62
ISSN: 23170336
Análise para aplicação da terceirização na logística como
estratégia competitiva de uma empresa de distribuição
DUARTE, A. L. B.1, MALHEIROS, W. P.1*, RODRIGUES, T. N.1, SOUZA, V. A.1 .1
Resumo: O processo logístico dentro de uma empresa facilita as relações entre a produção e
a circulação de produtos. De maneira específica, os processos logísticos devem resolver muitos
dos aspectos da produção, incluindo custos, tempo e qualidade. Deste modo, a terceirização
deve ser utilizada de maneira a aperfeiçoar todos estes processos, fazendo com que seja um
processo importante dentro de uma empresa. Este artigo tem como objetivo apresentar as
vantagens e dificuldades diagnosticadas dentro dos processos de terceirização da logística, a
partir da aplicação de um questionário qualitativo sobre o tema a uma empresa do ramo de
distribuição, localizada na região do Vale do Mucuri na cidade de Teófilo Otoni/MG. Desta
forma, foram encontrados diversos gargalos dentro deste processo, assim como, expostos todos
os benefícios que esta estratégia promove.
Palavras-chave: Terceirização, Logística, Empresa, Processo.
Abstract:
The logistics process within an organization facilitates the relationship between
the production and circulation of products. Specifically, the logistics processes must address
many aspects of production, including cost, time and quality. Thus, the outsourcing should be
used in order to optimize all these processes, making it an important process within a business.
This article aims to present the advantages and difficulties diagnosed within the processes of
outsourcing of logistics, from the application of a qualitative questionnaire on the topic to a
company's distribution arm, located in the Valley Mucuri in the city of Teófilo Otoni / MG.
Thus, we found several bottlenecks in this process, as well as exposed all the benefits that this
strategy promotes.
Keywords: Outsourcing, Logistics, Enterprise, Process.
11
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
* Wallace Passos Malheiros, e-mail: [email protected]
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
63
1. Introdução
Atualmente o mercado requer estratégias competitivas e o processo de
terceirização em uma empresa é alguma das estratégias relevantes, pois consegue
substituir certas atividades que não são atividades fins dentro da própria empresa e que
pode ser realizada por terceiros como uma canal de flexibilização.
Vale ressaltar que o processo de terceirização pode ser um fator de otimização
na cadeia de suprimentos dentro de uma empresa já que a mesma pode ser contratada
por outras empresas que realizam determinado serviço.
De acordo com de DIEESE (2007), ao se analisar a produção de bens e a
prestação de serviços em sua totalidade e em termos nacionais ou internacionais, vê-se
que a terceirização faz parte de um processo de mudança perceptível nas relações entre
empresas.
Tendo em vista as novas tendências do mercado globalizado é necessário
destacar como a descentralização da produção pode ser uma estratégia competitiva
vantajosa para uma empresa.
A estratégia de crescimento de uma empresa via integração vertical consiste
em agregar fases ao seu processo produtivo, aumentando o número de produtos ou
processos intermediários para uso próprio que, anteriormente, eram manufaturados ou
comercializados por terceiros (o que significa administrar um conjunto de operações
que pode ir da produção da matéria-prima à distribuição ao consumidor final).
Este, em questão, tem o intuito de analisar juntamente com o questionário
respondido, a partir da perspectiva da colaboradora da empresa pesquisada, como a
terceirização e sustentabilidade na logística pode ser uma estratégia competitiva dentro
uma empresa de centro de distribuição de maneira a identificar as vantagens em adotar
a sustentabilidade e a terceirização.
2. Material e Métodos
O presente artigo analisa os seguintes aspectos visualizados no questionário,
onde a abordagem qualitativa, de modo geral, pode gerar discussões na medida em que
normalmente não pode ser mensurada estatisticamente. No entanto, sua aplicabilidade
pode auxiliar tanto no apoio às pesquisas quantitativas, quanto como elemento
informativo em si. Por isso, se faz necessário à abordagem teórica de determinados
conceitos como Logística, Cadeia de Suprimentos e a Terceirização como Estratégia
Competitiva.
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
64
2.1 Conceituações do processo logístico
De acordo com as normas do Council of Logistics Management, logística é o
processo de implantação, planejamento e controle do fluxo eficiente e eficaz de
mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto
de consumo com o objetivo de atender às exigências dos clientes.
Segundo Ballou (2006), a logística empresarial é um campo relativamente
novo do estudo da gestão integrada, das áreas tradicionais, das finanças, marketing e
produção. A logística ultimamente se tornou uma ferramenta que proporciona a
indústria, quando bem usada, vantagens competitivas e consequentemente uma parcela
maior do mercado, onde somente os inovadores, conseguem alcançar os seus objetivos.
Além de estar ligada à agilidade com que ela irá manusear, armazenar, deslocar,
adquirir, controlar seus produtos e reduzir seus custos.
Entende-se que, ações de integração de informações, transporte, estoque,
armazenamento, manuseio de materiais e embalagem estão inseridas na logística.
Todas essas áreas que envolvem o trabalho logístico e oferecem ampla variedade de
tarefas estimulantes. Combinadas, estas tarefas tornam o gerenciamento integrado da
logística uma profissão desafiante e compensadora.
Portanto, pode-se dizer que estas atividades logísticas em sua grande maioria
estão inseridas em operações que podem ser terceirizadas de acordo com a necessidade
de uma indústria com o objetivo segundo Cloos & Bowersox (2007), de tornar
disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são
desejáveis. A maioria dos consumidores em nações industriais altamente
desenvolvidas já está acostumada a um alto nível de competência logística.
Logo, é necessário compreender a missão da logística, pois como descreve
Cloos & Bowersox (2007), a logística existe para satisfazer ás necessidades do cliente,
facilitando as operações relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista
estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma qualidade predefinida de
serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado
da arte. O desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a
alcançar os objetivos do negócio.
Uma empresa bem renomeada sabe que um sistema logístico bem planejado e
operado de maneira adequada pode ajudar a obter vantagem competitiva com
características distintas que contribuem para que ela tenha um diferencial no mercado
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
65
de trabalho. Um processo de criação de um sistema deste tipo não pode ser colocado
em prática sem o comprometimento gerencial e financeiro considerável com
treinamento e desenvolvimento em longo prazo. Geralmente uma empresa deste tipo
ela estabelece alguns parâmetros de competência logística que favorecem o diferencial
em relação a sua concorrência. Por fim, Segundo Bowersox e Closs (2001, p. 37), “a
competência logística é alcançada pela coordenação das atividades de um projeto de
rede; informação; transporte; estoque; armazenagem; manuseio de materiais e
embalagem”, como apresentado na figura abaixo.
Figura 1. Gestão Logística. Fonte: Bowersox e Closs (2001).
2.2 Gestão da cadeia de suprimentos
A cadeia de suprimento é o fluxo e transformações dos produtos englobando
as atividades a serem geridas em um determinado processo, como por exemplo,
transportes, controle de estoque, entre outros. Estes se repetem inúmeras vezes ao
longo do canal, ao quais matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados
aos quais se agrega valor ao consumidor. Já que as fábricas, fontes de matérias-primas
e pontos de venda em geral não possuem a mesma localização e o canal representa
uma série de etapas de produção, as atividades logísticas podem ser repetidas várias
vezes até que o produto chegue ao mercado.
A GCS (Gestão da Cadeia de Suprimentos) segundo Pires (1998) tem se
transformado rapidamente em uma fonte de vantagens competitivas para as empresas
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
66
industriais. Cada vez mais as empresas têm procurado explorar seus elos com
fornecedores e clientes, objetivando a obtenção de muitos dos benefícios da integração
vertical, porém sem suas inerentes perdas em custo e flexibilidade.
Ballou (2006) descreve que, o GCS é um termo surgido mais recentemente e
que capta a essência da logística. O gerenciamento da cadeia de suprimento destaca as
interações logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção
no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente
separadas no âmbito do canal de fluxo de produtos.
Quando a empresa faz um produto a partir de peças compradas de
fornecedores, e esses produtos são vendidos aos clientes, então você tem uma cadeia
de suprimentos. Algumas cadeias de suprimentos (ou abastecimento) são simples,
enquanto outros são bastante complicadas. A complexidade da cadeia de fornecimento
irá variar com o tamanho do negócio e a complexidade e número de artigos que são
fabricados.
Do mesmo modo, é necessário observar que a GCS introduz uma interessante
mudança no paradigma competitivo, na medida em que considera que a competição no
mercado ocorre, de fato, no nível das cadeias produtivas, e não apenas no nível das
unidades de negócios (isoladas), como estabelecia o tradicional trabalho de Porter.
Essa mudança então resulta em novo modelo competitivo, no qual as efetivas práticas
da GCS visam a obter os benefícios da integração vertical, sem as desvantagens
comuns em termos de custo e perda de flexibilidade inerentes a ela (Pires, 1998).
As atividades a serem geridas que compõem a logística empresarial variam de
acordo com as empresas, dependendo entre outros fatores, da estrutura organizacional,
das diferentes conceituações dos respectivos gerentes sobre o que constitui a cadeia de
suprimentos nesse negócio da importância das atividades específicas para as suas
operações.
No setor industrial, em geral, pode-se destacar algumas atividades que
ocorrerão em todos os canais de logística como transporte e manutenção, enquanto
outras só se darão, de acordo com as circunstâncias, em empresas específicas. Em uma
indústria o transporte é essencial, pois, dificilmente uma empresa moderna será capaz
de operar sem adotar as providências necessárias para a movimentação de suas
matérias-primas ou produtos acabados ou semiacabados.
O sistema logístico toma valor quando se manifesta em tempo e lugar certo,
pois produtos e serviços não têm valor se não estiverem em alcance dos clientes
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
67
quando e onde eles pretendem consumi-los. A logística sendo bem gerida identifica
cada atividade na cadeia de suprimentos como contribuinte do processo de agregação
de valor.
Analisando os conceitos de logística e cadeia de suprimentos, há grandes
dificuldades em termos práticos de separá-las. Ocorre que, em um número muito
grande de aspectos, as duas têm missão idêntica. Entretanto, entende-se que, gestão da
cadeia de suprimentos é a gestão de uma rede de empresas interligadas envolvidas na
prestação final de embalagens de produtos e serviços exigidos pelos clientes finais. Em
última análise, o objetivo de gerenciar a cadeia de suprimentos é oferecer excelência
aos clientes por transportar o produto até o destino final e tornando-se uma prioridade
para atender a todos os requisitos estabelecidos pelos clientes. Isto faz com que seja
possível que os detalhes da empresa a ser monitorizados a partir de uma profundidade
total.
Figura 2. Supply Chain Management. Fonte: PICS (2013).
De acordo com a figura acima, a GCS (Supply Chain Management) é uma
gestão funcional transversal do movimento de matérias-primas em uma organização e
serviços da organização para os clientes finais. Ela compreende a cadeia de valor desde
a origem (Sourcing), aquisição (Procurement), conversão de peças (Crossreferencing),
gestão de logística (Logistics management) para a colaboração e coordenação com os
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
68
fornecedores e clientes (Coordination and Collaboration of Channelpartners).
Consequentemente, a GCS pode ser definida como, colocar produtos ou serviços
certos nos lugares certos, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor
contribuição possível para a indústria, segundo Ballou (2006).
2.3 Terceirização como estratégia competitiva
Segundo Neto (1995), o termo terceirização, bastante em voga atualmente nos
círculos empresariais, refere-se ao ato de transferir a responsabilidade por um
determinado serviço ou operação/ fase de um processo de produção ou de
comercialização, de uma empresa para outra(s), neste caso conhecida(s) como
terceira(s). Nesta forma, a empresa contratante deixa de realizar alguma ou várias
atividades cumpridas com seus próprios recursos (pessoal, instalações, equipamentos,
etc.) e passa-as para empresa(s) contratada(s).
Uma das maiores vantagens da terceirização inserida em um sistema logístico
bem organizado é a focalização dos negócios da empresa na sua área de atuação, sendo
que, um dos cuidados que se deve ter ao terceirizar é não atribuir serviços de
terceirização às atividades fins da empresa.
Em termos gerais, pode-se traçar um paralelo entre as vantagens e
desvantagens da terceirização. É visível observar as vantagens da preferência de
prestação de serviços por uma indústria. Como exemplo destaca-se, a diminuição dos
desperdícios, redução das atividades – meio, aumento da qualidade, ganhos de
flexibilidade, aumento da especialização do serviço, aprimoramento do sistema de
custeio, maior esforço de treinamento e desenvolvimento profissional; maior agilidade
nas decisões, menor custo, maior lucratividade e crescimento, favorecimento da
economia de mercado, otimização dos serviços, redução dos níveis hierárquicos,
aumento da produtividade e competitividade, redução do quadro direto de empregados
e diminuição da ociosidade das máquinas, maior poder de negociação, ampliação do
mercado para as pequenas e médias empresas, possibilidade de crescimento sem
grandes investimentos, economia de escala, diminuição do risco de obsolência das
máquinas, durante a recessão. Nota-se que é um processo muito vantajoso para uma
empresa, pois, fornece certos parâmetros otimizadores dentro dos processos da
indústria.
Por outro lado, a terceirização também apresenta riscos onde as atividades são
reduzidas e há possibilidade de desemprego e não absorção da mão de obra na mesma
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
69
proporção e ainda tem custo das demissões. Não obstante, observam-se as seguidas
desvantagens da terceirização apresentadas por Giosa (1994) como destaque as
desvantagens onde a empresa pode correr risco de desemprego e não absorção da mão
de obra na mesma proporção; resistências e conservadorismo; risco de coordenação
dos contratos; falta de parâmetros de custos internos; demissões na fase inicial; custo
de demissões; dificuldade de encontrar a parceria ideal; falta de cuidado na escolha dos
fornecedores; aumento do risco a ser administrado; conflito com os sindicatos;
mudanças na estrutura do poder; aumento da dependência de terceiros; perca do
vínculo para com o empregado; desconhecimento da legislação trabalhista; dificuldade
de aproveitamento dos empregados já treinados e perda da identidade cultural da
empresa, em longo prazo por parte dos funcionários. O desemprego como
consequência terceirização reflete uma realidade da qual nem sempre se pode escapar,
e também, refletem uma característica própria de nossa cultura que é uma situação que,
às vezes, acaba tornando-se difícil de contornar.
Segundo Soares e Abrahão (2007) a elevada participação dos custos logísticos
no faturamento fez com que muitas empresas buscassem, na terceirização dos serviços
dessa área, oportunidades de redução de custos. Acompanha-se no Brasil a tendência
tanto dos EUA como da Europa. Nesses locais, as empresas buscam também uma
redução de custos logísticos ao terceirizarem suas atividades. Já na China, o principal
motivador de terceirização seria melhorar o nível de serviço ao cliente. Para os
chineses, a redução de custos aparece apenas em oitavo lugar, o que é compreensível,
devido aos baixos custos envolvidos em suas operações.
A terceirização tem como uma das características genéricas a focalização da
produção em busca do aumento da produtividade e da qualidade como fatores
diferenciais para a competitividade.
Entretanto, a redução dos custos de produção por meio de sua transformação
em custos variáveis é tão expressiva que, em grande parte dos processos, acaba se
transformando - ou transparece ser - o principal objetivo da terceirização como se pode
observar na figura 3:
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
70
Figura 3. Ênfase do Modelo da Terceirização. Fonte: Dieese (2007).
2.3 Metodologia aplicada
O estudo de caso foi elaborado a partir da coleta de dados formatada a partir
de um questionário, onde as perguntas foram contextualizadas ao longo de estudos
realizados sobre logística e cadeia de suprimentos, com conceitos voltados para a
terceirização.
A visita técnica para a aplicação do questionário foi em um centro de
distribuição, localizado na zona norte da cidade de Teófilo Otoni - MG. A indústria
atualmente é referência na atividade de centro de distribuição mercado. Segundo a
colaboradora que auxiliou na aplicação do questionário, a indústria foi fundada em
1964 e atuava no ramo de cerealista, porém com o passar dos anos e consequentemente
acompanhando as tendências de mercado, alterou sua atividade para o ramo de
distribuidor. Atualmente possui cerca de cem colaboradores presentes em único centro
de distribuição.
O questionário qualitativo foi desenvolvido para identificar as dificuldades
encontradas na aplicação da Terceirização dentro de um processo logístico, bem como
avaliar por meio das perguntas-chave, a situação em que a empresa se encontra diante
da necessidade de se aplicar a terceirização dentro de suas atividades de meio
(Transporte e Armazenagem). São estas as perguntas 05, 06, 18 e 21, como as mais
relevantes para a análise teórica da problemática que a empresa enfrenta para o
desenvolvimento da atividade terceirizada dentro do ramo logístico.
3. Resultados e Discussão
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
71
O entrevistado apresentava pleno conhecimento de logística, como pode ser
observado na resposta da pergunta 05, onde o mesmo definiu o processo logístico da
empresa como: “a movimentação da mercadoria no processo que vai desde o
recebimento até a expedição, assim como a entrega e devolução dentre outros
atributos no decorrer da cadeira”.
Assim como, paralelamente, o entrevistado soube definir a cadeia de
suprimentos da empresa na questão seguinte do questionário, como: “A integração de
vários processos visando à movimentação de mercadoria de bens de matéria-prima,
desde a entrega de uma ordem de pedido até a sua entrega (Distribuição)”.
De acordo com a resposta da pergunta 18 do questionário, em que se
questionavam os serviços logísticos que já foram ou ainda terceirizados pela empresa,
o entrevistado respondeu que “ainda está em fase de levantamento de dados e que
futuramente haverá estudo de terceirização da frota”.
No entanto, as dificuldades na gestão dos serviços terceirizados na logística,
como no caso do transporte, foram relatadas, de acordo com a pergunta 21: “ainda
faltam empresas especializadas na prestação de serviço dentro dos padrões exigidos
de um distribuidor na região de atuação da empresa”.
Não é recomendado que a terceirização ocorresse sobre condições adversas
que prejudicam a parceria, pois o não comprometimento gerencial do setor terceirizado
pode acarretar uma série de problemas cruciais para qualquer empresa que solicite este
serviço. Por isso, se faz necessário ao terceirizar alguma atividade, agregar valor à
empresa e ao processo, consolidando uma parceria estratégica competitiva.
4. Conclusão
Este artigo tem como objetivo apresentar as principais dificuldades
diagnosticadas dentro dos processos de terceirização da logística, a partir da aplicação
de um questionário qualitativo sobre o tema a uma empresa do ramo de distribuição,
localizada na região do Vale do Mucuri na cidade de Teófilo Otoni/MG.
Segundo os dados coletados, é notória a dificuldade encontrada para aplicação
da terceirização, que mesmo se encontrando em fase de levantamento de dados, o setor
de transporte (frota) da indústria sofre um grande entrave, que é a falta de empresas
especializadas na prestação de serviços que se encaixam com os padrões exigidos de
um centro de distribuição na região local.
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
72
Referências bibliográficas
ABRAHÃO, Fábio; SOARES, Nilton. Estratégia de terceirização de serviços de transporte Parte 1, 2007. Disponível em: <http://www2.coppead.ufrj.br>. Acesso em: 09 abr. 2013.
BALLOU, Ronald H. - Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial - 5.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BARTHOLO, R. J. Os Labirintos do silêncio: cosmovisão e tecnologia na modernidade. Rio de
BLUMENSCHEIN, R. N. A sustentabilidade na cadeia produtiva da Indústria da construção.
São Paulo. Tese de doutorado. p. 10, 2004.
BOWERSOX, Donald J. - Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimento - 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CAPRA, F. As conexões ocultas. São Paulo: Editora Cultrix. 2002. 296p.
CHERQUES, Hermano Roberto Thiry; Responsabilidade moral e identidade empresarial.
Janeiro; Revista de Administração Contemporânea – RAC , vol. 7, edição especial, 2003.
CORREA, Lindanalva da V. P, et al. Responsabilidade social: voluntariado na Alumar –
gestão da participação cidadã. Monografia de conclusão de curso (graduação em administração,
habilitação em análise de sistemas). São Luís: FAMA, 2004.
GIOSA, Lívio A. Terceirização: Uma Abordagem Estratégica. Livraria Pioneira Editora, 1994.
Janeiro: Editora Marco Zero/Coppe/UFRJ, 1986.
MANAGEMENT, Council of Logistics. Disponível em: <http://www.clm1.org/mission.html>.
Acesso em 12 abr. 2013.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Responsabilidade social e cidadania
empresarial: a administração do terceiro setor. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, IBAMA, CONSÓRCIO CDS/UnB – ABIPTI. Ciência e
tecnologia para desenvolvimento sustentável: subsídios à elaboração da Agenda 21 Brasileira.
NETO, João Amato. Reestruturação Industrial, Terceirização e Redes de Subcontratação.
Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 2, p. 33-42. Mar. /Abr. 1995.
PETERAF, Margaret A., The Cornerstones of Competitive Advantage: A Resource-Based
View, Strategic Management Journal, v.14 p.179-191, 199.
PICS.
The
Contractors'
Choice.
2013.
Disponível
<http://www.picsauditing.com/2012/09/supply-chain-management-and-the-technology-ituses/>. Acesso em: 08 abr. 2013.
em:
PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos e o modelo de consórcio modular, p.
1,1998.
PROJETO BRA/94/016. Brasília, 2000.
SACC-DIEESE. Sistema de Acompanhamento de Contratações Coletivas. O processo de
terceirização e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil, p. 5, 2007.
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
73
Anexo A – Questionário Qualitativo
1.
Qual o ramo de atividade desta empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.
Quando a empresa foi fundada?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3.
Qual é o histórico da empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4.
Regionalmente ou até mesmo nacionalmente, quantas filiais existem nesta empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5.
Como é o processo logístico da empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
6.
Como funciona a cadeia de suprimentos dentro da empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
7.
Quais são os problemas encontrados na gestão da cadeia de suprimentos?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
8.
Quais os gargalos, ou seja, as falhas existentes nos componentes da cadeia de suprimentos?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9.
Quais são os contatos ou empresas que se correlacionam com a cadeia de suprimentos da empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
10.
Como a logística e a gestão da cadeia de suprimento influenciam no processo produtivo? E como é
realizada a gestão e o funcionamento do processo produtivo? Cite pontos positivos e negativos.
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
11.
Existe prática ou gestão de algum carrossel automatizado ou semi-automatizado?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
12.
Os fabricantes de matéria-prima proporcionam facilidades de negociações? Como?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
18.
Quais os serviços de logística já foram ou ainda são terceirizados pela empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
19.
Quanto aos serviços que já foram terceirizados, quais os motivos?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
20.
Quais os benefícios da terceirização obtida pela empresa?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
21.
Explique quais são as principais dificuldades na gestão dos serviços terceirizados da logística?
______________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
A Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Exatas e da Terra
Produção/construção e tecnologia, v. 4, n. 6, 2015
Download

Análise para aplicação da terceirização na logística como