Modelos Chuva-Vazão Prof. Carlos Ruberto Fragoso Júnior 11:43 Tópicos Introdução aos modelos chuva-vazão Histórico Importância e aplicações Classificação Modelos Conceituais Concentrados HU SCS Reservatório Linear Simples (RLS) Clark IPH2 Modelos chuva-vazão - Introdução Simples: Apenas chuva e vazão Complexos: Chuva, infiltração, interceptação, água no solo, percolação, escoamento superficial, escoamento sub-superficial, escoamento em rios, evapotranspiração, papel da vegetação Modelos chuva-vazão simples O método racional Ci A Qp 3,6 Qp = vazão de pico (m3/s) C = coeficiente de escoamento do método racional (não confundir) i = intensidade da chuva (mm/hora) A = área da bacia (km2) Apenas vazão máxima; não calcula volume nem forma do hidrograma - Aplicado para pequenas bacias - Eventos simples - Avaliações preliminares Modelos chuva-vazão mais complexos Principal objetivo original: estender séries de vazão no tempo e no espaço usando dados de precipitação. Novos objetivos chuva-vazão Mudanças de clima Mudanças de vegetação Mudanças de uso do solo Base para modelos de qualidade de água com fontes pontuais e difusas Base para modelos de transporte de sedimentos Estimativas de hidrogramas de projeto considerando PMP Acoplamento com modelos atmosféricos Previsão de vazão em tempo real com base na chuva observada e prevista Auxiliar entendimento dos processos: testar hipóteses Histórico dos modelos Final da década de 50 e 60 : modelo SSARR e Stanford Modelos MITCAT e outros a busca de eficiência com poucos parâmetros modelos distribuídos com células GIS e a informação distribuída; modelos de grandes bacias; problemas de escala definição do problema, objetivos e escala de resposta Usos dos modelos Chuva-Vazão Comportamento dos sistemas hidrológicos análise de consistência e preenchimento de séries hidrológicas previsão em tempo real dimensionamento e planejamento avaliação do impacto do uso do solo e modificações do sistema hídrico Classificação de modelos Quanto à descrição do processo Quanto à discretização espacial Quanto à extensão temporal Tipos de modelos quanto à descrição dos processos Data driven (baseados em dados) Process driven (baseados em processos) O que interessa é a entrada e a saída. Podem ser modelos black-box ou modelos conceituais simples, concentrados. Descrevem os processos intermediários com detalhe. Intermediários Aprofundam a descrição de alguns processos mas são relativamente simplificados em outros. Modelos detalhados – Process driven O exemplo mais clássico de um modelo hidrológico realmente detalhado é o modelo SHE (Sistema Hidrológico Europeu). Proposta SHE Um modelo hidrológico que utiliza todo o conhecimento teórico disponível, de forma mais completa possível. Proposta SHE Escoamento superficial: Equação de difusão em duas dimensões sobre o terreno. Escoamento em canais: Equações de Saint-Venant completas. Escoamento subterrâneo: Equação de Darcy e de continuidade resolvida em duas dimensões. Escoamento sub-superficial: Equação de escoamento em meio poroso não saturado em uma dimensão (vertical) para cada gridcell. Infiltração: método hortoniano. Evapotranspiração: Equação de Penman-Monteith. Decepção com modelo SHE Apesar de toda a complexidade, resultados não são necessariamente melhores. Exige uma quantidade de dados que nem sempre está disponível. Dependendo da escala em que os dados são obtidos e da escala em que o modelo é aplicado pode ser necessária a calibração dos parâmetros: valores efetivos dos parâmetros diferentes dos valores medidos no campo. Modelos baseados em dados (data driven) Modelos black-box (caixa preta) Modelos de redes neurais. Modelos função de transferência simples. De forma geral, este tipo de modelo não é tema desta disciplina. Modelos intermediários ou conceituais Usam a equação da continuidade, associada a uma ou mais equações empíricas. Quase todos os modelos chuva-vazão mais conhecidos se encaixam nesta categoria: IPH2 Topmodel Stanford MODHAC SMAP PDM Classificação quanto à discretização espacial da bacia Concentrado Distribuído por sub-bacias Distribuído por módulos Modelos Precipitação-Vazão Características dos modelos Discretização das bacias : concentrado; distribuído por bacia; distribuído por célula Modelos semi-distribuídos Modelos concentrados aplicados em subbacias unidas por uma rede de drenagem são, às vezes, denominados modelos semidistribuídos. Distribuídos x concentrados Vantagens distribuído incorpora variabilidade da chuva incorpora variabilidade das características da bacia permite gerar resultados em pontos intermediários Vantagens concentrado mais simples mais rápido mais fácil calibrar Dados de entrada de modelos chuva vazão Precipitação Vazão (sempre que o modelo tenha que ser calibrado) Evapotranspiração evaporação de tanque variáveis meteorológicas temperatura umidade relativa radiação solar pressão atmosférica velocidade do vento Quanto à extensão temporal Eventos Hidrologia urbana Eventos observados ou cheias de projeto Em geral pode-se desprezar evapotranspiração Séries contínuas Representar cheias e estiagens Volumes, picos, recessões Evapotranspiração deve ser incluída Estrutura de modelos concetrados e distribuídos Estrutura básica módulo bacia módulo rio, reservatório rio Módulo bacia Geração de escoamento bacia reservatório Módulo rio Propagação de escoamento Runoff production and runoff routing O limite entre um e outro é difícil definir. Modelos concentrados tem 2 módulos: geração de escoamento propagação de escoamento Modelos semi-distribuídos têm 3 módulos: geração de escoamento propagação de escoamento interno à sub-bacia propagação de escoamento na rede de drenagem principal, representada explicitamente Processos do ciclo hidrológico representados em modelos evap chuva Interceptação Depressões Infiltração Armazenamento no solo Escoamento Sub-superficial Vazão no rio Percolação Armazenamento no subsolo Escoamento superficial Modelos Conceituais Chuva-Vazão Hidrograma Unitário (HU) • O Hidrograma Unitário é um hidrograma de escoamento superficial direto, resultante de uma chuva efetiva com intensidade e duração unitárias. • A definição de chuva unitária é arbitrária, entretanto para efeito de comparação entre HU’s, costuma-se manter um padrão. Por exemplo, uma chuva com 1 mm e duração de 1h pode ser adotada como chuva unitária. • Admite-se que essa chuva seja uniformemente distribuída sobre a bacia. • A área sob esta curva corresponde a um volume unitário de escoamento superficial direto. • A definição do HU está baseada em três princípios básicos. Hidrograma Unitário Princípios(HU) do HU 12 0 10 10 8 20 6 30 4 40 2 50 0 60 0 1 2 3 4 5 Tempo (h) 6 7 8 9 Precipitação (mm) 1° Princípio (da Constância do Tempo de Base). Para chuvas efetivas de intensidade constante e de mesma duração, os tempos de escoamento superficial direto são iguais Vazão (m3/s) Hidrograma Unitário Princípios(HU) do HU 12 0 i1 Q1 i1 Q2 i2 10 i2 8 10 20 6 30 Q2 4 40 2 50 Q1 0 60 0 1 2 3 4 5 Tempo (h) 6 7 8 9 Precipitação (mm) 2° Princípio (Proporcionalidade das Descargas) Chuvas efetivas de mesma duração, porém com volumes de escoamento superficial diferentes, irão produzir em tempos correspondentes, volumes de escoados proporcionais às ordenadas do hidrograma e às chuvas excedentes Vazão (m3/s) Hidrograma Unitário Princípios(HU) do HU 12 0 10 10 8 20 6 30 4 40 2 50 0 60 0 1 2 3 4 5 Tempo (h) 6 7 8 9 Precipitação (mm) 3° Princípio (Princípio da Aditividade) A duração do escoamento superficial de uma determinada chuva efetiva independe de precipitações anteriores. O hidrograma total referente a duas ou mais chuvas efetivas é obtido adicionando-se as ordenadas de cada um dos hidrogramas em tempos correspondentes Vazão (m3/s) Hidrograma Unitário (HU) Obtenção do HU (exemplo lista) Determinar a precipitação efetiva a t (horas) Qobs (m3/s) Qsub (m3/s) Qsup (m3/s) 0.0 2 2 0 0.5 3 2.2 0.8 1.0 10 2.44 7.56 1.5 35 2.69 32.31 2.0 63 2.99 60.01 2.5 57 3.3 53.7 3.0 48 3.65 44.35 3.5 40 4 36 4.0 34 4.45 29.55 4.5 28 4.93 23.07 Pef = C x Ptot 5.0 24 5.5 18.5 5.5 20 6.05 13.95 Pef = 0,80 x 25,4=20,25 6.0 16 6.7 9.3 6.5 13 7.4 5.6 7.0 11 8.2 2.8 7.5 9 9 0 8.0 8 8 0 partir da separação do escoamento Determina-se o coeficiente de “runoff” (C) V C e Vtot C = 0,80 Pu Qu Qe Pef 757.800 607.500 Hidrograma Unitário (HU) Obtenção HU HU(10 mm; 30 min) t (horas) Qobs (m3/s) Qsub (m3/s) Qsup (m3/s) Q=Qsup*10/20,25 (m3/s) 0.0 2 2 0 0.00 0.5 3 2.2 0.8 0.40 1.0 10 2.44 7.56 3.73 1.5 35 2.69 32.31 15.96 2.0 63 2.99 60.01 29.63 2.5 57 3.3 53.7 26.52 3.0 48 3.65 44.35 21.90 3.5 40 4 36 17.78 4.0 34 4.45 29.55 14.59 4.5 28 4.93 23.07 11.39 5.0 24 5.5 18.5 9.14 5.5 20 6.05 13.95 6.89 6.0 16 6.7 9.3 4.59 6.5 13 7.4 5.6 2.77 7.0 11 8.2 2.8 1.38 7.5 9 9 0 0.00 8.0 8 8 0 0.00 757.800 607.500 Pu Qu Qe Pef Como obter um hidrograma de projeto a partir de um HU de uma bacia para qualquer chuva efetiva? Princípio da Convolução HU(10 mm; 30 min) t (horas) Q=Qsup*10/20,25 (m3/s) Pef (mm) 0 0 20 0.5 0.4 50 1 3.73 20 1.5 15.96 2 29.63 2.5 26.52 3 21.9 3.5 17.78 4 14.59 4.5 11.39 5 9.14 5.5 6.89 6 4.59 6.5 2.77 7 1.38 7.5 0 8 0 Princípio da Convolução HU(10 mm; 30 min) t (min) Q=Qsup*10/20,25 (m3/s) Pef (mm) P1 * HU 0 20 0 0.5 0.4 50 0.8 0 1 3.73 20 7.46 2 0 9.46 1.5 15.96 31.92 18.65 0.8 51.37 2 29.63 59.26 79.8 7.46 146.52 2.5 26.52 53.04 148.15 31.92 233.11 3 21.9 43.8 132.6 59.26 235.66 3.5 17.78 35.56 109.5 53.04 198.1 4 14.59 29.18 88.9 43.8 161.88 4.5 11.39 22.78 72.95 35.56 131.29 5 9.14 18.28 56.95 29.18 104.41 5.5 6.89 13.78 45.7 22.78 82.26 6 4.59 9.18 34.45 18.28 61.91 6.5 2.77 5.54 22.95 13.78 42.27 7 1.38 2.76 13.85 9.18 25.79 7.5 0 0 6.9 5.54 12.44 8 0 0 0 2.76 2.76 0 0 0 0 0 P2 * HU P3 * HU Q final (m3/s) 0 0.8 Pef * QHU = Qsup 10 Princípio da Convolução 250 0 Pef (mm) P1 * HU 5 P2 * HU P3 * HU 200 10 Q final (m3/s) 150 20 25 100 30 35 50 40 45 0 50 0 1 2 3 4 5 Tempo (horas) 6 7 8 9 Precipitação (mm) Vazão (m3/s) 15 Método SCS Escoamento Infiltração tempo Método SCS: P Q Perdas iniciais + Infiltração diminuindo tempo Método SCS Um dos métodos mais simples e mais utilizados para estimar o volume de escoamento superficial resultante de um evento de chuva é o método desenvolvido pelo National Resources Conservatoin Center dos EUA (antigo Soil Conservation Service – SCS). Método SCS Método SCS Formulação: Q P Ia2 P Ia S Q0 quando S Ia 5 S quando 25400 254 CN P Ia Q = escoamento em mm P = chuva acumulada em mm Ia = Perdas iniciais S = parâmetro de armazenamento P Ia Valores de CN: Método SCS Simples Valores de CN tabelados para diversos tipos de solos e usos do solo Utilizado principalmente para projeto em locais sem dados de vazão Usar com chuvas de projeto (eventos relativamente simples e de curta duração) Método SCS -Exemplo Exemplo Qual é a lâmina escoada superficialmente durante um evento de chuva de precipitação total P=70 mm numa bacia do tipo B e com cobertura de floretas? A bacia tem solos do tipo B e está coberta por florestas. Conforme a tabela anterior o valor do parâmetro CN é 63 para esta combinação. A partir deste valor de CN obtém-se o valor de S: S 25400 254 149 ,2 mm CN A partir do valor de S obtém-se o valor de Ia= 29,8. Como P > Ia, o escoamento superficial é dado por: (P Ia)2 Q 8,5 mm (P Ia S) Portanto, a chuva de 70 mm provoca um escoamento de 8,5 mm. Método SCS Método do SCS Perdas iniciais = 0,2 . S 25400 S 254 CN CN tabelado de acordo com características da superfície 0 < CN O 100 25 < CN O 100 tipo de solo e Método SCS Método do SCS Exemplo de tabela: Perdas iniciais = 0,2 . S S 25400 254 CN Tipos de solos do SCS: A – arenosos e profundos B – menos arenosos ou profundos C – argilosos D – muito argilosos e rasos Superfície Solo A Solo B Solo C Solo D Florestas 25 55 70 77 Zonas industriais 81 88 91 93 Zonas comerciais 89 92 94 95 Estacionam entos 98 98 98 98 Telhados 98 98 98 98 Plantações 67 77 83 87 Método SCS para eventos complexos (mais do que Método um intervaloSCS de tempo com chuva) Chuva acumulada x escoamento acumulado Chuva incremental x escoamento incremental Método SCS Método do SCS Exemplo Pef Pef = Precipitação efetiva ou escoamento acumulado (mm) P = precipitação acumulada (mm) Equação válida para P > 0,2 S Quando P < 0,2 S ; Q = 0 2 P 0,2 S P 0,8 S Tempo (min) Chuva (mm) Chuva acumulada (mm) Escoamento acumulado (mm) Infiltração acumulada (mm) Escoamento (mm) Infiltração (mm) 10 5.0 5.0 0.0 5.0 0.0 5.0 20 7.0 12.0 0.0 12.0 0.0 7.0 30 9.0 21.0 1.0 20.0 1.0 8.0 40 8.0 29.0 3.3 25.7 2.4 5.6 50 4.0 33.0 4.9 28.1 1.6 2.4 60 2.0 35.0 5.8 29.2 0.9 1.1 CN = 80 S = 63,7 0,2 S = 12,7 Método SCSExemplo SCS Chuva 10 20 30 Chuva acumulada 40 50 60 10 0 0 5 10 10 20 30 40 50 60 20 15 30 20 25 40 30 50 Chuva, escoamento e infiltração acumulada 10 0 10 20 30 40 50 20 30 40 50 Chuva, escoamento e infiltração 60 10 0 2 4 6 8 10 12 14 20 30 40 50 60 Método SCSExemplo SCS 10 CN = 80 CN = 90 Chuva, escoamento e infiltração Chuva, escoamento e infiltração 20 30 40 50 10 60 0 0 2 2 4 4 6 6 8 8 10 10 12 12 14 14 20 30 40 50 60 Método SCS Exemplo SCS Bacia com 30 % de área urbana densa (CN = 95) e 70 % de área rural, com pastagens, cultivos e florestas (CN = 78) CNmedio 0,30 CNurbano 0,70 CNrural CNmedio 83,1 Método SCS Exemplo SCS Bacia com 30 % de área urbana densa (CN = 95) e 70 % de área rural, com pastagens, cultivos e florestas (CN = 78) Chuva, escoamento e infiltração 10 Chuva acumulada = 35 mm Chuva efetiva = 8 mm Infiltração = 27 mm 0 2 4 6 8 10 12 14 20 30 40 50 60 MétodoExemplo SCS SCS cenário futuro Bacia com 100 % de área urbana densa (CN = 95) e 0 % de área rural, com pastagens, cultivos e florestas (CN = 78) Chuva, escoamento e infiltração 10 Chuva acumulada = 35 mm Chuva efetiva = 22,9 mm Infiltração = 12,1 mm 20 30 40 0 2 4 6 8 10 12 14 Quase 3 vezes mais escoamento! 50 60 Método SCS Q pós-urbanização pré-urbanização DQ Dt t Agra, 2002 Método SCS Considerações finais Transformação da chuva efetiva em vazão o histograma tempo área e o hidrograma unitário Modelo SCS é simplificado Diferentes usuários chegarão a resultados diferentes dependendo do CN adotado Bacias pequenas Se possível, verificar em locais com dados e para eventos simples Método SCS – Chuva efetiva A parcela da chuva que se transforma em escoamento efetiva. superficial é chamada chuva Capacidade de infiltração decrescente Precipitação “efetiva” = gera escoamento Infiltração = “perdas” tempo P Infiltração mantém o escoamento de base no futuro Q tempo Método SCS – Diagrama triangular Tc tempo Tc P P Q Q tempo 2,08A Qp tp' tr t p ' 0,6tc 2 tempo tempo Vazão em m3/s por 1cm de precipitação efetiva Reservatório Linear Simples (RLS) dS Vs Qs dt S KsQs Equação da continuidade Relação entre armazenamento e vazão Qs(t 1) Qs(t).eDt / Ks Vs (t 1)(1 eDt / Ks ) Neste caso Ks é constante Modelos Clark Este modelos é a combinação do histograma tempo- área com o modelo reservatório linear simples Histograma tempo - área o método considera a translação do escoamento na bacia hidrográfica a partir das isócronas da bacia hidrográfica. As isócronas são definidas como as linhas onde os seus pontos possuem o mesmo tempo de contribuição para a seção principal Histograma tempo -área 4h fi = Ai/At fi 3h 2h 1h 1h 2h 3h 4h t Translação depois do uso do Histograma - tempo área P Vs = P.fi t Histograma tempo-área sintético Ac at n Ac = 1 - a(1- t)n para para Ac fi 1 tempo, (tc) 1 tempo, (tc) a – retangular 0 t 0,5tc n=1 Ac fi 0,5tc t 1 0,5 1 1 tempo, (tc) tempo, (tc) a é obtido com base no seguinte b – losango n=2 fi Ac Ac = 0,5 para t = tc/2 então, a = (0,5)1-n ½ 1 tempo, (tc) c – intermediária n=1,5 1 tempo, (tc) Reservatório linear - simples dS Vs Qs dt S KsQs Equação da continuidade Relação entre armazenamento e vazão Qs(t 1) Qs(t).eDt / Ks Vs (t 1)(1 eDt / Ks ) Neste caso Ks é constante Características do modelo Síntese do Modelo Clark HTA Pt RLS Qs Propagação subterrânea Modelo de reservatório linear simples Qb(t 1) Qb(t).eDt / Kb Vp(t 1)(1 eDt / Kb ) Equação de depleção Alimentação do aquífero O parâmetro Kb representa o tempo médio de esvaziamento do reservatório subterrâneo. Coeficiente de depleção = 1/Kb Vazão de saída do modelo Clark Vazão total de saída Q(t) = Qs(t) + Qb(t) soma do hidrograma do escoamento superficial e do escoamento subterrâneo Modelo IPH2 Modelo IPH II Desenvolvido a partir de algoritmos conhecidos e com o mínimo de parâmetros para representar o processo de precipitação - vazão em bacias pequenas e médias; versão II porque houve uma versão inicial baseado em algoritmos semelhantes; possui os seguintes algoritmos : evapotranspiração/interceptação; infiltração, escoamento superficial, escoamento subterrâneo. Evaporação e interceptação Emax S t Es (t ) S max Não Sim P EP P=P-EP EP=EP-P P=0. Não EP R Sim Não EP=EP-R R=0. S=S-EP.S/Smax R=R-E Não P>Rmax-R R=R+P P=0. S<0 Sim S=0. algoritmo de separação dos volumes Sim P=P-Rmax+R R=Rmax Infiltração dS I( t ) T ( t ) dt Na equação da continuidade I(t) Ib (Io Ib)h t T(t) Ib(1 h t ) S(t) = ai + bi I(t) he k S(t) = bt T(t) Algoritmo de infiltração (a) Pt > It Vi Ib Dt I( t ) Ib Dt (h 1) ln h Ve = P(t)D t - Vi Vp = S(t) - S(t+1) +Vi Pt < It Neste caso podem ocorrer dois cenários (b) Pt < It+1 ( c) Pt > It+1 It 1 Ib It Ibht Dt St 1 ai bi I t 1 Vi Pt Dt Ve = 0. (b) It It+1 Vp mesma equação anterior It 1 Ib It Ibht Dt Verifica se Pt < It+1 (c) Quando Pt > It+1 Sendo P = I em x, Sx = a+bP It na equação de continuidade determina-se Dx. It+1 Dx x O processo é igual para cada parte do hietograma Condições de escoamento superficial Como as variáveis do modelo utilizam valores médios para a capacidade de infiltração, durante períodos de pequena precipitação P < I podem ocorrer escoamento superficial em alguns setores da bacia devido a variabilidade de I. Para considerar este fator foi inserido o seguinte: Para P < I P ( )2 Cr I P I Ve = PCr Resultados do algoritmo de infiltração 1. Volume de escoamento superficial Ve 2. Volume de escoamento subterrâneo, Vp obtidos em cada uma das alternativas do algoritmo Condições iniciais Normalmente os modelos hidrológicos, durante simulação contínua, necessitam de alguns meses de dados para que os erros da estimativa das condições iniciais se dissipem; para simulação de eventos as condições iniciais passam a ser parâmetros de ajuste. simulado observado Período para dissipar os erros das condições iniciais Condições iniciais no IPH2 Considerando um período seco onde o escoamento superficial é nulo, resulta para a vazão de saída Q(t) = Qb(t). Em regime permanente a vazão de saída do aquífero é igual a percolação T = Qb(t). Conhecido o valor de T é possível estimar o armazenamento inicial do solo Si por Si = 1/bT. T Qb Condições iniciais no IPH2 As condições iniciais são obtidas da vazão inicial no rio. No caso de ajuste, a vazão observada e no caso de previsão um valor adotado como condição inicial da bacia. Deve-se verificar que o maior valor de Qb é igual Ib. As condições inicias são Qs =0. Qb = T = Qobs(t=0) o modelo considera sempre que o estado de umidade do reservatório de interceptação no início da simulação é igual a R (t=0) =0. Com estes condicionantes as condições iniciais deixam de ser parâmetros de ajuste e não são desperdiçados dados no início da simulação Parâmetros e suas características O parâmetro Rmax representa as perdas máximas de interceptação do modelo; o parâmetro Smax = -Io/ln(h), obtido com base nos parâmetros de infiltração; Portanto, no algoritmo de interceptação resulta apenas um parâmetro Rmax; Para as bacias com áreas impermeáveis é introduzido um parâmetro que separa a quantidade de água que entrará no algoritmo de infiltração e a parcela que gera diretamente escoamento superficial. Este parâmetro geralmente é estimado com base em dados da bacia, portanto geralmente não é um parâmetro de ajuste; os parâmetros do algoritmo de infiltração são Io, Ib e h. Variação dos parâmetros de infiltração O volume de escoamento superficial aumenta com a diminuição de k ou aumento de h Sensibilidade do volume de escoamento superficial aos parâmetros Curvas de Horton Outras características Os parâmetros Io e h controlam o volume do hidrograma. Quando aumentam diminuem o volume. O valor de Io tem pouca influência em períodos muito úmidos; O valor de Ib controla o final do hidrograma Varia com Ib Parâmetros de escoamento superficial O tc pode ser estimado pela diferença entre as precipitações máximas e o pico do hidrograma (existem várias equações empíricas também); o valor de tc tende a deslocar a posição do pico; O valor de Ks permite suavizar a forma do hidrograma. Na medida que aumenta o Ks tende a amortecer o hidrograma. Tc Ksub Ksub = 1/coeficiente de depleção Estimado com base nos dados observados de estiagem Dos dados lnQ(t+1) Q(t+1)=Q(t).exp(-k.) ln[Q(t+1)]=ln[Q(t)]-k k lnQ(t) ln[Q(t+1)/Q(t)]=-k Exemplo Bacia do arroio Dilúvio e Porto Alegre Parâmetros Rmax Ksup Tc Ajuste para bacias urbanas brasileiras 5 V a z ã o C a lc u la d a 10 15 20 5 V a z ã o O b s e r va d a 6 10 15 3 20 25 25 0 30 1 2 3 4 5 6 7 0 8 30 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 Dt (30 min) D t ( 1 0 m in ) Bela Vista POA Joinville- SC 160 40 0 35 140 V a z ã o O b s e rva d a 120 V a z ã o O b s e rva d a 5 30 5 V a z ã o C a lc u la d a 80 15 60 40 20 20 25 10 20 15 15 10 20 5 0 25 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 Dt (10 min) Curitiba - PR 0 25 1 3 5 7 9 11 13 15 17 D t ( 3 0 m in ) São Paulo 19 21 23 25 27 29 P (m m ) 10 Q (m 3 /s) V a z ã o C a lc u la d a 100 P (mm) Q (m3/s) 0 P (m m ) V az ão C alc ulada 10 0 5 Q (m 3 /s) V az ão O bs ervada Q (m3/s) 9 0 P (mm) 15 Bacia Cidade Casa de Portugal Saint Hilaire Bela Vista Arroio Meio Beco do Carvalho Cascatinha I Cascatinha II Mathias Jaguarão Prado Velho Afonso Camargo Gregório Carapicuiba Cabuçu de Cima Tiquatira Jaguaré Ipiranga Águas Espraiadas Vermelho Pirajussara Meninos Tamanduatei Mandaqui Jacaré Faria Timbo Sarapuí Saracuruna Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Porto Alegre Joinville Joinville Curitiba Curitiba São Carlos São Carlos São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro 0 N de eventos 5 5 6 8 5 8 5 9 4 13 3 4 2 3 4 2 2 3 2 4 8 2 3 2 3 5 4 7 Área 2 (km ) 6,7 6,4 2,5 5,2 3,5 8,0 4,0 1,9 6,5 42,0 112,3 15,6 23,1 106,8 17,3 13,9 27,1 12,0 14,4 57,9 106,7 137,4 19,0 7,0 20,6 10,6 103,0 91,3 Perímetro (km) 12,7 11,3 7,1 9,3 7,8 * * 6,5 11,8 22,3 * 23,5 22,0 52,5 22,2 18,5 26,0 22,7 19,2 38,2 37,5 44,2 17,7 * * * * * Talvegue (km) 3,8 3,8 2,4 4,0 2,4 4,9 1,3 2,5 4,0 11,3 29,5 8,4 8,9 22,4 8,4 7,7 10,1 7,8 6,3 19,8 16,4 23,4 6,1 6,4 7,5 9,2 23,3 24,8 Decliv % 4,1 1,6 1,9 5,3 5,2 4,0 4,0 1,8 0,7 0,9 * 2,0 0,1 0,1 0,6 0,6 0,2 0,6 0,8 0,1 0,1 0,1 0,6 11,3 5,3 4,4 3,6 5,8 IMP % 1 0 53 10 18 27 25 16 8 40 15 29 19 10 62 32 50 60 30 35 40 28 58 22,5 30,9 29,6 16,3 1 LCG (km) 1,6 * 1,2 * 1,1 * * 1,1 2,3 4,2 * 4,4 3,0 5,5 3,2 3,2 4,2 4,6 4,7 9,0 8,7 11,5 3,3 * * * * * 700 K s (m i n) funç ã o a j us t a da tc (m in) funç ã o a jus t a da 400 300 200 100 600 500 400 300 200 100 0 0 0 100 200 300 400 0 tc (m in ) IP H II Tc = 18,628 Ks = 24,058 100 200 300 400 K s (m in ) IP H II L 0,882 IMP R2 = 0,815 0,272 L 1,063 S 0,126 IMP 0,549 R2 = 0,806 500 600 700 Bacia C. Portugal Saint Hilaire Bela Vista Arroio Meio B. Carvalho Cascatinha I Cascatinha II Mathias Jaguarão Prado Velho A. Camargo Gregório Carapicuiba C. de Cima Tiquatira Jaguaré Rmax mm 0-5,2 5-13 2-6,5 0-11 2-25 2-12 6-25 0-5 0-5 0,7-15 3-14,6 5-20 0 0,6-1,2 3-14 1-6 Io mm/Dt 10 12 10 10 11 14 14 9 9 7 12,5 14 6 12 12 11 Ib mm/Dt 0,4 0,4 0,4 0,4 0,6 0,4 0,4 0,6 0,4 0,4 0,48 0,4 0,2 0,2 0,1 0,6 h mm/Dt 0,78 0,9 0,7 0,6 0,7 0,8 0,9 0,63 0,74 0,6 0,84 0,8 0,6 0,8 0,5 0,8 tc Dt 3 5 1 1 2,5 1,4 3 4 6 7 2 3 8 2 6 2 ks Dt 8 20 0,5 0,5 2,4 1 1,5 2,4 10 2,5 6 1,5 12 1,8 2,2 8 ksub Dt 20 5 10 10 20 20 20 10 20 90 120 20 10 10 10 30 Dt (min) 30 30 30 30 30 30 30 10 10 10 60 10 30 30 30 15 Condições R R, P U, AD SU, AD SU, AM U, IAM U, IAM SU, DV SU, EL U, ER U, IAM U, IAM U,ER SU U, IBM U, ER Ipiranga 1,6-9,5 10 0,4 0,77 3 1,4 20 30 AU Á. Espraiadas 3-15 12 0,2 0,8 6 2 10 15 U Vermelho 0-2,8 10 0,2 0,5 8 1,6 280 15 U Pirajussara 4-9 8 0,4 0,7 5 5 10 30 UF Meninos 0,5-11,5 10 0,4 0,7 3 4,2 10 30 U Tamanduatei 0,2-11 10 0,4 0,8 4 1,8 30 30 U Mandaqui 0-8 15 0,4 0,9 2 2,8 20 15 U, IBM Jacaré 0-7,8 12 0,4 0,77 4 5 10 10 SU,AD Faria 0-8 4 0,4 0,6 5 12 10 10 U, AD Timbó 0-32 8 0,3 0,94 4 8 10 10 U,AD Sarapuí 0,5-9 10 0,4 0,7 3 3,4 20 60 SU Saracuruna 1,5-22 10 0,5 0,9 6 10 5 60 SU, IAM R – Rural; U – Urbana; SU – Semi-urbana; AD – Alta declividade; IAM infiltração acima da média; IBM – infiltração abaixo da média; UF – urbanização concentrada na foz; ER – escoamento rápido; EL – escoamento lento; P – parque. 80 70 70 60 60 50 50 V calc (m m ) V cal c (mm) 80 40 Porto Alegre P orto A legre Joinville 30 Joinville 30 40 C uritiba Curitiba S ão C arlos São Carlos 20 S ão P aulo 20 São Paulo R io de Janeiro Rio de Janeiro 10 10 0 0 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 10 20 30 40 50 60 70 80 V obs (m m ) V obs (mm) Volumes com ajuste Volumes com parâmetros médios Bacia do rio Verde Pequeno 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91 97 103 109 115 0 20 40 60 70 Observada 60 simulada vazões 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 tempo 100 120 140 Estatísticas de avaliação Volumes erro padrão da estimativa Ef NS (Q Q ) 1 (Q Q) ci 2 oi 2 oi Modelo IPHS1 e IPH IV O modelo IPHS1 permite a simulação das sub-bacias com a versão IPHII e o canal com Muskingun-Cunge ou Pulz para reservatório o modelo IPH IV utiliza o IPH II para cada sub-bacia e o hidrodinâmico nos rios e reservatórios usos do modelo Ajuste Verificação Aplicação: estudo de alternativas Módulo Bacia Dados hidrológicos: P(t), EVT(t), Área, comprimento,etc Modelo IPH-II, simula precipitação-vazão na subbacia. Módulo rio Dados dos rios e reservatórios: cota, área, largura, volumes, distância, rugosidade Modelo IPH-III: Onda Cinemática ou Muskingun-Cunge no rio;e Pulz nos reservatórios Modelo IPH-IV: modelo hidrodinâmicos para rios, reservatórios, confluências e áreas de inundação