ARTE E PSICANÁLISE: AS QUESTÕES DO CORPO E DA CRIATIVIDADE NA ERA DO VAZIO. Autor: João Augusto Frayze-Pereira Financiador do trabalho: FAPESP Área: Psicologia Social Tema: Arte (se for possível mais de um tema, acrescento: Corpo e Psicanálise) Resumo: Sabe-se que desde sempre os artistas desenharam, esculpiram e pintaram a figura humana. Entretanto, na segunda metade do século XX, a história da arte revela uma forte tendência dos artistas a certa utilização do corpo humano não apenas como objeto representado, mas concretamente como tela, pincel, moldura, suporte e matéria viva dos trabalhos. Esta é uma das linhas de pesquisa da arte contemporânea cujas primeiras manifestações datam do final dos anos 1940 e cuja presença ainda se verifica em importantes exposições atuais. A característica principal dessa perspectiva artística é colocar em evidência o corpo do artista para problematizar temas contemporâneos. Assim, ao interferirem sobre seus próprios corpos, os artistas expressam com violência a finitude humana, questionam radicalmente a própria identidade e denunciam o constrangimento político-estético que a chamada “era do vazio” passou a exercer sobre os seres humanos, ao discipliná-los com padrões de beleza cada vez mais exigentes. Mais do que isso, considerando que “o ego é corporal” (Freud), que corpo e identidade são fenômenos intrinsecamente ligados, essas propostas artísticas são impactantes por interrogarem com requintes de crueldade a problemática da simbolização no mundo em que vivemos. Nessa medida, elas permitem repensar a psicanálise à luz da arte e discutir a questão – criar é destruir?