INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NO PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM Teacher-student interaction in the teaching-learning Juliana Lopes de Almeida Souza1 RESUMO O estudo aqui apresentado buscou verificar os aspectos que envolvem a relação professor e alunos na prática docente do Ensino Superior. A complexidade do problema envolve os aspectos cognitivos da interação, sócio-emocional e diferenças individuais dos alunos. Relata-se quatro grandes áreas, quando a ênfase é no processo de aprendizagem: a do conhecimento, a do afetivo-emocional, a de habilidades e a de atitudes ou valores. Os estudos sobre a docência mostram que a qualidade da interação professor-aluno, acrescida da preocupação com o processo de ensino-aprendizagem, é uma característica dos professores que estimulam a participação, levando à construção da autonomia do aluno. Baseado nos autores estudados, a docência no Ensino Superior é um trabalho que tem como objeto as relações humanas. A interação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem cria condições para possibilitar a transferência de conhecimentos a partir de estratégias de ensino em sala de aula. Palavras-chave: professor-aluno; ensino-aprendizagem; relações humanas. Abstract The paper evaluates the aspects that involve the relationship between teacher and students in teaching practice in College education. The complexity of the problem involves the interaction of cognitive, social, emotional and individual differences of students. Its report four major areas where the emphasis is on process of learning: knowledge, the affective-emotional, skills and attitudes or values. Studies show that teaching about the quality of teacher-student interaction, increased concern for the teaching-learning, is a characteristic of teachers that encourage participation, leading to the construction of learner autonomy. Based on the authors studied teaching in College education is a job that has human relations as object. The teacher-student interaction in the teaching-learning creates conditions that enable the transfer of knowledge from teaching strategies in the classroom. Keywords: teacher-student; teaching-learning; human relations. 1 Professora de Graduação e Pós-Graduação na área da Comunicação nas Faculdades Promove, Centro Universitário UNA e PUC - Minas. Graduada em Comunicação Social - UNIBH. Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. E-mail: [email protected] Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 Introdução Pensar a relação professor-aluno faz-se necessária na prática docência. A interação professor-aluno no trabalho docente ressalta vários aspectos, citam-se, a partir de Libâneo (1990): o aspecto cognoscitivo e o aspecto sócio-emocional. A questão da docência universitária e do processo de ensino-aprendizagem é apresentada, em estudos, no livro Reflexões e Práticas em Pedagogia Universitária. Destes citam-se, em particular, os de Maria Castanho, Márcia Melo, Telma Cordeiro e Délcia Ericone, em 2007. Para alcançar os objetivos do processo de ensino, levantam-se questionamentos à cerca da transmissão e assimilação dos conhecimentos através dos processos de ensino-aprendizagem, bem como a comunicação, os aspectos afetivos e emocionais. Em que condições os aspectos cognoscitivo, sócio-emocional e as diferenças individuais dos sujeitos envolvidos, no ensino-aprendizagem, influem na interação professor-aluno? Como e quais estratégias de ensino-aprendizado devem ser utilizadas para alcançar essa interação professor-aluno no ensino superior? Procura-se entender a interação entre professor e alunos como uma relação humana dinâmica. É preciso considerar o fato de que o professor, quando se torna comprometido com o aluno e com uma educação de qualidade, possa ultrapassar a mera condição de ensinar. A complexidade do problema Aprender a ensinar é um processo complexo que envolve fatores cognitivos, afetivos, éticos e metodológicos. Todo processo de formação deve ter sentido para quem o realiza, mas também para quem o propõe (Libâneo, 1990). Os valores éticos, sociais, epistemológicos, os referentes culturais e o desenvolvimento pessoal, considerando as diferenças individuais, são fatores a ser estudados para que haja melhoria da qualidade do trabalho docente. As experiências vitais que fazem da história pessoal e profissional estratégias para resolver situações problemáticas de ensino e reconhecimento da articulação teoria-prática vão gerando uma trama de Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 conhecimentos sobre a vida nas salas de aulas, que possibilita, de forma crescente, a configuração do campo da didática universitária. As estratégias metodológicas devem buscar uma relação teoria-prática constante. Enfatiza-se a palavra relação, na interação professor-aluno, porque implica a vinculação constante nesse processo. Relação professor-aluno Para Libâneo (1990) o trabalho docente trata-se da relação entre o professor e o aluno, da forma de se comunicar, se relacionar afetivamente. O autor chama de "situação didática" as dinâmicas e observações fundamentais para a organização e motivação do trabalho docente, para alcançarmos com sucesso os objetivos do processo de ensino. Libâneo ressalta dois aspectos na interação professor-aluno no trabalho docente: o aspecto cognoscitivo e o aspecto sócio-emocional. Na interação professor-aluno, as diferenças individuais são aspectos que devem também ser considerados para determinar quais estratégias utilizar, em sala de aula, para a aplicação da aprendizagem. Aspectos cognoscitivos da interação Libâneo (1990, p.250) define como cognoscitivo o processo ou movimentos que transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender. Sob este ponto de vista, o trabalho do professor “é um constante vai e vem entre as tarefas cognoscitivas e o nível dos alunos”. Para se ter um bom resultado de interação nos aspectos cognoscitivos deve-se: manejar os recursos de linguagem; conhecer o nível dos alunos; ter um bom plano de aula; e possuir objetivos claros. Aspectos sócio-emocionais Estes aspectos são os vínculos afetivos entre o professor e os alunos. O autor afirma que “é preciso aprender a combinar a severidade e o respeito”. Deve-se entender que neste processo pedagógico a autoridade e a autonomia devem conviver Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 juntas, a autoridade do professor e a autonomia do aluno como uma forma complementar (LIBÂNEO, 1990, p.250). Diferenças individuais Os alunos apresentam diferenças significativas em relação à aprendizagem. Há muitas razões que determinam essas diferenças entre eles. A herança genética responde parte delas. Mas também devem ser considerados outros fatores, como: tipo de educação recebida, background cultural, condições de vida, etc (Masetto, 2003; Ericone, 2007). Estudos sobre a docência Maria Castanho (2007, p.67) utiliza o termo “ensinagem”, o qual explicita a intenção de significar o ensino em que realmente houve aprendizagem. Termos como ensinar, aprender e apreender também são utilizados pela autora. O primeiro deve ser uma ação intencional e deve resultar em aprendizagem; o segundo significa reter informações e é um termo ligado à pedagogia tradicional que deve ser superado pelo terceiro, que significa se apropriar dos conhecimentos, a fim de que estes se integrem à estrutura cognitiva dos educandos. Para Maria Castanho (2007, p.72) “a qualidade da relação entre professor e aluno, acrescida da preocupação com a relação entre teoria e prática, é uma característica dos professores que estimulam a participação, levando à construção da autonomia. As relações interpessoais rompem com a figura do processo centralizador e controlador”. Já para Márcia Melo (2007, p.99) o entendimento da docência nessa perspectiva, sintetiza o conceito de docência como atividades de mediações, relações comunicativas e interações compartilhadas e interdisciplinares, com base nos discursos apresentados pelos professores pesquisados. Maria Castanho (2007) lista algumas estratégias de “ensinagem” que podem ser propostas para auxiliar os professores do ensino superior nessa caminhada de superação dos métodos tradicionais de ensino, tais como: a aula expositiva dialogada, o estudo de texto, o portfólio, a tempestade cerebral, o mapa conceitual, o estudo dirigido, a lista de Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 discussão por meios informatizados, a solução de problemas, o grupo de verbalização e de observação, a dramatização, o seminário, o estudo de caso, o júri simulado, o simpósio, o painel, o fórum, a oficina, o estudo do meio e o ensino com pesquisa. A autora destaca a importância de traçar objetivos para a utilização das estratégias, pois estas não podem ser usadas como fins em si mesmas. Telma Cordeiro (2007) reflete sobre a problemática da docência remetendo à necessidade de repensar a aula como um espaço de formação. Esse espaço, conceituada pela autora como “espaço nuclear”, deve ser questionado nas suas concepções básicas, compreendido nos seus muitos sentidos, como forma de sintonizá-lo com as exigências atuais: as do mundo do trabalho e, sobretudo, as necessidades fundamentais da pessoa. No processo de humanização, duas categorias são fundamentais para a autora: a ética e o diálogo. Telma Cordeiro (2007, p.121) destaca ainda que aprender e ensinar a realidade exige-se “pensamento crítico, abertura para escutar, saber ver, ouvir e sentir o outro; exige o diálogo e uma postura ética”. Ressalta que ensinar e aprender, no contexto de aula que se faz na tríplice dimensão de ensino, pesquisa, extensão, é um processo que envolve os sujeitos por inteiro e se constitui num caminho de múltiplas possibilidades na direção de uma formação humana integral. O processo de aprendizagem das habilidades sociais e de relacionamento interpessoal – o aprender a conviver – é apresentado por Délcia Ericone. Para a autora, (2007, p.152) o maior desafio do docente é “aprender a responder às necessidades distintas de aprendizagens dos alunos, notadamente durante o período acadêmico de sua formação profissional e de seu desenvolvimento pessoal”. As crenças, os conhecimentos, os objetivos são fundamentais para a atuação docente, pois toda pessoa tem sua própria subjetividade, seus valores, seus afetos, seus sentimentos, suas opiniões. Segundo Délcia Ericone (2007) “ensinar não é algo neutro; tem carga afetiva”. Rogers (1986, p.128-131) recomenda mudar o foco do “ensino” para a “facilitação da aprendizagem”. E apresenta algumas qualidades do professor facilitador de aprendizagem: a) Autenticidade. O facilitador deve ser uma pessoa real, autêntica, que se apresenta sem uma máscara ou fachada. O professor pode ser uma pessoa entusiasta, entediada, interessada nos alunos, zangada, sensitiva, e simpática a Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 eles. Por aceitar esses sentimentos como seus, não tem necessidade de impô-los aos alunos. Dessa maneira, ele constitui para os estudantes uma pessoa, não “a corporificação anônima de uma exigência curricular ou um tubo estéril através do qual o conhecimento é passado de uma geração para outra” (ROGERS, 1986, p. 128). b) Apreço pelo estudante. O professor deve apreciar o estudante, os seus sentimentos, as suas opiniões, a sua pessoa. Deve manifestar carinho pelo estudante, Mas um carinho que não é possessivo. Um professor deste tipo aceita a apatia ocasional dos estudantes, e sua falta de método tanto quanto os esforços disciplinados na consecução de objetivos mais importantes (ROGERS, 1986, p. 130). c) Compreensão empática. O professor deve ter a capacidade de colocar-se a disposição do estudante, de encarar o mundo através dos olhos deste. Quando o professor tem a capacidade de compreende internamente as reações do estudante, adquire uma consciência sensível na maneira pela qual o processo de educação e aprendizagem se apresenta no estudante. Assim, aumentam as probabilidades de uma aprendizagem significativa (ROGERS, 1986, p. 131). Os dois processos – ensino e aprendizagem – não devem ser separados, são complementares e se integram. É preciso compreender bem cada um deles para melhor entendermos como se pode fazer a correlação. Quando a ênfase for no processo de aprendizagem, quatro grandes áreas são referenciadas: a do conhecimento, a do afetivoemocional, a de habilidades e a de atitudes ou valores (MASETTO, 2003). 1. Desenvolvimento na área do conhecimento De acordo com Masetto (2003, p.37) a área cognitiva “compreende o aspecto mental e intelectual do homem: sua capacidade de pensar, refletir, analisar, comparar, criticar, justificar, argumentar, inferir conclusões, generalizar, buscar e processar informações,...” Essa área não se esgota em assimilar algumas informações ou conhecimentos. Para o autor, as características do desenvolvimento na área do conhecimento, são: A aquisição, elaboração e organização de informações, acesso ao conhecimento existente, relação entre o conhecimento que se possui e o novo que se adquire, reconstrução do próprio conhecimento com significado para si mesmo, inferência e generalização de conclusões, transferência de conhecimentos para novas situações, compreensão Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 dos argumentos apresentados para defesa ou questionamento de teorias existentes, identificação de diferentes pontos de vista sobre o mesmo assunto, emissão de opiniões próprias com justificativas, desenvolvimento da imaginação e da criatividade, de pensar e resolver problemas (MASETTO, 2003, p.37-38). 2. Desenvolvimento na área afetivo-emocional De acordo com Masetto (2003) os aspectos na área afetivo-emocional supõem conhecimentos do próprio indivíduo, de si mesmo, dos diferentes recursos que se possui, dos limites existentes, das potencialidades a serem otimizadas. 3. Desenvolvimento na área de habilidades Tudo o que fazemos com os conhecimentos adquiridos abrange as habilidades humanas e profissionais. A área de habilidades, segundo Masetto (2003), contempla alguns exemplos da área cognitiva, tais como: relacionar conhecimentos e informações, organizar, argumentar e deduzir. 4. Desenvolvimento na área de atitudes ou valores Os aspectos envolvidos na área de atitudes ou valores devem ser levados em consideração na aprendizagem. Masseto (2003, p.39) enfatiza que o aspecto mais delicado da aprendizagem de um profissional é “o coração”. Criar condições para possibilitar a transferência Para que a aprendizagem não fique apenas no nível da memorização, o professor deverá orientar sua ação pedagógica no sentido de proporcionar a transferência de aprendizagem. Para favorecer o alcance deste nível, o professor pode segundo Gil (1995): Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 a) empregar exemplos que esclareçam a aplicação dos conhecimentos a situações específicas; b) propor exercícios e trabalhos práticos; c) favorecer a discussão acerca da aplicação dos conhecimentos; e d) empregar jogos, estudos de caso e dramatização. Para que haja aprendizado é necessário que o aluno preste atenção na exposição do professor, nos textos que lê, ou nos exercícios de que participa. Na realidade, a atenção do aluno, em boa parte, depende do seu grau de motivação. Contudo, papel importante cabe ao professor, que deverá conhecer muito bem a estrutura interna do assunto a ser ensinado, assim como a melhor seqüência de apresentação, a fim de organizar espacial e temporalmente os estímulos a serem apresentados. De acordo com Gil (1995) o professor conseguirá melhores resultados em relação à atenção dos alunos se considerar alguns pontos como: a) Humor. Professores bem-humorados conseguem mais facilmente manter atentos os grupos. Frases espirituosas e exemplos constituem recursos bastante eficientes. b) Entusiasmo. O entusiasmo do professor com freqüência transmite-se para os alunos. Por essa razão, convém que os professores somente se disponham a ministrar determinada matéria quando estiverem convencidos de sua importância. c) Aplicação prática. Poucas coisas são tão dispersivas quanto um longo discurso que não indique alguma aplicação prática. Por essa razão é que se tornam muito úteis os exercícios e trabalhos propostos para os alunos. d) Recursos auxiliares de ensino. Os recursos audiovisuais são muito importantes para manter o grupo atento. A eficiência obtida com esses recursos torna-se maior quando sua utilização é diversificada. Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 e) Participação. A atenção de um grupo aumenta à medida que sua participação é solicitada. Cabe, no entanto, considerar que só convém serem feitas ao grupo perguntas que possam ser respondidas sem maiores dificuldades. Perguntas mais complexas podem, ao contrário, servir para inibir os alunos. Para facilitar a aprendizagem dos alunos, o professor se vale de estratégias, ou seja, da aplicação dos meios disponíveis com vistas à consecução de seus objetivos. O termo estratégia vem sendo o mais utilizado nos planos de ensino para indicar esses procedimentos. Todavia, são comuns procedimentos dessa natureza serem designados como métodos de ensino, métodos didáticos, técnicas pedagógicas, técnicas de ensino, atividades de ensino, “ensinagem”, etc. Para os fins desta pesquisa considera-se a expressão “estratégias de ensino-aprendizagem” num sentido amplo, que inclui os termos métodos, técnicas, atividades, meios e procedimentos de ensino. Conforme mencionado anteriormente, Castanho (2007) lista algumas dessas estratégias que podem ser utilizadas no processo de ensino e aprendizagem. Outros autores citam a aula expositiva, a discussão, o seminário, o estudo do texto e o estudo dirigido, como métodos de ensino (Veiga, 1900; Gil, 1995; Libâneo, 1990; Masetto, 2003). A interação professor-aluno, no processo de ensino-aprendizagem, cria condições para possibilitar a transferência de conhecimentos a partir de estratégias de ensino em sala de aula, conforme Modelo 1 a seguir. Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 MODELO 1- Interação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem A interação professor-aluno refere-se à relação entre os sujeitos envolvidos. Essa relação professor e alunos, na prática docente do Ensino Superior, envolvem os aspectos cognitivos da interação, sócio-emocional e as diferenças individuais dos alunos. As qualidades do professor facilitador de aprendizagem – autenticidade, apreço pelo estudante, compreensão empática - estão incluídas também nessa relação professoraluno. O processo de ensino e o processo de aprendizagem são complementares. Quando pensamos em ensinar, as ideias associativas nos levam a instruir, comunicar conhecimentos ou habilidades, fazer saber, mostrar, guiar, orientar, dirigir. Quando falamos em aprender, entendemos buscar informações, rever a própria experiência, adquirir habilidades, adaptar-se às mudanças, descobrir significado nos seres, nos fatos, nos fenômenos e nos acontecimentos. Nesse processo ensino-aprendizagem, quatro Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 áreas do desenvolvimento dos alunos são importantes: a do conhecimento, a do afetivoemocional, a de habilidades e a de atitudes ou valores. As estratégias de ensinoaprendizado devem ser levadas em consideração para a preparação das aulas, utilizandoas como um recurso didático adequado ao assunto. Considerações finais Os dois processos – ensino e aprendizagem – são importantes na prática docente do Ensino Superior. O ensino deve ser uma ação que resulta em aprendizagem. A aprendizagem significa se apropriar dos conhecimentos, a fim de que estes se integrem à estrutura cognitiva do aluno. Tanto o processo de ensino quanto o da aprendizagem significativa são aqueles que envolvem o aluno como pessoa, como um todo (ideias, sentimentos, cultura, valores, sociedade, profissão). Eles são efetivos quando: o que se propõe para aprender se relaciona com o universo de conhecimentos, experiências e vivências do aprendiz. Entende-se, na presente pesquisa, a docência como profissão de interações humanas, isto é, como profissão que se realiza por meio de uma aprendizagem de trocas, não como mera aplicação de técnicas, nem de reprodução mecânica de conhecimentos e práticas, mas como um ato de compartilhamento criativo, sensível, afetivo, cognitivo, humano, ético-político e cultural. Baseado nos autores estudados, a docência é um trabalho que tem como objeto as relações humanas. Esses processos formativos que se desenvolvem na aula, que envolvem intrinsecamente a interação e a comunicação, referem-se à reflexão sobre a socialização de saberes e à abertura ao diálogo. Referências CUNHA, Maria Isabel da (Org). Reflexões e práticas em pedagogia universitária. Campinas, SP: Papirus, 2007. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, (Coleção magistério Série Formação do professor). 1990. MASETTO, Marcos T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Summus, 2003. Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014 ROGERS, Carl. Liberdade de aprender em nossa década. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. VEIGA, Ilma (org.). Técnicas de Ensino: Por que não? SP, Capinas, Papirus: 1900. GIL, Antônio Carlos. Metodologia do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 1995. Revista Pensar Comunicação, v. 2, n. 1, jul. 2014