“Normalmente, os artistas não são questionados acerca de suas posições políticas. Mas desta vez é diferente. Na minha opinião, todos os artistas representam determinados pontos de vista políticos, mesmo que não queiram identificá-los abertamente. Existe esta regra implícita para os artistas ao produzir o que se convencionou chamar de “arte política” a partir de uma posição política não identificada, mantendo a neutralidade, mesmo sendo óbvio que eles não são neutros. A nossa realidade é estruturada pela política, o que significa que a arte também é estruturada pela política. Vamos apresentar esta estrutura invisível / oculta, este pano de fundo obsceno da arte. Política não quer dizer luta por poder ou jogo sujo como os políticos querem nos fazer crer. Ela é a linguagem das nossas necessidades coletivas, compartilhadas pelas pessoas. Nós não somos apenas seres humanos, somos também seres políticos, tal como Hannah Arendt disse. Vamos descrever o que fazemos enquanto artistas também em termos puramente políticos. É por isso que eu gostaria de obter essas informações “secretas” e “privadas”. Vamos dar a elas um corpo público. Isso não significa que a escolha curatorial será baseada numa identidade política preferencial – não, ela será baseada, como sempre, na intuição e na ambigüidade. Mas desta vez a intuição e a ambigüidade serão um pouco deformadas por esse elemento político mais do que aparente. Então, vamos ver o que acontecerá.” Artur Żmijewski