R 2 1 U M G T 3 6 A Z A 9 5 C Participation aux frais Mon nom et adresse complète (j’écris bien lisible) Cores Cinzenta Dourado Laranja Prata Preto Code PUB Vida (bem) Vivida Por Álvaro Hortas Uma vida bem vivida Tem que ser amada E também sofrida Senão não vale nada. Quem por isto não passou? Não teve um bom viver Mesmo se muito amou Teve também de sofrer. Eu amei e fui amado Fui feliz e adorei Também fui mal tratado E em maus caminhos andei. Amar e ser amado Sem nunca ter de sofrer É viver um sonho errado Isso não pode acontecer. PUB Ville Tel. Gostaria de poder esquecer Os maus momentos vividos Guardando só os melhores Mas são sonhos proibidos. Espero ter sido compreendido Por esta minha reflexão Que ninguém fique ofendido Tão pouco quero ter razão. Ma date de naissance J’envoie ce coupon-réponse avec un chèque à l’ordre de L`APCLB, à l’adresse suivante : Association pour la promotion de la culture lisophone en Belgique Zeenstraat, 121 1933 Sterrebeek - Belgique momento de poesia As boas coisas da vida São de uma grande paixão Muitas vezes esquecidas Ficando só a ilusão. Rosa Roxo Turquesa Verde Vermelho Prénom + Nom Adress 15 Anedotas LJ 099 PUB PUB Ao chegar de avião, as minhas malas nunca mais apareciam na área de recolha da bagagem. Fui então ao setor da bagagem extraviada e disse à mulher que as minhas malas não tinham aparecido. Ela sorriu e disse-me para não me preocupar, porque ela era uma profissional treinada e eu estava em boas mãos. “Agora diga-me, perguntou ela... o seu avião já chegou?” Trabalhei uns anos num centro de atendimento a clientes em Ponta Delgada - Açores. Um dia, recebi um telefonema de um sujeito que perguntou em que horário o centro de atendimento estava aberto. Eu respondi: “O número que o senhor marcou está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana”. Ele então perguntou: “Pelo horário de Lisboa ou pelo horário de Ponta Delgada?” Para acabar logo com o assunto, respondi: “Horário do Brasil”. Numa sapataria, uma senhora esteve uma tarde toda para escolher uns sapatos e acaba por dizer ao empregado: - Mas estes sapatos são muito antigos! - Claro, minha senhora; estavam na moda quando a senhora começou a experimentá-los! lusojornal.com PUB