Matéria: literatura
Assunto: modernismo - rachel de queiroz
Prof. IBIRÁ
Literatura
RACHEL DE QUEIROZ (1910-2003)
Obras: O Quinze (1930), João Miguel (1932), As três Marias (1939), João Miguel (1932),
Caminho de Pedras (1937) e Dora Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura
Vida: Filha de uma família de grandes latifundiários, Rachel nasceu em Fortaleza. Sua infância
e adolescência tiveram como cenário a capital cearense, Rio, Belém do Pará e a fazenda do
pai. Favorecida pelo ambiente intelectual familiar adquiriu uma cultura muito superior a das
mulheres de sua época. Com quinze anos, terminou o curso de normalista e logo começou a
colaborar com a imprensa do Ceará. Em 1930, lançou o seu mais célebre romance, O quinze,
que causou sensação no país tanto pela idade da autora quanto pelo fato de ser uma narrativa
fortemente social escrita por uma mulher. (A literatura feminina até ali compunha-se de textos
subjetivos e açucarados). Convertida ao marxismo, como quase toda a sua geração, aderiu ao
PCB, onde ficou dois anos, até que dirigentes do partido se puseram a criticar asperamente
os originais de seu segundo romance, João Miguel, tentando proibir-lhe a publicação. Rachel
abandonou então o PCB e se filiou a uma tendência trotskista, na qual permaneceu até meados
dos anos 40. A partir daí, dedicou-se mais às traduções e ao jornalismo, tornando-se cronista
de O Cruzeiro, a grande revista brasileira da década de 50. Nos anos 60, suas posições políticas
ficaram cada vez mais conservadoras, a ponto de ter sido uma das poucas figuras intelectuais
que apoiou indiscriminadamente o regime militar. Em 1977, rompendo velho tabu, foi a primeira
mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
As narrativas de Rachel de Queiroz estão bem sintonizadas com o espírito de 30. A valorização
do universo regional, a linguagem precisa e objetiva e a ideologia paternalista que acompanha a
“pré-consciência do subdesenvolvimento”, marcam-lhe os textos, dos quais o mais significativo
continua sendo O Quinze. A exemplo de A Bagaceira, O Quinze articula-se a partir de dois
planos, ligados entre si. O plano social que consiste na apresentação dos efeitos da seca sobre
os sertanejos, o que é feito de forma admirável. E o plano individual, baseado nas experiências
de uma moça. Conceição, que intenta definir sua identidade numa sociedade patriarcalista,
recusando por isso o amor de um jovem proprietário rural, chamado Vicente. Diante das
misérias ocasionadas pela seca, Conceição desvela-se filantropicamente pelos retirantes,
adotando inclusive uma criança.
As narrativas de Rachel de Queiroz estão bem sintonizadas com o espírito da geração de 30:
•• A valorização do universo regional.
•• A ideologia modernizadora que acompanha a “pré-consciência do subdesenvolvimento”
•• A ênfase nos aspectos sociológicos da realidade.
O QUINZE
A exemplo de A bagaceira, O quinze (que é o seu romance mais conhecido) articula-se a partir
de dois planos, profundamente ligados entre si. O plano social, que consiste na apresentação
dos efeitos da seca sobre os sertanejos, o que é feito de forma admirável, e o plano individual,
baseado nas experiências de uma moça, Conceição, que intenta definir sua identidade numa
sociedade patriarcalista. Por isso mesmo, recusa-se a casar com um jovem proprietário rural,
chamado Vicente, a quem ama, mas com o qual não está disposta a viver, porque viver com ele
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Literatura – Prof. Ibirá Costa
significaria abandonar o seu mundo urbano e os seus interesses culturais. É a primeira atitude
feminista de nossa literatura.
No plano social, além das pungentes descrições das adversidades causadas pela seca, há uma
ênfase no desvelo filantrópico de Conceição pelos retirantes. Ela chega inclusive a adotar uma
criança, mas, no conjunto do texto, não atinge um verdadeiro entendimento político para
entender os horrores do Nordeste, isto é, não compreende que a miséria tinha razões mais
fundas que o cataclismo da natureza.
OUTRAS OBRAS
Esta compreensão política aparece em Caminho de pedras, quando a heroína Noemi fecha o
romance assumindo a luta social de seu marido - um preso político. Ou seja, Rachel de Queiroz
exalta a participação feminina na vida pública.
Em João Miguel, o narrador acompanha o drama de um homem simples que, sob efeito
momentâneo do álcool, assassina um desafeto e vai para a prisão. O relato é sobre os conflitos
pessoais de João Miguel no cárcere e tem bons momentos narrativos.
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Bibliografia de Literatura
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Bibliografia de Música e Artes Plásticas
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