UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
Tema:
A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA
Valéria Grifo Guimarães
Rio de Janeiro
Julho - 2004
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
Tema:
A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA SALA DE AULA
Monografia
como
requisito
apresentada
final
para
por
a
Valéria
Grifo
conclusão
do
Guimarães
curso
de
especialização em Psicopedagogia a nível de Pós-graduação “
Latu-sensu”.
Professora-orientadora: Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
Julho – 2004
3
AGRADECIMENTOS
À turma do curso de Formação de Professores / 2003 do
Colégio Presidente Kennedy, fonte inspiradora para o início
deste trabalho. E, também aos amigos, parentes e alunos
que de alguma forma contribuíram para a realização desta
monografia.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido Renato e ao meu
filho
Renan
por
tanta
compreensão
pela
ausência
que
provoquei. Também aos meus pais Evandro e Gecilda pelo
carinho constante.
5
RESUMO
A prática pedagógica do bom professor deve ter por
base uma formação acadêmica significativa e continuada, mas
é
fundamental
que
o
professor
tenha
vocação
para
a
profissão. O seu desejo e compromisso de ensinar devem
ficar
visíveis
para
todos
os
alunos,
pois
assim
ele
instigará o desejo de aprender em toda turma.
São
várias
as
barreiras
encontradas
pelo
professor
que atrapalham o bom andamento de seu trabalho, portanto,
cuidados com a sua auto-estima é muito importante para
enfrentar
os
desafios
que
a
realidade
impõe.
Coragem,
determinação, energia, compromisso e entusiasmo não podem
faltar na prática diária do professor.
A
interação
apenas
aos
professor-aluno
aspectos
cognitivos;
não
a
devem
se
limitar
afetividade
é
uma
dimensão sempre presente nos processos intelectuais. Nesse
sentido,
as
carregadas
afetiva
interações
de
vai
próprias
afetividade
exercer
uma
e,
da
sala
de
seguramente,
influência,
aula
esta
são
carga
considerável,
na
aprendizagem. A afetividade desempenha, portanto, um papel
fundamental
na
constituição
inteligência,
determinando
os
e
funcionamento
interesses
e
da
necessidades
individuais.
O professor poderá tirar proveito do seu entusiasmo de
dar aulas, para despertar em todos os alunos a vontade de
participar do processo ensino-aprendizagem de forma mais
prazerosa e produtiva. A maneira e o tom como o professor
fala, o lhar que lança, o gesto que esboça pode adquirir um
valor muito importante na aprendizagem de seus alunos.
6
Investindo em sua própria imagem, o professor poderá
estimular
nos
alunos
uma
aprendizagem
agradável
e
eficiente, pois a aprendizagem se dá, também através da
observação. Ele precisa ser um exemplo vivo de desejo de
ensinar e aprender. Assim, é importante que os alunos vejam
no professor uma pessoa que, realmente, goste do que faz e
que valoriza a educação como algo necessário para todo
cidadão.
7
METODOLOGIA
A
metodologia
monografia
terá
utilizada
como
base
para
a
confecção
principal
a
desta
pesquisa
bibliográfica, mas a pesquisa de campo feita através de
questionários e da observação direta do objeto de estudo,
alunos e professores, também se farão necessárias para que
assim, possam ajudar no resultado que espero alcançar com
este trabalho.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
09
CAPÍTULO I: POSTURA DO PROFESSOR
10
CAPÍTULO II: A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
23
CAPÍTULO III: A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO BOM PROFESSOR
30
CONCLUSÃO
33
BIBLIOGRAFIA
35
ATIVIDADES CULTURAIS
37
ANEXOS
39
ÍNDICE
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
41
9
Introdução
Objetiva-se com esta monografia destacar a importância
do entusiasmo do educador em expor seus conteúdos e no bom
relacionamento que deve ter com a turma. Nós educadores
devemos prestar atenção à nossa postura e à qualidade da
escolarização que oferecemos a nossos alunos, pois nossas
qualidades profissionais e pessoais influenciam no processo
ensino-aprendizagem. O professor é capaz de facilitar ou
obstruir o aprendizado e de deixar marcas profundas, que
podem ser positivas e negativas na performance intelectual
de cada aluno. É de extrema importância que o professor
tenha desejo de ensinar, pois só assim conduzirá seu aluno
à
atenção
e
interesses
necessários
para
a
aula.
Se
o
professor estiver entusiasmado em expor um tema, o aluno
também ficará.
A relação com os alunos também é de extrema importante
visto que a criança aprende melhor quando está afetivamente
ligada
ao
professor.
Isso
não
significa
procurar
a
aprovação incondicional das crianças, mas abrir espaço para
que eles enganjem nas atividades e o veja como um amigo com
quem
pode
compartilhar
suas
dúvidas,
emoções
e
conhecimentos.
A monografia será estruturada em três capítulos. N
primeiro capítulo é apresentado as condições indispensáveis
para um bom profssional da educação. No segundo, tenta-se
compreender o verdadeiro valor da afetividade na relação
professor-aluno. E o último capítulo sugere ao educador
explorar
seu
desejo
de
ensinar
para
beneficiar
aprendizagem de seus alunos e o seu prazer profissional .
a
10
CAPÍTULO I
________________________
Postura do professor
Ensinar vem do latim insignare, que significa “marcar
com
um
sinal”,
indicar
um
caminho,
um
sentido.
Os
professores são essencialmente profissionais do sentido.
Educam quando ensinam com sentido. Educar é impregnar de
sentido a vida. A profissão docente está centrada na vida,
no
bem
viver.
Muitas
crianças
e
jovens
chegam
hoje
à
escola, muitas vezes, sem saber porque estão lá. Não vêem
sentido no que estão aprendendo. Querem saber, mas não
querem aprender o que é ensinado. E aí entra o papel do
professor: construir sentido, transformar o obrigatório em
prazeroso, selecionar criticamente o que devemos aprender,
numa era de impregnação de informações.
Ser professor hoje não é mais difícil nem mais fácil
do que era há algumas décadas atrás. É diferente. Diante da
velocidade com que a informação se desloca, envelhece e
morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel
vem se transformando – senão na essencial tarefa de educar,
pelo menos no ofício de ensinar, de conduzir a aprendizagem
e na sua própria formação que se tornou permanente. Ser
professor
hoje
é
viver
intensamente
o
seu
tempo,
com
consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro
para a humanidade sem professores. Eles não só transformam
a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas
também formam pessoas. Os professores fazem fluir o saber,
porque constróem sentido para a vida das pessoas e para a
humanidade e buscam, numa visão emancipadora, um mundo mais
justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Por isso
“somos” imprescindíveis.
11
É imprescindível ao profissional da área de educação
possuir
requisitos
profissional
ter
pessoais
vocação
e
para
técnicos.
o
Cabe
magistério
e
a
esse
aptidões
específicas para facilitar seu trabalho, pois a profissão
exige do mesmo dedicação, criatividade, responsabilidade,
apreciação pela cultura, interesse por assuntos sociais e
políticos, etc. Além desses requisitos é preciso que busque
ainda, aperfeiçoamento e preparo técnico para se tornar um
autêntico professor.
1.1 - A vocação e o compromisso à Educação
A educação é, na verdade, um processo amplo, do qual
todos
participamos
e
que
nos
prepara
para
a
vida
em
sociedade, para a convivência com o outro.
Esse processo amplo é chamado de socialização. Dele
todos nós participamos. Nele todos nós somos educadores e
educandos. Sendo assim, o professor não é o único agente
educador, os pais, amigos, etc são também responsáveis pela
aprendizagem de outrem.
O professor é o responsável pelo processo de ensinoaprendizagem
de
conhecimentos
sistematizados
que
são
essenciais a uma vida com qualidade. O aluno é um ser em
formação, em busca de fundamentos para participar da vida
de maneira eficaz, produtiva, feliz.
Para
que
o
professor
desempenhe
seu
papel
com
segurança e eficiência são necessários alguns requisitos
pessoais e técnicos. Como requisitos pessoais, destacamos a
vocação para o magistério. A vocação nada mais é que o dom
inato, ou seja, uma inclinação que a pessoa possui para
12
determinada ação. Os sintomas da vocação para o magistério
são:
•
prazer em exercer a profissão;
•
entusiasmo pelo ensino;
•
preferência pelas atividades intelectuais;
•
aceitação consciênte da necessidade de pontualidade e
assiduidade; trabalho contínuo, adaptação à escola e à
comunidade;
•
compromisso ético à educação;
•
ideais
de
cultura
alterocentrismo
e
e
sociabilidade,
sociabilidade;
amor
como:
pedagógico;
apreciação da cultura.
Além da vocação é importante que o professor apresente
algumas
aptidões
específicas
indispensáveis
para
sua
profissão. São elas:
a) Físicas: aparência pessoal e simpatia, boa dicção,
visão e audição, capacidade de trabalho, etc.
b) Mentais: equilíbrio mental, espírito de iniciativa,
estabilidade
emocional
e
o
controle
próprio,
paciência e tolerância, autoconfiança, desembaraço,
capacidade de julgamento objetivo e adaptabilidade,
etc.
c) Sociais:
correção
de
atitudes,
linguagem
digna
e
apropriada, comportamento social exemplar.
O
professor
que
tem
vocação
para
o
magistério,
trabalha com emoção, tem luz própria e caminha com pés
próprios. É impossível o professor pregar autonomia sem ser
autônomo; falar de liberdade sem experimentar a conquista
da independência que é o saber; queira que o aluno seja
feliz sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir
13
afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto. Ninguém
dá
o
que
não
tem.
O
professor
deve
transmitir
afeto,
cumplicidade, participação no sucesso, na conquista de seu
educando; o professor tem de ser o referencial, o líder, o
interventor
seguro,
capaz
de
auxiliar
o
aluno
em
seus
sonhos, seus projetos.
Será que existe um excelente professor que não goste
do que faz? Com certeza, não. O professor que gosta do que
faz trabalha com o coração, com amor, se dedica a cada
minuto do seu trabalho. Esse professor que trabalha com o
coração esbanja emoção, entusiasmo, prazer, alegria e, isso
vai contagiar seu aluno. Sua aula se tornará agradável e
prazerosa, com certeza a aprendizagem se fará presente.
1.2 – A formação profissional
Para
se
tornar
um
autêntico
professor,
além
dos
requisitos pessoais ( vocação e aptidão específicas ) é
necessário, também, requisitos técnicos, ou seja, formação
profissional
para
habilidades
e
magistério.
Essa
que
assim
preparos
formação
o
indivíduo
técnicos
poderá
ser
desenvolva
indispensáveis
feita
as
ao
através
do
Ensino Médio nos cursos de Formação de Professores ( 1ª à
4ª séries ) ou através da formação em nível superior.
A formação é um fator fundamental para o professor.
Não
apenas
a
universitária
formação
ou
a
de
nível
pós-graduação,
médio,
mas
a
graduação
formação
continuada, ampla, as atualizações, os aperfeiçoamentos, as
trocas feitas em reuniões de docentes, etc. É necessário a
conscientização
do
docente
em
manter-se
constantemente
atualizado sobre novas técnicas de ensino, como também,
sobre
a
dinâmica
do
desenvolvimento
da
criança
e
a
14
realidade em que estão vivendo. Não basta que o professor
conheça profundamente a matéria que leciona, é importante
que
entenda
de
psicologia,
pedagogia,
linguagem,
sexualidade, infância, adolescência, sonho, afeto, vida,
ética, política, projetos, família, etc. Tudo o que diz
respeito ao aluno deve ser de interesse do professor.
A educação é um processo multidimensional. De fato,
ela apresenta uma dimensão humana, uma dimensão técnica e
uma
dimensão
político-social.
Entende-se
como
dimensão
humana a relação interpessoal presente em todo processo
formativo, pois a educação supõe comunicação humana, direta
ou indireta. Já a dimensão técnica está direcionada para a
organização
e
operacionalização
dos
componentes
indispensáveis ao processo ensino-aprendizagem. Portanto, o
educador é concebido como um organizador das condições de
ensino-aprendizagem que devem ser rigorosamente planejadas
para
garantir
bons
resultados.
Não
podemos
valorizar
somente o conhecimento técnico do professor, ele deverá
possuir condições pessoais especiais para trabalhar em sala
de aula, além de buscar compreender a realidade a qual sua
escola
pertence.
O
professor
deve
analisar
e
propor
a
partir das condições concretas da realidade, uma prática
educativa transformadora, assim sua prática terá uma íntima
conexão
com
o
sistema
político-econômico
vigente.
Esta
abordagem é o que podemos compreender sobre a dimensão
centrada no contexto, ou seja, a dimensão político-social.
A
formação
perspectiva
dos
educadores
multidimensional,
pois
também
o
adquire
professor
uma
precisa
articular contexto e processo em sua prática cotidiana,
traduzindo em comportamentos e atitudes concretos relativos
aos objetivos propostos em uma prática político-social.
15
Quem trabalha com conhecimento, sabe que nunca poderá
deixar de estudar. Sabemos que há limitações na formação do
magistério, pois nem sempre a teoria deixa transparecer o
que
acontece
distante.
na
realidade,
Portanto,
o
tornando
professor
assim,
deve
a
prática
buscar
sempre
atualizações e aprimoramentos. A formação proporciona aos
professores a revalorização da carreira numa época em que
lamentavelmente a perda do prestígio da profissão se faz
presente.
Só
o
formação,
profissional
sendo
pode
assim,
o
ser
responsável
professor
deve
por
sua
sentir
a
necessidade de se reciclar em sua prática educativa. Vários
congressos, oficinas e treinamentos são oferecidos no país,
através
de
iniciativa
instituições
de
buscar
privadas
e
públicas.
complementação
Ter
pedagógica
a
pode
garantir ao professor uma melhor atuação em sala de aula,
além da satisfação de um dever bem cumprido.
1.3- Auto-estima motivando a prática
O professor é o grande agente do processo educativo. O
cerne de qualquer instituição de ensino é o professor. De
nada
adianta
equipar
a
escola
com
laboratórios,
bibliotecas, quadras esportivas, piscinas, enfim recursos
materiais,
sem
dar
a
devida
importância
ao
papel
de
professor. É necessário que o professor se sinta bem, ou
seja, tenha uma integração excelente com a escola, digo de
apoio pedagógico, respeito as suas idéias, que essa escola
ofereça
formação
condições
pedagógica.
profissionalmente
melhores
para
condições
e
em
para
se
Um
atualizar
e
complementar
professor
sintonia
com
trabalhar.
bem
sua
Além
preparado
escola,
dessa
sua
terá
saudável
integração do educador com a instituição escolar em que
16
trabalha, é importante, também, para uma eficiente aula que
este professor também cuide de si próprio, da sua autoestima.
Um
professor
seguro,
alegre,
emocionalmente
equilibrado contribuirá para experiências interessantes na
sala de aula. É importante que ele preste atenção em si
próprio e invista em suas melhores condições físicas e
emocionais.
Não há como separar o ser humano profissional do ser
humano pessoal. Com certeza, o professor, como qualquer
pessoa, terá seus problemas pessoais, chegará à escola mais
calado, talvéz triste, aborrecido, com raiva, mais do que o
habitual e, assim, terá mais dificuldade em desempenhar seu
trabalho em sala de aula. Os alunos certamente irão notar a
diferença no professor e, podem interpretar essa atitude
erroneamente. Nesses casos, o que o professor poderá fazer
é
explicar
aos
seus
alunos,
dizendo
por
exemplo,
que
naquele dia ele não está muito bem e prefere ficar um pouco
mais calado e que isso vai passar, voltando tudo ao normal.
O professor não deve expor os motivos de seus problemas,
isso só deve interessar ao próprio, mas deve comentar de
forma simples e discreta a sua postura. O professor tomando
essa
atitude
evitará
que
seus
alunos
fiquem
magoados,
ressentidos com ele.
Ao enfrentar problemas de ordem pessoal, o professor
deve procurar o melhor meio para sair do estado de espírito
sombrio, pois só assim poderá desempenhar um bom trabalho,
com serenidade e prazer. Ninguém é mau por essência e não
gosta de permanecer nesse estado sombrio, mas um professor
descontrolado,
abalado
emocionalmente
deve
rever
seu
comportamento sob pena de ser mal interpretado por seus
alunos e, até mesmo pelos colegas de trabalho, pois todos
17
de alguma forma irão ser afetados pelo seu comportamento
desagradável. Na tentativa de solucionar seus problemas, o
professor
poderá
usar
vários
recursos,
como:
ler
bons
clássicos, ter contato com a arte, com a música, com a
natureza, fazer uma boa terapia, conversar com pessoas que
ele tenha mais afinidades, fazer uma reflexão mais profunda
sobre a contrariedade a que se está passando, etc. Esses
recursos
podem
ajudar
muito
o
professor
a
sair
deste
descontentamento.
Vários são os motivos hoje que levam o professor a
esse espírito de insatisfação, que podem ser desde o baixo
salário, carga horária de trabalho exaustiva, contas para
pagar, desavenças familiares e até mesmo com colegas de
trabalho, doentes na família, etc. Mesmo com todas essas
dificuldades, o professor não poderá usá-las para servir de
desculpa para negligenciar, ser incompetente e displicente
no seu trabalho, porque o aluno não tem culpa. Sabemos que
são inúmeros os problemas que os professores enfrentam hoje
para exercer seu ofício, às vezes, esses problemas surgem
até mesmo dentro das instituições escolares, como: a falta
de
recursos
materiais,
escolas
muito
distantes
de
sua
residência, salas com um número excessivo de alunos, falta
de apoio dos pais e, até mesmo, a falta de interesse dos
alunos em aprender. Este último problema foi muito citado
nos questionários ( em anexo ). È preciso que a sociedade e
os governantes olhem por essa categoria, os professores
necessitam de respeito e valorização, mas também sabemos
que esta responsabilidade também é dos professores. Não se
pode dar uma aula sem alma, porque se tem problemas. O
professor
deve
trabalho.
Há
respeitar
de
se
dar
seus
uma
alunos
aula
com
e
o
seu
próprio
emoção,
prazer,
entusiasmo, pois só assim conseguirá alcançar, com louvor
18
seus objetivos educativos e pessoais. O professor precisa
ter convicção em seus ensinamentos, ter prazer no que faz,
para
assim
contagiar
seus
alunos
à
uma
aprendizagem
eficiente e acima de tudo, prazerosa.
Wallon
foi
o
primeiro
a
levar
não
só
o
corpo
da
criança, mas também suas emoções, para dentro da sala de
aula. È importante que o espaço escolar seja de emoções,
afetividade, prazer. Segundo Wallon, os aspectos físicos do
espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos
próprios
a
cada
cultura
formam
o
contexto
do
desenvolvimento da criança. A criança não vai aprender só
os
conteúdos
que
são
passados
pelo
professor,
mas
vai
aprender a encontrar o seu “eu”, vai entrar em sintonia com
seu meio social e cultural. A trama do ambiente ao qual a
criança
está
inserida,
irá
influenciar
todo
o
seu
desenvolvimento, portanto, é preciso que o professor tenha
consciência plena de sua importância para o aluno e busque
trabalhar com emoção, prazer, entusiasmo, e que a escola
seja um espaço de boas relações, um espaço de vida.
1.4- Seu entusiasmo em primeira mão
O relacionamento que o professor estabelece com os
alunos criando um “clima” socioeducacional e a consecução
dos objetivos, tem sido alvo de grandes discussões hoje em
palestras, oficinas e encontros pedagógicos. Cada vez mais
o professor se conscientiza que seu modo de agir na sala de
aula e o tipo de relação que estabelece com os alunos
colabora e, às vezes, não para o desenvolvimento que a
escola busca. Nesta relação, professor e aluno desempenham
papéis
bem
diferentes,
mas
cabe
ao
primeiro
a
responsabilidade e o compromisso de assunir a maior parte
das iniciativas. O professor deve elaborar ações em que
19
proporcionem nos alunos o crescimento e à participação. As
habilidades de ensinar de um líder, o vasto conhecimento, o
uso de subsídios audiovisuais, abundância de livros lidos,
planejamentos arrojados, uso de programação do computador,
etc, embora tudo isso possa, uma vez ou outra ser empregado
como recurso importante, não garante ao professor uma boa
aprendizagem dos seus alunos. O professor deve investir na
relação interpessoal com seus alunos, pois a facilidade da
aprendizagem
significativa
baseia-se
nas
qualidades
de
comportamento que ocorre neste relacionamento. As primeiras
dessas qualidades são a autenticidade e o entusiasmo que o
professor deve empregar na sala de aula.
O professor deve ser uma pessoa real, apresentar-se
como ele é de fato, não é necessário chegar na sala de aula
com ostentação ou fachada, ele deve ser uma pessoa inteira,
viva, alegre, com convicções, com sentimentos, enfim não se
submeter ao formalismo escolar. Ele deve ser uma pessoa
única, ou seja, dentro e fora da escola, ser um professor
que trabalha por amor a educação, que respeita seus alunos
como cidadãos que possuem opinião, sentimentos.
A escola e os professores não precisam ser chatos, há
de se criar um clima na escola, e principalmente, na sala
de aula de muita amizade, de colaboração, de trabalho em
conjunto, de confiança e respeito mútuo, do aprender a
aprender. É incentivador para todos de uma escola sentir
colegas e professores como parceiros do mesmo processo de
crescimento e desenvolvimento. Os alunos desta forma sentem
que o mundo da escola e o mundo que eles pressentem e
descobrem progressivamente ao seu redor unem-se, não se
opõem. Assim, a vivência do aluno na escola e o dia-a-dia
fora dela convergem em vez de divergir. Só um professor
20
comprometido e entusiasmado com a educação poderá oferecer
aos seus alunos condições para que estes realmente estudem
na
sala
de
aula,
discutindo,
encontrando
pistas
e
encaminhamentos para suas questões de vida e das pessoas
que constituem o seu grupo vivencial, só quando o dia-a-dia
de estudos for invadido e atravessado pela vida real, é que
os alunos alcançarão uma aprendizagem significativa para
seus
problemas
vividos
fora
da
escola.
Desta
forma,
concluimos que o espaço escolar, também é um espaço de vida
tanto para o professor quanto para o aprendiz. Quando a
vida entra na sala de aula, além do desenvolvimento de
habilidades e conhecimentos, podem ser trabalhados ainda os
conflitos,
as
alegrias,
expectativas,
recalques,
exibicionismo, esperanças, avanços e retrocessos.
Juntos, professor e aluno, têm a tarefa de buscarem
novas informações e relações além das que a escola oferece.
Aceitar a aula como espaço de convivência harmoniosa, é
assumir
a
dimensão
humana
desta
aula
e
do
processo
de
aprendizagem que nela ocorre.
Dois fatores levam uma criança a gostar de aprender:
curiosidade
e
o
exemplo.
Por
isso,
é
fundamental
o
professor mostrar interesse e entusiasmo em ensinar. Todo o
entusiasmo do professor em explicar seu conteúdo poderá ser
transferido para o aluno, contagiando-o com o desejo de
aprender, de dar importância ao conhecimento. Um professor
empolgado com seu trabalho, torna-se especial para seus
alunos e pode até tornar-se uma figura marcante na vida
intelectual de alguns alunos. Quantas vezes não ouvimos
dizer que alguém optou por alguma profissão porque teve em
sua vida escolar, um professor que despertou seu gosto por
alguma matéria que o levou a escolher tal carreira. A idéia
21
de transferência mostra que aquele professor em especial
foi “investido” pelo desejo daquele aluno. E foi a partir
desse
“investimento”
que
a
palavra
do
professor
ganhou
poder, passando a ser escutada. Daí vem a importância de o
professor prestar atenção em sua postura, no seu prazer em
lecionar. Não é só o conteúdo que ele transmite para o
aluno, mas também, os sentimentos que são indispensáveis
para uma boa aprendizagem e relacionamento interpessoal na
turma.
O
comportamento
entusiasmado
do
professor
estimula
muito o interesse e a atenção da turma, mas é preciso que
este professor também dê importância ao ato de planejar,
analisar, contextualizar sua aula, levando em consideração
as
peculiaridades
profissional
atualizando
deve
e
de
cada
ser
prestando
aluno
na
classe.
ativo,
empenhado,
atenção
ao
O
sempre
desenvolvimento
novo
se
da
turma.
Talvez seja oportuno levantar aqui alguns exemplos de
ações que podem ajudar o professor a criar uma relação
agradável com os alunos marcada pelo trabalho em equipe,
pela participação, maturidade, criatividade e que favoreça
a autonomia. O professor poderá, então:
•
Favorecer situações em classe nas quais o aluno se
sinta à vontade para expressar suas opiniões, seus
pontos de vista e seus sentimentos.
•
Compartilhar com a classe a busca de soluções para
problemas surgidos com um determinado conteúdo, com o
professor, com o programa ou com os colegas.
•
Respeitar e fazer respeitar diferenças de opinião.
•
22
Incentivar a participação, a iniciativa, a cooperação
dos alunos com os colegas.
•
Demonstrar que há explicações diversas para um mesmo
fenômeno observado.
•
Relacionar os temas estudados com as vivências dos
alunos.
•
Ser flexível e capaz de adaptar a programação.
•
Solicitar a colaboração dos alunos.
•
Incentivar os alunos a buscar novas informações.
Não existe uma regra nem modelo específicos para um bom
relacionamento professor-aluno, mas o professor não pode
esquecer que dele deve surgir a fonte de estímulos para os
alunos
sentirem
o
desejo
depender de sua postura.
de
aprender,
pois
tudo
vai
23
CAPÍTULO II
A interação professor-aluno
Como vimos, para um bom relacionamento e aprendizagem
da turma, tudo vai depender da postura adotada por cada
professor.
A
chave
para
estabelecer
uma
relação
de
confiança é dar abertura e manter a amizade com os alunos.
Para desempenhar bem o papel de professor nesse novo
contexto; a postura frente à classe tem de mudar, de dono
absoluto do saber, o educador passa a ser intermediário
entre
o
conhecimento
acumulado
e
o
interesse
e
a
necessidade do aluno. Mais do que isso, ele se torna o
elemento que desencadeia e “sacia” a curiosidade da turma,
ao mesmo tempo em que aprende com ela. Diante de tantos
novos desafios que o professor enfrenta hoje, como deve
ser, então, o perfil do professor? Ele precisa dominar uma
infinidade de técnicas didáticas? Não necessariamente. O
que
realmente
importa
é
estar
aberto
às
mudanças,
ter
disposição para adaptar as atividades, querer desenvolver
um trabalho junto com os alunos e, acima de tudo, dar
atenção
a
sua
postura,
que
deve
ser
empolgante
e
estimulante para toda turma. Deve ser exemplo de amor ao
saber. Não basta dizer que ensinou, é preciso que todos
aprendam. Precisamos ver nossos alunos saírem de suas salas
felizes
e
empolgados
a
voltarem
no
dia
seguinte
para
aprenderem mais. Sendo assim, o professor deve se tornar
desejável para o aluno e ao mesmo tempo, desencadear o seu
desejo, ou seja, despertar o desejo de querer estudar.
24
2.1- A importância do diálogo na relação
A
construção
do
conhecimento
é
um
processo
interpessoal. O ponto principal desse processo interativo é
a
relação
educando-educador.
E
esta
relação
não
é
unilateral, pois não é só o aluno que aprende, o professor
também é atingido nessa relação, pois de alguma forma ele
aprende. Para haver um processo de intercâmbio que propicie
a construção coletiva do conhecimento, é preciso que a
relação professor-aluno tenha como base o diálogo. É por
meio do diálogo que professor e aluno juntos constroem o
conhecimento, chegando a uma síntese do saber de cada um.
Nessa relação o professor fala, mas também ouve, ou seja,
dialoga
com
o
aluno.
O
professor,
então,
não
só
deve
valorizar a boa comunicação com a turma, como também, deve
policiar-se no que fala a seus alunos, pois sua maneira de
lidar com o saber influencia neste processo educativo.
A atitude do professor na sua interação com a classe e
nas suas relações com cada aluno em particular, depende da
postura por ele adotada diante da vida e perante o seu
fazer pedagógico. Essa postura, por sua vez, é o reflexo de
suas concepções, sejam elas conscientes ou inconscientes,
sobre o homem, o mundo e a educação. Isto quer dizer que
sua maneira de perceber o mundo, conceber o ser humano e
encarar a educação vai refletir no modo como se relaciona
com seus alunos. Sendo assim, o professor deve ficar atento
a sua postura durante sua aula, pois sua visão de educação,
de mundo, sua maneira de falar, de olhar, de gesticular
podem influenciar no relacionamento com seus alunos e, até
mesmo
na
aprendizagem
destes.
O
professor
é
referência
fundamental para o estudante. A postura que assume em sala
de aula interferem no desempenho da turma, embora alguns
professores
não
dêem
a
devida
importância
a
25
fatores
afetivos. A fala é o seu principal instrumento de trabalho
e a eficiência de uma aula está muito ligada ao uso correto
da linguagem e à organização lógica do pensamento. Mas não
basta um discurso bem articulado para ter a atenção da
turma é preciso que o professor desperte na turma a vontade
de
participar
do
processo
ensino-aprendizagem
e,
o
principal meio para garantir isso é o professor apostar
no
seu próprio desejo de ensinar. Se ele estiver estimulado em
expor seu tema à turma, contagiará seus alunos. O professor
transmite suas emoções e, não somente os seus conteúdos e,
isso é muito válido para a aprendizagem do aluno. A boa
comunicação na sala de aula deve ser valorizada, os alunos
gostam de humor, de serem olhados e não de gritos, gestos
de censura, professores carrancudos, etc.
No que se refere a relação professor-aluno, a pesquisa
(em
anexo)
professores
apontou
bem
a
preferência
humorados,
dos
alunos
carinhosos,
para
pacientes
e
participantes na aula. O que mais rejeitam no professor,
são os gritos e o autoritarismo.
O professor deve tirar proveito de sua voz, dos seus
gestos
e
de
sua
maneira
de
ser
para
garantir
um
bom
relacionamento com a turma. O discurso do professor deve
ser
o
mais
natural
possível,
evitando
sempre
o
tom
intimidatório, usar o bom humor, olhar nos olhos de seus
alunos. É preciso, também, se aproximar do aluno, pois
assim ele se sentirá importante, prestará
e
será
depende
instigado
da
a
coerência
participar.
entre
o
O
atenção na aula
sucesso
pensar,
o
do
trabalho
sentir
e
o
expressar, portanto, olhe para a turma, articule bem as
palavras, mire nos olhos de cada estudante.
26
Alguns professores deixam marcas positivas nos seus
alunos,
tornando-se,
lembranças
são
pessoais.
Parece
às
ligadas
vezes,
às
subjetivo
inesquessíveis
qualidades
demais,
mas
e,
essas
profissionais
a
aparência
e
do
professor, seus hábitos, sua maneira de interagir com a
turma (ser for afetivo, compreensivo, etc), seu modo de
transmitir as informações (o enfoque dado), o nível de
conhecimento
da
disciplina,
as
propostas
de
atividades
oferecidas aos alunos e até mesmo sua maneira de conduzílas
(com
humor,
atenção,
paciência)
influenciam
consideravelmente na aprendizagem dos alunos e no interesse
que esses possam ter futuramente com a educação. Os efeitos
do
período
de
escolarização
dependerão,
portanto,
entre
outros fatores, da figura do professor, do tipo de prática
pedagógica realizada por ele, sendo assim, é preciso que o
professor preste atenção em sua conduta na sala de aula.
Estudar vem do latim “studere” e significa “ter gosto
ou zelo por alguma coisa; dedicar-se a ela”. Só o professor
pode estimular o aluno a ter gosto pelo estudo. Sua imagem
é
muito
importante.
Ele
deve
ser
o
exemplo,
modelo
de
prazer em aprender para os alunos. Sua vontade e respeito
por ensinar e aprender devem estar sempre presentes nas
suas aulas.
2.2- A afetividade na relação educando-educador
A comunicação – inclusive dentro da sala de aula – é
das coisas mais difíceis e complicadas que existem nas
relações humanas. E, embora todos os educadores saibam a
importância
da
educação
para
o
desenvolvimento
do
ser
humano, fazer com que crianças e adolescentes compreendam
isso é certamente mais difícil. Muitos alunos declaram não
gostar de estudar e, ainda apontam diversas falhas para a
27
escola e professores. Estes alunos preferem ficar em casa
vendo TV, jogando vídeo-game, conversando com os amigos,
etc. Se não fossem os pais... Torna-se assim, mais difícil
essa boa comunicação professor-aluno, mas o professor não
pode desistir, ele deve continuar insistindo no valor da
educação e no seu vínculo afetivo com a turma.
As
interações
do
professor
com
os
alunos
não
se
limitam apenas aos aspectos cognitivos; a afetividade é uma
dimensão sempre presente nos processos interativos, nesse
sentido as interações da sala de aula são carregadas de
afetividade e, seguramente, esta carga afetiva vai exercer
uma influência na aprendizagem. A intervenção pedagógica,
centrada
principalmente
na
interação
professor-aluno
é
determinante na construção de todo e qualquer conhecimento.
Henri
estudo
das
wallon
dedicou
emoções
e
grande
da
parte
afetividade.
de
sua
vida
Afirma
que
ao
a
afetividade desempenha um papel fundamental na constituição
e funcionamento da inteligência, determinando os interesses
e necessidades individuais. Tendo como base teórica esse
autor,
analisar
os
aspectos
afetivos
da
interação
professor-aluno, pode vir a ser uma maneira de se resgatar
a
dimensão
sociedade,
afetiva,
não
só
que
na
foi
desvalorizada
educação.
Segundo
em
nossa
Wallon,
a
afetividade possibilita o avanço intelectual da criança,
pois são os motivos, necessidades, desejos que dirigem o
interesse da criança para o conhecimento e para a conquista
do mundo externo, assim sendo, é importante que o professor
tenha preocupação quanto as aspectos afetivos que utiliza
na sala de aula. Sua relação com a turma deve ser permeada
pela afetividade, portanto, ele deve prestar atenção na sua
conduta, nos seus gestos, no seu olhar, na sua fala; pois
28
tudo isso adquire um valor importante para os alunos e,
esse valor precisa ser positivo.
Lidar com as relações afetivas, também, não é coisa
muito
fácil,
confundir
principalmente
com
o
professor
porque
alguns
“bonzinho”,
alunos
aquele
podem
que
deixa
fazer tudo, o que conversa sobre várias coisas, etc. Não é
esse o sentido que esperamos, ele deve ser competente, mas
ao mesmo tempo admirado e querido pelos alunos. Não podemos
esperar
que
todos
os
alunos
queiram
estudar
e
que
se
interessem por isso, pois muitos acham a escola chata e
acabam frequentando por obrigação.
As estratégias para se construir um bom vínculo com a
turma deve ser vista com cuidado, o que queremos é que os
alunos aprendam e sintam prazer com o saber.
A aula deve conduzir os alunos à descoberta de novos
conhecimentos
Conhecimento
numa
e
atmosfera
afeto
não
se
de
afeto
excluem,
ao
e
alegria.
contrário,
se
complementam. Quando o professor se propõe a ensinar e os
alunos a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai
se formando e o cumprimento das atividades passa a fazer
sentido para todos. Sem vínculos afetivos, a aprendizagem
significativa não ocorre.
O
professor
mediante
reflexão
sobre
os
aspectos
afetivos que devem ocorrer na sala de aula, deve adotar
alguns procedimentos insdispensáveis ao bom relacionamento
com a turma, tais como:
•
Discutir
sua
postura
possíveis problemas.
com
a
classe
e
compartilhar
•
Recorrer
ao
autoconhecimento,
29
as
questionando
qualidades da aula que acabou de dar e a resposta da
turma;
ou
seja,
fazer
uma
auto-avaliação
do
seu
trabalho e do relacionamento que mantem com a mesma.
•
Aceitar cada estudante como ele é e, acreditar no
potencial dele.
•
Conhecer os alunos e as necessidades de cada um.
•
Não esperar que o vínculo seja sempre positivo, pois
os
conflitos
existem
e
é
preciso
que
seja
bem
administrado.
•
Ter cuidado na hora de avaliar para não desestimular.
Deve-se
valorizar
o
pouco
que
o
aluno
aprendeu
e
ensinar de outra maneira o que não foi aprendido.
•
Preocupar-se em fazer do ambiente escolar um lugar
onde todos aprendam juntos.
•
Procurar ouvir os alunos, pois todos têm contribuições
a dar e, assim sentirão valorizados.
•
Organizar situações de aprendizagem onde os alunos se
sintam
importantes
no
que
sabe
e
estimulados
a
aprender mais.
Ensinar, seguindo esses caminhos poderá fazer com que
o ensino tome sentido para o aluno. O professor, com
certeza, terá garantido melhores aulas tanto para ele
quanto para sua turma.
30
CAPÍTULO III
________________________________________
A prática pedagógica do bom professor
Será que um professor pode ser competente no ofício de
ensinar e, ao mesmo tempo se tornar admirado e querido por
seus
alunos?
Com
certeza.
Para
que
isso
aconteça
o
professor precisa investir na sua própria imagem e deixar
transparecer aos alunos o valor que dá a educação e o
prazer que tem no seu trabalho. Às vezes, a indisciplina
excessiva, a falta de interesse constante dos alunos e, até
mesmo a falta de contribuição dos pais, a apatia dos alunos
são, sim, um problema enorme. E é preciso muita disposição
para superar tudo isso. Infelizmente não existe uma receita
milagrosa para tranformar as aulas em foco de atração, mas
com sensibilidade e energia pode-se enfrentar o desafio de
conquistar toda turma, ganhar tempo e, o que é melhor,
trabalhar com prazer. Não existe aluno sem solução. De um
jeito ou de outro se descobre algo de que ele goste. O
profissional deve ficar atento a tudo e mostrar para os
estudantes que estudar é fundamental e que isso pode ser
divertido.
Explorar
a
afetividade
na
relação
educando-
educador, estimular a auto-estima dos alunos e motivá-los
sempre
a
participarem
da
aula,
são
estratégias
indispensáveis ao bom profissional.
Experiência e criatividade na profissão, valem ouro! O
profissional
de
hoje
deve
manter-se
constantemente
em
cursos de atualização, ter acesso a leituras variadas, ter
conhecimento
profundo
de
algumas
técnicas
e
recursos
didáticos e preocupar-se com sua postura pessoal frente aos
colegas
de
trabalho
e
com
sua
turma.
O
que
31
realmente
importa é que o professor tenha consciência plena de sua
importância para a educação e para a vida dos alunos e,
faça do seu trabalho fonte de prazer e entusiasmo para
todos os envolvidos. Ele deve ser capaz de identificar e
valorizar
suas
próprias
competências,
dentro
de
sua
profissão e, isso exige um trabalho de amor e dedicação ao
saber. Assim, ele conseguirá colocar-se no lugar do aluno e
poderá buscar meios de interessar e contagiar toda a turma
a favor do saber.
O professor deve adotar uma postura reflexiva para se
tornar
capaz
de
observar,
de
regular,
de
inovar,
de
aprender com os outros, com os alunos, com sua experiência;
buscando assim aulas bem interessantes.
Hoje, espera-se de um bom professor que ele seja capaz
de:
•
Criar vínculos afetivos em sua turma, favorecendo uma
aprendizagem significativa e prazerosa para todos.
•
Valorizar a importância do estudo na vida de todos,
professores e alunos.
•
Demonstrar por meio de ações que o aprendizado pode
ser agradável.
•
Ser flexível ao ensinar, estimulando a reflexão e a
participação de todos os alunos.
•
Diversificar
as
atividades,
utilizando
novas
metodologias, estratégias e materiais de apoio.
•
Acolher e respeitar a diversidade, utilizando-a para
enriquecer as aulas.
•
Saber lidar com o imprevisto e os conflitos de forma
equilibrada.
•
Realizar
uma
auto-avaliação
32
refletindo
periódica,
sobre a própria prática.
•
Estabelecer uma parceria constante com os pais e a
comunidade.
•
Desenvolver projetos interessantes com a turma, tendo
como ponto de partida a realidade local.
•
Contextualizar
os
conteúdos
incentivando
a
participação crítica e reflexiva da turma.
•
Valorizar o que o aluno sabe e procurar ajudá-lo,
respeitando seu ritmo e interesse.
Competência
principal
técnica
fator
de
é
muito
sucesso
no
importante,
processo
mas
de
o
ensino-
aprendizagem, ainda é o desejo de ensinar do próprio
professor.
terá
um
postura
Um
olhar
e,
necessidades
lecionar.
professor
crítico
assim
e
comprometido
e
poderá
interesses
reflexivo
sobre
adaptar-se
de
cada
com
as
turma
a
educação,
sua
própria
verdadeiras
que
venha
33
CONCLUSÃO
O
processo
de
enisno-aprendizagem
envolve
não
somente o domínio de técnicas didáticas, o conhecimento
específico da matéria, o relacionamento professor-aluno,
como
também,
ou
melhor
dizendo,
principalmente
o
compromisso do educador, do profissional de ensino pelo
trabalho que realiza. Esse compromisso é fundamental na
medida em que se constitui em horizonte da natureza da
prática a ser desenvolvida. Por compromisso, entende-se o
envolvimento, o profundo engajamento com o aluno no plano
intelectual e afetivo, o qual deve ser perpassado pór uma
postura de “paixão”, de “prazer” pelo trabalho.
Diante de tantas barreiras que o professor encontra no
seu trabalho, como: turma numerosa, falta de apoio dos
pais, apatia dos alunos, falta de recursos técnicos da
escola, além dos problemas pessoais que são diversos, o
professor precisa cuidar da sua auto-estima. É preciso que
ele goste do que faz para poder desenvolver eficientemente
e com prazer o seu trabalho.
A vocação é de extrema importância para o professor,
ele poderá buscar nela forças para os desafios do dia-adia,
e
também,
mais,
trará
aperfeiçoar
sua
contribuições
formação
continuada
significativas.
que
Enfim,
os
desafios e as exigências da realidade social, da realidade
educacional e pelo cotidiano da vida escolar, exige dos
profissionais
sensibilidade,
coragem,
competência
e
capacidade para enfrentar os obstáculos.
Para desempenhar bem seu papel de educador além de
todo preparo técnico é importante que dê atenção especial a
sua
postura,
ou
seja,
a
sua
maneira
de
como
falar,
34
gesticular e olhar para seus alunos. O vínculo afetivo
entre professor e aluno deve ser valorizados, pois assim a
aprendizagem
poderá
ser
mais
estimulante.
Estabelecendo
este vínculo, o professor estará ensinando os seus alunos a
serem curiosos, a acreditarem em si mesmo, enfim estará
elevando a auto-estima do aluno.
No
processo
de
aprendizagem
a
transmissão
das
informações são muito importantes, mas a maneira que o
professor faz isso deve receber atenção cuidadosa, pois o
peso do discurso é menor do que o dos gestos. O exemplo
educa,
consideravelmente.
O
professor
deve
transmitir
aquilo que realmente acredita e gosta. As palavras e os
gestos do professor devem ser coerentes. A aprendizagem se
dá também, através da observação, portanto, o pensamento e
as
ações
do
professor
devem
estar
em
consonância
aos
objetivos da educação. O professor deve manter-se sempre
numa
postura
reflexiva,
buscando
melhorar
seu
relacionamento com a turma e consequentemente, alcançando
uma aprendizagem significativa e agradável para todos.
A figura do professor entusiasmado em ensinar, é capaz
por si só, de contagiar toda
com interesse e dedicação.
turma a participarem da aula
35
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CANDAU,
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Rumo
a
uma
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CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 7ª ed.
São Paulo: Editora Gente, 2001.
ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 6ª ed. Campinas, São
Paulo: Papirus, 2003.
ROSSINI,
Maria
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Aprender
tem
que
ser
gostoso... Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: a aula como centro. 4ª
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São Paulo: Editora Gente, 2002.
WERNECK, Hamilton. Como vencer na vida sendo professor –
Depende de você! 2ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,
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Melhoramentos, 1995.
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CORDIÉ,
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Psicanálise
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GALVÃO,
Izabel.
Henri
Wallon:
concepção
dialética
do
desenvolvimento infantil. Petrópolis: Editora Vozes, 1885.
37
ATIVIDADES CULTURAIS
38
39
ANEXOS
40
ÍNDICE
Introdução
09
Capítulo I: Postura do professor
10
1.1- A vocação e o compromisso à educação
11
1.2- A formação profissional
13
1.3- Auto-estima motivando a prática pedagógica
15
1.4- Seu entusiasmo em primeira mão
18
Capítulo II: A interação professor-aluno
23
2.1- A importância do diálogo na relação
25
2.2- A afetividade na relação educando-educador
26
Capítulo III: A prática pedagógica do bom professor
30
Conclusão
33
Bibliografia
35
Atividades culturais
37
Anexos
39
Índice
40
Folha de avaliação
41
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Garduação “Lato Sensu”
Título da monografia:
A interação professor-aluno na sala de aula
Data da entrega: 24 de julho de 2004
Auto-avaliação: Como você avaliaria esta monografia?
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
Avaliado por: ______________________________ Grau: _______.
Rio de Janeiro, _____ de __________ de 2004.
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a interação professor-aluno na sala de aula