O Sector do Turismo em Moçambique The Tourism Sector in Mozambique IFC – OECD & FIAS, August 2006 Resumo Executivo Desde o anos 90 que o Governo de Moçambique (GOM) implementou muitas reformas estruturais de “primeira geração” tais como a adopção de políticas monetárias e fiscais sólidas, privatização de empresas públicas e a liberalização do comércio. As reformas ajudaram a estabelecer as balanças macroeconómicas e apoiaram o crescimento notável desde 1992. Em 2000, o GOM adoptou o Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta (PARPA) como um instrumento a médio prazo incorporado no sistema de planeamento público. O turismo é encarado como uma área prioritária na qual investimento adicional pode os empregos que são necessários para a realização dos objectivos do PARPA. Está expectativa é razoável e sensata, visto que muitos países aumentaram as suas quotas de mercado no turismo internacional. A África Austral, em particular, experimentou um forte crescimento no sector de turismo nas últimas duas décadas – aumentando a sua quota de chegadas de 1,5% em 1970 para 4,5% em 2003. Apesar da sua forte base de recursos turísticos e a sua proximidade geográfica com a África do Sul, um dos destinos preferidos do mundo, Moçambique ainda encontra-se atrás dos seus vizinhos, a excepção o Malawi. Apesar da sua taxa de crescimento notável de 13% por ano (19992003), a média de turistas por 100 habitantes, a 2 em Moçambique está na metade da África, e muito abaixo da média mundial que é de 11 por 100 habitantes. O pobre desempenho de Moçambique reflecte os problemas com a imagem geral do país, variedade dos produtos e da qualidade das experiências de turistas. O aproveitar este potencial depende de substancialmente da capacidade de Executive Summary Since the 1980s, the Government of Mozambique (GOM) has implemented many ‘first generation’ structural reforms such as adopting sound fiscal and monetary policies, privatizing public enterprises and liberalizing trade. The reforms have helped stabilize macroeconomic balances and supported the remarkable growth performance since 1992. In 2000, the GOM adopted the Action Plan for Reduction of Absolute Poverty (PARPA) as a medium-term rolling instrument incorporated into the public planning system.á Tourism is seen as a priority area in which additional investment may create the jobs that are necessary to meet the PARPA objectives. This expectation is sensible and reasonable, as most developing countries have increased market shares in international tourism. Sub-Saharan Africa, in particular, has experienced very strong growth in tourism within the last two decades – increasing its market share of global arrivals from 1.5% in 1970 to 4.5% by 2003. Despite a strong tourism asset base and its geographic proximity to South Africa, one of the world’s top destinations, Mozambique still trails behind all its neighbors excepting Malawi. Despite a quite impressive growth rate of 13% per annum (1999-2003), the average number of tourists per 100 inhabitants, at 2 for Mozambique is half of that of Africa, and well below the world average of 11 per 100 inhabitants. Mozambique’s poor performance reflects problems with the country’s overall image, product variety and quality of tourists’ experiences. Realizing this potential depends substantially on the ability of all players in the Mozambique tourism value chain – from providers of final goods and service, to other suppliers and government officials – to create and deliver high- 101 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique todos os agentes na corrente de valor de turismo em Moçambique – desde fornecedores de bens e serviços finais, a outros fornecedores e agentes do governo – de criar e prestar turismo de alta qualidade que pode transformar o país num destino que “deve ser visto” em África. Este estudo oferece as contribuições analíticas para discussão sobre políticas do sector com o governo e agentes relevantes do sector privado examinando os constrangimentos e desafios que minam o crescimento do turismo em Moçambique. Delineia medidas litigáveis que podem ajudar a catalizar o crescimento de turismo no país, e apresenta recomendações para a remoção do clima de constrangimentos ao investimento que minam a competitividade das empresas nas indústrias de viagens e de hospitalidade. Concentrando-se nos constrangimentos para cada actividade dentro da corrente de valor de um produto de turismo, o estudo oferece uma visão interna abrangente que complementa trabalhos anteriores e que se estão a realizar sobre o desenvolvimento do turismo em Moçambique (tais como as Áreas de Conservação Trans Fronteiriça, Avaliação do Clima de Investimento e estudos de marketing institucional). Os principais objectivos do estudo são: quality tourism experiences that can transform the country into a “must see” destination in Africa. This study provides the analytic input for policy dialogue with government and relevant private sector by examining the constraints and challenges that undermine growth of tourism in Mozambique. It outlines actionable measures that can help to catalyze tourism growth in the country, and presents recommendations for removing investment climate constraints that undermine the competitiveness of firms in the travel and hospitality industries. By focusing on constraints for each activity within the value chain of a tourism product, the study provides comprehensive insights that complement previous and ongoing work for tourism development in Mozambique (such as Trans Frontier Conservation Areas, Investment Climate Assessment and studies of institutional marketing). The study’s main objectives are to: a. Enhance public and private awareness and forge consensus on the scope, importance, and impact of investment climate constraints on the tourism industry; b. Identify and prioritize the challenges and opportunities for increasing the Mozambique’s access to, and share of, global and regional tourism markets; a. Aumentar a consciencialização pública e avançar consenso quanto a área, importância, e impacto dos constrangimentos do clima de investimento na indústria do turismo; c. Assess the performance of tourism industries (e.g. hotels, airlines, transport) along the value chain in responding to these challenges and opportunities confronting the travel and tourism sector in the country; b. Identificar e dar prioridade aos desafios e oportunidades para o aumento do acesso de Moçambique a, e partilha de, mercados globais e regionais de turismo; c. Avaliar o desempenho das indústrias de turismo (por exemplo, hotéis, linhas aéreas, transportadoras) ao longo da corrente de valores na capacidade de resposta à estes desafios e oportunidades com as quais o sector do turismo de depara no país; d. Identify potential measures to address these constraints and e. Increase Mozambique’s share in the value added in the tourism industry. The value chain analytic framework applied in the study uses five selected travel itineraries representing diverse source markets (Portugal, South 102 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique d. Identificar potenciais medidas para resolver estes constrangimentos e e. Aumentar a quota de Moçambique na indústria de turismo. A estrutura analítica da corrente de valores aplicada no estudo utilize cinco itinerários seleccionados, representando diversas fontes de mercado (Portugal, África do Sul e Europa), itinerários (aéreos e terrestres), destinos (Maputo, Vilanculos-Bazaruto e Pemba-Quirimbas), produtos de turismo (praias, MICE, aventura) e clientes. A estrutura oferece um mapeamento e avaliação passo-a-passo da corrente de actividades envolvidas na produção e prestação de experiências de turismo. A competitividade de Moçambique a nível das indústrias, e de forma mais vasta a nível económico, é analisada utilizando-se um determinado número de métricos e indicadores. A abordagem de corrente de valor ao turismo cobre todas as partes envolvidas na prestação de serviços de turismo (Vide Tabela 1). Isto possibilita uma forma estratégica de identificação e dar prioridade a aspectos críticos ao longo da corrente, e o desenvolvimento de soluções de intervenção direccionadas para se atingir o máximo impacto. A abordagem desagregada permite ir-se a fundo a um nível de itinerário específico a medida em que também se abrangem aspectos vastos da política económica. Assim, a área abrangência pode incluir aspectos ligados à constrangimentos burocráticos específicos que afectam a entrada natural de pequenas empresas, impostos e deveres que aumentam os custos de hotéis; questões de uso da terra que impedem a expansão da indústria hoteleira, políticas protectoras do governo na indústria de aviação que afectam os preços e a oferta de voos. Africa, Europe), itineraries (air- and road-based), destinations (Maputo, Vilanculos-Bazaruto and Pemba-Quirimbas), tourism products (beach, MICE, adventure), and customers. The framework provides a step-by-step mapping and assessment of the chain of activities involved in the production and delivery of a tourism experience. Mozambique’s competitiveness at the industry level, as well as the economy level more broadly, is analyzed using a number of metrics and indicators. The value chain approach to tourism covers all stakeholders involved in delivering a tourism experience (see Table 1). This enables a strategic way of identifying and prioritizing critical issues along the chain, and developing targeted solution interventions to achieve maximum impact. The disaggregated approach allows drilling down at an itinerary-specific level while also capturing economy-wide policy issues. Thus the scope could include issues associated with specific bureaucratic constraints that affect ease of entry of small enterprises; taxes and duties that increase input costs of hotels; land use issues that constrain expansion of the hotel industry; protective government policies in the airline industry that affect price and supply of flights. 103 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Tabela 1: Participantes na corrente de fornecimento de turismo Público Privado Fornecedores de serviços LAM, operadores de aeroportos e trabalhadores de terra, escritórios de informação sobre viagens, curadores de museus públicos, atracções e monumentos, empresa municipal de autocarros, fornecedor de serviços ferroviários, em diante Operadores turísticos e agentes de viagens, transportadoras aéreas domésticas (por exemplo a Assas, Air Coridor), transportadoras aéreas internacionais, operadores de terra no Aeroporto Internacional de Maputo, hotéis, táxis, empresas de aluguer de carros, “chapas”, lojas, restaurantes, serviços de mergulho, serviços de segurança, em diante Instituições Chave MITUR, FUTUR, CPI, Ministério da Indústria e Comércio, Direcção da Aviação Civil, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Alfandegas e Imigração (por exemplo; o Concelho Técnico Superior das Alfandegas), o Ministério do Meio ambiente, o Ministério dos Transportes, o Ministério das Obras Públicas, o Ministério do Desenvolvimento Urbano, em diante Associações Industriais e de Negócios (por exemplo; Associações de Hotéis, Agências de Viagens e Associações de Operadores Turísticos, Associações de Guias Turísticos, Associações de Mergulhadores, em diante) Com base na avaliação de corrente de valores e nos métodos de marcos, o estudo identificou os seguintes constrangimentos específicos, desafios e oportunidades para acção. O estudo oferece um plano de acção para o desimpedimento de bloqueios para uma estratégia de desenvolvimento de turismo mais eficiente que possa aumentar o crescimento e competitividade global de Moçambique. 104 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Table 1: Stakeholders in the tourism supply chain Public Private Service providers LAM, airports operators and ground handlers, travel information offices, custodians of public museums, attractions, and monuments, municipal bus service providers, rail transport providers, and so on Tour operators and travel agents, domestics airlines (e.g. Assas, Air Corridor), international airlines, ground operators in Maputo International airport, hotels, taxis, car and truck hire companies, “chapas”, shops, restaurants, diving services, security services, and so on Key Institutions MITUR, FUTUR, CPI, Ministry of Industry and Trade, Civil Aviation Authority, Ministry of Foreign Affairs, Customs and Immigration (e.g. Higher Technical Council of Customs), Ministry of Environment, Ministry of Transport and Public Works, Ministry of Lands and Urban Development, and so on Industry and Business Associations (e.g. Hotel Associations, Travel Agency and Tour Operator Associations, Tour Guide Associations, Divers Associations, and so on. Drawing on the value chain assessment and benchmarking methodologies the study identifies the following specific constraints, challenges, and opportunities for action. The study provides an action plan for clearing away the roadblocks for a more effective tourism development strategy that can enhance Mozambique’s overall growth and competitiveness. 105 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Questões Prioritárias e Matriz do plano de Acção QUESTÕES DE ALTA PRIORIDADE ACÇÕES Requisitos para vistos: processos longos de pedidos de vistos e custos altos relativamente à destinos competitivos que oferecem vistos de entrada livres. O Brasil e Cabo Verde não exigem vistos para turistas portugueses; as Maurícias e Seicheles e Maldivas não exigem vistos aos cidadãos da UE) • Os atrasos e os incómodos aos turistas são frequentes nos aeroportos. • Por sua vez, os atrasos nas fronteiras e os elevados custos de transacções de bens necessários importados ao longo de pontos fronteiriços provinciais e internacionais aumentam os custos de operação de hotéis. • Providenciar e publicitar informação clara para os visitantes sobre os requisitos de entrada/ saída e formar o pessoal da imigração e aeroportos, nos pontos de entrada/ saída, sobre como lidar com as expectativas dos turistas. • A remoção de vistos para grandes fontes de mercado, mantendo em vista futuras iniciativas como UNIVISA. Modernizar as formalidades nas fronteiras (entrada/ saída) de forma a reduzir o tempo de espera. Fortalecer a capacidade de processamento das fronteiras e intensificar as negociações sobre a fronteira única com a África do Sul e outros corredores de transporte escolhidos em volta do país. • Fortalecer mecanismos que permitam aos operadores turísticos providenciar com antecedência vistos e permissões de entradas • Os voos intercontinentais directos de outros destinos na Europa são limitados. Como resultado, as passagens aéreas intercontinentais para Maputo são relativamente mais caras quando comparadas às de destinos de conferências na África do Sul. • Acordos bilaterais de serviços aéreos restringem serviços e preços de passagens aéreas. As passagens aéreas regionais para Maputo são também são menos competitivas comparadas às da África do Sul. Isto mina a competitividade de Moçambique como destino para conferências de negócios ou para turismo de prazer • Serviços aéreos domésticos: Falta de confiança quanto aos atrasos, cancelamentos e desvios de rotas, e agentes internacionais não podem emitir bilhetes domésticos – o que resulta em atrasos e turistas presos em aeroportos devido a voos perdidos • Instalações de navegação impróprias na • Rever os acordos bilaterais de serviços aéreos com a África do Sul (por exemplo a remoção das restrições da capacidade de assentos). Estabelecer acordos bilaterais com fontes chave de mercados de forma a se criar a possibilidade de voos directos da UE (por exemplo para Maputo e Pemba). Liberalizar os acordos com outros centros de actividades em África. Também rever a política sobre charters para permitir uma frequência maior de operações completas. • Estabelecer um sistema e modalidades de pagamento que permitam que agentes e operadores estrangeiros de viagens emitam bilhetes e tenham acesso ao inventário lugares nas LAM e em outras aéreo transportadoras nacionais. • Rever as políticas de aeroportos e estabelecer um sistema de monitorização nos aeroportos para medir o desempenho e o progresso na melhoria da qualidade de serviços como por exemplo; alfândegas, imigração, atrasos, 106 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique maioria dos aeroportos domésticos impedem voos nocturnos; o que resulta em longas esperas em Maputo en-route para Vilanculos-Pemba • Perda e furto de bagagens, particularmente em conexão via aeroporto de Johannesburg queixas relacionadas a bagagens. Levar a cabo uma auditoria e avaliação detalhada das necessidades de melhoria das infra-estruturas dos aeroporto, começando com a extensão da pista e o equipamento de voos nocturnos em Vilanculos e Pemba. • Examinar e resolver questões que têm origem em pontos chave de ligações regionais a Maputo – principalmente o aeroporto de Johannesburg que é fonte de muita bagagem perdida/ roubada, processamento lento de queixas, em diante • Constrangimentos de ordem burocrática (por exemplo, 153 para se iniciar com o negócio, 212 para garantir licenças); conformar-se em negociar com as autoridades estatais, provinciais, municipais, etc., aumenta os custos de fazer negócio. É necessário muito tempo para se ou adquirir licenças para táxis, locais de acampamento, etc. • Alinhar procedimentos administrativos – principalmente os requisitos de licenciamento e procedimentos de início de negócio para empresas do sector de hotelaria incluindo operadores turísticos, empresas de táxi, e outros fornecedores de serviços auxiliares (instalações para restaurantes e para entretenimento) ao serviço da indústria de turismo. Também implementar penalizações claras para desencorajar a acumulação de licenças • O acesso a terra, particularmente em boas localizações é muito difícil. O aumento da competitividade para o direito de uso da terra para expansão do turismo está composto por questões difíceis de direitos de propriedade. • Fornecer aos investidores de hotéis e outros investimentos fontes de informação exactas sobre uso da terra, com delimitações claras das responsabilidades e papéis a nível de governo central e locais. Desenvolver também um sistema proactivo de preparação de turismo, direccionado a comunidade, com base em investimentos e actividades. Aqui, todos os aspectos relacionados com a terra são tratados com antecedência pela própria comunidade, antes do pedido do investidor de tais recursos turísticos • O mercado MICE está seriamente sub desenvolvido em Maputo, o que conduz a sub utilização do Centro de Conferências e da capacidade de hotéis. • Presença quase nula no mercado de internacional de conferências e de gestão de eventos • Privatizar a gestão do centro de Conferências de Maputo de forma a melhorar a sua visibilidade, rendimentos e capacidade de utilização. Estabelecer uma organização de publicidade de destinos que vai promover o turismo (incluindo turismo MICE) em Maputo 107 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique • Não existem organizadores de eventos • Não há esforço concertado de marketing para turismo de negócio em Maputo • Fraca presença de operadores turísticos moçambicanos no mercado regional/ global e colaboração limitada entre operadores turísticos moçambicanos e estrangeiros. Capacidade de operadores turísticos moçambicanos de serem competitivos devido a: - Percepção de serviço pobre, fraca capacidade de resposta; • Percepção limitada dos requisitos do mercado • Incapacidade de manter descontos competitivos de hotéis e linhas aéreas • A fraca coordenação reduz a capacidade de optimizar a fixação de preços de produtos e de participar activamente em campanhas de promoção de vendas • Disponibilidade limitada de serviços auxiliares (actividades de entretenimento, técnicos, escultores, em diante) • Fracos níveis de habilidades dentro da própria indústria de turismo, em geral • Fraca procura devido a pacotes e marketing pobres; qualidade imprópria dos serviços e produtos • Os operadores turísticos estrangeiros não investem muito em publicitar Moçambique como um destino turístico único • Não há brochuras, cartões postais nem qualquer outro material de publicidade para promover o turismo na cidade de Maputo • Baixos investimentos públicos e privados para desenvolver, manter e publicitar os recursos do mercado de turismo • Coordenação limitada entre os participantes • Criar códigos de práticas da indústria e um sistema funcional de acreditação para operadores turísticos e negócios de hospitalidade relacionados (guias turísticos, mergulhadores, tradutores, táxis nos aeroportos). Estabelecer um sistema para marcar o desempenho de empresas, e premiar empresas com bom desempenho dentro de cada indústria. • Estabelecer um programa de desenvolvimento de capacidades sistemáticas para a indústria do turismo: • Aumentar o curriculum e melhorar a formação no Hotel Andalusia e programas de Formação Técnica e Vocacional sob o projecto TVET • Os programas de formação incluem a troca de pessoal entre provedores de serviços moçambicanos emergentes (por exemplo; mergulhadores, operadores turísticos, agentes de viagens, pessoal de hotel e gestores médios, escultores, etc.) e as suas contrapartes em mercados chave fonte/ competidores • Aumento do nível de contribuições e do envolvimento do sector privado na tomada de decisões estratégicas (por exemplo a nível da Direcção) nestas instituições • Desenvolvimento de uma estratégia coerente a médio prazo para a publicidade do turismo • Ir em busca de publicidade conjunta mais agressiva entre Moçambique e a África do Sul de forma a nivelar o aumento esperado de turistas devido ao Campeonato Mundial de 2010. • Envolver actores do sector privado ao longo da corrente de valor, por exemplo operadores hoteleiros e turísticos e transportadoras aéreas na publicitação de Moçambique como um destino turístico • Definir a imagem de turismo e fontes chave de mercado diferentes das actuais 108 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique – linhas aéreas, hotéis, operadores turísticos, retalhistas, restaurantes e agências do sector público (por exemplo o MITUR, FUTUR, presidentes de câmaras municipais, governadores) – para desenvolver, gerir e publicitar eficientemente a imagem e os destinos de Moçambique • Actualizar e gerir a distribuição de material promocional no país, incluindo mapas, calendários de eventos, cartões postais, em diante • Participação efectiva nos eventos do mercado mundial de viagens • Promover o e-turismo e técnicas de promoção de destinos on-line tais como World Hotel link. com. • Desenvolver um mecanismo de financiamento de publicidade público -privado • Necessidade de resolver questões cruzadas que transitam entre muitos ministérios e agências. Actualmente, o comité interministerial não está a ser efectivamente utilizado • Delimitação pouco clara das responsabilidades entre o MITUR e o FUTUR restringe o papel efectivo do sector público no desenvolvimento e publicidade do turismo em Moçambique • Intensificar a utilização do comité interministerial para a resolução de aspectos chave da indústria do turismo tais como: • questões de transporte aéreo com a Direcção da Aviação Civil, • Questão dos vistos com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, gestão dos recursos turísticos (por exemplo, infra estruturas, obras públicas, desenvolvimento do sistema de transporte urbano e da cidade) • Rever as responsabilidades do desenvolvimento e publicidade do turismo entre o MITUR, DINATUR, CPI e FUTUR de forma a eliminar a sobreposição de papéis e actividades. • Não existe nenhum mecanismo claro ou concertado para garantir o desenvolvimento e a restauração de monumentos e locais históricos (por exemplo a Reserva dos Elefantes, a Ilha de Moçambique, as Ruínas da Companhia de Pesca de Pérolas de Bazaruto) • Estabelecer responsabilidades pela restauração, manutenção e publicidade de recursos turísticos chave )por exemplo os recursos costeiros, A reserva dos Elefantes, a Ilha de Moçambique, o Museu de Etnologia, etc.). desenvolver um plano financeiro sustentável para as actividades de restauração e manutenção. Começar com o Parque dos Elefantes e a Ponta d’ Ouro. É disponibilizado um plano de acção mais detalhado no Capítulo 4 do relatório 109 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Priority Issues and Action Plan Matrix HIGH PRIORITY ISSUES ACTIONS • Visa requirements: Long visa processing times and higher costs relative to competing destinations that offer visa free entry. Brazil and Cape Verde do not require visas for Portuguese tourists; Mauritius, Seychelles, Maldives for EU citizens). • Delays and hassles for tourists are prevalent in airports. • Delays at the border crossings and high transaction costs of importing necessary goods across international and provincial border points raising cost of hotel operations, for instance. • Provide and publicize clear information for visitors of entry/exit requirements and train immigration and airport staff to understand how to handle tourist expectations at entry/exit points. • Remove visa requirement for major source markets, keeping in view, upcoming initiatives like UNIVISA. Streamline frontier formalities (entry/exit) to reduce waiting times at borders. Also strengthen border processing capacity and intensify negotiations on one-stop border posts with South Africa and other selected transport corridors around the country. • Also mechanisms to enable tour operators to pre-arrange visa and entry permits should be established. • Direct intercontinental air flights from other destinations in Europe are limited. As a result intercontinental air fares to Maputo are relatively more expensive when compared to business conference destinations in South Africa. • Bilateral Air Service Agreements restrict air services and fares. Regional air fares to Maputo are also less price-competitive when compared to airfares to South Africa. This undermines Mozambique’s’ price competitiveness for business conference and leisure tourism • Domestic air services: Lack of reliability regarding delays, cancellations and re-routing, and international agents can not issue domestic airline tickets - resulting in operational delays and tourist being stranded in airports due to missed flights • Inadequate navigational facility at most domestic airports prevents night flying; resulting in lay over required at Maputo en-route to Vilanculos/Pemba • Loss and pilferage of baggage particularly on connections via Johannesburg airport • Revisit bilateral air service agreements with the South Africa (e.g. to remove restrictions on seat capacity). Establish bilateral agreements with key source markets to create possibility for direct flights from the EU (e.g. to Maputo and Pemba). Liberalize agreements with other hubs in Africa. Also revise policy on charters to allow for more frequent back-to-back operations • Establish payment system and modalities to allow foreign travel agents and operators to issue air tickets, and access airline seat inventories for LAM and other domestic airlines • Review airport policies and establish monitoring systems at airports to measure performance and progress in service quality improvements e.g. customs, immigration, delays, baggage-related complaints. Carry out detailed audit and assessment of airport infrastructure improvement needs, starting with extension of runway and night flying equipment in Vilanculos and Pemba • Examine and resolve issues that originate from key regional connection points to Mozambique particularly Johannesburg airport which is 110 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique the source of many lost/stolen baggage, slow processing of insurance claims, and so on • Bureaucratic constraints (e.g. 153 days to start a business; 212 days to secure licenses); reconciling dealings with state, province and municipal authorities etc. adds to the cost of doing business. Permits for taxis, camping sites etc. take very long to secure • Streamline administrative procedures – particularly licensing requirements and business start-up procedures for hospitality firms including: tour operators, taxi companies, and other ancillary service providers (restaurants and entertainment facilities) servicing the tourism industry. Also implement clear penalties to discourage license hoarding • Access to land particularly in good locations is problematic. Increasing competition for land-use rights for expansion of tourism are compounded by difficult property rights issues. • Provide investors in hotels and other establishments with a one-stop source of accurate information and processing of user rights on land, with clear delineation of roles and responsibilities between the local and central levels of government. Also promote a pro-active system of community-driven preparation of land for tourism based investment and activities. Here, all land issues are dealt with, before hand, by the community itself, prior to the investor’s bid for such tourism assets • MICE market severely under-developed in Maputo leading to under utilization of Convention Center and hotel capacity. • Almost no presence in the international conference and event management market • No event organizers • No concerted marketing efforts for business tourism in Maputo • Privatize the management of the Maputo Convention Center to improve visibility, revenue and capacity utilization. Set up a destination marketing organization that will promote tourism (including MICE tourism) in Maputo • Weak presence of Mozambican tour operators in regional/ global markets and limited collaboration between foreign and Mozambican tour operators. Ability of Mozambican tour operators to be competitive due to: • Develop industry codes of practice and a functioning accreditation system for tour operators and related hospitality businesses (tour guides, divers, translators, airport taxis). Establish a system to benchmark firm performance, and reward high performing firms within each industry. • Establish a systematic skills development program for tourism industry: • Augment curriculum and improve training in the Hotel Andalusia and Technical and Vocational Education and Training programs under the TVET project • Perceptiion of poor service, slow responsiveness; • Limited understanding of market requirements • Inability to secure competitive discounts from hotels and airlines • Weak coordination curtails ability to optimize product pricing and participate effectively in sales promotion campaigns 111 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique • Limited availability of ancillary services (entertainment activities, technicians, handicraft, and so on) • Poor skill levels within the tourism industry in general • Training programs including staff exchange, between emerging Mozambique hospitality service providers (e.g. divers, tour operators, travel agents, hotel staff and middle management, handicraft etc) and their counterparts in key source/competing markets • Increase level of private sector input and involvement in strategic decision making (e.g. at Board level) in these institutions. • Weak demand due to poor packaging and marketing; and inadequate quality of product and services • Foreign tour operators do not invest much in marketing Mozambique as a unique destination • No brochures, post cards and other advertising materials to promote tourism in Maputo city • Public and private investment to develop, maintain and market tourism assets is low. • Limited co-ordination among stakeholders– airlines, hotels, tour operators, retailers, restaurants, and public sector agencies (e.g. MITUR, FUTUR, mayors, governors.) -- to effectively develop, manage, and market Mozambique’s image and destinations • Develop a coherent short-medium term strategy for tourism marketing • Pursue more aggressive joint marketing and collaboration between Mozambique and South Africa in order to leverage expected increases in tourists’ visits due to the upcoming 2010 World Cup Championship. • Involve private sector actors along the value chain e.g. hotel and tour operators; tour guides, airlines in marketing Mozambique as destination • Define tourism image, and key source markets other than current sources • Update and manage distribution of promotional material on the country, including maps, schedules of events and country data, post cards, and so on, • Effective participation in world travel market events • promote e-tourism and on-line destination marketing techniques such as World Hotel link. com. • Develop joint public-private funding mechanisms for marketing • Need for addressing cross cutting issues that cut across multiple ministries and agencies. Currently, the inter-ministerial committee is not being effectively deployed. • Unclear delineation of responsibilities between MITUR and FUTUR constrains effective public sector role in developing and marketing tourism in Mozambique • Intensify use of inter-ministerial committee to address key tourism industry issues such as: • air transport issues with Civil Aviation Authority, • visas issues with Foreign Affairs Ministry, managing tourism assets (e.g. infrastructure, public works, urban and city transport development) • review responsibilities for tourism development and marketing between MITUR, DINATUR, CPI and FUTUR to eliminate overlapping roles and activities. 112 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique • There are no clear or concerted mechanisms to ensure the development and restoration of historic monuments and sites (e.g. Elephant Reserve, Ilha de Moçambique, Ruins of the Bazaruto Fishing Pearls Company) • Establish responsibility for restoring, maintaining and marketing key existing tourism assets (e.g. the coastal resources, Elephant Reserve, Ilha de Moçambique, Ethnology Museum, etc.). Develop a sustainable financing plan for restoration and maintenance activities. Start with the Elephant Park and Ponto d’Oro. A more detailed action plan is provided in Chapter 4 of the report. 113 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Política dos Transportes Urbanos para o Grande Maputo Urban Transportation Policy for Maputo Roni Adiv e Lorenço Gadaga, Dezembro 2006 Introdução Moçambique é um país em desenvolvimento, com um rendimento per capita de $345. A maior parte dos moçambicanos não possui viatura própria e não depende dos transportes públicos, essencialmente dos autocarros, para as deslocações do seu dia-a-dia. Em 2005, apenas dentro da Cidade de Maputo, 2.500 autocarros—na sua maioria mini-buses— efectuaram cerca de 350.000 viagens de transporte de passageiros por dia. Embora estes pequenos autocarros prestem um serviço essencial à maioria da população, os líderes empresariais e cívicos preconizam a sua substituição por autocarros de grande dimensão. Eles defendem que este tipo de autocarros irá aliviar o congestionamento e o caos produzido pela grande frota de pequenos autocarros e que prestarão um serviço de melhor qualidade, programado, previsível, mais seguro e, no geral, mais eficiente. Os defensores dos mecanismos existentes defendem que o actual serviço é suficiente para providenciar transporte razoável a preços razoáveis para a maioria da população. Eles sustentam que a eficiência do empresariado privado responde rapidamente à procura em mudança e não constitui um peso para o orçamento do sector público. Pelo contrário, uma empresa de autocarros do sector público tende a ser ineficiente e requerer subsídios. Para além disso, os pequenos autocarros criam oportunidades de emprego a muitas famílias, as quais perderão os seus rendimentos. Objectivos O objectivo deste estudo é o de ajudar o sector privado e o Governo de Moçambique a examinar Introduction Mozambique is a developing country with per capita revenue of US$345. Most Mozambicans do not have their own car and they do not depend on public transport, essentially buses, to make their daily movements. In 2005, the centre of Maputo City has 2.500 buses – most of them mini-buses – which performed about 350.000 trips a day transporting passengers. Although these small buses provide an essential service to the majority of the population, business and civic leaders advocate for their change into bigger buses. They defend that big buses will reduce congestion and the chaos that is caused by the big fleet of small buses and they will provide a better quality service which will also be programmed, safer and finally more efficient. Those who defend the existing system say that it is sufficient to provide reasonable transportation at reasonable fares to the majority of the population. They state that the private sectors efficiency responds quickly to the demand in the change and it does not represent a burden for the budget of the public sector. On the contrary, a public sector’s bus company tends to be inefficient and it requires subsidies. Furthermore, small buses create job opportunities to many families that may lose their sources of income. Objectives The aim of this study is to help the private sector and the Government of Mozambique to examine issues related to the development of a urban transportation policy with special attention to Maputo City. 114 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique questões relativas ao desenvolvimento de uma política dos transportes urbanos, com ênfase no Grande Maputo. Figura 1-1 Autocarros Típicos que Operam em Maputo Figure 1-1 Typical buses operating in Maputo Minibus or Chapa Midibus, Medio or Chapa Full-size Bus, Grande or Machibombo FONTE: JICA (2001). METODOLOGIA Realizado em Maputo no período de 25 de Novembro a 15 de Dezembro de 2006, o estudo baseia-se em: • Reuniões e entrevistas com os provedores de serviços e intervenientes na indústria de autocarros no Grande Maputo. • . • • METHODOLOGY The study was performed in Maputo from November 25 to December 15 2006 and it was based on: • Meetings and interviews with services providers and stakeholders of the bus transportation industry in Maputo. A observação directa dos transportes urbanos, do tráfego e dos transportes públicos no Grande Maputo Revisão de estudos anteriores, em particular do Estudo do Plano Director do Desenvolvimento Rodoviário na Cidade de Maputo de 2001, preparado pela Agência de Cooperação do Japão (Japan International Cooperation Agency - JICA). Estudos e relatórios internacionais sobre os transportes urbanos e a experiência profissional do consultor colhida em países • Direct observation of urban transports, traffic and public transport in Maputo. • Review of previous studies, with special attention to the Directive Plan of Study on Road Transport Development in Maputo City, prepared by the Japan International Cooperation Agency (JICA). • International studies and reports on urban transport and Professional experience of a consultant gathered in developed and developing countries. 115 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique desenvolvidos e em desenvolvimento. Funcionamento dos Autocarros no Grande Maputo A indústria dos transportes urbanos de passageiros no Grande Maputo (Maputo e Matola) possui cerca de 3.500 viaturas, na sua maioria mini-buses recondicionados de 15 e 25 lugares pertencentes e operados por privados. Muitas são empresas de uma única viatura operadas pelo proprietário. O número de empresas privadas existente na indústria está calculado em 1.000 em Maputo e em mais 600 na Matola. Na sua grande maioria, são pequenas empresas familiares que operam em rotas designadas pelo município e que cobram uma tarifa ditada pelo governo central— actualmente de 5,00 MT para uma viagem de ida na maior parte das rotas da cidade, e 7,50 MT para o percurso Maputo - Matola (e rotas mais distantes em Maputo). Estas empresas não recebem nenhum subsídio, créditos ou outro apoio financeiro por parte do governo. Os mini-buses operam sem obedecer a um horário, param onde quer que os passageiros peçam para embarcar ou desembarcar, normalmente transportam um número superior à capacidade designada de passageiros sentados, tendem a interromper o tráfego e são acusados de causarem muitos acidentes. Cada mini-bus está licenciado para operar apenas numa única rota, que está indicada no vidro da frente e de trás com os nomes das terminais de origem e de destino. Os minibuses partem assim que estão cheios; durante os períodos de pico, os mini-buses partem de 10 em 10 minutos. Eles operam sob a tutela de duas associações: Associação dos Transportadores de Maputo (ATROMAP), que opera na Cidade de Maputo e União dos Transportadores de Maputo (UTRAMAP), que opera na Matola e entre Maputo e a Matola. A companhia de autocarros municipais do sector público de Maputo, Transportes Públicos de Maputo (TPM), opera autocarros com capacidade de transporte de até 90 passageiros (35 sentados Functioning of Buses in Maputo The urban passenger transport industry in Maputo (Maputo and Matola) has about 3.500 cars, most of them reconditioned mini-buses with a capacity of 15 to 25 passengers belonging and operated by private entities. Most companies only have one car run by its own owner. The number of private companies that exist in the industry is of about 1000 in Maputo and more than 600 in Matola. Most companies are small family companies operating on routes that are assigned by the city council and they charge a fee that is set by the central government - currently 5.00 Mtn for a one way trip in most of the routes in the city and 7.50 Mtn for Maputo Matola trip (and further distances in Maputo). These companies do not receive any subside, credits or any other financial support from the government. The mini-buses operate without following a timetable. They stop wherever passengers ask them to do so in order for them to embark or disembark, usually carry a number of people higher than the number of people that should be seating; they tend to stop the traffic and are accused of causing many accidents. Each mini-bus is licensed to operate in only one route which is indicated on the windscreen and at the back with the names of the final bus ranks, and they depart every 10 minutes. Mini-buses operate under the control of two associations: Maputo Transporters’ Association (ATROMAP), which operates in Maputo City, and Maputo Transporters Union (UTRAMAP), which operates in Matola and between Maputo and Matola. Maputo City Council’s bus company, which is within the public sector, the Maputo Public Transport Company (TPM) operates buses with a maximum capacity up to 90 passengers (35 seating and the remaining standing). Nevertheless, the operations are minimum. From a fleet of 80 buses, only 35 are operating. The buses use the same routes that are used by the private mini-buses but they charge a cheaper fare as a result of the government’s policy. TPM faces serious financial and management 116 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique e os restantes de pé). Todavia, as operações são mínimas. De uma frota de 80 autocarros, apenas 35 encontram-se operacionais. Os autocarros percorrem as mesmas rotas que os mini-buses privados, mas cobram uma tarifa mais baixa em resultado da política do governo. Os TPM enfrentam graves problemas financeiros e de gestão e são parcialmente subsidiados. POLÍTICA E PLANOS DO GOVERNO Os transportes públicos em Maputo enquadramse em três categorias: internacionais, nacionais e locais. O governo central emite licenças para o transporte internacional e nacional, enquanto que os governos locais responsabilizam-se pela gestão e licenciamento dos transportes locais. Licença e Operações O governo local determina as rotas dos transportes públicos, o alinhamento e o número de autocarros em cada rota em consulta com as associações e companhias e emite licenças para os operadores. O governo também formula a política das tarifas e determina as mesmas. O governo local é responsável por gerir ou fornecer a infra-estrutura relacionada, porém, actualmente, as condições são mínimas: a cidade não possui paragens nem espaço para autocarros e as terminais são apenas extensões de terra sem quaisquer condições organizadas. Para obter a licença, o proprietário de um autocarro deve preencher alguns requisitos mínimos, nomeadamente • Certificado de inspecção; • Seguro; • Registo da actividade; • Registo residencial; • Certidão da polícia; • Certidão do registo de contribuinte. As certidões em Maputo são renovadas ao fim de 6 meses. Logo que os requisitos tenham sido cumpridos, um proprietário recebe uma licença para operar numa única rota. Uma frota não tem de satisfazer os requisitos problems which are partially subsidized. POLICY AND PLANS OF THE GOVERNMENT Maputo city public transports fall under three categories: internationals, nationals and locals. The central government issues licenses for international and national transport, whereas the local governments are responsible for the management and licensing of local transports. License and Operations The local government determines the routes for public transports and the arrangement and the number of buses in each route in consultation with the associations and companies and it issues licenses for operators. The government also establishes the policy and fares and it determines them. The local government is responsible for managing or supplying the related infra-structure, however, currently the minimum conditions are: the city does not have bus stops or space for the buses and the bus ranks are simply an extension of land without any organized conditions. In order to obtain a license, the owner of a bus must fulfill some minimum requirements namely: • Inspection certificate; • Insurance; • Business activity registration; • Residential registration; • Police clearance; • Certificate of registration as a tax payer. In Maputo, certificates are renewed every 6 months. As soon as the requirements are met, an owner of a mini bur is given a license to operate in only one route. A fleet does not have to fulfill the minimum requirements in terms of dimension. The operator does not have to be a member of an association or company, but all operators should adhere to the route system that is managed by either ATROMAP or UTRAMAP. An operator pays 20 Mtn a day to the association to cover the costs related to the 117 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique mínimos em termos de dimensão. O operador não tem de ser membro de uma associação ou companhia, mas todos os operadores devem aderir ao sistema de rotas gerido pela ATROMAP ou UTRAMAP. O operador paga 20 MT por dia à associação para cobrir os custos dos elementos responsáveis pela gestão das operações das terminais. Esta taxa não é um requisito do governo, mas é prática comum. Planos Relativos à Dimensã o dos Veículos A política do governo municipal de Maputo é de substituir os mini-buses por midi-buses de 25 lugares. Contudo, um midi-bus recondicionado custa cerca de US$ 15.000, contra os US$ 7.500 referentes a um mini-bus. Isto constitui um peso financeiro para os pequenos operadores, muitos dos quais não se qualificam para o crédito bancário, devendo angariar financiamento dos membros das suas famílias. RECOMENDAÇÕES A CURTO PRAZO O actual sistema funciona e os seus aspectos positivos parecem superar os negativos. O sistema é produtivo, fiável e altamente competitivo. Opera numa rede de rotas bem desenvolvida, com envolvimento mínimo do governo, proporcionando acesso rápido aos centros de emprego e de comércio e contribuindo de forma significativa para o emprego no sector informal. Embora possa parecer caótico e contribuir para a ocorrência de problemas de segurança e congestionamento rodoviários, transporta a maior parte das pessoas com frequência razoável e a um preço razoável. Daí as seguintes recomendações: Deixar o sistema “como está.” Para 2007–2008 (ou talvez até 2010), permitir que a indústria de autocarros em Maputo continue a operar como até à data. Melhorar a aplicação da lei. Melhorar a aplicação das leis de trânsito para as viaturas privadas, assim como para os autocarros visando melhorar a segurança, reduzir o congestionamento e aliviar os engarrafamentos de trânsito. members who are responsible for the management of the operations at the bus ranks. This fee is not a government requirement but it is a common practice. Plans regarding the sizes of the vehicles Maputo City´s government policy is to replace the mini-buses with midi-buses with 25 seats. However, a reconditioned midi-bus costs about US$15.000 against the US$7.500 for a mini-bus. This represents a financial burden for small operators many of whom do not qualify for a bank loan and therefore can only get financial support from family members. SHORT TERM RECOMMENDATIONS The current system does function and its positive aspects seem to overcome the negative ones. The system is productive, reliable and highly competitive. The system functions in a network of routes that is well developed, with a minimum involvement of the government, provided quick access to the employment and trade centers giving a significant contribution to the employment within the informal sector. Although it may seem chaotic and a contributing factor to security problems and road congestion problems, it does transport most of the people with a reasonable frequency at a reasonable fare. Our recommendations are, therefore, as follows: Leave the system “as it is”. For 2007 – 2008 (or even 2010), allow that the vehicle industry in Maputo continues to operate as it has been operating. Improve law enforcement. Improve traffic law enforcement for private vehicles, as well as for buses towards the improvement of road security, reduce congestion and alleviate traffic jams. Start to invest on vehicles’ infrastructures. It is important to invest on drive ways for buses on high traffic roads with two drive ways in order to alleviate immediately the roads that are in bad conditions. 118 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Começar a investir na infra-estrutura de autocarros. Em especial investir nas faixas para autocarros em estradas movimentadas de duas faixas para aliviar imediatamente as estradas em piores condições. RECOMENDAÇÕES A LONGO PRAZO Desenvolver e implementar hierarquia e tratamento prioritário dos autocarros. Maputo deve desenvolver uma hierarquia dos autocarros e introduzir viaturas maiores em faixas destinadas a autocarros e em corredores de grande procura. Os autocarros grandes devem circular nas rodovias principais e as viaturas mais pequenas devem circular nas estradas secundárias e locais, com integração destes serviços. Isto implica a introdução de tratamento prioritário e de faixas de rodagem para autocarros nos principais corredores. Desenvolver um plano director dos transportes públicos. O desenvolvimento de uma hierarquia das estradas requer uma análise e um estudo. As propostas para a introdução de faixas de rodagem para autocarros no estudo da JICA de 2001 constituem um bom ponto de partida. Todavia, esse estudo diz respeito a um plano director de estradas, e não a um sistema de autocarros. As recomendações para o sistema de autocarros foram apenas um subproduto. Um sistema de autocarros eficiente e equitativo para as condições prevalecentes em Maputo deve basear-se num plano director distinto dos transportes públicos. O estudo deve abranger a Área do Grande Maputo (Maputo e Matola), que funciona como uma única entidade urbana do ponto de vista socioeconómico. Investir na infra-estrutura dos autocarros. O governo deve disponibilizar a infra-estrutura fixa necessária ao transporte eficiente, enquanto que o sector privado deve fornecer autocarros e serviços. Os investimentos devem incluir estradas na cidade utilizadas por autocarros e as respectivas paragens, espaços, terminais, faixas e outro tratamento prioritário para os autocarros. LONG TERM RECOMMENDATIONS Develop and implement hierarchy and priority treatment for buses. Maputo should develop a hierarchy of buses and introduce bigger buses for the drive ways designed for buses and along the corridors with a high demand. The big buses should circulate along the main drive ways and the smaller vehicles should circulate along secondary and local roads, when these services are introduced. This implies the introduction of priority treatment and drive ways for buses along the main corridors. Develop a directive plan for public transport. The development of a hierarchy for roads requires an analysis and a study. The proposals for the introduction of drive ways for buses that is in JICA’s 2001 study represents a good starting point. However, the study refers to a directive plan for roads and not for the bus system. The recommendations for the bus system were simply a sub product. An efficient bus system for the prevailing conditions in Maputo should be based on a separate directive plan for public transport. The study should cover Maputo (Maputo and Matola), which is the unique urban entity from a social and economic point of view. Invest in the bus infrastructure. The government should provide the necessary fixed infrastructure for efficient transportation whereas the private sector should provide the buses and the services. The investments should include roads in the cities that are used by buses and the respective bus stops, spaces, ranks, drive ways and other priority treatment for buses. Part of this investment should be covered by the fuel tax which is 5 per cent. Support the improvement of operators’ efficiency. (1) Develop training actions on management and maintenance to be provided by government institutions or donors and (2) Provide fiscal incentives and other financial incentives to encourage the launching of effective operational cooperatives of bigger dimension. JICA e Conselho Municipal de Maputo, Cidade de Maputo, República de Moçambique, Estudo do Plano Director e Estudo de Viabilidade do Desenvolvimento Rodoviário da Cidade de Maputo, na República 119 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Uma parte deste investimento deve ser coberto pelo imposto do combustível de 5 por cento. Apoiar a melhoria da eficiência dos operadores. (1) Desenvolver acções de formação em gestão e manutenção, a serem disponibilizadas pelas instituições do governo ou pelos doadores e (2) Oferecer incentivos fiscais e outros de carácter financeiro com vista a encorajar a criação de cooperativas operacionais efectivas e empresas de maior dimensão. IMPLICAÇÕES DOS PLANOS DO GOVERNO Custos de Capital Elevados O custo de um autocarro grande novo é de cerca de US$ 150.000 a US$ 200.000—aproximadamente 20 vezes o preço de um mini-bus recondicionado. Um autocarro deste tipo pode transportar cerca de 90 a 100 passageiros—apenas 5 a 6 vezes a capacidade de um mini-bus. Os autocarros grandes têm uma vida económica de 10 a 12 anos, durante os quais eles acumulam uma grande quilometragem e se tornam obsoletos. Não existe nenhum mercado significativo para autocarros grandes usados como existe para os mini-buses. Assim, a utilização de autocarros grandes implica a aquisição de viaturas novas. O elevado custo de capital referente aos autocarros grandes não estará ao alcance dos actuais operadores de autocarros pequenos. É razoável assumir que as empresas do governo local, os concessionários estrangeiros ou as empresas com ligações ao governo serão os vencedores deste empreendimento. Não há Justificação para a Substituição de Toda a Frota Não prevemos a necessidade de substituir a frota de pequenos autocarros por autocarros grandes. Mesmo os planos a longo prazo para a introdução de hierarquias têm espaço para acomodar autocarros pequenos e grandes. A actual frota do Município de Maputo (não incluindo a Matola) tem uma capacidade fixa de transporte de passageiros de 33.000 lugares (a capacidade de transporte depende da frequência das partidas). A substituição IMPLICATIONS OF GOVERNMENT’S PLANS High Capital Costs The cost for a new big bus is of about US$150.000 to USD200.000 – this is approximately 20 times the price of a reconditioned mini-bus. A bus of this kind can transport 90 to 100 passengers – only 5 to 6 times the capacity of a mini-bus. Big buses have an economic life of about 10 to 12 years during which they accumulate a long mileage and they get obsolete. There is no significative market for big used buses like for mini-buses. Thus, the use of big buses implies the purchase of new vehicles. The high cost of capital related to big buses can not be afforded by the current operators of small buses. It is reasonable to assume that local government companies, foreign concessionaires or companies linked to the government shall be the sellers of these buses. There is no justification for the replacement of the whole fleet We do not expect the need to replace the fleet of small buses by big buses. Even the long term plans for the introduction of hierarchies has room to accommodate small and big buses. Maputo City Council’s current fleet (excluding Matola) has a fixed capacity to transport 33.000 passengers (the transport capacity depends on the frequency of the departures). The replacement of the whole fleet of mini-buses will imply the introduction of 100 big buses (33.000 seats for 100 spaces/ big buses = 330 buses). This does not secure an efficient supply in terms of transport capacity. The cost estimate for 330 new buses is of about US$50 million (US$150.00 x 330 = US$50 million). The issue that is raised here is that there is a need to know where the government will get this amount of money. Spare parts and Maintenance The problems of lack of spare parts as well as bad quality maintenance of big buses in developing countries are very well known. How will the program ensure the appropriate supply of spare parts and qualifies mechanics in the long run? Spare parts for mini-buses do not represent a serious JICA and Maputo City Council, Republico f Mozambique, Study of the Directive Plan and Road Development Viability Study for Maputo City , Final Report, October 2001. Oriental Consultants Company Limited and Japan Engineering Consultants Limited. 120 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique de toda a frota de mini-buses implicará cerca de 100 autocarros grandes (33.000 lugares a 100 espaços/autocarros grandes = 330 autocarros). Isto não garante uma oferta suficiente em termos de capacidade de transporte. A estimativa do custo de 330 novos autocarros é de cerca de US$ 50 milhões (US$150.000 x 330 = US$ 50 milhões). A questão que se coloca é saber onde é que o governo irá obter esse valor. Sobressalentes e Manutenção É bem conhecida a escassez de peças sobressalentes e a manutenção de má qualidade dos autocarros grandes nos países em desenvolvimento. De que maneira é que o programa irá garantir o fornecimento adequado de peças sobressalentes e de mecânicos qualificados a longo prazo? Os sobressalentes para os minibuses não constituem um problema tão grande. Muitos deles são idênticos aos sobressalentes dos carros e são fáceis de obter. Se esta questão não for resolvida, a nova frota será provavelmente vandalizada. Emprego Estima-se que cerca de 14.000 pessoas tenham emprego directo na indústria de mini-buses. As indústrias de apoio, tais como as oficinas de reparação, os fornecedores de peças sobressalentes e de combustível e os vendedores, empregam muito mais pessoas. A maior parte delas faz parte do sector informal e a eliminação destes postos de trabalho irá criar privações para os pobres que se encontram a trabalhar agora na indústria de pequenos autocarros. problem; most of them are similar to the ones used in small cars and they can easily be obtained. If this issue is not resolved, then the new fleet will probably be vandalized. Employment Estimates show that 14.000 people are directly employed by the mini-bus industry. Support industries, such as mechanical workshop, spare parts suppliers, fuel suppliers and resellers employ much more people. Most of the people employed in this sector are part of the informal sector and the elimination of these employment posts will cause the poor people working in the small bus industry to live on even more limited resources. Inefficiency The TPM represent an example of inefficiency in a company of big buses. Based on our experience in Mozambique and other developing countries, we suspect that this inefficiency will be repeated in any big bus related program. Lack of Complementary Actions If the purchase of new buses is to be financed through fuel taxes or any other resources from the government, there will be lack of funding for urgent actions such as investment on bus infrastructures and traffic management of cars and buses. Ineficiência Os TPM constituem um exemplo da ineficiência de uma companhia de autocarros grandes. Com base na nossa experiência em Moçambique e noutros países em desenvolvimento, suspeitamos que esta ineficiência repetir-se-á em qualquer programa de autocarros grandes. Falta de Acções Complementares Se a aquisição de novos autocarros for financiada 121 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique pelo imposto de combustível ou por quaisquer outros recursos do governo, faltará o financiamento para as acções urgentes, tais como o investimento em infra-estruturas de autocarros e a gestão do tráfego de carros e de autocarros. 122 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Céus Limpos sobre África Clear Skies over Africa Com Mark Trust, 2007 VISÃO GLOBAL O presente relatório mostra que, em caso de o transporte aéreo na zona da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ser liberalizada, a toda a região se irá beneficiar do aumento do crescimento económico e das oportunidades de emprego. Os países da SADC continuam de uma forma artificial a restringir as viagens aéreas internacionais limitando o número de voos para as suas cidades bem como o número de companhias aéreas que para elas podem voar. Estas restrições tornam mais caro viajar numa companhia aérea de uma país da SADC e desde modo reduzem o número de turistas e visitam a região. Experiências de outras regiões, incluindo de regiões em vias de desenvolvimento, mostram que a liberalização dos transportes aéreos conduz a ganhos significantes para os clientes e serve de alavanca para a actividade económica. De um ponto de vista mais específico, a liberalização resulta no aumento do comércio, elevados níveis de investimento externo directo e aumento da actividade turística – todos estes factores contribuem directamente para a criação de postos de trabalho. Os resultados desta pesquisa indicam que em caso de o sector dos transportes aéreos for totalmente liberalizado na SADC, mais de 500 000 turistas adicionais irão visitar a região por via aérea anualmente. Estes haveriam de gastar mais de US$500 milhões, o que haveria de aumentar o PIB da região da SADC em 1.5 biliões, ou metade de um ponto percentual. Seriam criados 35.000 novos postos de trabalho apenas na indústria do turismo e das viagens, e mais 37.000 na economia OVERVIEW This report shows that, should air transport in the South African Development Community (SADC) be liberalised, the entire region will reap the benefits of increased economic growth and employment opportunities. SADC countries continue to artificially restrict international air travel by limiting the number of flights to their cities as well as the number of airlines that can fly to them. These restrictions make it more expensive to travel by air to SADC, and so reduce the number of tourists who visit the region. Experiences in other regions, including developing ones, have shown that the liberalization of air transport invariably leads to significant gains for consumers, and boosts economic activity. More specifically, it results in increased trade, higher levels of foreign direct investment, and increased tourism – all of which directly contribute to job creation. The results of this research indicate that, should air transport in SADC be entirely liberalised, more than 500 000 additional foreign tourists would arrive in the region by air every year. They would spend more than US$500 million, which would increase SADC’s Gross Domestic Product (GDP) by R1.5 billion, or half a percent. Some 35 000 new jobs would be created in the travel and tourism industry alone, and a further 37 000 in the wider SADC economy. This is a relatively easy way to boost tourism and economic growth in the region, as the changes to regulations this will require are far easier to introduce than many other policy interventions. 123 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique da SADC. Esta é uma forma relativamente fácil de elevar o desenvolvimento no sector do turismo e no crescimento económico na região, uma vez que as mudanças aos regulamentos são mais fáceis do que a introdução de muitas políticas de intervenção. Experiências de Liberalização Países Africanos tais como o Quénia, o Egipto e o Uganda já liberalizaram os seus mercados de transportes aéreos e, de um modo geral, obtiveram resultados positivos. As companhias aéreas nacionais do Quénia e do Egipto alcançaram sucessos, e as suas respectivas indústrias de turismos colheram dividendos positivos. No Uganda foram sentidos os benefícios apesar de este país não possuir uma companhia aérea nacional. Os benefícios da liberalização são particularmente evidentes na rota Nairobi – Joanesburgo. O acordo de serviço aéreo entre os dos países foi liberalizado em Maio de 2000. Foram levantados os limites sobre linhas aéreas adicionais a operar na rota, o número de voos permitidos registou um aumento de quatro para catorze por dia. O acordo foi ainda mais liberalizado em 2003, quando as restrições remanescentes sobre o número de voos foram levantadas. A nossa pesquisa mostra que, entre Maio de 2000 e Setembro de 2005, o volume de passageiros registou um aumento na ordem de 69 por cento em relação ao período anterior a liberalização. O Mercado doméstico de transporte aéreo Sul Africano também se beneficiou consideravelmente da liberalização no início da década de 90. Durante os anos 90 e no início da década de 2000 os volumes de passageiros nas rotas domésticas aumentou em mais de 80 por cento. A liberalização permitiu a estrada de novas companhias aéreas com tarifas baixas: Kulula em 2001 e 1Time em 2004. Estas companhias aéreas inicialmente apenas operavam nas rotas de grandes volumes de passageiros, mas à medida que foram crescendo começaram a voar para pequenos centros tais Experiences of liberalisation African countries such as Kenya, Egypt, and Uganda have already liberalised their air transport markets, with generally positive results. Kenya and Egypt’s national airlines have done well, and their tourism industries have benefited. Uganda has felt the benefits even though it does not have a national airline. The benefits of liberalisation are particularly evident on the Nairobi–Johannesburg route. The air service agreement between the two countries was liberalised in May 2000. Limits on additional airlines flying the route were lifted, and the number of flights allowed was increased from four to 14 a day. The agreement was further liberalised in 2003, when the remaining restrictions on the number of flights were lifted. Our research shows that, between May 2000 and September 2005, monthly passenger volumes increased by 69 percent over the pre-liberalisation trend. The domestic South African air transport market also benefited considerably from liberalization in the early 1990s. During the 1990s and early 2000s passenger volumes on domestic routes increased by more than 80 percent. Liberalisation allowed for the entry of two low-cost airlines: Kulula in 2001, and1time in 2004. These airlines initially only flew on the more established high-volume routes, but as they grew they started to fly to smaller centres such as George and East London as well. The impact on these routes has been considerable: after Kulula started flying to George, total passenger volumes on that route increased by 159 percent between 1998 and 2005; similarly, within a year of 1time starting to fly to East London in 2005, total passenger volumes on that route increased by 52 percent. The success of South Africa’s lowcost airlines has enabled them to start flying to other SADC member states. The Lusaka–Johannesburg route strikingly demonstrates the benefits of allowing the entry of a low-cost airline. In early 2006 Zambian Airways agreed to let Kulula operate the Lusaka–Johan- 124 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique como George e East London. O impacto destas rotas tem sido considerável: depois de a Kulula ter começado a voar para George, o volume total de passageiros sobre essa rota aumentou em 159 por cento entre 1998 e 2005; de igual modo, num espaço de um ano após o início dos voos da 1Time para East London em 2005, o volume total de passageiros sobre essa rota registou um aumento na ordem de 52 por cento. O sucesso das companhias Sul Africadas de baixo custo permitiu com que estas começassem a voar para outros países membros da SADC. A rota Lusaka – Joanesburgo demonstra de uma forma clara os benefícios da permissão da entrada de companhias aérea de baixo custo. No início de 2006 a companhia aérea Zambiana concordou em permitir com que a Kulula operasse a rota Lusaka – Joanesburgo em seu nome. Os resultados têm sido dramáticos; em apenas três meses, de Abril a Junho, os volumes de passageiros aumentaram em 38 por cento (comparados com o mesmo período no ano anterior) e as tarifas das passagens baixaram em 33 – 38 por cento. Conflito na Política de Moçambique Moçambique constituiu claramente um exemplo de um conflito entre os interesses do turismo e os da companhia aérea nacional. O governo de Moçambique já reconheceu a importância do turismo para a sua economia nacional, facto que se reflecte na criação do Ministério do Turismo em 2000 e a elaboração de vários planos para o desenvolvimento do sector do turismo. Contudo, o governo continua a proteger a companhia aérea nacional restringindo a competição em relação as rotas internacionais. Este facto reduz artificialmente o número de turistas que visita Moçambique, prejudicando desta forma os objectivos do próprio governo para o sector do turismo. Os efeitos destas restrições são os elevados custos nas tarifas aplicadas na rota de Joanesburgo a Maputo comparadas com a rota de Joanesburgo a Durban. A antiga rota é vital para a indústria Moçambicana do turismo, uma nesburg route on its behalf. The results have been dramatic; in just three months, from April to June, passenger volumes increased by 38 percent (compared with the same period the previous year), and ticket prices dropped by 33–38 percent. Policy conflict in Mozambique Mozambique presents a clear example of a conflict between the interests of tourism and those of the national airline. The Mozambican government has recognised the importance of tourism to its national economy, as reflected in its creation of a Ministry of Tourism in 2000, and the drafting of a number of plans for the development of the tourism sector. However, it continues to protect the national airline by restricting competition on international routes. This artificially reduces the number of tourists visiting Mozambique, thus undermining the government’s own tourism objectives. The effects of these restrictions are discernible in the cost of flying from Johannesburg to Maputo compared with flying from Johannesburg to Durban. The former route is vital to Mozambique’s tourism industry, as most tourists enter and leave the region via Johannesburg. As Durban and Maputo are a similar distance from Johannesburg, the costs of flying to either destination should be more or less the same. However, return flights to Maputo are 163 percent more expensive than return flights to Durban (put differently, a ticket to Durban is 62 percent cheaper than a ticket to Maputo). This clearly influences the decision of South African or foreign tourists who have to decide between the two cities. Liberalising air transport in Mozambique would allow greater competition between the incumbent airlines as well as the entry of new ones, including low-cost operators. Prices on the Johannesburg– Maputo route should then drop to the same level of those on the Johannesburg– Durban route. Our research shows that this would increase tourist arrivals by 37 percent, increase tourist spend by US$5 million, and add US$9 million to Mozam- 125 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique vez que a maioria dos turistas entram e saem do país via Joanesburgo. Uma vez que as distâncias de Joanesburgo a Durban e Maputo são semelhantes, o custo do voo para qualquer destes dois destinos deveria ser mais ou menos o mesmo. Contudo, as passagens aéreas de ida e volta para Maputo são 163 por cento mais elevadas do que as passagens aéreas de ida e volta para Durban (colocadas diferentemente, uma passagem aérea para Durban é 62 por cento mais barata que uma passagem para Maputo). Este facto influencia claramente a decisão dos turistas Sul Africanos ou estrangeiros que tem de se decidir em relação a estas duas cidades. Aliberalização do transporte aéreo em Moçambique haveria de permitir uma maior concorrência entre as companhias envolvidas bem como a entrada de novas companhias, incluindo uma redução dos custos das tarifas. Os preços aplicados sobre a rota Joanesburgo – Maputo devem então ser reduzidas ao mesmo nível que as que são aplicadas na rota Joanesburgo – Durban. A nossa pesquisa mostra que este facto haveria de aumentar as chegadas de turistas na ordem de 37 por cento, aumentando os gastos dos turistas em USD5 milhões, e aumentando o PIB de Moçambique em US$9 milhões. Seriam criados 1000 novos postos de trabalho na indústria do turismo e cerca de 2000 mais nos outros sectores da economia. Actualmente, a companhia aérea nacional, a LAM, apenas possui 645 trabalhadores. Este facto destaca a desproporcionalidade dos elevados custos de se continuar a proteger a companhia aérea nacional a custa da indústria do turismo. Duas análises estatísticas Para se ter uma melhor compreensão sobre o impacto da liberalização do transporte aéreo sobre as tarifas e sobre os volumes de tráfico na região, foram realizadas duas análises estatísticas e econométricas. Estas análises envolveram 12 países da SADC nomeadamente Angola, Botsuana, república Democrática do Congo, bique’s GDP. It would create 1000 new jobs in the tourism industry, and about 2 000 more in the wider economy. At the moment, Mozambique’s national carrier, LAM Mozambique Airlines, has only 645 employees. This highlights the disproportionately high costs of continuing to protect the national airline at the expense of the tourism industry. Two statistical analyses To gain a better understanding of the impact of air transport liberalisation on air fares and air traffic volumes in the region, two statistical, or econometric, analyses were conducted. These involved 12 SADC member states, namely Angola, Botswana, the Democratic Republic of Congo, Lesotho, Madagascar, Malawi, Mozambique, Namibia, Swaziland, Tanzania, Zambia, and Zimbabwe. As regards air fares, the impact of liberalization on air fares on 56 routes in SADC was analysed. The results show that air fares are18 percent lower on liberalised routes, which, according to the available literature, could have increased passenger volumes by 14–32 percent, with the higher figure more likely. The analysis also shows that the presence of a low-cost airline on a given route has reduced prices by an average of 40 percent, which could have increased passenger volumes by 32–72 percent. The extent to which a low-cost airline can actually increase passenger volumes on a given route will be limited by restrictions on the number of flights on the route, as well as factors such as the capacity of the airports involved. As regards passenger volumes, the impact of liberalisation on passenger volumes from 1999 to 2004 on 16 routes between Johannesburg and other destinations in SADC was analysed. The results show that, following more liberal bilateral agreements, passenger volumes increased by an average of 23 percent, and that large, once-off increases in capacity allowed by the bilateral agreements further increased passenger volumes by an average of 12 percent. 126 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué. No que diz respeito as tarifas aéreas, foi analisado o impacto da liberalização sobre as tarifas em 56 rotas na SADC. Os resultados mostram que as tarifas aéreas são 18 por cento mais baixas sobre as rotas liberalizadas, o que, de acordo com a literatura disponível, poderia aumentar o volume de passageiros em 14 – 32 por cento, sendo como mais provável o valor máximo previsto. A análise mostra também que a presença de uma companhia aérea de baixo custo haveria de aumentar os volumes de passageiro em 32 – 72 por cento. A dimensão do volume que pode ser alcançado numa determinada rota será limitada pelas restrições sobre o número de voos na rota bem como factores tais como a capacidade dos aeroportos envolvidos. No que aos volumes de passageiros se refere, foi analisado o impacto da liberalização sobre os volumes de passageiros de 1999 a 2007 nas rotas entre Joanesburgo e outros destinos na SADC. Os resultados revelam que, seguindo acordos bilaterais mais liberais, os volumes de passageiros aumentaram numa média de 23 por cento e, nessa medida, uma vez permitida a capacidade por via dos acordos bilaterais poderse-ia registar uma outro aumento numa média de 12 por cento. Os estudos de caso, análises de volume e análises de preços, mostram em conjunto que a liberalização conduz a elevados volumes de passageiros e redução dos preços. Mostram também que os efeitos da liberalização na SADC poderiam ser semelhantes aos de outras regiões do mundo. Os indicadores mostram que a liberalização haveriam de aumentar os volumes de passageiros na região em 20 por cento (uma média de estimativa no preço e volume da análise econométrica). Este dado é conservador comparado com estudos The case studies, volume analysis, and price analysis all show that liberalisation leads to higher passenger volumes and lower prices. They also show that the effects of liberalization in SADC would be similar to those in other regions of the world. Indications are that liberalization would increase passenger volumes in the region by 20 percent (an average of estimates in the price and volume econometric analyses). This is conservative compared to previous studies elsewhere, which found that liberalisation increased passenger volumes in the United States by 33 percent, and in the European Union by 40 percent. The estimates for SADC are lower than international experience suggests, in part reflecting a conservative approach, but also reflecting the fact that the routes which have been liberalized are longdistance ones for which little substitution away from road transport would be expected; therefore, our figures underestimate the increase in air travel as a result of liberalisation. Furthermore, these results may well be lower because, relative to the United States and Europe, liberalisation in SADC thus far has been modest. The benefits of liberalisation The consequences of a 20 percent increase in air travel would be significant. Research shows that this would result in 500 000 more foreign tourists visiting SADC every year. They would spend more than US$500 million on tourismrelated activities. This, plus the multiplier effect on the wider SADC economy, would increase the region’s GDP by about US$1,5 billion a year, or about half a percent. Some 35 000 new jobs would be created in the travel and tourism industry alone, and a further 37 000 in the wider SADC economy. Impact on national airlines The concern that air transport liberalization may harm national airlines is a legitimate one. Following liberalisation in other parts of the world, many national carriers suffered reduced profits, or became unprofitable. Some major ‘legacy’ carriers have gone into bankruptcy protection, or become defunct. However, this need not happen to national 127 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique anteriores realizados em outros lugares, que constataram que a liberalização aumentou os volumes de passageiros nos Estados Unidos na ordem de 33 por cento e na União Europeia em 40 por cento. As estimativas para a região da SADC são baixas em relação ao que é sugerido pelas experiências internacionais, reflectindo-se em parte da abordagem conservadora, mas também no facto de as rotas que foram liberalizadas serem as de longo curso para as quais existem poucas possibilidades de serem substituídas pelos meios de transporte rodoviários. Para além disso, estes resultados podem muito bem ser mais baixos em relação aos Estados Unidos e Europa uma vez que a liberalização na SADC tem sido bem mais modesta. carriers in SADC. Liberalisation should significantly increase passenger volumes, which would provide opportunities for national airlines to expand and cut costs as a result of operating on a larger scale. Kenya Airways and Ethiopian Airlines are examples of African airlines that are successfully operating in liberalised markets. Os benefícios da liberalização As consequências de um aumento na ordem de 20 por cento nas viagens aéreas seria significante. As pesquisas indicam que este facto haveria de resultar num aumento de 500 000 mais turistas que haveriam de visitar a região da SADC por ano. Os turistas haveriam de gastar mais de USD500 milhões em actividades relacionadas com o turismo. Este facto, acrescido efeito multiplicador sobre uma economia mais ampla na SADC, haveria de aumentar o PIB da região em cerca de USD1.5 bilião por ano, ou em cerca de metade de um ponto percentual. Seriam criados 35.000 novos postos de trabalho apenas na indústria do turismo e das viagens e mais 37.000 em outras áreas da economia. Some governments may well decide that liberalisation will have dire consequences for their national airlines. However, if they decide to support the growth of their tourist industries over the health of their airlines, they stand to reap much greater benefits in terms of economic growth and job creation. Impacto sobre as companhias aéreas nacionais A preocupação Segundo a qual a liberalização dos transportes aéreos poderá prejudicar as companhias nacionais é legítima. Seguindo o exemplo da liberalização em outras partes do mundo, muitas companhias aéreas sofreram uma redução dos lucros ou não obtiveram quaisquer custos. Algumas grandes companhias aéreas tiveram que ser protegidas contra a falência ou mesmo faliram. Contudo, este facto não precisa de ocorrer às companhias aéreas na SADC. A Other steps can also be taken to strengthen national airlines in SADC. Among these is separating the airline from the state bureaucracy. This does not require privatisation but rather that the airline is run on commercial principles. Other alternatives are mergers, alliances, joint ventures and lease agreements, all of which offer win-win solutions for national airlines. Our research shows that, in numerous SADC countries, the national airline employs far fewer people than those in the tourism sector who provide services to tourists arriving by air. These figures suggest that liberalization would have to increase the latter category of people by only four percent for the number of additional jobs in that sector to outweigh the total number of jobs in the national airline. For most countries, the benefits of a 20 percent increase in passenger volumes will far outweigh any negative consequences for their national airlines. Tourism also has far greater knock-on effects on broader economies than national airlines. Tourism sectors mainly source their inputs from local economies, and the wider economic benefits of tourism are far greater than those of national airlines, which mainly import the goods and services they need, such as aircraft parts, equipment, and fuel. 128 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique liberalização deve aumentar de forma significativa os volumes de passageiros, o que haveria de proporcionar oportunidades para as companhias aéreas nacionais alargarem e reduzirem os custos em resultado de estarem a operar numa escala maior. As companhias aéreas do Quénia e da Etiópia são exemplos de companhias aéreas Africanas que operam com sucesso em mercados liberalizados. Existem outros passos que também podem ser dados para fortalecer as companhias aéreas nacionais na região da SADC. Entre os passos que podem ser dados inclui-se a separação das companhias aéreas da burocracia do estado. Este facto não implica a privatização mas sim uma gestão baseada em princípios comerciais. Outras alternativas incluem a fusão, o estabelecimento de alianças, joint ventures e acordos de compra, sendo que todas estas oferecem soluções ganhoganho para as companhias aéreas nacionais. Alguns governos podem muito bem decidir que a liberalização terá consequências graves para as suas companhias aéreas. Contudo, se eles optarem por apoiar o crescimento das indústrias de turismo em troca da saúde das suas companhias aéreas, eles podem angariar maiores benefícios em termos de crescimento económico e criação de postos de trabalho. A nossa pesquisa mostra que, em muitos países da SADC, a companhia aérea nacional emprega muito menos pessoas que as do sector do turismo que proporciona serviços de turismo a turistas que chegam por via aérea. Estes dados sugerem que a liberalização haveria de aumentar a última categoria de pessoas em apenas quatro por cento para o número de empregos adicionais nesse sector para suplantar o número total de postos de trabalho na companhia aérea. Para a maioria dos países, os benefícios de uma aumento de 20 por cento nos volumes de passageiros irá suplantar de longe quaisquer consequências negativas que surjam para as suas It is not essential to have a national airline to have a healthy, growing tourism sector. Uganda’s tourism sector has thrived in the absence of a national airline. In 2002 Uganda allowed its loss-making national carrier, Uganda Airlines, to go into liquidation. Despite the failure of a number of new private airlines, a liberalized air transport policy has led to substantial growth in tourism traffic and receipts. In 2000 Uganda hosted 193 000 international tourists, who spent US$151 million. By 2004 this figure had increased by 82 percent to 350 000 tourists, who spent US$271 million (a 79 percent increase). Tourism is now Uganda’s top foreign exchange earner, substantially outclassing traditional export leaders such as coffee and tea. International passenger traffic at Entebbe airport, having stagnated from 1996 through 2002, increased in both 2003 and 2004. Regional implications Continuing to restrict airline markets has important consequences for SADC’s attractiveness as a region. When tourists from the region travel to Europe they are able to visit a number of countries on the same trip, and therefore tend to consider the attractions of numerous countries rather than those of just one country. The same should be true in respect of SADC. This requires cost-effective air travel, as using road or rail to visit a number of countries in the region on a single trip is difficult due to the long distances and travel times. Air travel allows tourists to move rapidly from one country to another, thus enabling them to visit a number of countries in a short period. However, regulated air transport regimes makes this costly and difficult to organise on short notice, due to the lack of available seats. While restrictions on airline markets clearly harm the tourism sectors of individual countries, they also harm the region as a whole, as all its countries become less attractive as tourist destinations. This suggests that SADC should regard liberalising its air transport markets as a priority. With hundreds of thousands of visitors expected to visit the region for the 2010 Soccer World Cup, this megaevent 129 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique companhias aéreas. O turismo possuem também muitos efeitos sobre economias amplas do que em companhias aéreas nacionais. A principal fonte no sector do turismo vem das economias locais, e os benefícios económicos mais amplos do turismo são muito maiores que os das companhias aéreas nacionais que basicamente importam os bens e serviços que precisam, tais como peças para aviões, equipamento e combustível. presents SADC countries with a major challenge as well as a major opportunity. Não é essencial ter uma companhia aérea nacional, ter um sector de turismo crescente e saudável. O sector do turismo no Uganda vem trabalhando arduamente mesmo na ausência de uma companhia aérea nacional. Em 2002 o Uganda permitiu que a sua companhia nacional, que só acumulava prejuízos, a Uganda Airlines, que abrisse um processo de liquidação. Apesar da falha de várias companhias aéreas privadas, a política de liberalização do transporte aéreo conduziu a um crescimento substancial no tráfego do turismo e nas receitas. Em 2000 o Uganda recebeu 193.000 turistas internacionais, que gastaram USD151 milhões. Até 2004 este dado aumentou em 82 por cento para 350.000 turistas que gastaram USD271 milhões (um aumento na ordem de 79 por cento). O turismo representa actualmente a principal fonte de arrecadação de moeda externa para o Uganda, suplantando substancialmente as áreas tradicionais de exportação como o café e o chá. O tráfico internacional de passageiros no Aeroporto de Entebbe, que sofreu um período de estagnação de 1996 a 2002, registou um aumento em 2003 e 2004. Implicações Regionais A continuidade nas restrições dos mercados das companhias aéreas tem consequências importantes para a atracção da SADC em tanto que região. Quando turistas da região viajam para a Europa, estes tem a capacidade de visitar vários países durante a mesma viagem, e por isso tendem a considerar as atracões de vários países e não as de apenas um país. O mesmo poderia ser verdade em relação a SADC. Este facto requer viagens aéreas eficazes do ponto 130 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique de vista de custos, uma vez que a via rodoviária ou a via ferroviária para visitar vários países na região numa única viagem é difícil devido as longas distâncias e aos tempos de viagem. As viagens aéreas permitem com que os turistas se desloquem rapidamente de um país para o outro, facilitando deste modo com que eles visitem muitos países num curto período de tempo. contudo, os regimes regulados de transporte tornam este processo oneroso e difícil de se organizar dentro de um breve espaço de tempo, devido a falta de disponibilidade de lugares. Enquanto que as restrições nos mercados de companhias aéreas prejudica claramente os sectores do turismo de países singulares bem como também prejudica a região no seu todo uma vez que todos os países da região ficam menos atractivos em tanto que destinos turísticos. Este facto sugere que a SADC deve considerar a liberalização do seu mercado de transporte aéreo como uma prioridade. Com as centenas de milhares de visitantes que são esperados na região no âmbito do Campeonato Mundial de Futebol de 2010, o mega evento representa um grande desafio bem como uma grande oportunidade para os países da SADC. 131 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 132 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Base Tributária Estreita Narrow Tax Base Bruce Bolnick, August 2005 A percepção comum é de que o custo do financiamento de serviços públicos cabe desproporcionalmente num pequeno número de empresas formais altamente tributadas, enquanto largas somas de dinheiro se mantém fora dos sistema tributário devido a evasão fiscal, corrupção, administração tributária ineficaz, e leis fiscais que desencorajam o registo de empresas formais. Por implicação, haveria de parecer que há um âmbito amplo para o alargamento da base tributária como forma de pagamento para taxas de impostos baixas. Nesta lógica, muitos dos recentes debates em Moçambique tem o seu enfoque sobre a identificação de formas visando trazer o sector informal para a rede tributária. Esta secção começa por abordar esta questão. Contudo, a conclusão geral, é de que não se devem esperar grandes ganhos de rendimentos a partir desta fonte. Por isso, nós examinamos também uma variedade de outros instrumentos para a ampliação da base tributária. Tributação do Sector informal Uma grande fracção da actividade económica mantém-se fora do sistema tributário, maior parte desta lacuna surge de motivos relacionados com a pobreza em grande escala, equidade tributária, e constrangimentos inerentes a capacidade tributária devido ao recursos administrativos limitados, elevadas taxas de analfabetismo, elevada taxa de população rural, e o elevado nível de auto consumo. Basicamente, não faz sentido tributar multidões de pessoas muito pobres. Assim, o sistema do IVA em Moçambique isenta os bens básicos consumidos em grande medida pelos pobres, e o código de imposto sobre o consumo exclui pessoas que ganham menos A common perception is that the cost of financing public services falls disproportionately on a small number of heavily taxed formal enterprises, while large sums remain outside the tax system due to tax evasion, corruption, ineffective tax administration, and tax laws that discourage the registration of informal enterprises. By implication, there would appear to be ample scope for widening the tax base, as a means of paying for lower tax rates overall. On this logic, much recent discussion in Mozambique has focused on finding ways to bring the informal sector into the tax net. This section begins by addressing this issue. The general conclusion, however, is that large revenue gains should not be expected from this source. Hence, we also examine a variety of other instruments for broadening the tax base. Taxing the informal sector A large fraction of economic activity remains outside the tax system, most of this gap arises for good reasons relating to widespread poverty, tax equity, and inherent constraints on tax capacity due to limited administrative resources, high rates of illiteracy, a large rural population, and widespread auto-consumption. Basically, it makes sense not to tax multitudes of very poor people. Thus, the VAT system in Mozambique exempts basic goods consumed heavily by the poor, and the income tax code excludes individuals earning less than MT 24 thousand per year. Small informal entities with incomes below this threshold should not be in the tax net, as a matter of principle. More specifically, national accounts data for 2001 show that value added in the enterprise sector, excluding agriculture, represented 48 percent 133 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique de 24 mil meticais ao ano. Pequenas entidades informais com rendimentos abaixo deste limiar não devem estar na rede tributária, como uma questão de princípio. De um ponto de vista mais específico, os dados contabilísticos nacionais de 2001 mostram que o valor acrescido no sector empresarial, excluindo a agricultura, representou 48 por cento do PIB. Este facto pode ser visto como uma base máxima teorética para os rendimentos das empresas e para a retenção do IRPS por parte das entidades empregadoras em conjunto. De igual modo, o consumo privado excluindo o auto consumo representou 57 do PIB. Este facto pode ser considerado como uma base tributária máxima para impostos indirectos. Por isso, cerca de metade do PIB fica de fora para qualquer expectativa realística de mobilização de rendimentos. Condições semelhantes são aplicadas em todos os países com baixos rendimentos, sem excepção. Ainda assim, a razão global de rendimentos para o PIB em Moçambique é actualmente abaixo da média para os países comparáveis. Dentro do conjunto de actividades tributáveis, é normal que os rendimentos de um elevado imposto sobre o rendimento e IVA venham de um número relativamente baixo de empresas formais. O motivo é simplesmente o facto de os rendimentos e as transacções tenderem a ser altamente concentradas. De acordo com Ebrill, et al (2001, página 117), a regra do polegar para os sistema de IVA em todo o mundo é de que 90 por cento dos rendimentos deriva de 10 por cento dos contribuintes. Um fenómeno semelhante é aplicado a maior parte dos sistemas de rendimentos. Terkper (2003) cita um par de regras 80/20: 80 por cento dos rendimentos vem de 20 por centos de contribuintes, enquanto que 80 por cento dos custos administrativos, em muitas jurisdições, é destinado a esforços ineficientes visando tributar pequenas e médias empresas. Daí surge, o grande ênfase sobre a criação de maiores bases tributárias como uma componente antecipada de reformas no sector da administração tributária. of GDP. This can be viewed as the theoretical maximum base for the company income tax and IRPS withholding by employers, combined. Also, private consumption excluding auto-consumption amounted to 57 percent of GDP. This can be considered as the theoretical maximum tax base for indirect taxes. About half of GDP is therefore out of bounds for any realistic expectation of mobilizing revenue. Similar conditions apply in all low income countries, without exception. Yet, the overall ratio of revenue to GDP in Mozambique is currently below the average for comparable countries. Within the set of taxable activities, it is normal for the bulk of income tax and VAT revenues to come from a relatively small number of formal enterprises. The reason is simply that incomes and transactions tend to be highly concentrated. According to Ebrill, et al. (2001, page 117), a rule of thumb for VAT systems around the world is that 90 percent of the revenue derives from 10 percent of the taxpayers. A similar phenomenon applies to most income tax systems. Terkper (2003) cites a pair of 80/20 rules: 80 percent of the revenue comes from 20 percent of taxpayers, while 80 percent of the administrative cost, in many jurisdictions, is devoted to ineffectual efforts to tax small and medium enterprises. Hence the widespread emphasis on creating large taxpayer units as an early component of reforms to tax administration. Even though the number of small taxpayers may be large, that is not an indication of large revenue potential. A recent study by Ernst & Young (2004) notes that in 2004 there were over 13,000 enterprises registered for the normal VAT regime in Mozambique and over 10,000 registered for the simplified regime (and nearly 12,000 in the exempt regime); yet filers in the simplified regime accounted for just 0.4 percent of the revenue. Applying Terkper’s 80/20 logic, the tax system can be improved by having tax officers concentrate on handling a few thousand files efficiently, rather than trying to cover tens of thousands of very small taxpayers. There is a strong case for raising the thresholds for tax coverage, which would actu- 134 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Apesar de o número dos pequenos contribuintes poder ser grande, isso não constitui indicação de um elevado potencial de rendimento. Um estudo recente realizado pela Ernst & Young (2004) nota que em 2004 haviam mais de 13.000 empresas registadas para o regime normal de IVA em Moçambique e mais de 10.000 registadas para o regime simplificado (e perto de 12.000 no regime de isenção); ainda assim, os que preenchem o regime simplificado constituem apenas 0.4 por cento dos rendimentos. Ao se aplicar a lógica de Terkper, 80/20, o sistema tributário pode ser melhorado colocando oficiais de impostos a se concentrarem no manuseamento eficaz de milhares de arquivos de uma forma eficiente, ao invés de tentar cobrir dezenas de milhares de contribuintes muito pequenos. Existe um caso forte para elevar os limiares para a cobertura tributária, o que haveria de facto de estreitar a base tributária, mas com pouco efeito sobre o rendimento. De facto, o efeito dos rendimentos pode ser positivo se o resultado tivesse de melhorar a provisão dos recursos administrativos. Não obstante, os esforços de se trazer as entidades informais para rede tributária não são importantes. Como Terkper (2003) sugere, a evasão fiscal no seio dos contribuintes médios “pode, de forma adversa afectar os rendimentos e o cumprimento no seio de todos os contribuintes”. Terkper faz uma distinção útil entre três grupos difíceis de serem tributados: - “Contribuintes pequenos e vulneráveis que devem ser isentados da maior parte das obrigações fiscais; - Outros pequenos contribuintes que pagam taxas presumíveis em substituição dos impostos sobre os rendimentos e consumo; e - Grandes e médias entidades que são capazes, mas que no entanto não cumprem e para as quais devem ser usadas medidas presuntivas como um mecanismo de controle.” ally narrow the tax base, but with little effect on revenue. Indeed, the revenue effect may be positive if the result were to improve the deployment of administrative resources. Nonetheless, efforts to bring informal entities into the tax net are not unimportant. As Terkper (2003) suggests, tax evasion among small and medium taxpayers “can adversely affect revenue and compliance among all taxpayers.” Terkper makes a useful distinction between three “hard-to-tax” groups: - - “small and vulnerable taxpayers that should be exempted from most tax obligations; other small taxpayers that pay presumptive taxes in lieu of income and consumption taxes; and large and medium entities that are capable but fail to comply and for whom presumptive measures must be used primarily as a control mechanism.” The previous paragraphs focused on the first group. The second one is the proper domain for the simplified VAT and income tax regimes, or a new single tax in place of these two separate regimes (see section A). Group three, however, poses the central challenge for base broadening. Indeed, much of the anger about informal sector tax evaders centers on competition from enterprises operating well above the margin of subsistence. One approach that merits consideration is a presumptive tax based on objective “outward signs of lifestyle.” The success of any effort to apply a presumptive tax to relatively well off tax evaders obviously requires a well trained and honest cadre of tax officials, backed by high level political support. One point generally overlooked is that the VAT, itself, is a device for taxing the informal sector. This base-broadening effect arises by virtue of the fact that VAT is levied at each stage in the supply chain. Even though an unregistered trader or producer does not charge VAT on sales, the govern- 135 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Os parágrafos anteriores tiveram o seu enfoque sobre o primeiro grupo. O segundo é o domínio adequado para os regimes simplificados de IVA e imposto sobre o rendimento, ou um único imposto no lugar destes dois regimes separados (secção A). Contudo, o terceiro grupo coloca o desafio central para a ampliação da base. De facto, maior parte do aborrecimento em relação ao que praticam a evasão fiscal no sector informal tem como base a concorrência que mereça alguma consideração numa base tributária presuntiva no objectivo “sinais exteriores de ostentação”. O sucesso de qualquer esforço para aplicar qualquer imposto presuntivo para os violadores fiscais com posses requer obviamente um quadro de pessoal bem formado protegido por um apoio político de alto nível. Um ponto que geralmente é ignorado é de que o IVA, por si, é um dispositivo para a tributação do sector informal. Este efeito de ampliação da base surge em virtude do facto de que o IVA é tributado em cada fase na corrente simples. Apesar de um comerciante ou produtor não registado não cobrar o IVA sobre as vendas, o governo continua a colectar o imposto sobre quaisquer insumos que tenham sido comprados de um fornecedor registado. Para além disso, o IVA detém incentivos internos para empresas se registarem voluntariamente na rede tributária. Qualquer vendedor que esteja a vender algo a entidades com registo do IVA está sob a pressão de providenciar uma factura adequada de IVA. Caso contrário, o cliente não pode reclamar legalmente crédito pela componente de IVA pelo custo de compra. O cliente pode reduzir os seus custos comprado, como alternativa, a partir de um vendedor registado. Como indicação do efeito da ampliação desta base, pode-se notar que o rendimento gerado pelo IVA é igual a 5.5 por cento do PIB em 2003 comparado com 3.3 por cento do PIB gerado em 1998 pelo anterior cálculo de imposto. Este valor acrescido de rendimento não pode ser explicado em termos de uma elevada taxa de impostos, em tanto que tal (secção B, acima). ment still collects the tax on any inputs that have been purchased from a registered supplier. In addition the VAT has built-in incentives for enterprises to enter the tax net voluntarily. Any vendor selling to VAT-registered entities is under pressure to provide a proper VAT invoice. Otherwise, the customer cannot legally claim credit for the VAT component of the purchase cost. The customer can reduce its costs by purchasing instead from a registered vendor. As an indication of this base-broadening effect, one may note that VAT generated revenue equal to 5.5 percent of GDP in 2003, compared to 3.3 percent of GDP raised in 1998 by the previous circulation tax. This increased revenue yield cannot be explained in terms of a higher tax rate, as such (section B, above). Moreover, the effective coverage of VAT in Mozambique is actually fairly good compared to other low-income countries. A common index of VAT collection efficiency – measured by the ratio of VAT to GDP, controlling for the tax rate – is higher in Mozambique than the average for subSaharan Africa, and well above the index value for neighboring low-income countries. Ernst & Young (2004) reports that the number of registered VAT filers in Mozambique increased between 2002 and 2004 by 43 percent for the normal VAT regime, and by 64 percent for the simplified VAT regime. These figures indicate that the VAT service is succeeding in widening the tax net (perhaps beyond the point of diminishing returns). The new income tax code also has built-in provisions to capture some of the income accruing to unregistered enterprises. The main device is the relatively broad requirement for formal sector companies to withhold tax on provision for withholding tax on payments to contractors. Registration of medium and small enterprises should certainly be part of the plan for expanding the tax base, but one should not expect large revenue gains in the short run from adding multitudes 136 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Para além do mais, a cobertura efectiva do IVA em Moçambique é actualmente boa comparada com a outros países com baixos rendimentos. O índice comum de colecta eficaz do IVA – medido por razão do IVA para o PIB, que controla a taxa tributária – é mais elevada em Moçambique do que na média dos países da região a sul do sahara, e bem acima o índice do valor para os países vizinhos . A Ernst & Young (2204) reportou que o número de empresas registadas para o IVA em Moçambique aumentou entre 2002 e 2004 em 43 por cento para o regime normal do IVA e em 64 por cento para o regime simplificado do IVA . Estes dados indicam que o serviço do IVA está a ter sucesso na ampliação da rede tributária (talvez para além do ponto de redução dos retornos). O novo código tributário também possui provisões internas visando alguns dos impostos relacionados com empresas que não estão registadas. O principal dispositivo é o requisito relativamente amplo para as empresas do sector formal reterem o imposto sobre a provisão para a retenção do imposto em pagamentos a empreiteiros . O registo de pequenas e médias empresas deve certamente ser parte do plano para o alargamento da base tributária, mas é importante não esperar por elevados ganhos tributários a curto prazo acrescentando multidões de pequenas entidades informais ao sistema. A procura para o fortalecimento dos rendimentos deve ter o seu enfoque em outros aspectos. Outras vias para a ampliação da base tributária As três principais vias para a ampliação da base tributária são: uma administração fiscal mais forte, eliminação das lacunas e incentivos fiscais e novos instrumentos de tributação. Colocando de lado a questão de empresas micro e pequenas, a fraca administração tributária permite com que muitos negócios fujam ou evitem cumprir todas as suas obrigações fiscais. A perda de rendimentos associada a este facto é um of small informal entities to the system. The search for revenue enhancement must focus elsewhere. Other avenues to broadening the tax base Three main avenues for broadening the tax base are stronger tax administration, elimination of loopholes and special incentives, and new tax instruments. Putting aside the issue of micro and small enterprises, weak tax administration allows many businesses to evade or avoid their full tax obligations. The associated revenue loss is a major impediment to reducing tax rates. One key requirement is a more concerted effort to train tax officers. Another is to pursue much stronger programs to stem the hemorrhage of revenue due to corruption. Special teams might also be mobilized to target relatively high-income groups that are prone to evasion or avoidance, such as non-resident entities doing business in Mozambique, independent professionals (lawyers, doctors, consultants), landlords, and local staff of foreign embassies and agencies. Similarly, in the customs arena, special teams performing random real-time checks on import clearances might have a significant effect in reducing smuggling or false declarations. Along these lines, some countries have solicited technical assistance to create high-powered audit teams to crack down on tax cheats while providing on-the job training for local auditors. Such devices may have a high pay-off in broadening the tax base by reducing evasion. A second avenue for base broadening is the elimination or reduction in loopholes and selective tax breaks. To some extent this has been achieved already, via the new tax codes and fiscal benefit packages enacted in 2002. Nonetheless, a large part of the gap between actual and potential revenues in Mozambique probably reflects provisions of the tax law that have been adopted for purposes of industrial policy, without adequate regard for the costs. These revenue costs can be huge, because wealthy corporations and individuals con- 137 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique grande impedimento para a redução das taxas de impostos. Um requisito chave é a existência de um esforço mais concentrado na formação dos oficiais das repartições fiscais. O outro requisito é o seguimento de programas mais fortes para estancar a hemorragia dos rendimentos por causa da corrupção. Também podem ser mobilizadas equipas especiais para abordarem grupos com rendimentos relativamente altos que são propensos a evasão e fuga, tais como entidades não residentes que estão a desenvolver negócios em Moçambique, profissionais independentes (advogados, doutores, consultores), senhorios e pessoal local de embaixadas e agências estrangeiras . De igual modo na arena aduaneira, equipas especiais que efectuam revistas aleatórias em tempo real sobre processos de importação podem ter um efeito significativo na redução do tráfico ou declarações falsas. Paralelamente a estas linhas, alguns países já solicitaram assistência técnica para criar equipas de auditoria com muitos poderes para punir os que cometem fraude fiscal proporcionando formação no terreno para auditores locais. Tais dispositivos podem ter grandes resultados na ampliação da base tributária reduzindo a evasão. Uma segunda via para a ampliação da base é a eliminação ou a redução das lacunas e quebras selectivas de impostos. Até certo ponto, este facto já foi alcançado através dos novos códigos fiscais e pacotes de benefícios emanados em 2002. Não obstante, uma grande parte da actual lacuna e dos potenciais rendimentos em Moçambique reflectem provavelmente as provisões da lei tributária que foram adoptadas para efeitos de política industrial, sem uma atenção especial sobre os custos. Estes custos sobre os rendimentos podem ser elevados porque as empresas e pessoas com muito dinheiro geralmente procuram formas de tirar vantagem de provisões tributárias especiais para cobrir os rendimentos que devem ser tributados na totalidade . Os incentivos ao investimento também geram grandes perdas de rendimentos se stantly seek ways to take advantage of special tax provisions to shelter income that should be fully taxed. Investment incentives also generate large revenue losses if tax-favored businesses gain sales and income at the expense of fully taxed competitors. Finally, the administration of special tax breaks impairs revenue simply by diverting personnel to tasks other than tax collection. In any case, evidence is mixed as to the effectiveness of special tax breaks. Where conditions for profitable investment are absent, the unintended costs of fiscal incentives may far outweigh actual benefits. The revenue losses are hard to measure, but at a minimum the government should issue regular reports on “tax expenditures,” using established methods for computation, as soon as data systems are in place to support the analysis. Fiscal transparency is a cornerstone for improving the tax system. More generally, the capacity for tax policy analysis needs to be strengthened, to ensure that special tax breaks are cost effective. The third basic approach to broadening the tax base is through new revenue measures. One possible measure, discussed above, is a presumptive tax based on “outward signs” of lifestyle, to catch tax evaders with relatively high incomes. Probably the largest potential revenue gains, however, would come from emulating Botswana – where revenue from the exploitation of natural resources (and earnings on the prudent investment of prior resource revenue) has financed a large expansion of public services, and enabled the government to offer very attractive rates for other tax instruments. In developing mineral resources such as natural gas, titanium sands, coal, and gemstones, as well as renewable resources such as timber and fishing, the government should bargain skillfully for retention of a large share of resource rents. These are not footloose investments, so they should not require generous fiscal incentives. Another option that may be worth consideration is an alternative minimum tax (AMT) on corporate turnover or net assets, to ensure that every com- O índice é definido como sendo a razão do IVA/ PIB para a taxa de IVA. O valor de um índice de 1.00 significa que o IVA é colectado em 100 do PIB. O valor do índice para Moçambique em 2003 foi de .32, comparado com uma m� Tanzânia. Até certo ponto, o valor relativamente elevado para o índice de Moçambique poderia reflectir-se severamente sobre a quantidade de reembolsos do IVA: 138 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique os negócios que são favorecidos do ponto de vista fiscal ganharem vendas e rendimentos a custa dos concorrentes que pagam os seus impostos na totalidade. Finalmente, a administração de impostos especiais prejudica o sistema tributário destacando pessoal para tarefas que nada tem haver com a recolha de impostos. Nos casos em que as condições para investimento com lucros estão ausentes, os custos não desejados de incentivos fiscais podem suplantar de longe os benefícios actuais. É difícil medir as perdas de rendimentos, mas no mínimo, o governo deve emitir relatórios regulares sobre as “despesas dos impostos” usando métodos estabelecidos para a informatização, logo que estejam disponíveis os sistemas de dados para suportar a análise. A transparência fiscal é um marco importante para o melhoramento do sistema tributário. De um modo mais geral, a capacidade para uma análise da política fiscal precisa de ser fortalecida de modo a garantir com que as quebras de impostos especiais sejam eficazes do ponto de vista de custos. pany makes at least a moderate contribution to financing infrastructure, market-supporting institutions, and human capital investments. If pursued, the AMT should be applied at a very low tax rate. A final consideration is that efforts to broaden the tax base are intimately connected to the quality of government expenditure. If taxpayers widely perceive that tax money is wasted or misdirected, then compliance will be low, and tax reforms as such will be less effective. Programs to improve public expenditure management and increase efficiency in the delivery of public services go hand in hand with tax reform. Recommendations on broadening the tax base - Avoid the false expectation that large amounts of revenue can be raised by taxing micro and small enterprises – and the trap of diverting large amounts of administrative resources to this function. A Terceira abordagem básica para a ampliação da base tributária é através de novas medidas de rendimentos. Uma medida m possível, acima debatida, é um imposto presuntivo baseado nos “sinais exteriores de ostentação” para identificar violadores fiscais com rendimentos relativamente elevados. Provavelmente a maior parte dos ganhos potenciais haveria, contudo, de surgir do Botsuana revitalizado – onde os rendimentos gerados a parir da exploração de recursos naturais (e os ganhos sobre investimentos prudentes de rendimentos de recursos anteriores) possuem uma grande expansão de serviços públicos, e facilitaram o governo a oferecer taxas muito atractivas para outros instrumentos tributários. Ao desenvolver recursos minerais tais como o gás natural, areias de titânio, e pedras de gemas, bem como recursos renováveis tais como a madeira e a pesca, o governo deve negociar com muita cautela em prol da retenção de uma grande parte das rendas dos recursos. Estes não são - For targeting higher-income tax evaders, consider introducing a presumptive tax based on objective “outward signs of lifestyle.” - Pursue ongoing programs to strengthen and modernize tax administration; in particular, intensify staff training and efforts to fight corruption in the tax service. - Mobilize special teams to inspect and audit groups that are especially prone to evasion, and to perform random checks on import clearances. - Build capacity in Ministry of Planning and Finance for careful economic and fiscal analysis of alternative instruments for stimulating investment; based on careful policy analysis, eliminate or reduce loopholes and selective incentives that are not cost effective. - Adopt tax expenditure budgeting, and issue Estes dados representam o número de arquivos registados. O estudo da Ernst & Young não reportou o número dos arquivos actuais. O IRP� nição relativamente compreensiva dos rendimentos tributáveis e as limitações de certas deduçõ� 139 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique investimentos inseguros, por isso não se devem beneficiar de incentivos fiscais. Outra opção que é importante tomar em consideração é um imposto mínimo alternativo (IMA ) sobre os lucros ou bens líquidos, para assegurar com que todas as empresas façam pelo menos uma contribuição moderada para financiar infra-estruturas, instituições de apoio ao mercado e investimento em capital humano. Caso seja efectivado, o IMA deverá ser aplicado a uma taxa fiscal muito reduzida. Uma consideração final é de que os esforços para ampliar a base fiscal estão ligados, em última análise, à qualidade das despesas do governo. Se os contribuintes entendem na sua maioria que o dinheiro dos impostos é gasto de uma forma incorrecta, então o cumprimento das obrigações fiscais será baixo e reformas fiscais em tanto que tal serão menos eficazes. Os programas de melhoramento da gestão da despesa pública e o aumento da eficácia na provisão de serviços públicos estão de mãos dadas com a reforma fiscal. regular public reports on the fiscal cost of tax incentives. - Adopt a strategy of maximizing domestic retention of resource rents from the exploitation of mineral resources and renewable natural resources. - Consider the adoption of a corporate Alternative Minimum Tax. - Enhance tax compliance by pursuing ongoing programs to reform public expenditure management and improve public service delivery. Recomendações para a ampliação da base tributária - Evitar a falsa expectativa Segundo a qual grandes quantidades de rendimentos podem ser geradas através da tributação de micro e pequenas empresas – e a armadilha de desviar grandes quantidades de recursos administrativos para esta função. - Para lidar com os violadores fiscais com elevados rendimentos, é melhor tomar em consideração a introdução de um imposto presuntivo baseados no objectivo “sinais exteriores de ostentação”. - Continuar com os programas em curso visando fortalecer e modernizar a administração fiscal; em particular intensificando a formação do pessoal e os esforços para o combate a corrupção no The index is defined as the ratio of VAT/GDP to the VAT rate. An index value of 1.00 means that VAT is collected on 100 percent of GDP. The index value for Mozambique in 2003 is .32, compared to an average of .27 for sub-Saharan Africa (Ebrill, et al., 2001), and values of .28 for Zambia, .24 for Malawi, and .21 for Tanzania. To some extent, the relatively high index value for Mozambique could reflect the severity of the backlog of VAT refunds. 140 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique serviço fiscal. - Mobilizar equipas especiais para inspeccionarem e auditarem grupos que são propensos a evasão, e realizar revistas aleatórias sobre declarações de importação. - Desenvolver uma capacitação no Ministério de Planificação e Finanças para uma análise económica e fiscal cuidada de instrumentos alternativos para estimular o investimento, baseado numa análise política cuidada, eliminar ou reduzir as lacunas e incentivos selectivos que não são eficazes do ponto de vista de custos. - Adoptar orçamentação de despesas e emitir relatórios públicos regulares sobre o custo fiscal dos incentivos fiscais. - Adoptar uma estratégia de maximização da retenção doméstica das rendas dos recursos a partir da exploração de recursos minerais e recursos minerais renováveis. - Considerar a adopção de um Imposto Mínimo Alternativo. - Fortalecer o comprimento fiscal seguindo os programas em curso para reformar a gestão da despesa pública e melhorar a provisão de serviços públicos. These figures represent the number of registered filers. The Ernst & Young Study did not report the number of actual filers. The IRPC and IRPS also incorporate base-broadening features that are unrelated to the informal sector, such as a relatively comprehensive definition of taxable income, and limitations on certain deductions that are prone to abuse. These provisions are one cause for complexity of the income tax codes. 141 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 142 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Constrangimentos do Sector Financeiro sobre o Desenvolvimento do Sector Privado em Moçambique Financial Sector Constraints on Private Sector Development in Mozambique Bruce Bolnick, August 2005 SUMÁRIO EXECUTIVO O presente documento examina os constrangimentos financeiros chave ao desenvolvimento do sector privado doméstico em Moçambique, tendo como enfoque primário o elevado custo e a baixa disponibilidade de crédito. O documento inclui também uma revisão pormenorizada dos fundamentos legal e judicial para o desenvolvimento do sector financeiro e os regulamentos bancários controversos relacionados com o empréstimo de moeda estrangeira e pagamentos internacionais. A análise conduz a mais de 60 recomendações para ultrapassar os constrangimentos financeiros de modo a melhorar o clima para o investimento, comércio, criação de emprego e crescimento. FUNDAMENTOS DO SECTOR FINANCEIRO Na qualidade de Mercado promissor, o sistema financeiro depende em grande medida da informação acerca da fiabilidade e solvência da parte que promete pagar a dívida. Para além disso, são necessários uma forte base legal e judicial para assegurar a aplicação do contracto e os direitos de propriedade e estabelecer regras e regulamentos que podem reger as instituições financeiras. A motivação para a intervenção assentase sobre as imperfeições do mercado que fazem com que as instituições financeiras não invistam em inovações que podem beneficiar o desenvolvimento económico. As imperfeições do mercado envolvem lacunas de informação em ambos os lados do mercado. Intervenções cuidadosamente esboçadas podem ajudar as instituições financeiras a testar novos mercados e EXECUTIVE SUMMARY This paper examines key financing constraints to development of the domestic private sector in Mozambique, focusing primarily on the high cost and low availability of credit. The paper also includes a detailed review of the legal and judicial foundations for financial sector development, and controversial banking regulations relating to foreign exchange lending and international payments. The analysis leads to more than 60 recommendations for overcoming financial constraints in order to improve the climate for investment, trade, job creation, and growth. FINANCIAL SECTOR FUNDAMENTALS As a market in promises, the financial system relies heavily on information about the reliability and solvency of the party promising repayment. In addition, strong legal and judicial foundations are needed to ensure contract enforcement and property rights, and establish the rules and regulations governing financial institutions. The motivation for intervention stems from market imperfections that cause financial institutions to underinvest in innovations that can benefit economic development. The market imperfections involve information gaps on both sides of the market. Carefully crafted interventions can help financial institutions test new markets and services and help local businesses become more ìbankableî through better management and financial controls. FINANCIAL SYSTEM TRENDS IN MOZAMBIQUE The scope of financial intermediation in Mozambique compares well to low-income countries glob- 143 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique serviços e ajudar os negócios locais a se tornarem mais “bancáveis” através de uma melhor gestão e controle financeiro. TENDÊNCIAS DO SISTEMA FINANCEIRO EM MOÇAMBIQUE O âmbito do intermediação financeira em Moçambique compara-se muito bem com os países de baixos rendimentos a nível global, mas mantém-se muito fraco em termos absolutos. O nível de concentração ajuda a explicar as elevadas margens de lucros, o grande fosso entre as taxas de depósitos e de empréstimo e as elevadas taxas bancárias no sistema. Não obstante, novos bancos estão a entrar para o mercado. Contudo, o resto do sector financeiro não é muito dinâmico. A estabilidade macroeconómica é um marco para o desenvolvimento financeiro. De 2004 a inícios de 2006, as condições macroeconómicas foram caracterizadas pela volatilidade da taxa cambial, subida da inflação e elevados empréstimos domésticos por parte do governo. Estas condições aumentaram as taxas de juro e aumentaram para a economia. Contudo, a partir do início de 2006 o governo e o banco central tem vindo a restaurar a estabilidade macroeconómica o que deverá contribuir para a redução das taxas de juro e melhorar o acesso ao crédito para o sector privado. Para além disso, o governo está a empreender programas para desenvolver o sector financeiro, com apoio dos doadores. Dois importantes programas a notar são o Programa de Assistência Técnica ao Sector Financeiro (FSTAP) e o Programa de Apoio às Finanças Rurais (RFSP). Outras agências incluindo o FMI e a USAID, também possuem programas com componentes ligadas ao melhoramento do sector financeiro. Para além disso, o governo tem vindo a empreender um grande programa de reformas legais e judiciais. Apesar destes sinais encorajadores de ally, but remains very weak in absolute terms. The degree of concentration helps to explain the high profit margins, the large spread between deposit and lending rates, and the high banking fees in the system. Nonetheless, new banks are entering the market. The rest of the financial sector, however, is not very dynamic. Macroeconomic stability is a cornerstone for financial development. From 2004 through early 2006, macroeconomic conditions were characterized by exchange rate volatility, rising inflation, and heavy domestic borrowing by the government. These conditions pushed up interest rates and crowded out credit to the economy. Since early 2006, however, the government and the central bank appear to be succeeding in restoring macroeconomic stability, which should contribute to lower interest rates and improved access to credit for the private sector. In addition, the government is pursuing programs to develop the financial sector, with donor support. Two notable programs are the Financial Sector Technical Assistance Program (FSTAP) and the Rural Finance Support Program (RFSP). Other agencies, including the IMF and USAID, also have programs with components for financial sector improvement. In addition, the government has been pursuing a major program of legal and judicial reforms. Despite these encouraging signs of progress, the financial system is still very underdeveloped. Thus, the challenge for this study is to identify steps that can be taken by the government, the central bank, the donors, and Confederation of Mozambican Business Associations (CTA) members to overcome key financial sector problems facing the business community more quickly and effectively. EXPANDING ACCESS TO CREDIT There is a glaring gap between the perceived needs of the private sector and the requirements of the banks in Mozambique. Many leaders of the 144 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique progresso, o sistema financeiro é ainda bastante subdesenvolvido. Deste modo, o desafio para este estudo é o de identificar os passos que podem ser dados pelo governo, pelo banco central, pelos doadores e pelos membros da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) para ultrapassarem os problemas chave do sector financeiro que são enfrentados pela comunidade de negócios o mais breve e eficaz possível. ALARGANDO O ACESSO AO CRÉDITO Existe uma grande lacuna entre as necessidades de percepção do sector privado e os requisitos dos bancos em Moçambique. Muitos líderes da comunidade de negócios vêem a falta de acesso ao crédito como um sinal que os bancos estão a impor para de uma forma indevida conservarem os padrões de empréstimo para as pequenas e médias empresas. Contudo, os grandes bancos olham para o problema em termos das suas necessidades para evitarem riscos desnecessários. Uma das vias para ultrapassar esta lacuna é a de melhorar a validade do crédito para os negócios locais. Isto pode ser feito simplesmente através da ajuda às pequenas e médias empresas (PMEs) para que estas compreendam a via tradicional para o crédito bancário. A outra abordagem é a de providenciar aos empreendedores locais uma formação sobre práticas básicas de gestão de negócios. Um maior uso de seguro como forma de fortalecer o crédito pode ajudar os negócios locais a conseguir acesso a empréstimos; para alcançar este objectivo, o governo deve ponderar a adesão a rede de Seguro Comercial Africano (ATI). O actual processo de reforma das leis sobre a falência também podem constituir parte da solução. Para além do processo de falência, devem ser estabelecidos procedimentos para apoiar as pessoas envolvidas em negócios a lidar com dívidas através de processos amigáveis de resolução de problemas com os seus credores. business community view the lack of access to credit as a sign that the banks are imposing unduly conservative standards on loans to small and medium enterprises. The major banks, however, view the problem in terms of their need to avoid undue risks. One avenue to bridge this gap is to improve the creditworthiness of local businesses. This can be done most simply by helping small and mediumsized enterprises (SMEs) understand the traditional path to bank credit. Another approach is to provide local entrepreneurs with training in basic business management practices. Greater use of insurance as a credit enhancement can help local businesses gain access to loans; to this end, the government should consider joining the African Trade Insurance (ATI) network. The current process of reforming bankruptcy laws can also be part of the solution. Outside the bankruptcy process, procedures should be established to help businesses work out legacy debts through mutually agreeable settlements with their creditors. The most important requirement for expanding creditworthiness is further reform to improve the climate for private sector development. One direct measure that the government can pursue to improve business conditions would be to eliminate arrears on its payments to suppliers and contractors, and also to eliminate undue delays in paying VAT refunds. Improving the creditworthiness of local businesses is half of the story. The other half involves enabling banks to overcome obstacles in dealing with nontraditional clients. A major contribution to this end can be achieved by restructuring the credit information system and by helping businesses learn how to establish a good credit rating. Although microfinance is not a major theme for this study, it must be recognized that microfinance institutions are expanding rapidly, albeit from a small base. Hence, it is advisable to allow the industry to grow organically, rather than introducing 145 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique O requisito mais importante para o alargamento da validade do crédito é alargar as reformas de modo a melhorar o clima para o desenvolvimento do sector privado. Uma medida directa que o governo pode usar para melhorar as condições de negócios seria a eliminação de atrasos nos seus pagamentos a fornecedores e empreiteiros e também eliminar atrasos desnecessários no pagamento dos reembolsos do IVA. Melhorar a validade do crédito nos negócios locais é apenas metade do processo. A outra metade envolve tornar os bancos capazes de ultrapassar obstáculos na abordagem com clientes não tradicionais. Uma grande contribuição para este efeito pode ser alcançada através da reestruturação do sistema de informação de crédito e ajudando os homens de negócios a aprender como estabelecer uma boa taxa de crédito. Apesar de as micro finanças não constituírem um grande tema para este estudo, é importante reconhecer que as instituições de micro finanças se estão a expandir muito depressa, embora a partir de uma base pequena. Por isso, recomendase que se permita com que a indústria cresça de uma forma orgânica, e não a introdução de sistemas subsidiados. Para além disso, o uso da tecnologia dos telemóveis para os serviços bancários é uma das tendências mais excitantes no mundo da banca, e poderia ser usada no caso de Moçambique. MELHORANDO O ACESSO AOS MEIOS FINANCEIROS PARA INVESTIMENTO Maior parte da formação de capital provado em Moçambique foi financiado por investidores estrangeiros de grande escala com acesso a capital através de mercados internacionais; enquanto isso, os negócios locais carecem de meios eficazes para financiar os seus investimentos. Para colmatar esta lacuna, uma proposta visando estabelecer uma instituição nacional de desenvolvimento financeiro (DFI) tem subsidized schemes. In addition, the application of mobile telephone technology to banking services is one of the most exciting trends in the world of banking, and could be used in the case of Mozambique. IMPROVING ACCESS TO TERM FINANCE FOR INVESTMENT Most of the private capital formation in Mozambique has been financed by large-scale foreign investors with access to international capital markets; meanwhile, local businesses lack effective means to finance their investments. To bridge this gap, a proposal to establish a national development finance institution (DFI) has gained considerable support. However, experience with DFIs in most developing countries has not been heartening. DFIs usually fail as a result of a parastatal structure that invites political interference and poor management. Another alternative is to pursue a regional solution. A regional DFI that focuses on SME development would be better able to deal with the constraints facing a national institution. Another option is to expand the application of asset-based lending through lease contracts based on the value of the asset being financed. A more innovative approach to investment financing is creating a lightly regulated ìcaveat emptorî capital market with less stringent regulations and reporting requirements for issuing securities. Yet another source of investment finance is through risk capital ventures. This type of financing has been notably unsuccessful in Mozambique. But over the next 5 to 10 years the overall supply of risk capital to Africa is likely to display tremendous growth. Finally, investment financing cannot be separated from the mobilization of long-term sources of saving. The most promising vehicle for this purpose 146 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique vindo a granjear apoio considerável. Contudo, a experiência com DFIs na maioria dos países em vias de desenvolvimento não tem tido grandes impactos positivos. Geralmente os DFIs não alcançam sucesso em resultado de uma estrutura para-estatal que convida a interferência política e uma fraca gestão. Uma outra alternativa é a de seguir uma solução regional. Um DFI regional que tem como seu enfoque o desenvolvimento de PMEs poderia estar em melhores condições para lidar com os constrangimentos enfrentados por uma instituição nacional. A outra opção seria a de alargar a aplicação de empréstimos baseados em bens através de contratos de compra baseados no valor do bem a ser financiado. Uma abordagem mais inovadora para o financiamento ao investimento é a criação de um mercado de capital regulado de forma pouco rígida “caveat emptor” com regulamentos e requisitos de apresentação de relatórios para a emissão de garantias menos restritos. Ainda assim, uma outra fonte de financiamento para investimento é através de capitais de risco. Este tipo de financiamento não teve claramente sucesso em Moçambique. Contudo, para os próximos 5 a 10 anos o suprimento global de capital de risco para África poderá registar um crescimento bastante elevado. Finalmente, o financiamento para investimento não pode ser separado da mobilização de fintes de poupança a longo prazo. A via mais promissora para este propósito é uma reforma global do sistema de pensões. A sua conversão para um sistema financiado é, contudo, uma tarefa bastante complexa. REDUZINDO O CUSTO DAS FINANÇAS O problema do acesso ao crédito is a thorough reform of the pension system. Converting to a funded system, however, is a complex task. REDUCING THE COST OF FINANCE The problem of access to credit is intertwined with the cost of borrowing. The question is whether interest rates in Mozambique are reasonably competitive. A margin of 5 to 7 percentage points over LIBOR and the U.S. Treasury bill rates is understandable as a provision for the risks and costs associated with lending in Mozambique. The interest rates on metical loans, however, appear to be higher than economic fundamentals would warrant. The rates are not readily explained by inflation. In addition, the interest rate differential on metical versus dollar loans is greater than could be expected on the basis of currency risk. These observations suggest that the metical interest rate results from noncompetitive behavior in the lending market. This thesis is corroborated by the enormous rate spread between metical loan and deposit rates. Nonetheless, the interest rate on metical lending is not particularly high compared to the tax-free rate on local Treasury bills, which is a key benchmark. Commercial banks, however, are the only bidders allowed in the primary market, which severely limits competition. Letting more bidders enter the primary auction could be a very effective way to reduce this key interest rate. There is a perception in the business community that metical interest rates have been driven up by crowding out from government borrowing. This was certainly the case in 2004. Since early 2005, however, the government has pursued a more prudent fiscal policy, relieving this pressure. Another factor is the reserve requirement. The Bank of Mozambique could reduce this upward wedge on lending rates by paying interest on required reserves or allowing T-bills to count as reserves. está 147 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique intrinsecamente ligado ao custo do empréstimo. A pergunta que se coloca é se as taxas de juro em Moçambique são razoavelmente competitivas. Uma margem de 5 a 7 por cento para além da taxa LIBOR e das taxas do Tesouro dos Estados Unidos é compreensível como uma provisão para os riscos e custos associados ao empréstimo em Moçambique. Contudo, as taxas de juro sobre os empréstimos em Meticais parecem ser mais elevados que os fundamentos económicos apresentados. As taxas não correspondem imediatamente ao impacto da inflação. Para além disso, o diferencial das taxas de juro sobre os empréstimos em Metical versus em Dólar é maior do que o que seria de esperar tendo como base o risco da moeda. Estas observações sugerem que as taxas de juro do Metical resultam de um comportamento de falta de concorrência no mercado do crédito. Esta tese é corroborada pelo elevado alastramento das taxas entre as taxas de empréstimo e de depósito em Meticais. Não obstante, a taxa de juro sobre os empréstimos em Meticais não particularmente elevada comparada as taxas isentas de impostos sobre as notas locais de tesouro, que constituem o marco chave. Contudo, os bancos comerciais são os únicos concorrentes autorizados no mercado primário, que de uma forma severa limitam a concorrência. Ao se deixar mais concorrentes entrarem num leilão primário estar-se-ia a implementar uma forma eficaz de reduzir esta taxa de juro chave. Esta é uma percepção no seio da comunidade de negócios segundo a qual as taxas de juro em Metical registaram um aumento por se terem afastado do empréstimo do governo. Este foi certamente o caso em 2004. Contudo, desde inícios de 2005 que o governo tem vindo a encetar uma política fiscal mais prudente, aliviando esta pressão. Outro factor é o requisito reservado. O Banco de Moçambique poderia reduzir este ponto alto sobre as taxas de empréstimo através do Another major grievance is that banks impose excessively high fees on a variety of services. By the same token, the government should strengthen the legal requirements for truth in lending, backed by a strong public information campaign and an effective enforcement mechanism. LEGAL FRAMEWORK FOR FINANCIAL SECTOR DEVELOPMENT A sound legal framework is critical for the healthy development of financial markets. The government of Mozambique is pursuing legal and judicial reforms as part of its financial sector development program, but much still needs to be done. Property rights are a central issue. Where these rights are secure and readily transferable, land and buildings serve as the most important form of collateral for lending. The land law itself does not require changes, but rules for authorization of property transfers should be clarified and simplified, and use rights should be more freely usable as collateral. The use of other forms of property as security for loans is impaired by the lack of an effective property registry system. Reported problems of corruption also pose a threat to public trust in the system. Reform of the registry system should not only computerize and simplify the procedures, but also cover a wider range of assets. A publicñprivate partnership for management of the system can help improve the efficiency of the organization. Another major legal issue is the efficacy of bankruptcy and insolvency laws in determining the rights of creditors and debtors and settling claims for entities that cannot meet their obligations. The legal and judicial system must also ensure that creditors can execute claims against debtors who default on loans, short of pursuing bankruptcy. The Community Court System can be an effective forum for resolving small disputes, particularly in rural and peri-urban regions. 148 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique pagamento de juros sobre as reservas necessárias ou permitindo as T-bills para que sejam contadas como reservas. Outra violação grave prende-se com o facto de os bancos imporem taxas excessivamente elevadas numa variedade de serviços. Na mesma linha de consideração, o governo deveria fortalecer os requisitos legais para a verdade do empréstimo, fortalecida por uma campanha forte de informação ao público e um mecanismo eficaz de aplicação. QUADRO LEGAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO SECTOR FINANCEIRO É importante que haja um quadro legal são para um desenvolvimento saudável dos mercados financeiros. O governo de Moçambique está a empreender reformas legais como parte do programa de desenvolvimento do seu sector de desenvolvimento mas muito ainda há por fazer. Os direitos de propriedade constituem uma questão central. Onde estes direitos estão assegurados e podem ser prontamente transferidos, a terra e os edifícios servem como a forma mais importante e colateral de empréstimo. A lei de terras por si não requer quaisquer mudanças, contudo as regras para a autorização das transferências de propriedade devem ser clarificadas e simplificadas e os direitos de uso devem ser mais usáveis e colaterais. O uso de outras formas de propriedades como garantia para empréstimos não é usada devido a falta de um sistema de registo de propriedade. Existem casos reportados de corrupção que também colocam ameaças à confiança do público para com o sistema. A reforma do sistema de registo não se deve apenas cingir a informatização e simplificação dos procedimentos, mas deve também cobrir uma vasta gama de bens patrimoniais. Uma parceria entre os sectores público e privado para a gestão do sistema pode ajudar a melhorar a eficácia da organização. Under Mozambican law, arbitration procedures are available as an alternative to litigation. Although arbitration is of little value in settling nonperforming loans in which there is no dispute about the debt, it can be a useful tool in dealing with other disputes between financial institutions and their customers. In summary, the government has made commendable progress in improving the legal framework to support financial sector development. Further reforms are needed, however, in areas such as property rights, property registration, bankruptcy law, contract enforcement, and adjudication of small claims. OVERCOMING PROBLEMS WITH FOREIGN EXCHANGE RESTRICTIONS Two recent regulations (avisos) relating to foreign exchange loans and payments have been highly controversial. The first, Aviso 5/2005, requires banks to set aside a provision against bad debts for loans denominated in foreign currency that are issued to nonexporters. The controversy over Aviso 5 arises largely because many businesses now have to borrow in meticals at an interest rate of about 25 percent rather than in dollars at an interest rate of about 10 percent. Nonetheless, the argument overlooks the fact that a large fraction of the interest rate differential reflects currency risk. Several technical problems, however, do merit attention and correction. First, the aviso does not provide a clear definition of the term ìexporterî. The regulation could be further improved by permitting dollar loans to borrowers who are hedged against currency risk through an approved form of forward contract. Finally, the 50 percent loan-loss provision appears to be excessive. Moreover, the objective of improving control of the money supply would be better achieved through the conventional method of imposing a higher reserve requirement on dollar 149 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Uma outra grande questão legal é a eficácia das leis sobre a falência e insolvência na determinação dos direitos dos credores e devedores e a resolução de reclamações para entidades que não conseguem cumprir com as suas obrigações. O sistema legal e judicial também deve garantir com que os credores executem reclamações contra os devedores que não paguem, antes de seguirem pela via da falência. O sistema de tribunal comunitário pode ser um fórum eficaz para a resolução de pequenas disputas, em particular nas regiões rurais e peri-urbanas. estão disponíveis como alternativa ao litígio. Apesar de a arbitragem ser de pouco valor na resolução de créditos mal parados nos quais existe uma disputa acerca da dívida, esta pode ser uma ferramenta útil na abordagem de outras disputas entre instituições financeiras e os seus clientes. Em resumo, o governo já efectuou progressos assinaláveis no melhoramento do quadro legal para apoiar o desenvolvimento do sector financeiro. Contudo, são necessárias reformas adicionais em áreas como direitos de propriedade, registo de propriedade, lei sobre a falência, aplicação de contractos, e adjudicação de pequenas reclamações. ULTRAPASSANDO PROBLEMAS RELACIONADOS COM AS RESTRIÇÕES DA MOEDA ESTRANGEIRA deposits. The second controversy relates to Avisos 2/2006 and 6/2005 relating to foreign exchange payments and receipts for trade transactions. The most contentious points relate to the timing and procedures on payments for imports. Although motivated by reasonable intentions, the effect of the regulations is to compromise the competitiveness of Mozambican businesses. A better policy would be to liberalize and streamline the payments regime while tightening enforcement of the laws against money laundering and financial crimes. Whereas Aviso 5/2005 is a suitable policy instrument that warrants technical adjustments, Avisos 2/2006 and 6/2005 impose costs that greatly outweigh their benefits. CONCLUSIONS AND RECOMMENDATIONS On the basis of this analysis, the study offers more than 60 recommendations. The CTA and its member organizations might consider pursuing the following recommendations as quick-win priorities, either directly or through advocacy and dialogue: 1.Introduce greater competition in the primary market for Treasury bills; Dois avisos recentes relacionados com os empréstimos em moeda estrangeira bem como pagamentos são bastante controversos. O primeiro, o Aviso 5/2005 impõe com que os bancos coloque de lado uma provisão contra as dívidas tidas como más para empréstimos denominados em moeda estrangeira e que são emitidos a não exportadores. A controvérsia em relação ao Aviso % surge em grande medida do facto de muitos negócios agora 2.Introduce new regulations to enhance transparency in the banking system, including standards for informing customers of the effective cost of borrowing and the fees for banking services; 3.Liberalize the regime for export and import payments, but with stricter enforcement of the basic foreign exchange laws; 4.Broaden the set of borrowers who can qualify for loans in foreign exchange without triggering the loan-loss provision requirement, in a way consis- 150 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique terem de efectuar empréstimos em Meticais a uma taxa de juro de cerca de 25 por cento e não em Dólares onde a taxa de juro é de cerca de 10 por cento. Não obstante, o argumento ignora o facto de uma grande fracção do diferencial da taxa de juro se reflectir sobre o risco da moeda. Contudo, muito problemas técnicos merecem atenção e correcção. Em primeiro lugar o aviso não apresenta de modo claro a definição do termo “exportador”. O regulamento poderia ser melhorado permitindo empréstimos em Dólares a pessoas que queiram solicitar empréstimos que estão contra o risco da moeda através de uma forma aprovada de contracto adiantado. Finalmente, os 50 por cento da provisão de perda de empréstimo parecem ser excessivos. Para além do mais, o objectivo de melhorar o controle do fornecimento de dinheiro poderia ser alcançado de forma melhor através de um método convencional de imposição de requisitos mais elevados de reserva sobre os depósitos em Dólar. A segunda controvérsia está relacionada com os Avisos 2/2006 e 6/2005 relacionados com os pagamentos e recibos em moeda estrangeira para transacções comerciais. Os pontos de grande conflito se relacionam com a calendarização e os procedimentos para pagamentos sobre importações. Apesar de estar motivados por intenções razoáveis, o efeito dos regulamentos é de comprometer a concorrência dos negócios em Moçambique. Uma melhor política poderia ser a de liberalizar e harmonizar o regime de pagamentos enquanto se aperta a aplicação das leis contra a lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Enquanto que o Aviso 5/2005 é um instrumento político adequado que garante os ajustamentos técnicos, os Avisos 2/2006 e 6/2005 impõem custos que em grande medida se sobrepõe aos seus benefícios. tent with the objective of minimizing currency risk for the banking system. 5. Other short-run priorities might include taking concrete steps to 6. Develop a public information program to help unsophisticated local entrepreneurs understand basic business management techniques and the realities of dealing with banks; 7. Organize a national conference on mobilephone banking to expand access to financial services to previously unbanked population groups; 8. Seek an arrangement with one of the commercially successful Latin American development banks to appraise the proposal for a national development bank in Mozambique, taking into account the realistic scope for lending and the structural constraints; 9. Undertake a systematic study of fees for standard banking services in Mozambique; and 10. Break the judicial logjam in processing the execution of claims for payment by introducing the management-assisted judicial execution proposal. 11.At the same time, CTAís Financial Sector Working Group and member organizations should pursue a sustained dialogue with policymakers on issues that will take more time to resolve, such as 12. Negotiate donor support for technical assistance to help local businesses improve financial controls and package loan proposals for approval by the banks; 13. Introduce an inflation rule as a tenet of monetary policy; 14. Create a second-tier bond market to open new avenues for financing for larger domestic businesses, creating competition for the banks in deal- 151 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique ing with traditional clients; CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Com base nesta análise, o estudo oferece mais de 60 recomendações. A CTA e as organizações que a ele congregam podem considerar seguir as seguintes recomendações como primeiras prioridades, quer seja directamente ou através da advocacia e do diálogo: • Introduzir uma maior competição no Mercado primário para notas de tesouro; • Introduzir novos regulamentos para fortalecer a transparência no sistema bancário, incluindo padrões para apresentação de informações aos clientes acerca do custo efectivo do empréstimo e as taxas para os serviços bancários; • Liberalizar o regime para os pagamentos de importação e exportação, mas como uma aplicação mais restrita das leis básicas sobre a moeda estrangeira; • Ampliar o conjunto de mutuantes que se podem qualificar para empréstimos em moeda estrangeira sem abordar o requisito sobre a provisão de empréstimo – perda de uma forma consistente com o objectivo de minimizar os riscos da moeda para o sistema bancário. 15. Mobilize long-term savings through fundamental reforms to convert the pension system from pay-as-you-go principles to a defined contribution system; and 16. Modernize the information systems and expand the scope of coverage for property registries. In summary, many of the financial system constraints that impede private sector development in Mozambique can be relaxed through appropriate measures and programs to support the development of sound and efficient financial markets. CTA and its member organizations can play a vital role in moving the agenda forward through direct programs and by acting as strong advocates for reform on behalf of the local business community. Outras prioridades a curro prazo poderão incluir a tomada de passos concretos para: • Desenvolver um programa de informação pública para ajudar os empreendedores locais não sofisticados a compreenderem as técnicas básicas de gestão de negócios e as realidades ligadas a abordagem com bancos; • Organizar uma conferência nacional sobre a banca ligada ao rede de telefonia 152 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique móvel para alargar o acesso aos serviços financeiros aos grupos populacionais que anteriormente não tinham bancos; • Procurar um acordo com um dos bancos de desenvolvimento da América Latina bem sucedidos do ponto de vista comercial para avaliar a proposta em prol de um banco nacional de desenvolvimento em Moçambique, tomando em conta o âmbito realístico para o empréstimo e os constrangimentos estruturais; • Realizar um estudo sistemático sobre as taxas para serviços bancários padronizados em Moçambique; e • Dividir o padrão judicial no processamento da execução de reclamações para o pagamento introduzindo uma proposta de execução judicial assistida pela gestão. Ao mesmo tempo, o Grupo de Trabalho do Sector Financeiro da CTA e as organizações que fazem parte da CTA devem procurar um diálogo sustentável com os legisladores em matérias que irão levar mais tempo a resolver tais como: • Negociar apoios de doadores para assistência técnica para ajudar os negócios locais a melhorar o controle financeiro e as propostas de pacote de empréstimo para aprovação por parte dos bancos; • Introduzir uma regra de inflação como bandeira para a política monetária; • Criar um segundo vínculo ligado ao mercado para abrir novas vias para o financiamento de grandes negócios domésticos, criando um ambiente de competição para os bancos na abordagem com clientes tradicionais; • Mobilizar poupanças a longo prazo através de reformas fundamentais para converter o sistema de pensão deixando os princípios 153 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique de pré pagamento rumo a um sistema definido de contribuição; e • Modernizar os sistemas de informação e alargar o âmbito de cobertura para os registos de propriedade. Em resumo, muitos dos constrangimentos do sistema financeiro que impedem o sector do desenvolvimento em Moçambique podem ser minorados através de medidas e programas adequados para apoiar o desenvolvimento de mercados financeiros eficientes e sãos. A CTA e as organizações que a congregam podem desempenhar um papel vital da movimentação da agenda através de programas directos e agindo como fortes defensores da reforma em nome da comunidade local de negócios. 154 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 155 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique O Regulamento do Solo Urbano (Breve abordagem) The Regulation of Urban Land (a brief approach) Nelson Osman José Paulo Jeque Neste nosso primeiro artigo iremos tratar do Regulamento do Solo Urbano (RSU), aprovado pelo Decreto n.º 60/2006, de 26 de Dezembro. A razão da escolha deste tema para a nossa abordagem aqui neste espaço prende-se com o facto do RSU consagrar a livre transacção do direito de uso e aproveitamento da terra- DUAT (como adiante veremos) e uma gestão da terra que envolve os cidadãos residentes nas áreas urbanas, e que a partida parece-nos ser uma manifestação da participação e transparência. A livre transacção do duat é tema de grandes debates no nosso país, onde quase que regularmente o sector privado tentou induzir uma mudança legislativa, como forma de capitalizar o recurso terra para o desenvolvimento do país. Antes de mais, cumpre-nos referir que, com a aprovação da Lei de Terras (LT), Lei n. º 19/97, de 1 de Outubro, foi atribuída ao Conselho de Ministros a competência para regulamentá-la. O Conselho de Ministros aprovou um Regulamento, o Regulamento da Lei de Terras-RLT (Decreto n° 66/98, de 8 de Dezembro). Porém, o referido Regulamento não se aplicava às áreas sobre jurisdição dos municípios com serviços municipais de cadastro. Por essa razão, existiam nalguns municípios regras específicas sobre os procedimentos no acesso, transmissão e outros actos relacionados com a gestão da terra. Assim, este Regulamento vem preencher um vazio legal de quase nove anos e vem uniformizar regras básicas. A abordagem que pretendemos fazer, terá em conta a questão da gestão transparente do solo urbano com inclusão da participação pública (A), In our first article we are going to deal with the Urban Soil Regulation (RSU) approved by Decree No. 60/2006 of December 26. The reason for the choice of this topic for our approach here in this space is due to the fact that the RSU emanates the free transaction and land tenure - DUAT (as we shall see further) and a land management that involves citizens living in the urban areas which stands as a form of participation and transparency. The free DUAT transaction is a topic that gathers big discussions in our country and in many cases the private sector has tried to force a change into the legislation as a way to capitalize land for the development of the country. Before all, it is important for us to mention that with the approval of the Land Law (LT), Law Nr. 19/97 of October 1, the Cabinet has been granted the powers to regulate it. The Cabinet approved a regulation, the Land Law Regulation – RLT (Decree Nr. 66/98 of December 8). However, the said regulation did not cover areas under the jurisdiction of the city councils with municipal services of land mapping. For that reason, there were some city councils that has specific rules on procedures for access, transmission and other actions related to land management. Thus, this regulation has come to fill a legal loophole e that existed for almost nine years and it also uniformizes basis rules. The approach we intend to make here will consider the issue of transparent management of the urban soil with the inclusion of public participation (A), of acquisition models of DUAT in the light of the RSU (B), the transmission of the DUAT (C), the registration of the DUAT and other actions in 156 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique os modos de aquisição do DUAT a luz do RSU (B), a transmissão do DUAT (C), o Registo do DUAT e outros actos a luz do RSU (D) e as Infracções, Penalidades e Taxas no RSU (E). A. Gestão Transparente do Solo Urbano que inclui a Participação Pública Um dos grandes temas da actualidade é o da transparência na gestão da coisa pública. Não iremos discutir o seu significado nem teorias a ela subjacentes. O mais importante a reter é o facto de os cidadãos poderem participar cada vez mais na gestão da coisa pública e concomitantemente o dever da Administração Pública pautar-se pela isenção e clareza na sua actuação e aproximarse cada vez mais dos principais visados pela sua actividade, os cidadãos. O RSU prevê a existência de planos de ordenamento que são documentos estratégicos, informativos e ou normativos que têm como objectivo essencial a produção de espaços ou parcelas territoriais socialmente úteis, estabelecidos com base nos princípios e nas directivas do ordenamento do território (n.º1 do art. 4). Estes planos classificamse em: plano de estrutura urbana; plano geral e parcial de urbanização; e plano de pormenor. A participação dos cidadãos pode ser manifestada na elaboração dos planos de ordenamento que é precedida da consulta a sociedade civil (n.º 1 do art. 9), no inquérito para a elaboração do plano do pormenor realizado aos cidadãos ocupantes da zona do plano, que inclui consulta aos representantes das comunidades locais (art. 11). Prevê-se ainda a possibilidade dos cidadãos poderem efectuar observações e reclamações em relação ao relatório do inquérito aos ocupantes da terra, após aprovação do inquérito. A transparência manifesta-se ainda pela necessidade de informação e divulgação pública dos objectivos do inquérito (al. a) do art. 14), a exposição para consulta do inquérito aprovado e audição pública dos cidadãos dos planos (n.º 5 do art. 17 e art. 18). the light of the RSU (D) and the Infractions, Penalties and Taxes related to the RSU (E). A.Transparent Management of Urban Soil which includes Public Participation One of the biggest topics of discussion these days is related to transparency in the management of public assets. We are not going to discuss its meaning and not even the theories related to the term. The most important thing is to take into consideration is the duty of the Public Administration to work based on exemption and clarity in the discharge of its duties and work closer and closer with the main target groups due to their activity and with the citizens. The RSU sets the existence of land mapping plans that are strategic documents either informative or normative which are aimed at producing territorial spaces or plots that are socially useful, established according to the principles and directives of territorial land mapping (Nr. 1 of article 4). These plans are classified as: urban structure plan; general and partial urbanization plan and detail plan. . Citizens’ participation can be shown through the designing of land mapping plans which are preceded by a consultation of the civil society (Nr. 1 of article 9), in a survey for the designing of a detailed plan made on the citizens living in the area covered by the plan which includes a consultation of local communities’ representatives (article 11). It is also expected that the citizens may make observations and complaints on the report of the survey to the users of the land, after the report has been approved. Transparency can further be showed by the need to inform and disseminate to the public the aims of the survey (al. a) of article 14), the exhibition for consultation of the approved survey and a public hearing of the citizens included in the plans (nr. 5 of article 17 and article 18). 157 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique B. Modos de aquisição do DUAT B. A LT preconiza 3 formas de aquisição do DUAT (art.12 da LT), que são: – Ocupação por pessoas singulares e comunidades locais, segundo as normas e práticas costumeiras no que não contrariem a Constituição; – Ocupação por pessoas singulares que, de boa fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos; – Autorização de pedido apresentado por pessoas singulares ou colectivas na forma estabelecida. The LT sets three ways of DUAT acquisition (article 12 of the LT), which are: - Occupation by singular individuals and local communities, according to customary norms and practices which do not contradict the Constitution; - Occupation by singular individuals who, in good faith, have been using the land for at least ten years; - Authorization of a request presented by singular or collective individuals according to established norms and procedures. Ways of obtaining the DUAT O RSU preconiza, no artigo 24, 5 modalidades que são: o deferimento do pedido ou do requerimento de atribuição (1), sorteio (2), hasta pública (3), negociação particular (4) e ocupação de boa fé (5). RSU sets, in article 24, 5 ways which are: the approval of a request or application for granting land (1), lottery (2), auction (3), directed negotiation (4) and occupation in good faith (5). Como se pode depreender, existem outras 3 formas que não constam da LT. A questão que se coloca é a de saber se um Regulamento aprovado por Decreto pode prever e regular de matéria apenas do âmbito da lei ordinária (lei emanada da Assembleia da República). Mais simplesmente, não se trata de um acto ilegal?! As it can be understood, there are other three ways that are not set in the LT. the issue that is raised at this point is that there is a need to know if a Regulation approved by a Decree can set and regulate issues only related to ordinary law (law set in the Parliament). However, we are not just dealing with a legal act?! Parece que o artigo 12 da LT não prevê outras formas de aquisição do DUAT senão aquelas que se encontram nele referenciadas, pois uma leitura a alínea c) do mesmo artigo, que se refere a autorização do pedido apresentado pelas pessoas, leva a conclusão segundo a qual, a autorização fazse tendo em conta a LT, não se tendo previsto algo diverso do constante dos artigos 19 e seguintes da mesma lei. Por outro lado, apesar do art. 33 da LT atribuir competência ao Conselho de Ministros para regulamentar as matérias relacionadas com a LT, aquela competência tem como base e limite a própria LT, não devendo por isso aquele órgão exceder-se. It seems that article 12 of the LT does not set other forms of acquisition of DUAT unless those contained therein, because according to line c) of the same article, which is related to the authorization of applications submitted by individuals, leads us to the conclusion that the authorization is granted taking into consideration the LT there being nothing else set otherwise in what refers to articles 19 and following in the same law. On the other hand, despite the fact that article 33 of the LT grants the Cabinet the powers to regulate issues related to the LT, such powers are based and limited to the LT itself and so the Cabinet can not exceed its powers. Apesar de estarem claras as razões por detrás da inclusão das novas modalidades, aliás, com as Despite the fact that the reasons behind the inclusion of the new norms are clear, in fact we do 158 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique quais comungamos, por exemplo a flexibilização no acesso a terra pelos cidadãos e pessoas jurídicas, sobretudo as detentoras de capital, ela contraria a LT. Além do mais, a forma como o Estado e as Autarquias Locais devem fazer a atribuição do DUAT está compreendida no referido artigo 12, sendo o sorteio, a hasta pública e a negociação particular (sobretudo estas duas), uma situação que contraria a LT, parecendo por isso ilegal e inconstitucional. Elas constituem uma verdadeira venda de terra, algo que o Estado não permite não só aos cidadãos como a si próprio. agree with them, for example the flexibilization of access to land access by the citizens and legal bodies, mostly those with capital, there is a contradiction with the LT. nevertheless, the way through which the state and the local municipalities should grant DUAT is understood in the said article 12, as a lottery, auction and individual negotiation (especially these two). This is a situation that contradicts the LT which makes it seem rather illegal and unconstitutional. They represent a real sale of land, something that the state does not allow not only among citizens but also to itself. Ultrapassada esta pequena e importante questão prévia, a seguir passarão a ser tratadas as cinco formas de aquisição previstas pelo RSU. Having crossed this small and important background issue, we are going to move on to the discussion of five forms of land acquisition set in the RSU. 1.Deferimento do pedido ou requerimento de atribuição (art. 25 RSU) 1.Approval of the request or application for attribution (article 25 RSU) O RSU prevê apenas a possilidade de pessoas singulares e jurídicas nacionais poderem adquirir a terra através desta modalidade. Ela consiste no pedido feito por requerimento pelo interessado ao órgão da Administração Pública competente, por exemplo, o Presidente do Conselho Municipal e/ou Administrador Distrital, ou ainda o Governador da Província ou Ministro da Agricultura ou Conselho de Ministros. Porém, esta norma parece não encontrar cobertura ao nível da LT, quando exclui as pessoas singulares e colectivas estrangeiras, porque a LT se refere a “autorização de pedido apresentado por pessoas singulares ou colectivas na forma estabelecida na presente lei”. Mais do que isso, ela está em contradição com o art. 31 do próprio RSU, que em relação aos sujeitos remete aos artigos 10 e 11 da LT. Ora, aos estrangeiros exige-se para que façam um pedido que tenham um projecto de investimento devidamente aprovado, e no caso de ser pessoa singular, que resida em Moçambique há pelo menos cinco anos, em se tratando de The RSU only sets the possibility of national singular and legal entities be able to acquire land through this way. This form of land acquisition consists of a request made via an application by the interested party to the Public Administration relevant body or even the Governor of the Province or the Minister of Agriculture or the Cabinet. However, this norm seems not to find any coverage at the level of the LT when it excludes singular people and foreign collective people because the LT refers to the “authorization of an application submitted by singular or collective individuals in the form established by the law in force”. Further to this, the procedure is in contradiction with article 31 of the RSU, which is relation to subjects it refers to articles 10 and 11 of the LT. Well, foreign citizens are demanded to make a request with the final purpose of an investment duly approved and in the case of singular persons they must have been living in Mozambique for at least five years and in the case of a legal entity they must be registered and established in Mozambique (article 11 of the LT). 159 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique pessoa jurídica a sua constituição ou registo em Moçambique (art. 11 da LT). 2. Sorteio Trata-se de uma lotaria em que os cidadãos nacionais (apenas estes, não inclui as pessoas jurídicas) participam com vista à obtenção de uma parcela de terra (n.º 2 do art. 26). O sorteio tem por objecto parcelas ou talhões localizados em zona de urbanização básica (n.º 1 do art. 26). O RSU considera como zonas de urbanização básica, as que reúnam cumulativamente as seguintes condições (n.º 2 do art. 22): delimitações físicas das parcelas ou talhões destinados aos diferentes usos; o traçado dos arruamentos é parte de uma malha de acessos que integra a circulação de automóveis com acesso pedonais a cada morador; existência de fornecimento de água em quantidade e qualidade compatível com os usos através de fontes dispersas, nomeadamente fontanários públicos, poços ou furos com bomba manual; existência de arruamentos arborizados. A aquisição do DUAT através desta modalidade protege os cidadãos de baixa renda e outros em situação menos favorecida, pois o RSU reserva a aqueles 10 por cento do total de talhões a serem sorteados. 3. Hasta pública Esta modalidade consiste na atribuição da terra com base numa oferta em dinheiro dos cidadãos ou pessoas jurídicas, nunca inferior a taxa de urbanização (valor a pagar pelos beneficiários de talhão em operações de urbanização). São objecto da hasta pública as parcelas ou talhões localizados em zona de urbanização completa e intermédia destinadas à construção de edifícios para habitação, comércio e serviços. Consideram-se zonas de urbanização intermédias quando reúnam cumulativamente as seguintes 2. Lottery This is a case of a lottery in which national citizens (only these, it does not include legal entities) participate with the aim of obtaining a piece of land (Nr. 2 of article 26). The lottery is targeted at pieces of land and plots that are located in basic urbanization areas (Nr. 1 of article 26). The RSU considers basic urbanization areas as those that have, cumulatively, the following conditions (Nr. 2 of article 22): physical boundaries of the plots for different purposes; the map of roads and a map of access areas which integrates the movement of cars and access for each resident, existence of water supply system in quantity and quality for use through dispersed sources, namely public boreholes, wells with manual pumps, existence of road projects with shadow trees. The acquisition of DUAT through this way protects citizens with low income and others in a less favorable conditions because the RSU gives them 10 per cent of the total number of plots that are to be put into the lottery. 3. Auction This form of land acquisition consists of the attribution of land based on an offer of money by citizens or legal entities ate a rate above the urbanization tax (an amount to be paid by the beneficiaries of the plots located in complete and intermediate urbanization areas defined for construction of buildings for housing, commerce and services. Intermediate urbanization areas are those which have the following conditions, cumulatively: the pieces of land or plots set for different purposes are clearly defined, the roads are planned with good quality soils and are mechanically stabilized; there is an open drainage system for rain waters; the water supply system is secured as well as a power supply system through a home based distribution network, and there is a road map system as well as a green areas duly defined – Nr. 3 of article 22. 160 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique condições: as parcelas ou talhões destinados aos diferentes usos estão fisicamente delimitados; os arruamentos são acabdos com solos de boa qualidade estabilizados mecanicamente; existência de um sistema a céu aberto para drenagem de águas pluviais; abastecimento de água assegurado por uma rede de distribuição domiciliária; abastecimento de energia eléctrica assegurado por uma rede de distribuição domiciliária; e existência de arruamentos e zonas verdes completamente arborizados— n.º 3 do artigo 22. Em contrapartida as zonas de urbanização completa devem reunir cumulativamente, pelo menos as seguintes condições: as parcelas ou talhões destinados aos diferentes usos estarem fisicamente demarcados; os arruamentos estarem acabados com asfalto ou betão, sendo limitados por lancis; a drenagem de águas pluviais ser feita por rede apropriada; o abastecimento de água ser assegurado por uma rede com distribuição domiciliária; abastecimento de energia eléctrica assegurado por uma rede de distribuição domiciliária; e existência de arruamentos e zonas verdes completamente arborizados; existência de passeios revestidos; e existência de redes apropriadas de comunicações telefónicas— n.º 4 do artigo 22. 4. Negociação particular Estão sujeitas a esta forma de aquisição do DUAT, segundo o artigo 28, as parcelas ou talhões destinados a: – Construção de habitação por iniciativa directa das cooperativas de habitação ou associações; – Instalação de unidades industriais e agropecuárias; – Instalação de unidades de comércio de grandes superfícies, terminais e entrepostos comerciais ou serviços que pelas suas características necessitem de superfícies de dimensão apreciável; On the contrary full urbanization areas should cumulatively have at least the following conditions: the pieces of land set for the different purposes must be clearly defined; the road map must be finished with tar or concrete and they must be limited with lancis; rain water drainage system must be made through a proper network; water supply system must be secured by a home based network; the electricity supply system must be secured by a home based network; there must be a clearly defined road system and green areas; the side walks must be covered; there must be appropriate communication networks – Nr. 4 of article 22. 4. Directed negotiation The forms that are subject to this form of DUAT acquisition, according to article 28, are the pieces of land or plots set for: - Building of a house for direct initiative of housing cooperatives or associations; - Establishment of industrial or agricultural and animal breeding projects; - Establishment of trade units and hypermarkets, terminals and commercial ports or services that due to their features need huge areas; - Building of housing projects associated to big investment projects, namely those previously indicated. The RSU also sets the possibility of prospection of possible bidders and pre qualifications (through expressions of interest). 5. Occupation in good faith The occupation in good faith as a form of DUAT acquisition corresponds to what has been set in lines a) and b) of article 12 of the LT: occupation by singular people and local communities according to customary norms and practices as long as they do not contradict the constitution; and the occupation by national singular individuals who, in good 161 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique – Construção de habitação associada a grandes projectos de investimento, nomeadamente os dois anteriormente referidos. O RSU prevê a possibilidade de se efectuar a prospecção de possíveis concorrentes e pré-qualificação (através da manifestação de interesse). 5. Ocupação de boa fé A ocupação de boa fé como forma de aquisição do DUAT, corresponde a previsão das alíneas a) e b), do artigo 12 da LT: a ocupação por pessoas singulares e pelas comunidades locais, segundo as normas e práticas costumeiras no que não contrariem a Constituição; e a ocupação por pessoas singulares nacionais que, de boa fé, estejam a utilizar a terra há pelo menos dez anos. Portanto, apenas neste quadro legal se pode falar em ocupação de boa fé. O RSU exige que a ocupação surja de uma constatação feita como resultado de inquéritos realizados aos ocupantes da terra para identificação, recenseamento e caracterização com exactidão a situação jurídica dos terrenos por eles ocupados (n.º 1 do art. 10). Para além deste facto, que a ocupação se enquadre no plano de ordenamento e que o ocupante assuma o compromisso de respeitar as regras nele estabelecidas (art. 29). Aliás, este é um dos efeitos do inquérito na titulação do DUAT da área ocupada, sempre que a área ocupada possa ser enquadrada nos planos de ordenamento da área (al. a) do art. 12). Outras consequências do inquérito são: – Ter prioridade na atribuição de novas áreas de ocupação e uso similar sempre que reunidos os requisitos do reconhecimento do direito, este não possa ser razoavelmente enquadrado nos planos de ordenamento de área; – Atribuição de uma indemnização correspondente às benfeitorias de sua propriedade, na situação anteriormente faith, have been using the land for at least ten years. Therefore, only within this legal framework it is possible to talk about occupation in good faith. The RSU demands that the occupation should be a fact resulting from surveys made to the people occupying land for identification purposes, survey and precise characterization of the legal situation of the plots they occupy (nr. 1 of article 10). Apart from this fact, the land occupation must be included in the land mapping plan and the individual occupying the land must assume a commitment to respect the rules contained therein (article 29). In fact, this is one of the effects of the survey in DUAT titling of occupied plots whenever the occupied area can be integrated in the land mapping plans of the area (al. a) of article 12). Other consequences of the survey are: - To have a priority in the attribution of new areas of occupation and similar use whenever the requirements are met for right recognition and if it can not be reasonably set in the land mapping plan of the area; - Granting of an indemnity corresponding to the infrastructures of the property in the situation set previously. The RSU has come to materialize a constitutional command that protects acquired rights for occupation (article 111 of the Constitution of the Republic of Mozambique). C. Transmission of Land Tenure Rights and related duties The RSU only sets one article to the issue of transmission, the article 35. However, this article should be seen in the light of article 16 of the LT. thus, the transmission of urban buildings does not need a prior authorization and it only subject to endorsements and fiscal charges set by the law. With the transmission of urban buildings the DUAT is automatically transmitted. The RSU regards an urban building as a building 162 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique prevista. O RSU vem concretizar um comando constitucional de protecção dos direitos adquiridos por ocupação (art. 111 da Constituição da República de Moçambique). C. Transmissão do Direito do Uso e Aproveitamento da Terra e impostos relacionados O RSU dedica apenas um artigo à questão da transmissão, o artigo 35. Porém, ela tem de ser vista a luz do artigo 16 da LT. Assim, a transmissão dos prédios urbanos não carece de prévia autorização, estando apenas sujeito ao averbamento e encargos fiscais determinados na lei. Com a transmissão dos prédios urbanos transmite-se automaticamente o DUAT. O RSU considera prédio urbano edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sirvam de logradouro, bem como uma parcela ou talhão delimitados e integrados na área urbanizada. Daqui se pode depreender, no nosso entender, que o titular de uma parcela ou talhão ainda que não tenha edificado algo, pode doar ou vender o seu direito a outrém, o Tribunal pode penhorar o DUAT e proceder a venda judicial, etc. Acrescenta-se também a transmissão em virtude da morte do seu titular, por herança. As parcelas ou talhões delimitados não integrados numa área urbanizada e que não possua edifício incorporado no solo, com terrenos que lhe sirvam de logradouros, não se transmitem automaticamente, pois a urbanização é um prérequisito para a atribuição do duat (n.º 1 do art. 21). Nas situações acima referenciadas, exige-se em primeiro lugar que existam infra-estruturas, construções erguidas no terreno (claro com autorização) ou benfeitorias, para se transmitir. Essa transmissão é precedida duma autorização incorporated on the soil, with plots that serve as public places, as well as a piece of land or plot limited and integrated in the area of urbanization. We can understand at this point that the bearer of a piece of land or a plot even though they have not yet built anything, they can donate or sell their rights to third parties, the court can seize the DUAT and proceed a legal sale, etc. There is also an addition regarding transmission due to death of the bearer or heritage. The pieces of land or plots that have been duly marked but are not integrated in an urbanized area and they do not have any building incorporated in the soil, with plots that serve as public places, are not automatically transmitted because urbanization is a pre requisite for the attribution of the DUAT (nr. 1 of article 21). Under the abovementioned situations there is a demand, in the first place, for the existence of infrastructures built on the plot (obviously with authorization) or improvements, in order for it to be transmitted. This transmission is preceded by an authorization by a relevant authority (local body of Public Administration under RSU terminology). Therefore, under such circumstances transmission is not automatic. In the transmission of urban buildings there is also a need to comply with fiscal obligations and therefore in the case of a transmission due to death the payment of taxes for successions and the sale or any other business among live people the sisa tax should be paid for. In this last scenario we understand that Nr. 1 of article 2 of the SISA Code (approved by Decree Nr. 46/2004 of October 27, must be changed so that the state can have revenues and this can also be said in relation to the Municipal Taxation Code (approved by Decree Nr. 52/2000 of December 21) related to municipal building taxes, whose fee varies from 0.2% to 1% the asset value of the buildings that are subject to this tax. 163 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique da entidade competente (órgão local da Administração Pública na terminologia do RSU). Portanto, nestas situações a transmissão não é automática. Na transmissão dos prédios urbanos exige-se também o cumprimento de obrigações fiscais Assim, em se tratando de uma transmissão em virtude da morte (mortis causa) o pagamento do imposto sobre as sucessões e na compra e venda ou outro negócio inter vivos ao pagamento da sisa. Nesta última situação entendemos que o n.º 1 do art. 2 do Código da SISA (aprovado pelo Decreto n.º 46/2004, de 27 de Outubro, deverá ser alterado para o Estado poder obter receitas , o mesmo se diga em relação ao Código Tributário Autárquico (aprovado pelo Decreto n.º 52/2000, de 21 de Dezembro), em relação ao imposto predial autárquico cuja taxa varia de 0,2% a 1% do valor patrimonial dos prédios sujeitos a este imposto. D. O Registo do DUAT e outros actos a luz do RSU O DUAT por ser um direito real (que incide sobre uma coisa-imóvel), todo o acto ligado a sua constituição, modificação e extinção está sujeito ao registo. O registo visa dar publicidade sobre os referidos actos, que incluem a descrição da parcela do titular do direito. A iniciativa para o registo deve partir do titular do DUAT e o registo é feito nas Conservatórias do Registo Predial ou equivalente. O RSU surpreende-nos quando inclui como acto sujeito a registo o prazo para início de obras e o início de obras, pois estes dois actos são importantes para o cumprimento dalgumas obrigações do titular do DUAT. Por exemplo, se ao titular do DUAT for lhe atribuído um prazo de dois anos para construir uma habitação e ele não o fizer, porque os prazos estarão registado, o Estado ou a Autarquia Local terá como verficar o seu cumprimento, e em caso de incumprimento D. DUAT registration and other actions in the light of the RSU Because the DUAT is a real right (which is charged over movable items), every action related to its constitution, changing and extinction is subject to registration. The registration is aimed at publicizing the said actions, which include apart from the description of the plot. The initiative for the registration should start from the bearer of the DUAT and the registration is made at the Building Registrar’s Office or an equivalent office. The RSU surprises us when it includes as an action that is subject to registration the deadline for the beginning of the works, because these two actions are important for the compliance of some obligations by the bearer of the DUAT. As an example, if a bearer of a DUAT has been granted two years to start building a house and they are not able to do so, because the deadlines have been registered, the State or Local Municipality will have a way to verify its compliance and in the case of non compliance the right can automatically extinguish. We feel a bit puzzled with the fact that the bearer of the DUAT has to make the registration of the extinction its right because it seems to us that such registration will have to be made by the entity that takes advantage of the act which can be the State, the Local Municipality or a new bearer of the plot. We believe that the rule previously mentioned is a great challenge for the Public Administration because the feeling that we, as citizens, have, is that the State does not have full control of its resources. Thus, probably its problem will be resolved. The DUAT can also be extinguished through the termination of the deadline or its renovation, through termination by the bearer, by means of revocation of the DUAT due to public interest related reasons, preceded by the payment of a fair indemnity and/ or compensation (article 18 of the LT). 164 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique pode automaticamente extinguir-se o seu direito (n. º 1, art. 35). Suscita-nos alguma perplexidade o facto do titular do DUAT ter de efectuar o registo da extinção do seu direito, pois parece-nos que esse registo terá de ser efectuado por quem o acto aproveita, o Estado ou Autarquia Local ou um novo titular do direito. Cremos que é um grande desafio para a Administração Pública a regra anteriormente mencionado, porque a sensação que como cidadãos temos é de que o Estado não tem o controle dos seus recursos. Assim, provavelmente o seu problema estará resolvido. O DUAT também pode-se extinguir-se pelo termo do prazo ou da sua renovação, pela renúncia do seu titular, por revogação do DUAT por motivos de interesse público, precedida do pagamento de justa indemnização e/ou compensação (art. 18 da LT). E. Infracções, Penalidades Regulamento do Solo Urbano e Taxas no O RSU dedica dois capítulos a fiscalização e as taxas, capítulos VI e VII. Assim, apesar de reconhecer a possibilidade de existência de infracções e penalidades constantes de outros instrumentos, o RSU prevê duas situações: o incumprimento do prazo para utilização da terra e o uso do terreno/terra para fins diversos do constante do título (als. a) e b) do n.º 1 do art. 46). Como sanção para as duas situações o RSU prevê o pagamento de uma multa a ser fixada entre os 10.000,00MT e 30.000,00 MT. Estes valores correspondem a aproximadamente 6 e 18 salários mínimos nacionais . Não se estabelecem critérios para aplicacão destas multas, apesar de se saber que a aplicação de uma multa de valor elevado estar dependente E. Infractions, Penalties and Taxes in the Regulation of Urban Soil The RSU sets two chapters for monitoring and taxes, chapters VI and VII. Thus, despite the fact that it recognizes the possibility of existence of infractions and penalties contained in other instruments, the RSU sets two situations: the compliance of the deadline for the use of land and the use of land/ plot for several purposes as set in land tenure (als. a) and b) of article 46). The sanction for these two situations is the payment of a fine to which is set between 10.000,00Mt and 30.000,00Mt. These amounts correspond to approximately 6 to 18 national minimum salaries . There are no criteria for the settlement of the fine, although it is known that for a fine to be set to a high amount it depends on the severity of the infractions and possible justification on the existing situation. The same applies to the distribution in percentage terms of the amount set at the level of the inspectors. There is a need to call attention to the Public Administration bodies that are in charge of land management in relation to the situations set above. It is necessary, therefore, to clarify this situation otherwise we could be opening doors to other types of behaviors such as corruption and imprecise decisions by civil servants. Still regarding infractions, there is a possibility that an act may be regarded as an infraction by different legislations and/ or codes whose penalties shall be applied simultaneously. We believe that this solution is not the most correct one because it may cause many citizens to be unfairly penalized, mostly in monetary terms. In what refers to taxes, it is important to mention that these are set and approves by the Municipal Assemblies and by the Provincial Government when the Municipal body does not exist. The same is applied in what refers to the tables of taxes that are due to be paid for the issuance of titles and 165 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique da gravidade da infracção e possível justificação para a situação existente. O mesmo se diga sobre a distribuição em termos percentuais do valor da multa fixado a nível dos inspectores. Chama-se atenção aos órgãos da Administração Pública encarregues da gestão da terra para as situações acima referidas. É necessário, por isso, clarificar esta situação sob pena de estarmos abrir as portas para outro tipo de comportamentos, eg. Corrupção e arbitrariedades dos funcionários públicos. Ainda em relação as infracções existe a possibilidade de um acto ser considerado infracção por diferentes legislações e/ou códigos cujas penalizações aplicar-se-ão em simultâneo. Cremos que esta solução não é a mais acertada, pois levará a que os cidadãos sejam muito injustiçados, sobretudo em termos monetários. Em relação as taxas, importa referir que elas são fixadas e aprovadas pelas Assembleias Municipais e pelo Governo Provincial nos casos em que não haja autarquia, o mesmo se diga em relação as tabelas de emolumentos devidos pela emissão dos títulos e averbamentos (art. 50). As taxas são devidas: – Três meses depois da notificação da emissão da autorização ao requerente (n.º 1 do art. 51); – A partir da notificação ao requerente da emissão do título de uso e aproveitamento da terra, quando se trate de taxa anual (n.º 2 do art. 50). Este pagamento será efectuado nos primeiros três meses do ano ou em duas prestações, a primeira a ser paga até ao fim do mês de Março e a segunda até ao fim do mês de Julho (n.ºs 2 e 3 do art. 50). O RSU prevê a existência de uma taxa de urbanização a ser definida pelos órgãos locais da Administração Pública. endorsements (article 50). The taxes are due: - Three months after the notification of the issuance of the permission to the applicant (Nr. 1 of article 51); - As from the notification to the applicant about the issuance of the land tenure documentation, in the case of annual tax (Nr. 2 of article 50). This payment shall be made within the first three months of the year or in two installments, the first one shall be paid until the end of the month of March and the second one until the end of July (Nrs. 2 and 3 of article 50). The RSU sets the existence of an urbanization tax to be defined by the local bodies of Public Administration. In what refers to the penalties for delayed payment of annual taxes, the sanction that is set in the RSU is the payment of a fine to the amount of the renewal tax multiplied by the number of years or infractions of delay (Nr. 2 of article 46). The lack of payment of within 15 days gives raise to coercive collection through court order. The action of fine settlement/ application for infractions as for any other actions is subject to a complaint, hierarchical or contentious resource. As an example, if a citizen has been fined by the monitoring sector of the Municipal Council of a given city, the citizen may claim at the said sector and or resort to the Mayor or even resort to the Administrative Court using as the main basis for the complaint the unlawfulness of the decision or action by Public Administration. Should it be in the district the itinerary would be the District Directorate for Agriculture, District Administrator and Administrative Court. Em relação à penalização pelo pagamento da taxa anual fora do prazo, a sanção prevista no RSU é o pagamento de uma multa no valor da 166 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique taxa de renovação multiplicado pelo número de anos ou fracções em atraso (n.º 2 do art. 46). A falta de pagamento da multa no prazo de 15 dias leva a cobrança coersiva através do juízo das execuções fiscais. O acto de fixação/aplicação de penalização pelas infracções como de qualquer acto está sujeito a reclamação, recurso hierárquico e contencioso. Por exemplo, se o cidadão foi autuado pelo sector de fiscalização do Conselho Municipal duma determinada cidade, poderá reclamar junto ao referido sector, e/ou recorrer hierarquicamente para o presidente do Conselho Municipal, ou então recorrer contenciosamente ao Tribunal Administrativo, tendo apenas como fundamento a ilegalidade da decisão ou do acto da Administração Pública. Se for no distrito o itinerário seria a Direcção Distrital da Agricultura, Administrador Distrital e Tribunal Administrativo. 167 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 168 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique COMPARAÇÃO DA LEI DO TRABALHO APROVADA E DA LEI EM VIGOR COMPARISON BETWEEN THE LABOR LAW THAT HAS BEEN APPROVED AND THE LABOR LAW THAT IS IN FORCE Nelson Nguilaze, 2007 Aspectos (artigos da nova lei) 1. Contratação de Trabalhador Estrangeira (artigo 35) Lei n.º 8/98, de 20 de Julho Os mandatários e os representantes do empregador não requerem autorização Lei do Trabalho Aprovado pela AR Empregador pode contratar trabalhadores estrangeiros, mediante comunicação ao Ministro do Trabalho ou a quem este delegar, de acordo com as seguintes quotas: a)10% do total, nas empresas pequenas; b)8% do total, nas empresas médias; c)5% do total, nas empresas grandes Em projectos de investimento aprovados pelo Governo, nos quais se preveja a contratação de determinado número de trabalhadores estrangeiros, não é exigível a autorização de trabalho. 2. Limites ao contrato a prazo certo (artigo 42) O contrato de trabalho por tempo determinado é celebrado por um prazo fixo até dois anos, sujeito a uma única renovação. O contrato de trabalho a prazo certo é celebrado por um período não superior a dois anos, podendo ser renovado por duas vezes. As PME’s poderão livremente celebrar contratos a prazo certo nos primeiros 10 anos da sua actividade. 3. Trabalho extraordinário (artigo 90) Cada trabalhador não pode prestar mais do que duas horas de trabalho extraordinário por dia, até ao máximo de cem horas por ano. Cada trabalhador pode prestar até 96 horas de trabalho extraordinário por trimestre, não podendo realizar mais de 8 trabalho extraordinário por semana, nem execre 200 horas por ano. 169 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 4. Duração do período de férias (artigo 99) Os trabalhadores têm direito, aos seguintes períodos de férias remuneradas: a)21 dias, depois de decorrido um ano de trabalho efectivo; b)30 dias, no decurso de cada um dos anos civis subsequentes. O trabalhador tem direito a férias remuneradas nos seguintes termos: a)1 dia de férias por cada mês de trabalho, durante o 1º ano de trabalho; b)2 dias de férias por cada mês de trabalho efectivo, durante o 2º ano de trabalho; c)30 dias de férias por cada ano de trabalho efectivo, a partir do 3º ano. 5. Conceito e tipos de Faltas a) 6 dias – casamento; a) 5 dias, por motivo de casamento; Justificadas (Artigo 103) b) 6 dias – falecimento do cônjuge, país, filhos, irmãos, tios, enteados, padrastos e madrasta. c)3 dias – falecimento de sogros, genros, noras, avos, netos e cunhados. b) 5 dias, por motivo de falecimento do cônjuge, pai, mãe, filho, enteado, irmãos, avós enteados, padrastos e madrasta. c) 2 dias, por motivo de falecimento de sogros, tios, primos, sobrinhos, netos, genros, noras, e cunhados. d) 2 dias – falecimento de primos e sobrinhos, em primeiro grau. 6. Rescisão de contrato com justa causa por iniciativa do trabalhador. (Artigo 128) A compensação prevista: A compensação prevista : a)45 dias, para 3 a 6 meses de a) 45 dias, para cada ano de serviço; serviço; b)3 meses, para 6 meses a 3 anos de serviço; c)3 meses por cada cada dois anos, para mais de 3 anos de serviço. Comunicação prévia: Comunicação prévia: 7 dias. a)um mês e meio, se o tempo de serviço prestado à mesma entidade empregadora for superior a seis meses e não exceder três anos; b)um mês por cada dois anos ou fracção de tempo de serviço prestado à mesma entidade empregadora, se esse tempo exceder três anos. 170 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 7. Denúncia do contrato pelo trabalhador (artigo 129) O trabalhador pode denunciar o contrato de trabalho, com aviso prévio, sem necessidade de invocar justa causa, desde que comunique a sua decisão por escrito, observando os seguintes prazos: a)45 dias de antecedência, se o tempo de serviço for superior a 6 meses e não exceder 3 ano, num contrato por tempo indeterminado. b)30 dias de antecedência por cada dois anos, se o tempo de serviço for superior a 3 anos, num contrato por tempo indeterminado O trabalhador pode denunciar o contrato de trabalho, com aviso prévio, sem necessidade de invocar justa causa, desde que comunique a sua decisão por escrito, observando os seguintes prazos: a) 30 dias antecedência, contrato de prazo certo. b) 15 dias de antecedência, se o tempo de serviço for superior a 6 meses e não exceder 3 ano, num contrato por tempo indeterminado. c) 30 dias de antecedência, se o tempo de serviço for superior a 3 anos, num contrato por tempo indeterminado 7. Rescisão de contrato por iniciativa do empregador com aviso prévio (motivos estruturais, tecnológico e mercado). (Artigo 130) A compensação prevista: a)45 dias, para 3 a 6 meses de serviço; c)3 meses, para 6 meses a 3 anos de serviço; d)3 meses por cada dois anos, para mais de 3 anos de serviço. Em caso de não se provar justa causa, elevam-se para o dobro as compensações. Comunica prévia : 90 dias A compensação prevista: a)30 dias por cada ano, se o trabalhador auferir até 7 salários mínimos; b)15 dias por cada ano, se o trabalhador auferir entre 8 a 10 salários mínimos; c)10 dias por cada ano, se o trabalhador auferir entre 11 a 16 salários mínimos; d) 3 dias por cada ano, se o trabalhador auferir mais de 16 salários mínimos; Comunicação prévia: 30 dias. 8. Tolerância de ponto Não se faz menção A decretação da tolerância de ponto confere ao trabalhador o direito de suspender a prestação da actividade laboral, sem perda de remuneração, devendo observar-se os limites estabelecidos no respectivo anúncio Compete ao Ministro do Trabalho decretar a tolerância de ponto e dever ser anunciado com dois dias de antecedência. 171 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 9.Norma Transitória (Artigo 270) 1.A presente Lei não é aplicável aos factos constituídos ou iniciados antes da sua entrada em vigor, nomeadamente os relativos a o período probatório, férias, aos prazos de caducidade e de prescrição de direitos e procedimentos, bem como, formalidades para aplicação de sanções disciplinares e cessão de contrato. 2.Para efeitos de indemnização, os contratos individuais de trabalho e os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho celebrados na vigência da Lei n.º 6/98, de 20 de Julho, ficam sujeitos ao seguinte: a) Durante os primeiros 15 anos de vigência da presente lei, aplicar-se-á o regime de indemnizações previsto na Lei n.º 8/98, de 20 de Julho, para o trabalhador que auferir até 7 salários mínimos; b) Durante os primeiros 10 anos de vigência da presente lei, aplicar-se-á o regime de indemnizações previsto na Lei n.º 8/98, de 20 de Julho, para o trabalhador que auferir entre 8 a 10 salários mínimos; c) Durante os primeiros 5 anos de vigência da presente lei, aplicar-se-á o regime de indemnizações previsto na Lei n.º 8/98, de 20 de Julho, para o trabalhador que auferir entre 11 a 16 salários mínimos; d)Durante os primeiros 30 meses de vigência da presente lei, aplicar-se-á o regime de indemnizações previsto na Lei n.º 8/98, de 20 de Julho, o trabalhador auferir mais de 16 salários mínimos; 172 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Aspects (articles of the new law) Law nr. 8/98, of July 20 Labor Law Approved by the Parliament 1.Hiring of an expatriate (article 35) The applicants and the employers’ representatives do not require an authorization The employer may hire foreign workers, upon communication to the Ministry of Labor or whoever assigned by this, according to the following quota: a) b) 10% of the total, for small enterprises; c) 8% of the total, for medium enterprises; d) 5% of the total, for big enterprises In investment projects approved by the Government, in which a number of foreign workers is to be hired, the work permit is not required. 2.Limits for contracts for a determined period of time (article 42) The contract for a determined period of time is signed for a period up to two years, subject to only one renewal The contract for a determined period of time is signed for a period not longer than two years and it can be renewed twice. Small and Medium Enterprises are free to sign contracts for determined periods of time during the first 10 years of activity. 3.Extraordinary work (article 90) Each worker can not work for more that two extraordinary hours per day, up to a maximum of one hundred hours in a year. Each worker can work up to 96 extraordinary hours in a semester but not more than 8 hours in a week or 200 in a year. 4.Annual leave (article 99) The workers are entitled to the following paid leave scheme: a) 21 days, after one year of effective work; b) 30 days, during each of the subsequent years The worker has a right to paid leave under the following terms: a)1 day for each month of work, during the first year of work b)2 days for each month of effective work during the second year of work; c)30 days for each year of effective work, as from the third year 5.Concept and types of justified absences (article 103) a)6 days – wedding; b)6 days – death of spouse, parent, children, brother, uncle, step son or step daughter, step a)5 days for wedding purposes; a) 5 days – death of spouse, parent, children, brother, uncle, step son or step daughter, step father and step mother. 173 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 6.Employee’s Termination of contract (article 128) father and step mother. c) 3 days – death of father or mother in law, son or daughter in law, grand parents, grand children and brother or sister in law. d) 2 days – death of close cousins and nephews b) 2 days – death of mother or father in law, cousins, nephews, grand children, son or daughter in law and brother or sister in law. Compensation plan: a) 45 days, for 3 to 6 months of service; b) 3 months, for 6 months to 3 years of service; c) 3 months for each two years, for more than 3 years of service. The compensation plan: a) 45 days, for each year of service; Prior Notice: Prior notice: 7 days. a) a month and a half, if the time of service that was rendered to the same employer is higher than six months and less than three years; b) One month for each two years or a fraction of time rendered to the same employer, if such time exceeds three years. 7.Employee’s surrender from work (article 129) The worker is entitled to surrender from work with prior notice without establishing the cause as long as such action is informed in writing following the deadlines set below: a) 45 days of antecedence, if the time of service is higher than 6 months and not more than 3 years in a contract for undetermined period of time. 30 days of antecedence for each two years, if the time of service is not above 3 years. The worker may surrender the labor contract with a prior notice without having to establish a cause, as long as the information to do so is done in writing following the deadlines set below: a)30 days of antecedence, contract for determined period of time. b)15 days of antecedence, if the time of service is higher than 6 months and less than 3 years, in a contract for undetermined period of time. c)30 days of antecedence if the time of service is higher than 3 years, in a contract for undetermined period of time. 174 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 8.Termination of contract by the employer with prior notice (structural, technological and market related reasons). (article 130) The compensation plan: a) 45 days, for 3 to 6 months of service; b) 3 months, for 6 months to 3 years of service; c)3 months for each 2 years, to more than 3 years of service. Should there be no fair cause, the compensations are doubled. Compensation plan: a) 30 days for each year, if the worker is paid up to 7 minimum wages; b) 15 days for each year, if the worker is paid between 8 to 10 minimum wages; c) 10 days for each year, if the worker is paid between 11 to 16 minimum wages; d) 30 days for each year, if the worker is paid more than 16 minimum wages; Prior notice: 30 days. Prior notice: 90 days 8. Public Holiday No reference is made When a public holiday is declared, the worker has a right to suspend any labor activity, without losing his remuneration, and observing the limits set in the announcement issued by the Ministry of Labor regarding the said public holiday which should be made public with a minimum antecedence of two days. 9. Transitory Norm (Article 270) 1. The current law is not applicable to facts that were set or launched before its enforcement, namely those related to probation period, leave, caducity deadlines and prescription of rights and procedures as well as, the formalities for setting disciplinary sanctions and contract termination. 2.For indemnity purposes, individual labor contracts and regulatory instruments for collective work signed under Law Nr. 6/98 of July 20, are subject to the following: a) For the first 15 years of enforcement of this law, the applicable indemnity law shall be Law Nr. 8/98 of July 20, for a worker being paid up to 7 minimum wages; b) During the first 10 years of enforcement of this law, the applicable indemnity schedule shall be the one set in Law 8/98 of July 20 for a worker being paid between 8 to 10 minimum wages; 175 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique c) During the first 5 years of enforcement of this law, the indemnity Schedule to be enforced shall be the one set in Law Nr. 8/98 of July 20 for a worker being paid between 11 to 16 minimum wages; d) During the first 30 months of enforcement of this law, the indemnity Schedule to be applied shall be the one set in Law Nr. 8/98 of July 20 for a worker being paid more than 16 minimum wages. 176 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 177 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Moçambique - Facilitação do Comércio: Facilitação do Comércio para Concorrência fortalecida nos Países da Commonwealth Trade Facilitation: Facilitation Trade for enhanced Competitiveness in Commonwealth Countries Mozambique Jim LaFleur, Kekobad Patel, 2007 1. Introdução e Antecedentes A política comercial de Moçambique melhorou e afigura-se entre as mais progressivas da SADC. A tarifa mais alta é de apenas 20%, a média da taxa de tarifa aplicada (2006) é de 12.1% e a média da tarifa pesada no comércio (2006) é de apenas 9%. Moçambique já procedeu a eliminação de tarifas específicas a favor de ad valorem imposições. A taxa efectiva de protecção de Moçambique, sendo que ainda oferece alguma protecção significativa, na maior parte dos sectores é baixa em relação a maioria dos países da África Austral. Comércio de Moçambique Exports by main category 1. Introduction and Background Mozambique’s trade policy has improved and is among the most progressive in SADC. The top tariff is only 20%, the average applied tariff rate (2006) is 12.1% and the trade-weighted average tariff (2006) is only 9%. Mozambique has eliminated specific tariffs in favor of ad valorem duties. Mozambique’s effective rate of protection, while still offering significant protection, in most sectors is lower than for most of its Southern African neighbors. Mozambique’s trade 2000 2004 2005 U S $millions Exports (FOB) Mega projects Traditional exports Prawn Tobacco Sugar Cotton Timber Cashews (nuts and kernels) Miscellaneous 360 127 233 69 41 5 36 9 28 122 Ann. growth % (00 @ 05) 1,504 1,049 445 92 43 38 56 30 29 179 Fontes: Banco Mundial e FMI 178 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 1,745 1,263 482 71 37.7% 58.3% 15.6% 0.6% 38 50.0% 32 23 219 28.9% -3.9% 12.4% 2. Avaliação da concorrência de Comércio e Facilidades de Transportes A visão de Moçambique em relação ao comércio e ao transporte é de desenvolver serviços e sistemas que não serão apenas tão bons quanto os dos outros países da África Austral, mas também serão bons ou melhores do que os melhores. A política económica de Moçambique visa aumentar a riqueza e o bem estar de todos os cidadãos e eliminar a pobreza através do rápido crescimento económico do sector privado. A estratégia de crescimento está baseada no aumento das exportações e represente o melhor potencial a longo prazo que Moçambique possui para suster uma elevada taxa de crescimento. Como forma de alcançar este objectivo, Moçambique deve possuir portos (marítimos, aéreos e secos) que fazem a gestão das exportações e importações de forma eficiente, altamente eficazes, com baixos custos e serviços completos. Durante a rápida expansão dos últimos dez anos as exportações têm sido a principal fonte de crescimento económico em Moçambique. Desde os inícios dos anos 90, as exportações vem crescendo a uma média de 10 por cento anualmente, sendo que este é um índice mais rápido dos que o índice das exportações a nível mundial (6 por cento). Como resultado, a razão das exportações para o PIB de Moçambique duplicou. Deste modo, Moçambique tornou-se num dos poucos países Africanos que registou um crescimento nas suas porções de exportações a nível mundial. Esta rápida expansão nas exportações apenas foi liderada pelo sector privado, tanto a nível nacional como a nível externo. O crescimento virado para as exportações foi induzido pelo moderado melhoramento do regime comercial, clima de investimento e ambiente de negócios. A forte resposta das exportações a estes melhoramentos limitados no ambiente político é uma boa indicação de que o sector privado tem uma boa capacidade de resposta para com as 2. Evaluation of trade and transport facilitation competitiveness Mozambique trade and transport facilitation vision is to develop services and systems that will not be just as good as the other countries in Southern Africa, but to be as good or better than the best. Mozambique’s economic policy is to increase the wealth and welfare of all of its citizens and eliminate poverty through rapid private sector economic growth. The growth strategy is based on increasing exports and represents Mozambique’s best long-term potential to sustain a high growth rate. In order to achieve this Mozambique must have ports (sea, air, and dry) that manage exports and imports expediently, highly efficiently, with low cost and complete services. During the past ten years rapid expansion of exports has been the main source of economic growth in Mozambique. Since the early 1990s, exports have expanded at 10 percent annually, much faster than world exports (6 percent). As a result, Mozambique’s exports-to-GDP ratio has doubled. Mozambique has thus become one of the few countries in Africa that has seen an increase in its share in world exports. This rapid export expansion was led by private initiative, both national and foreign. The export-led growth was induced by moderate improvement in the trade regime, investment climate, and business environment. The strong response of exports to these limited improvements in policy environment is a good indication that the private sector is responsive to changes in the incentive system. Given its excellent natural resource base, its low wages, and favorable location, Mozambique has the potential to maintain its current growth rate. Sustaining this growth rate will require a higher level of broad-based investments, especially in labor-intensive manufactured exports. But more importantly Mozambique needs much more improvement in its trade regime, investment climate, business environment and basic infra-structure. 179 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique mudanças no sistema de incentivos. Dada a sua excelente base de recursos naturais, os baixos salários e a sua localização favorável, Moçambique detém um potencial para manter a sua actual taxa de crescimento. A sustentabilidade desta taxa de crescimento irá requerer um elevado nível de investimentos amplos, em particular nas exportações de produtos manufacturados que precisam de mão de obra intensiva. Contudo, o mais importante é que Moçambique precisa de muito mais melhoramentos no seu regime comercial, clima de investimentos, ambiente de negócios e infra-estruturas básicas. Os custos de transporte em Moçambique são bastante elevados. Tanto os custos de transporte rodoviário como os ferroviários são mais elevados do que as normas internacionais para sistemas bem geridos. A título de exemplo são necessários USD$7.000 para carregar um contentor de 24 toneladas de Maputo a Pemba por via rodoviária, o que representa 21/2 vezes mais do que custo de transporte de Dubai para a China (USD$2.550). De modo a abordar estas questões ligadas aos elevados custos de transporte, o país está a investir fortemente nas infra-estruturas nacionais em particular nas estradas e melhorias as instalações portuárias. O Governo, em parceria com a CTA está a trabalhar de forma contínua no melhoramento do clima de investimento bem como no ambiente de negócios. De um modo específico, para alcançar este objectivo de elevado crescimento nas exportações, Moçambique investiu e está a investir no melhoramento das condições físicas das suas estradas, linhas de caminhos de ferro, portos, formação do seu pessoal das alfândegas, melhorando as suas regras e regulamentos, e trabalhando com doadores e seus parceiros comerciais com o objectivo de o fazer adoptar as “Melhores Práticas” comprovadas. 3. Constrangimentos chave ao comércio e facilidades de transporte Para que Moçambique seja competitivo no novo Mozambique has high transport cost. Both road and railway costs are higher than international norms for well-run systems. For example it cost $7,000 to truck a 24-ton container from Maputo to Pemba, which is 21/2 times the cost of shipping it from Dubai or China ($2,550). In order to address these issues of high transportation cost the country is investing heavily in national infrastructure especially in roads and in port improvements. The government with CTA is continuously working on improving the investment climate and business environment. Specifically, in order to achieve its aim of high growth in exports Mozambique has and is investing in improving the physical conditions of its roads, railroads, ports, training of its customs staff, improving its rules and regulations, and working with donors and its trading partners to make it adopt proven “Best Practices”. 3. Key constraints to trade and transport facilitation In order for Mozambique to be competitive in the new global world and especially in Southern Africa it must solve a large number of problems. According to the World Bank Doing Business report for 2007, In Mozambique it takes 6 documents and 39 days for a normal export at a cost $1,516 per container. An import requires 16 documents and takes 38 days at a cost of $1,616 per container. This is better than the African average, but far worse than Mauritius were it takes 16 for exports and 16 days for imports and cost $683 or South Africa (31/34 - $850). For Mozambique to offer an attractive and competitive alternative to South African ports export clearance times and procedures must improve and cost lowered. Assembly and processing of documents accounts for about half of the delay for both imports and exports. Obtaining finance and effecting duty payments takes a long time for most small traders. 180 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique mundo global e em particular na África Austral é necessário resolver um elevado número de problemas. . De acordo com o relatório do Banco Mundial intitulado Doing Business para o ano de 2007, são necessários em Moçambique 6 documentos e 39 dias para um processo normal de exportação a um custo de USD$1.516 por contentor. Um processo de importação requer 16 documentos e dura 38 dias a um custo de USD$1.616 por contentor. Estes valores são melhores que a média Africana, mas mesmo assim estão ainda muito piores que os valores fixados nas Ilhas Maurícias onde o processo de importação dura 16 dias e é necessário o mesmo período para a exportação a custo total de USD$683 ou África do Sul (31/34 – USD$850). Para Moçambique oferecer uma alternativa atractiva e competitiva em relação aos portos Sul Africanos é necessário que se registem melhorias nos tempos de despacho de mercadorias e que os custos sejam reduzidos. A recolha e o processamento dos documentos exerce um peso de cerca de metade do atraso tanto para a importação como para a exportação. A obtenção de financiamento e o devido pagamento das imposições leva muito tempo para a maioria dos pequenos comerciantes. Constrangimentos chave que inibem a concorrência no comércio e facilitação de transporte A. Alfândegas 1) A infra-estrutura física e a capacidade nos postos fronteiriços não está actualizada e é inadequada; 2) Os oficiais das alfândegas bem como o seu pessoal precisam de uma melhor formação e compreensão as regras e regulamentos aduaneiros; 3) O equipamento usado é limitado e desactualizado para efeitos de processamento, registo e verificação de dados, controle financeiro e em Key constraints that inhibit competitiveness in trade and transport facilitation A. Customs 1) The physical infrastructure and capacity at border crossings is out-dated and inadequate; 2) The customs officials and staff need better training and understanding of the customs rules and regulations: 3) There is limit and out-dated office equipment for processing, data recording and checking, financial controls and especially IT resources; 4) Due to weak institutions, corruption is a problem at the customs operations at border crossings. B. Inspections 1) There is an unnecessary high rate of inspection of both export and import shipments, reportedly between 70% and 80%; 2) Customs checks do not apply acceptable “Risks Assessment” in selecting who to check and when to check. 3) There is still an unnecessary reliance on preshipment inspection for a limited list of imported goods that cause a considerable increase in cost to importers; C. Documentation 1) There is not a single SADC document for imports and exports. 2) Required declarations cannot be submitted electronically D. Payments 1) Payment compensation are not able to be make from non-paid approved reimbursements 181 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique particular recursos informáticos; 3) Payments are not able to be make electronically 4) Devido a fraqueza das instituições, a corrupção constitui um problema nas operações aduaneiras nos postos fronteiriços. B. Inspecções 1) Existe um elevado nível de inspecção desnecessário tanto a nível das importações como a nível das exportações, avaliado entre 70 a 80%; 2) As revistas aduaneiras não aplicam “Avaliação de Riscos” aceitável na selecção de quem deve ser revistado quando é que deve ser revistado. 3) Ainda existe uma dependência desnecessária na inspecção pré embarque para uma lista limitada de bens importados que causa um aumento considerável nos custos para os importadores. C. Documentação 1) Não existe um documento único da SADC para importações e exportações. 2) As declarações necessárias não podem ser submetidas electronicamente. D. Pagamentos 1) As compensações de pagamentos não podem ser feitas a partir de reembolsos aprovados não pagos. 4) Os pagamentos não podem ser efectuados por via electrónica. E. Reembolso do IVA 1) Existe falta de sistema de reembolso de imposições bem como de isenção do IVA a funcionar devidamente. E. VAT rebate 1) There is a lack of a properly functioning duty drawback/duty suspension and VAT rebate system. F. Information system 1) A long-term Customs reform contract carried out by Crown Agents endowed Mozambican Customs with a proprietary Crown Agents trade management information system (TIMS) in preference to another system that is more commonly used in Southern Africa and which would offer greater compatibility with SADC and other countries systems. 2) There are no electronic linkages between custom and trade agencies G. Time requirements 1 At the border crossings import clearance can take days, the time needs to be reduced to within one day and ultimately to no more than 4 hours; 2) At the border crossings export clearance can take days, the time needs to be reduced to within one day and ultimately to no more than 4 hours; 3) At the border crossings goods in transit clearance can take hours, the time needs to be reduced to no more than 1 hour. 4) Storage and deport services are not open 24 hours. F. Sistema de Informação 5 Customs working hours are not compatible with the needs of efficient operations. 1) O contracto de reforma do sector das alfândegas a longo prazo realizado pela Crown Agents proporcionou às Alfândegas de Moçambique um sistema informático de gestão (TIMS) em sub- H. Others 1) The duty free limit of $50 is to low and needs to raised to a more reasonable limit. 182 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique stituição de um outro sistema cujo o uso é mais comum na África Austral e que haveria de proporcionar maior compatibilidade com a SADC e sistemas de outros países. 3) Não existem ligações electrónicas entre as alfândegas e as agências de comércio. G. Requisitos de Tempo 1) Em outros postos de travessia fronteiriça o processo de despacho de importação pode levar dias; é necessário que haja uma redução no tempo para um dia até que se chegue a um máximo de 4 horas; 2) Nos postos de travessia fronteiriça o processo de despacho de exportação pode levar dias; é necessário que haja uma redução no tempo para um dia até que se chegue a um máximo de 4 horas; 3) Nos postos de travessia fronteiriça o processo de despacho de bens em trânsito pode levar horas; é necessário reduzir o tempo para um máximo de 1 hora. 4) Os serviços de armazenagem e envio não estão abertos 24 horas por dia. 5) As horas de serviço dos serviços aduaneiros não são compatíveis com as necessidades de operações eficientes. H. Outros 1) O limite de isenção aduaneira fixado em USD$50 precisa de ser acrescentado até a um limite mais razoável. Iniciativas que abordam estes constrangimentos A Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA – tem como seu principal objective melhorar o ambiente de negócios a nível nacional através da remoção das barreiras administrativas e da adopção de políticas e regulamentos que promovem o investimento do sector Initiatives that address these constraints Confederation of Business Associations of Mozambique – CTA has as its main object to improve the national business environment through the removal of administrative barriers and the adoption of policies and regulations that promote private sector investment. To obtain this object CTA is doing the following: A. Working to deepen the dialogue between the public sector and the private sector. CTA has an extensive system of consultations with the government through out the year. There are 14 working groups that address specific sectors including customs reform. Each group met on a monthly basis with a representative of their respective ministries. These working groups also met quarterly with the minister of their respective areas. There is a twice-yearly general consultation meeting with all the working groups, and the Prime Minister. And finally the President meets with CTA at our yearly national conference. B.The objective of this consultation process is to develop a shared vision with the government for private sector economic development for Mozambique. Specifically the working groups identify and define the constraints that the private sector faces and adopt strategies to improve the business environment in Mozambique. C.This public/private sector dialogue has been very successful, including the following: 1)The government today looks to the private sector as partner in its development strategy to promote the Mozambican competitiveness in a global world and especially in the Southern Africa region as well as accelerating economic growth. (The private sector was considered an impediment by the government in the past). 2)The Ministry of Industry and Commerce is developing a business environment improvement strategy in order to address the issues identified in 183 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique privado. Para que este objectivo seja alcançado, a CTA está a desenvolver as seguintes actividades: A.Trabalhar no sentido de aprofundar o diálogo entre o sector público e o sector privado. A CTA possui um sistema extensivo de consultas com o governo ao longo do ano. Existem 14 grupos de trabalho que abordam sectores específicos incluindo a reforma aduaneira. Cada grupo mantêm encontros mensais com um representante dos seus respectivos ministérios. Estes grupos de trabalho também mantém encontros trimestrais com os ministros dos respectivos pelouros. Existem encontros bianuais para consultas gerais com todos os grupos de trabalho e o Primeiro Ministro. Finalmente o Presidente da República mantém um encontro com a CTA durante a sua conferência nacional anual. B. O objective deste processo de consulta é desenvolver uma visão partilhada com o governo tendo em vista o desenvolvimento económico do sector privado em Moçambique. De um modo específico os grupos de trabalho identificam e definem os constrangimentos que o sector privado enfrenta e adoptam estratégias para melhorar o ambiente de negócios em Moçambique. C.Este diálogo entre os sectores privado e público tem tido bastantes sucessos, incluindo os seguintes: 1) Hoje em dia o governo olha para o sector privado como um parceiro na sua estratégia de desenvolvimento visando promover a capacidade de concorrência de Moçambique num mundo global e em particular na região da África Austral bem como na aceleração do crescimento económico. (O sector provado foi considerado como sendo uma barreira pelo governo no passado). 2)O Ministério da Industria e Comércio está a desenvolver uma estratégia melhor para o ambiente de negócios com o objectivo de abordar as questões identificadas nos relatórios Doing Business do Banco Mundial. the World Bank “Doing Business” reports. 3) Most government proposals for legal or regulatory reform are sent to CTA for its opinion before becoming law. 4) There is truly developing a share vision of what needs to be done to improve Mozambique’s business environment and promote its competitiveness. 4. Institutional support framework A. IPEX Instituto de Promoção de Exportação - Mozambique’s Instituto de Promoção de Exportação (IPEX) has been playing the role of a traditional trade promotion organization. Its present focus is on country image and marketing and market research activities. The country’s general business environment and the context for imports and exports are far from ideal, with red tape and corruption making it difficult for Mozambican companies to compete internationally. Thus, IPEX also needs to be combating red tape and corruption. IPEX needs to focus on on-shore export support services – trade facilitation. A recent study show that for low income developing countries expenditures on country image, marketing and market research do not have any impact on exports. The same study found that exports increased with the share of the budget spent on export support services, i.e. on-shore trade facilitation activities. Also IPEX should become part of the Mozambique’s Investment Promotion Center (CPI). IPEX and CPI have complementary roles, both need to promote a better business environment to attract investors. For developing countries such as Mozambique, exports increase with the share of agency budget spent on non-export promotion activities, such as investment promotion1. 184 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 3)Maior parte das propostas do governo para a reforma legal e reguladora são enviadas à CTA para sua apreciação antes de se tornarem em lei. 4)Existem uma verdadeira partilha de visões acerca daquilo que é necessário fazer para melhorar o ambiente de negócios em Moçambique e promover a sua capacidade de concorrência. 4. Quadro de Apoio Institucional A.Instituto de Promoção de Exportação - IPEX O Instituto de Promoção de Exportação (IPEX) tem vindo a desempenhar o papel de organização tradicional de promoção do comércio. O seu actual enfoque está ligado a imagem do país e actividades de comunicação comercial e pesquisas de mercados. O ambiente geral de negócios no país e o contexto para as importações e exportações estão muito longe do ideal, tendo as barreiras administrativas e a corrupção como grandes factores de impedimento para as empresas Moçambicanas poderem competir a nível internacional. Deste modo, o IPEX precisa de combater a barreiras administrativas e a corrupção. O IPEX precisa de focalizar-se sobre os serviços de apoio às exportações em on-shore – facilitação do comércio. Um estudo recente indica que para o caso de países em vias de desenvolvimento com baixos rendimentos as despesas com a imagem do países, comunicação comercial e pesquisas de mercado não tem qualquer impacto sobre as exportações. O mesmo estudo constatou que as exportações aumentaram com a porção de orçamento gasta em serviços de apoio às exportações, i.é., actividades de facilitação do comércio on-shore. O IPEX também se deve tornar parte do Centro de Promoção de Investimentos (CPI). O IPEX e o CPI desempenham papeis complementares, ambos precisam de promover um melhor ambiente de negócios para atrair investidores. Para o caso de países em vias de desenvolvimento tais como Moçambique, o aumento das exportações com a porção do orçamento da agência gasto em Another recommendation is for the majority of IPEX’s executive board to be from the private sector – the private sector is IPEX’S clients. The study also found that exports increase with the share of executive board seats that are held by the private sector1. B. Investment Promotion Center – CPI Investment Promotion Center (CPI) role is to attract foreign and domestic private investment. It is responsible for facilitating investors in obtaining all the required official approvals for establishing and operating businesses in the country. The majority of CPI’s clients are large investors that are primarily planning for the export market and need to import capital equipment, raw materials, and hire foreign technical staff. These investors face “a minefield of bureaucracy”. One of these investor’s major issues is facilitation of exports and imports. CPI and IPEX should be merged into a single unit. C.Confederation of Business Associations of Mozambique – CTA Confederation of Business Associations of Mozambique – CTA has as its main object to improve the national business environment through the removal of administrative barriers and the adoption of policies and regulations that promote private sector investment. CTA’s working groups from all sectors have serious trade issues most of which are related to trade facilitation. CTA has produced a number of proposals for improving trade and is one the most vocal advocate for improvement. Over the last years numbers of improvements have been made due in large part to CTA’s lobbing activities and its special working relationship with the Customs Authorities in the Ministry of Finance. DMozambique’s Customs Authority 185 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique actividades não relacionadas com a promoção das exportações tais como a promoção do investimento1. Uma outra recomendação prende-se com o facto de a maioria do corpo executivo do IPEX ser do sector privado – o sector privado é o cliente do IPEX. O estudo também constatou o aumento das exportações com a partilha dos assentos no concelho executivo que são detidos pelo sector privado1. B.Centro de Promoção de Investimentos – CPI O papel do Centro de Promoção de Investimentos é o de atrair o investimento privado estrangeiro e doméstico. O CPI é responsável por facilitar os investidores a obterem todas as aprovações oficiais necessárias para o estabelecimento e operacionalização de negócios no país. A maioria dos clientes do CPI são grandes investidores que numa primeira fase planificam para o mercado de exportações e precisam de importar equipamento, matérias primas e contratar mão de obra estrangeira. Estes investidores enfrentam um terreno minado pela burocracia. Uma das maiores questões é a facilitação dos processos de importação e exportação. O CPI e o IPEX devem fundir-se numa unidade única. C. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA A Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA tem como seu principal objectivo melhorar o ambiente de negócios a nível nacional através da remoção das barreiras administrativas e a adopção de políticas e regulamentos que promovem o investimento do sector privado. The Customs Authority in the Ministry of Finance is the principal government agency dealing with exports and import procedures, tariffs, fees, rules, regulations, payments and others. It has and is investing in improving the physical conditions of its facilities, training of its staff, improving its rules and regulations, and working with donors and its trading partners to adopt proven “Best Practices”. Public Private Partnerships - PPP The public sector working with the private sector in different areas is solving important problems. The private sector is able to bring increase investment in critical areas as well as know-how and managerial skills. Examples of these initiatives include the following: A.Infra-structure Railroads & Ports The World Bank assistance in the Railways and Port Restructuring Project is characterized by an emphasis on public-private partnerships. These include the structuring and financing of innovative mechanisms for the private delivery of publicly funded infrastructure services. B.Management Contracts Railroads & Ports Mozambique’s “Corridors” development programs have PPPs in a number of their projects. Examples include private firms being awarded long-term contracts to manage corridor railways and ports. C. Single Window for Customs Clearance Mozambique’s customs authority with CTA is developing a PPP to operate a “Single Window” (SW) for customs clearance. This SW will be run and managed by a private firm and will be able to get custom clearance for a normal import within a single day. Os grupos de trabalho do CTA de todos os sectores possuem questões comerciais sérias, sendo que a maior parte delas estão relacionadas com a facilitação do comércio. A CTA já produziu uma 186 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique séria de propostas com o objectivo de melhorar o comércio e é uma das entidades vocais que advoga pelo melhoramento do actual sistema. Ao longo dos últimos anos já foram registadas várias melhorias, maior parte das quais graças as actividades da CTA e o seu especial trabalho e relacionamento com as Autoridades Aduaneiras no Ministério das Finanças. D. Autoridade Aduaneira de Moçambique A Autoridade Aduaneira junto do Ministério das Finanças é a principal agência governamental que lida com os procedimentos inerentes às importações e exportações, tarifas, taxas, regras, regulamentos, pagamentos e outros. Esta autoridade está a investir na promoção das condições físicas das suas instalações, formação do seu pessoal, melhoramento das suas regras e regulamentos e trabalho com os doadores e os seus parceiros comerciais para adoptar as melhores práticas comprovadas. Parcerias Públicas Privadas - PPP O sector público que trabalha com o sector privado em diferentes áreas está a resolver problemas importantes. O sector privado é capaz de trazer uma aumento ao investimento em áreas críticas bem como perícia e habilidades de gestão. Os exemplos destas iniciativas incluem as seguintes: A.Infra-estruturas Caminhos de Ferro e Portos O apoio do Banco Mundial do Projecto de Reestruturação Sector dos Caminhos de Ferro e Portos é caracterizado por um enfoque nas parcerias público – provadas. Estas incluem a estruturação de mecanismos inovadores para a provisão de serviços de infra-estruturas financiados pelo sector público. B. Contractos de Gestão Caminhos de Ferro e Portos Os programas de desenvolvimento de corredores de Moçambique possuem vários PPPs nos seus projectos. Os exemplos incluem firmas privadas a 187 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique quem estão sendo adjudicados contractos a longo prazo para gerir caminhos de ferro e portos nos corredores. C. Janela Única para o Despacho Aduaneiro A autoridade aduaneira de Moçambique em conjunto com a CTA está a desenvolver um PPP para operar uma “Janela Única” para o despacho aduaneiro. Esta janela única será gerida por uma firma privada e será capaz de obter o despacho aduaneiro para a normal importação dentro de um dia. Posição da CTA MOÇAMBIQUE/SADC - APE Historial dos acordos com a União Europeia Após mais de 30 anos de comércio bilateral com a Europa, os países do África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP) ainda exportam apenas alguns produtos de base, a maioria dos quais atinge preços mais baixos do que há 20 anos. Os acordos de Parceria Económica (APE) consistem em acordos que a União Europeia está a negociar com as seis regiões da África, das Caraíbas e do Pacífico para substituir os capítulos relativos ao comércio do Acordo de Cotonu quando expirar, em 2008, a derrogação da Organização Mundial do Comércio (OMC) que cobre os aspectos preferenciais deste acordo. Temos essa data para negociar novos acordos que sejam compatíveis com as regras da OMC. Pretende-se que as APEs sejam acordos amplos, que ajudem a construir mercados regionais, a diversificar as economias das regiões ACP e, em última instância, a desenvolver o comércio entre a União Europeia e esses mercados. Vão alterar as nossas relações: a concessão de preferências pautais uma “corda de salvamento” desgastada que será preterida em favor da construção de mercados regionais e internacionais duradouros para os ACP. Implicações e questões fundamentais Moçambique e a região SADC para Dado o facto de estarmos dentro da SADC, é deste acordo de APE que está sendo negociado dentro da SADC, nós achamos o seguinte: Vantagens: 1.Ofereceu uma oportunidade inédita para Moçambique fechar um acordo assinado com a União Europeia em tempo recorde; 2.Este novo acordo comercial regional será compatível com as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC); 3.O actual acordo com as ACP não é compatível com a OMC, bem como com o acordo Everything But Arms (EBA), que não é assinado e nem reconhecido pela OMC; 188 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 4.Os países que assinam este acordo beneficiamse de assistências substanciais através dos fundos de fomento da União Europeia, em torno de 2 biliões de euros anuais. Estes fundos destinam-se a ajudar os países a desenvolver novas políticas comerciais, entre outros; 5.Este acordo é regional, multei lateral e não bilateral, que por sua vez reforça a SADC nos seus países na integração económica da própria SADC; 6. A proposta deste acordo APE abre aos produtos Moçambicanos um livre acesso ao mercado da União Europeia, menos alguns produtos com preferências especiais, como o açúcar. Desvantagens: 1.Possível redução das receitas aduaneiras; 2.Possíveis desvios de importação dos países importadores tradicionais para a importação a partir da União Europeia, através da África do Sul; 3.As Leis de origem deste acordo poderiam ser bastante complicadas e poderiam promover corrupção. Conclusão A posição da CTA sobre o acordo de APE é que o acordo tem muito potencial para ajudar ao comércio internacional de Moçambique, especialmente com a União Europeia, e também reforçar a integração económica com a SADC, oferecendo apoio financeiro para promover o comércio, porém existem algumas questões ainda a serem resolvidas e analisadas de modo a se chegar à conclusão final. 189 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 190 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique SADC e MOÇAMBIQUE Competitividade SADC and MOZAMBIQUE Competitiveness J. LaFleur, 2007 Politica Comercial com base nas exportações Export-based Trade Policy O objectivo geral da politica económica Moçambicana é de aumentar a riqueza e o bem-estar de todos os cidadãos e eliminar a pobreza através do crescimento rápido do sector económico privado A CTA apoia uma estratégia de crescimento com base nas exportações que inclui a SADC. Isto representa o melhor potencial a longo prazo para sustentar uma taxa alta de crescimento a luz das condições existentes: o mercado doméstico é limitado e tem um poder de compra relativamente baixo, a taxa nacional de poupança não é o suficientemente alta para gerar um crescimento adequado para marcar um passo com impacto na pobreza. Portanto, é necessário dar-se ênfase particular no mercado global de exportações, especialmente o da SADC, mas mais importante ainda no da África do Sul. Uma estratégia com base nas exportações inclui a atracção do investimento directo estrangeiro para complementar o investimento nacional. Mas Moçambique também precisa de aumentar o seu poder de atracção para mais investimentos a medida em que aumenta o seu acesso à mercados de exportação maiores de forma a melhorar a sua competitividade. Portanto, o objectivo da política comercial de Moçambique precisa promover as exportações para mercados mundiais. De forma a aumentar as exportações, o objectivo da política deve ter um aumento do investimento do sector privado, tanto nacional estrangeiro; e aumentar The overall objective of Mozambican economic policy is to increase the wealth and welfare of all of its citizens and eliminate poverty through rapid private sector economic growth. CTA supports an export-based growth strategy that includes SADC. This represents the best long-term potential to sustain a high growth rate in light of existing conditions: the domestic market is limited, and has relatively low purchasing power, the national saving rate is not high enough to generate adequate growth to make a marked impact on poverty. Therefore a particular emphasis needs to be placed on the global export markets especially the SADC market but most importantly the South African market. An export-based strategy includes attracting foreign direct investment to complement national investment. But Mozambique also needs to increases it attractiveness for more investment as it increase its access to larger export markets in order to improves its competitiveness. Mozambique’s trade policy goal therefore needs to promote exports for world markets. In order to increase export the policy’s aim has to have increased private sector investment both domestic and foreign; and increase competitiveness and productivity through economics of scale, and improved efficiencies. The trade policy also needs to prompt imports, especially of key inputs, raw materials, technology and capital goods, in order to increase added value and improve productivity in order to facilitate exports. CTA believes in and promotes such a trade policy. 191 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique a competitividade e a produtividade através de economias de balança, e eficiência melhorada. A política de comércio também necessita de incitar as importações, principalmente de materiais chave, matéria bruta, bens essenciais e tecnologia, de forma a valorizar-se e a melhorar a produtividade de forma a facilitar as exportações. A CTA acredita e promove a política comercial. O seu objectivo imediato é a criação de mais empregos através de maiores investimentos para mercados maiores e com maior eficiência e, particularmente, para especialização em actividades de trabalho intensivo. O objectivo a longo prazo é de mudar gradualmente da manufacturarão simples e da indústria de trabalho intensivo e de bens agrícolas para produtos sofisticados que geram maiores salários, lucros e rendimentos. Mercados - SADC A SADC é uma parte essencial da estratégia de crescimento com base nas exportações. Com a SADC, AGOA e a EPA, as empresas moçambicanas de exportação terão acesso a mercados de 14 países da África Austral, os Estados Unidos e os 27 países da União Europeia. Este é um mercado de quase 1 bilião de pessoas e mais de 24 triliões de Dólares. Enquanto todos estes mercados estão abertos para as exportações de Moçambique, a SADC está igualmente próxima e é fácil de se alcançar por estrada, caminhos de ferro e pelo ar bem como pelo mar. Dentro da SADC, a África do Sul é o principal mercado bem como uns com os quais Moçambique partilha uma fronteira. O porto de Maputo está mais próximo do principal mercado sul africano, Johannesburg, do que do principal porto sul africano em Durban. A África do Sul sozinha perfaz cerca de três quartos do total do PIB da SADC ($165 biliões). Mais importante do que isso é que é o maior e mais próximo parceiro comercial de Moçambique e tem um PIB que é 31.8 vezes maior do o de Moçambique. Its immediate aim is the creation of more employment through greater investments for larger markets and with greater efficiency and especially for specialization in labor-intensive activities. The longer-term objective is to shift gradually from simple manufacturing and labor-intensive industry and agriculture commodities into sophisticated products that generate higher wages, profits, and income. Markets - SADC SADC is an essential part of the export-based growth strategy. With SADC, AGOA, and EPA Mozambican export enterprises will have access to markets of 14 southern Africa countries, the United States and the 27 countries of the European Union. This is a market of almost 1 billion people and over US$24 trillion. While all these markets are open to Mozambican exports SADC is both closer and easer to reach with access by road, rail, and air as well as by sea. Within SADC South Africa is the main market as well as one which Mozambique shares a common border. Maputo’s port is closer to South Africa’s main market Johannesburg than Durban, South Africa’s principal port. South Africa alone accounts for approximately three quarters of the total SADC’s GDP ($165 billion). More importantly it is Mozambique’s largest and closest trading partner and has a GDP that is 31.8 times larger the Mozambique’s. Competitiveness and the business environment Mozambique competitiveness rating in the world is very low. It is ranked 121 out on 125 countries, while South Africa is ranked 45 . The business environment is also ranked very low. The World Bank’s “Doing Business 2008” (based on 2007 data) ranks Mozambique 134 out of 178 countries in the “Ease of doing Business”. South Africa is ranked 35th. Mozambique has a long way to go. It is competing A competitividade e o ambiente de negócio 192 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique O posicionamento competitivo de Moçambique no mundo é muito baixo. É o 121 país numa lista de 125 países, enquanto a África do Sul está no 451. o ambiente de negócio é também muito fraco. O relatório do Banco mundial “Doing Business 2008” (sobre os dados do ano 2007) coloca Moçambique na 134ª posição numa lista de 178 países no “Ease of doing Business”. A África do Sul está colocada na 35ª posição. Moçambique tem ainda um longo caminho por percorrer. Está a competir para exportar negócios e para o investimento estrangeiro directo com outros países mas especialmente comos países da SADC. O objectivo de Moçambique é de ser não somente tão bom quanto qualquer outro país na região, mas de der tão bom ou melhor do que os melhores. Para que Moçambique tenha sucesso deve ter custos competitivos e facilidade de fazer negócios. Os seus elementos incluem: for export business and for foreign direct investment with other countries but especially with the countries in SADC. Mozambique’s object is to be not only as good as any other country in the region, but to be as good as or better than the best. For Mozambique to be successful it must have competitive cost and ease of doing business. The elements of which include the following: 1.Trading The World Bank “Doing Business 2008” report ranks Mozambique 140 out o 178 countries in “Trading across borders”, while Mauritius is ranked 21. a) Cost of exporting from Maputo port is US$ 1,155 while it cost US$1,087 to export for Durban. b) Cost of importing into Maputo is US$1,185 while it cost US$1,195 through Durban into Johannesburg. 1.Comércio “Doing Business 2008” posiciona Moçambique na 140 posição numa lista de 178 países do “Comércio Além Fronteiras”, enquanto que as Maurícias encontram-se na 21ª posição. a) O custo de exportação do porto de Maputo é de US$1,115 enquanto que de Dubai é de US$1,087. b) Custo de importação através de Maputo é de US$1,185 enquanto custa US$1,195 para importar através de Durban para Joanesburgo. c) Mozambique requires 8 documents in order to export the sane as South Africa. d) It takes 10 documents to import into Mozambique. South Africa it requires only 9. 2.Finance Mozambique is ranked 97 in the World Bank report whereas South Africa is ranked 26. c) Moçambique exige oito documentos de forma a exportar ao memo do África do Sul. d) São necessários 10 documentos para se importar para Moçambique ao passo que são necessários somente 9 para se importar para a África do Sul. a) Mozambican commercial interest rates are up to 25% while rates in South Africa are 9.7%. (Accumulated inflation in Mozambique for 2006 was 13.2% and 6.1% in South Africa.) b) Government 10-year bond interest rates in Mozambique are 15.1% and only 7.6% in South Africa. c) Only 25.5% on Mozambique firms have access to a bank loan. 193 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 2.Finanças2 d) On the “Strength of Legal Rights Index”, Mozambique scored 3 on a scale from 0-10. This index measures the degree to which collateral and bankruptcy laws facilitate lending. The highest performer in SADC – Malawi – scored 7 in this Index. South Africa performed moderately, scoring 5. No relatório do Banco Mundial, Moçambique está colocado na 97ª posição enquanto a África do Sul está na 26ª posição. a) As taxas de interesses comercial em Moçambique subiram para os 25% enquanto que as da África do Sul são de 9.7%. (a inflação acumulada em Moçambique em 2006 foi de 13.2% e de 6.1% na África do Sul.) e) Mozambique dropped from 4 to 3 between the “2007” and “2008” reports on the “Depth of Credit Information Index”, which measures rules affecting the scope, access and quality of credit information on a scale from 0-6. South Africa had the highest scorer in SADC with 6. b) As taxas de interesses de 10 anos ligadas ao governo são de 15.1% em Moçambique e somente de 7.6% na África do Sul. c) Somente 25.5 das empresas em Moçambique tem acesso a empréstimos bancários. d) Na Força do Índice de Direitos Legais, Moçambique classificou 3 pontos numa escala de 0-10. Este índice classifica o grau no qual as leis de garantias e de falência facilitam o empréstimo. Malawi foi o país com maior desempenho na SADC – 7. A África do Sul teve um desempenho moderado, tendo obtido 5 pontos. e) Moçambique caiu do 4° para o 3° entre os relatórios de 2006 e 2007 sobre o Índice de informação da profundidade de crédito, que classifica as regras que afectam a área de acção, o acesso e a qualidade da informação de crédito numa escala de 0-6. Na SADC, a África do Sul foi o país melhor classificado com 6. f) Only 0.9% of adults in Mozambique are covered in a public registry of credit information. g) Mozambique does not have a private registry for credit information like eight other SADC countries. In contrast, South Africa has 52.1% of adult citizens covered in private registries and is SADC’s strongest performer. 3.Taxes Mozambique is ranked 80th in “Paying taxes” and South Africa is ranked 72 out of 178 countries. a)There are 37 tax payments per year for a business and it takes an average of 230 hours to prepare the paper work for the payments. Also a business can pay up to 34.3% of its income in taxes. In South Africa there are only 11 payments per year, but it takes more time to prepare the paper work, f) Somente 0.9% dos moçambicanos adultos 350 hours. The amount of income a business can estão registados no registo público de pay in taxes is almost the same – 37.1%. informação de crédito. g) Moçambique não possui um registo privado para informação de crédito tal como os oito outros países da SADC. Em contraste, a África do Sul tem 52.1% dos seus cidadãos 4. Employing workers Of all the World Bank Doing Business indexes Mozambique has its lowest overall ranking in “Employing Workers” - 162, revealing an area heavily in need of refor 194 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique adultos cobertos em registos privados e é o país com o maior desempenho nesta área, na SADC. 3.Impostos Moçambique está na 80ª posição no “Pagando Impostos” e a ÁFRICA DO Sul está na 72ª posição, numa lista de 178 países. a) Existem 37 pagamentos de impostos por ano por um negócio e consome-se uma média de 230 horas na preparação da papelada para os pagamentos. Um negócio pode também pagar mais de 34.3% dos seus rendimentos em impostos. Na África do Sul existem somente 11 pagamentos, mas consome-se mais tempo para se preparar a papelada, 350 horas. O valor de impostos que um negócio pode pagar em impostos é quase o mesmo – 37.1%. 4.Empregando trabalhadores De todos os índices fazendo Negócios do Banco Mundial, Moçambique tem o posicionamento geral mais baixo em Empregando Trabalhadores – 162, o que revela uma área a necessitar desesperadamente de reformas. Somente Angola e RDC são mais baixo. Within SADC only Angola and DRC are rated lower. a)In terms of the “Difficulty of Hiring Index”, Mozambique scores an 83 out of 100, where within SADC only Madagascar and Tanzania scores lower. Four countries – Botswana, Mauritius, Namibia, and Zimbabwe – have perfect scores in the 2008 report (0) and South Africa scores 56. b)Mozambique is inflexible in terms of work hours as well. It scores a 60 in the “Rigidity of Hours Index”, while only the DRC score lower. The best performer in SADC is Malawi with a perfect score of 0. Botswana, Mauritius, and Swaziland scored 20 out of 100. Mozambique did, however, improve its score in the 2006 report by 20 points. But it is still 20 points worse than South Africa – its leading trade partner –, which scored 40. 5.Enforcing contracts In the category of “Enforcing Contracts” in the “Doing Business 2008” report, Mozambique receives its second lowest ranking of all the areas measured. Overall, it ranks 138 out of 178 countries. Only Angola and the DRC are rated lower. a) Em termos do Índice de Dificuldades de Contratação, Moçambique teve 83 pontos em 100 possíveis, (menor melhor) onde dentro da SADC somente a Madagáscar e Tanzânia encontra-se abaixo. Quatro países – Botswana, Maurícias, Namíbia e Zimbabué – têm uma pontuação perfeita (0) no relatório de 2008 e a África do Sul teve 56 pontos. b) Moçambique provou ser, também, inflexível em termos de horas de trabalho. Teve 60 pontos Índice de Rigidez de Horário, enquanto somente a República Democrática do Congo posicionaram-se abaixo. O país melhor classificados na SADC foi Malawi com uma pontuação perfeita (0) em 100 a) It takes an average of 1,010 days to enforce a contract in Mozambique. In all of SADC, only Angola takes longer. Namibia – the best performer – it takes an average of 270 days to resolve a disputed contract. In South Africa, it takes much less than Mozambique – 600 days on average. b) The cost of enforcing contrast for an entrepreneur is also of paramount concern. The average cost in Mozambique is 142.5% of the cost of the claim and is the worst in SDAC. In South Africa the cost is 33.2% of the claim. c) One must go through 31 different procedures to see that a contract is upheld in Mozambique. In South Africa, only 30 procedures are needed. 195 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique possíveis. Moçambique é ainda 20 pontos pior do que a África do Sul, o seu principal parceiro comercial, com 40 pontos. 5.Aplicação de contratos Na categoria de Aplicação de Contratos no relatório “Doing Business” de 2008, Moçambique recebe o seu posicionamento segundo mais baixo de todas as áreas medidas. De modo geral, classificou-se na 138ª posição num total de 178 países. Mais um vês somente Angola e RDC são mais baixo. 6.Starting a business Mozambique is ranked 125 out of 175 countries by the “World Bank 2008” report for “Starting a Business”. There is a very high “incentive” not to resister a business in the formal sector especially because of the extremely high and completely unnecessary “Paid in Minimum Capital” requirement. a)In Mozambique there are 10 procedures to go through, twice as many as the 5 in Madagascar, while South Africa has 9. a) É necessária uma media de 1,010 dias para se aplicar um contrato em Moçambique. Em todos os países da SADC, só se leva mais tempo em Angola. Namíbia teve o melhor desempenho, com uma média de 270 dias. Na África do Sul, leva-se muito menos tempo do que em Moçambique para se aplicar um contrato – 600 dias em média. b) The time to register and start a company has improved to 29 days. This is comparable to South Africa that takes 31 days, but it only takes 5 days in Madagascar. c) The cost to start a business in Mozambique is 21.6% of the national per capital income. The cost in South Africa is 7.1% and only 5.3% in Mauritius. b) O custo de aplicação de contratos para um empreendedor é também uma enorme preocupação. O custo médio em Moçambique é 142.5% do custo da reivindicação e é pior do SADC. Na África do Sul o custo é 33.2% do reivindicação. d) Finally, there is a very high “Paid in Minimum Capital” requirement of 115.8%% of per capital income. There is no minimum capital requirement in half of the SADC countries - Botswana, DRC, Malawi, Mauritius, Namibia, South Africa, and Tanzania. There are only insignificant requirements in Zambia and Swaziland. c) Deve-se submeter a 31 procedimentos para se obter um contrato em Moçambique. Na África do Sul são necessários somente 30 procedimentos. 6.Iniciando um negócio Moçambique está posicionado em 125 entre 178 países presentes no relatório do banco Mundial de 2008 “Starting a Business”. Existe uma exigência mínima de capital que é 115.8% da renda per capita, que é um grande incentivo de não registar. a) Existem 10 procedimentos em Moçambique a serem cumpridos, o dobro do 5 na Madagáscar, enquanto a África do Sul tem 9. Productivity Productivity is competitiveness is productivity. Mozambique’s productivity is extremely low. Overall productivity is only $455 per year while the formal sector median value added is $977 per year (“Mozambique Industrial Performance and Climate Assessment – 2002”, Regional Program on Enterprise Development, World Bank 2003). The average value added for agricultural is $136 a year. This compares with South Africa’s $2,359 per year or 17.3 time more (World Bank “World 196 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique b) O tempo necessário para se registar e iniciar um negócio melhorou para 29 dias. Isto comparado a África do Sul que leva mais de 31 dias mas leve somente 7 dias em Madagáscar. c) O custo para registar um empresa é 21.6 do rendimento per capita. O custo na África do Sul é 7.1% e somente 5.3% em Maurícias. d) Por ultimo, há um requisito de alto “Capital Mínimo” de 115.8% do rendimento per capita. Não há requisito do “Capital Mínimo” da metade dos pises do SADC - Botswana, DRC, Malawi, Maurícias, Namíbia, África do Sul, e Tanzânia. Zâmbia e Suazilândia tem um requisito de capital mínimo insignificante. Produtividade Development Report – 2006”). A strategy to increase productivity needs to include attracting direct foreign investment that brings its technology, processes and procedures with its investment. Conclusion CTA supports an export-based growth strategy and SADC is an essential part of such a strategy. This strategy also includes attracting foreign direct investment to complement national investment. But Mozambique also needs to increases it attractiveness for more private sector investment both domestic and foreign by improving its competitiveness and its business environment. For Mozambique to have a successful export-based growth strategy it must have competitive cost and ease of doing business. A produtividade é competitividade. A produtividade de Moçambique é extremamente baixa. A produtividade geral é de somente $455 por ano, enquanto que o valor médio adicionado do sector privado é de $977 por ano (“Avaliação do Clima e do desempenho industrial de Moçambique – 2002”, Programa Regional de Desenvolvimento de Empresas, Banco Mundial 2003) a média de valor adicionado para agricultura é de $136 por ano. Isto comparado aos $2,359 por ano da África do Sul ou 17.3 vezes mais (Banco Mundial “Relatório de desenvolvimento Mundial - 2006). Uma estratégia para se aumentar a produtividade precisa de incluir a atracção do investimento estrangeiro directo que traz, com o seu investimento, a sua tecnologia, processos e procedimentos Conclusão A CTA apoia uma estratégia de crescimento com base nas exportações e a SADC é uma parte essencial em tal estratégia. Esta estratégia inclui a atracção do investimento estrangeiro directo para complementar o investimento nacional. Mas Moçambique também precisa aumentar a sua 197 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique capacidade de atracção de mais investimentos do sector privado, tanto doméstico como estrangeiro, melhorando o seu ambiente de competitividade e de negócios. Para que Moçambique tenha uma estratégia de crescimento com base nas exportações de sucesso, deve ter custos competitivos e facilidades de se fazer negócios. 198 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Integração ao abrigo da SADC: uma grande oportunidade para Moçambique Integration under SADC: a huge opportunity for Mozambique Marco Llinas, 2007 I. Introdução Não constitui motivo de surpresa que Moçambique esteja a realizar os mesmos debates vis a vis o seu processo de integração regional ao abrigo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) tal como a que a Colômbia teve há alguns anos atrás quando o governo decidiu negociar um Acordo de Comércio Livre (FTA) com os Estados Unidos. Haviam muitos receios por parte do sector privado na fase inicial de debate interno. Contudo, no final do processo, pode-se dizer que a Colômbia está a olhar para esses receios como oportunidades e está desta forma a se preparar para dar o seu melhor no âmbito do processo de integração com os Estados Unidos. O presente artigo tem por objective acrescentar as vozes que apoiam a integração comercial ao abrigo da SADC como uma política na direcção certa para Moçambique tentar convencer a opinião pública que ao invés de gastar mais tempo em debates ideológicos sobre a integração ou não, o país deve juntar todas as suas energias rumo a realização de mudanças internas para enfrentar o processo da integração na sua melhor forma possível. II. A Grande vs. a Pequena Falácia Uma das principais preocupações do sector privado na Colômbia era a diferença das dimensões entre as economias Colombiana e Americana. “Nós não podemos concorrer com um gigante” era a reclamação constante apresentada por muitas vozes na Colômbia. Do mesmo modo, muitos Moçambicanos sentem que nós não podemos competir quando a diferença entre as economias Sul Africana e Moçambicana são tão grandes. I. Introduction It is no surprise that Mozambique is going through the same discussions vis a vis its regional integration process under the Southern Africa Development Community (SADC) as the ones Colombia underwent a couple of years ago when the Government decided negotiating a Free Trade Agreement (FTA) with the US. Many were the fears of the private sector at an initial stage of the internal debate. However, at the end of the process, one can say that Colombia is looking those fears as opportunities and it is thus preparing itself to make the most out of the integration process with the US. The objective of this article is to add up to the voices that support trade integration under SADC as a policy in the right direction for Mozambique and to try to convince the public opinion that rather wasting more time in the –often times- ideological debate on integrating or not, the country should be mustering all its energies towards undertaking the internal changes to face the integration process in its best shape possible. II. The Big vs. Small Fallacy One of Colombia’s private sector main concerns was the difference in size between the Colombian and US economies. “We can’t compete against the giant” was a constant claim made by many voices in Colombia. In the same way, many Mozambicans feel that they can’t compete when the difference between the South African and Mozambican economies is so large. However, both trade theory as well as empirical evidence show that in a trade relation between a small and a big country, it is the small country 199 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Contudo, tanto a teoria comercial como as evidências empíricas mostram que numa relação comercial entre um país grande e um país pequeno, é o país pequeno que arrecada os maiores benefícios vindos da integração comercial. Os exemplos como o caso Mexicano ao abrigo do NAFTA e Chile ao abrigo de vários acordos comerciais mostram a forma como estes países foram capazes de aumentar substancialmente as suas exportações ao abrigo de integrações comerciais com economias muito mais grandes e conseguiram sobressair – termos relativos – as suas contrapartes comerciais. Os benefícios são ainda maiores quando, para além das diferentes dimensões das economias, existe uma diferença nas estruturas de integração das economias, conduzindo a relações complementares e não as de substituição. Este é o caso, a título de exemplo, quando a estrutura de produção de uma economia está mais orientada para a produção de bens de capital intensivo, enquanto que outra produz bens mais orientados para a mão de obra intensiva. A Colômbia e os Estados Unidos e Moçambique e a África do Sul são ambos exemplos destas estruturas económicas de complementaridade. O mais importante é que Moçambique tem de compreender que ao se envolver neste processo de integração ao abrigo da SADC está a alcançar o acesso a mercados com um poder de compra maior do que os que pode encontrar no seu mercado doméstico. A África do Sul, a título de exemplo, possui um rendimento per capita que é aproximadamente nove vezes o de Moçambique. Este facto, ao invés de ser uma ameaça, representa uma grande oportunidade para os produtores Moçambicanos que terão mais facilidades de vender os seus produtos a este país ao abrigo da SADC. the one that reaps off the greatest benefits from trade integration. Examples such as the Mexican case under the NAFTA and Chile under its numerous trade agreements show how these countries were able to substantially increase their exports under trade integrations with much larger economies and outperform –in relative terms- their trade counterparts. The benefits are even larger when, apart from the difference in the economies’ sizes, there is a difference in the structures of the integrating economies, leading to complementary relations rather than substitutability ones. This is the case, for example, when one economy’s production structure is more oriented toward the production of capitalintensive goods, while the other produces more labor-intensive ones. Colombia and the US and Mozambique and South Africa are both examples of this complementarity in economic structures. Moreover, Mozambique has to understand that by undergoing this integration process under SADC it is achieving access to markets with a greater purchasing power than the one it can find in its domestic market. South Africa, for example, has an income per capita that is almost nine times that of Mozambique. This, rather than a threat, represents a great opportunity for Mozambican producers that will find it easier to sell their products to this country under SADC. III. The Consumer: The Big Winner Human beings are more prone to make noise and complain when they think that they could be negatively affected with a certain policy, than to express support when they think one could benefit them. Additionally, in general, production groups are more organized and vocal than consumer groups. That’s probably why one doesn’t hear consumers celebrating. However, it is important to bear in mind that Mozambique has almost 20 million consumers that will certainly benefit from trade integration. 200 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique III. O Consumidos: O Grande Vencedor Os seres humanos são propensos a fazer barulho e a reclamar quando pensam que poderiam ser negativamente afectados por uma determinada política, ao invés de manifestarem apoio quando pensam que alguém se haveria de beneficiar delas. Para além disso, de um modo geral, os grupos de produção são mais organizados e vocais do que os grupos de consumidores. É provavelmente por essa razão que não se ouve o grito de celebração dos consumidores. Contudo, é importante ter em conta que Moçambique tem aproximadamente 20 milhões de consumidores que certamente se irão beneficiar da integração comercial. Em primeiro lugar os Moçambicanos terão acesso a comida mais barata. Este facto não terá apenas um impacto positivo em termos de bem estar para a média dos agregados familiares no país, que irão ver os seus rendimentos a aumentar em proporção a redução do preço da sua cesta básica de consumo. Para além do mais, este aumento em rendimentos deverá traduzir-se numa maior procura por bens e serviços locais. Os alimentos baratos deverão também se traduzir em melhores níveis de nutrição para a população Moçambicana. Em 2004 ainda 44% dos Moçambicanos ainda estavam numa situação de subnutrição o que é excessivamente elevado para a média sub sahariana (30%) e a média nacional de rendimentos (24%). Deaton e Subramanian rejeitaram a hipótese segundo a qual a elasticidade do consumo de calorias em relação ao total das despesas era de zero – como uma tendência recente da pesquisa que tentava sugerir neste sentido. Assim, um aumento nos rendimentos resultante do aumento dos preços – devido a liberalização do comércio – se deve traduzir num elevado consumo de calorias pela população Moçambicana. Para além do mais, de acordo com a literatura sobre a eficácia salarial, esta melhor nutrição por si deve aumentar First of all, Mozambicans will have access to cheaper food. This should not only have a positive impact in terms of welfare for the average household in the country, which is going to see its disposable income increase in proportion to the price reduction of its consumption basket. Moreover, this increase in disposable income should translate into a higher demand for local goods and services. Cheaper food should also translate into better nutrition levels for the Mozambican population. In 2004 still 44% of Mozambicans were undernourished, which is excessively high compared to the Sub-Saharan Africa average (30%) and the lowincome country average (24%). Deaton and Subramanian rejected the hypothesis that elasticity of calorie consumption with respect to total expenditure was zero –as a recent trend of research was trying to suggest. Thus, an increase in disposable income resulting from the price decrease -due to trade liberalization- should translate into a higher consumption of calories by the Mozambican population. Moreover, according to the efficiency wages literature, this better nutrition per se should increase the productivity of the average Mozambican worker, translating into higher incomes for him and the country as a whole. In addition, empirics have shown that trade integration leads to a higher creation of employment in the small country than in the big one. Spain went from being a high unemployment country to a low unemployment country, as it deepened its integrations with the rest of Europe. Ireland is currently importing labor force due to the high demand for labor. Moreover, many people in the US are complaining about its country’s bilateral trade agreement strategy given that, they argue, those are leading to the export of domestic jobs. IV. Other Positive Effects of Trade Liberalization Without pretending to be exhaustive, trade liberalization should additionally have a positive impact 201 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique a produtividade da média dos trabalhadores Moçambicanos, traduzindo-se em elevados rendimentos para estes e para o país de um modo geral. Para além disso, os empíricos já mostraram que a integração comercial conduz a uma elevada criação de postos de emprego num país pequeno contrariamente a um país grande. A Espanha passou de um país com elevado índice de desemprego para um país com baixo nível de desemprego uma vez que aprofundou as suas integrações com o resto da Europa. A Irlanda actualmente importa mão de obra devido a elevada procura desta. Para além do mais, muitas pessoas nos Estados Unidos queixam-se da sua estratégia de acordos comerciais bilaterais dado que, segundo eles, estão a conduzir à exportação de empregos domésticos. IV. Outros Efeitos Positivos da Liberalização do Comércio Sem pretender ser exaustivo, a liberalização comercial deve, adicionalmente, ter um impacto positivo sobre as seguintes questões: 1. Investimento Um dos efeitos esperados da integração comercial de Moçambique ao abrigo da SADC será o aumento tanto do investimento doméstico como do investimento directo (FDI). Uma das razões para esta expectativa é bastante directa: o país terá acesso preferencial a um mercado com mais de 260 milhões de pessoas. Assim, potenciais investidores verão uma oportunidade de negócios para colocarem as suas estruturas de produção neste país ou mesmo para fortalecer as já existentes. Existe uma evidência empírica suficiente que apoia o efeito positive da integração comercial sobre o investimento. A título de exemplo, Lederman et al descobriu que “o fluxo do FDI agregado para o in the following issues: 1. Investment One of the expected effects from Mozambique’s trade integration under SADC will be the increase in both domestic and foreign direct investment (FDI). One of the reasons for this expectation is quite straightforward: the country will have preferential access to a market of more than 260 million people. Thus, potential investors will see a business opportunity in locating their production structures in this country or enhancing current ones. There is enough empirical evidence that supports the positive effect of trade integration on investment. For example, Lederman et al find out that “aggregate FDI flows to Mexico did rise significantly in the period following NAFTA, and econometric analysis suggests that the trade agreement played an instrumental role in the rise” . Another example where trade integration led to higher FDI is that of Central and Eastern Europe (CEE) countries, many of which were middle and even low-income countries after the Soviet Union’s collapse. In Jeffrey Sachs own words: “Western European firms began to invest in Eastern Europe after 1989, often setting up production facilities in order to export manufactured goods to Western European markets, taking advantage of the lower wages in the east” . But why should this occur more in Mozambique relative to other countries under SADC? The answer lies in the competitive and comparative advantages that Mozambique has, relative to other countries under the protocol. First of all Mozambique has a relatively cheap labor force. According to the Mozambique Industrial Performance and Climate Assessment (2002), for example, earnings for unskilled labor in Mozambique was significantly below that of many other countries. Although it is true that much of this is unskilled labor, it represents a great opportunity for Mozing and agriculture sectors. 202 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique México aumentou de forma significativa no período após o NAFTA, e uma análise econométrica sugere que o acordo comercial desempenhou um papel instrumental no aumento” . Outro exemplo onde a integração comercial conduziu a um elevado FDI é o dos países da Europa Oriental e Central (CEE), muitos dos quais eram de nível médio e mesmo com baixos rendimentos após o colapso da União Soviética. Nas próprias palavras de Jeffrey Sachs: “as firmas da Europa Ocidental começaram a investir na Europa Oriental depois de 1989, geralmente estabelecendo unidades de produção de modo a exportarem bens manufacturados para os mercados da Europa Ocidental, tirando vantagem dos baixos salários no oriente” . Mas por que é que isto deve ocorrer mais em Moçambique relativamente a outros países ao abrigo da SADC? A resposta baseia-se nas vantagens competitivas e comparativas que Moçambique possui em comparação com outros país sob o protocolo. Em primeiro lugar Moçambique possui uma mão de obra relativamente barata. De acordo com a Avaliação do Clima e Desempenho Industrial de Moçambique de 2002, a título de exemplo, os ganhos para a mão de obra sem qualificações em Moçambique era significativamente abaixo de muitos outros países. Apesar de ser verdade que maioria é mão de obra sem qualificações, este facto represente uma grande oportunidade para Moçambique aumentar o seu processo de manufactura usando mão de obra intensiva nos sectores agrários. Adicionalmente, a incomparável localização geográfica de Moçambique em termos de acesso aos mercados dá ao país uma outra vantagem competitiva vis a vis outros países ao que fazem parte da SADC. A sua proximidade com o maior mercado da SADC, a África do Sul, bem como a sua localização estratégica em relação aos mercados em crescimento espectacular tais como o da Índia e o da China e os da Ásia de um modo Additionally, Mozambique’s incomparable geographic location in terms of access to markets gives the country another competitive advantage vis a vis other countries under SADC. Its proximity to the largest market under SADC (South Africa) as well as its strategic location with respect to spectacularly growing markets such as those of India and China, and Asia in general, provides Mozambique and its ports with a substantial advantage in terms of attracting foreign capitals. 2. Productivity A new trend of empirical literature has the impact of trade-opening policies on total factor productivity (TFP), which encompasses how efficiently an economy is making use of its production factors. In this sense, a positive relationship between these two would provide indirect –but indisputableevidence of the impact of trade liberalization and long-term growth. A case study by Subramanian and Jonsson on South Africa concluded that trade liberalization policies implemented by this country translated into substantial increases of its TFP. According to these authors, TFP in South Africa grew at an annual rate of 1.8% between 1990 and 1997, and 90% of this growth could be accounted by increased openness. In particular, the authors claim that during the 1990s this type of policies translated into a higher TFP growth of about 3% per year in manufacturing. The possibility that trade liberalization could have this impact on Mozambique’s TFP –which has a direct impact on long-term growth rates- is another argument in favor not only of regional integration under SADC, but in favor of a more comprehensive trade liberalization policy for Mozambique. 3. Elimination of Anti-export Bias Protection against imports backlashes through an anti-export bias. From a microeconomic perspective, this is explained by the fact that a tax on imports is equivalent to a tax on exports –a result that is widely known in economic literature as 203 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique geral, proporcionam a Moçambique e aos seus portos uma vantagem substancial em termos de atracção de capitais estrangeiros. 2. Productividade uma nova tendência de literatura empírica possui o impacto de políticas de abertura de mercados sobre o factor total de produtividade (TFP) que analisa a eficácia de uma economia no uso dos seus factores de produção. Neste sentido, um relacionamento positivo entre estes dois haveria de proporcionar evidências indirectas – mas não disputáveis, do impacto da liberalização do comércio e crescimento a longo prazo. Um estudo de caso realizado por Subramanian e Jonsson sobre a África do Sul concluiu que as políticas de liberalização comercial implementadas por este país traduziram-se num aumento substancial do seu TFP. De acordo com estes autores, o TFP na África do Sul aumentou a uma média anual de 1.8% entre 1990 e 1997, e 90% deste crescimento poderia ser atribuído ao aumento da abertura. Em particular, os autores afirmam que durante a década de 1990 este tipo de políticas foi traduzido num elevado crescimento do TFP de cerca de 3% por ano da manufactura. Lerner’s symmetry theorem. From a macroeconomic perspective, import barriers lead artificially to a trade surplus that appreciates local currency, translating into a loss of competitiveness of the country’s exports. This anti-export bias that theory predicts is amply supported by empirical evidence. Countries that have lower barriers to imports are usually the countries that export more. A simple regression analysis done by Leibovich and Llinas, found a statistically significant negative relation between import tariffs and exports (See Graph 1 ). Graph 1. A negative relation between trade protection and own exports. The same authors present some graphs where they show how as countries lower their import taxes, their exports (as a % of GDP) increase (See Graph 2 and 3 ). A possibilidade segundo a qual a liberalização comercial poderia ter este impacto sobre o TFP em Moçambique – que tem um impacto directo nas taxas de crescimento a longo prazo – é um outro argumento que joga a favor não só da integração regional ao abrigo da SADC, mas também a favor de uma política de liberalização comercial mais compreensiva para Moçambique. 3. Eliminação da influência anti-exportação A protecção contra as importações tem um impacto através da influência anti-exportação. De um ponto de vista micro económico, este facto é explicado pelo facto de um determinado imposto sobre as importações ser equivalente a um imposto sobre as exportações – um resultado que é bastante conhecido na literatura económica Graph 2. As countries have lowered their import tariffs their exports have increased. Graph 3. As countries have lowered their import 204 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique como sendo o teorema de simetria de Lerner. Do ponto de vista macroeconómico, as barreiras às importações conduzem artificialmente a um excedente comercial que aprecia a moeda local traduzindo-se na perda de competitividade nas exportações do país. Esta influência anti-exportações que a teoria prevê é amplamente apoiada pela evidência empírica. Os países que possuem poucas barreiras às importações geralmente são os que mais exportam. Uma análise simples de regressão feita por Leibovich e Llinas, contatou uma relação negativa e significante entre as tarifas de importação e as de exportação (vide gráfico 1 ). Gráfico 1. Uma relação negativa entre a protecção comercial e exportações próprias. Os mesmos autores apresentam alguns gráficos onde eles mostram a forma como à medida que os países vão reduzindo as suas imposições para as importações, as suas exportações (em % do PIB) aumentam (vide Gráfico 2 e 3 ). Gráfico 2. Uma vez que os países já reduziram as suas tarifas de importação as suas exportações aumentaram. Gráfico 3. Uma vez que os países já reduziram as suas tarifas de importação as suas exportações aumentaram. V. “Mais um pouco de tempo, por favor” Muitas pessoas – principalmente os detractores tariffs their exports have increased. V. “A little more time, please” Many people –especially trade detractors- have argued that Mozambique needs some extra time so that the country prepares itself prior it undergoes trade integration. One has to recognize that the argument seems quite seductive at first glance: the country has to previously prepare itself in order to be able to compete “under equal conditions” with the economic giant. However, one can find two big flaws in it. First of all it presents trade integration as if it were a zerosum game. This is a complete incorrect way of understanding trade integration. It is important to understand that in a trade relationship both countries are winning. Furthermore, a country exports just to have the capacity to import; not for the sole fact of exporting per se. Thus, by trading both countries attain a higher welfare level than it would be the case if they were not able to trade. The second flaw doesn’t necessarily deal with economics but more with sociology and psychology. It lies on the fact that we -as humans- are usually moved by imminent deadlines and, thus, are always leaving things for the last minute. Once again, a preparation time would sound appealing in the case we would actually use it to enhance our production apparatus. However, the truth is that -usually- at the end of those “preparation periods” nothing has been done. It is the imminence of competition what generates the correct incentives for a country to undertake the tasks towards increasing its competitiveness. Such was the case of Colombia, whose trade liberalization policy had started at the end of the 1980s and still people were asking for time when negotiating the FTA with the US in 2004. Another example is Mexico under NAFTA, where at the end of a long tariff phasing-out period the government was considering requesting the US additional pro- 205 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique comerciais – já argumentaram que Moçambique precisa de mais algum tempo para que os país se possa preparar antes de se efectivar a integração comercial. É importante reconhecer que o argumento parece algo sedutor à primeira vista: o país deve prepara-se previamente de modo a ser capaz de competir “nas mesmas condições” com o gigante económico. Contudo, é possível encontrar dois grandes problemas aqui. Em primeiro lugar apresente a integração comercial como se fosse um jogo de soma com zero. Este facto é uma forma completamente incorrecta de integração comercial. É importante compreender que numa relação comercial ambos os países ganham. Para além do mais, o país exporta apenas para poder ter a capacidade de importar; não apenas pelo facto de querer exportar. Assim, ao estabelecer relações comerciais, ambos os países alcançam um elevado nível de bem estar do que haveriam se não fossem capazes de estabelecer relações comerciais entre si. O segundo não tem necessariamente haver com as economias mas mais com os aspectos sociológico e psicológico. Baseia-se no facto de nós – em tanto que seres humanos - geralmente somos movidos por prazos iminentes, assim, geralmente deixamos as coisas para o último minuto. Mais uma vez, um tempo de preparação haveria de ser importante em caso de termos de o usar para fortalecer o nosso estágio de produção. Contudo, a verdade manda dizer que – geralmente – no final dos períodos de preparação nada foi feito. É a iminência da concorrência que gera os incentivos correctos para um determinado país realizar tarefas rumo ao aumento da sua competitividade. Tal foi o caso da Colômbia, cuja política de liberalização comercial tinha começado nos finais dos anos 80 e ainda havia pessoas que questionavam o tempo para a negociação do FTA com os Estados Unidos em 2004. Outro exemplo tection for its maize growers, because they hadn’t done much to increase their competitiveness during this time. Mozambique under SADC provides another example. Today –less than six months prior to the substantial reduction in tariffs for most tariff linessome voices claim for extra time so that the country gets prepared. Taking into account that SADC was established in 1992 and commitments for tariffs reduction were defined in 2002. The rhetoric question then is: why didn’t Mozambique used those 15 years to prepare itself if it knew about the commitments for so long? VI. Coordination between the Public and Private Sector The latter doesn’t imply that everything is lost and that the country will suffer given the lack of prevision of its leaders and its people in general. Not at all. Furthermore, now having the competition so close-by the incentives are aligned so that the country undertakes a deep overhaul process both at its public and private level. Although this essay has tried to portray some of the potential benefits that trade liberalization could bring to Mozambique, it is important to understand that -by itself- it will not be the panacea to the country’s economic problems. Moreover, no responsible economist would say that such type of integration would bear no cost for some activities and subsectors. Notwithstanding, trade integration under SADC and a further deepening of the country’s trade integration strategy, in conjunction with a competitiveness agenda undertaken both by the private and public sector, can be used as a tool upon which a long-run growth strategy for Mozambique could be based upon. This agenda should be the result of a coordination process between public and private sectors. 206 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique é o México ao abrigo do NAFTA, onde no fim de um longo período de faseamento de isenção das tarifas o governo foi considerado como tendo solicitado aos Estados Unidos protecção adicional para os seus produtores de milho pois estes ainda não tinham feito o suficiente para aumentar a sua competitividade durante este tempo. Em relação a SADC, Moçambique apresenta outro exemplo. Hoje – há menos de seis meses da substancial redução das tarifas para a maioria das linhas de tributação – algumas vozes reclamam por tempo adicional para que o país se possa preparar. Tomando em conta que a SAD foi criada em 1992 e os compromissos para a redução das tarifas foram definidos em 2002 a questão que se coloca é então: por que é que Moçambique não usou os 15 anos que se passaram para se preparar se já tinha conhecimento acerca dos compromissos há muito tempo? VI. Coordenação entre o Sector Público e o Sector Privado A última não implica que tudo está perdido e que o país irá sofrer dada a falta de previsão por parte dos seus líderes e da sua população de um modo geral. Nem por isso. Para além do mais, agora, tendo a competição tão perto, os incentivos são alinhados de modo a que o país possa empreender um processo profundo tanto a nível público como a nível provado. Apesar de este ensaio ter tentado retratar alguns dos potenciais benefícios que a liberalização comercial poderia trazer para Moçambique, é importante compreender que – por si só – não será a solução para os problemas económicos do país. Para além do mais, nenhum economista responsável haveria de afirmar que o tal tipo de integração não haveria de representar um custo para algumas actividades bem como alguns subsectores. Não obstante, a integração comercial ao abrigo da SADC e um aprofundamento adicional da estratégia de integração comercial do país, em conjunto com a agenda de concorrência levada a Through this process it is expected that the private sector identifies what are businesses or sub-sectors that, given their potential in the international markets and given the country’s capabilities, Mozambique should aim at producing. Given the numerous market distortions –such as coordination failures, information spillovers, self-discovery costs, among others- that such processes entail, the Government has a critical role to play, both as a facilitator and as a coordinator of the different private initiatives. There are numerous issues that the Government and private sector will have to tackle in order to facilitate the structural change process. Areas such as financing, import and export regulation, licensing, sanitary and phytosanitary regulation and enforcement, infrastructure, contract enforcement, education, tax reform, are just examples of potential areas where close-work between public and private sectors will have to take place. Moreover, in addition to the identification of potential successful sub-sectors, this coordination between private and public sector should help identify those agents that might have difficulties facing foreign competition under the trade integration scenario. This will not only constitute an act of equity in favor of those who might have a hard time facing the transitional process, but will also help balance the political economy behind trade integration, making it easier to “sell” it inside the country. Finally, given that the list of issues to tackle is never-ending, while the economic resources and political capital for reform are not, the country should adopt a strategy that allows it to maximize the impact of its reforms. For example, Hausmann, Rodrik, and Velasco from Harvard University have demonstrated theoretically that the best way to go about with reform is to identify the “most binding constraint” to growth . This approach is currently being used by South Africa. 207 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique cabo tanto pelo sector privado como pelo sector público, podem ser usadas como ferramenta sobre a qual a estratégia de crescimento a longo prazo para Moçambique se poderia basear. Esta agenda deveria ser o resultado de um processo de coordenação entre os sectores privado e público. Através deste processo, espera-se que o sector privado identifique quais são os negócios ou subsectores que, dado o seu potencial nos mercados internacionais e dadas as capacidades do país, Moçambique deveriam ter como prioridade na produção. Dadas as numerosas distorções do mercado e – tais como falhas de coordenação, fugas de informação, custos de auto descoberta, entre outras – que os tais processos implicam, o Governo detêm um papel crítico a desempenhar, tanto na sua capacidade de facilitador como na de coordenador das diferentes iniciativas privadas. Existem várias questões que o governo e o sector privado terão de abordar de modo a facilitarem o processo de mudança estrutural. Áreas tais como financiamento, regulamentação da importação e exportação, licenciamento, regulamento sanitário e fitossanitário e a sua aplicação, aplicação de contractos, educação, reforma tributária, são apenas exemplos de áreas potenciais onde será necessário um trabalho de colaboração entre os sectores público e privado. Para além da identificação de potenciais subsectores que poderiam ter sucesso, esta coordenação entre o sector privado e o sector público deve ajudar a identificar os agentes que poderão ter dificuldades de enfrentar a concorrência estrangeira no âmbito do cenário da integração comercial. Este facto não irá apenas constituir um acto de equidade a favor dos que poderão sofrer com o processo de transição, mas também irá ajudar a equilibrar a economia política por detrás da integração comercial, tornando fácil a sua “venda” dentro do país. VII. Conclusions It is normal that some people in the private sector perceive trade integration as a dreadful threat. Moreover, it is normal that these fears have led to a harsh debate in which even the possibility of “calling for more time” has been considered. In general, much of these fears arise from the lack of information (and in many cases misinformation) on the benefits (and costs) that trade integration processes might entail. Although it is important to have an open and candid debate on the effects of trade integration, it is also important that the country overcomes this stage of the discussion as quickly as possible, in order to start tackling domestic issues towards facing trade integration in the best possible shape. Beyond any advantages that economic theory might suggest trade can bring, the most important benefit that economic integration conveys is not captured in any of the models: this is the incentives to undertake the structural changes that are critical for the country’s long-run growth, which otherwise wouldn’t be undertaken. Thus, the country has to take the decision of continuing talking about the convenience, or not, of an unavoidable policy, or start talking about this overhaul process that it will have to undergo if it want to make the most out of trade integration and use it as a lever for a long-run growth strategy. Finalmente, dado que a lista de assuntos a serem abordados é interminável, enquanto 208 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique que os recursos económicos e o capital político para a reforma não intermináveis, o país deve adoptar uma estratégia que permite maximizar o impacto das suas reformas. A título de exemplo, Hausmann, Rodrik e Velasco da Universidade de Harvard já demonstraram teoricamente que a melhor forma de abordar a reforma é identificar a “constrangimento mais forte” ao crescimento . Esta abordagem é actualmente usada pela África do Sul. VII. Conclusões É normal que algumas pessoas no sector privado percebam a integração comercial como uma ameaça forte. Para além do mais, é normal que estes receios tenham levado a uma debate sério no qual tenha mesmo sido considerada a possibilidade de “se solicitar tempo adicional”. De um modo geral, maior parte destes receios surgem da falta de informação (e em muitos casos da má informação) sobre os benefícios (e custos) que os processos de integração comercial podem implicar. Apesar de ser importante ter um debate aberto sobre os efeitos da integração comercial, é também importante que o país ultrapasse esta fase de debate o mais breve possível, de modo a poder iniciar a abordagem de questões domésticas rumo a integração comercial da melhor forma possível. Para além de qualquer vantagem que a teoria económica possa sugerir que o comercia venha a trazer, o benefício mais importante que a integração económica traz não consta em qualquer dos modelos: estes são os incentivos para realizar mudanças estruturais que são críticas para o crescimento do país a longo prazo, o que de outra forma não haveria de ser realizado. Assim, o país tem de tomar a decisão de continuar a falar acerca da conveniência, e não de uma política que não pode ser evitada, ou começar a falar acerca deste grande processo que terá de empreender caso queira tirar a maior vantagem da integração comercial e usá-la como alavanca para uma estratégia de crescimento a longo prazo. 209 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Papel do Scanner no combate ao Desenvolvimento The Role of the Scanner in the fight against Development Cremildo Maculuve , 2007 Cerca de um ano após a introdução do mecanismo de inspecção não intrusiva de mercadorias, vulgo scanners, os custos de operacionalização deste sistema, que são imputados aos operadores, continuam a constituir o principal pomo de discórdia entre estes, e as autoridades governamentais, responsáveis pela introdução do sistema. Longe de estarem contra o mesmo, os operadores queixam-se dos altos custos dos mesmos e acusam o Governo de estar a fugir à sua responsabilidades, entanto que contratante dos serviços, ao relegar os custos destes à terceiros. Estes, advogam que, uma vez que o sistema vai permitir melhorar o nível de inspecção e reduzir as fugas ao fisco e, consequentemente, melhorar o nível de colecta de receitas, não se justifica que não seja o governo a cobrir com os custos de operação do scanner, tanto é que, este serviço é para servir os seus interesses. About one year after the introduction of the nonintrusive mechanism of inspection of merchandises, commonly known as scanners, the costs of operation of this system, which are imputable to the operators, still constitute the main point of disagreement between them and the government authorities, responsible for the introduction of the system. Far from being against it, the operators’ claims reside in the high costs of the service and accuse the Government of shrinking from responsibility, as the contracting party of the services, relegating its costs to third parties. These, advocate that, as the system will allow the improvement of the level of inspection and reduce tax evasion and, consequently, improve the level of collection of revenue, it’s unjustifiable that the government does not cover the operational costs of the scanner, given that this service serves its interests. Olhando para a vertente dos efeitos colaterais, o actual modelo de implementação do scanner tem como principal consequência o aumento de preços dos produtos básicos para a população, a redução da carga em trânsito, sendo disso exemplo a perda de cerca de 30.000 (trinta mil) toneladas de açúcar desviados para os portos de Sul-Africanos. Looking at the side of the collateral effects, the current model of implementation of the scanner has as main consequence the rise in the prices of basic products for the population, the reduction of the load on transit, and as an example of that, the loss of 30.000 (thirty thousand) tons of sugar deviated to the South African ports Paralelamente, as poucas exportações moçambicanas feitas a nível do porto de Maputo foram oneradas com este serviço, diminuindo as receitas do produtor. Os efeitos mais acentuados nesta área far-se-ão sentir quando o mesmo equipamento for instalado nos portos do centro e norte do país por onde se verifica o maior In parallel, the few Mozambican exports done at the level of the port of Maputo were charged with this service, reducing the producer’s income. The more accentuated effects in this area shall be suffered when this equipment will be installed in the ports of the center and north of the country where the major flow of our exports is recorded. 210 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique escoamento das nossas exportações. Outra consequência a ter em conta, prende-se com a reputação de Moçambique como um país com legislação transparente e previsível nas acções, que está posta em causa. As reuniões sobre facilitação do comércio a nível da SADC não deixam de referir ao aspecto dos scanners, seus custos e arbitrariedades. A posição do sector privado em relação à introdução da inspecção não intrusiva de mercadorias e passageiros se resume no seguinte: A implementação deste sistema deveria ter sido previamente estudado com vista a analisarse a sua oportunidade, custos e benefícios, perspectivas entre outros aspectos, dever-se-ia ter, igualmente, verificado se existia a principal condição básica que é o sistema de gestão de risco de mercadorias. O facto de não se terem verificado os pressupostos acima, levaram à decisão pelo Governo, através da Direcção Geral das Alfândegas, de transformar o serviço de verificação de mercadorias e passageiros em uma taxa obrigatória para toda a carga que actualmente circula pelo porto de Maputo, contrariando todas as regras de boas práticas vigentes no comércio internacional. Consequências A obrigatoriedade de cobrar essa taxa em toda a mercadoria, mesmo não se fazendo a verificação electrónica, tem já efeitos nocivos sobre a economia do País, tais como o congelamento de cerca de USD 170 milhões nos investimentos previstos a nível ferro-portuário; decréscimo da carga em trânsito, com a consequente diminuição das receitas do porto de Maputo; dos transportes ferroviário e rodoviário; do aumento dos custos de matérias-primas para a indústria nacional; do aumento de preços para os produtos de consumo básico da população, já com reflexos na inflação. Another consequence to be taken into account, regards the reputation of Mozambique as a country of a transparent legislation and predictable in actions, that is being put at stake. Meetings on the facilitation of the trade at SADC level do not leave out the aspect of the scanners, their costs and arbitrariness. The positioning of the private sector in relation to the introduction of the non-intrusive mechanism of inspection of merchandises and passengers summarizes in the following: The implementation of this system should follow a previous study with view to analyze its opportunity, costs and benefits, prospects among other aspects, should also have verified if the main basic condition was in place which is the merchandises risk management system. The fact that the above mentioned conditions were not observed, led to the decision by the Government, through the General Customs Directorate, of transforming the merchandises and passengers inspection services into a compulsory tax for all loads cruising the port of Maputo, going against all rules of good practices in force in the international trade. Consequences The compulsoriness of charging such a tax in all merchandise, even if the electronic verification if not undertaken, has already harmful effects onto the Country’s economy, such as the freezing of about US$ 170 million in the investments foreseen at railways and port level; decrease of the load on transit, with the consequent reduction of the revenue of the port of Maputo; the road and railways transports; the increase of costs of raw material for the national industry; the increase of prices for products of basic consumption of population, already reflecting in the inflation. 211 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Por outro lado, os operadores acusam a Kudumba de, no passado dia 22 de Dezembro de 2006, na apresentação do sistema de inspecção não intrusiva, ao Senhor Presidente da Autoridade Tributária de Moçambique, ter feito diversas afirmações não verdadeiras e com intuito de justificar as taxas exorbitantes e sem quaisquer princípios baseadas nas boas práticas do comércio internacional. On the other side, operators accuse Kudumba of, in the last 22nd December 2006, during the presentation the non-intrusive inspection system to Mr. President of Autoridade Tributária de Moçambique (Mozambique Taxation Authority), having made several unrealistic statements and with the purpose of justifying the high rates and without any principle based on good practices of international trade. Assim, os operadores portuários, na sua carta de 22 de Janeiro passado, enviada à CTA e com conhecimento de diversas entidades governamentais do País e também a esse Gabinete, e cuja cópia se anexa, deram os devidos esclarecimentos às referidas afirmações. Thus, the port operators, in their Chart of last 22nd January, sent to CTA and with copies to several government entities of the Country and also to that Office, and whose copy is attached hereto, have provided due clarifications of the referred statements. Perante este quadro e da proposta contida no Memorando do Gabinete de Estudos e Projectos do Ministério das Finanças, a CTA – Confederação das Associações Económicas representada, de entre outros, pelos operadores de comércio externo (AIMO, ACM, FRUTISUL, APAMO), ferroportuários (ANOUP), transitários (ASANTROP) e rodoviários (FEMATRO), propunha a tomada imediata das seguintes medidas de correcção deste processo: In the sight of this framework and of the proposal contained in the Memorandum of the Office of Studies and Projects of the Ministry of Finance, CTA – Confederation of Business Associations of Mozambique, represented, among others, by external trade operators (AIMO, ACM, FRUTISUL, APAMO), railways and ports (ANOUP), transport agents (ASANTROP) and roadway (FEMATRO), proposed the immediate taking of the following corrective measures of this process: Propostas Proposals A elaboração tão rápida quanto possível (e para o efeito, a CTA predispôs-se a apoiar) de um estudo de viabilidade da implementação do sistema de inspecção não intrusiva baseada nas boas práticas do comércio internacional. Enquanto fosse elaborado o referido estudo, que fossem tomadas as seguintes decisões de carácter urgente: The conduction as soon as possible (and for the effect, CTA offered support) of a study of viability of the implementation of the non-intrusive system based on good practices of the international trade. While such study was being conducted, the following urgent decisions should be made: (i) Isentar todas as exportações nacionais do pagamento deste serviço. Este pedido está em consonância com a política do Governo de aumentar as exportações, para as quais tem dado incentivos como isenção de direitos e do IVA. Em alguns casos nota-se que a taxa de verificação é cinco (5) vezes superior aos direitos isentados; (i) Exempt all national exports from payment of this service. This request is in line with the Government policy of increasing the exports, to which has given incentives such exemption from duties and the VAT. In some cases it is noticeable that the verification tax is 5 (five) times higher than the exempted duties. 212 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique (ii) Exempt all merchandise transiting the Country. This exemption has in view the accompaniment of the loads from neighboring countries to the Mozambican ports, ensuring then, the return of the huge investments done in the development corridors; (ii) Isentar toda a mercadoria em trânsito pelo País. Esta isenção tem em vista garantir o encaminhamento de cargas dos países vizinhos para os portos moçambicanos assegurando dessa forma o retorno dos volumosos investimentos feitos nos corredores de desenvolvimento; (iii) Exempt from any taxes the incoming empty containers, as without them the national exports would be highly harmed; (iii) Isentar de qualquer taxa a entrada de contentores vazios, pois sem os mesmos as exportações nacionais seriam grandemente lesadas; (iv) Exempt from verification tax all imports destined to the national industry. In order to enable the industrial companies to be more competitive, in 2002 the Government eliminated the custom duties on inputs destined to the production and introduced the risk management system, based on which the verification of the merchandise is determined. (iv) Isentar da taxa de verificação todas as importações destinadas à indústria nacional. Para tornar as empresas industriais mais competitivas, em 2002 o Governo eliminou os direitos aduaneiros sobre inputs destinados à produção e introduzir o sistema de gestão de risco, na base do qual é determinada a verificação da mercadoria; (v) Eventual non-intrusive inspection service taxes should only be applied to loads submitted to verification and; (v) As eventuais taxas de serviço de inspecção não intrusiva só deveriam ser aplicadas à carga submetida à verificação e; (vi) Adopção da proposta das novas tarifas em anexo, como medida transitória por um período máximo de dezoito (18) meses para a conclusão do estudo acima proposto e definição de regras claras para a verificação de mercadorias e passageiros. Considerava-se que esta proposta daria, aos investidores e aos operadores, um sinal bastante positivo para que os investimentos previstos pudessem avançar e que as actividades de trânsito, portuárias e de comércio externo pudessem desenvolver-se em harmonia e segurança por todos pretendidos. (vi) Adoption of the new taxes proposal in annex hereto, as a transitory measure for a maximum period of eighteen (18) months for the conclusion of the study proposed above and definition of clear rules for the verification of merchandise and passengers It was considered that this proposal would provide the investors and operators with a very positive sign so that the foreseen investments would advance and the transit activities, of ports and external trade would develop in harmony and safety wanted by all. 213 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Estudos, Trabalhos e Consultorias para a Promoção de uma Economia de Mercado para Moçambique Este documento é uma lista de Estudos, Trabalhos e Consultorias de grande interesse e importância para a CTA e formam a base para o desenvolvimento de políticas e posições dos programas de lobbying da entidade para a promoção de uma reforma política económica. Estas reformas são necessárias para a promoção de um ambiente de negócios para o sector privado, bem como para o desenvolvimento de uma economia de mercado para Moçambique, que é essencial para o desenvolvimento económico do país. A lista de documentos abaixo está dividida em 8 áreas com 81 trabalhos. A maioria está disponível electronicamente via IAE da CTA. Outras modificações acontecerão como resultado de novos documentos. CONTACTO Jim LaFleur CTA jim. lafl[email protected] www.cta.org.mz IAE de CTA Janeiro 2007 I Ambiente de Negócio II Política e Regulamento da Competição III Competitividade e Cadeia de Valor IV Reforma Fiscal V Financiamento VI Valorização da Terra e Benfeitorias VII Trabalho VIII Comércio Internacional I Ambiente de Negócio 1.“Moçambique: Continuing to Remove Administrative Barriers to Investment” FIAS, June 2001. 2.“Mainstreaming Trade, A Poverty Reduction Strategy for Mozambique” Nathan, October 2002. 3.“Assessment of Corruption and Red Tape as Barriers to Trade and Investment in Mozambique” BAH, December 2002. 4.“Mozambique Industrial Performance & Investment Climate Assessment 2003, IFC World Bank” June, 2003. 5.“HIV/AIDS – Developed a business plan for the creation of a business organization to fight HIV/ AIDS in the workplace” EUROSIS, 2003. 2004 6.“Foundations for Sustained Private Sector-Led Growth” Steven Radelet, CASP, October 26, 2004. 7.“Removing Obstacles to Economic Growth in Mozambique” Nathan, December 2004. 8.“Conceptualização dos Serviços do Ombudsman” SAL, January 2005. 9.“Avaliação da Corrupção em Moçambique” Spector, Schloss & Green, USAID, December 2005. 10.“Ambiente de Negócios de Moçambique com Baseline e Projeção de Metas” Jim LaFleur, May 2006. 11.“Inquérito Empresarial 2006 Relatório Final” Bruce Brian, 2006. II Política e Regulamento da Competição 12.“Competition Policy in Mozambique – An assessment of the competition environment with recommendations for Mozambique” Armando Rodriguez, Nathan, March 2004. 13.“Government 214 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Procurement – Assessment of the Government of Mozambique’s Proposed Regulations for Public Works Contracts and Procurement of Goods and Services” Jeanmarie Meyer, Nathan, November 2004. 14.“Competition Policy in Emerging Economies” Bruce M. Owen, Stanford University, April 2005. ** 15.“A Contribution to the Debate on Competition Policy in Mozambique: Examining the Performance of Competition Policy in Other Countries” Armando Rodriguez and Jim LaFleur, August 2005. 2003. 24.“The Textile and Garment Sectors in Mozambique” John Cockcroft, February 2004. 25.“Total Factors of Production and Operational costs in Mozambique Industry: Creating a Productive Wheel in a Competitive Cart – A study of total factors of production and operational costs in Mozambican industry” Soumodip Sarkar, Nathan, July 2004. 26.“Value Chain Analysis for Strategic Sectors in Mozambique” Global Development Solutions, April 2005. 16.“Review of Mozambique’s Telecom Sector Review of Mozambique’s Telecoms” Sector Larry F. Darby, Nathan, November 2005. 27.“Action Plan for CNELEC Energy” February 2006. 17.“Air Liberalization - reform of the air transport sector in Mozambique” Andy Ricover, Nathan, December 2005. 28.“Wood and Timber Sector” Marc Barany, August 2006. IV Reforma Fiscal 18.“Proposta para Criação de um Instituto para MPMEs” Jim LaFleur, May 2006. 29.“Imposto de Selo - Parecer da CTA” E & Y, March 2004. 19.Reflexão sobre a reorganização de Transporte Urbanos e Inter – de Passageiros, Documento de Reorganização Transporte Urbanos Point, Jim LaFleur, Aug. 2006. 30.“Proposta Politica Fiscal” Jim LaFleur & Paulo Fumane, March 2004. da Área provincial discussão – Power 20.Clear Skies Over Southern Africa, ComMark Trust and Genesis, October 2006. 21.“Urban Transport Policy Proposal with Special Emphasis on Greater Maputo” Aaron Adiv, December 2006. ** III Competitividade e Cadeia de Valor 22. “Mozambique Can Compete” Soumodip Sarkar, 2000. 23.“Textiles and Apparel and Mozambique – An evaluate of the viability of the industry in Mozambique” Peter Minor, Nathan, December, 31.“Comentários ao Projecto de Código do Imposto do Selo” SAL, March 24, 2004. 32. “A Reforma da Tributaçao das Pequenas Actividades Empresariais em Moçambique” E&Y, October 8, 2004. -SIM 1 33.SIM –“ Sistema de Importo Mínimo” E&Y, October 8, 2004. 34.“Reforma Fiscal” Bruce Bolnick, CASP December 2004. 35.“Tax Reform and Business Environment In Mozambique - review of the document on the Tax Reform and Business Environment in Mozambique, with special emphasis on the Concerns of the Private Sector” Ernst & Young, 2005. 215 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique 36.“Proposta da CTA para o Envolvimento do sector Privado na Consolidação da Politica Fiscal” Paula Ferreira, 2006. 37.“Government of Mozambique’s Accounting Standards (PGC) - evaluate the government of Mozambique’s accounting standards proposal” Robert W. McGee February 2006. 38.“Mozambique: Study of the Impact of Tax and Licenses on Five Priority Sectors” FIAS, July 2006. 39.“VAT Refund Situation in Public Works Contracts in Mozambique” ibf & ACE, July 2006. Mozambique” Prakash Ratilal, May 2006. 48.Development Banks and Mozambique, Steve Radelet, May 2006. 49.“Mecanismos Alternativos de Resolução de Disputas - Necessidade e Criação; Mário Ussene” May 2006. 50.“Microfinance in Mozambique” Fion de Vletter, June 06. 51.“Annexes Microfinace in Mozambique” Fion de Vletter, July 06. 40.Economic Costs of VAT Refund Delays, Bruce Bolnick, January 2007. 52.Financial Sector Constraints on Private Sector Development in Mozambique, Bruce Bolnick, Nathan, June 2007. V Financiamento 41.“SADC - Finance and Investment Protocol - Assessment of Impact on Mozambique and Mozambican Private Sector” Moira Creedon, Nathan, November 2004. VI Valorização da Terra e Benfeitorias 53.Como Fazer do Direito de Uso e Aproveitamento de Terras um Instrumento mais Dinâmico para o Desenvolimento de Mocambique, Rosario e Tanner, Outubro 2002. 42.“Development Banks and Mozambique – Assessment of the Pros and Cons of Development Banks” Tomas Timberg, December 2004. 54.“Mercado Rural de Terras, Regulamento da Lei de Terras – Proposta de normas complementares relativas a transmissão” Cruzeito do Sul, 2005. 43.“Bankruptcy Ch 11.1” Jim LaFleur, December 2004. 55.“An Economic Analysis of Natural Resources in Mozambique - Rural Land Issues and Policies” Gordon Hughes, 2005. 44.“Bankruptcy Law” Daniel Fitzpatrick, January 2005. 56.“Land – Position Pape” Greg Mayer & Michael Rolf, April 2006. 45.“Financial Services to Support International trade in Mozambique” Tomas Timberg, Steven Beck and Alistair, The Services Group, April 2005. 57.“Título de Concessão de Direitos de Uso da Terra - Documento para Discussão” Jim LaFleur, May 2006. 46.“Bancos De Desenvolvimento E Moçambique” Thomas Timberg, May 2006. 58.SADC Reformas da Terra e Agraria Relatorio Nacional de Moçambique” ORAM, May 2006. 47.“Comentários 59.“Registo Predial em Moçambique” Mozlegal, - Development Bank and 216 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique Julho 2006. 60. “Land August 2006. CASP, May 2006. Tenure Services” Chemonics, 61.“Mozambican land law” SAL, 2006. 62.“Urban Land Regulations” MOZLEGAL and USAID, 2006. 63.“Review of Land Use Rights for Commercial Activities in Mozambique” John W. Bruce, January, 2007. ** VII Trabalho 64.“Salario Mínimo” LaFleur, Fumane e Bruns, CTA, March 2004. 65.“Proposal for Labor Law Reform in Mozambique” SAL 2006 66.“Política de Salário Mínimo em Moçambique” Jim LaFleur, May 2006. 67.“Lei doTrabalho” Jim LaFleur, July 2006. VIII Comércio Internacional 68.“Trade Policy Strategies for Mozambique” Frank Flatters, December 2002. 69.“Mozambique: Thinking About Trade” Frank Flatters, 2003. 70.“External Trade Institute (Instituto de Comercio Externo) - Assessment of Impact of the proposed creation of an External Trade Institute (Instituto de Comercio Externo – ICEM) within the Ministry of Industry and Commerce (Ministério da Industria e Comercio)” Moira Creedon, Nathan, November 2004. 71.“Integration into Global Markets: Opportunities and Challenges for Mozambique” Steve Radelet, CASP, May 2006. 73.“Transforming the Instituto de Promoção de Exportação (IPEX) Strategy Assessment and Design” Johann Schneider, June 2006. 74. “Review of: Estimating the Impact on Mozambique of Different Trade Policy Regimes: SADC, SACU or MFN?” Bruce Bolnick, October 25, 2006. ** 75.“Comments on: Alfieri, Cirera and Rawlinson, Estimating the Impact on Mozambique of Different Trade Policy Regimes: SADC, SACU, or MFN?” Frank Flatters, January 2007. ** 76.“Export Promotion Agencies: What Works and What Doesn’t” Daniel Lederman, Marcelo Olarreaga, and Lucy Payton, World Bank, November 2006.** 77.Mozambique, Foreign Trade Related Payments, and Aviso No 2/GGBM/2006 of the Bank of Mozambique: A Cost and Benefit Analysis, Thomas Timberg, December 2006. 78.Custos Económicos das Taxas Portuárias do Scanning am Moçambique, Bruce Bolnick, Nathan Associates, January 2007. 79.Unilateral Trade Preferences in the EU: An Empirical Assessment of the Case of Mozambican Exports, Andrea Alfieri and Xavier Cierra, July 2007. 80.Trade Facilitation Work Plan to Address Doing Business Import and Export Indicators, Audrey Adams, August 2007. 81.Analysis of Doing Business Methodology for Letters of Credit and Preshipment Inspection, Bruce Bolnick, August 2007. 72.“Mozambique: Globalization and Domestic Policy Choices” Frank Flatters, Globalization, 217 Por um melhor Ambiente de Negócios Desafios da Integração Regional para Moçambique