Os tempos podem ser cada vez mais modernos, mas os valores são eternos. Por mais que a modernidade nos leve a agir em ritmos acelerados: sempre valerá ser pai ou mãe. No real valor de cada uma dessas palavras. Uma criança precisa de um líder, não de um camarada ou de uma amigona. Pode-se, claro, ser amigos dos filhos, mas ser pai ou mãe significa também estabelecer limites e impor regras. Vejo, constantemente, muitos pais gabarem por serem amigos de seus filhos, mas muitos se surpreendem e se frustram por dessas atitudes. Não basta ser amigo, o filho deve saber quem é o responsável, a quem ele deve obedecer e recorrer nos momentos difíceis. Deixe-me contar uma história. Certo pai - de bom recurso financeiro - não se conformava em ver o filho preso em flagrante por ter praticado roubo a mão armada. Esse pai chorava e perguntava ao filho por que ele tinha feito aquilo, pois ele tinha de tudo e nada era negado a ele. Mas o filho, por mais que explicasse, não convencia o pai e este jamais aceitou. O que ele chamou de traição. Infelizmente, esse pai não percebeu que ele também tinha sua parcela de culpa. Nunca impôs limites, nunca falou um “não”. E o filho não era mau, ele apenas quis extrapolar o que já tinha em casa, testar as novidades. Acreditando que nada era proibido. Pais e mães acordem! Seu filho não quer só sua amizade. Pai é pai. Mãe é mãe. E colega é colega. Nossos filhos também esperam alguém forte que os lidere, que digam sim, mas também saibam falar “não”. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, afirmou em tese que a personalidade de uma criança é formada até quatro anos, podendo ser alterada até os cinco. Se até essa idade os pais não conseguirem inserir na personalidade da criança, seu filho, o verdadeiro significado do “não”: não conseguirá mais. Lembro-me que quando criança - “não” significava “não”, sem nenhum outro entendimento. Hoje, o “não” é usado pelos pais apenas como uma ameaça: “se você não parar, você não irá ganhar aquele sorvete”. Se, por acaso, o seu “não” representa quase nada ao seu filho, o assunto é para reflexão urgente. Observe que, quando o seu filho diz: “não vou, não quero”; o ‘não’ dele vale mesmo. E, se necessário, ele faz complô com o avô, com a madrinha, com a tia. Assim ele vai conseguindo fazer o que bem entende. O “não” de seu filho vale e o seu de papai ou mamãe não está valendo nada? Que beleza, hein! Essa geração é a que resolveu mudar suas formas e maneiras de educar seus filhos e o resultado está sendo catastrófico. Filhos agressivos, infelizes, estressados e com várias outras deformidades educacionais. Para reforçar essa ideia lembro que o teólogo e escritor Leonardo Boff afirma que “a moral é individual, qualquer um pode ter a sua e ainda diferente, mas em hipótese alguma podemos ultrapassar os limites da ética universal, e a ética universal é baseada no respeito”. 1 Jairo de PAULA_________________ Psicanalista, escritor autor de 15 livros, palestrante e conferencista internacional; Doutor em Psicanálise; Mestre em Educação e Psicanálise; Pós-Graduado em marketing empresarial; Graduado em Economia; Especialista em ‘Artes Cênicas’ e ‘Musicoterapia’; Personal e Executive Business Coaching, pela Sociedade Brasileira de COACHING; Membro da “Academia Brasileira Maçônica de Letras - Cadeira 33”. E-mail: [email protected] - Site: www.jairodepaula.com.br