NATURALISMO
O Naturalismo foi a estética literária conhecida por ser a
radicalização do Realismo, feita por meio dos romances
experimentais, a partir da segunda metade do século XIX. O
avanço científico significativo na Europa nessa época permitiu
o desenvolvimento de novas teorias. A que mais sofreu
influências nos escritores naturalistas foi o determinismo, que
apresentava uma visão do ser humano como produto do meio
em que se encontra, da herança recebida (cultural, social e
biológica) e das condições históricas características do
momento em que vive.
Inspirados pelo evolucionismo de Darwin, os naturalistas
acreditavam que o impulso para a transformação das espécies
era a seleção natural, e ressaltavam que os seres humanos não
estão livres das leis que regem a natureza, mesmo sendo
dotados de razão. Assim, a personagem naturalista age movida
por desejos de ordem sexual que quase sempre superam sua
capacidade racional de controlá-los.
Principais características literárias
O projeto naturalista pretende colocar a literatura a serviço da
ciência. Para cumprir esse projeto, os escritores buscam olhar
para a realidade através da lente do determinismo e das teorias
evolucionistas. Cria-se o romance experimental, pretendo
exaltar a evolução naturalista e impulsionar, aos poucos, todas
as manifestações da inteligência humana num mesmo caminho
científico.
Compreendendo o comportamento humano e suas motivações,
é possível atuar na transformação dos indivíduos para alcançar
o melhor estado social. Assim, os autores naturalistas deixam
de lado a análise psicológica e os traços individuais das
personagens, dedicando à análise dos fenômenos coletivos,
que caracterizam melhor a tese determinista por eles
Você encontra esse resumo no site: http://www.webnotes.com.br/ defendida. Por isso, voltam o olhar para uma classe social que,
até aquele momento, não havia merecido destaque nos
romances: o proletariado.
Os romances naturalistas são, com frequência, caracterizados
como literatura de tese, porque desenvolvem uma estrutura
pensada para provar ao leitor a visão determinista da
sociedade. O aviltamento, o ultraje e a perda da dignidade dos
indivíduos que vivem em um meio degradante é a grande tese
exposta nos romances.
A animalização do ser humano, retratada nos personagens,
era decorrente nos romances naturalistas. Os autores se
empenhavam em revelar de que maneira as pessoas,
submetidas a condições sub-humanas de vida e trabalho,
acabam perdendo a própria humanidade e sendo dominadas
por seus instintos animais.
A linguagem naturalista focava na narração em terceira pessoa
e nas descrições detalhadas, sugerindo um olhar racional e
objetivo para a realidade. A descrição dos cenários pretende
recriar a realidade de maneira fotográfica, compondo um
espaço formado pela apresentação de várias imagens que se
sobrepõem de modo a formar um quadro final bastante preciso.
A semelhança dos campos semânticos era bastante utilizada.
Assim, era óbvio que vários leitores se chocassem com os temas
abordados e com o modo como alguns comportamentos eram
francamente descritos. Entretanto, embora estivessem
engajados na produção de romances que permitissem o estudo
de caráteres humanos, os escritores naturalistas tinham
consciência da importância de conquistar o interesse do
público.
O francês Émile Zola (1840-1902) foi o inaugurador da
estética naturalista por meio de seu romance Germinal. O
escritor definia o Naturalismo como uma aplicação, na
literatura, do método de observação e de experimentação,
Você encontra esse resumo no site: http://www.webnotes.com.br/ sendo necessária para entender o ambiente no qual os seres
humanos estavam submetidos.
No Brasil, Aluísio Azevedo (1857-1913) procurava, aos
poucos, educar o gosto do público para o Naturalismo. Assim,
ele produzia enredos ao gosto popular, cheios de intrigas
amorosas e aventuras emocionantes, fazendo um sucesso
dentre os autores da época. Seus romances O Mulato, O Cortiço
e Casa de Pensão fizeram Aluísio consagrar-se o primeiro
romancista de massas da literatura brasileira.
Outro artista brasileiro importante foi Raul Pompeia (186395) com a publicação do romance O Ateneu, que conta a
história da formação do menino Sérgio num internato. O
romance se diferencia das narrativas da época por apresentar
um foco narrativo em primeira pessoa e por assumir um tom
reflexivo que o afasta, de certo modo, da objetividade.
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