ARNALDO LEMOS FILHO
“Cada religião , mesmo a católica ( ou
melhor,
especialmente
primeiramente
pelos
a
seus
católica,
esforços
em
permanecer unitária “superficialmente” para
não se despedaçar em igrejas nacionais e em
estratificações sociais ) é na realidade uma
multiplicidade de religiões distintas e muitas
vezes contraditórias : há um catolicismo dos
camponeses, um catolicismo dos pequenos
burgueses
e
operários
da
cidade,
um
catolicismo de mulheres e um catolicismo de
intelectuais,,
também
ele
variegado
e
desconexo”
Gramsci, Concepção Dialética da Historia.
2ªedição. Rio de Janeiro, Ed. Civilização
Brasileira, 1978
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1891-1937
Roteiro
Como é interpretada a realidade do catolicismo brasileiro
agentes oficiais
Conflitos ideológicos
existentes
cientistas sociais
no processo histórico da
formação do catolicismo
brasileiro
na sua realidade atual.
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Vamos analisar
A explicação dos AGENTES OFICIAIS
A explicação dos CIENTISTAS SOCIAIS
Por que as divergências existentes não
levam à fragmentação
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A explicação dos AGENTES OFICIAIS
Historicamente
Existia um abismo entre a
Igreja dos padres e o
catolicismo que o povo
vivia.
[email protected]
A explicação dos AGENTES OFICIAIS
Historicamente
Durante muitos anos , este
abismo se colocava entre o
catolicismo oficial e o
catolicismo do povo .
Por estar aliado às classes
dominantes , uma parte do
catolicismo oficial interpretava o
catolicismo do povo como
superstição , fanatismo e
ignorância
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Cardeal Leme:
partia de um consenso que a religião
católica era a religião da Igreja que se
opunha , por sua vez , á religiosidade
popular , considerada como crendice ,
superstição e devocionismo.
Pe. Júlio Maria:
queria descer até o povo , assumir as
suas crenças e a sua vida infeliz e fazer
com que a instituição se aproximasse
dele . Reconhecia que a religião era
fraca mas culpava disso o clero.
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CATOLICISMO
OFICIAL
bispos e padres
desenvolvem uma religião
ligada às classes
dominantes, reproduzindo
as relações religiosas e
legitimando-as nas
relações sociais
bispos e padres procuram
criar condições para uma
ruptura destas relações ,
buscando formas para
uma transformação da
sociedade.
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Concilio Vaticano
Medellin
CELAM
Puebla
CNBB
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Concilio Vaticano
Foi um marco de referência na renovação da Igreja, pois exigia
o conhecimento das “estruturas atuais da Igreja e sua
adequação às exigências de hoje
Ao se preocuparem com a reforma litúrgica, os bispos
minimizaram
as
expressões
populares
não
oficiais,
aumentando o abismo entre o catolicismo oficial e o
catolicismo popular
Enquanto os setores mais progressistas exultavam com as
reformas conciliares, a religiosidade popular, quando não foi
separada,
tradicional
foi
se
tornando
monopólio
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do
catolicismo
CELAM - Medellin
A aplicação das decisões do Vaticano II à realidade latino-americana levou
os agentes oficiais a se preocuparem com as condições culturais e
estruturais desta realidade, a situação de miseria, opressão e injustiça em
que vivia a maioria do povo
Este tipo de aproximação não seria uma nova forma de
dominação?
Religiosidade
popular
“uma religiosidade de votos e promessas e de um sem
número de devoções, baseadas na recepção dos
sacramentos, principalmente do batismo, recepção que
tem mais consequências sociais do que um verdadeiro
influxo na prática da vida cristã”
“não podemos partir de uma interpretação cultural
ocidentalizada das classes medias e urbanas”
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CELAM - Puebla
“entendemos por religião do povo o conjunto das
profundas crenças seladas por Deus, das atitudes
que derivam destas convicções e as expressões
que as manifestam. Trata-se da forma ou existência
cultural que a religião adota num determinado povo.
A religião do povo latino americano é a expressão
da fé catolica. É um catolicismo popular”
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CNBB
‘É verdade que na Igreja tambem existia diversidade que
hoje chamaríamos de pluralismo.: diversidade de ritos,
diversidade de escolas teologicas, tanto dogmaticas quanto
morais e espirituais, diversidade de tipo de vida e mesmo de
trajes eclesiasticos. Tratava-se entretanto de diversidades
consentidas, que se perpetuavam dentro das linhas
tradicionais e não comprometiam a imagem da Igreja como
um bloco monolítico de identidade perfeitamente definida,
um rochedo num mundo dilacerado por conflitos”.
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A explicação das ciências sociais
“Por abranger toda a
extensão geográfica do
país com suas
marcadas diferenças
socioeconômicas ,
pelo fato de incluir em
seus quadros e em sua
clientela classes
antagônicas ,
por sua intencionalidade
de resposta única a
situações sociais ,
políticas e econômicas
discrepantes e mesmo
conflitantes
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O catolicismo
brasileiro são
varios
catolicismos
Pierucci, José Flavio
A explicação das ciências sociais
a preocupação na elaboração de tipologias
com critérios propostos pela Sociologia
Religiosa dominante na Europa, algumas
totalmente clericais
Duas
Interpretações
a busca da história, a partir das duas
tradições
da
historiografia
brasileira
Varhagen e Capistrano de Abreu.
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:
Em busca de uma tipologia do Catolicismo
Brasileiro
A construção de tipologias religiosas foi
feita em função da maior ou menor
adesão ao catolicismo oficial, às suas
crenças, normas e observâncias.
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Tipologia de Thales de Azevedo
1904/1995
Social ou cultural
A Igreja encarada como um
elemento da organização social
Formal
Integro e completo conhecimento
da fé católica e de suas
prescrições
catolicismo
Nominal ou tradicional
Identificação e lealdade à Igreja
Catolica . Relação superficial com
a Igreja formal
Popular ou de folk
Praticas muitas vezes não
aceitaveis pela Igreja formal.
Pratica contendo elementos
pagãos ou estranhos que se
fundiram com o catolicismo
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Tipologia de Procopio Camargo
Baseado em costumes legitimados pela
sacralidade do passado
Tradicional
Confunde os valores da sociedade com os
da religião
Os ritos pesam mais que os conteudos
significativos conscientemente vividos por
cada um
Comportamento orientado conscientemente
por valores religiosos
Internalizado
Baseado em formas racionais de explicação
tanto dos valores como das regras de
comportamento e dos papeis sociais
Pode haver certa diferenciação quando não
tensão entre os valores defendidos pelas
religião e aqueles que predominam na
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sociedade
Tipologia de Pedro Ribeiro de Oliveira
sacramental
o catolicismo se
apresenta como
um sistema
religioso, no qual é
possível distinguir
constelações” de
atos, isto é,
conjuntos de atos
afins quanto à
relação
homem/sagrado
devocional
protetoral
evangélica
magica
formada pelos atos nos quais o
relacionamento é mediado pelo
corpo sacramental
cujos
atos
expressam
um
relacionamento direto, no sentido de
piedade, reforçando uma aliança
entre o fiel e o santo de sua devoção
na qual o relacionamento é direto no
sentido em que a proteção pedida
pelo fiel no santo invocado se
estabelece de modo contratual: do
ut des
na qual o relacionamento é mediado
pelas Sagradas Escrituras
cujos atos são mediados por
agentes
qualificados
na
manipulação
de
ritos,
para
responder à necessidades concretas
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A busca da Historia
Varhagen
a história dos grandes, dos poderosos, das
instituições que dominam o povo brasileiro
1816/1878
Capistrano de Abreu
a história dos esforços dos brasileiros comuns,
do povo simples.
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1853/1829
Tradição em relação à historia da Igreja Catolica no Brasil
Há a história do catolicismo a partir das instituições
oficiais, da hierarquia
há a história do povo, a história da fé e das crenças do
povo, um esforço recente de historiadores e pesquisadores
para construir uma história não oficial do catolicismo.
Há também estudiosos interessados em analisar, ao longo da
história da sociedade brasileira, a articulação entre Igreja e
Sociedade, a relação entre a Igreja e os diferentes grupos
sociais, a relação entre Igreja e Estado.
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Proposta de Abordagem
A partir de uma realidade concreta , analisar a diversidade de catolicismos que
coexistem no mesmo espaço e tempo , gerando conflitos e , de outro lado , ver
até que ponto estes conflitos não rompem com a unidade da Igreja Católica
I.
revisão dos principais fatos da história da Igreja Católica , em
Itapira, no período de 1820 a 1958 e análise da organização da Igreja
Católica e dos conflitos ideológicos existentes neste período.
II.
análise da organização e dos conflitos ideológicos entre 1958
1990 , data do encerramento da pesquisa.
III. Conclusão: Discussão sobre a “unidade”do catolicismo brasileiro
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e
HIPÓTESE
O catolicismo mantém a sua unidade por saber
incorporar as diferenças que se expressam na
sua formação histórica e atualmente, na
organização e nos
sua
seus conflitos Estes
conflitos não são apenas ideológicos mas
conflitos estruturais resultantes da quebra de
monopólio religioso.
[email protected]
a passagem de uma posição de monopólio absoluto da
Caso
de
Itapira
religião católica para uma situação de concorrência
entre grupos religiosos e não-religiosos
a passagem dentro da catolicismo oficial do
monopólio absoluto de uma paroquia para uma
situação de concorrência entre as paróquias.
A situação de concorrência dentro das paroquias entre
Comum em toda
sociedade
brasileira
os diversos grupos de leigos
[email protected]
Peter Berger
“Durante a maior parte da história
humana , os estabelecimentos religiosos
têm sido monopólio dentro da sociedade,
isto é ,monopólio da legitimação suprema
da vida individual e coletiva . A
desmonopolização é uma característica
da situação pluralista “
“ A situação pluralista é sobretudo uma
situação
de
mercado.
Nela,
as
instituições religiosas se convertem em
agências comerciais e as tradições
religiosas em mercadorias para o
consumidor. Grande parte da atividade
religiosa nesta situação é dominada pela
lógica da economia de mercado “
[email protected]
1929 -
da passagem do monopólio religioso para uma situação de
mercado religioso.
de uma situação global inter-religiosa, ou seja , as religiões
organizam-se no mundo urbano e industrial em um sistema
de mercado.
Berger
fala
de um processo historico de secularização, baseado na
idéia de Weber de “desencantamento do mundo”
de que a secularização leva ao pluralismo que conduz a
uma situação de mercado religioso competitivo
que a competição leva à racionalização e burocratização
crescentes
que a situação de mercado afeta o próprio produto
religioso, pois as exigências dos consumidores
determinam modificações nos produtos
[email protected]
Pierre Bourdieu
“A
estrutura
de
sistemas
de
representações e práticas religiosas
reforça sua eficácia mistificadora pelo
fato de que exibe as aparências de
unidade, dissimulando, sob a capa de
um mínimo de dogmas e ritos comuns,
interpretações radicalmente opostas
das respostas tradicionais ás questões
mais fundamentais da existência.
Qualquer uma das grandes religiões
universais apresenta tal pluralidade de
significações e funções “ (Bourdieu).
1930-2002
[email protected]
O conceito de campo religioso (conjunto de posições e
relações entre as posições) e capital (aplicado aos bens
simbólicos acumulados)
Bourdieu
fala
Campo religioso : um corpo de agentes especializados
na produção, distribuição e difusão dos bens de
salvação e um grupo de leigos, consumidores destes
bens.
Os bens religiosos são assimilados a um capital cujas
condições de produção se procura desvendar com a
análise das relações de classe e das relações entre os
agentes religiosos.
[email protected]
Os interesses próprios ao corpo dos agentes diferem
segundo as condições históricas:
A manutenção do
poder
o monopólio religioso - conservação da mensagem,
não há preocupação com o produto oferecido,
autonomia do campo religioso, prática religiosa e
discurso fixos, a legitimação, a reprodução dos
interesses da classe dominante
Situação de
mercado
situação de mercado - o pluralismo da mensagem ,
a incerteza dogmática, a busca de fórmulas novas,
atenção aos problemas sociais e políticos e às
aspirações dos homens, insuficiência do discurso
Interesses dos
leigos
Os interesses dos leigos como componente
essencial
a
ser
levado
em
conta
na
produção/reprodução das relações agente/leigo,
garantida pela produção/reprodução dos bens de
salvação capazes de responder aos seus
interesses.
[email protected]
PRIMEIRA PARTE - 1820/1958
Costuma-se dizer que, no Brasil, muitas das cidades
nasceram “á sombra de uma capela e de seu santo
protetor” (Nestor Goulart)
Não se pode separar, em Itapira, suas origens
históricas de sua história religiosa.
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Primeiro período
(1820-1847)
A derrubada da mata para
a construção da capela
Catolicismo popular
Segundo período
(1840-1913)
A chegada do fazendeiro
trouxe o padre
Catolicismo oficial
A dissidência católica
Terceiro período
(1913-1934)
A Igreja do Pe. Amorim
Catolicismo popular
Quarto período
(1934-1958)
A paroquia da Penha
O monopolio religioso
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Conflitos
Catolicismo popular
dos camponeses
x
Catolicismo oficial dos
dos fazendeiros
Catolicismo popular urbano
x
Catolicismo oficial urbano
Catolicismo dissidente
x
Catolicismo ortodoxo
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SEGUNDA PARTE
OS CATOLICISMOS de 1958/1990
Quinto período
A quebra do monopolio
(1958-1990)
As quatro paroquias
Com a quebra do monopólio da paróquia da Penha em 1958, os
conflitos e as diferenças existentes no catolicismo oficial começam a
expressar uma situação de mercado, produzindo cada paróquia seus
bens religiosos e oferecendo-os a seus fiéis consumidores
[email protected]
Em Itapira, o estudo dos elementos da organização das
quatro paróquias nos mostraram quatro realidades,
expressando-se num continuo : extremos e meios. Isto se
pode verificar examinando as paróquias, seus agentes
oficiais, seus leigos, seus cultos, suas festas
[email protected]
Há dois momentos fundamentais para a compreensão da
complexidade do catolicismo brasileiro: a passagem de um
catolicismo leigo para um catolicismo clerical, com o
processo de romanização e deste catolicismo clerical,
novamente para o catolicismo leigo, com o Concilio
Vaticano IIC
[email protected]
Catolicismo
leigo
tradicional
antes da romanização
Catolicismo
clerical
Catolicismo
leigo
renovado
romanização
Vaticano II
Popular
Oficial
Oficial
Luso-brasileiro
Tridentino
Cultural
Familiar
Individual
Social
Não significa simplesmente uma seqüência histórica ou o fato de que um tenha
eliminado o outro. Na realidade a complexidade do catolicismo brasileiro reside
justamente na existência de todos ocupando espaços dentro da realidade social.
Há um catolicismo rico de expressões populares, há um catolicismo romano e há
um catolicismo leigo renovado.
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Paroquias
Fora das
estruturas
Penha
Dentro das estruturas
S.Benedito
S.Antonio
Fora das
estruturas
S.Judas
Padres
Pre-conciliar
Conciliar
[email protected]
Pós-conciliar
A legitimação
da ordem social
Tradição
O espiritualismo
A modernização
Renovação
A contestação
Instrumento de legitimação na medida em
que prescreve e legitima valores, normas e
papéis sociais dominantes.
função exclusivamente espiritual, isto é, a
orientação de uma espiritualidade com
tendência
essencialmente
religiosa,
procurando uma reforma interior, através da
busca de Deus e valorização do culto.
Deixando de ser obstáculo à mudança
social, a religião passa a recomendar novos
padrões de comportamento, legitimando
dessa forma modos de viver modernos.
Houve a renovação liturgica, a mudança no
comportamento entre padres e leigos, na
animação de equipes e comunidades de
bairros.
O catolicismo apresentado como uma
resposta radical à atual estrutura da
sociedade, preconizando uma participação
dos católicos na transformação da
sociedade e condenando a posição do
catolicismo que justifica e legitima a ordem
social vigente,
[email protected]
A analise do catolicismo no Brasil, ontem e hoje, nos permite concluir
que sob a aparente homogeneidade ideológica, o que existe de fato são
vários catolicismos, expressos na organização e nas relações de
conflito.
A força do catolicismo está em sua unidade e na capacidade de mante-la
ainda que formalmente, acima das divergências internas.
Esta unidade é “aparente “ ( Bourdieu) ou “superficial” (Gramsci ).
A diferença da organização das paróquias, os diversos modos de
expressão cultual, na diversidade dos discursos de seus agentes
oficiais, revelam que o catolicismo se fragmenta, significando a
diversidade dos interesses dos fiéis, ás vezes conflitantes
[email protected]
Por que as divergências existentes não chegam a romper a
sua unidade, ainda que esta seja apenas formal?
Duas respostas:
1. a articulacão do catolicismo em dois pólos, o elemento
clerical e o elemento leigo
2. a necessidade de definir o campo em que um fenômeno
religioso se situa quando analisado numa determinada
sociedade.
[email protected]
Max Weber
Weber já observou que as religiões
universais,
como
o
catolicismo,
enquanto tentam conter todo o corpo
social como uma unidade, na realidade,
se fragmentam em diferentes grupos e
classes sociais.
1864-1920
[email protected]
Esta pluralidade não implica porem na ruptura da unidade
“aparente”(Bourdieu) ou “superficial”(Gramsci), pois é capaz
de se difundir em diferentes classes sociais, como explica
Bourdieu:
“A unidade aparente destes sistemas profundamente
diferentes pode ser facilmente preservada, pois os mesmos
conceitos e as mesmas praticas tendem a assumir sentidos
opostos quando são usados a fim de expressar experiências
sociais radicalmente opostas”
[email protected]
O catolicismo deve ser analisado internamente em seu
conjunto de crenças, valores, práticas e ritos (representações
religiosas) e ao mesmo tempo em sua relação com a
sociedade (representações sociais).
ou exercendo a função de
legitimadora da ordem social
As representações religiosas
e sociais nos revelam um
dualismo na Igreja em Itapira
e, em extensão em toda a
sociedade brasileira:
ou se articulando com as forças
emergentes em sua luta contra a
dominação de tal modo que a
religião tenha um lugar dentro da
estratégia de libertação do povo.
[email protected]
ou como legitimador da ordem social e
defensor das normas e valores sociais
vigentes (constituindo um obstáculo a
forças sociais inovadoras)
O Catolicismo
ou apoiando e mesmo liderando
movimentos de reformas sociais, quando
não criticando e apresentando projetos
mais radicais de transformação da
sociedade
[email protected]
“Ser catolico tornou-se coisa muito fácil e muito difícil ao
mesmo tempo. É coisa muito fácil para o povo ao qual não
se pede senão “crer” em geral e ser respeitoso para as
praticas do culto: alguma luta efetiva e eficaz contra a
superstição, contra os desvios intelectuais e morais,
contanto que eles não sejam teorizados; na realidade, um
camponês católico pode ser intelectualmente, de um modo
inconsciente, protestante, ortodoxo, idolatra: basta que ele
se diga “católico”. Mesmo para os intelectuais não se pede
mais se eles se limitarem ás praticas exteriores do culto;
não se pede nem mesmo crer, mas somente de não dar o
mau exemplo, não negligenciando os sacramentos,
especialmente os mais visíveis e sobre os quais existe o
controle popular: o batismo, o casamento, os funerais ( o
viático, etc)”
Gramsci, Literatura e Vida Nacional)
[email protected]
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OS CATOLICISMOS BRASILEIROS