ADENDO ANAC ANALISTA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS CONCEITOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO RECURSOS HUMANOS INTRODUÇÃO A sociedade brasileira vem se transformando no íntimo de sua cultura. Consequentemente, crenças e valores estão diferentes, um pouco em sua essência, muito em sua operacionalização, e estarão mais ainda com o rápido passar do tempo. É claro que existe uma diferença sensível na velocidade dessas mutações, em cada uma das várias classes sociais, em cada região geográfica e também nos diversos setores econômicos. Mas sua existência é inegável. A empresa, por ser um sistema social organizado, sofre intensamente o impacto de tais mudanças dos valores da comunidade, na medida em que os seus recursos humanos são indivíduos da comunidade, e por mais “socializados” que possam estar sendo – por normas, rotinas, regulamentos internos etc. – apresentam no trabalho, nas relações com as chefias e com subordinados, sinais claros do novo sistema de valores. Eis o grande desafio da moderna Gestão de Recursos Humanos: lidar com os novos recursos humanos brasileiros. E não é um desafio exclusivo da Gerência de Recursos Humanos, ou de Relações Industriais, ou ainda outros nomes que a área possa ter em uma organização. O desafio afeta todos os profissionais que atuam na organização, todos aqueles que têm subordinados ou, então, mantêm intenso relacionamento funcional com grupos ou equipes de pessoas. Na verdade, todo “gerente” é um Gerente de Recursos Humanos e, portanto, está comprometido com o desafio de analisar, entender, compreender e agir de forma eficiente e eficaz, junto aos Recursos Humanos da sua organização. Para enfrentar esse enorme desafio, os profissionais têm à sua disposição no Brasil e no exterior um conjunto de técnicas, modelos e conceitos que evoluíram muito nos últimos 20 anos, principalmente na última década, e que moldaram uma nova Administração de Recursos Humanos. Ela é sensivelmente “cultural”, no sentido de que deve ser pertinente a um conjunto de crenças e valores de determinada “sociedade”, não sendo tão radicalmente universalista como pregaram os clássicos Taylor e Fayol. G e s t ã o d e R E por ser “cultural”, ela evoluiu, e evolui para uma abordagem mais humanista, mais voltada para a realização dos indivíduos e, por meio desta, para a consecução dos objetivos das Organizações. Nesta concepção, para estudar, avaliar, entender e poder administrar os recursos humanos é vital o aprofundamento nas teorias e práticas de comportamento organizacional. Por isso, temas como Motivação, Liderança, Democratização Organizacional, Comportamento dos Grupos de Trabalho tornam-se básicos para o moderno administrador de Recursos Humanos. Lembrando novamente que, por vivermos em um país em mutações sucessivas, as empresas interagem com um ambiente externo que se altera a cada dia. Torna-se necessário dominar os conceitos e técnicas de Análise Organizacional e de Sistemas de informações, como forma de poder administrar as constantes e necessárias mudanças na Estrutura Organizacional, nos Sistemas de Informações, nos Sistemas de Trabalho e, consequentemente, nas pessoas. Entendemos assim o desafio da gestão de recursos humanos para tornar-se “transparente” na organização. Qual é então o papel do órgão de Recursos Humanos? O órgão de Recursos Humanos é o mentor da ação, é o elaborador de políticas, o orientador, o prestador de serviços específicos que facilitam a tarefa de cada gerente, supervisor ou chefe. Ao órgão de Recursos Humanos coube, em passado não muito remoto, sob a denominação de Departamento de Pessoal, a tarefa simples de admitir, registrar legalmente, controlar as normas, punir e dispensar funcionários. Uma ação fiscalizadora e reguladora por excelência. Com a evolução das técnicas e práticas de Administração, o advento da Escola de Relações Humanas (1920, nos EUA) e o grande aperfeiçoamento das teorias sobre Comportamento Organizacional, a ação da área de Recursos Humanos foi ficando cada vez mais orientada para a atração, fixação, remuneração, motivação, treinamento, desenvolvimento e encaminhamento das pessoas. As pessoas passaram a ser vistas como um recurso estratégico e não apenas como um recurso operacional que precisava ser tornado mais eficiente. A eficácia, que pressupõe integração e participação, passou a ser dominante. A idéia da eficácia é mais ampla do que a de eficiência e tomou e c u r s o s H u m a n o s 1 de assalto a Administração. A eficiência foi a musa da administração científica (clássica, mecânica). Saber fazer certo as tarefas era o grande objetivo. Para isso, treinavam-se as pessoas até a exaustão. Quando ser eficiente passou a não ser suficiente, pois cresceu a necessidade de se saber o que era prioritário fazer eficientemente, nesse momento surgiu o conceito de eficácia: saber fazer certo as tarefas certas! Analisemos bem este cenário: de um lado as organizações procurando a eficácia por meio da integração, maior participação, melhor nível de informação e melhor qualidade de seu pessoal; de outro lado, no ambiente externo, conquistas sociais expressivas no Brasil do fim da década de 70! Democratização, liberdade de expressão, sindicalismo amadurecido, valorização da mão-de-obra especializada e outras. Nesse momento, aquele Departamento de Pessoal que evoluíra para um departamento orientado para pessoas (recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios) teve de ampliar-se para ser um verdadeiro Departamento de Recursos Humanos, cuja ação precisava estar intrinsecamente atrelada à estratégia de negócios da empresa e atualizada com a realidade socioeconômica do ambiente externo. Esse Departamento de Recursos Humanos é o órgão estratégico que instrumenta e orienta todos os executivos da organização em termos de técnicas, sistemas e práticas de administração de pessoas, dentro de uma filosofia única. A necessidade de que o Departamento de Recursos Humanos possa agir sobre cada gerente, supervisor ou chefe, orientando, influenciando, coordenando e controlando as políticas e práticas de gestão de recursos humanos, exigiu daquele órgão uma evolução técnica sem precedentes nos últimos anos. Principalmente porque foi preciso utilizar várias ciências – psicologia, sociologia, pedagogia, política, antropologia, filosofia, comportamento organizacional etc. – para poder formar o arcabouço teórico e o conjunto de práticas que pudessem suportar o grande desafio que é lidar com pessoas, compatibilizando seus objetivos com os objetivos da organização. E criar condições favoráveis para que elas possam desenvolver-se pessoal e profissionalmente, estabelecendo compromissos mútuos e restituindo a confiança nas relações Capital e Trabalho. Esse é o momento atual. Desafiador, estimulante e abrindo espaços profissionais amplos para aqueles que tiverem a humildade de desaprender para poder de novo aprender. A Administração de Recursos Humanos – ARH funciona em um contexto de organizações e de pessoas. Administrar pessoas significa lidar com pessoas que participam de organizações. Mais do que isto, significa administrar os demais recursos com as pessoas. Assim, organizações e pessoas constituem a base fundamental em que funciona a Administração de Recursos Humanos. A administração de recursos humanos surgiu dos primeiros estudos das relações industriais no início do século XX, com o advento da Revolução Industrial, onde foram surgindo estudos cada vez mais profundos sobre o ser humano nas organizações. Nos Estados Unidos, surgiu a ARH no período da 2ª Grande Guerra Mundial e no Brasil, a partir do final da década de 70. 2 G e s t ã o d e R A Administração de Recursos humanos é entendida como uma responsabilidade de linha (de cada chefia) e uma função de staff (do setor de pessoal): administrar pessoas não é responsabilidade exclusiva dos chefes (superior hierárquico) com relação aos subordinados (inferior hierárquico), é responsabilidade de todos, inclusive do Setor de Pessoal (staff.) Não confunda Setor de Pessoal (S.R.H) com a Administração de Recursos Humanos (A..R.H.). O primeiro é o setor destacado no organograma (visto a seguir) que presta assessoria (staff) tanto para superiores, quanto para subordinados; o último (A.R.H.) envolve tanto o S.R.H. quanto as chefias, daí o conceito: Administrar recursos humanos (pessoas) é responsabilidade de todos (assessoria e linha). Diretoria Recursos Humanos Assessoria (staff) Administração Financeira Administração de Material Setor de Relações Públicas Logo: – A Administração de Recursos Humanos é uma responsabilidade de linha, isto é, de cada chefe em relação a seus subordinados. – A Administração de Pessoal é uma função de assessoria, isto é, um órgão que estabelece as normas e critérios relacionados com a administração de pessoas e que executa atividades especializadas relacionadas com o pessoal. Assim, cada chefe administra seus subordinados de acordo com as normas e critérios estabelecidos pelo órgão de Administração de Pessoal. Mas de onde vem o termo Gestão de Pessoas? Gestão de Pessoas foi adotado, nos últimos anos, por algumas empresas para substituir termos como administração de pessoal e administração de recursos humanos. Diversas e novas terminologias estão presentes atualmente para representar a maneira pela qual as empresas gerenciam as suas relações de trabalho. Dentre essas, destacam-se terminologias como: Gestão do Capital Humano, Gestão de Talentos, Gestão do Capital Intelectual, Gestão dos Ativos Humanos, Gestão de Pessoas, entre outros. Nos últimos anos, a área de Gestão de Pessoas foi influenciada pelos aspectos sociais, econômicos e políticos de cada momento histórico. No entanto, o processo de evolução, ora mais intenso, ora mais lento, deveu-se diretamente às seguintes variáveis: forte desenvolvimento econômico e tecnológico, experiências e doutrinas humanistas, acirramento das relações de trabalho. e c u r s o s H u m a n o s Além dos fatores acima apresentados, também contribuíram para o surgimento da Gestão de Pessoas nas organizações: o desenvolvimento do capital e a industrialização, a organização do trabalho, as várias teorias organizacionais que surgiram neste período e as diferentes estruturas organizacionais adotadas pelas empresas, em geral, no decorrer deste processo de evolução. Mas o que vem a ser Gestão de Pessoas? Gestão de Pessoas é um ramo especializado da Ciência da Administração que contempla todas as ações empreendidas por uma organização, com o objetivo de integrar o colaborador no contexto da organização e aumentar sua produtividade. Mas repare bem! A palavra “integração” não se refere somente ao momento em que o colaborador ingressa na empresa, mas sim a todo o período em que atua na mesma. Já o termo “produtividade” indica que a contratação de novos profissionais deve-se à necessidade de gerar maior produtividade e, consequentemente, maiores resultados para a empresa. Para Milioni (2002), Gestão de Pessoas pode ser definida como: “(...) conjunto de estratégias, técnicas e procedimentos focados na mobilização de talentos, potenciais, experiências e competências do quadro de colaboradores de uma organização, bem como a gestão e a operacionalização das normas internas e legais incidentes.” Veja como na definição de Milioni o foco é outro. A ênfase é dada aos esforços da organização no sentido de aproveitar e explorar o potencial das pessoas, o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada profissional possui, e não na produtividade em si. Observe quando o autor se refere à operacionalização das normas internas e legais, ele está se referindo à parte burocrática da área da Gestão de Pessoas, ou seja, o cumprimento de todos os procedimentos previstos na CLT e legislação complementar. Logo, a atividade de Gestão de Pessoas engloba os direitos trabalhistas dos empregados, mas seu campo de atuação vai muito além da parte burocrática. De forma mais moderna “Gestão de Pessoas consiste na capacidade de mobilizar os colaboradores para o alcance dos objetivos organizacionais”. Nesse contexto, o mobilizar representa todas as estratégias que visam gerar: – Comprometimento; – Motivação; – Entusiasmo. Afinal, no ambiente organizacional “nada acontece sem as pessoas”, isto é, “não existe empresa sem pessoas”. Segundo Roberto Shinyashiki, escritor e consultor, “a tecnologia é importante, mas apenas garante que a empresa não vai ficar para trás; quem levará a empresa para frente, rumo ao futuro, serão as pessoas”. Partindo dessa premissa, podemos concluir que a organização deve buscar o desenvolvimento de competências individuais para que estas migrem para o contexto organizacional e passem a constituir competências organizacionais. No entanto, isto é possível se a organização por meio da área de Gestão de Pessoas e de seus líderes for capaz de criar um ambiente de trabalho desafiador, estimulante, que agregue G e s t ã o d e R valor às pessoas e, consequentemente, à organização. Assim, a Gestão de Pessoas requer parceira e não confronto. Parceria à medida em que a organização procura atender os interesses e os objetivos dos colaboradores e estes estejam comprometidos e voltados ao alcance dos objetivos organizacionais, representados pelos acionistas, proprietários, investidores etc. As organizações vêm passando por grandes transformações em função de pressões que recebem tanto do contexto organizacional externo como do contexto interno. As mudanças que passam as organizações não estão limitadas às suas estruturas organizacionais formais, aos seus produtos, serviços ou mercados. Afetam, principalmente, os padrões comportamentais ou culturais e os padrões políticos ou relações internas e externas de poder. As pressões relativas ao contexto externo têm sido bastante estudadas, enquanto as relativas ao contexto interno não têm sido ainda objeto de grande aprofundamento (DUTRA, 2002). Quanto ao contexto externo, podem-se destacar como pressões que impactam nas organizações os seguintes aspectos: – Globalização; – Turbulência do ambiente; – Produtos e serviços de alto valor agregado; – Novas arquiteturas organizacionais e de negócios. Estas pressões exigem respostas das organizações, tais como: flexibilidade, agilidade, gerenciamento eficaz da cadeia de valor, comprometimento de seus colaboradores. Já no contexto interno, as pressões estão voltadas a aspectos como maior autonomia e liberdade para os colaboradores desenvolverem suas atividades, maior grau de desenvolvimento das pessoas, por meio de processos permanentes de aprendizagem e desenvolvimento profissional sustentado nas novas capacidades e competências que a organização necessita para alcançar seus objetivos. Tendo em vista este processo de mudança, o perfil dos gestores transforma-se de maneira radical, passando de um perfil obediente e disciplinado para um perfil autônomo e empreendedor, que visa a migração de estratégia de controle dos funcionários para estratégias que levam ao comprometimento, a partir da participação e do reconhecimento. As empresas passam a depender cada vez mais do grau de envolvimento e de comprometimento de seus colaboradores com os objetivos estratégicos e de negócios. Esse envolvimento e comprometimento são vitais para: – Aumentar o nível de produtividade e qualidade de seus produtos; – Atingir agilidade na aquisição e internalização de novas tecnologias; – Gerar rápida aquisição de capacidades e competências organizacionais; – Garantir maior flexibilidade nos processos de mudança organizacional, face às variáveis internas e externas; – Alcançar maior agilidade para atender as demandas internas e externas. e c u r s o s H u m a n o s 3 Observe que o alcance do envolvimento e comprometimento não se dá com um discurso bonito e bem preparado sobre os objetivos econômicos e sociais ou sobre a importância da empresa, nem ocorre com a as políticas relacionadas com salários, benefícios ou facilidades, mas pelo atendimento concreto das expectativas e necessidades dos objetivos individuais de seus colaboradores. Assim, caso o colaborador não verifique vantagens concretas para si mesmo, no presente e no futuro, na relação de trabalho que mantém com a empresa, ele dificilmente irá comprometer-se. O fato das empresas serem obrigadas a observar, com maior precisão, o conjunto de expectativas e necessidades das pessoas, fez com que surgissem as pressões do contexto interno, ou seja, de dentro da própria organização. As empresas, de forma geral, têm grande dificuldade para definir com clareza o que esperam das pessoas, e dificuldades ainda maiores para definir os horizontes profissionais que podem oferecer. O grande desafio que o contexto atual e futuro impõem às empresas é criar condições para que as pessoas alcancem suas expectativas de desenvolvimento, realização e reconhecimento. Quanto mais conscientes de si mesmas estiverem, mais exigirão transparência por parte da empresa, e esses aspectos se tornarão fatores críticos para a sustentação da competição e manutenção de diferenciais competitivos. FUNÇÃO DA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS: ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS, POLÍTICAS Segundo Chiavenato (1999, p. 37), face às grandes transformações no mundo organizacional, a área de Gestão de Pessoas, por meio de seus profissionais, deverá assumir novos papéis. Observe no quadro a seguir como se pode dar a transformação dos novos tipos de papéis face às mudanças organizacionais da área de Gestão de Pessoas. De Para Operacional e burocrático Policiamento e controle Curto prazo e imediatismo Administrativo Foco na função Foco interno e introvertido Reativo e solucionador de problemas Foco na atividade e nos meios Estratégico Parceria e compromisso Longo prazo Consultivo Foco no negócio Foco externo e no cliente Proativo e preventivo Foco nos resultados e nos fins A atuação estratégica da área de Gestão de Pessoas implica no desenvolvimento de atividades múltiplas e mais complexas, que têm como ênfase contribuir para agregar valor à empresa e não somente dar apoio às demais áreas. Trata-se de uma atuação que deve estar voltada a médio e longo prazo e não somente na busca de respostas e resultados pouco consistentes. Como é atuar estrategicamente na Gestão de Pessoas? Esta nova forma de atuação deve ser sistêmica, integradora e estar voltada ao atendimento das seguintes premissas: 4 G e s t ã o d e R – Uma nova visão integrada do colaborador, do trabalho e da empresa; – Uma estrutura organizacional plana, enxuta, de poucos níveis hierárquicos; – Atendimento do usuário interno e externo, e, se possível encantá-lo; – Sintonia com o ritmo e a natureza das mudanças ambientais; – Uma visão voltada para o futuro e para o destino da empresa e das pessoas; – Criação e agregação de valor às pessoas, à empresa e ao cliente; – A busca de uma administração participativa e baseada em equipes; – A busca de agilidade, flexibilidade, dinamismo e proatividade; – O compromisso com a qualidade e com a excelência dos serviços; – A busca da inovação e da criatividade. Segundo Ulrich (1998), a Gestão de Pessoas, por meio de seus profissionais, precisa desenvolver e aplicar três novas capacidades: a) Criar clareza estratégica; b) Fazer com que as mudanças aconteçam; c) Criar capital intelectual. Estas capacidades representam os resultados a serem produzidos a médio e longo prazo. Veja em detalhes como elas se configuram. a) Criar clareza estratégica Trata-se do processo de disseminação na organização, em todos os seus níveis, dos objetivos, estratégias e metas fixadas pela empresa para médio e longo prazo. Objetiva esclarecer a todos os colaboradores a missão, a visão da empresa e dar ciência sobre o processo de planejamento estratégico adotado. Ter clareza estratégica visa ainda criar sinergia e fazer com que todos olhem na mesma direção, demonstrando foco e convergência de ações para o alcance do que foi planejado. Uma organização revela capacidade de clareza estratégica quando sua estratégia enfatiza objetivos, tanto a curto quanto a longo prazo, cria significado para os que estão dentro e fora da empresa, traduz com eficiência práticas organizacionais, estimula o comportamento do colaborador e diferencia a empresa para clientes e investidores. Pode-se testar a clareza estratégica pedindo ao grupo de colaboradores que identifiquem como a empresa deseja ser conhecida por seus melhores clientes. Quando as respostas a essa pergunta são semelhantes, a empresa possui clareza estratégica. Os profissionais de Gestão de Pessoas ao agirem como parceiros estratégicos desempenham um grande papel na criação de uma unidade estratégica. Entende-se por competência o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes do colaborador, aplicados ao ambiente de trabalho, aliado à sua experiência. Comprometimento demonstra o grau desenvolvimento, de participação com a empresa. Representa “vestir a camisa”, ter motivação. e c u r s o s H u m a n o s b) Fazer com que as mudanças aconteçam (ser um agente de mudança) O ambiente para muitas empresas é imprevisível e incontrolável. Em vez de gastar enormes verbas para criar estratégias que podem funcionar ou não nessas esferas instáveis, as empresas alcançam bons resultados com a capacidade de mudar rapidamente. Organizações com essa capacidade demonstram velocidade, agilidade, flexibilidade e redução do tempo de ciclo. O que é preciso para ser um agente de mudança? Note bem que para que os profissionais de Gestão de Pessoas possam aprender a se tornar agentes de mudança, é necessário que desempenhem os seguintes papéis: – Arquitetar mudanças a partir de um modelo, de uma teoria que ajuda o profissional da área a saber por onde começar, como alavancar a mudança e como transformar eventos em modelos de comportamentos; – Facilitar o processo de mudança alocando as pessoas certas no lugar certo. Para isso, precisam aprender como estimular os principais responsáveis pelos processos decisórios a se envolver em um projeto de mudança; como gerenciar e aprender com a experiência e desencadear os eventos que irão sustentar a mudança. – Desenvolver um novo projeto para os sistemas (práticas) de Gestão de Pessoas que seja coerente com a mudança; – Praticar em sua área (Gestão de Pessoas) as funções e as práticas que recomendam a terceiros. c) Criar capital intelectual (ser um defensor dos colaboradores) Todo dirigente reconhece que o capital intelectual é importante. O desafio está em descobrir o que ele é e como aumentá-lo. Um trabalho recente examina o conceito de maneira simples, mensurável e útil. Ou seja, Capital intelectual = competência x comprometimento. Observe o quadro a seguir: COMPETÊNCIA Entende-se por competência o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes do colaborador, aplicados ao ambiente de trabalho, aliado à sua experiência. COMPROMETIMENTO Comprometimento representa “vestir a camisa”, ter motivação. Demonstra o grau de envolvimento, de participação com a empresa. As Funções Principais da Gestão de pessoas podem ser assim descritas: Logo, O capital intelectual requer tanto competência como comprometimento. Os profissionais de Gestão de Pessoas que aumentam a competência e o comprometimento formam capital intelectual, e ao fazê-lo, tornam-se defensores dos colaboradores por estarem preocupados pela maneira como a empresa pode satisfazer suas necessidades. G e s t ã o d e Esses profissionais se esforçam para desenvolver práticas para gerar maior nível de competência de acordo com as requeridas pela organização, investem em práticas de Gestão de Pessoas para aumentar o comprometimento, a participação e o envolvimento dos colaboradores. Também monitoram se as políticas e práticas organizacionais ajudam ou bloqueiam o crescimento do colaborador. Quando identificam que uma prática impede que o colaborador adquira competência ou comprometimento, eles contestam e propõem mudanças. A Administração de Pessoal está preocupada basicamente com a qualidade das pessoas que compõe uma empresa e com a qualidade de vida das pessoas dentro da empresa. Os objetivos da Administração de pessoas derivam dos objetivos da organização inteira. Basicamente, os objetivos da Administração ou da Gestão de pessoas são: – Criar, manter e desenvolver um contingente de recursos humanos, com habilidade para realizar os objetivos da organização; – Criar, manter e desenvolver condições organizacionais de aplicação, desenvolvimento e satisfação plena dos recursos humanos, e alcance dos objetivos individuais; e alcançar eficiência e eficácia com os recursos humanos disponíveis de forma a proporcionar ajustamento entre os objetivos da empresa e os objetivos pessoais dos empregados; – Proporcionar a empresa os recursos humanos mais adequados ao seu funcionamento e as suas operações, de forma que os recursos humanos possam contribuir para a organização alcançar seus objetivos e realizar sua missão; – Proporcionar boas condições de trabalho e remuneração; – Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem motivados de forma que permaneçam na organização; – Proporcionar competitividade à organização; – Aumentar a auto-atualização e a satisfação dos empregados no trabalho; – Desenvolver e manter Qualidade de Vida no Trabalho; – Manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. R – Suprir a empresa dos recursos humanos por meio de recrutamento e seleção de pessoal; – Desenvolver na empresa os recursos humanos com potencial por meio do treinamento e desenvolvimento de pessoal. O que vem a ser política de recursos humanos? Em função da racionalidade organizacional, da filosofia e cultura organizacional surgem as políticas. Políticas são regras estabelecidas para governar funções e assegurar e c u r s o s H u m a n o s 5 que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados. Constituem orientação administrativa para impedir que empregados desempenhem funções indesejáveis ou ponham em risco o sucesso de funções específicas. Assim, políticas são guias para ação. Servem para prover respostas às questões ou aos problemas que podem ocorrer com certa frequência, fazendo com que os subordinados procurem, desnecessariamente, seus supervisores para esclarecimento ou solução de cada caso. As políticas de recursos humanos referem-se às maneiras pelas quais a organização pretende lidar com seus membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo condições para o alcance de objetivos individuais. Variam enormemente conforme a organização. Cada organização desenvolve a política de recursos humanos mais adequada à sua filosofia e às suas necessidades. A rigor, uma política de recursos humanos deve abranger o que a organização pretende acerca dos seguintes aspectos: MOTIVAÇÃO Motivação na contemporaneidade das empresas Não podemos deixar de falar sobre a pirâmide de Maslow quando falamos de motivação em empresas. Ele teve sua pirâmide transformada, analisada e criticada, mas os concei- tos nela embutidos continuaram intactos. A partir de sua pirâmide, muitos autores reescreveram as necessidades humanas, reeditaram-na, porém as cinco “necessidades” continuam intocáveis: necessidades fisiológicas, de segurança, social, de estima e de auto-realização. Observe a figura abaixo: (AUTO-DESENVOLVIMENTO, CRIATIVIDADE E AUTO-EXPRESSÃO) NECESSIDADE DE AUTO-AVALIAÇÃO (AUTO-DESENVOLVIMENTO, INDEPENDÊNCIA, REPUTAÇÃO ETC) NECESSIDADE DE ESTIMA (ACEITAÇÃO, AMIZADE, PERTENCER A UM GRUPO) NECESSIDADES SOCIAIS (PROTEÇÃO PRÓPRIA E DA FAMÍLIA, ESTABILIDADE NO LAR E NO TRABALHO) NECESSIDADES DE SEGURANÇA (SOBREVIVÊNCIA, ALIMENTAÇÃO, ROUPA,MORADIA E CONFORTO ETC) NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Ainda hoje, muitas empresas equivocadamente acreditam que apenas o salário, atendendo às necessidades fisiológicas e de segurança, é necessário para motivar um ser humano cujo estado normal de existência é de insatisfação. Observamos que quando um ser humano fica por muito tempo satisfeito com tudo, ele estagna e há motivo para preocupação, pois ele está fora de seu estado normal. Um aumento de salário, por exemplo, o entusiasma temporariamente, mas logo isso já não é mais suficiente para atender às inúmeras necessidades. Vamos relembrar um pouco do significado de cada uma das necessidades, fazendo uma analogia com a vida dentro de uma empresa: 6 G e s t ã o d e R Necessidades fisiológicas – são representadas, por exemplo, pela alimentação que primariamente precisa ser satisfeita, pela saúde que precisa ser mantida. O salário, o ticket alimentação ou cesta básica e a assistência médica cobrem essas necessidades. Necessidade de segurança – A necessidade de segurança está refletida no desejo incessante de ter um teto, seja ele um “barracão”, uma casa ou um apartamento. Mas não pára por aí, porque a necessidade de segurança também abarca a busca incansável pela estabilidade financeira e emocional, mesmo que a própria vida nos e c u r s o s H u m a n o s insista em dizer que a única coisa que ela não pode prometer é esta tão sonhada segurança. Vivemos sim períodos estáveis, mas nunca sabemos o que está por acontecer. O salário mais uma vez entra em ação atendendo esta necessidade, nos “garantindo” temporariamente a moradia e a “estabilidade”. Necessidade social – A necessidade social de pertencer a um grupo e ser aceito por ele também é suprida nos eventos promovidos pelas empresas como as festas em datas comemorativas (Natal, aniversariantes do mês, dia das mães, dos pais, ações sociais etc). As duas últimas necessidades que estão no topo da pirâmide: Autoestima e autorealização – a de autoestima e autorealização muitos colaboradores não conseguem experimentar essa satisfação. A necessidade de auto-estima reflete o desejo de ser reconhecido e respeitado como profissional, pela competência e esforço despendido para a realização de um bom trabalho, é a conquista de sua reputação profissional dentro e/ou fora da empresa. A necessidade de auto-estima reflete o espaço requerido para dar vazão ao seu potencial. Seria o aproveitamento do espaço da empresa para realização de atividades e projetos. Muitas empresas, ingenuamente, acreditam que pagando o salário, oferecendo benefícios e festas estão motivando os funcionários, mas esquecem da necessidade um “salário moral” que é extremamente importante e igualmente necessário para que se estimule a auto-motivação. Não adianta lindos e caros prêmios, se não há um clima organizacional que tenha como pilares o respeito e a transparência. Portanto, no dia-a-dia, vemos empresas premiando seus colaboradores à custa de uma jornada de trabalho estafante, com metas irreais e tempos inadequados para o cumprimento de suas atividades, sem esquecer que a palavra “planejamento” muitas vezes não integra o dicionário das empresas, gerando desgastes no trabalho que deveria ter sido feito para “ontem”. Mesmo que muitas empresas considerem impraticáveis aliar a remuneração mensal ao “salário moral”, o equilíbrio entre os dois pode levar a um ambiente mais propício para a auto-motivação de seus colaboradores, mesmo porque muitos empresários administram bem as finanças, mas não o fazem com as relações interpessoais dentro da empresa. Podemos concluir mencionando um artigo escrito recentemente por Maria Rita Gramigna, que esclarece sobre as emoções vivenciadas dentro da vida empresarial, nos remetendo ao pensamento de que após atendidas as necessidades básicas do ser humano, para continuarmos criando um ambiente favorável para a auto-motivação, devemos cultivar sentimentos como: reconhecimento, atitudes éticas, possibilidades de desenvolvimento e crescimento profissional, lealdade, respeito, caminhar ao encontro de um trabalho significativo em um sistema de gestão aberto e não estimular sentimentos de injustiça, posturas gerenciais agressivas e desqualificantes, estilos gerenciais autoritários, mudanças bruscas no modelo de gestão, sem a devida sensibilização e preparo dos colaboradores. A corporação que progride rumo a uma visão holística do “ser humano” consegue entender melhor o complexo mecanismo da auto-motivação e suas nuances, sendo assim cria condições para que o colaborador auto-gestione o que tem de melhor, a sua capacidade de realizar grandes feitos utilizando o melhor de sua energia dentro do espaço da empresa que o escolheu e que ele se dispôs a crescer. É um caminho rumo ao que todos os seres humanos e todas as organizações buscam uníssonos: o da valorização. Enquanto Maslow fundamenta uma teoria da motivação nas diferentes necessidades humanas (abordagem infra-orientada), Frederick Herzberg alicerça sua teoria no ambiente externo e no trabalho do indivíduo (abordagem extra-orientada). Segundo Herzberg, o indivíduo é motivado pela realização e reconhecimento do trabalho executado. Os fatores de motivação são: realização, reconhecimento, progresso e crescimento. O estímulo que move o indivíduo é interno, ele motiva-se quando busca novos conhecimentos e para isso não se deve apenas recompensá-lo financeiramente, porque isso degrada o indivíduo, deve-se recompensálo com elogios e reconhecimento. A responsabilidade gera crescimento no trabalho. Observe o esquema a seguir: O TRABALHO EM SI MOTIVACIONAIS RESPONSABILIDADE NECESSIDADE DE AUTO-REALIZAÇÃO NECESSIDADE DE ESTIMA PROGRESSO CRESCIMENTO REALIZAÇÃO RECONHECIMENTO STATUS RELAÇÕES INTERPESSOAIS SUPERVISÃO COLEGAS E SUBORDINADOS HIGIÊNICOS NECESSIDADES SOCIAIS NECESSIDADE DE SEGURANÇA SUPERVISÃO TÉCNICA POLÍTICAS ADMINISTRATIVAS SEGURANÇA NO CARGO CONDIÇÕES FÍSICAS DE TRABALHO NECESSIDADES FISIOLÓGICAS G SALÁRIO VIDA PESSOAL e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s 7 Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que rejeita noções preconcebidas e que reconhece essas diferenças individuais. Sua teoria se restringe exclusivamente à motivação para produzir. É o caso da Teoria Contingencial, de maior usabilidade atualmente e que defende que a administração é situacional, não existindo the best way (um único e melhor jeito de organizar). É justamente dentro do estudo da Teoria Contingencial que se apresenta o modelo contingencial de Victor H. Vroom. O modelo de Vroom defende que o nível de produtividade do indivíduo depende de três forças básicas: expectativas; recompensas; e, relações entre expectativas e recompensas. Para Vroom, a motivação de produzir é função de: – Expectativas: resultado da força do desejo de alcançar objetivos individuais; – Recompensas: resultado da relação percebida entre produtividade e alcance de objetivos individuais; – Relações entre expectativas e recompensas: resultado da capacidade percebida de influenciar seu próprio nível de produtividade. Chester Barnard reforçou a necessidade da comunicação direta e simples dos objetivos da empresa. Para Barnard, segundo o que escreveu em The functions of the executive, o papel do presidente executivo não é o de um ditador. Parte da sua responsabilidade consiste em dar enfoque aos valores morais da empresa; Para Chester Barnard, a parcela maior de responsabilidade pela integração dos objetivos individuais associados aos objetivos organizacionais recai sobre a alta administração. Teoria da aceitação da autoridade: a autoridade depende não do superior, mas do subordinado em aceitá-la ou não, quando: – Entende a ordem (comunicação); – Julga compatível com os objetivos pessoais e da empresa; – É capaz de cumprir a ordem. David McClelland identificou três necessidades secundárias adquiridas socialmente: realização, afiliação e poder. Cada indivíduo apresenta níveis diferentes dessas necessidades, mas uma delas sempre predomina denotando um padrão de comportamento. Pessoas motivadas por realização são orientadas para tarefas, procuram continuadamente a excelência, apreciam desafios significativos e se satisfazem ao completá-los, determinam metas realistas e monitoram seu progresso em direção a elas. Indivíduos motivados por afiliação desejam estabelecer e desenvolver relacionamentos pessoais próximos e pertencer a grupos, cultivam a cordialidade e afeto em suas relações, estimam o trabalho em equipe mais do que o individual. Finalmente, aqueles motivados pelo poder apreciam exercer influência sobre as decisões e os comportamentos dos outros, fazendo com que as pessoas atuem de uma ma8 G e s t ã o d e R neira diferente do convencional, utilizando-se da dominação (poder institucional) ou do carisma (poder pessoal). Gostam de competir e vencer e de estar no controle das situações. Onde me encaixo? É provável que você goste de ter o controle, deseje realizar coisas, tenha prazer em competir, estime cultivar relações pessoais. Mas observe como há um padrão dominante. Se eu solicitar a um grupo de alunos que todos cruzem os braços, algumas pessoas colocarão o braço direito sobre o esquerdo e vice-versa. Se eu solicitar que invertam essas posições, todos serão capazes de fazê-lo, mas seguramente sentirão um certo desconforto. Assim são as preferências: tendemos a optar por alguns padrões. Cada um tem uma base motivacional preponderante. Teoria aplicada à prática Por que certas organizações fracassavam? Há muitos modelos de negócios fantásticos que não geravam resultados. Há empresas lucrativas que definhavam devido à incompatibilidade entre seus sócios. Existem muitos executivos talentosos, porém sem brilho nos olhos. Hoje, à luz da Teoria de McClelland, podemos ter uma visão mais clara dos fatos relativos a empresas. Podemos compreender que para uma empresa lograr êxito é preciso a praticidade e o foco de pessoas motivadas pela realização, a liderança e a firmeza de indivíduos motivados pelo poder, a sinergia e empatia daqueles motivados por afiliação. Quando as empresas perceberem isso, será possível encontrarmos pessoas mais felizes trabalhando pelo simples fato de estarem posicionadas nos lugares corretos. Passarão a gostar do que fazem, pois poderão exercer suas habilidades com plenitude. Quando os empreendedores perceberem isso, será possível construir sociedades mais estáveis formadas por pessoas que se complementam mais por suas habilidades e anseios, e menos por cultivarem apenas relações de amizade. Teremos negócios mais sólidos, gerando mais empregos, sendo mais auto-sustentáveis. Quando as pessoas perceberem isso, será possível que passem a abrir mão da necessidade de estarem certas – ou de alguém estar errado – sem abdicar de suas próprias verdades filosóficas ou opiniões mais sensíveis. E passem, a partir deste autoconhecimento, a fazer o que podem, com o que têm, onde estiverem. Reportagem do Jornal Hoje, de 02 de abril de 2007 Esforço, competência, interesse pelo trabalho. Tudo isso deve fazer parte dos planos de quem quer crescer no emprego. Mas há um item que é ainda mais importante: Motivação. O Jornal hoje ouviu especialistas e vai mostrar que para se sentir motivado hoje em dia é preciso ter mais que um bom salário. Se você tiver, ela pode fazer com que sua carreira deslanche e que você chegue onde planeja. Se você não tiver, falta vontade até de ir para o trabalho. Afinal, você sabe realmente o que significa motivação e de onde ela vem? “Principalmente de um bom salário”, acredita um rapaz. e c u r s o s H u m a n o s “Tem que vir também de bastantes benefícios, pagar um convênio, cesta básica”, concorda uma jovem. Muitas empresas concordam. E é o que acontece em Maceió. Uma rede de hotéis vê a premiação como uma forma de motivar os funcionários. Ela faz parte de um programa que inclui o reconhecimento do desempenho do profissional. E para ganhar esse prêmio não é nada fácil, o colaborador precisa ter domínio e conhecimento do cargo, qualidade do trabalho, disposição, atitudes de cooperação em serviço e, claro, iniciativa. Foi assim que Antônio Carlos, que é garçom, ganhou uma vez o prêmio de funcionário padrão. “É só fazer por onde que a gente chega lá e é reconhecido. E bem merecido!”, acredita. Mas para alguns especialistas, isso não é motivação, assim como um aumento de salário também não é. Isso é condicionamento. “Essa é uma confusão que não só as empresas como as pessoas fazem. A psicologia social já nos mostrou que aquilo que está fora das pessoas não motiva, condiciona. Se eu digo a ela você fez um bom trabalho vou conseguir para você um aumento de salário, da próxima vez que eu quero que ele faça um bom trabalho eu preciso acenar com um aumento de salário”, explica a especialista em motivação Cecília Bergamini. As necessidades interiores são pessoais e intransferíveis, cada um tem uma. E para descobrir o que lhe motiva é preciso primeiro saber o se quer, depois fazer projetos a curto, médio e longo prazos. A empresa onde Zolmar Zagrande trabalha, que é uma grande empresa do ramo atacadista de produtos não perecíveis, tem uma política interna de valorização do funcionário a partir da avaliação de desempenho. O Volmar começou há 15 anos nessa empresa lá no interior do Paraná, como ajudante de motorista. Quando a empresa se instalou na região metropolitana de Curitiba, em Araucária, ele foi para lá. Hoje ele é gerente de crédito e de cobrança. Como ele fez para chegar até aqui? “Eu acho que o desafio leva você a buscar novos horizontes, conhecer coisas novas. Você tem que se propor uma meta e não só esperar que os outros imponham para você. A empresa coloca metas para você e ela tem oportunidades, vai depender do seu esforço para que você consiga atingir os seus objetivos, os objetivos dela.” Segundo uma pesquisa da Gallup Organization, uma instituição que estuda a natureza e o comportamento humanos, apenas 21% dos brasileiros estão engajados, ou seja, têm um sentimento de conexão com a empresa. A causa disso é a falta de motivação. “O que desmotiva é exatamente você oferecer um fator de contra-satisfação. Você não saber e não atender aquilo que a pessoa quer. Se ela quer um trabalho mais complexo, que exija mais dela, se você colocá-la no arquivo morto da empresa, você está desmotivando as pessoas”, explica Cecília. Então vamos a algumas dicas que podem ajudar você a se sentir sempre motivado: – Não fique chateado ao receber uma crítica, principalmente se vem de uma pessoa que você respeita. – Pegue uma folha de papel e escreva tudo o que você pretende alcançar em 2008. Cole em um lugar para o qual você olhe regularmente. Isso vai lhe dar força para buscar seus objetivos. G e s t ã o d e R – A motivação está dentro de você, mas as empresas também podem ajudar. Como? Observe seus funcionários e ajude-os a alcançar suas metas. Agora, sabendo que essa motivação depende muito de você, faça seus planos, assuma o controle da sua carreira e, principalmente, coloque paixão em tudo o que faz. Uma das formas que as organizações encontram para motivar os funcionários é através dos benefícios que oferecem. Aí surgem os benefícios sociais, que são todas as facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sentido de melhorar sua qualidade de vida. Os benefícios podem ser classificados em dois tipos: benefícios legais e benefícios espontâneos. Benefícios legais: são aqueles estabelecidos pela legislação trabalhista ou ainda por Convenção Coletiva de Trabalho entre os sindicatos patronais e dos empregados. São, portanto, obrigatórios. Os principais benefícios obrigatórios são: – – – – – – – – – 13° salário; Férias e abono de férias; Auxílio-natalidade; Salário-família, para o trabalhador de baixa renda; Adicionais por trabalho noturno ou extraordinário; Seguro de acidente de trabalho; Auxílio-doença; Fundo de garantia por tempo de serviço; Outros. Benefícios espontâneos: são aqueles concedidos pela livre iniciativa da empresa podendo, a qualquer momento, ser cessado ou modificado. São exemplos de benefícios espontâneos: – Transporte para o funcionário se locomover de sua casa para o trabalho e vice-versa. Os custos podem ser por rateio entre empresa/funcionário, em proporção variada, ou pode ser por ônus total da empresa; – Refeitório na própria empresa; – Assistência médico-hospitalar com empresa privada; – Plano de previdência privada ou complementação de aposentadoria; – Gratificação natalina por produtividade; – Cooperativa de gêneros alimentícios; – Cesta básica de alimentos; – Plano de financiamento com juros subsidiados; – Serviço médico na própria empresa; – Entre outros. Os benefícios espontâneos representam uma ferramenta importantíssima na satisfação da necessidade internas dos indivíduos, pois não são obrigatórios. As empresas buscam funcionários altamente motivados, por isso oferecem cada vez mais esses tipos de benefícios. e c u r s o s H u m a n o s 9 POLÍTICA DE PESSOAL Política de Pessoal: é o conjunto de normas adotadas para a consecução dos objetivos empresariais e deve evitar a evasão da mão-de-obra qualificada já existente na empresa. A reposição da mão-de-obra implica em custos relativamente elevados e, além disso, pode ser difícil, devido à escassez de profissionais de bom nível em disponibilidade no mercado de trabalho. – Principais itens a serem observados pela Administração de Pessoal, para atender racionalmente à política de pessoal traçada pela empresa: – Elaboração de um Plano de Avaliação de Cargos (*) e Funções justo e racional, que se constitui no pontochave para as médias e grandes empresas. – Orientação firme e decidida no recrutamento e seleção, conforme o Plano de Avaliação de Cargos e Funções, para que as novas admissões de empregados se façam dentro dos padrões de qualidade e aptidão estabelecidos no referido plano. – Ambientação cuidadosa do novo empregado em seu novo trabalho, às normas e recursos disponíveis, aos seus colegas e superiores. – Estabelecimento de um clima de segurança entre os empregados, visando seu futuro na organização. Deve-se então, manter boas relações humanas, incentivar a cooperação e observar um sistema racional de prevenção contra acidentes de trabalho. – Verificações constantes das necessidades de treinamento para a realização de cursos necessários tanto ao desenvolvimento tecnológico, como à valorização do ser humano. – Elaboração e atendimento regular a um sistema de promoções por mérito e por tempo de serviço. (*) Avaliação de Cargos é um meio de determinar-se o valor relativo de cada cargo dentro da estrutura organizacional (equilíbrio interno), e portanto, a posição relativa de cada cargo dentro da estrutura de cargos da organização. Avaliação de Cargos também pode ser entendida como um termo genérico que abarca um número de técnicas por meio das quais se aplicam critérios comuns de comparação de cargos para se conseguir uma estrutura lógica, equitativa, justa e aceitável de cargos. É o processo de analisar e comparar o conteúdo de cargos, no sentido de colocá-los em uma ordem de classes, as quais podem ser usadas como base para um sistema de remuneração. Em outras palavras, a avaliação de cargos relaciona-se fundamentalmente com o preço para o cargo. No sentido estrito, a avaliação de cargos procura determinar a posição relativa de cada cargo com os demais: as diferenças significativas entre os diversos cargos são colocadas em uma base comparativa a fim de permitir uma distribuição equitativa dos salários dentro de uma organização, para neutralizar qualquer arbitrariedade. OBS: o equilíbrio externo (ou consistência externa dos salários) é alcançado por meio de informações externas obtidas por meio da pesquisa de salários. Com essas informa10 G e s t ã o d e R ções internas e externas, a organização define uma política salarial normalizando os procedimentos a respeito da remuneração do pessoal. Em suma, podemos concluir que uma administração de pessoal adequada deve: – recrutar e selecionar recursos humanos capacitados e adequados ao seu funcionamento e às suas operações, mantendo-os a longo prazo na sua organização; – proporcionar aos empregados um trabalho condizente, ambiente adequado e condições de remuneração de tal modo que se sintam motivados a permanecer na organização e a trabalhar nela com dedicação e lealdade; – proporcionar condições de perfeito ajustamento entre os objetivos organizacionais da empresa e os objetivos pessoais dos empregados; – desenvolver as aptidões individuais por meio do treinamento. Por isso, é comum afirmar que a Administração de Pessoal está preocupada basicamente com a qualidade das pessoas que compõem uma empresa e com a qualidade de vida das pessoas dentro da empresa. A qualidade de vida representa o grau de satisfação de cada pessoa com relação ao ambiente que a cerca dentro do seu trabalho e ao ambiente que ela consegue desenvolver fora de seu trabalho, isto é, em sua vida particular. Classificação de Cargos: de acordo com os resultados da avaliação, os cargos podem ser classificados em classes de cargos. O agrupamento dos cargos em classes visa facilitar a administração salarial, além de permitir que cada classe de cargos tenha um tratamento genérico em termos de salários, benefícios sociais, regalias e vantagens, sinais de status etc. A classificação de cargos é fixada arbitrariamente. Para o propósito de estabelecer salários, é costume dividir as séries em graus ou grupos de cargos (classes de cargos), para os quais são atribuídas faixas de classes de salários com limites máximos e mínimos. No final, cada classe passa a ter um relativo grau de importância, e todos os cargos nela contidos passam a ter igual tratamento. Alguns métodos de avaliação de cargos tendem a proporcionar automaticamente uma classificação dos cargos. É o caso do método do escalonamento e das categorias predeterminadas. Outros métodos, como o de avaliação por pontos, proporcionam um número de pontos para cada cargo, permitindo que a classificação dos cargos seja feita por classes de pontos. Existem vários critérios para classificação de cargos: a) Classificação por pontos: os cargos são agrupados em classes de acordo com intervalos de pontos. CLASSES DE CARGOS 1 2 3 - e c u r s o s H u m a n o s AMPLITUDE DE PONTOS Até 100 101 – 200 201 – 300 301 – 400 - Carreira é a trajetória do trabalhador desde o seu ingresso no cargo ou emprego até o seu desligamento, regida por regras específicas de ingresso, desenvolvimento profissional, remuneração e avaliação de desempenho. Já o nível de Classificação é o conjunto de cargos de mesma hierarquia, classificados a partir do requisito de escolaridade, nível de responsabilidade, conhecimentos, habilidades específicas, formação especializada e experiência profissional. O Padrão de Vencimento representa a posição do funcionário na escala de vencimento da carreira em função do nível do cargo e nível de classificação. b) Classificação por cargos de carreira: – Escriturário I; – Escriturário II; – Escriturário III. c) Classificação por grupo ocupacional: – Engenheiro Civil; – Engenheiro Eletricista; – Engenheiro Químico. d) Classificação por área de serviço: – Gerente Financeiro; – Tesoureiro; – Contador; – Subcontador; – Caixa etc. e) Classificação por categorias: – Secretária Júnior; – Secretária Sênior; – Secretária Bilíngue; – Secretária Trilíngue; – Secretária Executiva. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS O planejamento estratégico de Gestão de Pessoas (ou planejamento estratégico de recursos humanos) não pode estar dissociado do planejamento estratégico da organização. À medida em que a empresa formula seu processo de planejamento estratégico global, no desmembramento dos objetivos, das estratégias e dos planos de ação, a área Gestão de Pessoas deverá estar envolvida e ter de forma clara quais serão suas atribuições no contexto global. Sua atuação se dá de forma estratégica, tática e operacional para atender as necessidades da organização. O planejamento estratégico de Gestão de Pessoas deve ser parte integrante do planejamento global da empresa. O processo de planejamento da área de Gestão de Pessoas ocorre naturalmente, na medida em que o planejamento global é formulado, trata-se de um processo de cima para baixo, no qual a área vai identificar o que fazer, como fazer, quando fazer, a partir das estratégias, dos objetivos macros definidos para a organização. Este processo não pode ocorrer de forma isolada, de baixo para cima, ou seja, a área de Gestão de Pessoas formula seu planejamento e depois “liga” com o planejamento estratégico da empresa. PLANEJAMENTO DE CARREIRA Plano de carreira é o conjunto de normas que disciplinam o ingresso e instituem oportunidades e estímulos ao desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores de forma a contribuir com a qualificação dos serviços prestados pelos órgãos e instituições, constituindo-se em instrumento de gestão da política de pessoal; G e s t ã o d e R O futuro de uma pessoa pode ser determinado pelas escolhas que ela faz tanto na vida pessoal quanto profissional. No âmbito corporativo isso tem sido comprovado no dia-a-dia, pois se tornou comum os colaboradores direcionarem determinadas ações e investimentos para garantir a empregabilidade, afinal a competitividade no mercado é cada vez maior. Nesse “meio de campo”, existe um recurso que quando bem estruturado pode se tornar um grande aliado de quem deseja superar obstáculos no trabalho e, no caso das organizações, para aquelas que desejam reter seus talentos: o planejamento de carreira. De acordo com Christianne Saua, consultora Sênior da Korum Transição de Carreira, esse planejamento específico surge em dois momentos distintos. Primeiro, pode ser realizado como forma preventiva, para todos os colaboradores, através da realização de reuniões de discussão de carreira e de feedback de desempenho. Isso vale destacar, poderá gerar discussões positivas sobre o assunto, durante a permanência do profissional na organização. O planejamento de carreira acontece ainda em uma outra situação: quando o funcionário está sendo desligado da empresa e, nesse caso, consiste em oferecer um programa de recolocação em um momento delicado de transição de profissional. “Este trabalho oferece um suporte ao funcionário desligado, em um período inicial e difícil, após o rompimento de contrato. Junto com um consultor, por exemplo, são realizadas reuniões de planejamento de carreira, levando em conta o perfil pessoal e profissional, a análise do mercado, o projeto de vida pessoal e profissional. Elabora-se, então, uma estratégia de abordagem em relação ao mercado e serão dadas orientações sobre como se comunicar com o mercado”, explica Saua. É importante que as lideranças estimulem discussões em relação à carreira com seus funcionários e, na medida do possível, ofereçam suporte efetivo para o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos. Trabalhando seus recursos internos, o gestor manterá assim uma boa linha de sucessão preparada para futuras possibilidades e necessidades da organização. Outro fator relevante é que ao oferecer um programa de recolocação como um benefício “extra” no momento de rescisão de contrato, a organização passará a mensagem aos colaboradores de respeito e cuidado, a preocupação com a carreira, com as melhorias para um próximo emprego e tudo isso poderá minimizar as possibilidades de uma ação trabalhista. e c u r s o s H u m a n o s 11 Mas, os benefícios que o planejamento de carreira não param por aí, muito pelo contrário. Essa prática pode também trazer redução de custo com consultorias de seleção e de investimento em treinamentos iniciais para novos funcionários, diminuir o risco de uma contratação errada e manter um fluxo saudável de crescimento dentro da organização. Somam-se a esses, outros benefícios que podem ser gerados às organizações: aumento da motivação dos funcionários e favorecimento à atratividade de candidatos potenciais. “Quando estimula o planejamento de carreira, o gestor desenvolve sua liderança efetiva, pois em discussões sobre carreira é necessário ter habilidade de dar feedback, saber ouvir, propor e negociar alternativas, ser assertivo. Observase também o aumento da maturidade entre ambos, ou seja, líder e liderado”, explica Christianne Saua, ao acrescentar que uma conversa franca, pontual e sistemática traz o respeito do colaborador ao grupo e à empresa, além de favorecer um maior alinhamento e comprometimento. Por outro lado, ela alerta para o fato de que é comum encontrar gestores que não realizam uma discussão de carreira com seus funcionários por receio em dizer que a empresa não tem planos futuros de carreira e, dessa forma, perder o colaborador que faz bem o seu trabalho. Um fato mais agravante acontece quando as lideranças alimentam a possibilidade de futuras promoções, mesmo sabendo que estas dificilmente irão ocorrer. Caso não tenham qualquer plano futuro para o funcionário, faz parte da ética profissional “jogar limpo” e o próprio trabalhador terá a oportunidade de decidir por si próprio, ou seja, se prefere continuar na empresa no mesmo cargo, buscar novas posições dentro da organização ou até procurar uma nova recolocação externa. É fundamental também lembrar que no dia-a-dia organizacional nem sempre a alta liderança possui um budget (orçamento) separado para suportar esse tipo investimento, e vai lentamente promovendo o funcionário quando ele já está efetivamente no cargo por um bom tempo. Outro detalhe importante é que os funcionários, por sua vez, pressionam seus gestores e o RH para fazerem ajustes em seu cargo e salário. O profissional de RH fica em meio a este conflito nada bom. A sugestão é preparar os gestores e os funcionários sobre a necessidade de sempre promover uma conversa franca e pontual sobre carreira. Um bom RH e um bom gestor são os que analisam a estrutura organizacional necessária para a condução dos negócios, desde a complexidade das funções, requisitos do cargo até a análise do potencial de seus colaboradores. “Que deixem claro aos colaboradores esta estrutura, requisitos de uma próxima função e resultados para uma análise do potencial”, afirma Christianne Saua, ao reforçar que conversando todos podem produzir, por exemplo, planos de desenvolvimento que sustentem esse trabalho, baseados em reuniões de feedback, de interesse de carreira, contendo desafios constantes, treinamentos e projetos diversificados. Os benefícios – O plano de carreira é benéfico tanto para as organizações, quanto para os profissionais. Para o colaborador, essa prática traz um maior alinhamento e segurança por sentir que há um interesse genuíno da empresa por sua carreira. O profissional sente-se motivado em ir em busca de um aprimoramento de suas competências técnicas 12 G e s t ã o d e R e comportamentais, e isso, consequentemente, favorece é claro a condução do seu trabalho. Já a organização de forma geral ganha maior fidelização do funcionário com a empresa, comprometimento e melhora no clima organizacional. Mas, quem deve participar da elaboração de um plano de carreira? Para Christianne Saua, é fundamental as presenças do próprio colaborador, do supervisor de segundo nível, juntamente com o apoio de um consultor interno de Recursos Humanos. Todos deverão ter ciência e oferecer suporte efetivo, comprometimento e tomada de decisão em momentos oportunos. Além de dar ênfase ao conhecimento técnico, um estruturado plano de carreira deverá levar em conta outros fatores como, por exemplo: projeto de vida, perfil, tanto pessoal como profissional e o mercado. Outro fator relevante é não esquecer o desenvolvimento de competências comportamentais tão valorizadas pelas organizações. Nesse item específico entra o esforço do próprio profissional, pois ele terá de fazer um esforço extra e se aprimorar, uma vez que ninguém poderá assumir essa responsabilidade por ele. Por que é preciso planejar a carreira? – Para a consultora, todo e qualquer profissional deve ter um plano de carreira e é fundamental que se comece a refletir sobre esse assunto desde cedo. “O profissional deve estar atendo às possibilidades, não deixando essa responsabilidade ao acaso ou mesmo em cima dos ombros do próprio RH. É importante que o colaborador saia do comodismo, estrategicamente e com muita diplomacia, busque entender quais são os requisitos de um próximo cargo desejado e vá se preparando”, complementa. Por fim, Christianne Saua afirma que o plano de carreira retém funcionário, pois esse profissional sente que a empresa possui planos efetivos e tem compromisso com ele. Este assunto deve fazer parte da cultura organizacional, sempre oferecendo suporte e condições necessárias de desenvolvimento e feedback constante. “São muitos os benefícios deste trabalho, pelo lado da organização e para o colaborador. Mas o principal é a manutenção de um fluxo sadio de crescimento e desenvolvimento da organização”, conclui. PRINCIPAIS ATIVIDADES DO SETOR DE PESSOAL RECRUTAMENTO O serviço desempenhado na área de recrutamento consiste em atrair ou ir à procura de pessoas que possuam qualificações necessárias para o preenchimento dos cargos existentes na empresa, ou seja, procurar os trabalhadores necessários à empresa. Para que o recrutamento proporcione uma imagem pública da empresa favorável ao mercado de trabalho é necessário que seja feito com continuidade e constância, mesmo que a empresa não tenha vagas em determinado momento. Convém salientar que não basta quantidade, isto é, muita gente, mas o que realmente deve interessar aos quadros de uma empresa são pessoas aptas para a execução dos serviços ou tarefas – pessoas capacitadas ou que demonstrem possibilidades futuras. Um administrador de pessoal não pode ignorar esse detalhe importantíssimo, porque, caso contrário, e c u r s o s H u m a n o s ele também pecará pela falta de qualificação para o cargo que ocupe, entre outras palavras, são necessárias as pessoas certas para os cargos certos. Vale ressaltar que em geral, o recrutamento é um processo que varia de acordo com a organização. O início do processo de recrutamento depende da decisão de linha (chefia). Em outras palavras, o órgão de recrutamento não tem autoridade de efetuar qualquer atividade de recrutamento sem a devida tomada de decisão por parte do órgão que possui a vaga a ser preenchida. Como o recrutamento é uma função de staff, suas providências dependem da linha, que é oficializada por meio de uma requisição de empregado ou requisição de pessoal. Trata-se de um documento que deve ser preenchido e assinado pelo responsável que pretende preencher alguma vaga em seu departamento ou seção. Quando o S.R.H. recebe a requisição, verifica se existe algum candidato adequado (com o perfil adequado para ocupar o cargo vago) disponível nos arquivos, caso contrário, deve recrutá-los através das técnicas de recrutamento mais adequadas conforme o caso. Geralmente os serviços de recrutamento costumam procurar os candidatos aos empregos disponíveis recorrendo a uma das técnicas de recrutamento: – Anúncios publicados em jornais – Os Jornais de grande circulação, de um modo geral, possuem cadernos ou seções destinadas exclusivamente às ofertas e procuras de trabalhadores em seus classificados. – Agências ou empresas de empregas – São as empresas prestadoras de serviços especializadas em recrutamento de pessoal. – Escolas profissionalizantes e universidades – Em algumas escolas profissionalizantes ou universidades são afixados, no quadro de avisos, anúncios de empresas solicitando candidatos para o preenchimento de vagas disponíveis. – Funcionários da empresa – Muitas vezes, os próprios empregados indicam conhecidos ou amigos para o possível preenchimento das vagas disponíveis. – Tabuletas à porta da fábrica – Geralmente feita de madeira, com letreiro removível, colocado perto da entrada dos estabelecimentos. – Anúncios na Internet – muitos sites especializados anunciam vagas disponíveis. Com o avanço tecnológico e o número de computadores disponíveis no mercado, quer seja em casa, shoppings, lanchonetes e outros. Esse tipo de anúncio se torna cada vez mais comum. O fato de existirem vários meios de atrair novos candidatos, não quer dizer necessariamente que é tarefa fácil recrutar candidatos, principalmente os mais bem qualificados. Até por que somente os que se adequarem ao perfil do cargo, são os que serão selecionados. Muitas empresas ao necessitar de funcionários muito qualificados (como por exemplo, os executivos que atuam em grandes projetos) dão preferência aos candidatos reco- G e s t ã o d e R mendados pelas agências especializadas, que, inclusive, preparam cuidadosamente o curriculum vitae (denominação latina com o significado de carreira de vida). Assim procedendo, essas empresas entrevistam candidatos certos, qualificados e realmente capacitados, dentro do perfil e das exigências da empresa solicitante. Quando o candidato comparece à empresa, atendendo a determinado convite, anúncio ou indicação, cessa a atividade de recrutamento e inicia-se a atividade de seleção e colocação dos candidatos O Recrutamento pode ser interno, externo ou misto. Recrutamento interno O recrutamento é interno quando, havendo determinada vaga, a empresa procura preenchê-la por meio do remanejamento de seus empregados, que podem ser promovidos (movimentação vertical) ou transferidos (movimentação horizontal) ou ainda transferidos com promoção (movimentação diagonal). Pode envolver: – – – – – Transferência de pessoal; Promoções de pessoal; Transferências com promoções de pessoal; Programas de desenvolvimento de pessoal; e Planos de encarreiramento (carreiras) de pessoal. O recrutamento interno exige uma intensa e contínua coordenação e integração do órgão de recrutamento com os demais órgãos da empresa. O recrutamento interno exige o conhecimento prévio de uma série de dados e informações de seus funcionários, tais como: resultados obtidos pelo candidato nos testes de seleção a que se submeteu quando ingressou na empresa; resultados das avaliações que o funcionário foi submetido; resultado dos programas de treinamento e aperfeiçoamento que o funcionário participou; análise e descrição do cargo atual do funcionário e do cargo que ele poderá ocupar, de forma a avaliar a diferença entre ambos e os requisitos adicionais que serão necessários a serem avaliados, caso o funcionário seja escolhido para o novo cargo dentro da instituição. Vantagens do recrutamento interno As principais vantagens que o recrutamento interno pode trazer são: – Economia para a empresa (anúncios, treinamento etc); – Maior índice de validade e de segurança, pois o candidato já é conhecido; – Rapidez; – Ótima fonte de motivação para os empregados, desde que estes vislumbrem a possibilidade de crescimento dentro da organização; – Aproveita os investimentos da empresa em treinamento do pessoal; e c u r s o s H u m a n o s 13 – Desenvolve um sadio espírito de competição entre o pessoal, tendo em vista que as oportunidades serão oferecidas àqueles que realmente demonstram condições de merecê-la. Desvantagens do recrutamento interno – Exige que os novos empregados tenham condições em potencial de desenvolvimento para poderem ser promovidos, no mínimo, a alguns níveis acima do cargo onde estão sendo admitidos, e motivação suficiente para chegar lá; mas se a organização realmente não oferecer oportunidades de crescimento no momento adequado, corre-se o risco de frustrar os empregados em seu potencial e em suas ambições, trazendo consequências diversas como apatia, desinteresse, ou o desligamento da organização, a fim de aproveitar oportunidades lá fora. – Quando administrado incorretamente, pode levar a situação que Laurence Peter denomina de “princípio de Peter”: as empresas, ao promoverem incessantemente seus empregados, elevam-nos sempre à posição onde demonstram o máximo de sua incompetência; – Pode gerar um conflito de interesses, pois, ao explicar as oportunidades de crescimento dentro da organização, tende a criar uma atitude negativa dos empregados que, por não demonstrarem condições, não estão aptos para aquelas oportunidades; – Não pode ser feito em termos globais dentro da organização; a idéia de que, quando o diretor, presidente, ou dirigente se afasta, a organização pode admitir aprendizes e promover diversas pessoas já foi enterrada há muito tempo, ocorrendo no caso, uma grande descapitalização do patrimônio humano da organização, ou seja, perde-se um dirigente e se ganha aprendizes na empresa, novatos e inexperientes, a fim de não prejudicar o patrimônio humano. – Quando efetuado continuamente, pode levar os empregados a uma progressiva limitação às políticas e diretrizes da organização, ou seja, os empregados adaptam-se a eles e perdem a criatividade e a atitude de inovação. Para que o recrutamento interno seja efetuado corretamente é necessário que o candidato interno a um novo cargo tenha efetivamente condições, de no mínimo, igualar-se a curto prazo ao antigo ocupante do cargo. Se isso não ocorrer e o funcionário ocupante de novo cargo não for escolhido corretamente, ou seja, não tiver o perfil adequado ao novo cargo e ainda, caso ele volte ao cargo anterior, isso poderá trazer sérias consequências para a empresa e o para o funcionário (desmotivação, desinteresse, apatia etc.). Recrutamento externo O recrutamento é externo quando, havendo determinada vaga, a organização procura preenchê-la com pessoas de fora da empresa, ou seja, diferente do recrutamento interno, 14 G e s t ã o d e R não trabalham na empresa. O recrutamento externo incide sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados em outras organizações. Veja os tipos de candidatos abaixo: – Candidatos aplicados (ou empregados): estão trabalhando em alguma empresa. Os aplicados podem ser: reais ou potenciais. • reais: são que estão procurando emprego ou pretendendo mudar de emprego. • potenciais: são os que não estão interessados em procurar emprego. – Candidatos disponíveis: candidatos que estão desempregados. Também se classificam em reais e potenciais. • reais: são os que estão desempregados e a procura de emprego. • potenciais: são os que não estão interessados em procurar emprego. Técnicas utilizadas no recrutamento externo São os métodos por meio dos quais a organização aborda e divulga a existência de uma oportunidade de trabalho junto às fontes de recursos humanos mais adequados. São também denominadas veículos de recrutamento, pois são fundamentalmente meios de comunicação. As técnicas podem ser assim representadas: – Apresentação de candidatos por parte dos funcionários da empresa; – Arquivos de candidatos que se apresentaram espontaneamente ou em outros recrutamentos; – Cartazes ou anúncios na portaria da empresa; – Contratos com universidades, escolas, agremiações estudantis, diretórios acadêmicos, centros de integração empresa-escola etc.; – Contatos com sindicatos e associações de classe; – Agências de recrutamento; – Conferências e palestras em universidades e escolas; – Contatos com outras empresas que atuam no mesmo mercado, em termos de cooperação mútua; – Viagens para recrutamento em outras localidades; – Anúncios em jornais, revistas etc.; – Anúncios em rádios; – Anúncios pela internet. Headhunters – também chamados de “caçadores de cabeças”, prestam serviços de alto nível e atuam, principalmente, no recrutamento de executivos. São empresas de consultorias ou mesmo agências. Esse tipo de trabalho é contratado pelas organizações que buscam profissionais escassos no mercado de trabalho quando os prováveis candidatos já trabalham para empresas concorrentes, ficando difícil a abordagem direta ou quando a empresa fica situada em local diferente do local onde trabalham os possíveis candidatos. e c u r s o s H u m a n o s Consultoria de outplacement/replacement – também denominadas de agências de emprego, atuam na recolocação de profissionais no mercado. O papel da consultoria ou agência é buscar a recolocação do profissional que está sendo demitido no mercado de trabalho, cujo ônus é de responsabilidade da empresa que está dispensando. Também pessoas físicas utilizam destes serviços, inclusive para testarem sua empregabilidade. Qual técnica escolher? Outro aspecto relevante para o processo de recrutamento é a escolha adequada da técnica. Esta escolha deve estar condicionada às características do cargo, perfil e local do recrutamento. A utilização de uma técnica inadequada demandará somente custos, sem a atração dos candidatos com maior potencial. Cada situação – perfil e especificação do cargo, porte da empresa, localização, variáveis econômicas e sociais – exigirá a escolha da técnica mais adequada. Quais são as etapas do processo de recrutamento de pessoal? O fluxo do processo de recrutamento poderá seguir as etapas a seguir: a) Emissão da requisição de pessoal com o respectivo perfil, por uma área da empresa; b) Aprovação do chefe imediato e diretoria; c) Análise da área de Gestão de Pessoas; d) Defi nição da modalidade de recrutamento (interno x externo); e) Escolha e aplicação da técnica mais adequada. OBS: Cada empresa, de acordo com sua estrutura, deverá definir o fluxo mais adequado para o processo de recrutamento de pessoal, devendo priorizar a agilidade e a descentralização do processo, além de uma análise precisa da real necessidade de novos profissionais e de uma definição clara e precisa do perfil. Vantagens do recrutamento externo – Traz “sangue novo” e experiências novas para a organização, além de trazer novas idéias e teoricamente falando, gente mais preparada devido às novas exigências do mercado; – Aproveita o pessoal preparado por empresa especializada; – Renova e enriquecem os RH com pessoal igual, ou melhor, ao existente na organização. Desvantagens do recrutamento externo – Demora até a admissão, além da demora com treinamento; – É mais caro, envolve mais gastos, sobretudo com anúncios e muitas vezes com treinamento especializado que a empresa contrata de fora; G e s t ã o d e R – É menos seguro, pois as pessoas são desconhecidas, e por mais que se procure o candidato com o perfil mais adequado, a empresa tem dificuldades de encontrar esse candidato; – Pode gerar problemas com o pessoal interno, que pode se sentir desprestigiado. Recrutamento Misto Na realidade, uma empresa nunca faz apenas recrutamento interno ou apenas recrutamento externo. Um deve sempre complementar o outro, pois, ao se fazer recrutamento interno, o indivíduo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em sua posição atual. Logo, se o recrutamento foi interno, em algum ponto da organização surgiu uma posição a ser preenchida através do recrutamento externo, a menos que o cargo não seja mais ocupado. Por outro lado, sempre que se faz recrutamento externo, algum desafio, alguma oportunidade ou algum horizonte deve ser oferecido ao novo empregado, sob pena de procurar desafios e oportunidades em outra organização que lhe pareça melhor. Em face das vantagens e desvantagens dos recrutamentos interno e externo, uma solução muitas vezes tem sido bastante utilizada pelas empresas: o recrutamento misto, ou seja, aquele que aborde tanto fontes internas, como fontes externas de recursos humanos. O Recrutamento Misto pode ser adotado em três alternativas: a) Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso aquele não apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal já qualificado, a curto prazo, e precisa importá-lo do ambiente externo. Não encontrando candidatos externos à altura, lança mão de seu próprio pessoal, não considerando, de início, os critérios acerca das qualificações necessárias. b) Inicialmente, recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso não apresente resultados desejáveis. A empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das oportunidades existentes. Não havendo candidatos à altura, parte para o recrutamento externo. c) Recrutamento externo e interno concomitantemente. É o caso em que a empresa está mais preocupada com o preenchimento de vaga existente, seja através de pessoas de fora da empresa, como de aproveitamento de pessoas que já trabalham na empresa. Geralmente, uma boa política de pessoal dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em caso de igualdade de condições entre eles. Com isso a empresa assegura-se de que não está descapitalizando seus recursos humanos, ao mesmo tempo em que cria condições de sadia competição profissional. e c u r s o s H u m a n o s 15 SELEÇÃO Podemos dizer que a seleção visa a escolher o candidato certo para o cargo certo. A tarefa da seleção é a de escolher, entre os candidatos recrutados, aqueles que têm maiores probabilidades de ajustar-se ao cargo vago, entre outras palavras, aqueles que têm o perfil mais adequado. Assim, o recrutamento possibilita ao setor de recursos humanos escolherem entre os atraídos, aqueles candidatos que serão os futuros funcionários da organização. Colocação é diferente de seleção, ela tem por objetivo celebrar o contrato de trabalho, legalizando a relação de emprego entre a empresa (o empregador) e o trabalho (o empregado), de acordo com a legislação em vigor. A seleção de recursos humanos pode ser definida como a escolha do homem certo para o cargo certo, ou, mais amplamente, entre os candidatos recrutados, aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal. Quando se fala do homem certo para o cargo certo está se querendo estabelecer uma proporcionalidade, logo o novo ocupante de cargo será considerado ideal para o cargo se tiver os requisitos necessários para ocupar o cargo. Então, se têm requisitos demais ou de menos, não irá existir a proporcionalidade, o candidato não é considerado ideal para o cargo. Assim sendo, a seleção visa a solucionar dois problemas básicos: a) adequação do homem ao cargo; e b) eficiência do homem no cargo. c) d) Técnicas de seleção de pessoal Entre os candidatos apresentados pela etapa de recrutamento, será necessário utilizar procedimentos capazes de compará-los, com o objetivo de selecionar os potencialmente mais capazes. Existem várias técnicas para identificar as características pessoais de cada candidato, visando selecionar o mais apto. Um método de seleção pode ser válido quando é capaz de medir as características que realmente são importantes para o desempenho das atribuições do cargo que irá ocupar. Segundo Chiavenato (1999), Marras (2001) e Gil (2001), as principais técnicas de seleção são: a) Análise de currículo – o currículo é a primeira ferramenta que põe o candidato em contato com o selecionador. É um instrumento útil para a obtenção de informações do candidato, porém, na maioria dos casos, é insuficiente para proporcionar uma visão real do candidato. Por isso, convém combinar a análise curricular com outras técnicas, como a entrevista, por exemplo. É recomendável que na análise de currículo se procure identificar sinais de: competência profissional, desejo de permanência no emprego e de seguir carreira, experiência prática, adequação ao cargo, vontade de trabalhar e de aceitar novos desafios etc. b) Carta de apresentação – é a correspondência enviada pelo candidato, juntamente com seu curriculum vitae, por iniciativa própria, ou atendendo 16 G e s t ã o d e R e) f) e c u r s o s a uma solicitação explícita do recrutamento. Por meio da carta, o candidato formalizará seu interesse e apresentará suas qualificações mais relevantes. Expectativas quanto ao trabalho a ser realizado, carreira e pacote de remuneração podem ser incluídas no conteúdo da carta. Entrevista de seleção – é reconhecida, hoje, como um dos mais úteis instrumentos de seleção de pessoal. Podemos afirmar que é uma das formas de seleção mais utilizadas atualmente. Possibilita o contato direto com o candidato, bem como a identificação de sua capacitação para exercer o cargo que se deseja preencher. Face sua flexibilidade, a entrevista pode ser considerada o instrumento mais adequado para obter dados em profundidade. Exige treinamento e grande habilidade do entrevistador. Na condução de uma entrevista, podem ser observados os seguintes procedimentos: – Pré-seleção dos candidatos (um número muito grande de candidatos dificulta sua comparação); – Elaboração do roteiro; – Definição do local; – Preparação do material; – Quebra de gelo; – Formulação de perguntas; – Controle da entrevista etc. Palestra informativa – apresentação dirigida pelo representante da empresa (ou selecionador) que deve conter informações sobre as características da empresa, dos cargos, condições de trabalho, política de carreira e remuneração. É o momento em que o candidato pode esclarecer dúvidas e decidir pela sua participação no processo seletivo. É muito utilizada para um grande volume de contratações, principalmente na seleção de estagiários, mas igualmente na área de vendas, nas situações em que o número de vagas é superior ao número de candidatos interessados. Provas de conhecimentos ou de capacidade – são instrumentos para avaliar o nível de conhecimentos gerais e específicos dos candidatos exigidos pelo cargo a ser preenchido. Podem ser orais ou escritas. Aplicação de testes – Teste prático – é utilizado, em geral, para avaliar um determinado conhecimento ou prática de trabalho. Adequado para atividades técnicas e operacionais, tais como, digitação, atendimento, motoristas etc. – Teste de simulação – tem a propriedade de avaliar candidatos em determinadas situações práticas do dia-a-dia. Atualmente são utilizados diversos programas em computador para colocar o candidato frente a situações problemáticas para avaliar sua rapidez e eficácia na tomada de decisão. – Testes psicológicos (aptidão, personalidade etc.) – é o instrumento que permite ao psicólogo prospectar, mensurar e avaliar características específicas do indivíduo. H u m a n o s g) Dinâmica de grupo – os candidatos são reunidos em uma sala onde, sob a coordenação de um profissional especializado e na presença de assistentes, são submetidos a um exercício ou teste situacional que permite avaliar as ações e reações de cada um com relação a um perfil esperado. O principal objetivo da dinâmica de grupo é consolidar hipóteses sobre características de personalidade, já levantadas em outras etapas do processo seletivo, especialmente aquelas relativas às formas de interação com grupos. NOTA: O que vem a ser psicodrama? O psicodrama é um tipo de técnica vivencial onde encontram-se provas situacionais, como em uma dinâmica de grupo. No psicodrama, são designados papéis aos candidatos referentes a uma situação social, visando a expressão da personalidade e a observação por parte dos selecionadores. Podemos, por exemplo, imaginar uma situação em que um chefe tem de definir com os integrantes de sua equipe a escala de férias, sabendo que todos desejam o mesmo período e somente poucos poderão escolhê-lo. h) Jogos de empresa – É utilizada também em outras áreas de atuação, uma vez que permite a simulação de situações típicas de uma empresa. Não existe um roteiro para a empresa seguir na aplicação das técnicas de seleção. Algumas técnicas são mais adequadas para alguns cargos, outras de forma específica para outros, devendo a empresa optar pelas técnicas, observando os cargos objeto da seleção (perfil), o número de candidatos, o rigor pretendido com o processo, dentre outras variáveis. As técnicas mais utilizadas são análise de currículo e entrevista, que dependendo da situação já permitem realizar a seleção. A análise de currículo não deve ser utilizada para cargos operacionais ou administrativos, que exigem Cargo Agente Administrativo do Ministério da Saúde Agente de Polícia Civil Descrição de cargos Análise de Cargos - atendimento ao público; - controle de estoque; - expedição de ofícios. Nota importante: Para alguns autores, especificação de cargos é o detalhamento escrito dos requisitos do ocupante, ou seja, seus conhecimentos, habilidades e aptidões. Para outros autores, simplesmente análise de cargos. Para efeito de prova, especificação de cargos como sinônimo de análise de cargos, e s t ã o d e - diploma de nível médio; - mínimo de 18 anos; - conhecimentos em informática; - estar em dia com obrigações eleitorais e militares (só para homens). - diploma de nível superior; - mínimo de 18 anos; - estar em dia com obrigações eleitorais e militares (só para homens) - aptidão física; - aptidão psicológica; - investigação da vida pregressa. - investigações; - diligências; - efetuar prisões; - transporte de presos. G baixo nível de escolaridade. Como todos os subsistemas de Gestão de Pessoas, o recrutamento e a seleção de pessoal também não podem ser considerados uma prática isolada. Todo o esforço do recrutamento e seleção é o de encontrar pessoas adequadas para que a organização possa cumprir seus objetivos e estratégias de forma eficaz. O processo de recrutamento e seleção não termina com a contratação dos candidatos selecionados. É necessário um processo de adaptação e integração de cada indivíduo à empresa e ao Cargo. Para realmente escolher o homem certo para o cargo certo, é necessário estabelecer dois critérios importantes que guiará o S.R.H. na seleção dos recursos humanos necessários, são eles: descrição e análise de cargos. Descrição de Cargos: é o processo que consiste em enumerar as tarefas ou atribuições que compõem um cargo e que o torna distinto de todos os outros cargos existentes na organização. A descrição de cargos é o detalhamento das atribuições ou tarefas do cargo (o que o ocupante faz), a periodicidade da execução (quando faz) e os objetivos do cargo (por que faz). Basicamente, tarefas ou atribuições “são os elementos componentes de um papel de trabalho que devem ser cumpridos pelo ocupante”. As várias fases do trabalho executadas constituem o cargo total. Em suma, a descrição de cargos está voltada para o conteúdo dos cargos, ou seja, com os aspectos intrínsecos dos cargos. Análise de Cargos: pretende estudar e determinar todos os requisitos qualificativos, as responsabilidades envolvidas, as condições exigidas pelo cargo para seu desempenho adequado, como instruções essenciais, talentos, conhecimentos, habilidades e aptidões. Enquanto a descrição se preocupa com o conteúdo do cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como faz e por que faz), é por meio dessa análise que os cargos serão posteriormente avaliados e devidamente classificados para efeito de comparação. Observe o quadro a seguir, que exemplifica bem e mostra as diferenças entre descrição e análise de cargos. Vamos comparar dois a seguir: R dependendo do contexto está certo. Nessa mesma linha de raciocínio, para alguns autores a análise de cargos seria o processo que permite criar e/ou atualizar um cargo definindo sua descrição e especificação, também uma visão correta. Logo, nesse contexto fique atento a interpretação da questão. e c u r s o s H u m a n o s 17 O que vem a ser desenho de cargos? Desenho de cargos: desenhar um cargo significa estabelecer quatro condições fundamentais: a) O conjunto de tarefas ou atribuições que o ocupante deverá desempenhar (conteúdo do cargo); b) Como esse conjunto de tarefas ou atribuições deverá ser desempenhado (métodos e processos de trabalho); c) A quem o ocupante do cargo deverá reportar-se (responsabilidade), isto é, relação com sua chefia; e d) Quem/ou o que o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir (autoridade). Logo, O desenho de cargo é a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais de seu ocupante. Na realidade, o desenho de cargos representa o modo pelo qual os administradores projetam os cargos individuais e os combinam em unidades, departamentos e organizações. c) Modelo de classificação: é a abordagem mais ampla e situacional, em que existem vários candidatos para cada vaga e várias vagas para cada candidato. Cada candidato é comparado com os requisitos exigidos pelo cargo que se pretende preencher. Ocorrem duas alternativas para o candidato: ser aprovado ou rejeitado para aquele cargo. Se rejeitado passa a ser comparado com os requisitos exigidos por outros cargos que se pretende preencher, até se esgotarem os cargos vacantes. Este modelo (de classificação) foi adotado em um concurso público realizado no ano de 2004 para Agente Administrativo da Polícia Federal, o Setor de Recursos Humanos solicitou aos aprovados a apresentação de um currículo, o objetivo era lotar as pessoas de acordo com o seu perfil e com as vagas existentes nos diversos departamentos. Essa postura adotada foi extremamente inteligente, visto que um dos objetivos principais do S.R.H. é o de escolher a pessoa certa (perfil adequado) para o cargo certo. Seleção como um Processo de Comparação C V C V C V Como um processo de decisão, a seleção de pessoal comporta três modelos de comportamento: a) Modelo de colocação: quando não inclui a categoria de rejeição. Neste modelo há um só candidato e há uma só vaga, que deve ser preenchida por aquele candidato. Em outras palavras, não há rejeição. C V Conceitos fundamentais b) Modelo de seleção: quando existem vários candidatos e apenas uma vaga a preencher. Cada candidato é comparado com os requisitos exigidos pelo cargo, de acordo com o seu perfil e as exigências para ocupar o cargo ocorrendo duas alternativas: aprovação ou rejeição. Se rejeitado, é simplesmente dispensado do processo, porque, para o cargo vago, há vários candidatos, e apenas um poderá ocupá-lo. C C V C 18 G e s t ã o d e R – Tarefa – são as atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Geralmente, refere-se a cargos simples e repetitivos, como os cargos de horistas ou operários. – Atribuição – são as atividades individualizadas, executadas por um ocupante de cargo. Geralmente, refere-se a cargos que envolvem atividades mais diferenciadas, como os cargos de mensalistas ou funcionários. – Função – é um conjunto de tarefas (cargos horistas) ou atribuições (cargos mensalistas) que são exercidas de maneira sistemática e reiteradas por um ocupante de cargo, ou por um indivíduo que, sem ocupar um cargo, desempenhe provisória ou definitivamente uma função. Para que um conjunto de tarefas ou atribuições constitua uma função, é necessário que haja reiteração em seu desempenho. – Cargo – é um conjunto de funções com uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma. Posicionar um cargo em um organograma é definir quatro coisas: o seu nível hierárquico, e c u r s o s H u m a n o s a área ou departamento onde está localizado, o seu superior hierárquico (a quem presta responsabilidade) e os seus subordinados (sobre quem exerce autoridade). Ou seja, o cargo é composto de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa, que podem ser englobadas em um todo unificado e que ocupa uma posição na estrutura da organização. Para desempenhar suas atividades, a pessoa que ocupa um cargo deve ter uma posição definida. Dentro dessa concepção, um cargo constitui uma unidade da organização e consiste em um conjunto de deveres e responsabilidades que o tornam separado e distinto dos demais cargos. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Tendo ingressado, assumido novas funções ou atividades na organização, necessitamos verificar se o profissional está realizando as atividades propostas a ele de forma efetiva. Carecemos, assim, avaliar o seu desempenho no trabalho. A avaliação de desempenho é um tema que há muito tempo tem sido objeto de estudo na área de gestão de pessoas, embora na prática organizacional ainda seja uma questão bastante controvertida. Avaliar é algo difícil, mas extremamente necessário. Recentemente, encontramos a denominação gestão de desempenho no lugar de avaliação de desempenho, a fim de ressaltar que não basta avaliar, mas sim gerenciar o desempenho, isto é, identificar os seus problemas e traçar ações no sentido de saná-los. Além disso, ressalta-se o valor das informações geradas pelas sistemáticas de avaliação de desempenho para subsidiar outras ações de gestão de pessoas. A avaliação de desempenho é considerada um instrumento fundamental de gestão de pessoas e de gestão organizacional. Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) destacam que se trata de um instrumento que permite avaliar a atuação da força de trabalho, objetivando prever comportamentos futuros e levando em conta o potencial humano disponível nas organizações. Então, o que é gestão do desempenho? O uso dessa denominação evidencia uma ampliação do foco de avaliação do desempenho para incluir a idéia de um processo que fornece informações fundamentais à gestão organizacional. Brandão e Guimarães (2001, p. 12) consideram que a gestão de desempenho é um conceito alternativo às técnicas tradicionais de avaliação de desempenho, a qual inclui diferentes níveis de análise: coorporativo, divisional, grupal e individual. Desse modo, segundo esses autores, a gestão de desempenho: [...] faz parte de um processo maior de gestão organizacional, uma vez que permite rever estratégias, objetivos, processos de trabalho e política de recursos humanos, entre outros, objetivando a correção de desvios e dando sentido de continuidade e sustentabilidade à organização. O foco nesse nosso tema recai sobre o nível individual de análise, isto é, na avaliação de desempenho individual, mas com a visão de gestão de desempenho, pois, a partir da avaliação dos indivíduos, informações relevantes são obtidas para a gestão organizacional. G e s t ã o d e R Souza et al. (2005) salientam que nem sempre o desempenho apresentado no trabalho é compatível com o que a organização espera e, portanto, torna-se essencial avaliar os fatores geradores dessas discrepâncias, para tomar decisões a fim de solucionar os problemas existentes. Logo, podemos conclui que o papel do gestor é fundamental no sentido de atuar como líder, preocupando-se não somente com as tarefas, mas com todos os fatores envolvidos no desempenho de sua equipe. Podemos deduzir que o desempenho organizacional dependerá, dentre outros fatores, do desempenho dos indivíduos e das equipes de trabalho. A avaliação de desempenho é tradicionalmente definida como o processo que busca mensurar objetivamente o desempenho e fornecer aos colaboradores informações sobre a própria atuação, de forma que possam aperfeiçoá-la sem diminuir sua independência e motivação para a realização do trabalho. O desempenho do colaborador reflete-se no sucesso da própria organização e talvez por isso esta é característica mais óbvia a ser medida. Em muitas organizações, a avaliação de desempenho é entendida como um procedimento de grande importância na Gestão de Pessoas. Para muitos gestores, a avaliação de desempenho é percebida como oportunidade para promover um conjunto de vantagens proveitosas para a melhoria da produtividade, como um meio para: – Desenvolver os trabalhadores da organização, pois torna possível identificar o grau de contribuição de cada um para organização; – Identificar os colaboradores que possuem qualificação superior à requerida pelo cargo; – Identificar em que medida os programas de capacitação tem contribuído para a melhoria do desempenho dos trabalhadores, – Promover o autoconhecimento e o autodesenvolvimento; – Fornecer subsídios para definir o perfil requerido dos ocupantes dos cargos, remuneração e promoção, e também para elaboração de planos de ação para desempenhos satisfatórios. Com a avaliação de desempenho, segundo Chiavenato (2003), é possível observar e avaliar competências como: – Visão estratégica; – Planejamento; – Organização; – Responsabilidade; – Acompanhamento; – Liderança; – Delegação; – Tomada de decisão; – Solução de problemas; – Iniciativa; – Proatividade; – Criatividade e inovação; e c u r s o s H u m a n o s 19 – – – – – – Orientação a resultados; Autodesenvolvimento; Administração de conflitos; Capacidade de negociação; Flexibilidade e adaptação a mudanças; Competência interpessoal e trabalho em equipe. Métodos mais Utilizados Quais são os métodos tradicionais de avaliação de desempenho? Tradicionalmente, segundo Chiavenato (2003), a avaliação de desempenho, pode servir de base às políticas de promoção das organizações e aos superiores a quem compete avaliar os subordinados. São métodos tradicionais: – Escala gráfica – é o mais utilizado, disseminado e simples. Necessita cuidados para se evitar e neutralizar a subjetividade e o pré-julgamento do avaliador. Avalia o desempenho das pessoas através de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Assume a forma de um formulário de dupla entrada, as linhas em sentido horizontal representam os fatores de avaliação de desempenho; e as colunas em sentido vertical, os graus de variação daqueles fatores; – Escolha forçada – avalia o desempenho por meio de frases descritivas de alternativas de tipos de desempenho individual. Em cada conjunto de frases, duas ou mais frases, o avaliador escolhe apenas uma ou duas alternativas, que mais se aplicam ao desempenho do empregado avaliado; – Pesquisa de campo – é realizado pelo chefe, com assessoria de um especialista em Avaliação de Desempenho. O especialista vai a cada sessão para entrevistar a chefia sobre o desempenho de seus respectivos subordinados; – Incidentes críticos – é uma técnica sistemática baseada nos extremos, onde o supervisor imediato observa e registra os fatos excepcionalmente positivos e os fatos excepcionalmente negativos a respeito do desempenho dos seus subordinados; – Comparação aos pares – compara de cada vez dois a dois colaboradores, e se anota na coluna da direita, aquele que é considerado melhor quanto ao desempenho. Pode-se ainda, utilizar fatores de avaliação; – Auto-avaliação – o próprio colaborador é solicitado a fazer uma sincera análise de suas próprias características de desempenho. Utiliza modelos variáveis, inclusive baseados nos métodos de avaliação do desempenho já descritos. – Avaliação por resultados – relacionado aos programas de Administração por Objetivos. Compara periodicamente os resultados fixados e os resultados efetivamente alcançados. A análise dos resultados permite a identificação dos pontos fortes e fracos do colaborador, bem como as providências necessárias para o próximo período; 20 G e s t ã o d e R – Avaliação por objetivos – o gestor e o colaborador negociam os objetivos a alcançar durante um período de tempo. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estarem alinhados aos objetivos da organização. Periodicamente, o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser renegociados os objetivos. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos objetivos negociados; – Métodos mistos – é comum as organizações recorrerem a uma mistura de métodos na composição do modelo de Avaliação de Desempenho. – Conclusão: Existem diversos métodos para efetuar a avaliação de desempenho, uma vez que cada organização tende a ajustar os métodos à sua cultura e às suas necessidades. Fatores que interferem no desempenho no trabalho Souza et al. (2005) enumeram algumas fontes de problema de desempenho. São estas: a delegação incompatível com perfil de competência, a desmotivação, a ausência de integração, a desestruturação do processo de trabalho e a ausência de nitidez quanto aos propósitos. Um aspecto que merece atenção, principalmente dos gestores, é a consideração de que se deve avaliar o desempenho e não a pessoa. Cabe ressaltar que as simpatias, as antipatias, a história do indivíduo na organização não devem determinar a sua avaliação, pois o que importa é o desempenho que o indivíduo apresentou durante o período previsto para avaliação. Questões éticas e legais podem ser geradas por problemas na avaliação de desempenho. Para evitar tais problemas, os critérios de avaliação devem ser claros e transparentes; devem-se avaliar comportamentos e não características pessoais; os critérios devem ser os mais objetivos possíveis e uniformes para os profissionais que exercem funções semelhantes; devem-se utilizar avaliadores múltiplos e estabelecer um sistema que permita detectar efeitos potencialmente discriminatórios ou abuso do sistema de maneira geral (MUCHINSKY, 2004). Na literatura sobre avaliação de desempenho, é comum encontrarmos referências a erros de avaliação. Mas, por que ocorrem erros na avaliação? Os avaliadores são pessoas com diferentes visões de mundo e, se os critérios de avaliação não forem claros e bem definidos e se não houver um preparo desses avaliadores, esses erros tendem a ocorrer com muita frequência e podem gerar uma série de problemas para os indivíduos e para a organização. De acordo com Muchinsky (2004), Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) e Robbins (1999), os erros mais comuns são: – Efeito halo – em uma organização, as pessoas estão sempre julgando umas as outras. As chefias precisam avaliar seus subordinados, os pares se comparam quanto à dedicação e competência e por aí vai. Só que quando estes julgamentos são feitos, tende-se a simplificar esta tarefa, buscando torná-la mais facil- e c u r s o s H u m a n o s – – – – mente administrável. Outro prejuízo para as organizações e para os profissionais! Isto porque, simplificações de julgamento como estereotipagem, projeção e/ou efeito de halo, podem levar a distorções quanto ao desempenho dos profissionais, como diminuição do aproveitamento dos talentos humanos – profissional competente em área ou atividade não coerente à sua capacitação, diminuição da retenção destes talentos – não motivação dos mesmos nas atividades executadas, conflitos internos – por erro de atribuições e, aos termos tão falados e pouco trabalhados nas organizações: alto índice de absenteísmo e alta rotatividade. Logo, esse tipo de erro ocorre quando o avaliador toma apenas um aspecto no qual o profissional se destaca ou apresenta um desempenho inadequado (aspecto positivo ou negativo) e generaliza para todos os outros aspectos, sendo injusto em sua avaliação. É uma tendência do avaliador em sub ou super avaliar o desempenho de seus funcionários, de acordo com a imagem que criou dessa pessoa. Leniência – é uma tendência do avaliador em abrandar o seu julgamento a respeito dos avaliados e evitar feedbacks autênticos, o que Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) denominam panos quentes. Erro de tendência central – o avaliador tende a fazer uma avaliação média de suas equipes, isto é, evita atribuir escores altos ou baixos, mesmo que esses retratem a realidade. Assim, não se distinguem os desempenhos diferentes, portanto, tanto faz ter um desempenho de excelência como medíocre que a avaliação será mediana. Falsidade – é quando o avaliador oculta ou distorce propositadamente informações sobre o julgamento do avaliado, a fim de prejudicá-lo ou beneficiá-lo. Critério único – o avaliador toma por base apenas uma dentre várias tarefas que o avaliado realiza; por exemplo, considerar apenas o prazo de realização de uma atividade como critério para definir uma avaliação. Você deve imaginar as consequências desses tipos de erros para o clima entre as pessoas e para a qualidade das atividades no trabalho, não é mesmo? Normalmente as empresas estipulam um prazo de seis meses a um ano como período avaliativo. O que isso significa? Isso quer dizer que o gerente, juntamente com sua equipe de trabalho, definirá as metas para um determinado período, distribuindo diferentes atividades entre os componentes da equipe e estabelecendo a forma como espera que essas atividades sejam realizadas, o que denominamos de acordo da equipe de trabalho. Esse é um momento importantíssimo para os indivíduos, equipes e para a organização como um todo, pois é quando as estratégias organizacionais são traduzidas em metas da equipe. É ainda a ocasião em que a equipe deve rediscutir as metas do período anterior que não foram realizadas, os problemas que afetaram e os que ainda afetam o desempenho, assim como planejar a estratégia de ação para o período seguinte. G e s t ã o d e R No que se refere à avaliação de desempenho, além das metas da equipe, são traçadas metas individuais, levando em conta as necessidades dos indivíduos e da equipe, lembrando sempre que o foco são as estratégias organizacionais. Quais são as desvantagens dos sistemas tradicionais? A maior é que a falta de objetividade de muitos métodos tradicionais promove efeitos negativos. E a subjetividade neste processo pode ser atribuída a várias causas, tais como: – Distorção de julgamento do avaliador; – Despreparo dos avaliadores; – O modo como o processo é realizado, gerando insatisfação; – A política adotada pela organização; e – Inflexibilidade aplicada ao método. A aplicabilidade com efeito negativo entre os colaboradores ocorre, por exemplo, quando a desigualdade e as injustiças da avaliação de desempenho tiram a credibilidade de todo o processo e geram desmotivação. Este efeito negativo pode assumir dimensões ainda maiores quando a avaliação de desempenho está associada à política de progressão de carreira. Os métodos tradicionais, até agora apresentados, possuem uma característica comum que é olhar quase que exclusivamente para o cargo e tarefas que o colaborador desempenha, desconsiderando as competências pessoais. As tendências atuais apontam para a necessidade de mudanças nos parâmetros das avaliações, em que o mais importante a ser considerado é entendermos que a apreciação de um fato sempre sofre influencia dos valores e crença de quem julga. Mudanças de Paradigmas: Um Novo Olhar O cenário atual caracteriza-se pelas contínuas mudanças de padrões de comportamento pessoal, profissional, cultural e organizacional. Para manter sua competitividade as organizações necessitam reformular seus modelos e práticas de gerenciamento de desempenho. Essa nova abordagem significa mudar a ênfase da avaliação passiva para centrarse em uma avaliação ativa do desempenho. Qual é a visão contemporânea da avaliação de desempenho? Nos últimos anos, segundo Nascimento (2005), a avaliação de desempenho esteve um pouco em desuso nas empresas, uma vez que os métodos tradicionais não são mais adequados à realidade na qual se encontram as organizações. No entanto, hoje, a avaliação de desempenho, é indispensável porque as empresas têm a necessidade de adquirir competitividade, e para tal, esta requer uma metodologia que possa avaliar a contribuição das pessoas para atingir esse resultado. e c u r s o s H u m a n o s 21 Atualmente a avaliação de desempenho tem como principal objetivo analisar o desenvolvimento dos colaboradores, promovendo um melhor crescimento pessoal e profissional. É um instrumento que visa medir a competência do colaborador no exercício do cargo, durante um certo período de tempo. Com a avaliação de desempenho, a empresa pode coletar dados e informações sobre a performance de seus colaboradores e direcionar suas ações e políticas no sentido de melhorar o desempenho organizacional, por intermédio de programas de melhoria do desempenho dos colaboradores. A tendência contemporânea aponta que as propostas futuras utilizarão variáveis novas e outras questões não tão novas, mas que até então eram analisadas superficialmente. Estas variáveis são questões como: – A qualidade de vida dos colaboradores; – Os aspectos psicológicos envolvidos no processo organizacional; – As relações intergrupais; e – As necessidades dos colaboradores. No cotidiano do mundo organizacional, exige-se cada vez mais a maximização da capacidade de obter resultados por meio das pessoas. Pouco adianta o investimento em tecnologias de última geração ou inovação nas metodologias de trabalho se as pessoas não estiverem preparadas para exercerem suas funções com qualidade e produtividade. Segundo Nascimento (2005), a valorização do ser humano é uma tendência que volta a receber destaque e a ser cada dia mais empregada. Por tudo, é preciso compreender que o trabalhador para produzir o esperado e ter uma evolução profissional e consequente em seu desempenho precisa estar satisfeito com o trabalho realizado e com sua organização. No contexto atual das organizações, como sinalizam Souza et al. (2005), vários tipos de avaliação encontram-se presentes e destacam-se os seguintes: avaliação 360 graus, e o mapeamento das competências. FONTES DE AVALIAÇÃO a) Na avaliação de 360 graus, são utilizadas várias fontes de informação a respeito do desempenho. São fontes oriundas de diferentes profissionais que se relacionam com o trabalhador que está sendo avaliado. Desse modo, as avaliações poderão ser feitas pelo próprio trabalhador (auto-avaliação), pela chefia imediata, pelos pares (colegas de uma mesma equipe de trabalho) e pelos clientes. Cabe ressaltar também a inclusão da avaliação ascendente, na qual o trabalhador avalia o seu superior ou seus superiores hierárquicos. Desse modo, o gestor também tem como rever comportamentos e procedimentos e saber como o seu desempenho é percebido por aqueles que gerenciam. Assim, obtém-se uma riqueza de informações que poderão contribuir para o aprimoramento do desempenho organizacional. 22 G e s t ã o d e R Muitas organizações utilizam várias fontes de informação sobre o desempenho, mas isso não caracteriza uma avaliação de 360 graus, pois incluem apenas os integrantes da organização mais próximos do avaliado: o superior imediato, os pares e o próprio trabalhador. Nesse caso, é comum a denominação de avaliação por múltiplas fontes. Brandão e Guimarães (2001), ao analisarem a evolução das técnicas de avaliação de desempenho, destacaram que essas evoluíram de um modelo de mão única, onde o chefe diagnosticava pontos fortes e fracos de seus subordinados, para modelos tais como a avaliação bilateral (desempenho do subordinado é discutido com seu chefe) e avaliação 360 graus (que inclui múltiplas fontes de avaliação, tais como de clientes, pares, chefes e subordinados). O que isso significa? Significa que os diferentes profissionais que constituem as fontes de avaliação, os quais retratam diferentes visões a respeito do desempenho apresentado pelo avaliado naquele período avaliativo, atribuirão conceitos que indicarão se o desempenho esperado foi apresentado. b) Mapeamento das Competências: utilizada na literatura sob várias denominações: mapeamento de potenciais, mapeamento de competências ou banco de talentos. Trata-se de uma ferramenta que permite à área de Gestão de Pessoas conhecer, de forma detalhada, cada colaborador, em termos de competências, capacidades, conhecimentos, habilidades, entre outros atributos. Competências são repertórios de comportamentos que algumas pessoas e/ou organizações dominam, o que as faz destacar de outras em contextos específicos (LEBOYER,1997). O mapeamento de competências permite conhecer o potencial dos colaboradores de uma empresa. Por exemplo: caso a empresa precise preencher uma vaga, possuindo as informações a respeito das potencialidades dos funcionários, o departamento de pessoal terá duas opções: poderá indicar um profissional interno com a certeza que ele corresponderá ao perfil do cargo ou saberá se precisa organizar um processo de recrutamento e seleção externa. Por outro lado, permite analisar se os programas de capacitação, oferecidos aos colaboradores trazem resultados significativos e contribui para tornar a empresa mais competitiva. Para Vroom ( 1997), o primeiro passo nesta nova abordagem consiste na reformulação do papel dos colaboradores no sistema de avaliação. Eles devem fazer uma auto-avaliação, identificando não apenas seus pontos fracos, mas seus pontos fortes e seus potenciais. Deixam de ser objetos passivos e passam a ser agentes ativos da avaliação de seu desempenho. A premissa básica é a de que o colaborador sabe ou pode aprender – a identificar suas próprias competências, necessidades, pontos fortes, pontos fracos e metas. Assim, ele é a pessoa mais capaz de determinar o que é melhor para si. O papel dos superiores e da área de Gestão de Pessoas passa a ser o de ajudar o colaborador a relacionar seu desempenho às necessidades e à realidade da organização. e c u r s o s H u m a n o s Logo, a avaliação de desempenho por competências pode ser um poderoso meio para: – Conhecer as experiências, os níveis de formação, as competências, os conhecimentos, as habilidades e as atitudes dos colaboradores da empresa (identificar os potenciais dos colaboradores); – Identificar, a partir do perfil estabelecido pela empresa, as pessoas que estão dentro da média, abaixo e acima das expectativas; – Tomar decisões relativas ao recrutamento interno, rodízios, promoções, formação de grupos de sucessão, aconselhamento e remanejamentos (preparar as pessoas para assumirem novos cargos e funções na empresa); – Melhorar o desempenho da equipe e a qualidade das relações dos subordinados e superiores, assim como estimular aos colaboradores a assumir a responsabilidade pela excelência dos resultados pessoais e empresariais; – Proceder ao planejamento de pessoal necessário para a empresa. A gestão por competências é sistema gerencial que busca impulsionar os colaboradores na competência profissional, acrescentando capacidades e aumentando as já existentes. Competências são aqui entendidas como as capacidades, os conhecimentos e as características pessoais que distinguem os profissionais de alto desempenho daqueles de desempenho regular em determinada função. É por meio do mapeamento de competências que a organização poderá definir gráficos de substituição, ou seja, identificar um estado potencial para substituição na estrutura de cargos gerenciais. O gerenciamento baseado em competências ou Gestão por Competências é uma ferramenta que identifica: – As competências essenciais; – As habilidades e conhecimentos determinantes da eficácia profissional e também as lacunas de qualificação do colaborador para tarefas específicas; e – Fornece recursos para aperfeiçoar suas capacidades. O resultado é um quadro de colaboradores mais talentosos e mais produtivos. O gerenciamento baseado nas competências representa uma mudança cultural em direção a um maior senso de responsabilidade e autogestão dos colaboradores. É também uma maneira simples de melhorar o desempenho. Como realizar o gerenciamento baseado em competências? O primeiro passo é definir as competências técnicas, conceituais e as interpessoais, dentro de cada função. É importante salientar que definir competência não é definir tudo aquilo que o colaborador faz, mas determinar, quais capacitações devem ser fomentadas, protegidas ou diminuídas. G e s t ã o d e R Deste modo, a avaliação inicia-se pelo mapeamento, que permite colher dados relacionados com às competências necessárias para o bom desempenho das atividades e perfil do colaborador quanto a estas competências, categorizandoas em três grupos, os quais são: – Competências conceituais – conhecimento e domínio de conceitos e teorias que fundamentam as técnicas; – Competências técnicas – domínio de métodos e ferramentas especializadas a área de trabalho; e – Competências interpessoais – se comunicar e interagir de forma eficaz. Atitudes e valores pessoais. Essa competência é extremamente importante no contexto atual, não que as demais não sejam importantes, mas é mais fácil desenvolver competências técnicas e conceituais em treinamentos do que a competência interpessoal, pois esta é inerente ao ser humano. No modelo de Gestão por Competência, a avaliação é apenas uma ferramenta que auxilia o colaborador a clarear para si mesmo e para a organização, quais as competências que possui e quais deverão buscar desenvolver ou incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado as competências essenciais da própria organização. O processo de avaliação é fundamental para que a organização possa realinhar suas estruturas de pessoal, através do mapeamento humano existente. Para os indivíduos, a vantagem é o conhecimento das suas potencialidades, o que facilita a programação das ações de autodesenvolvimento, favorecendo a condução de suas carreiras. Ao avaliar o potencial do colaborador, identifica-se sua capacidade atual e a sua tendência em termos de capacidade futura, para exercer novos cargos e funções na empresa, face aos investimentos em programas de capacitação e desenvolvimento de pessoas. Deste modo, desenvolver pessoas é uma tarefa árdua e que toma tempo. Implica em diagnosticar as competências exigidas pelos cargos e confrontá-las com as de seus ocupantes, suprindo as lacunas existentes através do estabelecimento e acompanhamento de planos de desenvolvimento – concisos, específicos, mensuráveis, factíveis, voltados para resultados, com datas definidas e com o acompanhamento do líder. Resultados da Avaliação de Desempenho: Vários autores destacam como os resultados da avaliação de desempenho contribuem para outras ações de gestão de pessoas. É importante destacar que várias organizações utilizam sistemas informatizados para gerenciar o desempenho no trabalho e se valer dos resultados para diversas outras práticas organizacionais. No quadro a seguir, estão listadas algumas ações evidenciadas por diversos autores, tais como Muchinsky (2004) e Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001). e c u r s o s H u m a n o s 23 Uso das informações da avaliação de desempenho Ações de gestão de pessoas Identificação das lacunas de desempenho, que tenham relação com conhecimento, aprendizado e capacitação. Programas de treinamento, desenvolvimento e educação. O salário pode estar associado ao desempenho para os que apresentam desempenho acima do esperado. Rever um salário justo e proporcional ao bom desempenho do empregado. A definição da função que um funcionário pode exercer pode ser feita a partir do desempenho em tarefas realizadas em diferentes áreas ou naturezas. Colocação: essa colocação pode ter relação direta com alguns fatores: – O enriquecimento vertical eliminação de tarefas mais simples acréscimo de tarefas mais complexas; – O enriquecimento horizontal eliminação de tarefas relacionadas com certas atividades e acréscimo de outras tarefas diferentes, mas no mesmo nível de dificuldade. (nota: O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento de cada indivíduo e deve adequar-se às suas características individuais em mudanças). – Rotação de cargos é um método de desenvolvimento de pessoas baseado na movimentação do empregado para posições que requeriam atribuições mais complexas ou novos conhecimentos com a mesma complexidade. A indicação de promoções pode ser feita com base no desempenho apresentado pelo funcionário. Promoções Um dos motivos de justa causa em demissões é o desempenho inadequado no cargo. Esse deve ser o último recurso quando outras tentativas de solução do problema de desempenho não forem satisfatórias. Veja que o objetivo principal de uma avaliação de desempenho não é punir nenhum funcionário, mas a demissão pode ocorrer quando todas as alternativas que a empresa dispunha para melhorar o desempenho estiverem sido esgotadas. Demissão Auto-avaliação que pode permitir a adoção de medidas para o autodesenvolvimento. Auto-aperfeiçoamento do funcionário O funcionário não é só avaliado apenas quando entra na organização, muitos acreditam que só estão sendo avaliados no período de experiência, o que não é verdade. Na maior parte das organizações, cabe ao gerente (ou outro cargo hierarquicamente superior) a responsabilidade de avaliar o desempenho de seus subordinados (responsabilidade de linha), com a assessoria do órgão de gestão de pessoal (S.R.H.) que estabelece os meios e os critérios para tal avaliação (função staff). Mais uma vez reforçamos o conceito: a Administração de Recursos Humanos é responsabilidade de todos, ou seja, do superior imediato (responsabilidade de linha) e função do S.R.H (função staff). TREINAMENTO: ATO OU EFEITO DE TREINAR O treinamento é um processo educacional aplicado de maneira sistemática e organizado, por meio do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. No sentido usado em administração de empresas, treinamento envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades. Os principais objetivos do treinamento são: – Preparar o pessoal para execução imediata das diversas tarefas peculiares à organização; – Proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, na apenas em seus cargos atu24 G e s t ã o d e R ais, mas também para outras funções para as quais a pessoa pode ser considerada; – Mudar a atitude das pessoas, com várias finalidades, entre as quais criar um clima mais satisfatório entre empregador e empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-los mais receptivos às técnicas de supervisão e gerência. Adquirir hábitos, costumes e mesmo tornar-se habilitado ou apto para o desempenho de certos serviços, tarefas ou práticas são as funções do treinamento. O treinamento não é válido somente para a empresa. O empregado também recebe os benefícios dessa prática. As vantagens são para ambas as partes, de modo que, olhando de um lado e de outro, podemos apresentar duas vantagens: – Para o empregado: maior eficácia de seu desempenho, pois o empregado passa a realizar o seu trabalho de forma mais racional e eficiente, diminuindo o seu esforço. – Para a empresa: maior e melhor produção, pois como teve a preocupação de racionalizar o trabalho de seus empregados, obterá um aumento da produtividade (entende-se por produtividade a relação entre a produção e o trabalho). Até aqui, mencionamos os empregados sem fazer qualquer distinção. Acontece que, em uma empresa, existem praticamente dois grupos de empregados a serem treinados: e c u r s o s H u m a n o s os que dirigem (administradores, gerentes, chefes, supervisores etc.) e os que executam as tarefas (escriturários, auxiliares, operários etc.). Os especialistas em treinamento de pessoal alegam, com razão, que, tendo em vista esses dois grupos de empregados, os métodos de treinamento devem ser diferentes, porém os princípios básicos de ensino podem ser aplicados tanto para o grupo que dirige ou chefia, como também para o grupo que executa. O treinamento é um processo cíclico composto de quatro fases sequenciais, a saber: – Determinação das necessidades de treinamento; – Programação de treinamento; – Execução do treinamento; – Avaliação dos resultados do treinamento. Quanto à maneira, podemos afirmar que o treinamento pode ser realizado dentro ou fora da empresa e pode ser formal ou informal. – Dentro da empresa: pode ser ministrado a empregados como supervisores, através de funcionários qualificados no assunto, ou mesmo supervisores que atuem na área ou ainda por especialista de staff. – Fora da empresa: ministrado por funcionários da empresa ou pessoas contratadas pela assessoria staff (dentro ou fora do horário de trabalho). – Formal: normalmente, por meio de aulas expositivas, com grade horária definida, dentro de sala de aula, num horário definido. – Informal: podem ser ministrados por meio de filmes, dinâmicas, grupos de discussão ou até mesmo com dramatizações. Cursos e especializações, ao contrário do que muita gente pensa, não são as únicas alternativas para quem deseja investir no seu próprio aperfeiçoamento profissional. Uma das formas mais eficientes de treinamento é exatamente aquela que passa sem ser percebida na maior parte dos casos: o treinamento informal. Ele se exerce diariamente dentro da empresa ou organização, através da troca de conhecimentos e “supervisão” dos profissionais mais experientes e capacitados. Portanto, encarar o ambiente de trabalho como uma fonte permanente de aprendizado é uma atitude que deve fazer parte do dia-a-dia dos profissionais e das empresas preocupados com o aperfeiçoamento de sua capacidade de competir. “É preciso perceber que, na maior parte das atividades produtivas, o sucesso dos profissionais da área depende do crescimento funcional de cada um”, assinala Carlos Lira, gerente de auditoria da JCR & Calado. Por trás do treinamento informal está a preocupação em construir, dentro de cada organização, os chamados times de alta performance – os únicos capazes de responder satisfatoriamente às novas exigências do mercado. “Na atividade de auditoria, por exemplo, desenvolvemos uma prática que, a princípio, poderia ser adotada por empresas de qualquer ramo de atividade”, diz Lira. Os mais experientes repassam ensinamentos diários e constantes de todas as tarefas que um auditor deve desenvolver, antes mesmo de chegar à próxima G e s t ã o d e R escala de ascensão profissional. “Esse ciclo torna-se obrigatório, pois os profissionais hierarquicamente superiores só tornarão a crescer se aqueles que estão abaixo também crescerem funcionalmente”. O resultado é mais engajamento, participação e maior compartilhamento de experiências, o que leva ao crescimento da empresa como um todo. Segundo Carlos Lira, a competição dentro da empresa passa a ser vista com outro enfoque, mais “construtivo” que na maioria dos casos. “Em auditoria, é motivo de orgulho os profissionais formarem sucessores melhores do que hoje os são”, destaca. Na prática, cada profissional tem uma forma de aprendizado diferente. Uns são mais extrovertidos, não hesitam em fazer perguntas e dedicam menos tempo ao estudo teórico. Outros preferem investir primeiro na análise técnica e, só depois, resolver as dúvidas com os colegas mais experientes. “São duas formas distintas de aperfeiçoar habilidades técnicas para o desenvolvimento de uma profissão. A experiência nos mostra que o equilíbrio entre as duas formas é a que mais chances têm de obter sucesso”, observa o gerente de auditoria da JCR & Calado. O importante – para quem aprende ou ensina – é ter em mente que os treinamentos informais são parte fundamental da estratégia de gestão, tão ou mais importantes que as formas convencionais de capacitação ou reciclagem. Em outra linha de raciocínio, torna-se evidente que não podemos ignorar a presença do processo de aprendizagem no treinamento. Isto porque uma coisa está ligada à outra. Existe uma estreita relação entre as duas: treinamento e aprendizagem. Quem aprende, digamos, por exemplo, determinada técnica, mantém íntima relação com quem ensina – o treinador. Estes dois atos, aprender e lembrar, podem ser considerados como dois estágios ou duas etapas de uma única sequência de nossa faculdade de percepção (processo pelo qual ficamos sabendo o que está se passando ou acontecendo por intermédio de informações dos nossos sentidos). Tratase, pois, do que os psicólogos denominam de capacidade cognitiva, isto é: a capacidade que possuímos de perceber, interpretar e compreender o que está se passando em nosso meio, inclusive o poder de lembrar o que aprendemos ou ficamos sabendo. Portanto, podemos afirmar que a ação ou a disposição de aprender nos permite tomar conhecimento, ficar sabendo, receber instruções, reter ou guardar na memória, levar vantagem do que se vê ou se observa. Por outro lado, o desenvolvimento é a educação profissional que visa a ampliar, a desenvolver e a aperfeiçoar o homem para seu crescimento profissional em determinada carreira na empresa ou para que se torne mais eficiente e produtivo no seu cargo. Seus objetivos são situados mais a médio prazo, visando proporcionar ao homem aqueles conhecimentos que transcendem o que é exigido no cargo atual, preparando-os para assumir funções mais complexas ou numerosas. O desenvolvimento também pode proporcionar: Identificação de novos talentos e indivíduos com potencial e proporcionar oportunidade de desenvolvimento para os mesmos. Promovê-los utilizando como critérios básicos a competência e a motivação. O desenvolvimento dos funcionários da organização, visando a uma melhora da condição individual e da qualidade e produtividade da empresa. e c u r s o s H u m a n o s 25 A estimulação do aprimoramento das habilidades de cada funcionário. O que vem a ser um coaching? – A política salarial da empresa; Coaching é um consultor externo ou interno definido que tem como objetivo o aconselhamento profissional da pessoa, entre outras palavras é um professor, um orientador, aquele que orienta alguém em sua carreira profissional. 1. Quando se trata de medir o índice de rotatividade de pessoal para efeito do planejamento de recursos humanos, utiliza-se a seguinte equação: A+D ---------- x 100 2 ____________ EM – A = admissões de pessoal dentro do período considerado (entradas); – D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos empregados) dentro do período considerado (saídas); – EM = efetivo médio dentro do período considerado. Pode ser obtido pela soma dos efetivos existentes no início e no final do período, dividida por dois. O índice de rotatividade de pessoal exprime um valor percentual de empregados que circulam na organização em relação ao número médio de empregados. Assim, se o índice de rotatividade de pessoal for de, por exemplo, 5% (cinco por cento), isto significa que a organização pode contar apenas com 95% (noventa e cinco por cento) de sua força de trabalho naquele período. Para poder contar com 100% (cem por cento), a organização precisaria planejar um excedente de 5% (cinco por cento) de pessoal para compensar esse fluxo de pessoal. 2. Quando se trata de analisar as perdas de pessoal e suas causas, não se consideram as admissões (entradas) no cômputo do índice de rotatividade de pessoal, mas somente os desligamentos, sejam por iniciativa da organização ou dos empregados. (para efeito de concurso essa é a fórmula mais utilizada) Índice de Rotatividade de Pessoal = 26 – A política de benefícios da organização; – O tipo de supervisão exercido sobre o pessoal; – As oportunidades de crescimento profissional oferecidas pela organização; – O tipo de relacionamento humano dentro da organização; ÍNDICE DE ROTATIVIDADE DE PESSOAL Índice de Rotatividade de Pessoal = – As oportunidades de empregos no mercado de trabalho etc. 2. Fenômenos internos – As condições físicas ambientais de trabalho da organização; – O moral do pessoal da organização; – A cultura organizacional da empresa; – A política de recrutamento e seleção de recursos humanos; – Os critérios e programas de treinamento de recursos humanos; – A política disciplinar da organização; – Os critérios de avaliação do desempenho; – O grau de flexibilidade das políticas da organização etc. As informações a respeito desses fenômenos internos e externos são obtidas por meio das entrevistas de desligamentos feitas com as pessoas que se retiram para diagnosticar as falhas e corrigir as causas que estão provocando o êxodo do pessoal. ABSENTEÍSMO O absenteísmo, também denominado ausentismo, é uma expressão utilizada para designar as faltas ou ausências dos empregados ao trabalho, incluindo a famosa meia falta (quando o empregado vai trabalhar apenas na parte da tarde). Em um sentido mais amplo, é a soma dos períodos em que os empregados da organização se encontram ausentes do trabalho, seja por falta, seja por atraso, devido a algum motivo interveniente. Causas do absenteísmo 1. Doença efetivamente comprovada – com atestado médico; 2. Doença não-comprovada – exemplo: gripe; D x 100 ---------------EM 3. Razões diversas de caráter familiar – doença, problemas financeiros etc.; Causas da Rotatividade (turn over) 4. Atrasos involuntários por motivos de força maior; 1. Fenômenos externos – Situação da oferta e procura de recursos humanos no mercado; – A conjuntura econômica; 6. Dificuldades e problemas financeiros; G e s t ã o d e R 5. Faltas voluntárias por motivos pessoais; 7. Problemas de transporte; 8. Baixa motivação para trabalhar; e c u r s o s H u m a n o s 9. Supervisão precária da chefia; 10. Políticas inadequadas da organização. Cálculo do índice de absenteísmo O índice de absenteísmo reflete a porcentagem do tempo não trabalhado em decorrência das ausências em relação ao volume de atividade esperada ou planejada. nº de homens/dias perdidos por ausência ao trabalho Índice de Absenteísmo = ------------ x 100 fetivo Médio x nº de dias de trabalho Fórmula para calcular o absenteísmo incluindo atrasos e meias-faltas, substituindo dias por horas por meio da seguinte fórmula: Horas perdidas Índice de Absenteísmo =--------------- x 100 Horas previstas (horas contratadas) O índice deve considerar determinado período: semana, mês ou ano. Algumas organizações o calculam diariamente para comparações dos dias da semana. (fórmula mais usada em concursos públicos) Na computação do índice de absenteísmo sugerimos duas abordagens complementares: a) Índice de absenteísmo sem afastados: Refere-se ao pessoal em atividade normal, considerandose apenas as faltas e os atrasos transformados em horas, mas relacionados com: – Faltas justificadas por motivos médicos. – Faltas, por motivos médicos, não justificadas. – Atrasos por motivos justificados ou não justificados. b) Índice de absenteísmo com afastados:É um índice puro relativo ao pessoal afastado por um período de tempo prolongado: – Férias. – Licença de toda espécie. – Afastamentos por doença, por maternidade e por acidentes do trabalho. Trata-se de um índice de absenteísmo misto, pois inclui ausências legalmente amparadas. A escolha do índice mais adequado depende da finalidade com que se pretenda utilizá-lo. Gerenciamento de Conflitos Há muito tempo que se entende um conflito como algo negativo e indicativo de crises na relação em que ele ocorre. O conflito pode se estabelecer em todos os níveis de relacionamento humano: social, profissional, afetivo e pessoal. Mas como seria a vida sem conflitos? Apesar disto ser o ideal de muitos, a existência do conflito não passa necessariamente pelo lado negativo dos relacionamentos. G e s t ã o d e R Um conflito pode proporcionar meios eficazes para se chegar ao CONSENSO, desde que bem entendida sua função real. Ele geralmente nasce de uma diferença de idéias e/ou opiniões. Seria o primeiro aspecto positivo, pois opiniões diferentes e/ou divergentes podem desencadear reflexões e análises sobre um determinado tema. Idéias fixas, predeterminadas, imutáveis, têm grande tendência à paralisação, ao preconceito e, pior ainda, não deixam a criatividade aflorar. Nascendo de diferenças e/ou divergências, os conflitos tendem a incomodar, à gerar tensão. Essa energia que tensiona é a mesma que produz movimento, que induz à ação, sendo este o segundo aspecto positivo do momento de conflito (observe que nem todo conflito é negativo). Se estimula a análise e a reflexão, se induz ao movimento, à ação, o conflito não pode ser visto sempre como algo negativo na vida do ser humano. Para que sua positividade possa acontecer vai depender de como lidamos com estas questões. Vivenciar um conflito é a porta de entrada para o consenso que nada mais é do que uma mistura de idéias comparadas e uma conclusão assertiva e comum sobre um determinado tema. Saber lidar com situações conflituosas é saber gerenciar as próprias emoções. A mobilização da raiva e do medo influencia diretamente o comportamento neste momento. Entender e utilizar estas emoções a nosso favor, pensando em amadurecimento e crescimento é uma questão de autoconhecimento e autocontrole. A raiva e o medo não são emoções negativas se bem utilizadas e controladas. Apesar, de muitas vezes, terem expressões intensas, elas podem ser gerenciadas de maneira que se transformem em energia produtiva e criativa. Gerenciar conflitos é antes de tudo aceitar que os seres humanos são diferentes, podem pensar diferente, podem ter objetivos diferentes, valores diferentes e, mesmo assim, conviverem de maneira saudável e com qualidade. Entender as diferenças como forma de crescimento é o primeiro passo para ogerenciamento. A idéia diferente pode existir e nem por isso deve ser uma ameaça à integridade física e/ou emocional da pessoa. Saber ouvir estas diferenças, analisar, ponderar, refletir, são outras habilidades importantes para o bom gerenciamento. Reconhecer que as diferenças não significa, necessariamente, mudar de opinião. Obter conhecimentos só é possível através de transmissão de idéias. O conflito dificulta as relações humanas quando é visto e expresso de maneira agressiva (verbal e/ou física). Aprender a desenvolver habilidades verbais é fundamental para um bom entendimento e aceitação em qualquer embate. Saber ouvir e saber falar (se expressar) é altamente importante no gerenciamento de conflitos e emoções, pois neste momento do ouvir e falar é que se estabelece ou não comportamentos autodefensivos, que podem ser prejudiciais às relações. e c u r s o s H u m a n o s 27 Transformar o negativo em positivo é só uma questão de ponto de vista. Refletir e analisar são habilidades que se encarregam desta transformação. Não sabemos perder, mas nos esquecemos que ganhar implica em esforço, competência, habilidades, tolerância e autocontrole. Com relação à Gestão de Pessoas, o gestor de RH deve diagnosticar e buscar a melhor alternativa para minimizar os efeitos de um conflito negativo quando esse ocorrer, e para isso, observe a seguir algumas sugestões que podem contribuir para o gerenciamento de conflitos: – Proporcionar uma negociação entre os subordinados e a direção da organização, buscando conciliar as metas organizacionais com os interesses individuais; – Estimular a auto-reflexão através de um feedback participativo que possibilite aos empregados exporem o que sentem e proporem soluções para melhorar o clima organizacional; – Excluir feedback centrado em mentiras (fofoca). NOÇÕES DE PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA ORGANIZACIONAL Como a empresa é um sistema que visa atender as demandas de um ambiente que muda rápida e continuamente, as mudanças fazem parte da rotina da empresa. Mais do que um jogo de palavras, essa afirmação reflete uma realidade vivida em toda empresa de sucesso. Portanto, um importante objetivo a ser perseguido é dotar as empresas de estrutura organizacional flexível e focalizada na realidade do ambiente, de modo a terem um alto grau de adaptabilidade sistêmica. Como a empresa é um sistema dinâmico, o seu estado muda ao longo do tempo, sendo esse estado determinado a cada instante pelo conjunto dos processos existentes e por suas propriedades relevantes; essas propriedades que fazem parte do estado do sistema são selecionadas de acordo com os objetivos da observação. A gestão de mudanças visa conduzir o sistema/empresa do seu estado atual para um estado de maior efetividade, determinado pelos objetivos estratégicos da empresa, onde seja possível atender ainda melhor as demandas do ambiente. Em outras palavras, a gestão de mudanças visa fundamentalmente a melhoria da qualidade no sentido dado pela definição da norma NBR ISO 8402 (1994), qual seja, “ações implementadas dentro da organização, com o propósito de aumentar a eficácia e eficiência das atividades e dos processos, para prover benefícios adicionais para a organização e seus clientes”. Em função da análise do sistema, podem haver situações em que as mudanças a serem implementadas são de tal magnitude que o enfoque de buscar um novo estado do sistema (ie, o de pequenas mudanças incrementais) transforma-se em um enfoque de planejamento estratégico de sistemas, onde deve-se delinear uma organização inteiramente nova para o sistema candidato (seria o caso, por exemplo, 28 G e s t ã o d e R da implantação de um sistema da qualidade segundo a ISO 9001 em empresas com alto nível de desorganização, em um intervalo de tempo relativamente curto). A dimensão subjetiva do processo de mudanças Segundo Moggi, importante pesquisador, a mudança é antes de tudo cultural, entrando posteriormente no nível dos processos e dos recursos. Ferro (1991) enxerga quatro dimensões, ou níveis qualitativos, em um processo de mudança: a. Identidade da empresa, envolvendo questões estratégicas como sua missão, valores, propósitos estratégicos e políticas; b. Nível das pessoas e das suas relações, como estilo de liderança e ambiente organizacional; c. Nível dos processos; d. Nível dos recursos físicos envolvidos. As áreas de psicologia e sociologia organizacional desenvolveram vários conceitos para ajudar a compreensão do desenvolvimento e comportamento das organizações, e das suas relações com os indivíduos e a sociedade. A seguir serão abordados os temas de cultura organizacional e resistência a mudanças. Cultura organizacional Existem vários conceitos de cultura organizacional e várias maneiras de tratar o assunto. Cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de valores e pressupostos básicos que definem o modo considerado correto de pensar, agir e sentir de uma empresa. Cultura organizacional não é um assunto novo, já que desde os primórdios da teoria administrativa e organizacional na década de 30 o tema já era objeto de publicações. Mas foi na década de 80 que o assunto ganhou relevância e destaque. Estudiosos do assunto perceberam que as empresas que se preocupavam com o assunto, começavam a usar a cultura como forma de melhorar a eficácia organizacional. A cultura tem algumas dimensões visíveis, chamados de artefatos culturais (mobiliário, prédio etc.), que são fáceis de serem notados. Os valores – que nesse contexto são as normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou mantidos pelo grupo social – são bem mais difíceis de serem percebidos, e representam uma tendência de preferir determinadas situações ou estado de coisas. Quando estes valores são testados e percebidos como válidos pelo grupo, eles se transformam em pressupostos básicos. Assim, no mais das vezes a cultura é implícita, pouco visível e informal. Um aspecto importante relacionado à cultura organizacional é a influência causada pelos lideres e fundadores da empresa. Assim, alguns mecanismos importantes de formação e transmissão de cultura são o que o líder presta atenção, mede e controla (daí a importância do sistema de indicadores da organização!), suas reações a incidentes críticos e crises organizacionais, as atividades deliberadas de aconselhamento e modelagem, os critérios para a alocação de recompensas e os critérios de recrutamento, seleção, promoção, aposentadoria e excomunhão. e c u r s o s H u m a n o s Tendo consciência da existência destes mecanismos, torna-se possível gerenciar aspectos ligados a cultura organizacional, procurando adequá-los às necessidades do negócio. Vale frisar que existem sub-culturas que convivem dentro de uma mesma empresa, sendo a cultura global a intersecção dos distintos subsistemas culturais. Os seguintes fatores influenciam a sua formação: a) fatores internos à empresa:sua história, seus lideres, suas estruturas, seus sistemas de controle, a tecnologia empregada e a interação entre os membros da empresa. b) fatores externos à empresa: as características sócioculturais da região e as características do segmento de mercado a que pertence. Resistência a mudanças Churchman (1972) menciona que o primeiro artigo de fé da filosofia do futuro é que “o futuro é sempre menos certo que o presente”. Essa incerteza é uma das causas da resistência às mudanças inerente à maioria das pessoas, pois um dos grandes medos que assolam o ser humano é o medo do desconhecido, o medo do novo. Alguns especialistas advogam que existe uma forte componente psíquica que induz as pessoas a terem resistência a mudanças, a qual é inconsciente e que teria origem no (trauma do) parto. Quando se forma um grupo de pessoas, esta resistência à mudança extrapola a dimensão do indivíduo (dimensão psíquica) se tornando uma meta coletiva (dimensão sociológica). Essa meta grupal de buscar a manutenção do status quo vigente, pode encontrar a sua motivação em razões conscientes – normalmente para salvaguardar determinados benefícios – inconscientes ou, um misto das duas. Muitos projetos de mudança organizacional fracassaram por desconsiderarem as dimensões psicológicas e sociológicas do processo, preocupando-se somente com suas dimensões objetivas, a saber, tecnológica e administrativa. Mas a resistência às mudanças organizacionais existe, influenciada também pela cultura organizacional, e deve ser considerada com o nível de importância que tem. Diversos trabalhos publicados tratam deste assunto, entre os quais podem ser citados os de Deming (1981), Harrington (1994), Huczynski e Buchanan (1991), Katz e Kahn (1987) além dos mencionados trabalhos de Ferro e Lynch. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Tal como o caminho mais rápido entre dois pontos é uma linha reta, define-se o caminho percorrido pela organização e indicado pelo planejamento estratégico como um processo linear. Um processo de planejamento formal é tipicamente um ciclo de atividades que será construído no tempo que for necessário para se “navegar” em quatro fases: 1. Identificar e perceber as falhas entre os objetivos estabelecidos e o desempenho, do passado; 2. Identificar recursos necessários para tapar as falhas entre o atual desempenho e futuro objetivos; G e s t ã o d e R 3. Distribuir esses recursos; 4. Visualizar o uso dos recursos, na mudança da organização no sentido dos objetivos. Um processo de planejamento estratégico serve para integrar a vasta gama de decisões e de ações que a gestão estratégica requer. Quando bem feito, o planejamento formal fornece à organização um “mapa de estradas” que facilita a iniciativa individual. Nesse ponto, os executivos começam a perceber e ter a certeza de que o seu poder consiste na habilidade de conseguir ter diversos membros da organização com os mesmos objetivos e depois delegar para os envolvidos decidirem como melhor alcançar esses objetivos. Essa descentralização do poder trouxe um aumento de importância ao elemento formal. Peter Drucker, uma das pessoas respeitadas em questões de gestão, nos últimos trinta anos, compara o executivo e o seu plano com o maestro a sua orquestra. É sabido que o maestro não consegue tocar os instrumentos tão bem como os músicos, que se supõem sejam os melhores em cada atividade e sempre estejam oferecendo a sua melhor performance. Mas, é sempre o maestro quem interpreta o trecho da peça e comunica a sua lição global de como a peça deverá ser tocada. Sem o maestro a peça sairia toda desafinada. Em semelhança, a liderança e direção do executivo devem existir no plano estratégico para que a descentralização e o trabalho individual funcionem eficazmente. Aí os gestores escolhem entre dois grandes caminhos. Um deles é a gestão incremental. Gestão incremental A gestão incremental é a maneira menos usada, conscientemente, ainda que seja para muitos a gestão do futuro. Nessa visão, os planos estratégicos apenas constroem linhas mestras para orientação do trabalho de cada um, ou seja, não se preocupa em definir um conjunto de tarefas a ser realizada por cada indivíduo. A gestão estratégica não é vista, apenas, como o processo de desenhar um plano e depois implementá-lo. Nesse caso, a gestão estratégica é o processo de repensar e ajustar continuamente os planos e atividade da organização. Em sua outra variável os gestores que, muitas vezes devido à falta de informação estratégica, se recusam a ousar em busca da sua melhor hipótese, gerenciam de maneira incremental, mas com um propósito bem definido. Este tipo de gestão estratégica chama-se Incrementismo Lógico e as suas principais características são apresentadas em seguida. Nesse caso os gestores têm a visão do que eles querem que a organização seja nos próximos anos, mas avançam passo a passo, medida a medida. Para fazer isto buscam criar um negócio flexível, continuando a fazer tentativas à margem disso. Tais tentativas são vistas como opostas, pois eles sabem que o futuro é imprevisível. Assim, em vez de tentarem prever o futuro, eles tentam tornar-se sensíveis aos desenvolvimentos do ambiente envolvente, procurando novas tendências. Quando as encontram eles procuram fazer pequenas experiências para ver de que maneira a organiza- e c u r s o s H u m a n o s 29 ção reage. Conscientes que não podem testar todas as experiências, eles encorajam o aparecimento de fatos novos dentro da organização. É preciso lembrar que, para o êxito desta proposta os gestores, precisam estar conscientes de que não é possível a existência de um único ponto de vista na tomada de decisões e que as mais importantes devem ser adotadas em todos os níveis de negócio. Pelo exposto é possível afirmar que, a gestão incremental lógica é mais usada do que parece (ao menos conscientemente) e os gestores não estão assim tão defasados uns dos outros, relativamente aos objetivos da organização. Algumas decisões, tomadas por estes gestores, podem parecer desconectadas, mas quando se vêm como um todo, percebese que é possível estarem, contribuindo para levar a organização ao ponto pretendido. Visão, Missão e Objetivos Entendemos que, para que o propósito da organização seja consistente e constante ao longo do tempo, é necessário um conjunto de valores. Tais valores deverão ser conhecidos dentro de toda a organização. Isto é o que está por trás do incrementalismo (lógico ou não) acima referido, que busca converter as ações bem orientadas em um conjunto de valores. Portanto, independentemente de se adotar o planejamento formal ou a gestão incremental, a consistência do propósito da organização é absolutamente essencial ao processo de gestão estratégica. Põe-se então a questão de como criar tal consistência. Para tal, recorre-se à hierarquia de finalidades estratégicas – visão, missão e objetivos. A seguinte frase, de origem desconhecida, ajuda a compreender a forma como estes três conceitos se conjugam: “A visão provoca o empenho, de todos, na missão da organização, através do trabalho realizado com base nos objetivos estratégicos”. A visão, missão e objetivos formam idéias que vivificam a energia e as forças distribuídas dentro da organização. São, portanto o ponto de partida para o planejamento formal e providenciam a energia e o sentido de orientação necessária para garantir que a gestão incremental culmina no progresso global. A Visão Na gestão estratégica, a visão refere-se aos objetivos gerais e de mais longo prazo. A visão descreve as aspirações para o futuro sem especificar os meios para as alcançar. As visões com mais efeito são aquelas que criam inspiração e esta inspiração é normalmente querer mais, maior e melhor. Isso pode ser, por exemplo, prestar o melhor serviço ou desenvolver o produto mais resistente. Insistimos apenas que a visão seja inspirativa e motivadora. Então se as visões são para inspirar e motivar, elas têm de ser comunicadas e possivelmente para muitas pessoas. A comunicação da visão pode ser feita de duas maneiras: uma mais óbvia, por meio da missão e outra menos óbvia usando a liderança. 30 G e s t ã o d e R Apesar de poder parecer menos óbvia, a segunda maneira é talvez a melhor, ampara-se na capacidade de persuasão da liderança, por meio do comportamento dos lideres na exposição da visão. A Missão A missão é a maneira pela qual a visão torna-se tangível. Esta reflete aquilo em que um líder pensa a respeito da organização bem como as direções que ela deve seguir. Apesar de a missão ser específica de cada organização, a sua definição deve conter as respostas às seguintes questões: – Qual é o propósito da organização? Qual a razão da sua existência? – O que é que é organização tem de único ou distinto? – Que diferença terá o negócio daqui a três ou cinco anos? – Quem são, ou deveriam ser, os principais clientes, ou segmentos de mercado? – Quais são os principais produtos? E quais serão? – Quem são, ou deveriam ser, as principais preocupações econômicas? – Quais são os valores, aspirações e prioridades filosóficas? Uma definição de missão que responda a estas questões tem as três seguintes vantagens: – É capaz de estabelecer os limites que servem de orientação na formulação da estratégia; – Ao mesmo tempo estabelece padrões para o desempenho da organização em múltiplas dimensões; – E sugere padrões para o comportamento ético dos indivíduos. Os Objetivos Os objetivos são princípios que tentam tornar a definição da missão e a visão mais específica. Isso é necessário porque a definição de missão, apesar de já ser mais “central” do que a idéia que o visionário tinha em mente, ainda assim ela define direções pouco concretas, ou seja, ações pouco especificadas. Neste mister os objetivos são a maneira pela qual as diversas organizações que pretendem indicar o futuro compartilham algumas características. Vejamos aquelas comuns: – Objetivos que abrangem questões lucrativas e não lucrativas: a maioria das organizações desenvolve objetivos lucrativos e não lucrativos. Isso é devido ao fato de que existe uma significativa diversidade de interesses especialmente entre os acionistas, referidos na definição da missão. – Objetivos que podem ser alcançados com um esforço extra: todas as organizações costumam desenvolver objetivos aparentemente inalcançáveis. Na verdade, esses são aqueles que mais contribuem para o desenvolvimento do mundo. Costuma-se chamar a estes objetivos manifestamente importantes e quase impossíveis.Ao longo dos anos vimos que ao estabelecer constantemente objetivos que e c u r s o s H u m a n o s – – – – exijam mais esforço, as organizações acabam por explorar todo o seu potencial. Mas isto não quer dizer que se deva estabelecer sempre objetivos muito difíceis, pois objetivos irrealistas, podem causar danos graves na organização. Objetivos que incluem a variável “tempo”: virtualmente, todos os objetivos requerem a concepção temporal, se é que são para ter alguma utilidade. A definição dos objetivos não terá sentido se não incluírem limitações de tempo. Objetivos que facilitam os compromissos: dada a grande variedade de objetivos que são definidos, alguns podem acabar por se contradizer. É, pois, preciso ter em atenção a escolha daqueles que não comprometam a possibilidade de encontrar um compromisso entre duas escolhas. Objetivos que minimizam os conflitos: aqueles objetivos que forem bem especificados, sem ambiguidades e que não ponham os membros da organização em rivalidade, minimizam a possibilidade do aparecimento de conflitos. Já que os objetivos são a base do comportamento cooperativo na gestão, se concentrarmos os esforços no progresso global da empresa, em vez de ser nos departamentos e seções, podem-se criar relações intra-organizacionais benéficas, tais como a partilha de informações e recursos. Objetivos que possam ser quantificados: apesar de não ser possível quantificar todos os objetivos, é sempre importante visualizar o progresso à luz daqueles prioritários e que mais agregam valor ao cliente. Vejamos um exemplo. Muitas empresas escolhem como objetivo melhorar a qualidade. No entanto, a qualidade não é nada fácil de medir. Por esta razão, recomendamos as essas empresas em vez de usar a qualidade como um objetivo, deve-se procurar eleger outros fatores mais fáceis de serem mensurados que podem ser, reduzir em 30% as reclamações na garantia ou as taxas de defeito. Existe até uma regra para se conseguir definir quando um objetivo é quantificável. Basta procurar responder a esta pergunta: “Quantificando desta forma, saberemos quando alcançamos os nossos objetivos?” a. ambiente. b. tarefa. c. pessoa. d. tecnologia. e. competitividade. 2. A sequência em que essas necessidades devem ser satisfeitas é: a. I, II, III, IV e V. b. I, III, II, V e IV. c. III, I, V, IV e II. d. III, II, I, IV e V. e. V, III, I, II e IV. 3. Márcia, gerente de uma empresa de cosméticos, fez críticas à sua empresa mostrando que esta funcionava como uma máquina, que o trabalho obedecia a um ritmo padrão na busca de maior rendimento e que a existência de uma superespecialização dos empregados tinha como objetivo a eficiência da organização. Tais críticas foram capazes de identificar esta empresa como representante da Teoria: a. da Administração Científica. b. da Contingência. c. da Burocracia. d. das Relações Humanas. e. do Comportamento Organizacional. 4. Um departamento de uma organização pública está buscando alcançar maior eficiência na realização das tarefas efetuadas por seus servidores, pois foram identificadas perdas excessivas na produção do trabalho realizado. O chefe promoveu reuniões com seus subordinados para definir as ações a serem tomadas. O primeiro passo foi definir que eficiência significa: a. condições adequadas de fazer o trabalho. b. correta utilização dos recursos disponíveis. c. redução da fadiga humana no posto de trabalho. d. produção do trabalho no menor tempo possível. e. padronização dos métodos de trabalho utilizados. 5. Na Teoria Clássica de Administração, a organização se caracteriza pela distribuição, entre indivíduos ou grupos de indivíduos, de uma tarefa total de modo que cada um deles assuma uma parte específica. A consequência dessa divisão chama-se: – Objetivos que evitam consequências indesejáveis: estes objetivos são úteis para definir as maneiras de os quantificar, levando em conta as ramificações dos comportamentos que a sua consecução pode motivar. Se os gestores não forem suficientemente cuidadosos, podem estar causando comportamentos indesejáveis, provocados pela má medida do desempenho. 1ª LISTA DE EXERCÍCIOS 1. Pedro, médico bem-sucedido, foi convidado a ser o gerente do órgão da área de saúde no qual atua há muitos anos. Dedicou-se, então, ao estudo das Teorias Administrativas para poder definir qual deveria seguir. Optou pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional, cujo principal enfoque é a mudança organizacional planejada e com ênfase no(a): G e s t ã o d e R Marilena, funcionária do Setor de Terapia Ocupacional da AGANP, interessou-se pelo estudo da motivação humana. Descobriu que é um campo do conhecimento que objetiva compreender o comportamento das pessoas. Conheceu, então, as Teorias de Maslow, representante destes estudos, que formulou uma teoria com base na hierarquia das necessidades humanas. Segundo ele, à medida que o homem satisfaz as necessidades básicas, outras mais elevadas irão predominar no seu comportamento. A esse respeito, considere as seguintes necessidades: I – fisiológicas; II – sociais; III – de segurança; IV – de autorealização; V – de estima. e c u r s o s H u m a n o s 31 a. poder. a. contigencial. b. especialização. b. situacional. c. execução. c. sistêmico. d. criação. d. burocrático. e. cientifico. e. composição. 6. MacGregor, teórico da administração, desenvolveu uma teoria que compara dois estilos opostos de dirigir uma organização. Receberam o nome de Teoria X e Teoria Y. A organização que adota o estilo de administrar baseado na Teoria Y se caracteriza por acreditar que as pessoas: a. são esforçadas. b. são ingênuas. c. precisam ser controladas. d. evitam o trabalho. e. evitam a responsabilidade. 7. Pessoas constituem o capital humano da organização. Esse capital pode valer mais na medida em que: a. tenha a delegação de autoridade como meta prioritária. b. substitua os negócios tradicionais por negócios digitais. c. consiga influenciar as ações e o destino da organização. d. recolha informações do ambiente e as transforme em valores. e. perceba a viabilidade de motivos que orientam os indivíduos. 8. Abraham Maslow desenvolveu a teoria da motivação, tendo como eixo condutor as necessidades humanas. Para ele, as necessidades estão organizadas hierarquicamente e a busca de satisfazê-las motiva a pessoa a tomar uma direção. À medida em que as necessidades mais baixas da hierarquia são atendidas, surgem as mais altas. As necessidades primárias ou as mais baixas da hierarquia de Maslow são: a. de estima e de autorealização. b. de segurança e de estima. c. sociais e de segurança. d. fisiológicas e de segurança. e. fisiológicas e sociais. 9. Uma pesquisa realizada na empresa X, a identificou como uma organização que segue o modelo burocrático weberiano, pois ela apresentou como finalidade principal: a. levar em conta o inter-relacionamento dos vários sistemas da organização. b. gerar alta capacidade para mudanças e inovações. c. possibilitar a verificação do grau de racionalidade da organização. d. possuir meios adequados para resolver conflitos entre cargos. e. ter condições de assimilar a influência de novas tecnologias na organização. 10. Gunter, supervisor técnico da empresa X, elaborou um relatório, indicando que a empresa tem um ambiente empresarial estável, produção rotineira, tecnologia tradicional e desafios apresentados aos indivíduos rigorosamente previsíveis, repetitivos e programados. Assim, o tipo de organização dessa empresa é: 32 G e s t ã o d e R 11. A noção de burocracia, para Weber, está associada a uma construção social envolvida por um alto grau de formalismo, implementado por um conjunto de normas escritas, contemplando uma estrutura de cargos estabelecia de forma hierárquica segundo uma divisão tanto vertical quanto horizontal do trabalho. Qual, entre as opções abaixo, representa a ênfase básica da Teoria da Burocracia? a. Ênfase nas pessoas. b. Ênfase nas tarefas. c. Ênfase na organização formal. d. Ênfase no ambiente. e. Ênfase na tecnologia. 12. Analise as proposições assinalando certo (C) e errado (E ): ( ) A abordagem humanística; teoria das relações humanas; define que a administração deve ser tratada cientificamente deixando de lado o empirismo. ( ) Para Taylor e Fayol, por meio de um conhecimento do ser humano pode-se através da divisão de tarefas e de um arranjo na estrutura conseguir gerar eficiência. ( ) É correto dizer que a teoria das relações humanas, e apenas ela enfoca a questão da organização informal, da motivação, da liderança e de outros aspectos inerentes ao comportamento social. ( ) É correto dizer que na Teoria Clássica busca os melhores resultados por meio de condições que permitem a integração das pessoas nos grupos sociais e o conhecimento das necessidades individuais e grupais para através de planos motivacionais chegar aos resultados esperados. ( ) Ao se partir para a experiência de Hawtorne, Elton Mayo procurava verificar um estudo de satisfação dos funcionários o que se verificou a seguir foi que centrado nas pessoas ele percebeu que as relações informais existiam em toda a organização, então era necessário criar uma estrutura organizacional onde a informalidade pudesse também ter o direito às decisões de cunho administrativo. a. b. c. d. e. C, E, E, E, E C, C, C, E, E E, E, E, E, C C, E, C, E, C E, C, C, E, C 13. Movimento que teve como característica básica uma oposição contínua à Escola Clássica: a. Relações ]Humanas b. Behaviorista Sistêmica c. Estruturalista d. Sistêmica e. Contingencial 14. Fayol, em sua obra, identifica cinco funções inerentes à operação de uma empresa, seja ela simples ou complexa, grande ou pequena. Assinale a opção que descreve corretamente uma dessas funções denominada de função administrativa. e c u r s o s H u m a n o s a. Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar. b. Governar, Remunerar, Coordenar, Controlar e Fiscalizar. c. Planejar, Comunicar, Liderar, Coordenar e Avaliar. d. Prever, Estruturar, Liderar, Negociar e Fiscalizar. c. Ênfase na estrutura organizacional. e. Organizar, Negociar, Comandar, Coordenar e Avaliar. d. Ênfase no ambiente. 15. A teoria da motivação de Abraham Maslow está baseada na satisfação de necessidades humanas. De acordo com essa teoria, são válidas as necessidades: a. De alimentação, de reprodução, de abrigo e desegurança. b. Básicas, de segurança, sociais, de estima e de auto- realização. c. De realização, sociais, materiais, psicológicas e de interesses profissionais. d. Básicas, de reprodução, de segurança, sociais, materiais e profissionais. e. De realização, de filiação, de segurança e de poder. 16. Em toda empresa deve estar presente a organização: a. De tarefas, apenas. b. Formal, apenas. c. Informal, apenas. d. Formal e a de tarefas. e. Formal e a informal. 17. Todo trabalho deve ser dividido e, assim, permitir a especialização das pessoas. Essa afirmativa refere-se: a. À Teoria Geral da Administração. b. Ao conceito de administração. c. À lei que criou a profissão do administrador. d. Aos Princípios Gerais da Administração. e. À hipótese para estudos científicos na área de especialização de pessoal. 18. Segundo Maslow, o homem tem uma série de necessidades que são classificadas e expostas sob a forma de pirâmide. Considerando a teoria das necessidades de Maslow, assinale a alternativa incorreta: a. Não é necessário satisfazer um nível inferior de necessidade para que imediatamente surja um nível mais elevado no comportamento. b. Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pirâmide das necessidades. c. Cada indivíduo possui mais que uma motivação. d. Qualquer comportamento motivado é como um canal pelo qual muitas necessidades fundamentais podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente. e. Qualquer frustração ou possibilidade dessas necessidades não serem satisfeitas, passam a ser consideradas ameaças psicológicas. 19. A teoria administrativa mais recente é a Teoria: a. Clássica. b. Da Contingência. c. Das Relações Humanas. d. Do Desenvolvimento Organizacional. e. Dos Sistemas. G e s t ã o d e 20. Qual, entre as opções abaixo, representa a ênfase básica da Teoria da Burocracia? a. Ênfase nas pessoas. b. Ênfase nas tarefas. R e. Ênfase na tecnologia. 21. O processo organizacional envolve, pelo menos, cinco funções administrativas básicas. Dentre elas, uma adquire caráter fundamental em decorrência da velocidade de mudança do ambiente em que as organizações atuam. Aponte a opção que indica essa função de forma correta. a. O controle é a principal preocupação dos dirigentes dada a escassez crônica de recursos determinada pelo momento de crise em que estamos vivendo. b. A comunicação é fundamental dada a necessidade de interagir constantemente com mercados globalizados. c. A organização merece destaque especial, pois sem o ordenamento e a rotinização de atividades experimentarse-á um processo de entropia negativa. d. O planejamento é a mais fundamental das funções administrativas por envolver a escolha de cursos alternativos de ação e estratégias de intervenção, dele dependendo todas as outras funções. e. A direção é o ponto central do processo, pois só ela possibilita uma maior capacidade de enfrentar situações críticas e reverter através de lideranças de cunho carismático os problemas administrativos. 22. Entre as funções administrativas básicas, o controle chegou a adquirir, ao longo da história da administração e, sobretudo, na cultura gerencial, uma posição preeminente, sobrepujando muitas vezes todas as demais. Uma das possibilidades de explicar tal fato reside nas características das organizações burocráticas, que depositam particular atenção na questão da disciplina no trabalho e na estruturação de hierarquias rígidas e claramente definidas. Apesar disso, o planejamento manteve-se em posição de destaque, funcionando como peça-chave das técnicas administrativas mais avançadas. Indique a opção que apresenta a melhor formulação a respeito dessa importante problemática do processo organizacional. a. O planejamento é fundamental para se definirem os rumos das organizações no longo prazo, mas o controle deve ser a principal preocupação dos dirigentes, dada a escassez crônica de recursos determinada pelas várias crises econômico-financeiras das últimas décadas. b. Embora sejam decisivos, o controle e o planejamento são dependentes da comunicação e da direção, dadas a complexidade crescente das organizações e a necessidade que têm de interagir constantemente com mercados globalizados. c. Das funções administrativas básicas, o planejamento é a mais fundamental, pois envolve a escolha de cursos alternativos de ação e a definição das estratégias de intervenção, dele dependendo todas as demais funções. d. As funções organizativas centrais, dedicadas ao ordenamento e à rotinização das atividades, subordinam todas as demais funções administrativas, pois fornecem as condições básicas para que o processo organizacional funcione de modo harmonioso e eficiente. e. A direção é o ponto central do processo organizacional, pois só ela pode gerar, através de lideranças enérgicas e carismáticas, uma capacidade crescente de enfrentar situações críticas e reverter os problemas administrativos. e c u r s o s H u m a n o s 33 23. A função que tem por finalidade a compatibilização de todas as atividades da organização e a promoção da cooperação na busca de um dado objetivo chamamos: a. Controle b. Feedback · c. Avaliação d. Coordenação e. Planejamento 24. No alto da escala hierárquica, o aspecto mais importante para o dirigente, em termos organizacionais, é sua capacidade de: a. tomar decisões imediatas; b. controlar pessoas e atividades; c. planejar a longo prazo; d. obter a cooperação de subordinados; e. coordenar eficientemente os subordinados. 25. A qualidade no ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização, que influencia seu comportamento e esta relacionada com o grau de motivação proporcionado, sendo ainda determinada, entre outros aspectos, pela estrutura da organização, diz respeito: a. Ao clima organizacional existente; b. Ao modelo sistêmico de comportamento; c. Aos reflexos da teoria de expectação; d. A psicologia organizacional em vigor. e. A dissonância cognitiva observada entre os colaboradores. 26. João é supervisor e foi convidado pela Fundação Y a visitála e emitir parecer quanto à sua organização. Assim, a primeira coisa que procurou fazer foi identificar características da Teoria Administrativa seguida pela Fundação, constatando tratar-se da Teoria Clássica. Sua conclusão foi gerada pela observação de que os empregados recebiam ordens de um único chefe, tal como determina o princípio desta Teoria que é o da: a. ordem. b. disciplina. c. unidade de direção. d. unidade de comando. e. subordinação de interesses individuais aos coletivos. 27. A era da informação que teve início ao redor de 1990 ressalta a competência como elemento crítico para a sustentabilidade das organizações. As competências têm de ser difundidas na organização. Existem competências essenciais e outras que são básicas. Uma competência essencial é aquela que: a. Se configura como um determinante significativo para satisfação e benefício do cliente e deve ser difícil de ser copiada pelo concorrente. b. Pode colocar em risco a base estratégica da organização e as operações táticas daí decorrentes, se combinada com outras capacidades. c. Recebe insumos vindos do ambiente externo e os incorpora para nutrir a organização de lucratividade e disponibilidade para a ação. d Constitui uma retroação positiva quando a saída estimula e amplifica a entrada para aumentar a operação do sistema. 34 G e s t ã o d e R e. Opera sobre dados colhidos no meio ambiente que circundam o sistema e provocam resultados da atividade organizacional. 28. Em determinada organização os administradores decidiram delegar parte de suas atribuições aos gerentes de níveis inferiores. No processo de delegação: a. As decisões se tornam rápidas pela proximidade do lugar do problema. b. A esfera de poder da administração central da organização diminui. c. A autoridade continua responsável pela tarefa cometida ao seu subordinado. d. Os dirigentes se consideram preparados para conduzir o processo decisório. e. Os conflitos são gerados entre os gerentes de linha e os supervisores. 29. Sobre as Escolas da Administração, assinale a alternativa incorreta: a. A origem da Administração Científica foi o chão de fábrica e o enfoque na produção. b. Elton Mayo, participante da Escola das Relações Humanas, estudou o comportamento dos grupos na sociedade e nas organizações. c. A Escola Burocrática, concebida por Max Weber, segue preceitos rígidos e disciplinadores para o desempenho eficaz do indivíduo e da organização. d. Frederick Taylor, Pai da Administração Clássica, defendia como princípios: a questão do tempo padrão; divisão do trabalho; ênfase na eficiência e a abordagem fechada da gestão. e. Fayol direcionou seu trabalho para a empresa como um todo e sua administração, ou seja, cuidou da empresa de cima para baixo, ao contrário de Taylor e Ford. 30. Quanto às funções da administração, classifique as proposições abaixo como ( C ) corretas, ou (E ) erradas: ( ) Para Fayol, toda empresa possui seis funções básicas: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil e a administrativa. ( ) Para Taylor, toda empresa possui seis funções básicas: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil e a administrativa. ( ) São seis as funções básicas da administração: estratégica, tática, operacional, técnica, comercial e financeira. ( ) As funções administrativas são as próprias funções do administrador. Elas englobam os chamados elementos da administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. ( ) As funções técnicas são as próprias funções do administrador. Elas englobam os chamados elementos da administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. ( ) A função administrativa não é privativa da alta cúpula; ela se reparte proporcionalmente por todos os níveis da hierarquia da empresa. A sequência correta das respostas dadas acima é: a. C, C, E, C, C, C b. C, E, E, C, E, C c. E, C, C, C, E, C d. E, C, C, E, C, C e. E, E, E, E, E, E e c u r s o s H u m a n o s 31. São vários os objetivos naturais de uma empresa. Assinale a alternativa incorreta sobre os objetivos de uma empresa: a. Proporcionar emprego produtivo para todos os fatores de produção. b. Proporcionar um clima em que as pessoas possam satisfazer uma porção de necessidades humanas normais. 34. Assinale a alternativa incorreta sobre o que é administração de empresas: a. Administração é um processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. b. A administração é um processo que procura assegurar a eficácia e a eficiência das organizações. c. A administração é importante em qualquer escala de utilização de recursos para realizar objetivos: individual, familiar, grupal, organizacional ou social. c. Proporcionar lucro para a sociedade, bem estar para o proprietário da empresa e reengenharia orgânica para seus funcionários. d. Aumentar o bem-estar da sociedade, por meio do uso econômico dos fatores de recursos. e. Simplesmente alcançar o lucro para seus acionistas. d. O primeiro conceito de administração de empresas surge com Elton Mayo, na escola científica. 35. Relacione as colunas a respeito das escolas da administração: 1 – Ênfase nas tarefas 2 – Ênfase na estrutura 32. O ambiente é extremamente multivariado e complexo: as empresas vivem em um mundo humano, social, político e econômico em constante mudança. Para melhor compreender o que constitui o ambiente de uma empresa, torna-se necessário decompô-lo em dois segmentos: o ambiente geral, comum a todas as empresas, e o ambiente de tarefa, que é o ambiente específico de cada empresa. 3 – Ênfase nas pessoas 4 – Ênfase na tecnologia 5 – Ênfase no ambiente ( ) Teoria do Desenvolvimento Organizacional ( ) Teoria Neoclássica Assinale abaixo a alternativa correta que corresponda às variáveis que constituem o ambiente geral: ( ) Teoria Comportamental ( ) Teoria Clássica a. Variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, humanas, sociais, demográficas e ecológicas. ( ) Escola da Administração Científica b. Variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais, demográficas e contábeis. ( ) Teoria da Burocracia ( ) Teoria das Relações Humanas c. Variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais, demográficas e ecológicas. A sequência correta das respostas dadas acima é: d. Variáveis tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais, fisiológicas e ecológicas. b. 2, 3, 3, 4, 5, 3, 1 a. 2, 3, 2, 1, 1, 4, 3 c. 3, 2, 3, 2, 1, 2, 1 e. Variáveis econômicas, políticas, sociais e de segurança. 33. A respeito do comportamento organizacional, classifique as proposições abaixo como (C) corretas, ou ( E) erradas: ( ) O comportamento organizacional é um campo de estudos que investiga o impacto que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para promover a melhoria da eficácia organizacional. d. 3, 2, 3, 2, 1, 2, 3 36. Assinale a alternativa incorreta sobre as funções da administração: a. Liderar significa dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas essenciais. b. Planejar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma empresa, de modo que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma. ( ) O absenteísmo é o não-comparecimento do funcionário para trabalhar. ( ) A rotatividade é a permanente saída e entrada de pessoal da organização, voluntária ou involuntária. c. Controlar significa certificar-se de que os atos dos membros da organização levam-na de fato em direção aos objetivos estabelecidos. ( ) Habilidades técnicas referem-se à capacidade de aplicação de conhecimento ou especialidades específicas. ( ) Habilidades humanas referem-se à capacidade de trabalhar com outras pessoas, compreendendo-as e motivando-as, tanto individualmente como em grupos. ( ) Habilidades conceituais referem-se à capacidade mental para analisar e diagnosticar situações complexas. A sequência correta das respostas dadas acima é: d. Coordenar significa ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. 37. A respeito das escolas da Administração classifique as proposições abaixo como ( C ) corretas, ou ( E ) erradas: ( ) Taylor via a necessidade premente de aplicar métodos científicos à administração, para garantir a consecução de seus objetivos de máxima produção a mínimo custo. ( ) Henry Ford é visto como um dos responsáveis pelo grande salto qualitativo no desenvolvimento da atual organização empresarial. a. C, C, C, C, C, C b. C, E, C, E, C, C c. E, C, E, C, C, C ( ) Taylor defendia a ênfase na estrutura formal da empresa: adoção de princípios administrativos pelos altos escalões. d. E, E, E, C, C, C e. E, E, C, C, C, C G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s 35 ( ) Fayol defendia a ênfase na adoção de métodos racionais padronizados: máxima divisão das tarefas no chão de fábrica. ( ) Max Weber concebeu uma organização com as seguintes características: divisão de trabalho e hierarquia, o homem organizacional e racional e a organização formal. ( ) Eficiência e eficácia na prática significa a mesma coisa. ( ) Segundo a Teoria X, o ser humano tem aversão natural ao trabalho. A sequência assinalada acima é: a. C, C, C, E, E, E, C b. C, C, E, C, E, E, E c. C, C, E, E, C, E, C d. E, E, C, C, E, E, E a. Função administração, função marketing e estratégia, função financeira, função segurança, função contabilidade e função técnica. b. Função administração, função comercial, função financeira, função social, função contabilidade e função técnica. c. Função administração, função comercial, função financeira, função social, função contabilidade e função operacional. d. Função administração, função comercial, função financeira, função segurança, função contabilidade e função técnica. 38. Taylor, americano de família enriquecida pelo comércio com a Índia, interrompeu seus estudos em Harvard e começou a trabalhar como aprendiz em um fábrica de amigos da família. A partir daí fez brilhantes contribuições ao mundo da Administração de empresas. Taylor defendia alguns princípios básicos. Assinale a alternativa correta sobre tais princípios: a. Seleção científica do trabalhador, tempo-razão, plano de incentivo salarial, gerentes planejam e operários executam, divisão do trabalho, supervisão, ênfase na eficácia. b. Seleção científica do trabalhador, tempo-padrão, plano de incentivo salarial, gerentes planejam e operários executam, divisão do trabalho, supervisão, ênfase na eficiência. c. Seleção científica do trabalhador, tempo-padrão, plano de incentivo salarial, gerentes e operários executam, divisão do trabalho, supervisão, ênfase na eficiência. d. Seleção científica do trabalhador, tempo-padrão, plano de incentivo salarial, gerentes planejam e operários executam, divisão do trabalho, supervisão, ênfase na eficácia. 39. Uma vez organizada uma empresa, seus colaboradores necessitam de ordens para saber o que fazer, suas ações precisam de coordenação e suas tarefas precisam de controle gerencial. Esse é o papel dos gerentes. Para assegurar o desempenho satisfatório desse papel, Fayol indicou alguns deveres que os gerentes devem observar. Assinale os itens corretos que correspondem a esses deveres: 1 – Assegurar a cuidadosa preparação dos planos e sua rigorosa execução. 2 – Definir claramente as obrigações. 3 – Começar sempre pelo mais fácil. 4 – Organizar a seleção eficiente do pessoal. 5 – Distribuir e compartilhar total responsabilidade com todos os funcionários. 6 – Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada. 7 – Formular as decisões de forma simples, nítida e precisa. 8 – Harmonizar atividades e coordenar esforços. 9 – Deixar tudo por escrito para não se perder com o tempo. A sequência assinalada acima é: a. 1, 2, 3, 4, 7, 8 b. 1, 2, 4, 6, 7, 8 c. 3, 5, 9 d. 5, 6, 7, 8, 9 36 40. Com relação às funções da empresa, assinale a alternativa correta: 41. A função administração, uma das mais importantes de todas as funções da empresa, apresenta alguns componentes. Assinale a alternativa que melhor responde a esses componentes. a. Direção, cooperação, controle e planejamento. b. Organização, competição, controle e direção. c. Planejamento, organização, controle e direção. d. Planejamento, organização, eficiência e direção. 42. Assinale a alternativa incorreta sobre os fundamentos da administração: a. O principal motivo para a existência das organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas. b. Os administradores, ou gerentes são as pessoas que tomam decisões de administração. Podem ser indivíduos (como um presidente de empresa) ou grupos (como a assembléia de acionistas). Todas as pessoas que administram sistemas de recursos e objetivos são administradores ou gerentes; porém, eles só tomam decisões que dizem respeito, sempre, a uma terceira pessoa. c. Devido a sua importância para a realização de objetivos sociais, as organizações afetam a qualidade de vida, tanto positiva, quanto negativamente. E dramático o impacto do mau funcionamento de uma organização, especialmente de grande porte, sobre a sociedade. d. A administração é um processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. 43. Existem três razões que explicam a existência das organizações. Assinale a alternativa correta: a. Razões materiais, razões estáticas, razões emocionais. b. Razões psicológicas, razões financeiras e razões causais. c. Razões sociais, razões materiais e efeito sinérgico. d. Razões sociais, razões materiais e razões óbvias. 44. Assinale a alternativa incorreta: a. Organizações são unidades sociais (ou agrupamentos humanos), intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos. b. Uma organização sempre constitui uma unidade pronta e acabada, sem ser afetada pelas mudanças do ambiente externo, até porque dessa forma seria impossível de ser administrada. G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s c. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo vivo e sujeito a mudanças. A sequência assinalada acima é: d. Organizações formais são as caracterizadas por regras e regulamentos formalizados por escrito e por estruturas de posições e hierarquia que ordenam as relações entre os indivíduos ou órgãos componentes. b. 2, 4, 3, 1 45. As empresas produzem bens ou serviços, empregam pessoas, utilizam tecnologias, requerem recursos e, sobretudo, necessitam de administração. Algumas características fazem as empresas diferentes das demais organizações sociais. A respeito dessas características, classifique as proposições abaixo como ( C ) corretas, ou ( E ) erradas. ( ) As empresas nunca são orientadas para dar lucro. ( ) As empresas assumem riscos. ( ) As empresas são dirigidas por uma filosofia de negócios. ( ) As empresas são geralmente avaliadas sob um ponto de vista contábil. ( ) As empresas devem ser reconhecidas como negócios pelas demais organizações e pelas agências governamentais. ( ) As empresas não constituem propriedade privada, pois são da sociedade como um todo. c. 4, 2, 1, 3 d. 4, 2, 3, 1 48. Sobre liderança é incorreto afirmar: a. A liderança não interfere no clima organizacional, até porque são elementos completamente distintos e independentes no processo administrativo. b. A liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana à consecução de um ou mais objetivos específicos. c. A liderança é um fenômeno social e ocorre exclusivamente em grupos sociais. d. A liderança é a capacidade de influenciar as pessoas a fazerem aquilo que devem. 49. São três os estilos de liderança: autocrática, democrática e liberal. Colocar LA quando o assunto se referir à liderança autocrática, LD quando se referir à liderança democrática e LL quando se referir à liderança liberal. (LA) O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. (LL) O líder não tenta avaliar ou regular o curso dos acontecimentos. A sequência assinalada acima é: a. C, C, E, E, C, E (LD) A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem a liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. b. E, C, C, C, C, E c. E, C, C, C, E, E (LA) O líder determina a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho. d. E, E, C, E, C, C 46. Todas as empresas, independente de tamanho, apresentam três níveis organizacionais. Assinale a alternativa correta: a. Nível estratégico, tático e técnico recursivo. b. Nível estratégico, nível institucional e nível racional. c. Nível institucional, nível intermediário e nível operacional. d. Nível intelectual amplo, nível intelectual intermediário e nível intelectual operacional. 47. a. 1, 4, 2, 3 Relacione as colunas com os conceitos de administração de empresas: 1 – Duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico, ou um conjunto de objetivos. 2 – Processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar objetivos estabelecidos. 3 – Um modo sistemático de fazer coisas. 4 – A medida de quão eficiente e eficaz é o administrador, e da competência com que ele determina e alcança os objetivos apropriados. ( ) Desempenho do administrador ( ) Administração (LL) Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com a participação mínima do líder. (LA) O líder é dominador e “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro. (LD) As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. A sequência assinalada acima é: a. LA, LD, LL, LA, LD, LA, LL b. LA, LL, LD, LA, LL, LA, LD c. LD, LL, LA, LD, LL, LD, LD d. LL, LA, LD, LL, LA, LL, LD 50. A estrutura organizacional representa os órgãos que compõem a empresa e as suas relações de interdependência e deve reunir quatro características: diferenciação, formalização, centralização e integração. Sobre o assunto, relacione as colunas: 1 – Diferenciação 2 – Formalização 3 – Centralização 4 – Integração ( ) Refere-se à localização e distribuição da autoridade para tomar decisões. ( ) Refere-se à divisão do trabalho organizacional em departamentos ou subsistemas e em camadas de níveis hierárquicos. ( ) Processo ( ) Organização G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s 37 ( ) Refere-se aos meios de coordenação e de entrosamento entre as partes da organização. ( ) Refere-se à existência de regras e regulamentos para prescrever como, quando e por quem as tarefas serão executadas. A sequência assinalada acima é: a. 4, 1, 2, 3 c. 3, 1, 4, 2 d. 1, 3, 2, 4 2ª LISTA DE EXERCÍCIOS (Polícia federal / 2004) Suponha que, na organização Felicidade Ltda, a unidade de recursos humanos (RH) conta com 10 empregados. Nesse setor, o clima organizacional vem-se caracterizando por manifestações de inveja, ressentimentos, inimizades pessoais. As ações que o gerente de RH deve adotar para melhorar o clima organizacional da empresa incluem: 2. Promover, em primeiro lugar, a negociação entre os subordinados e a direção da organização, buscando conciliar as metas organizacionais com os interesses individuais. Iniciar um processo de comunicação que exclua o feedback centrado em mentira sobre desafeto. 3. Realizar uma análise organizacional revendo o organograma, os fluxogramas, o estatuto e o regimento interno. 4. Propor aos insatisfeitos que se demitam. 5. Estimular a auto-reflexão e, em um segundo momento, implantar um processo participativo que possibilite aos empregados exporem o que sentem e proporem soluções para melhorar o clima organizacional. (SGA/2004) Acerca da administração de recursos humanos (RH), julgue os itens que se seguem. 6. Pela sua importância, o planejamento de RH deve ser anterior à elaboração dos planos de negócios da organização. 7. A descrição e a especificação de cargos descrevem as tarefas, os deveres e as responsabilidades dos cargos, os talentos, conhecimentos e as habilidades necessárias ao seu desempenho e as quantidades necessárias de ocupantes de cada cargo. 8. 9. O recrutamento interno estimula o aperfeiçoamento e o aumento de produtividade dos empregados. Administrar pessoas é responsabilidade de todas as unidades organizacionais, inclusive da unidade de recursos humanos. 10. Na avaliação de desempenho, deve-se evitar avaliar o comportamento do indivíduo no ambiente de trabalho, por ser uma questão tratada no âmbito disciplinar. 11. Uma forma de reduzir a distância entre os objetivos organizacionais esperados e os alcançados é a implantação de um programa de treinamento. 38 13. A avaliação de desempenho deve-se ater ao desempenho do empregado no cargo ocupado e não ao alcance de metas, pois estas podem depender de fatores que extrapolam as atribuições do empregado avaliado. 14. Buscar o equilíbrio entre os objetivos organizacionais e as necessidades dos empregados e obter baixos índices de rotatividade são papéis da administração de recursos humanos. b. 3, 2, 4, 1 1. 12. No processo de avaliação de desempenho, o fornecimento de feedback a um empregado com desempenho abaixo do esperado deve ser evitado, para que ele não fique constrangido. G e s t ã o d e R (HFA – CESPE – 28/11/2004) A administração de recursos humanos pode ser entendida como a função organizacional relacionada às atividades de provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos recursos humanos. No que se refere a esse assunto, julgue os itens a seguir: 15. Planejar estrategicamente os recursos humanos, atividade que tem influencia direta dos planos de negócio da organização, significa encontrar meios de satisfazer as necessidades organizacionais referentes a quadro de pessoal. 16. A etapa de modelagem de cargos responsável por definir as responsabilidades, habilidades e capacidades do ocupante do um cargo é chamada de descrição de cargos. 17. O processo de desenho de cargos fornece importantes subsídios às atividades de recrutamento de recursos humanos, seleção e treinamento de pessoal, avaliação de desempenho e programas de higiene e segurança do trabalho. 18. A avaliação de desempenho pode ser entendida como o conjunto de atividades relacionadas à identificação, mensuração e gestão do desempenho das pessoas na organização. Na sua condução, é importante que a área de recursos humanos informe aos empregados com desempenho aquém do esperado as diferenças entre o que vêm realizando e o que se espera deles. 19. Um método moderno de avaliação de desempenho deve considerar o estabelecimento consensual de objetivos entre gerentes e subordinados, o compromisso dos empregados para o alcance dos objetivos, a alocação adequada de recursos e meios necessários para a realização das tarefas e a monitoração constante dos resultados alcançados em comparação com os resultados esperados. 20. São práticas motivacionais, a participação nos lucros e resultados, o rodízio de cargos, a avaliação de desempenho e o alargamento de tarefas. 21. Aumentar o conhecimento do pessoal, melhorar habilidades e modificar comportamentos são objetivos do treinamento. 22. O processo de treinamento é cíclico e contínuo; tem início no diagnóstico, ou seja, no levantamento das necessidades do treinamento, que podem ser fornecidas pelo processo de avaliação de desempenho, e termina na implementação do treinamento. 23. Coaching é o papel exercido por um superior na busca de orientar e guiar o empregado em sua carreira. e c u r s o s H u m a n o s (ABIN-ANALISTA/2004) O principal elemento que compõe uma organização é o ser humano. Nesse sentido, pensar o indivíduo é imperativo nos estudos organizacionais. Com relação a recursos humanos, inclusive no tocante a comportamento organizacional, julgue os itens a seguir. 31. Quando a oferta de empregos é menor que a procura, o mercado de empregos encontra-se em situação de oferta. 24. O entendimento das diferenças culturais, ao contrário das diferenças individuais, não auxilia na compreensão da maneira como os indivíduos agem, em determinadas situações, na busca dos seus objetivos, assunto fundamental no que se refere à motivação nas organizações. 33. Em situações de oferta de empregos, há ocorrência de mais investimentos em estratégias de recrutamento e treinamento de pessoal, com o objetivo de compensar as deficiências dos candidatos admitidos e aquecer os programas de promoção de empregados — antes que estes aproveitem as oportunidades externas —, além de intensificação das competições entre as empresas que utilizam o mesmo tipo de mão-de-obra. 25. Algumas ações podem auxiliar na busca da eficácia de um líder, como, por exemplo, a valorização de pequenas vitórias por parte do grupo para o alcance dos objetivos propostos e o trabalho em conjunto com o liderado para a discussão de como melhorar seu desempenho. 26. Tendo em vista o fato de que o líder estende a sua influência além da autoridade formal, é fundamental para o líder eficaz estar pronto para modificar, sempre que necessário, a individualidade de seus seguidores, visando o alcance dos objetivos organizacionais. 27. A análise de cargos faz uso de determinados requisitos, como as responsabilidades envolvidas, assim como das aptidões e instruções essenciais, não envolvendo, entretanto, requisitos físicos. 28. O recrutamento interno tem algumas vantagens sobre o externo, como, por exemplo, a rapidez e a economia. Além disso, esse instrumento pode-se tornar fonte de motivação para os empregados da organização. (Anatel – Cespe 12/09/2004) A partir de meados do século XX, diversas nações passaram a conviver em um ambiente em que o processo simultâneo da globalização econômica e as inovações tecnológicas representam um imperativo que não pode ser deixado de lado. Essa nova realidade exige das empresas que querem permanecer atuantes no mercado investimentos constantes em competitividade. As empresas se vêem obrigadas, portanto, a apresentar produtos ou serviços com qualidade, a preços competitivos. No Brasil, essa realidade não é diferente e cada vez mais nossas empresas dependerão da capacidade gerencial para aumentar sua competitividade, ou seja, reduzir os custos de produção e aumentar a qualidade de seu produto e de seus serviços em relação aos concorrentes internacionais. Revista FAE. Curitiba: v. 6, n.º1, p. 27-38, jan./abr./2003 (com adaptações). A partir do texto acima, é possível inferir que o mercado de recursos humanos depende diretamente do ambiente, que influencia as organizações por meio de sua variedade de forças sociais, culturais, econômicas, políticas, tecnológicas etc. Essas forças fogem ao controle da organização; mais que isso, essas influências ambientais se refletem tanto no mercado de trabalho quanto no de recursos humanos. Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir. 29. Tanto o mercado de trabalho quanto o mercado de recursos humanos sofrem variações em função do tempo e do espaço (ambiente), o que permite considerar que são interdependentes e se interpenetram. 30. Quando a oferta de empregos é maior que a procura, o mercado de empregos encontra-se em situação de procura. G e s t ã o d e R 32. Quando a oferta de empregos é igual à procura, o mercado de empregos encontra-se em situação de oferta. Segundo Roberto Shinyashiki, escritor e consultor, a tecnologia é importante, mas apenas garante que a empresa não vai ficar para trás; quem levará a empresa para frente, rumo ao futuro, serão as pessoas. Acerca das atividades desempenhadas pelas pessoas em uma empresa e da administração de recursos humanos, julgue os itens seguintes. 34. Uma tarefa pode ser interpretada como uma atividade executada por um indivíduo que ocupa determinado cargo. 35. Um cargo corresponde ao agregado de tarefas atribuídas a cada indivíduo na organização. 36. Uma função é o conjunto de atividades substancialmente idênticas quanto à natureza das tarefas executadas e às especificações exigidas dos ocupantes. 37. A seleção de pessoal visa à escolha da pessoa certa para o lugar certo. 38. A análise e descrição de cargo é um processo ordenado das tarefas ou atribuições que sintetiza as informações recebidas da área de recrutamento e seleção. 39. O processo de gestão por remuneração compara os requisitos que um cargo exige de seu ocupante com o perfil que um candidato deve apresentar para aquele cargo. 40. Os princípios da remuneração funcional que determinam o salário fixo do ocupante têm o foco no cargo, e não na pessoa. A base do sistema é a avaliação de cargos. A busca da equidade interna é feita por meio da avaliação de cargos e a busca da equidade externa é feita por meio da política salarial. (Cespe –Terracap – DF) Determinada empresa é departamentalizada funcionalmente e possui as diretorias de marketing, de recursos humanos, de produção, de administração financeira e administração de material. As atribuições são definidas para cada diretoria de forma a respeitar os assuntos tradicionais de cada disciplina. Considerando as informações acima, julgue os itens a seguir. 41. Compete à diretoria de administração de recursos humanos a definição do quantitativo da força de trabalho a ser alocado no almoxarifado. 42. Definir alterações na estrutura organizacional da empresa é atribuição da diretoria de administração de recursos humanos. 43. O recrutamento e a seleção do pessoal de vendas devem ser efetuados pela diretoria de administração de recursos humanos. e c u r s o s H u m a n o s 39 perdidas com faltas injustificadas: 450 perdidas com atrasos e saídas antecipadas: 150 planejadas: 12 000 Acerca da gestão de recursos humanos, julgue os itens que se seguem. 44. Entre as atividades típicas dessa área estão a definição das normas de atendimento ao público externo à organização, a estruturação e o gerenciamento de planos de cargos e salários, a avaliação do processo de recrutamento de recursos humanos e a escolha dos gerentes intermediários. Nesse mês, o índice de absenteísmo foi de: a. 1,25% b. 3,75% c. 5,00% d. 8,75% e. 10,00 % 45. Guarda semelhanças de atuação no setor público com relação ao setor privado. 46. É uma atividade que, embora possua área de atuação especifica, permeia as ações de todos os gerentes da organização. 47. Abrange a administração dos direitos trabalhistas dos empregados da empresa. 48. Demandam de seus profissionais conhecimentos de sociologia, psicologia e antropologia. (Metrô – DF) A administração de recursos humanos pode ser entendida como a função organizacional destinada a prover, treinar, desenvolver, motivar e manter empregados. A respeito desse assunto. Julgue os itens a seguir. 49. Na administração de recursos humanos – que é composta de seis processos básicos – remuneração, benefícios sociais e desenho de cargos são atividades do processo denominado recompensar pessoas. 50. O planejamento estratégico deve apresentar as contribuições da administração de recursos humanos para o alcance dos objetivos da organização e dos objetivos profissionais dos empregados. 51. (FCC – CEAL – Analista de RH – 2005) O clima organizacional é a qualidade ou a propriedade do ambiente organizacional: 54. A empresa Gama registrou, durante o ano de 2006, a saída de 65 empregados. Em 1º de janeiro de 2006, havia 350 empregados e, em 31 de dezembro de 2006, 650 empregados. O índice de rotatividade da empresa Gama é: a. 6,5%. b. 10%. c. 13%. d. 18%. e. 21%. 3ª LISTA DE EXERCÍCIOS A administração de recursos humanos pode ser entendida como a maneira de a organização desempenhar suas atividades de recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, benefícios, higiene e segurança do trabalho. A esse respeito, julgue os itens a seguir. 1. Contribuir para a organização alcançar seus objetivos e realizar sua missão, fornecer meios para a organização ser competitiva e promover a satisfação dos empregados são objetivos da administração de recursos humanos, entre outros. 2. Considere a seguinte situação hipotética. Em função do sucesso das suas estratégias implementadas, uma organização está abrindo filiais em outras cidades com vistas a conquistar novos mercados, o que gerou a necessidade imediata de novas equipes de trabalho. Nessa situação, considerando que os dirigentes da organização têm como princípio aumentar a fidelidade dos seus empregados, o recrutamento externo se apresenta como o mais adequado para resolver a necessidade apresentada. 3. Considere a seguinte situação hipotética. Paulo vem executando com extrema rapidez as tarefas relacionadas ao seu cargo que lhe são confiadas, e vem apresentando produtividade acima da média da equipe. Nessa situação, para adequar o cargo às características de Paulo, é correto utilizar o enriquecimento horizontal do cargo. 4. Título do cargo, sumário das atividades e responsabilidades do cargo são itens da descrição de cargos. 5. Considere a seguinte situação hipotética. A equipe responsável pela produção de uma certa peça em determinada indústria vem apresentando produtividade aquém da esperada. O diagnóstico elaborado pela organização apontou que a equipe apresentava falta de algumas habilidades e de conhecimentos necessários para o desempenho adequado de suas funções. Nessa situação, é correto afirmar que a inserção da equipe em um programa de desenvolvimento é uma solução para o problema. a. Reconhecida pelos consumidores da empresa. b. Diagnosticada pelos membros do alto escalão da empresa. c. Percebida ou experimentada pelos membros da organização. d. Representada pelas relações entre empresa e mercado. e. Representada pelo organograma funcional da empresa. 52. Uma empresa teve 65 pessoas desligadas no mês de junho. Sabendo-se que o quadro de pessoal no início do mês de junho era de 2 650 funcionários e no final do mesmo mês foi de 2 550 funcionários, o correto índice percentual da rotatividade mensal é: a. 2,300 b. 2,407 c. 2,500 d. 2,600 e. 5,192 53. Considere os seguintes dados: Ocorrências no mês de julho: Número de horas perdidas com faltas justificadas: 600 40 G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s 6. Pessoas com motivação, conhecimentos e habilidades coerentes com os desafios que a organização tem de enfrentar por causa da concorrência, da crescente consciência dos consumidores e das novas relações de trabalho é o que as organizações vêm buscando atualmente. A propósito dessa assertiva, assinale a opção incorreta acerca da administração de recursos humanos. a. Desenvolvimento de pessoas é o processo de aprendizagem que tem como foco dotar empregados de habilidades mais amplas, que proporcionem oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional. b. Renovar a cultura organizacional existente e motivar e encorajar o desenvolvimento profissional dos próprios empregados são vantagens do processo de recrutamento externo. c. O treinamento tem sido utilizado como uma poderosa ferramenta destinada a tornar as pessoas mais produtivas. A esse respeito, é correto utilizar programas de treinamento para promover o desenvolvimento de atitudes e conceitos. d. A avaliação de desempenho possibilita identificar dificuldades de adequação da pessoa ao cargo ocupado e carências de treinamento. 7. A administração de recursos humanos é caracterizada como a função organizacional responsável pela coordenação das atividades de provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos recursos humanos. A esse respeito, assinale a opção correta. a. Enriquecimento horizontal do cargo é uma forma de adaptação do cargo ao potencial do ocupante por meio da adição de tarefas mais complexas que as atuais. b. Rotação de cargos é um método de desenvolvimento de pessoas baseado na movimentação do empregado para posições que requeriam atribuições mais complexas ou novos conhecimentos com a mesma complexidade. c. A delegação deve ser evitada em situações operacionais que se modifiquem com frequência e que requeiram agilidade na tomada de decisão, a fim de possibilitar maior nível de controle e padronização das tarefas dos empregados de níveis hierárquicos mais baixos. d. A unidade de recursos humanos atua de forma consultiva para as unidades organizacionais quando a organização mantém centralizada a administração de recursos humanos. 8. Planejamento estratégico de recursos humanos tem como objetivos contribuir para o alcance dos objetivos da organização e propiciar o alcance dos objetivos dos empregados. A esse respeito, julgue os itens: a. O processo de planejamento de recursos humanos requer adequada modelagem de cargos. A etapa da modelagem de cargos responsável pela descrição dos conhecimentos e habilidades necessárias para o desempenho do cargo é chamada descrição do cargo. b. Chama-se planejamento estratégico de recursos humanos integrado aquele que ocorre imediatamente após a elaboração do planejamento estratégico da organização e procura se adaptar a ele para contribuir na sua implementação. G e s t ã o d e R (CESPE- CEEE/RS administrador) A respeito da administração de recursos humanos, julgue os itens seguintes. 9. O recrutamento interno tem como um de seus benefícios a capacidade de trazer ânimo novo para a organização tendendo a contribuir para a melhoria dos processos. 10. O instrumento mais popular de seleção de empregados é o teste de personalidade que é feito por meio de perguntas cujas respostas vão possibilitar a medição dos traços de personalidade, de sociabilidade, de ajuste e de energia do candidato. 11. Definição do grau de contribuição nos resultados da empresa, subsídio de programas de mérito, de demissão, de promoções e de transferências são alguns dos objetivos da avaliação de desempenho. 12. A diferença principal entre o benefício compulsório e o espontâneo é que para o primeiro existe respaldo pelas exigências da lei ou de normas legais; e para o segundo, o respaldo é oferecido pela empresa aos empregados por vontade própria A administração de recursos humanos é hoje uma das principais áreas das organizações, especialmente quando considera o indivíduo como sendo elemento fundamental para o alcance dos objetivos organizacionais. Nesse sentido, com relação à administração de recursos humanos, julgue os itens seguintes. 13. Os sistemas de avaliação de desempenho pela comparação exigem enorme habilidade do avaliador, mas são capazes de restringir o subjetivismo das avaliações realizadas. 14. O efeito de halo é um fator que pode distorcer uma avaliação de desempenho. 15. Um sistema de remuneração moderno não deve valorizar o plano de cargos e salários nem tampouco a remuneração por habilidades. 16. A entrevista de seleção de pessoal deve ser preparada e estruturada de modo que se possa minimizar a influência de tendências relativas à questão da percepção, como a valorização excessiva de uma característica negativa de determinado candidato. 17. Constituem etapas da entrevista de seleção de pessoal: preparação, em que se busca analisar, entre outras coisas, o cargo a ser ocupado; a abertura por parte do entrevistador, tendo em vista o fato de que o candidato deve estar tranquilo para responder as perguntas; e a conclusão da entrevista. QUESTÕES DO TST Acerca da administração de recursos humanos no âmbito de organizações, julgue os itens a seguir. 18. Na avaliação de desempenho, o método dos incidentes críticos deve ser empregado quando a organização busca avaliar características extremas relacionadas a desempenhos altamente positivos ou altamente negativos de empregados. 19. O efeito halo deve ser evitado no processo de avaliação de desempenho, por se tratar de generalização de comportamentos positivos ou negativos observados em relação a um empregado. e c u r s o s H u m a n o s 41 20. O processo de treinamento, que busca aumentar a capacidade de os empregados alcançarem os objetivos organizacionais, deve ser avaliado em relação às necessidades da organização e das pessoas, como empregados e clientes. 29. Simulações, jogos e dramatizações são dinâmicas de grupo ideais para serem aplicadas nas situações em que o cargo a ser preenchido for de importância vital para a organização ou quando houver muitos candidatos para poucas vagas. Considerando as diferenças entre treinamento e desenvolvimento de pessoas, julgue o seguinte item. 30. O salário é classificado como remuneração direta; prêmios, comissões e participações nos lucros integram a remuneração indireta. 21. Volume de reclamações de clientes, distância entre os resultados alcançados e os esperados, ocorrência de problemas de relacionamento com colegas, subordinados ou superiores hierárquicos, e inserção de novas tecnologias na organização são insumos para o planejamento de ações de desenvolvimento de pessoas. 4ª LISTA DE EXERCÍCIOS 1. Nas organizações em que a administração de recursos humanos é um órgão de assessoria da presidência, a ela diretamente vinculado, prestando-lhe consultoria e serviços de estafe, as políticas e procedimentos concebidos e desenvolvidos pelo órgão não dependem do aval e da comunicação da presidência para a sua implementação, e sua aplicação é obrigatória por todas as diretorias. 2. Nos tempos atuais, a ênfase na gestão de pessoas se deslocou do controle, da padronização, da rotinização, para o estímulo ao envolvimento e ao desenvolvimento dessas pessoas. A falta de atenção às práticas da gestão de pessoas é um grande problema para implementação da gestão pela qualidade 23. Considere-se que uma organização pretenda promover um empregado de destaque do cargo que ocupa para um cargo que lhe exigirá maiores habilidades e competências. Nessa situação, seria adequado que o referido empregado passasse por um programa de desenvolvimento para se capacitar para o novo desafio. 3. O governo federal tem-se manifestado em relação à política de recursos humanos, no sentido da efetivação dos servidores terceirizados e temporários, em exercício nas atividadesfim da administração e inerentes à função pública. Essa atitude atende às reiteradas recomendações do Ministério Público, do TCU e dos demais órgãos de controle. 24. Compromissos particulares, doenças, acidentes e transporte público precário são fatores que interferem no índice de absenteísmo. 4. Estudos recentes mostram que há uma tendência a tratar a competência como um padrão ou critério interno que deve ser alcançado, assim como as qualidades do cargo. A gestão de pessoas é mais focada na obtenção de resultados do que propriamente no desenvolvimento e satisfação das pessoas. 5. O equilíbrio organizacional, em termos de administração de recursos humanos, ocorre quando as contribuições dadas pelos colaboradores são compatíveis, em quantidade e qualidade, com as respectivas recompensas ofertadas pela organização. 6. A área de recursos humanos exerce o papel de auxiliar uma organização no alcance dos seus objetivos, devendo facilitar o processo de contratação e desenvolvimento de pessoas para esse fim. 7. Na era da informação, é crescente a importância do capital intelectual da organização, no qual se insere o denominado capital humano, constituído com os talentos, as competências, a experiência das pessoas. Enquanto o capital físico se desgasta, se deteriora, o conhecimento se valoriza e sedimenta a cada dia. 8. Segundo Herzberg, a motivação para trabalhar depende de dois tipos de fatores: os higiênicos e os motivacionais. Estes últimos compreendem, entre outros, remuneração e benefícios, segurança no cargo e condições físicas e ambientais, que produzem efeito duradouro de satisfação e de aumento de produtividade. 9. De acordo com Victor H. Vroom e a sua teoria da expectativa, a crença de que é possível alcançar um resultado indesejável leva a pessoa a diminuir o esforço. Assim, se para QUESTÕES DO TJDFT Julgue os itens subsequentes, acerca de noções de administração de recursos humanos. 22. Na elaboração do plano de cargos, a atividade de especificação de cargo objetiva descrever conhecimentos e habilidades necessárias ao desempenho de cargos. 25. A respeito do processo de seleção de pessoas, é correto afirmar que a entrevista que utiliza roteiro preestabelecido com questões fechadas, comparativamente à entrevista que utiliza questões abertas, é a que permite maior aprofundamento em relação aos dados a serem coletados do candidato. 26. A movimentação de funcionários entre as unidades organizacionais é denominada rotatividade de pessoal. 27. Considere-se que uma organização queira avaliar características correspondentes a desempenhos altamente negativos de seus empregados em função de uma atividade que venha apresentando muitas falhas. Nessa situação, a organização pode utilizar o método dos incidentes críticos. DF-TRANS Acerca de administração de recursos humanos, julgue os itens a seguir. 28. Considere-se que, na entrevista preliminar em um processo de seleção de pessoas, o responsável tenha elaborado perguntas e feito simulações acerca de informações contidas nos currículos dos candidatos. Tal procedimento gerou, nos candidatos, a impressão de desorganização, uma vez que essas informações já estavam em seus currículos. Nessa situação, é correto afirmar que o procedimento do responsável foi inadequado porque despendeu tempo desnecessário e não agregou qualquer valor ao processo de seleção. 42 G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s alguém uma atividade não-remunerada, um hobby, é mais importante que o seu trabalho, e sua ascensão profissional depende de mais dedicação ao trabalho e de renúncia a esse hobby, a pessoa deixará de se esforçar para alcançar uma promoção. 10. Para Chester Barnard, na interação entre pessoas e organização, há uma importante distinção entre eficiência e eficácia quanto aos resultados; conceitos associados, respectivamente, ao alcance dos objetivos individuais e dos organizacionais. A parcela maior de responsabilidade pela integração desses objetivos recai sobre a alta administração. 11. No enfoque comportamental na administração, de acordo com a teoria da expectativa, acredita-se que o esforço produz o desempenho e este, o resultado, ao qual as pessoas atribuem valores. Desse modo, a motivação estaria assim representada: motivação = expectativa (de que o esforço produz o resultado) × valor atribuído ao resultado. 12. Uma das principais funções da cultura organizacional é regular as relações entre os membros da organização. 13. As avaliações de desempenho possibilitam a aferição da eficácia das funções do setor de pessoal de uma organização. Permitem aos administradores avaliar, entre outros aspectos, a adequação das políticas de recrutamento e seleção, a validade das atividades de treinamento e aperfeiçoamento, e a justeza das decisões sobre promoções e transferências. 14. O processo de avaliação de desempenho é composto de etapas que implicam, além da própria avaliação, o planejamento e o acompanhamento do desempenho dos funcionários para que esse desempenho possa ser efetivamente gerenciado. 15. O funcionário deve ser avaliado pelo seu chefe imediato, por ser este o indivíduo que tem a visão completa do seu desempenho. 16. Em um órgão, a área designada para coordenar o sistema de avaliação de desempenho deve realizar seu trabalho com foco no que foi planejado, buscando preservar as fronteiras da sua área em relação às outras que compõem o sistema de recursos humanos, e atuando dentro dessas fronteiras. 17. O recrutamento externo tende a manter a cultura organizacional, uma vez que o novo empregado admitido necessitará adaptar-se às condições vigentes de trabalho. 18. Discrepância de desempenho ou lacunas nas competências individuais são devidas a variáveis que incluem, entre outras, falta de conhecimento, habilidades e(ou) atitudes, desmotivação dos empregados e(ou) falta de condições ou suporte da organização ao desempenho no trabalho. 19. A avaliação de desempenho de um empregado não depende muito do processo perceptivo, fator que praticamente não influencia a avaliação. 22. Um programa de avaliação de desempenho objetiva, entre outros aspectos, mostrar aos empregados os resultados que deles são esperados. 23. Uma das desvantagens do recrutamento interno é conhecida como o princípio de Peter: se administrado incorretamente, leva a organização a promover continuamente seus empregados ou servidores, elevando-os até a posição ou função em que demonstram o máximo de sua incompetência. 24. Experiência, conhecimentos, aptidões e habilidades, características comportamentais e circunstâncias pessoais, como local de residência e posse de automóvel, são atributos requeridos em processos de recrutamento e seleção. 25. O recrutamento externo tem como vantagem trazer sangue novo para a organização, o que ajudará a construir as competências identificadas como ausentes e necessárias ao atingimento dos objetivos organizacionais. 26. Definir o perfil do candidato por meio de entrevistas, questionários e observação do cargo é a melhor estratégia de recrutamento. 27. A avaliação de um programa de recrutamento baseia-se, entre outras coisas, na rapidez do atendimento à requisição encaminhada pela unidade interessada, no baixo custo operacional em face da qualidade e da quantidade dos candidatos encaminhados e na maior permanência dos candidatos no emprego após a efetivação. 28. O recrutamento interno é uma movimentação interna de RH. Suas principais desvantagens, tendo em vista o recrutamento externo, incluem o fato de ser um pouco mais demorado e mais caro, além de desenvolver um espírito negativo de competição entre os empregados. 29. O recrutamento interno é menos oneroso às organizações, porém gera maior nível de atrito (competição) entre os empregados. 30. As agências de emprego, os anúncios em jornais e a indicação de empregados são exemplos de meios de recrutamento que utilizam fontes externas. 31. Os custos envolvidos em recrutamentos internos ou externos são basicamente os mesmos, sendo indiferente a escolha de um ou de outro, quando a base de decisão é o custo. 32. O alto índice de rotatividade na força de trabalho de uma organização é um indicativo de que as técnicas utilizadas para o recrutamento de pessoal estão adequadas. 33. (CESPE/PMRB 2007) A atividade de recrutamento deve preceder o levantamento das necessidades de pessoal da organização. 20. A avaliação de desempenho permite identificar erros de projeto de cargo, deficiências no preenchimento de vaga e necessidades de treinamento e desenvolvimento. 34. (CESPE/PMRB 2007) Em instituições como a Prefeitura Municipal de Rio Branco (PMRB), a realização de concurso público para provimento de cargos insere-se no âmbito do recrutamento e seleção de pessoal. 21. Os traços individuais estão diretamente relacionados a um bom desempenho, devendo ser mais enfatizados que o próprio comportamento do empregado. 35. Na realização de concursos para o serviço público, as provas orais são utilizadas para seleção de pessoal de alto e médio nível e profissionais técnicos, e podem revelar deficiências G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s 43 que não foram mostradas pelos candidatos por outros instrumentos. Tais provas, consideradas muito confiáveis, requerem pouco tempo para a sua realização, são mais baratas e se destacam por sua objetividade. 36. Nos processos de seleção ou de promoção de pessoal, o analista de recursos humanos deve gerenciar todas as etapas e definir quais indivíduos deverão ser contratados ou promovidos na organização. 37. 49. A adequação dos salários de uma organização aos praticados pelo mercado de trabalho proporciona o equilíbrio externo da remuneração. 50. Escolha forçada, avaliação por resultados, escalas gráficas, pesquisa de campo e avaliação 360 graus são métodos de avaliação de desempenho. GABARITO – 1ª LISTA 1. C 2. B 3. A 4. B 5. B 6. A 7. C 8. D 9. C 10. D 11. C 12. A 13. A 14. A 15. B 16. E 17. D 18. A 19. B 20. C 21. D 22. C 23. D 24. C 25. C A seleção deve ser planejada em função do número de candidatos recrutados. 38. A seleção de pessoal recebe influência da política de qualidade de vida e da cultura organizacional. 39. A Seleção tem por objetivo principal prevenir as doenças ocupacionais e melhorar a qualidade de vida do trabalhador. 40. A avaliação de desempenho deve incluir a auto-avaliação e a avaliação do chefe imediato, mas, para apontar os pontos fracos do empregado, apenas as avaliações dos seus superiores devem ser consideradas. 41. O método da escolha forçada — um dos métodos tradicionais de avaliação do desempenho — tem entre suas vantagens o fato de proporcionar resultados confiáveis e isentos de influências subjetivas e pessoais (eliminando o efeito da generalização), além de ser de aplicação simples, que não exige preparo prévio dos avaliadores. 42. O método de incidentes críticos é um método de avaliação de desempenho que se baseia apenas nos eventos excepcionalmente negativos ocorridos ao longo do período avaliativo. 43. A avaliação focada em traços busca verificar se o avaliado apresenta o comportamento necessário para o alcance das metas que estão sob sua responsabilidade, o que implica o estabelecimento de um perfil desejado e o acompanhamento das ações que expressam esse perfil. 44. Um diagnóstico de necessidades de capacitação deve focarse na identificação da percepção do funcionário quanto às suas deficiências para realizar o trabalho a ele designado. 45. As técnicas e os métodos utilizados para treinar profissionais devem ser escolhidos tendo-se em vista variáveis como o objetivo de aprendizagem, o tipo de conteúdo a ser desenvolvido e os recursos que podem ser disponibilizados. 46. Somente quando o profissional retorna ao seu ambiente de trabalho e aplica o que foi aprendido é que o treinamento se encerra e pode ser avaliado, devendo-se relacionar os objetivos definidos com a prática exercida pelo profissional. 47. Os objetivos de aprendizagem devem ser definidos a partir de uma análise criteriosa da deficiência de desempenho a ser superada ou do novo desempenho a ser apresentado e precisam estar descritos em termos de comportamentos esperados, de tal forma que possam ser acompanhados e avaliados. 48. Na fase de diagnóstico das necessidades de treinamento, a utilização da análise das tarefas permite a identificação das áreas que necessitam de ações de treinamento. 44 G e s t ã o d e R 26. D 27. A 28. C 29. D 30. B 31. C 32. C 33. A 34. D 35. D 36. B 37. C 38. B 39. B 40. D 41. C 42. B 43. C 44. B 45. B 46. C 47. D 48. A 49. B 50. C GABARITO – 2ª LISTA 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Certo. Uma das principais funções do Setor de Recursos humanos é justamente conciliar as metas organizacionais com os interesses / objetivos pessoais. Certo. O feedback tem de ser franco, justo e honesto, excluir o feedback mentiroso é uma das formas de tentar melhorar o clima organizacional nesse contexto. Errado. Análise organizacional revendo organograma, fluxograma e regimento interno não é função do Setor de Recursos Humanos, essa função é administrativa, da direção da organização ou do setor de OeM (organização e métodos). Errado. Nunca será função do Setor de Recursos humanos propor a demissão de funcionários. Até por que são eles quem recrutam, selecionam e contratam funcionários. Propor a demissão é assinar o atestado de incompetência do S.R.H.; empresas sérias têm como objetivo manter e valorizar a sua mão de obra, nunca tem o intuito de propor a sua demissão. Certo. Esse contexto está diretamente relacionado com trabalho em equipe (assunto em relações humanas), propor soluções em conjunto, implantar um processo participativo etc. Errado. Não deve ser anterior, deve ser simultâneo, ou seja, junto com o planejamento que envolver as demais áreas da organização. Errado. Primeiro a questão não definiu quem é descrição e quem é especificação, segundo que quantidades necessárias de ocupantes de cada cargo não são atividade nem de descrição, nem de especificação de cargos. e c u r s o s H u m a n o s 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. Certo. Essa afirmativa representa uma das vantagens do recrutamento interno. Certo. Como vimos na teoria, administrar recursos humanos é responsabilidade de todos, tanto da assessoria staff (S.R.H.), como das chefias (diretas e indiretas). Errado. A avaliação de desempenho tem que ser no ambiente de trabalho sim, pois a avaliação de desempenho é um fator que favorece o atingimento das metas e objetivos organizacionais. Certo. Um dos objetivos do programa de treinamento é aumentar o rendimento dos funcionários com rendimento inferior ao esperado. Repare que essa não é a única finalidade do treinamento. Errado. Se o feedback é justamente a forma de mudar atitudes negativas, principalmente nesse contexto (relacionado a desempenho), o feedback é a forma correta de mudar essa atitude negativa, mas para que não haja constrangimento é necessário um feedback sem pré-julgamento de valores, entre outras palavras, sem críticas destrutivas. Errado. Não tem como avaliar um empregado sem, contudo comparar o seu desempenho com as metas e objetivos propostos a ele pela sua organização. Certo. Buscar o equilíbrio entre os objetivos organizacionais e as necessidades dos empregados é um dos importantes papéis desempenhados pela administração de recursos humanos, além de obter baixos índices de rotatividade, ou seja, evitar que para cada cargo pessoas sejam sempre demitidas e outras sejam contratadas; essa não é a visão das organizações. Errado. Planejar estrategicamente os recursos humanos está relacionado ao planejamento que é feito junto com os demais setores da empresa visando nesse caso, a contribuição do setor de recursos humanos para o atingimento das metas e objetivos da organização. Errado. Esse conceito é o de especificação ou para algumas análises de cargos. Certo, desenho de cargos é a especificação do conteúdo, dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos, no sentido de satisfazer os requisitos tecnológicos, organizacionais e sociais, bem como os requisitos pessoais de seu ocupante. Então fornece subsídios às atividades de recrutamento de recursos humanos, seleção e treinamento de pessoal, avaliação de desempenho e programas de higiene e segurança do trabalho. Errado, apenas na segunda parte. Não é importante que a área de recursos humanos informe aos empregados com desempenho aquém do esperado as diferenças entre o que vêm realizando e o que se espera deles. É importante sim, que a área de recursos humanos forneça elementos para que se apliquem feedbacks necessários a essa mudança de desempenho. Informar ao empregado que o seu desempenho está aquém do esperado pode gerar a desmotivação do empregado, além de levá-lo a acreditar que logo será mandado embora da organização. Certo. Essa afirmativa traduz bem um método moderno de avaliação de desempenho. Errado, o alargamento de tarefas não é uma prática motivacional. Certo, esses são alguns dos objetivos do treinamento. Lembrando que não são os únicos objetivos do treinamento, existem outros. Errado. De fato o treinamento é cíclico, mas ele não termina na implementação do treinamento, até por que a empresa precisa avaliar os resultados do treinamento, ou seja, se alcançaram ou não os objetivos a que se propunham. Além disso, em muitos casos serão necessários novos treinamentos para atingir os objetivos da organização. G e s t ã o d e R 23. Certo. Coaching significa professor, instrutor ou treinador, esse é o papel realizado pelo superior na busca de orientar e guiar um empregado em sua carreira. 24. Errado. O ser humano é um produto do meio onde ele vive, da sua educação e dos seus traços culturais, logo o entendimento desses traços auxilia na compreensão das atitudes de uma pessoa em algumas situações. 25. Certo. A valorização de pequenas vitórias por parte do grupo tendo em vista o alcance dos objetivos propostos (um fator de motivação para o grupo) e a discussão do líder com seus liderados das melhores alternativas para melhorar o desempenho da equipe são algumas das ações que ajudam a tornar a liderança cada vez mais eficiente. 26. Errado, não é função do líder mudar a individualidade de seus liderados, o que ele deve fazer é respeitar essa individualidade. A função do líder é mudar atitudes negativas dos membros da equipe no campo profissional e no ambiente de trabalho utilizando para tal o feedback. 27. Errado. No exemplo dado, desse assunto, na parte teórica comparamos dois cargos da polícia federal, o agente administrativo e o agente de polícia federal. Neste último percebemos claramente que a aptidão física é objeto de análise de cargos, pois nesse caso é um pré-requisito para ser um agente de polícia federal. 28. Certo. Além do abordado na questão, existem outros fatores, como ter pessoas conhecidas, ou seja, que já trabalham e conhecem as rotinas da empresa. 29. Certo. Tanto o mercado de trabalho, quanto o de recursos humanos sofrem variações, os dois são interdependentes e se interpenetram. 30. Errado. Ele se encontra em situação de oferta. 31. Errado. Ele se encontra em situação de procura. 32. Errado. Eele se encontra em equilíbrio, não em situação de oferta, nem em situação de procura. 33. Certo. Lembrando que esse caso ocorre quando há mais oferta do que procura, ou seja, muitos cargos vagos e pouca procura. Esse caso é chamado de situação de oferta. 34. Certo. Lembrando que tarefa está relacionado com as atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. 35. Errado. Cargo é um conjunto de funções com uma posição definida na estrutura organizacional, isto é, no organograma. 36. Errado. Função é um conjunto de tarefas ou atribuições diferenciadas, que são exercidas de maneira sistemática e reiteradas por um ocupante de cargo, ou por um indivíduo que, sem ocupar um cargo, desempenhe provisória ou definitivamente uma função. 37. Certo. Essa é uma das principais funções realizadas pela administração de recursos humanos. 38. Errado. Tarefas ou atribuições são relativas à descrição de cargos, não análise de cargos. 39. Errado. Os requisitos que um cargo exige de seu ocupante com o perfil que um candidato deve apresentar para aquele cargo está relacionado com seleção ou ainda especificação de cargos. 40. Certo. Enquanto a avaliação de cargos busca a equidade interna, a política salarial é obtida a partir da obtenção da equidade externa. 41. Certo, de fato é função da administração de recursos humanos. Lembre-se que a moderna Administração de Recursos humanos é hoje entendida como uma responsabilidade de linha (de cada chefia) e uma função de staff (do setor de pessoal). 42. Errado, essa não é função da administração de recursos humanos. É função dos dirigentes da organização ou de OeM (organização e métodos). e c u r s o s H u m a n o s 45 43. Certo. Recrutamento e seleção são funções da administração de recursos humanos. 44. Errado, pois a definição das normas de atendimento ao público externo à organização é função do setor de relações públicas, logo não é função da administração de recursos humanos. 45. Errado. Os conceitos de recursos humanos são os mesmos, porém a forma de atuação do setor em empresas privadas e no setor público é bem diferente. 46. Certo. Lembrando que a moderna Administração de Recursos Humanos é hoje entendida como uma responsabilidade de linha (de cada chefia) e uma função de staff (do setor de pessoal). 47. Certo, abrange os direitos trabalhistas do empregados, mas lembrando que recursos humanos não se restringem apenas a direitos trabalhistas, seu campo de atuação vai além dos direitos trabalhistas dos empregados. 48. Certo. Quem trabalha com recursos humanos tem de ter conhecimentos nessas três áreas mesmo, reforçando mais o conceito que o campo de atuação de recursos humanos vai além dos direitos trabalhistas dos empregados. 49. Errado. Em primeiro lugar, recursos humanos não têm apenas seis processos básicos; em segundo, não têm nada a ver com atividades do processo denominado recompensar pessoas. 50. Certo. oOplanejamento estratégico deve apresentar as contribuições de todos os setores da empresa para o alcance das metas e objetivos da organização, e logicamente também o da administração de recursos humanos para o alcance dos objetivos da organização e dos objetivos profissionais dos empregados. 51. C 52. C 53. E 54. C 19. E 20. C 21. E 22. C 23. C 24. C 25. C 26. E 27. C 28. E 29. E 30. C 31. E 32. E 33. E 34. C 35. E 36. E 37. C 38. C 39. E 40. E 41. C 42. E 43. C 44. E 45. C 46. E 47. C 48. E 49. C 50. C BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 1998. FERREIRA, Ademir Antonio; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão Empresarial de Taylor aos nossos dias: Pioneira, 1997. MAXIMIANO, A.C.A. Introdução à Administração. 5ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2000. MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração: da Escola Científica à Competitividade em Economia Globalizada. São Paulo: Atlas, 2000. PARK, Kil Hyang (coord. ). Introdução ao estudo da Administração, São Paulo: Pioneira, 1997. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. Pioneira Thomson Learning, 2001. GABARITO- 3ª LISTA 1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. B 7. B 8. E,E 9. E 10. E 11. E 12. C 13. E 14. C 15. E 16. C 17. C 18. C 19. C 20. C 21. E 22. C 23. C 24. C 25. E 26. E 27. C 28. E 29. C 30. E GABARITO – 4ª LISTA 1. E 2. C 3. E 4. E 5. C 6. C 7. C 8. E 9. C 46 10. C 11. C 12. C 13. C 14. C 15. E 16. E 17. E 18. C G e s t ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s