PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA Profa. Valeria da Vinha Instituto de Economia / UFRJ Transferência da Corte Portuguesa e Abertura dos Portos (1808) 1808 – A Corte portuguesa transfere-se para o Brasil após ter rejeitado o bloqueio continental decretado pela França contra o comércio com a Inglaterra, no final de 1807. Com o apoio da esquadra britânica, dom João, regente do reino no lugar de sua mãe, dona Maria I. A abertura dos portos às nações amigas revoga o monopólio (com exceção do pau-brasil), transfere o movimento de importação e exportação de Portugal para o Brasil; permite o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil. É fundado o Banco do Brasil. Tratados de Aliança e Amizade e Comércio e Navegação (1810) Tarifas preferenciais às mercadorias inglesas no Brasil -15%; produtos portugueses - 16% e os de outras nacionalidades 24% Direito a Inglaterra de cortar madeira, fabricar navios e manter uma esquadra permanente no Brasil limitação do tráfico às colônias portuguesas na África Governo Luso indeniza perdas da Inglaterra nos portos portugueses e brasileiros Livre residência e religião aos súditos ingleses nos domínios portugueses Produtos portugueses poderiam ser recebidos e reexportados pelos portos ingleses Aumento significativo das exportações brasileiras contrasta com o crescente descontentamento dos comerciantes portugueses Processo de emancipação política 1815 – criação da Academia Militar e da Marinha, Biblioteca Real e Imprensa Régia; elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, visando a participação da monarquia portuguesa no Congresso de Viena, onde se reorganiza o mapa político da Europa após a derrota de Napoleão. 1818 – Com a morte da mãe, dona Maria I, o regente é coroado rei de Portugal, do Brasil e de Algarves, com o título de dom João VI. 1820 – Revolução do Porto: como o pacto colonial não foi restabelecido, as cortes portuguesas exigem a volta de D. João VI , que retorna deixando D. Pedro como príncipe regente 1822 – Em 9 de Janeiro, com apoio da elite local, D. Pedro decide ficar no Brasil, rompe com Portugal e convoca a Primeira Assembléia Constituinte brasileira. As cortes portuguesas não aceitam a manutenção do livre comércio, querem a volta ao monopólio Radicalização do processo de independência 3 partidos políticos se formam: Partido Português: comerciantes lusos; não aceita a Monarquia Dual Partido Brasileiro: portugueses e brasileiros com posses e residência no Brasil, comerciantes ingleses; aceita a Monarquia Dual Partido Republicano: intelectuais e profissionais liberais; pessoas ligadas às atividades urbanas querem a independência, mas dispensam a participação popular Início do poder das oligarquias D. Pedro aceita conduzir a independência e em junho de 1822 convoca a Assembléia Constituinte 7 de setembro de 1822 – Ato às margens do Ipiranga marca a Independência do Brasil que rompe oficialmente com as cortes portuguesas, com o apoio da Inglaterra Grupo de elite que assume o governo instala o poder das oligarquias / estrutura de produção não se altera (grande propriedade monocultora escravista), levando à abdicação de D. Pedro em 1831 “...São esses homens que, no Brasil, foram os cabeças da revolução. Não cuidavam senão em diminuir o poder do Rei, aumentando o próprio, não pensando de modo algum nas classes inferiores” (Saint-Hilaire)