Dinâmicas da desigualdade
Juventude
em debate
A juventude é uma categoria social
chave para entender
as
dinâmicas
das
sociedades modernas.
Algumas possibilidades...
Violência nas
sociedades
contemporâneas
Instituições
Sociais
Conceitos
de Ideologia
Juventudes e
desigualdades
Movimentos
Sociais
O processo de trabalho
e as desigualdades
sociais
Construção
social do
gênero
Diversidade cultural
brasileira
O objetivo é perceber
a juventude como:
– Uma construção social e histórica
– Uma experiência plural e desigual
– Uma categoria etária relacional
Como definir juventude?
período da vida
categoria social
geração
faixa etária
contingente populacional
adolescência
Habitualmente a juventude é pensada
como um ciclo biológico do corpo
A sociologia busca
desnaturalizar a juventude!
É verdade que nosso corpo biológico
se transforma ao longo da vida...
“Hoje é dia de Maria”
Minisérie de Luiz Fernando
Carvalho (2005).
… mas o modo como significamos estas
mudanças difere de acordo com a cultura e
o momento histórico por nós vivido.
“O processo biológico, que é real
e pode ser reconhecido por sinais
externos do corpo é apropriado e
elaborado simbólicamente por
meio de rituais que definem, nas
fronteiras etárias, um sentido
político e organizador do
sistema social” (2002:15).
MINAYO, M. E COIMBRA, C. (Orgs).
Antropologia, Saúde e Envelhecimento.
Rio de Janeiro: Fio Cruz. 2002.
“a infância e a adolescência não são estruturas
isoladas e independentes, que em determinado
momento estabelecem a relação com outros grupos
etários, elas são produtos que se constroem
continuamente na relação entre grupos etários. Essa
relação pressupõe o encontro de corpos diferenciados
que dialogam entre si através da percepção da
estatura, do modo de se vestir, do
modo de falar e se comportar. Uma
criança apenas é uma criança porque
existe um adulto, um adolescente e um
velho, que se diferenciam entre si e
dela pelo corpo e função social” (15).
MAGRO,V.”Espelho em negativo”. In: Infância e Velhice. Campinas: Alínea. 2003.
crianças
?
idosos
?
?
vivemos em sociedades
“adultocêntricas”
jovens
?
?
Pierre Bourdieu (1930-2002) =
sociólogo
“Juventude não é mais do que uma palavra”.
"Quando se trata do mundo social, as palavras
fazem as coisas porque elas fazem o consenso
sobre a existência do senso das coisas”.
A imagem de “sujeitos ideais”
é criada pelos discursos das
ciências e reproduzida pelas
práticas pedagógicas através
da verificação de seu avesso:
os imaturos, os irracionais, os
indisciplinados, os desviantes.
Debate:
Como se surge a idéia de adolescência?
Qual o papel da escola no processo de
construção da juventude? Leia o texto “A
invenção da adolescência” e discuta
essas questões.
CÉSAR, M. A invenção da
adolescência no discurso
psicopedagógico. São
Paulo:UNESP. 2008.
A juventude é sempre uma invenção social!
“as divisões entre as idades são
arbitrárias” e “objeto de disputa em
todas as sociedades”
(BOURDIEU, P. Questões de
Sociologia. 1983:112).
Mas como temos (re)inventado
a juventude em nossos dias?
preparação para a vida
transição
em busca de identidade
ousadia
liberdade
inconsequencia
irresponsabilidade
Aprendemos a pensar a
juventude como uma
fase da vida que separa
a criança do adulto.
puberdade
dependência
Adolescência:
12 até 18
(Art. 2º. ECA, 1990)
“dos anos 80 até recentemente o
termo adolescência predominou
no debate público, na mídia e no
campo das ações sociais e
estatais” (2005:7).
“diferente da adolescência, a juventude
se coloca como um novo problema
político para o país, por um lado se Juventude:
amplia a noção de juventude e, por 15 até 24
outro, surgem possibilidades de (PNAD, 2008)
distinguir diferentes segmentos nesta
categoria ampliada” (2005:7).
FREITAS, M. V. Juventude e adolescência no Brasil. São Paulo: Ação Educativa. 2005.
Duas idéias básicas costumam estar presentes
nas concepções modernas de juventude: a
primeira consiste em considerá-la uma fase de
passagem no ciclo da vida, situada entre o
período de dependência, que
caracterizaria a infância, e a
posterior autonomia adulta. A
segunda é a que atribui aos
jovens uma predisposição natural
para a rebeldia, como se fossem
portadores de uma essência
revolucionária” (2000:28).
ABRAMO, H. W.. Juventude, Política e Cultura. Nº 45. Teoria em debate. 2000.
“As ciências médicas criaram a concepção de
puberdade, referente à fase de transformações
no corpo do indivíduo que era criança e está
ficando maduro” (2000:13).
“A psicologia e a pedagogia
criaram a concepção de
adolescência,
relativa
às
mudanças na personalidade,
na mente ou comportamento
do indivíduo que se torna
adulto” (2000:14).
Luís Antonio Groppo.
Juventude. 2000.
“A sociologia costuma trabalhar
com a concepção de juventude
quando
trata
do
período
interstício entre as funções
sociais da infância e as funções
sociais do homem adulto”
(2000: 14).
Luís Antonio Groppo.
Juventude. 2000.
Debate:
Leia as páginas 13 e 14 do texto “Juventude e Adolescência”
e reflita sobre as diferentes formas de narrar a juventude e
suas possibilidades encaminhamento pedagógico.
Filmes ou revistas podem auxiliar
a apresentar diferentes modos de
(re)inventar a juventude.
O objetivo é perceber como as formas
de pensar e narrar a juventude mudam
de acordo com o contexto cultural e
social vivido por cada geração.
Uma possibilidade para
discutir gênero e juventude...
O objetivo é perceber como os padrões
de comportamento esperados para
meninos
e
meninas
reproduzem
hierarquias e desigualdades de gênero.
Quem são os jovens?
O que fazem?
Como vivem?
O que pensam?
A juventude representa 20,1%
da população brasileira
15 a 19 – 18 milhões
20 a 24 – 16,1milhões
Total – 34,1 milhões
Censo 2000 – IBGE
(números aproximados)
Uma possibilidade para trabalhar
com publicidade e propaganda...
O objetivo é perceber como os valores,
imagens
e
idéias
tradicionalmente
associadas à juventude reproduzem os
padrões de comportamento e consumo
estabelecidos pela sociedade envolvente.
A representação da juventude como
um grupo homogêneo tem sido
insistentemente reproduzida pelas
instituições escolares.
Nossa tarefa é abrir a juventude
e discutir a multiplicidade de
vivências juvenis.
“A juventude foi vivida primeiro
pelas classes burguesas e
aristocráticas, para depois
tornar-se um direito das classes
trabalhadoras”.
“À juventude ideal (urbana,
ocidental, branca e masculina)
outras juventudes vieram ou
tentaram juntar-se – rurais, não
ocidentais, negras e mestiças,
femininas, etc.” (2000:16).
Luí Antonio Groppo.
Juventude. 2000.
Pesquisa:
Perfil da Juventude Brasileira
Amostra:
3.501 entrevistas, em 198 municípios
Abordagem:
160 perguntas pessoais e domiciliares
Margem de erro:
até 2 pontos percentuais
ABRAMO, H. BRANCO, P. Retratos da juventude brasileira. Perseu Abramo. 2005.
Uma possibilidade de pesquisa...
Descobrir a multiplicidade de culturas e
vivências juvenis existentes no espaço escolar
pode ser um bom modo de discutir juventude e
sociabilidade.
Um pesquisa sobre “como os jovens se
relacionam com a escola” poderia ser
encaminhada a partir de observações no
espaço escolar ou questionários. O importante
seria preparar os alunos para descobrir a
variedade de gostos, opiniões, crenças,
práticas e estilos de vida.
“as crianças e jovens escapam aos controles
de qualquer discurso – escolar ou não – que
se pretenda único ou homogeneizador. Os
saberes que a escola pretende fixar ou os
saberes que a escola pretende ocultar
podem (e são) contestados, dasafinados,
confirmados e subvertidos.
Dar-se conta desses múltiplos
e, por vezes, divergentes
espaços
educativos,
é
fundamental” (1997:137).
LOURO, G. Gênero Sexualidade e Educação. Vozes. 1997.
Uma possibilidade para trabalhar
com letras de música...
Racionais Mc's (Mágico de
OZ) – retrata as angústias de
uma juventude marginalizada
Ira (Coração) – retrata os
dilemas de certa juventude
urbana de classe média
Objetivo:
discutir os diferentes modos de retratar a juventude
A juventude é uma categoria social imersa
nas desigualdades e hierarquias sociais
que a constituíram ao longo das décadas.
O desafio agora é levar essa discussão para
a sala de aula e refletir sobre o papel da
própria educação (escolar) neste processo.
Debate:
Leia o texto “Gênero, Sexualidade e Educação” e reflita
sobre o modo como pensamos a juventude nos espaços
escolares.