Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 VALIDADE CONVERGENTE DOS SUBTESTES DE INTELIGÊNCIA DA BATERIA DE AVALIAÇÃO DAS ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO COM O TESTE RAVEN Luísa Bastos Gomes Profa. Dra. Tatiana de Cássia Nakano Faculdade de Psicologia Centro de Ciências da Vida [email protected] Avaliação Psicológica de Potencial Humano Centro de Ciências da Vida [email protected] Resumo: Considerando a importância dos estudos de busca por evidências de validade durante o processo de construção de instrumentos psicológicos, o presente estudo teve como objetivo a verificação da validade convergente de subtestes de raciocínio, parte de uma bateria para avaliação das altas habilidades / superdotação (BAAH/S). Uma amostra composta por 96 estudantes, sendo 47 do sexo masculino e 49 do sexo feminino, do 6º ano (n=15), 7° ano (n=12), 8° ano (n=49) do ensino fundamental II e 2º ano (n=20) do ensino médio de uma escola pública do interior do Estado de São Paulo, com idades entre 10 e 18 anos (M=13,4 anos; DP=1,8) fez parte da pesquisa. Os participantes responderam ao teste Matrizes Progressivas de Raven (escala geral) e aos Subtestes de Raciocínio da Bateria de Altas Habilidades e Superdotação (BAAH/S) (em processo de validação). Os resultados, a partir da correlação de Pearson, indicaram convergência entre as medidas visto que a maior parte dos fatores da BAAH/S apresentaram correlações positivas e significativas com os fatores do teste do Raven, com destaque entre suas pontuações totais (r=0,756). A correlação entre as características avaliadas em ambos os testes mostrou-se, em sua maioria, significativa, com valores oscilando entre 0,221 (p≤0,05) e 0,693 (p≤0,01). Tais resultados tornam possível afirmar, na presente amostra, a existência de relação moderada entre os instrumentos em questão, de modo a confirmar as evidências de validade convergente do subteste em desenvolvimento. Palavras-chave: Evidências de validade, Altas Habilidades/Superdotação, Inteligência. Área do Conhecimento: Avaliação Psicológica – Altas Habilidades 1. INTRODUÇÃO Durante anos recordados na história, homens e mulheres possuidores de altas habilidades lideraram importantes avanços em campos da ciência e artes, sendo sempre alvo de interesse da sociedade. Verificando os conceitos que esta terminologia suscita, na literatura, as altas habilidades incluem diversas defi[1][2] nições . Por muito tempo, psicólogos associavam superdotação a inteligência, mensurada a partir de altos esco[3][4][5][6][7][8] res em testes de Q.I . O panorama foi mudando, de forma que um número maior de pesquisadores foram apontando as limitações dos testes de inteligência para definir e identificar o sujeito com [4][8][9] altas habilidades . Seguindo a tendência atual, algumas definições acerca do tema seriam caracterizados pela investigação de outras variáveis além da aprendizagem escolar e da inteligência, implicando que a avaliação seja [6] multireferencial . Desta forma, as definições se tornaram mais abrangentes e começaram a incluir diversos atributos, inserindo nas teorias mais atuais outros domínios além da capacidade cognitiva, tais como criatividade, liderança, motivação pessoal, traços de personalidade, aptidão artística e musical, processos emocionais e contextos sociais como componentes da superdota[10][11][12][13] ção . Por mais que pesquisadores sugiram que o score de QI não seria a única forma de determinar se o sujeito [14] apresenta ou não altas habilidades , nos Estados Unidos ainda acaba sendo o método mais comum de identificação de participantes superdotados para [1] pesquisa . Este quadro demonstra que a avaliação as altas habilidades tem se imposto como um desafio Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 para os pesquisadores, visto os esforços encontrados na literatura voltados à definição e formas de avaliação que precisam, necessariamente, conside[15] rar este aspecto multidimensional . Entretanto, para dar a atenção adequada aos alunos superdotados é preciso formas de identificação eficazes. Tem sido observado que a falta de reconhecimento das necessidades específicas de crianças e jovens com altas habilidades gera dificuldades sociais e emocionais, de forma que muitos acabam enfrentando situações de risco em seu desenvolvimen[15] to . Considerando-se que os testes disponíveis no Brasil não se encontram validados para uso específico na população de indivíduos com altas habilidades / superdotação, uma bateria de avaliação do fenômeno, composta por subtestes de raciocínio (verbal, abstrato, numérico e lógico), assim como subteste de criatividade verbal e de criatividade figural, foi construída [16] . A busca por evidências de validade é apresentada como um dos indicadores mais importantes no pro[17] cesso de construção dos instrumentos , de modo que o presente estudo buscou altas correlações entre os constructos avaliados, acima de 0,50, para ser considerado como critério confiável na validação de [17] um novo teste . 2. OBJETIVO O objetivo deste tipo de estudo consiste na busca de evidências de validade convergente entre instrumentos já publicados no Brasil com a proposta de um novo instrumento que avalie Altas Habilidades/Superdotação, avaliando os mesmos constructos relacionados à inteligência. 3.. MÉTODO 3.1 Participantes A amostra deste estudo foi composta por 96 alunos, sendo 47 do sexo masculino (49%) e 49 do sexo feminino (51%), provenientes do 6º ano (n=15), 7° ano (n=12), 8° ano (n=49) do ensino fundamental II e 2º ano (n=20) do ensino médio de uma escola pública do interior do Estado de São Paulo, selecionada por conveniência. Os participantes possuíam idades entre 10 e 18 anos (M=13,4 anos; DP=1,8). 3.2 Instrumentos 3.2.1. Bateria de Avaliação das Altas Habilidades / Superdotação O instrumento elaborado por Nakano e Primi é composto por subtestes que envolvem a avaliação dos construtos inteligência e criatividade (nas formas figurativa e verbal) na parte a ser respondida pelos alunos e uma escala de avaliação do professor. No estudo atual, somente os subtestes relativos à avaliação do raciocínio foram utilizados. Os itens relativos à avaliação da inteligência incluem vários tipos de raciocínio (verbal, abstrato, numérico e lógico). As questões incluem a seleção de uma alternativa correta dentre as cinco oferecidas, no caso dos dois primeiros subtestes e a escrita da sua resposta (nos subtestes posteriores). A construção dos itens foi baseada no formato e tipo de itens já existentes em um instrumento em uso e aprovado pelo CFP (Bateria de Provas de Raciocínio – BPR-5 ). 3.2.2. Matrizes Progressivas de Raven – escala geral Instrumento de autoria de J.C. Raven, o teste tem sido considerado um instrumento clássico para a avaliação de aspectos relacionados ao potencial intelectual de uma ampla faixa etária e de escolaridade. É composto por cinco série de itens (A,B,C,D e E), cada uma contendo 12 itens, de modo que o instrumento possui um total de 60 itens, respondidos geralmente em 30 minutos. 3.3 Procedimentos Inicialmente submeteu-se este projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, o qual aprovou a realização desta pesquisa sob o número 630/11. Em seguida, os termos de consentimentos livre e esclarecidos foram enviados aos pais. Os testes foram aplicados de forma coletiva em sala de aula, em aplicação única, com duração aproximada de 1 hora e 30 minutos. Os estudantes responderam primeiramente aos subtestes de raciocínio que compõe a Bateria de Altas Habilidades / Superdotação e, em seguida, a escala geral das Matrizes Progressivas de Raven. Com os resultados dos testes corrigidos e digitados em um banco de dados, foi conduzida uma análise por meio do programa estatístico SPSS 18.0, com o objetivo de verificar o desempenho dos indivíduos em cada uma das características avaliadas nos instrumentos, realizando uma análise descritiva por sexo, série, uma análise multivariada de variância (Manova) e correlação de Pearson. 4. RESULTADOS Em ambos os testes, a maior média de pontuação no instrumento Raven é obtida na série A quando considerada a amostra total. Nela o sexo masculino apresentou uma pontuação maior que o sexo feminino. Por outro lado, a menor média de pontuação foi obtida na série E, sendo que, novamente, o sexo masculino apresentou média maior. Já na BAAH/S, a maior média obtida foi no subteste de raciocínio Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 lógico, desta vez com o sexo feminino obtendo pontuações superiores que o masculino. Por outro lado, a média menor observada no instrumento foi no subteste de raciocínio numérico, com destaque novamente às pontuações obtidas pelos participantes do sexo feminino. Tais dados podem ser visualizados na Tabela 1. Tabela 2. Médias e desvios padrão para variável série nos instrumentos RAVEN e BAAH/S Tabela 1. Médias e desvios padrão para sexo feminino e masculino nos instrumentos RAVEN e BAAH/S Considerando-se a aparente diferença de médias entre os sexos dos participantes, a Análise Univariada da Variância foi realizada. Os resultados mostraram que essa variável apresentou influência significativa, no teste Raven, sobre os resultados da Série B (F=9,13; p≤0,003) e resultado total (F= 4,44; p≤0,38). Em relação aos subtestes da BAAH/S, ela mostrou-se significativa para os resultados no subteste de raciocínio abstrato (F= 5,93; p≤0,17), raciocínio lógico (F= 3,95; p≤0,05) e para o total do instrumento (F=5,10; p≤0,02). Desta forma é possível afirmar que as participantes do sexo feminino apresentaram desempenho superior em comparação aos participantes do sexo masculino em todas as medidas em que essa variável mostrou-se significativa. Em seguida, a estatística descritiva da amostra, considerando-se a série escolar do participante, foi realizada. Os resultados podem ser visualizados na Tabela 2. Considerando-se as médias, de um modo geral, observa-se tendência à obtenção de melhores resultados conforme o avançar das séries, conforme esperado, de acordo com as teorias de inteligência. No Raven tal resultado acontece nas séries A, B e C e na BAAH/S nos subtestes de RV, RA, RL e pontuao ção total. Surpreendentemente, alunos do 8 ano do EF apresentaram médias superiores aos alunos do o 2 ano do EM nas séries D, E e total do Raven e no subteste RN da BAAH/S. Novamente, considerando-se as aparentes diferenças de média, a Análise Univariada da Variância foi utilizada para investigar a influência da variável série. Os resultados indicaram influência significativa em todas as séries do instrumento RAVEN, a saber, Série A (F=3,72; p≤0,014), Série B (F=7,74; p≤0,0001), Série C (F=7,38; p≤0,0001), Série D (F=15,35; p≤0,0001), Série E (F= 4,95; p≤0,003) e também para os resultados totais do instrumento RAVEN (F=14,42; p≤0,0001). A variável também apresentou influência significativa nos subtestes RA (F= 2,84; p≤0,042) e RL (F= 10,46; p≤0,0001) da BAAH/S, assim como para o total deste instrumento (F= 8,18; p ≤0,0001). No que diz respeito à interação das variáveis sexo e série, observou-se influência apenas para a Série B do instrumento RAVEN (F= 4,50; p≤0,005). Em seguida, a correlação de Pearson foi empregada com a finalidade de verificar o objetivo principal do estudo: a relação entre os dois instrumentos. Para isso ela foi estimada tanto para as medidas isoladas Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 de cada teste utilizado, bem como para seus totais. Os resultados podem ser visualizados na Tabela 3. Tabela 3. Correlação entre os instrumentos Os resultados apontaram para evidências de validade positiva entre ambas as medidas, visto que a correlação entre os fatores totais da BAAH/S e o total do Raven apresentou valor significativo (r=0,756; p≤0,01), superando o valor recomendado pela literatura, de, pelo menos, 0,50. Correlações positivas e significativas foram encontradas entre os subtestes RA, RN, RL e pontuação total da BAAH/S com todas as séries e total do Raven, variando entre r=0,221 e r=0,633. A única exceção ocorre em relação ao subteste RV, cujas correlações com a séries A, B e D do Raven não se mostraram significativas, ainda que com as demais (r=0,335 com Série C e r=0,221) com a série E) e com o total (r=0,240) os valores tenham sido significativos. Assim, as evidências de validade dos subtestes enquanto total, assim como isoladamente, foram confirmadas, considerando-se que todos os subtestes da BAAH/S apresentaram correlações significativa e positivas com a pontuação total do Raven. 5. DISCUSSÃO A partir das informações extraídas nesta análise, verificou-se que o presente estudo, o qual investigou evidências de validade convergente das medidas de inteligência, apresentou correlações estatisticamente significativas e compatíveis outro instrumento que avalia o mesmo construto, confirmando que possui convergência e grau de especificidade adequado, podendo-se afirmar a validade dos subtestes de ra[18] ciocínio da bateria em estudo . Importante destacar que, correlações positivas e significativas entre os instrumentos eram esperadas visto que ambos encontram-se embasados em uma teoria que considera uma capacidade intelectual ge[19] ral, chamada de fator "g" , mas também a existência de tipos diferentes de inteligência: fluida e cristalizada. O primeiro tipo seria compreendido como a capacidade do individuo de realizar operações mentais frente a uma tarefa nova e que não podem ser executadas automaticamente, associada a componentes pouco dependentes de conhecimento prévio e influência cultural, dependendo muito mais de fato[20] res biológicos e genéticos . Por outro lado, o segundo seria desenvolvido a partir de experiências culturais e educacionais, presente na maioria das [20] atividades escolares . Uma hipótese levantada acerca da correlação mais baixa do subteste RV com o total do Raven, assim como ausência de correlação significativa com duas de suas séries, basear-se-ia na constatação de que o RV (raciocínio verbal) é o unico fator da BAAH/S que avalia tanto a Inteligência Fluida quanto a Cristalizada. Dessa forma, podem não ter sido encontrados tantos índices correlacionais significativos uma vez que a proposta das Matrizes Progressivas de Raven [21] teria como foco avaliar a inteligência fluida . Da mesma forma, o RV especificamente nesta bateria avalia a extensão do vocabulário e a capacidade de estabelecer relações abstratas entre conceitos verbais, o qual não é oferecido no teste de Raven visto como o examinando deve apenas completar figuras, selecionando, dentre as alternativas, aquela que completaria a série. Salienta-se ainda o fato de que, em sua introdução às Matrizes, Raven argumenta que isoladamente, o teste não avaliaria por completo a inteligência geral, sugerindo a combinação de um teste de vocabulário às Matrizes, avaliando também [22][23] o uso da linguagem . Assim, vê-se a importância de criar um subteste que também leve em consideração este quesito, como encontrado no subteste RV da BAAH/S, sendo que essa lacuna também pode justificar as correlações mais baixas encontradas entre esse subteste e o instrumento tomado como critério. Outra discussão importante refere-se à influência das variáveis sexo e série no desempenho cognitivo. Os resultados, ao apontarem diferenças significativas em relação ao desempenho dos participantes por série, considerando-se maiores médias obtidas pelos estudantes de séries mais avançadas, com algumas exceções, confirmam os dados da literatura científi[20] ca. Almeida, Lemos, Guisande e Primi , por exemplo, afirmaram que vários autores referem um impacto diferencial da escolarização nas diferentes aptidões cognitivas, inclusive naqueles ligados à inteligência fluida. Do mesmo modo diversos outros estu[24][25][26][27] dos verificaram impacto da série educacional no desenvolvimento das habilidades intelectuais. Tais resultados concordam com os que são relatados no presente estudo. Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015 Em relação à influência da variável sexo no desempenho cognitivo, os resultados do presente estudo indicaram sua significância em algumas medidas de ambos os instrumentos utilizados, a favor do sexo [28] feminino. Hallinger e Murphy sugerem que o sexo pode interferir no desempenho acadêmico, de forma que as meninas, por demonstrarem estarem mais ansiosas que os meninos na vida acadêmica desde cedo, acabem estudando mais e obtendo bons resultados comparado ao sexo oposto. A diferença de desempenho nesse construto, de acordo com o sexo, ainda tem se mostrado uma questão bastante polêmica. Enquanto autores defendem a ideia de que diferenças entre homens e mulheres são esperadas em algumas das habilidades intelectuais, mas não nos resultados totais em inteligência [26] , outros estudos apontam para a inexistência des[24] sa diferença . Do mesmo modo, resultados opostos também são relatados, com melhor desempenho do sexo masculino em tarefas de vocabulário e inte[27] ligência cristalizada . Assim, vê-se de acordo com os resultados encontrados em diversos estudos em relação à variável sexo que as diferenças entre os sexos poderiam estar relacionadas a habilidades cognitivas específicas e não necessariamente ao fator g, indicando desempenho [29][30][31][32] equivalente entre os gêneros . Desta forma, homens teriam um desempenho melhor em habilidades visuoespaciais, raciocínio matemático e mecânico, enquanto as mulheres teriam um melhor desempenho em tarefas envolvendo habilidades [29] verbais e velocidade perceptual . Considerando-se especificamente o teste Raven e seu modelo de inteligência geral, o consenso também não se faz presente, sendo comum encontrar estudos que apontem evidências que ora favoreçam homens, e ora mulheres em seus resultados. Um estudo de Flores-Mendoza, Mansur-Alves, Lelé e [33] Bandeira comparou o desempenho de meninos e meninas quanto ao fator g por meio das matrizes progressivas de Raven e a escala Wechsler de inteligência para crianças (Wisc-III), sendo que os resultados não sugeriram diferenças de sexo. Outros estudos têm apresentado resultados que evidenciam diferenças entre os sexos no uso das matrizes progressivas de Raven, como os desenvolvidos por [34] [35] Santos et al. e Rabelo , porém nesses casos, os próprios autores alertaram para possíveis vieses amostrais. 6. CONCLUSÃO A análise dos resultados apontou para correlações significativas e moderadas entre a maioria das carac- terísticas de ambos os instrumentos. Os dados aqui apresentados atingem o objetivo proposto inicialmente e comprovam a existência de validade convergente do instrumento em questão. Também corroboram com a literatura científica, a qual defende a importância de estudos desta natureza no processo de construção de instrumentos. Neste sentido, espera-se que o conhecimento gerado a partir de tais análises possa auxiliar o processo de reparar as lacunas encontradas no Brasil acerca dos desafios relacionados ao desenvolvimento de novos instrumentos. AGRADECIMENTOS Agradecimentos a FAPIC pelo apoio recebido. Agradeço a minha orientadora Tatiana de Cássia Nakano, tanto pela oportunidade quanto pelos ensinamentos e paciência. A Karina Oliveira, pela dedicação e apoio na realização do projeto. REFERÊNCIAS [1] Carman, C. A. (2013). Comparing Apples and Oranges: Fifteen Years of Definitions of Giftedness in Research. Journal of Advanced Academics, 24(1), 52-70. [2] Reis, S. M., & Renzulli, J. S. (2009). 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