DETERMINAÇÃO DE PADRÕES QUE AFETAM O
SUCESSO DO ENRAIZAMENTO NA PROPAGAÇÃO
VEGETATIVA VIA ESTAQUIA DE Drimys brasiliensis Miers.
(Winteraceae)
Aluna: Isabelle Lourenço de ALMEIDA
Bolsa: PIBIC/CNPq, UFPR
Coordenadora: Profa. Dra. Katia Christina ZUFFELLATO-RIBAS
Colaboradoras: Dra. Maria Izabel Radomski /
M. Sc. Luciele Milani Zem
INTRODUÇÃO/OBJETIVOS
A cataia (FIGURA 1,A) ou casca d’anta (Drimys brasiliensis Miers.
- Winteraceae) é uma espécie alimentícia, ornamental e,
principalmente, medicinal cuja distribuição se dá desde o sul do
México até o extremo sul da América do Sul. O chá da casca
desta árvore é comumente utilizado como estimulante e para
tratar anemia, febre e problemas intestinais, mas seu principal
uso é o tratamento de problemas digestivos. As sementes dessa
espécie apresentam dormência, o que dificulta a produção de
mudas para comercialização, e a propagação vegetativa pode ser
uma alternativa para a produção em larga escala e com
uniformidade das mudas.
O presente trabalho visou estudar o efeito da auxina no
enraizamento de estacas de D. brasiliensis na primavera e no
verão para concluir se a propagação vegetativa é ou não viável
para esta espécie nestas estações.
MATERIAL E MÉTODOS
Ramos semilenhosos de Drimys brasiliensis Miers de árvores
com aproximadamente 3 metros de altura e 5 anos de idade
foram coletados no bosque da Embrapa Florestas, em Colombo –
PR, e o experimento foi conduzido em casa de vegetação
climatizada (nebulização por sensor, UR>85% e T<25°C) nas
dependências da Embrapa Florestas (FIGURA 1,E). As coletas
foram realizadas na primavera/2012 e verão/2013 e as avaliações
realizadas 120 dias após suas respectivas instalações.
Após a confecção das estacas (10-12 cm com 2 folhas na porção
apical de área reduzida à metade)(FIGURA 1,B), estas foram
submetidas à desinfestação em hipoclorito de sódio e tratamento
com fungicida Derosal. Em seguida, as bases das estacas foram
submetidas a concentrações de zero, 500, 1500, 3000, 4500 e
6000 mg.L-1 de ácido indolbutírico (IBA), em solução
hidroalcoólica 50%, durante 10 segundos (FIGURA 1,C), além do
tratamento testemunha. As estacas foram plantadas em tubetes
contendo uma mistura 1:1 de vermiculita e casca de arroz
carbonizada.
As variáveis avaliadas foram: % estacas enraizadas, nº
raízes/estaca, comprimento médio das 3 maiores raízes, estacas
vivas, mortas, com calos, com brotação e que mantiveram folhas.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 7
tratamentos e 4 repetições de 20 estacas/repetição em cada
estação. Os dados foram submetidos aos testes de Bartlett,
Anova e Tukey.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
Em ambas as estações, a concentração de ácido indolbutírico não
influenciou significativamente no enraizamento de estacas de
Drimys brasiliensis (TABELA 1), concluindo-se que seu uso não é
justificável para esta espécie. Porém se observou que o experimento
realizado na primavera/2012 foi efetivamente melhor do que o
experimento conduzido no verão/2013, apresentando 36,08% de
melhora no enraizamento de estacas, 31,20% no número de raízes,
27,78% no comprimento das raízes e 42,5% na taxa de brotação
(TABELA 2).
TABELA 1: Comparação de médias das variáveis estacas
enraizadas (EE), número de raízes por estaca (NR), comprimento
médio das raízes (CMR), estacas com calos (EC), vivas (EV), com
brotação (EB), que mantiveram folhas (EMF) e estacas mortas (EM),
de um experimento fatorial de Drimys brasiliensis Miers, entre os
tratamentos: T1 (água), T2 (50% álcool e 50% água), T3 (500mg L-1
de IBA), T4 (1500mg L-1 de IBA) e T5 (3000mg L-1 de IBA), T6
(4500mg L-1 de IBA) e T7 (6000mg L-1 de IBA) na primavera/2012 e
verão/2013.
Tratamento
EE(%)
NR
CR(cm) EV(%)
EM(%)
EC(%) EB(%) EMF(%)
água
25,63a 1,00a
0,13a
17,50a 38,12a 18,75a 59,37a
água + álcool
35,00a 1,56a
0,10a
9,37a 35,62ab 20,00a 61,87a 44,37abc
34,37c
13,12a 31,25ab 26,87a 66,25a 37,50bc
500 mg.L-1 IBA
28,75a 1,54a
0,08a
1500 mg.L-1 IBA
41,25a 2,26a
0,13a
9,37a 26,25ab 23,12a 71,87a 50,62abc
3000 mg.L-1 IBA
30,63a 1,36a
0,10a
13,12a 20,62b 35,62a 70,00a
4500 mg.L-1 IBA
36,88a 1,84a
0,14a
10,00a 26,87ab 26,25a 68,12a 55,00ab
6000 mg.L-1 IBA
31,88a 1,20a
0,12a
13,12a 25,00ab 30,00a 72,50a 46,87abc
43,23
67,23
56,33
CV%
59,06
35,46
47,77
16,8
59,37a
25,27
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de significância.
TABELA 2: Comparação de médias das variáveis estacas
enraizadas (EE), número de raízes por estaca (NR), comprimento
médio das raízes (CR), estacas com calos (EC), vivas (EV), com
brotação (EB), que mantiveram folhas (EMF) e estacas mortas (EM),
de um experimento fatorial de Drimys brasiliensis Miers na
primavera/2012 e verão/2013.
ÉPOCA
EE(%)
NR
PRIMAVERA 50,90 a 2,34 a
VERÃO
CV%
14,82 b 0,73 b
43,23
59,06
CR(cm) EV(%)
EM(%)
EC(%)
9,28 b
30,71 a 88,40 a 51,96 a
EB(%) EMF(%)
0,18 a
9,11 b
0,05 b
15,36 a 48,93 a 20,90 b 45,90 b 41,78 b
67,23
56,33
35,46
47,77
16,8
25,27
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de significância.
CONCLUSÕES
B
A
C
D
As diferentes concentrações de ácido indolbutírico (IBA), tanto na
primavera/2012 como no verão/2013, não influenciaram
significativamente no enraizamento das estacas de Drimys
brasiliensis da mesma estação, mas o experimento realizado na
primavera foi efetivamente melhor do que o do verão em quase
todas as variáveis analisadas.
REFERÊNCIAS
E
FIGURA 1: Drymis brasiliensis. A- Planta matriz; B- Estaca
confeccionada; C- Imersão das estacas na solução contendo os
tratamentos; D- Estaca enraizada com a presença de calos, folhas
originais e brotações novas, no momento da avaliação, 120 dias
após a instalação; E- Casa de vegetação com o experimento
instalado.
HARTMANN, H. T. et al. Plant propagation: principles e
practices. 7. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2002. 880 p.;
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e
cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa:
Plantarum, 2002;
ZUFFELLATO-RIBAS, K. C.; RODRIGUES, J. D. Estaquia: uma
abordagem dos principais aspectos fisiológicos. Curitiba: [K.
C. Zuffellato-Ribas], 2001.
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