UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA Tema: A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA Valéria Grifo Guimarães Rio de Janeiro Julho - 2004 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA Tema: A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA Monografia como requisito apresentada final para por a Valéria Grifo conclusão do Guimarães curso de especialização em Psicopedagogia a nível de Pós-graduação “ Latu-sensu”. Professora-orientadora: Mary Sue Pereira Rio de Janeiro Julho – 2004 3 AGRADECIMENTOS À turma do curso de Formação de Professores / 2003 do Colégio Presidente Kennedy, fonte inspiradora para o início deste trabalho. E, também aos amigos, parentes e alunos que de alguma forma contribuíram para a realização desta monografia. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu marido Renato e ao meu filho Renan por tanta compreensão pela ausência que provoquei. Também aos meus pais Evandro e Gecilda pelo carinho constante. 5 RESUMO A prática pedagógica do bom professor deve ter por base uma formação acadêmica significativa e continuada, mas é fundamental que o professor tenha vocação para a profissão. O seu desejo e compromisso de ensinar devem ficar visíveis para todos os alunos, pois assim ele instigará o desejo de aprender em toda turma. São várias as barreiras encontradas pelo professor que atrapalham o bom andamento de seu trabalho, portanto, cuidados com a sua auto-estima é muito importante para enfrentar os desafios que a realidade impõe. Coragem, determinação, energia, compromisso e entusiasmo não podem faltar na prática diária do professor. A interação apenas aos professor-aluno aspectos cognitivos; não a devem se limitar afetividade é uma dimensão sempre presente nos processos intelectuais. Nesse sentido, as carregadas afetiva interações de vai próprias afetividade exercer uma e, da sala de seguramente, influência, aula esta são carga considerável, na aprendizagem. A afetividade desempenha, portanto, um papel fundamental na constituição inteligência, determinando os e funcionamento interesses e da necessidades individuais. O professor poderá tirar proveito do seu entusiasmo de dar aulas, para despertar em todos os alunos a vontade de participar do processo ensino-aprendizagem de forma mais prazerosa e produtiva. A maneira e o tom como o professor fala, o lhar que lança, o gesto que esboça pode adquirir um valor muito importante na aprendizagem de seus alunos. 6 Investindo em sua própria imagem, o professor poderá estimular nos alunos uma aprendizagem agradável e eficiente, pois a aprendizagem se dá, também através da observação. Ele precisa ser um exemplo vivo de desejo de ensinar e aprender. Assim, é importante que os alunos vejam no professor uma pessoa que, realmente, goste do que faz e que valoriza a educação como algo necessário para todo cidadão. 7 METODOLOGIA A metodologia monografia terá utilizada como base para a confecção principal a desta pesquisa bibliográfica, mas a pesquisa de campo feita através de questionários e da observação direta do objeto de estudo, alunos e professores, também se farão necessárias para que assim, possam ajudar no resultado que espero alcançar com este trabalho. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I: POSTURA DO PROFESSOR 10 CAPÍTULO II: A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO 23 CAPÍTULO III: A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO BOM PROFESSOR 30 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA 35 ATIVIDADES CULTURAIS 37 ANEXOS 39 ÍNDICE 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO 41 9 Introdução Objetiva-se com esta monografia destacar a importância do entusiasmo do educador em expor seus conteúdos e no bom relacionamento que deve ter com a turma. Nós educadores devemos prestar atenção à nossa postura e à qualidade da escolarização que oferecemos a nossos alunos, pois nossas qualidades profissionais e pessoais influenciam no processo ensino-aprendizagem. O professor é capaz de facilitar ou obstruir o aprendizado e de deixar marcas profundas, que podem ser positivas e negativas na performance intelectual de cada aluno. É de extrema importância que o professor tenha desejo de ensinar, pois só assim conduzirá seu aluno à atenção e interesses necessários para a aula. Se o professor estiver entusiasmado em expor um tema, o aluno também ficará. A relação com os alunos também é de extrema importante visto que a criança aprende melhor quando está afetivamente ligada ao professor. Isso não significa procurar a aprovação incondicional das crianças, mas abrir espaço para que eles enganjem nas atividades e o veja como um amigo com quem pode compartilhar suas dúvidas, emoções e conhecimentos. A monografia será estruturada em três capítulos. N primeiro capítulo é apresentado as condições indispensáveis para um bom profssional da educação. No segundo, tenta-se compreender o verdadeiro valor da afetividade na relação professor-aluno. E o último capítulo sugere ao educador explorar seu desejo de ensinar para beneficiar aprendizagem de seus alunos e o seu prazer profissional . a 10 CAPÍTULO I ________________________ Postura do professor Ensinar vem do latim insignare, que significa “marcar com um sinal”, indicar um caminho, um sentido. Os professores são essencialmente profissionais do sentido. Educam quando ensinam com sentido. Educar é impregnar de sentido a vida. A profissão docente está centrada na vida, no bem viver. Muitas crianças e jovens chegam hoje à escola, muitas vezes, sem saber porque estão lá. Não vêem sentido no que estão aprendendo. Querem saber, mas não querem aprender o que é ensinado. E aí entra o papel do professor: construir sentido, transformar o obrigatório em prazeroso, selecionar criticamente o que devemos aprender, numa era de impregnação de informações. Ser professor hoje não é mais difícil nem mais fácil do que era há algumas décadas atrás. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel vem se transformando – senão na essencial tarefa de educar, pelo menos no ofício de ensinar, de conduzir a aprendizagem e na sua própria formação que se tornou permanente. Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo, com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem professores. Eles não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Os professores fazem fluir o saber, porque constróem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam, numa visão emancipadora, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso “somos” imprescindíveis. 11 É imprescindível ao profissional da área de educação possuir requisitos profissional ter pessoais vocação e para técnicos. o Cabe magistério e a esse aptidões específicas para facilitar seu trabalho, pois a profissão exige do mesmo dedicação, criatividade, responsabilidade, apreciação pela cultura, interesse por assuntos sociais e políticos, etc. Além desses requisitos é preciso que busque ainda, aperfeiçoamento e preparo técnico para se tornar um autêntico professor. 1.1 - A vocação e o compromisso à Educação A educação é, na verdade, um processo amplo, do qual todos participamos e que nos prepara para a vida em sociedade, para a convivência com o outro. Esse processo amplo é chamado de socialização. Dele todos nós participamos. Nele todos nós somos educadores e educandos. Sendo assim, o professor não é o único agente educador, os pais, amigos, etc são também responsáveis pela aprendizagem de outrem. O professor é o responsável pelo processo de ensinoaprendizagem de conhecimentos sistematizados que são essenciais a uma vida com qualidade. O aluno é um ser em formação, em busca de fundamentos para participar da vida de maneira eficaz, produtiva, feliz. Para que o professor desempenhe seu papel com segurança e eficiência são necessários alguns requisitos pessoais e técnicos. Como requisitos pessoais, destacamos a vocação para o magistério. A vocação nada mais é que o dom inato, ou seja, uma inclinação que a pessoa possui para 12 determinada ação. Os sintomas da vocação para o magistério são: • prazer em exercer a profissão; • entusiasmo pelo ensino; • preferência pelas atividades intelectuais; • aceitação consciênte da necessidade de pontualidade e assiduidade; trabalho contínuo, adaptação à escola e à comunidade; • compromisso ético à educação; • ideais de cultura alterocentrismo e e sociabilidade, sociabilidade; amor como: pedagógico; apreciação da cultura. Além da vocação é importante que o professor apresente algumas aptidões específicas indispensáveis para sua profissão. São elas: a) Físicas: aparência pessoal e simpatia, boa dicção, visão e audição, capacidade de trabalho, etc. b) Mentais: equilíbrio mental, espírito de iniciativa, estabilidade emocional e o controle próprio, paciência e tolerância, autoconfiança, desembaraço, capacidade de julgamento objetivo e adaptabilidade, etc. c) Sociais: correção de atitudes, linguagem digna e apropriada, comportamento social exemplar. O professor que tem vocação para o magistério, trabalha com emoção, tem luz própria e caminha com pés próprios. É impossível o professor pregar autonomia sem ser autônomo; falar de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é o saber; queira que o aluno seja feliz sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir 13 afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto. Ninguém dá o que não tem. O professor deve transmitir afeto, cumplicidade, participação no sucesso, na conquista de seu educando; o professor tem de ser o referencial, o líder, o interventor seguro, capaz de auxiliar o aluno em seus sonhos, seus projetos. Será que existe um excelente professor que não goste do que faz? Com certeza, não. O professor que gosta do que faz trabalha com o coração, com amor, se dedica a cada minuto do seu trabalho. Esse professor que trabalha com o coração esbanja emoção, entusiasmo, prazer, alegria e, isso vai contagiar seu aluno. Sua aula se tornará agradável e prazerosa, com certeza a aprendizagem se fará presente. 1.2 – A formação profissional Para se tornar um autêntico professor, além dos requisitos pessoais ( vocação e aptidão específicas ) é necessário, também, requisitos técnicos, ou seja, formação profissional para habilidades e magistério. Essa que assim preparos formação o indivíduo técnicos poderá ser desenvolva indispensáveis feita as ao através do Ensino Médio nos cursos de Formação de Professores ( 1ª à 4ª séries ) ou através da formação em nível superior. A formação é um fator fundamental para o professor. Não apenas a universitária formação ou a de nível pós-graduação, médio, mas a graduação formação continuada, ampla, as atualizações, os aperfeiçoamentos, as trocas feitas em reuniões de docentes, etc. É necessário a conscientização do docente em manter-se constantemente atualizado sobre novas técnicas de ensino, como também, sobre a dinâmica do desenvolvimento da criança e a 14 realidade em que estão vivendo. Não basta que o professor conheça profundamente a matéria que leciona, é importante que entenda de psicologia, pedagogia, linguagem, sexualidade, infância, adolescência, sonho, afeto, vida, ética, política, projetos, família, etc. Tudo o que diz respeito ao aluno deve ser de interesse do professor. A educação é um processo multidimensional. De fato, ela apresenta uma dimensão humana, uma dimensão técnica e uma dimensão político-social. Entende-se como dimensão humana a relação interpessoal presente em todo processo formativo, pois a educação supõe comunicação humana, direta ou indireta. Já a dimensão técnica está direcionada para a organização e operacionalização dos componentes indispensáveis ao processo ensino-aprendizagem. Portanto, o educador é concebido como um organizador das condições de ensino-aprendizagem que devem ser rigorosamente planejadas para garantir bons resultados. Não podemos valorizar somente o conhecimento técnico do professor, ele deverá possuir condições pessoais especiais para trabalhar em sala de aula, além de buscar compreender a realidade a qual sua escola pertence. O professor deve analisar e propor a partir das condições concretas da realidade, uma prática educativa transformadora, assim sua prática terá uma íntima conexão com o sistema político-econômico vigente. Esta abordagem é o que podemos compreender sobre a dimensão centrada no contexto, ou seja, a dimensão político-social. A formação perspectiva dos educadores multidimensional, pois também o adquire professor uma precisa articular contexto e processo em sua prática cotidiana, traduzindo em comportamentos e atitudes concretos relativos aos objetivos propostos em uma prática político-social. 15 Quem trabalha com conhecimento, sabe que nunca poderá deixar de estudar. Sabemos que há limitações na formação do magistério, pois nem sempre a teoria deixa transparecer o que acontece distante. na realidade, Portanto, o tornando professor assim, deve a prática buscar sempre atualizações e aprimoramentos. A formação proporciona aos professores a revalorização da carreira numa época em que lamentavelmente a perda do prestígio da profissão se faz presente. Só o formação, profissional sendo pode assim, o ser responsável professor deve por sua sentir a necessidade de se reciclar em sua prática educativa. Vários congressos, oficinas e treinamentos são oferecidos no país, através de iniciativa instituições de buscar privadas e públicas. complementação Ter pedagógica a pode garantir ao professor uma melhor atuação em sala de aula, além da satisfação de um dever bem cumprido. 1.3- Auto-estima motivando a prática O professor é o grande agente do processo educativo. O cerne de qualquer instituição de ensino é o professor. De nada adianta equipar a escola com laboratórios, bibliotecas, quadras esportivas, piscinas, enfim recursos materiais, sem dar a devida importância ao papel de professor. É necessário que o professor se sinta bem, ou seja, tenha uma integração excelente com a escola, digo de apoio pedagógico, respeito as suas idéias, que essa escola ofereça formação condições pedagógica. profissionalmente melhores para condições e em para se Um atualizar e complementar professor sintonia com trabalhar. bem sua Além preparado escola, dessa sua terá saudável integração do educador com a instituição escolar em que 16 trabalha, é importante, também, para uma eficiente aula que este professor também cuide de si próprio, da sua autoestima. Um professor seguro, alegre, emocionalmente equilibrado contribuirá para experiências interessantes na sala de aula. É importante que ele preste atenção em si próprio e invista em suas melhores condições físicas e emocionais. Não há como separar o ser humano profissional do ser humano pessoal. Com certeza, o professor, como qualquer pessoa, terá seus problemas pessoais, chegará à escola mais calado, talvéz triste, aborrecido, com raiva, mais do que o habitual e, assim, terá mais dificuldade em desempenhar seu trabalho em sala de aula. Os alunos certamente irão notar a diferença no professor e, podem interpretar essa atitude erroneamente. Nesses casos, o que o professor poderá fazer é explicar aos seus alunos, dizendo por exemplo, que naquele dia ele não está muito bem e prefere ficar um pouco mais calado e que isso vai passar, voltando tudo ao normal. O professor não deve expor os motivos de seus problemas, isso só deve interessar ao próprio, mas deve comentar de forma simples e discreta a sua postura. O professor tomando essa atitude evitará que seus alunos fiquem magoados, ressentidos com ele. Ao enfrentar problemas de ordem pessoal, o professor deve procurar o melhor meio para sair do estado de espírito sombrio, pois só assim poderá desempenhar um bom trabalho, com serenidade e prazer. Ninguém é mau por essência e não gosta de permanecer nesse estado sombrio, mas um professor descontrolado, abalado emocionalmente deve rever seu comportamento sob pena de ser mal interpretado por seus alunos e, até mesmo pelos colegas de trabalho, pois todos 17 de alguma forma irão ser afetados pelo seu comportamento desagradável. Na tentativa de solucionar seus problemas, o professor poderá usar vários recursos, como: ler bons clássicos, ter contato com a arte, com a música, com a natureza, fazer uma boa terapia, conversar com pessoas que ele tenha mais afinidades, fazer uma reflexão mais profunda sobre a contrariedade a que se está passando, etc. Esses recursos podem ajudar muito o professor a sair deste descontentamento. Vários são os motivos hoje que levam o professor a esse espírito de insatisfação, que podem ser desde o baixo salário, carga horária de trabalho exaustiva, contas para pagar, desavenças familiares e até mesmo com colegas de trabalho, doentes na família, etc. Mesmo com todas essas dificuldades, o professor não poderá usá-las para servir de desculpa para negligenciar, ser incompetente e displicente no seu trabalho, porque o aluno não tem culpa. Sabemos que são inúmeros os problemas que os professores enfrentam hoje para exercer seu ofício, às vezes, esses problemas surgem até mesmo dentro das instituições escolares, como: a falta de recursos materiais, escolas muito distantes de sua residência, salas com um número excessivo de alunos, falta de apoio dos pais e, até mesmo, a falta de interesse dos alunos em aprender. Este último problema foi muito citado nos questionários ( em anexo ). È preciso que a sociedade e os governantes olhem por essa categoria, os professores necessitam de respeito e valorização, mas também sabemos que esta responsabilidade também é dos professores. Não se pode dar uma aula sem alma, porque se tem problemas. O professor deve trabalho. Há respeitar de se dar seus uma alunos aula com e o seu próprio emoção, prazer, entusiasmo, pois só assim conseguirá alcançar, com louvor 18 seus objetivos educativos e pessoais. O professor precisa ter convicção em seus ensinamentos, ter prazer no que faz, para assim contagiar seus alunos à uma aprendizagem eficiente e acima de tudo, prazerosa. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções, para dentro da sala de aula. È importante que o espaço escolar seja de emoções, afetividade, prazer. Segundo Wallon, os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento da criança. A criança não vai aprender só os conteúdos que são passados pelo professor, mas vai aprender a encontrar o seu “eu”, vai entrar em sintonia com seu meio social e cultural. A trama do ambiente ao qual a criança está inserida, irá influenciar todo o seu desenvolvimento, portanto, é preciso que o professor tenha consciência plena de sua importância para o aluno e busque trabalhar com emoção, prazer, entusiasmo, e que a escola seja um espaço de boas relações, um espaço de vida. 1.4- Seu entusiasmo em primeira mão O relacionamento que o professor estabelece com os alunos criando um “clima” socioeducacional e a consecução dos objetivos, tem sido alvo de grandes discussões hoje em palestras, oficinas e encontros pedagógicos. Cada vez mais o professor se conscientiza que seu modo de agir na sala de aula e o tipo de relação que estabelece com os alunos colabora e, às vezes, não para o desenvolvimento que a escola busca. Nesta relação, professor e aluno desempenham papéis bem diferentes, mas cabe ao primeiro a responsabilidade e o compromisso de assunir a maior parte das iniciativas. O professor deve elaborar ações em que 19 proporcionem nos alunos o crescimento e à participação. As habilidades de ensinar de um líder, o vasto conhecimento, o uso de subsídios audiovisuais, abundância de livros lidos, planejamentos arrojados, uso de programação do computador, etc, embora tudo isso possa, uma vez ou outra ser empregado como recurso importante, não garante ao professor uma boa aprendizagem dos seus alunos. O professor deve investir na relação interpessoal com seus alunos, pois a facilidade da aprendizagem significativa baseia-se nas qualidades de comportamento que ocorre neste relacionamento. As primeiras dessas qualidades são a autenticidade e o entusiasmo que o professor deve empregar na sala de aula. O professor deve ser uma pessoa real, apresentar-se como ele é de fato, não é necessário chegar na sala de aula com ostentação ou fachada, ele deve ser uma pessoa inteira, viva, alegre, com convicções, com sentimentos, enfim não se submeter ao formalismo escolar. Ele deve ser uma pessoa única, ou seja, dentro e fora da escola, ser um professor que trabalha por amor a educação, que respeita seus alunos como cidadãos que possuem opinião, sentimentos. A escola e os professores não precisam ser chatos, há de se criar um clima na escola, e principalmente, na sala de aula de muita amizade, de colaboração, de trabalho em conjunto, de confiança e respeito mútuo, do aprender a aprender. É incentivador para todos de uma escola sentir colegas e professores como parceiros do mesmo processo de crescimento e desenvolvimento. Os alunos desta forma sentem que o mundo da escola e o mundo que eles pressentem e descobrem progressivamente ao seu redor unem-se, não se opõem. Assim, a vivência do aluno na escola e o dia-a-dia fora dela convergem em vez de divergir. Só um professor 20 comprometido e entusiasmado com a educação poderá oferecer aos seus alunos condições para que estes realmente estudem na sala de aula, discutindo, encontrando pistas e encaminhamentos para suas questões de vida e das pessoas que constituem o seu grupo vivencial, só quando o dia-a-dia de estudos for invadido e atravessado pela vida real, é que os alunos alcançarão uma aprendizagem significativa para seus problemas vividos fora da escola. Desta forma, concluimos que o espaço escolar, também é um espaço de vida tanto para o professor quanto para o aprendiz. Quando a vida entra na sala de aula, além do desenvolvimento de habilidades e conhecimentos, podem ser trabalhados ainda os conflitos, as alegrias, expectativas, recalques, exibicionismo, esperanças, avanços e retrocessos. Juntos, professor e aluno, têm a tarefa de buscarem novas informações e relações além das que a escola oferece. Aceitar a aula como espaço de convivência harmoniosa, é assumir a dimensão humana desta aula e do processo de aprendizagem que nela ocorre. Dois fatores levam uma criança a gostar de aprender: curiosidade e o exemplo. Por isso, é fundamental o professor mostrar interesse e entusiasmo em ensinar. Todo o entusiasmo do professor em explicar seu conteúdo poderá ser transferido para o aluno, contagiando-o com o desejo de aprender, de dar importância ao conhecimento. Um professor empolgado com seu trabalho, torna-se especial para seus alunos e pode até tornar-se uma figura marcante na vida intelectual de alguns alunos. Quantas vezes não ouvimos dizer que alguém optou por alguma profissão porque teve em sua vida escolar, um professor que despertou seu gosto por alguma matéria que o levou a escolher tal carreira. A idéia 21 de transferência mostra que aquele professor em especial foi “investido” pelo desejo daquele aluno. E foi a partir desse “investimento” que a palavra do professor ganhou poder, passando a ser escutada. Daí vem a importância de o professor prestar atenção em sua postura, no seu prazer em lecionar. Não é só o conteúdo que ele transmite para o aluno, mas também, os sentimentos que são indispensáveis para uma boa aprendizagem e relacionamento interpessoal na turma. O comportamento entusiasmado do professor estimula muito o interesse e a atenção da turma, mas é preciso que este professor também dê importância ao ato de planejar, analisar, contextualizar sua aula, levando em consideração as peculiaridades profissional atualizando deve e de cada ser prestando aluno na classe. ativo, empenhado, atenção ao O sempre desenvolvimento novo se da turma. Talvez seja oportuno levantar aqui alguns exemplos de ações que podem ajudar o professor a criar uma relação agradável com os alunos marcada pelo trabalho em equipe, pela participação, maturidade, criatividade e que favoreça a autonomia. O professor poderá, então: • Favorecer situações em classe nas quais o aluno se sinta à vontade para expressar suas opiniões, seus pontos de vista e seus sentimentos. • Compartilhar com a classe a busca de soluções para problemas surgidos com um determinado conteúdo, com o professor, com o programa ou com os colegas. • Respeitar e fazer respeitar diferenças de opinião. • 22 Incentivar a participação, a iniciativa, a cooperação dos alunos com os colegas. • Demonstrar que há explicações diversas para um mesmo fenômeno observado. • Relacionar os temas estudados com as vivências dos alunos. • Ser flexível e capaz de adaptar a programação. • Solicitar a colaboração dos alunos. • Incentivar os alunos a buscar novas informações. Não existe uma regra nem modelo específicos para um bom relacionamento professor-aluno, mas o professor não pode esquecer que dele deve surgir a fonte de estímulos para os alunos sentirem o desejo depender de sua postura. de aprender, pois tudo vai 23 CAPÍTULO II A interação professor-aluno Como vimos, para um bom relacionamento e aprendizagem da turma, tudo vai depender da postura adotada por cada professor. A chave para estabelecer uma relação de confiança é dar abertura e manter a amizade com os alunos. Para desempenhar bem o papel de professor nesse novo contexto; a postura frente à classe tem de mudar, de dono absoluto do saber, o educador passa a ser intermediário entre o conhecimento acumulado e o interesse e a necessidade do aluno. Mais do que isso, ele se torna o elemento que desencadeia e “sacia” a curiosidade da turma, ao mesmo tempo em que aprende com ela. Diante de tantos novos desafios que o professor enfrenta hoje, como deve ser, então, o perfil do professor? Ele precisa dominar uma infinidade de técnicas didáticas? Não necessariamente. O que realmente importa é estar aberto às mudanças, ter disposição para adaptar as atividades, querer desenvolver um trabalho junto com os alunos e, acima de tudo, dar atenção a sua postura, que deve ser empolgante e estimulante para toda turma. Deve ser exemplo de amor ao saber. Não basta dizer que ensinou, é preciso que todos aprendam. Precisamos ver nossos alunos saírem de suas salas felizes e empolgados a voltarem no dia seguinte para aprenderem mais. Sendo assim, o professor deve se tornar desejável para o aluno e ao mesmo tempo, desencadear o seu desejo, ou seja, despertar o desejo de querer estudar. 24 2.1- A importância do diálogo na relação A construção do conhecimento é um processo interpessoal. O ponto principal desse processo interativo é a relação educando-educador. E esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que aprende, o professor também é atingido nessa relação, pois de alguma forma ele aprende. Para haver um processo de intercâmbio que propicie a construção coletiva do conhecimento, é preciso que a relação professor-aluno tenha como base o diálogo. É por meio do diálogo que professor e aluno juntos constroem o conhecimento, chegando a uma síntese do saber de cada um. Nessa relação o professor fala, mas também ouve, ou seja, dialoga com o aluno. O professor, então, não só deve valorizar a boa comunicação com a turma, como também, deve policiar-se no que fala a seus alunos, pois sua maneira de lidar com o saber influencia neste processo educativo. A atitude do professor na sua interação com a classe e nas suas relações com cada aluno em particular, depende da postura por ele adotada diante da vida e perante o seu fazer pedagógico. Essa postura, por sua vez, é o reflexo de suas concepções, sejam elas conscientes ou inconscientes, sobre o homem, o mundo e a educação. Isto quer dizer que sua maneira de perceber o mundo, conceber o ser humano e encarar a educação vai refletir no modo como se relaciona com seus alunos. Sendo assim, o professor deve ficar atento a sua postura durante sua aula, pois sua visão de educação, de mundo, sua maneira de falar, de olhar, de gesticular podem influenciar no relacionamento com seus alunos e, até mesmo na aprendizagem destes. O professor é referência fundamental para o estudante. A postura que assume em sala de aula interferem no desempenho da turma, embora alguns professores não dêem a devida importância a 25 fatores afetivos. A fala é o seu principal instrumento de trabalho e a eficiência de uma aula está muito ligada ao uso correto da linguagem e à organização lógica do pensamento. Mas não basta um discurso bem articulado para ter a atenção da turma é preciso que o professor desperte na turma a vontade de participar do processo ensino-aprendizagem e, o principal meio para garantir isso é o professor apostar no seu próprio desejo de ensinar. Se ele estiver estimulado em expor seu tema à turma, contagiará seus alunos. O professor transmite suas emoções e, não somente os seus conteúdos e, isso é muito válido para a aprendizagem do aluno. A boa comunicação na sala de aula deve ser valorizada, os alunos gostam de humor, de serem olhados e não de gritos, gestos de censura, professores carrancudos, etc. No que se refere a relação professor-aluno, a pesquisa (em anexo) professores apontou bem a preferência humorados, dos alunos carinhosos, para pacientes e participantes na aula. O que mais rejeitam no professor, são os gritos e o autoritarismo. O professor deve tirar proveito de sua voz, dos seus gestos e de sua maneira de ser para garantir um bom relacionamento com a turma. O discurso do professor deve ser o mais natural possível, evitando sempre o tom intimidatório, usar o bom humor, olhar nos olhos de seus alunos. É preciso, também, se aproximar do aluno, pois assim ele se sentirá importante, prestará e será depende instigado da a coerência participar. entre o O atenção na aula sucesso pensar, o do trabalho sentir e o expressar, portanto, olhe para a turma, articule bem as palavras, mire nos olhos de cada estudante. 26 Alguns professores deixam marcas positivas nos seus alunos, tornando-se, lembranças são pessoais. Parece às ligadas vezes, às subjetivo inesquessíveis qualidades demais, mas e, essas profissionais a aparência e do professor, seus hábitos, sua maneira de interagir com a turma (ser for afetivo, compreensivo, etc), seu modo de transmitir as informações (o enfoque dado), o nível de conhecimento da disciplina, as propostas de atividades oferecidas aos alunos e até mesmo sua maneira de conduzílas (com humor, atenção, paciência) influenciam consideravelmente na aprendizagem dos alunos e no interesse que esses possam ter futuramente com a educação. Os efeitos do período de escolarização dependerão, portanto, entre outros fatores, da figura do professor, do tipo de prática pedagógica realizada por ele, sendo assim, é preciso que o professor preste atenção em sua conduta na sala de aula. Estudar vem do latim “studere” e significa “ter gosto ou zelo por alguma coisa; dedicar-se a ela”. Só o professor pode estimular o aluno a ter gosto pelo estudo. Sua imagem é muito importante. Ele deve ser o exemplo, modelo de prazer em aprender para os alunos. Sua vontade e respeito por ensinar e aprender devem estar sempre presentes nas suas aulas. 2.2- A afetividade na relação educando-educador A comunicação – inclusive dentro da sala de aula – é das coisas mais difíceis e complicadas que existem nas relações humanas. E, embora todos os educadores saibam a importância da educação para o desenvolvimento do ser humano, fazer com que crianças e adolescentes compreendam isso é certamente mais difícil. Muitos alunos declaram não gostar de estudar e, ainda apontam diversas falhas para a 27 escola e professores. Estes alunos preferem ficar em casa vendo TV, jogando vídeo-game, conversando com os amigos, etc. Se não fossem os pais... Torna-se assim, mais difícil essa boa comunicação professor-aluno, mas o professor não pode desistir, ele deve continuar insistindo no valor da educação e no seu vínculo afetivo com a turma. As interações do professor com os alunos não se limitam apenas aos aspectos cognitivos; a afetividade é uma dimensão sempre presente nos processos interativos, nesse sentido as interações da sala de aula são carregadas de afetividade e, seguramente, esta carga afetiva vai exercer uma influência na aprendizagem. A intervenção pedagógica, centrada principalmente na interação professor-aluno é determinante na construção de todo e qualquer conhecimento. Henri estudo das wallon dedicou emoções e grande da parte afetividade. de sua vida Afirma que ao a afetividade desempenha um papel fundamental na constituição e funcionamento da inteligência, determinando os interesses e necessidades individuais. Tendo como base teórica esse autor, analisar os aspectos afetivos da interação professor-aluno, pode vir a ser uma maneira de se resgatar a dimensão sociedade, afetiva, não só que na foi desvalorizada educação. Segundo em nossa Wallon, a afetividade possibilita o avanço intelectual da criança, pois são os motivos, necessidades, desejos que dirigem o interesse da criança para o conhecimento e para a conquista do mundo externo, assim sendo, é importante que o professor tenha preocupação quanto as aspectos afetivos que utiliza na sala de aula. Sua relação com a turma deve ser permeada pela afetividade, portanto, ele deve prestar atenção na sua conduta, nos seus gestos, no seu olhar, na sua fala; pois 28 tudo isso adquire um valor importante para os alunos e, esse valor precisa ser positivo. Lidar com as relações afetivas, também, não é coisa muito fácil, confundir principalmente com o professor porque alguns “bonzinho”, alunos aquele podem que deixa fazer tudo, o que conversa sobre várias coisas, etc. Não é esse o sentido que esperamos, ele deve ser competente, mas ao mesmo tempo admirado e querido pelos alunos. Não podemos esperar que todos os alunos queiram estudar e que se interessem por isso, pois muitos acham a escola chata e acabam frequentando por obrigação. As estratégias para se construir um bom vínculo com a turma deve ser vista com cuidado, o que queremos é que os alunos aprendam e sintam prazer com o saber. A aula deve conduzir os alunos à descoberta de novos conhecimentos Conhecimento numa e atmosfera afeto não se de afeto excluem, ao e alegria. contrário, se complementam. Quando o professor se propõe a ensinar e os alunos a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai se formando e o cumprimento das atividades passa a fazer sentido para todos. Sem vínculos afetivos, a aprendizagem significativa não ocorre. O professor mediante reflexão sobre os aspectos afetivos que devem ocorrer na sala de aula, deve adotar alguns procedimentos insdispensáveis ao bom relacionamento com a turma, tais como: • Discutir sua postura possíveis problemas. com a classe e compartilhar • Recorrer ao autoconhecimento, 29 as questionando qualidades da aula que acabou de dar e a resposta da turma; ou seja, fazer uma auto-avaliação do seu trabalho e do relacionamento que mantem com a mesma. • Aceitar cada estudante como ele é e, acreditar no potencial dele. • Conhecer os alunos e as necessidades de cada um. • Não esperar que o vínculo seja sempre positivo, pois os conflitos existem e é preciso que seja bem administrado. • Ter cuidado na hora de avaliar para não desestimular. Deve-se valorizar o pouco que o aluno aprendeu e ensinar de outra maneira o que não foi aprendido. • Preocupar-se em fazer do ambiente escolar um lugar onde todos aprendam juntos. • Procurar ouvir os alunos, pois todos têm contribuições a dar e, assim sentirão valorizados. • Organizar situações de aprendizagem onde os alunos se sintam importantes no que sabe e estimulados a aprender mais. Ensinar, seguindo esses caminhos poderá fazer com que o ensino tome sentido para o aluno. O professor, com certeza, terá garantido melhores aulas tanto para ele quanto para sua turma. 30 CAPÍTULO III ________________________________________ A prática pedagógica do bom professor Será que um professor pode ser competente no ofício de ensinar e, ao mesmo tempo se tornar admirado e querido por seus alunos? Com certeza. Para que isso aconteça o professor precisa investir na sua própria imagem e deixar transparecer aos alunos o valor que dá a educação e o prazer que tem no seu trabalho. Às vezes, a indisciplina excessiva, a falta de interesse constante dos alunos e, até mesmo a falta de contribuição dos pais, a apatia dos alunos são, sim, um problema enorme. E é preciso muita disposição para superar tudo isso. Infelizmente não existe uma receita milagrosa para tranformar as aulas em foco de atração, mas com sensibilidade e energia pode-se enfrentar o desafio de conquistar toda turma, ganhar tempo e, o que é melhor, trabalhar com prazer. Não existe aluno sem solução. De um jeito ou de outro se descobre algo de que ele goste. O profissional deve ficar atento a tudo e mostrar para os estudantes que estudar é fundamental e que isso pode ser divertido. Explorar a afetividade na relação educando- educador, estimular a auto-estima dos alunos e motivá-los sempre a participarem da aula, são estratégias indispensáveis ao bom profissional. Experiência e criatividade na profissão, valem ouro! O profissional de hoje deve manter-se constantemente em cursos de atualização, ter acesso a leituras variadas, ter conhecimento profundo de algumas técnicas e recursos didáticos e preocupar-se com sua postura pessoal frente aos colegas de trabalho e com sua turma. O que 31 realmente importa é que o professor tenha consciência plena de sua importância para a educação e para a vida dos alunos e, faça do seu trabalho fonte de prazer e entusiasmo para todos os envolvidos. Ele deve ser capaz de identificar e valorizar suas próprias competências, dentro de sua profissão e, isso exige um trabalho de amor e dedicação ao saber. Assim, ele conseguirá colocar-se no lugar do aluno e poderá buscar meios de interessar e contagiar toda a turma a favor do saber. O professor deve adotar uma postura reflexiva para se tornar capaz de observar, de regular, de inovar, de aprender com os outros, com os alunos, com sua experiência; buscando assim aulas bem interessantes. Hoje, espera-se de um bom professor que ele seja capaz de: • Criar vínculos afetivos em sua turma, favorecendo uma aprendizagem significativa e prazerosa para todos. • Valorizar a importância do estudo na vida de todos, professores e alunos. • Demonstrar por meio de ações que o aprendizado pode ser agradável. • Ser flexível ao ensinar, estimulando a reflexão e a participação de todos os alunos. • Diversificar as atividades, utilizando novas metodologias, estratégias e materiais de apoio. • Acolher e respeitar a diversidade, utilizando-a para enriquecer as aulas. • Saber lidar com o imprevisto e os conflitos de forma equilibrada. • Realizar uma auto-avaliação 32 refletindo periódica, sobre a própria prática. • Estabelecer uma parceria constante com os pais e a comunidade. • Desenvolver projetos interessantes com a turma, tendo como ponto de partida a realidade local. • Contextualizar os conteúdos incentivando a participação crítica e reflexiva da turma. • Valorizar o que o aluno sabe e procurar ajudá-lo, respeitando seu ritmo e interesse. Competência principal técnica fator de é muito sucesso no importante, processo mas de o ensino- aprendizagem, ainda é o desejo de ensinar do próprio professor. terá um postura Um olhar e, necessidades lecionar. professor crítico assim e comprometido e poderá interesses reflexivo sobre adaptar-se de cada com as turma a educação, sua própria verdadeiras que venha 33 CONCLUSÃO O processo de enisno-aprendizagem envolve não somente o domínio de técnicas didáticas, o conhecimento específico da matéria, o relacionamento professor-aluno, como também, ou melhor dizendo, principalmente o compromisso do educador, do profissional de ensino pelo trabalho que realiza. Esse compromisso é fundamental na medida em que se constitui em horizonte da natureza da prática a ser desenvolvida. Por compromisso, entende-se o envolvimento, o profundo engajamento com o aluno no plano intelectual e afetivo, o qual deve ser perpassado pór uma postura de “paixão”, de “prazer” pelo trabalho. Diante de tantas barreiras que o professor encontra no seu trabalho, como: turma numerosa, falta de apoio dos pais, apatia dos alunos, falta de recursos técnicos da escola, além dos problemas pessoais que são diversos, o professor precisa cuidar da sua auto-estima. É preciso que ele goste do que faz para poder desenvolver eficientemente e com prazer o seu trabalho. A vocação é de extrema importância para o professor, ele poderá buscar nela forças para os desafios do dia-adia, e também, mais, trará aperfeiçoar sua contribuições formação continuada significativas. que Enfim, os desafios e as exigências da realidade social, da realidade educacional e pelo cotidiano da vida escolar, exige dos profissionais sensibilidade, coragem, competência e capacidade para enfrentar os obstáculos. Para desempenhar bem seu papel de educador além de todo preparo técnico é importante que dê atenção especial a sua postura, ou seja, a sua maneira de como falar, 34 gesticular e olhar para seus alunos. O vínculo afetivo entre professor e aluno deve ser valorizados, pois assim a aprendizagem poderá ser mais estimulante. Estabelecendo este vínculo, o professor estará ensinando os seus alunos a serem curiosos, a acreditarem em si mesmo, enfim estará elevando a auto-estima do aluno. No processo de aprendizagem a transmissão das informações são muito importantes, mas a maneira que o professor faz isso deve receber atenção cuidadosa, pois o peso do discurso é menor do que o dos gestos. O exemplo educa, consideravelmente. O professor deve transmitir aquilo que realmente acredita e gosta. As palavras e os gestos do professor devem ser coerentes. A aprendizagem se dá também, através da observação, portanto, o pensamento e as ações do professor devem estar em consonância aos objetivos da educação. O professor deve manter-se sempre numa postura reflexiva, buscando melhorar seu relacionamento com a turma e consequentemente, alcançando uma aprendizagem significativa e agradável para todos. A figura do professor entusiasmado em ensinar, é capaz por si só, de contagiar toda com interesse e dedicação. turma a participarem da aula 35 BIBLIOGRAFIA GONÇALVES, Romanda. Didática Geral. 16ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1996. CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma nova didática. 8ª ed. Petrópolis, Vozes, 1996. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 7ª ed. São Paulo: Editora Gente, 2001. ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 6ª ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003. ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Aprender tem que ser gostoso... Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2003. MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. 4ª ed. São Paulo: FTD, 1997. TIBA, Içami. Quem ama, educa! 13ª ed. São Paulo: Editora Gente, 2002. TIBA, Içami. Disciplina – O limite na medida certa. 38ª ed. São Paulo: Editora Gente, 2002. WERNECK, Hamilton. Como vencer na vida sendo professor – Depende de você! 2ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1996. ZIRALDO. Uma professora muito maluquinha. Rio de jneiro: Melhoramentos, 1995. ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1995. 36 KUPSTAS, Marcia (org.). Educação em debate. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 1998. KUPFER, Maria Cristina Machado. Educação para o futuro – Psicanálise e Educação. São Paulo: Editora Escuta, 2000. CORDIÉ, Anny. Os atrasados não existem. Psicanálise de crianças com fracasso escolar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1996. GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis: Editora Vozes, 1885. 37 ATIVIDADES CULTURAIS 38 39 ANEXOS 40 ÍNDICE Introdução 09 Capítulo I: Postura do professor 10 1.1- A vocação e o compromisso à educação 11 1.2- A formação profissional 13 1.3- Auto-estima motivando a prática pedagógica 15 1.4- Seu entusiasmo em primeira mão 18 Capítulo II: A interação professor-aluno 23 2.1- A importância do diálogo na relação 25 2.2- A afetividade na relação educando-educador 26 Capítulo III: A prática pedagógica do bom professor 30 Conclusão 33 Bibliografia 35 Atividades culturais 37 Anexos 39 Índice 40 Folha de avaliação 41 41 FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós-Garduação “Lato Sensu” Título da monografia: A interação professor-aluno na sala de aula Data da entrega: 24 de julho de 2004 Auto-avaliação: Como você avaliaria esta monografia? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ Avaliado por: ______________________________ Grau: _______. Rio de Janeiro, _____ de __________ de 2004.