INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Hilde Silvana Pontes Cezarini ∗- PUCPR/FACSUL RESUMO Buscou-se com esta pesquisa a realidade da “Intervenção Pedagógica” com crianças de 1ª a 4ª séries, com o objetivo de acompanhar no âmbito escolar o desenvolvimento da intervenção, e pesquisar subsídios para a melhoria da qualidade do desenvolvimento da “Intervenção Pedagógica interdisciplinar”. Estamos em um momento de transição, na busca da superação de uma visão fragmentada do mundo, segundo BOCHNIAK (1992, p.19): “romper barreiras ( entre teoria e prática, obrigação e satisfação, grupos homogêneos e heterogêneos, especialidade e generalidade, reprodução e produção do conhecimento) que não são exclusivas das escolas e/ou de um curso, mas passíveis em todo e qualquer contexto social e/ou currículo escolar ”Assim quando falamos de Intervenção pedagógica ‘interdisciplinar” falamos de uma questão ampla, como encontramos em POMBO (1994, p.10): “ A palavra interdisciplinaridade é objeto de significativas flutuações: da simples cooperação de disciplinas no seu intercâmbio mútuo e integração recíproca ou, ainda, uma integração capaz de romper a estrutura de cada disciplina e alcançar uma axiomática comum. ”Através de leituras e de observações de algumas práticas, percebeu-se a importância da “Intervenção Pedagógica Interdisciplinar” ser trabalhada de maneira correta para que aconteça a ação interdisciplinar. Os professores e alunos devem trabalhar juntos para que a educação seja mais produtiva, em busca da totalidade e para isso as escolas devem estar preparadas, oferecendo e buscando a “Formação Continuada” e entendo que a interdisciplinaridade é uma questão de atitude, sendo de suma importância o comprometimento das escolas em “formar homens” pensantes , criativos e aprendizes, consciente da importância da educação interdisciplinar, nesta sociedade em plena transição, assim ressaltamos a importância da Intervenção Pedagógica para crianças que necessitam de um “atendimento individual”, para acompanhar a aprendizagem como um todo. Delimitaremos aqui, nesta pesquisa, no fato da “Discalculia”, assim chamado o “não conseguir aprender matemática”. São muitas as crianças que “não aprende matemática” e são poucos os educadores que “enxergam a matemática de maneira interdisciplinar”. Palavras Chaves: Intervenção pedagógica; matemática; aprendizagem. ∗ Aluna do Mestrado – PUCPR / Professora da FACSUL 2 INTRODUÇÃO O MUNDO DA MATEMÁTICA Existem muitas discussões sobre o ensino da matemática nas séries iniciais, uma das perguntas é: O pedagogo está preparado, tem o conhecimento para ensinar a matemática nas séries iniciais? E a outra é o professor licenciado em matemática está preparado para trabalhar a construção do conhecimento nas séries iniciais? Quando se questiona a atuação do pedagogo, no ensino da matemática, busca-se saber se o pedagogo tem o "conteúdo", ou seja, se ele sabe matemática. E quando se questiona a atuação do matemático no ensino nas séries iniciais buscase saber se ele sabe como acontece a construção do conhecimento e as fases que a criança passa no período em que está nas séries iniciais, este professor tem a didática necessária para trabalhar a criança como um todo em desenvolvimento? A didática é muito mais do que o aspecto técnico de ensinar é o movimento do educador é a sua postura edificadora, a capacidade de articular informações e conhecimento no processo de aprendizagem. A educação matemática nas séries iniciais é de suma importância para o sucesso do aluno em toda a sua vida estudantil, a representação pessoal, os cálculos mentais, a construção do número, e a construção convencional da matemática é um processo continuo desde que a criança entra na escola. 1. BRINCAR E APRENDER Quando perguntamos a uma criança o que ela quer fazer, de imediato ela responde: - Quero brincar! Mas o que é brincar? A brincadeira é uma atividade universal e produtiva que começa desde os primeiros meses de vida que com o tempo vai ganhando novas dimensões, como o de brincar de boneca, brincar de casinha ou de ser piloto de avião que envolve a 3 criança na sociedade em que vive. O brincar é um processo de suma importância para o desenvolvimento da criança, Para RESCHEBIETER (2000, p. 95): "Brincar é bom para o desenvolvimento infantil quando o ambiente oferece condições materiais, segurança e incentivos, as crianças adoram brincar com os objetos e entre si." A realidade que a criança está inserida faz parte das suas brincadeiras, pois elas percebem e interagem com o meio que está, com o que vê, com o que quer e o que não quer, durante as brincadeiras o verdadeiro sentimento da criança está exposto. Segundo Piaget o brincar é um meio de socialização da criança, pois enquanto brinca, estabelece e aceita regras, desenvolvendo o respeito por outras crianças. Para Vigotsky enquanto a criança brinca desenvolve a sua imaginação, a sua criatividade, como preparação para a vida adulta. Para Freud, quando as crianças brincam demonstram os seus sentimentos mais secretos, seus desejos e suas idéias. Antigamente, nós quando éramos crianças, tínhamos mais liberdade para brincar, não havia o "medo de tudo” , como existe hoje, brincávamos na rua como se fosse no quintal de nossas casas, hoje por vários motivos, as crianças perderam o "espaço para brincar”, e estão pulando uma fase muito importante para o seu desenvolvimento. As escolas querem "formar crianças aprendiz", mas estas crianças desfrutam do tempo de ser criança? Hoje, nas escolas existe a busca, o resgate do momento de brincar inserido em uma proposta pedagógica com propostas e projetos que visam estabelecer este espaço, e tornar prazeroso o aprender para a criança. Em primeiro lugar, para que uma escola como um todo possa trabalhar o lúdico da maneira correta é importante que o educador tenha consciência da importância do brincar para o desenvolvimento da criança, e de como acontece o desenvolvimento da criança, e mais, o educador deve desenvolver habilidades para oportunizar, através de brincadeiras, a aprendizagem significativa das crianças. Por exemplo, a matemática na vida de uma criança muitas vezes é uma tortura tão grande que ela não quer mais participar das aulas, aprender a 4 matemática a partir das brincadeiras pode ser muito interessante e prazeroso, para SMOLE: (2000, p.105): "As crianças naturalmente estão envolvidas em tarefas de exploração do espaço e se beneficiam matemática e psicologicamente de atividades de manipular objetos desse espaço do qual vivem..." Considerando a citação acima, "em quase tudo podemos trabalhar a matemática, mas é preciso tomar cuidado para não se tornar uma obrigação" para a criança ficar respondendo perguntas do professor, tem que haver uma troca, um vínculo aluno/professor sem obrigações. O trabalho com a matemática pode acontecer durante o pular corda, amarelinha, no brincar de mãe da rua, no boliche e muitas outras brincadeiras que às vezes as crianças não conhecem, é preciso que o professor trabalhe com criatividade resgatando as "antigas" brincadeiras trazendo o "novo" para as crianças. Por exemplo, antes das brincadeiras, muitas vezes, é preciso dividir o grupo maior em grupos menores, o professor pode pedir para que as crianças façam esta divisão, assim elas estarão contanto, dividindo, subtraindo, somando, multiplicando, ou seja, resolvendo problemas. Na brincadeira de pular amarelinha a criança percebe a seqüência, a forma dos números, as formas geométricas desenhadas geralmente no chão, as distâncias, o tempo, assim aprendem conceitos importantes da matemática. Durante a brincadeira de pular corda a criança desenvolve a coordenação motora, as relações espaciais, a aprendizagem significativa, cantam o número, percebem as seqüências entre outras. No jogo de boliche as crianças percebem, contam quantos pinos foram derrubados, quantos faltam, quem derrubou todos... Após as brincadeiras as crianças podem realizar registros, com desenhos, textos e gráficos sobre o que fizeram, este processo contribui significativamente para a aprendizagem, as crianças devem fazer o registro das atividades de acordo com as suas representações, o professor deve atuar como mediador, orientador, questionador, coordenador do processo em um movimento de ação-reflexão-ação. Outra atividade interessante é a faixa numérica onde os alunos podem fazer as suas representações de quantos alunos estão em sala de aula, quantos meninos e meninas, o dia do mês... 5 O lúdico é um aspecto de suma importância, incluindo a liberdade de expressão, de aprender e de querer, de uma criança. Em primeiro lugar o educador deve respeitar a criança e tratar a criança como um ser inteligente e capaz de aprender. Dando a oportunidade para que a criança possa criar e recriar , ou seja, dar liberdade para a criança desenvolver-se plenamente. É importante entender como acontece a aprendizagem da criança para poder atuar como um educador, principalmente através das brincadeiras, às vezes parece impossível que uma criança possa aprender matemática, sem copiar, sem reproduzir sem decorar, pois foi assim que nós aprendemos e muitas acham que assim que deve continuar, mais as crianças mudaram, não são as mesmas de 30 anos atrás, o mundo mudou, as informações são mais amplas e chegam mais rápidas, nossas crianças são muito inteligentes e conhecem muitas coisas que às vezes ignoramos, não podemos trata-las como uma folha de papel em branco, muito menos como um depósito de dados pior ainda se acharmos que elas são todas iguais. As crianças são únicas, uma diferente da outra, fazem suas próprias representações e relações, nós educadores temos que aprender as respeitar estas diferenças e ter um olhar interdisciplinar para entender as relações do mundo da criança com a aprendizagem. 2. OS PARADIGMAS DE EDUCAÇÃO EM UM NOVO OLHAR Em um movimento de gerações a sociedade sofreu mudanças, no modo de produção e no modo de viver, a educação caminhou de acordo com estas mudanças, para cada época um tipo de educação, um paradigma. O quadro a seguir, com a linha do tempo, mostra as mudanças da sociedade e da educação: 6 De acordo com a linha do tempo foi na fase industrial da sociedade que a educação sofreu mais mudanças, em 1930 iniciou-se o Movimento da Escola Nova, em uma tentativa que não chegou a se concretizar para todos, a partir de 1964 o Paradigma Tecnicista tomou forma na busca de "qualificar" a mão de obra técnica para o mercado de trabalho da sociedade industrial em pleno movimento,e em 1985 recomeçou a preocupação com a relação educação/sociedade. Hoje o que temos é uma "eterna transição", sempre estamos mudando, aprendendo, buscando o "como fazer". Os profissionais da área de educação estão em todos momentos rompendo com o que não "cabe" na educação que a atual sociedade impõe, pode ser uma visão holística, uma prática construtivista, progressista ou sócio-interacionista, pode ser um educador "pseudo-tradicional", aquele que se diz tradicional por não achar necessário romper com de vez com a maneira que sempre trabalhou, mas que sabe as diferenças entre a sociedade de hoje com a sociedade de ontem. Mesmo com tantos nomes, tantos paradigmas e tantas idéias o foco maior da discussão é a relação sociedade-educação, a sociedade muda, a educação muda sempre nessa ordem.Atualmente o educador deve assumir uma postura "Interdeisciplinar" para que possa acompanhar este movimento frenético de mudanças. 3. O QUE É INTERDISCIPLINARIDADE A interdisciplinaridade surgiu, na tentativa de dar uma resposta à fragmentação causada por uma epistemologia de cunho positivista. No fim da segunda guerra mundial, grande parte das correntes do pensamento, como e existencialismo, o neopositivismo o marxismo, começaram a utilizar-se da interdisciplinaridade, Em 1961 GUSDORF apresentou a UNESCO um projeto de pesquisa interdisciplinar para as ciências humanas, com o objetivo de buscar a unidade humana FAZENDA, (1999, 72-73) a partir daí procura-se desenvolver a interdisciplinaridade, a concepção de interdisciplinaridade foi difundida no Brasil com a publicação da primeira obra significativa JAPIASSÚ, (1976), livro intitulado Interdisciplinaridade e Patologia do saber, depois vieram outras obras. A década de 80 marca a busca de uma diretriz sociológica e a explicação de um método para a 7 interdisciplinaridade FAZENDA, (1991 p 15). Muitos autores escreveram e escrevem sobre este tema, cada qual com sua abordagem própria. Segundo Fazenda “uma teoria da interdisciplinaridade constrói-se a partir da história acadêmica de cada pesquisador, ela depende basicamente da linha de investigação teórico-prática de quem se dispõe a pesquisá-la e construí-la” conseqüentemente nem sempre é compreendido da mesma forma, por diferentes profissionais. Quando desejamos ter uma atitude interdisciplinar é preciso, antes de tudo perceber-se, interdisciplinar e para isso é preciso reavaliar alguns aspectos do cotidiano dos professores, iniciando assim um processo de transformação. Segundo GAZÃO, citado por WACHCWICZ ( 1998, P. 94 –95 ): O ensino deve ser interdisciplinar porque o educando é um só, na unidade de sua pessoa. Não é um número, nem o dente de uma engrenagem, como parte de uma máquina do mundo ou da sociedade, como pessoa é chamada a viver com liberdade, a sua vida. A escola só cumpre o seu papel de educador, quando se põe a serviço das pessoas, facilitando – lhes, por um ensino e uma prática integrada, a descoberta do seu próprio caminho em meio a todas especialidades desse mundo. É de suma importância que o aluno e o professor sejam “aprendizes” e assim escapar da transmissão de conhecimentos, do “pronto” e “acabado”, buscando o diálogo entre professores e alunos com integração de suas realidades, superando a visão fragmentada do conhecimento. A interdisciplinaridade não se faz pelo conteúdo, mas sim por conhecimentos interligados. Segundo LÜCK (1994, p. 64 – 66) : “O objetivo da interdisciplinaridade é, portanto, o de promover a superação da visão restrita de mundo e da compreensão da complexidade da realidade, ao mesmo tempo resgatando a centralidade do homem, da realidade e da produção do conhecimento, de modo permitir ao mesmo tempo uma compreensão da realidade e do homem como ser determinante e determinado” Quando buscamos o conceito de interdisciplinaridade, já temos que ter elaborado um conceito prático de disciplina, dentro dos programas de ensino “disciplina” trás uma idéia de fragmentação, ou seja, assuntos compartimentados, sem qualquer ligação, isolados, independentes uma da outra, então disciplina é uma das maneiras de isolar os conhecimentos, depois desta elaboração podemos dizer 8 que a interdisciplinaridade é a interligação, a comunicação entre as disciplinas, abrindo espaço para a busca da “totalidade”, mas não é só a integração de conhecimentos, e sim a busca de pontos para a discussão, inventando combinações para as disciplinas, é um conjunto de associações de diferentes dimensões, ou seja, uma visão global na busca da unidade do saber, podendo ser considerada uma ferramenta para ser utilizada para superar a fragmentação do ensino proporcionando a “Formação do cidadão do mundo , ou seja, pessoas abertas à pluralidade de paradigmas, de horizontes culturais” VATTIMO (1962, p16) citado por LÜCK (1994,p 62). Assim quando falamos de “interdisciplinaridade” falamos de uma questão ampla, como encontramos em POMBO (1994, p10): “A palavra Interdisciplinaridade è objeto de significativas flutuações: da simples cooperação de disciplinas no seu intercâmbio mútuo e integração recíproca alcançar uma axiomática comum”. Em um projeto interdisciplinar é preciso antes de tudo perceber-se interdisciplinar e para isso é preciso reavaliar alguns aspectos do cotidiano dos professores, iniciando assim um processo de transformação. Segundo GAZÂO, citado por WACHCWICZ (1998, p 94-95): O ensino deve ser interdisciplinar porque o educando é um só, na sua unidade de sua pessoa. Não é um numero, nem o dente de uma engrenagem, como parte de uma máquina do mundo ou da sociedade, como pessoa é chamado a viver com liberdade, a sua vida, facilitando-lhes, por ensino e uma prática integrada, a descoberta do seu próprio caminho em meio a todas as especialidades desse mundo. Os educandos devem ser respeitados em sua individualidade, mas não se pode esquecer, que estes estão inseridos em um contexto social, que é total e amplo e que devem viver em comunidade. 4. DESENVOLVENDO UMA ATITUDE INTERDISCIPLINARIDADE. É muito importante que tenhamos cuidado de avaliar os pontos positivos, e os pontos negativos da interdisciplinaridade, para que não seja usa sem parâmetros, pois assim se tornaria uma "ilusão", dentro da realidade das escolas brasileiras, 9 FAZENDA (1991, p.18): “ o que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir". Para construir uma postura interdisciplinar é necessário ter fundamentação teórica para que possa levantar críticas, positivas ou negativas, dentro de um contexto educacional e social, fazendo com a realidade dos fatos do dia a dia sejam relevantes, assim a ligação entre teoria e prática passará a ser espontâneo, chegando a um ponto de não existir algum sinal de fragmentação do saber, tendo como produto final uma essência valiosa que podemos chamar de totalidade. Temos a interdisciplinaridade, na visão de alguns autores, para Demo P. (1997, p. 88 – 89) : A arte do aprofundamento com o sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo da particularidade e da complexidade do real. Precisamente porque este intento é complexo, a interdisciplinaridade leva a reconhecer que melhor praticada em grupo, somando qualitativamente as especialidades. Quando trabalhamos a interdisciplinaridade não podemos de esquecer das particularidades de cada assunto, de cada ponto de vista ou ainda a realidade onde a questão está inserida, e outro ponto importante é necessidade de “apreender” a trabalhar em grupo, ou seja “apreende a conviver”, pois o nosso egoísmo, a individualidade excessiva é fruto de uma educação “compartimentada”, fragmentada que ainda existe, mas não é o ideal de educação para atual sociedade que busca pessoas que sejam “aprendizes”, flexíveis, para suprir o mercado de trabalho exigente com novas posturas profissionais, por isso os professores devem trabalhar a interdisciplinaridade com seus alunos, para desenvolver novas competências à partir de algumas mudanças necessárias, assim os “formadores de homens “ ( os educadores), não podem esquecer das quatro primeiras atitudes a serem tomadas para que se possa desenvolver a interdisciplinaridade, são elas: • Aprender a ser, pois é preciso resgatar a confiança que deve existir em nossas atitudes, em nossas idéias, sem medo de errar e que os erros sejam uma base sólida de nossas opiniões. 10 • Aprender a conhecer, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias, ou assuntos, aproveitando as oportunidades oferecidas ao longo da vida. • Aprender a fazer, ao encontrar situações diferentes das já vividas, não Ter dificuldades em “construir” um caminho novo, ser uma pessoa apta a enfrentar numerosas situações. • Aprender a viver junto, preparando-se para gerir conflitos em uma compreensão mútua. O professor deve trabalhar a interdisciplinaridade partindo destes pontos para a superação da fragmentação rápida e eficaz, nesta concepção FAZENDA, I. (1993) aponta a interdisciplinaridade como: “Forma de compreender e modificar o mundo já que o homem é agente de sua realidade, por isso a necessidade de esquecer as velhas concepções que abrangem somente o ensino- pesquisa e, a partir para algo mais amplo, pois na prática interdisciplinar a pesquisa é a única forma de aprendizagem.” 5. AS DIFICULDADES PEDAGÓGICA DE APRENDIZAGEM E A INTERVENÇÃO É de suma importância demonstrar, no decorrer do trabalho, a importância da intervenção pedagógica para reverter ou superar situações de dificuldades na aprendizagem, com crianças que necessitam de um trabalho individual. Essas crianças são rotuladas com nomes e sobrenomes, as Dis... e as dificuldades de aprendizagem apresentadas em diagnóstico Psicopedagogico, algumas delas bem conhecidas, como: A Dislexia A Diosortografia A Discalculia E outros que não cabe, neste momento, aprofundar estes diagnóstico são muitas vezes são rótulos de dificuldades marcam para sempre a vida de uma criança. 11 A intervenção Pedagógica é complexa e necessária para superar as "dificuldades de aprendizagem", algumas crianças necessitam um "tempo diferenciado" para realizar uma aprendizagem significativa, essa criança necessita de uma mediação, de uma metodologia diferenciada de acordo com as suas necessidades. A metodologia utilizada pelo professor deve promover uma nova relação entre a criança e a construção do conhecimento. O professor deve realizar um trabalho de construção da auto-imagem da criança, despertando o desejo de aprender e então resgatar conteúdos escolares, proporcionando a integração da criança com um novo mundo sem "rótulos". O Pedagogo deve estar preparado para desenvolver esse trabalho, tem que ser sensível deve respeitar os "erros" da criança como um processo de aprendizagem deve saber detectar o que a criança quer e o que ela necessita, para isso é necessário que o educador tenha uma postura interdisciplinar e assim descobrir como e quando a criança aprende. Não é justo que as crianças que estão com "dificuldades momentâneas" sejam rotuladas por toda a sua vida, provocando o desgosto em aprender. Em um processo de intervenção pedagógica deve existir a energia do descobrir, transformando as curiosidades em aprendizagem em um trabalho rico em desafios, reflexões e questionamentos que proporcione que a criança faça a relação do mundo exterior com o seu interior. O aspecto emocional tem grande influência nos "momentos de dificuldades" mas não quer dizer que impossibilite a criança de aprender por toda a sua vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta pesquisa procurei apresentar aspectos relevantes para desenvolver uma ATITUDE interdisciplinar na Intervenção Pedagógica, como a importância da formação continua do educador, o saber fazer do educador, é o ter uma fundamentação ou seja ter "conteúdo" não ter um conhecimento superficial e por fim o educador deve perceber-se interdisciplinar e atuante revertendo as "dificuldades" dos alunos. Percebi durante a pesquisa o quanto a "Intervenção Pedagógica" faz a 12 diferença e o quanto nós educadores somos responsáveis pelas dificuldades de muitos alunos. REFERÊNCIAS BOCHINIAK, R. Questionar o conhecimento: interdisciplinaridade na escola. São Paulo:1992 ( Coleção educar, 14 ). DEMO, P. Desafios modernos da educação. Petrópolis: Vozes, 1996. ENS, R. Estrutura do trabalho acadêmico. Curitiba, 1998. FAZENDA I. C. 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