EMPRESA PORTUÁRIA DE LUANDA Boletim semanal Edição nº51 10 de Outubro 2014 PORTOS ANGOLANOS EXORTADOS A ACTUALIZAREM-SE FACE AOS DESAFIOS DO SECTOR INTERNET DESPACHANTES TERÃO PORTAL PARA PAGAMENTOS ONLINE ENTREVISTA INVESTIMENTOS NOS PORTOS DA COSTA OCIDENTAL E DA ÁFRICA DO SUL LANÇAM SÉRIO DESAFIO À EPL GOVERNAÇÃO E GESTÃO ECONOMATO MOSTRA QUE AUDITORIA INTERNA É BENÉFICA 2 INVESTIMENTO PORTOS ANGOLANOS EXORTADOS A ACTUALIZAREM-SE FACE AOS DESAFIOS DO SECTOR MV Nile Dutch Breda só foi possível graças O Secretário de Estado dos Transportes Terrestres, José Kovingua, exortou, muito recentemente, durante o acto de lançamento do navio MV Nile Dutch Breda, os órgãos afectos ao exercício de exploração da actividade marítimo -portuária a aprimorarem os seus métodos de trabalho, em conformidade com os desafios apresentados pelos fabricantes das grandes embarcações. J osé Kovingua enalteceu a iniciativa da Nile Dutch (ND), que, do seu ponto de vista, soube adequar-se às características do mercado angolano, “trazendo ao Porto de Luanda (PL) um equipamento com maior capacidade de transporte de contentores e menos exigente em termos de calado”. Factores que, segundo o Secretário de Estado, harmonizam as valências da companhia com as do” porto mais influente do país”. “Acreditamos que com esse navio que a ND concebeu, as competências e as capacidades da corporação acabarão por reduzir as nossas limitações no que diz respeito à recepção e acomodação de meios de grande porte”, disse. Por sua vez, o director geral em Angola da ND, Marc Smulders, disse que o fabrico do truído pela ND com capacidade para transà experiência de 30 anos de actuação no portar cerca de 4 mil contentores e mede 224 mercado angolano que a sua companhia metros de comprimento. A embarcação conta soma. “Sempre alteramos os nossos equipaainda com 34,8 metros de largura e 12,5 de mentos em função do negócio e das condições dos portos em que operamos. Esse calado. Com a sua concepção, a ND, em navio é equipado com quatro gruas, o que conformidade com os depoimentos do seu não é uma necessidade do PL mas ainda o é representante em Angola, pretende reforçar a nalguns portos da região”, declarou o gestor. ligação entre a África Ocidental e o Extremo No entanto, Marc Smulders apontou o Oriente. estado de operacionalidade do calado do PL como um embaraço grande a ser superado pelas autoridades portuárias. “Actualmente esse é um dos maiores problemas dos portos angolanos. Há escassez de cais e limitações de calado. Mas nem por isso vamos deixar de tratar Angola como um parceiro privilegiado”, reforçou o director, que, no final das suas declarações, indicou um crescimento de “10 a 15 por cento” nas ligações da sua companhia entre Angola e o Oriente. O MV Nile Dutch Breda é o primeiro navio de raiz cons- Secretário de Estado recebendo explicações técnicas do comandante do navio 3 ENTREVISTA INVESTIMENTOS NOS PORTOS DA COSTA OCIDENTAL E DA ÁFRICA DO SUL LANÇAM SÉRIO DESAFIO À EPL A Empresa Portuária de Luanda (EPL) está a levar a cabo dois projectos para estar apto a receber navios de grande porte, que, por um lado, constituem a opção estratégica das construtoras navais, das linhas de navegação e dos armadores e, por outro, respondem por uma fatia significativa e crescente do tráfego marítimo mundial. Segundo o Presidente do seu Conselho de Administração, só em África, nos próximos cinco anos vão surgir cerca de dez portos com berço confortável para navios desta grandeza. «Se não criarmos condições para fazer face a esta realidade, os navios de grande porte vão transferir as suas escalas para portos com maior profundidade», vaticina Francisco Venâncio numa extensa entrevista que concedeu por ocasião do lançamento da embarcação MV Nile Dutch Breda, da companhia Nile Dutch, cuja primeira parte segue abaixo. C lipping (C) Qual é a importância que encerra a presença deste navio no Porto de Luanda? Presidente do Conselho de Administração (PCA): Antes de mais queria aproveitar esta oportunidade para expressar o nosso reconhecimento pela aposta que as companhias de navegação, particularmente as que já integram nas suas frotas navios de grande porte, porque que até agora não eram processadas escalas desses navios. Estamos a falar de navios com uma capacidade de transporte de 5.500 teu´s e que, pelo seu tamanho, exigem outros requisitos. Devido às condições do nosso Porto, que tem algumas limitações, nomeadamente no que diz respeito ao chamado calado, isto é, a batimetria, o fundo necessário para se criar um berço seguro para que o navio atraque, estamos a tentar conquistar navios deste porte, criando condições de atracação e manobras, sem riscos. Este é um desafio que temos de enfrentar com a máxima celeridade, porque, de acordo com a evolução da indústria de construção naval, esses navios de segunda geração têm sido adoptados e empregues no tráfego para e de Angola C: O que é que o Porto está a fazer para poder receber navios de grandes dimensões? PCA: Estão em curso estudos para o levanta mento topo-hidrográfico, que vão ditar quais os fundos a atingir, particularmente para os navios de grande porte. Temos de encarar como um desafio a aposta ou os investimentos que estão a ser feitos em portos da costa Ocidental de África e da África do Sul, que podem capturar os tráficos que exigem maior profundidade para operarem com normalidade. C: Isto resume toda a ameaça que paira sobre o Porto em matéria de competitividade a nível regional e continental? PCA: Não, porque de 2014 a 2019, vão emergir cerca de dez portos com berço confortável para navios de grande dimensão, dos quais o que se situa mais próximo do Porto de Luanda, embora seja de pequena dimensão, é o Porto de Ponta Negra. Em muito desses portos haverá custos adicionais relativamente à manutenção dos fundos, porque estão localizados em estuários, do que resulta um assoreamento permanente que obriga precisamente a serviços de dragagem regulares, implicando custos que podem afectar a sua competitividade. C: Ora, isto é uma vantagem para o Porto de Luanda… PCA: Certamente. O Porto de Luanda está situado numa baía aberta e os movimentos hidrográficos nesta zona são regulares. Entretanto, o terminal de contentores necessita de um calado de 15 metros do zero hidrográficos, para ter condições operacionais iguais às de um cais fixo, já que vai contar com estruturas flutuantes para a recepção de navios da última geração. Francisco Venâncio sublinha que, apesar da s suas vantagens naturais, EPL tem de aumentar as batimetrias Continua na página 04 4 ENTREVISTA C: … mas, afinal, além do que já referiu atrás, porque é que esses navios constituem um desafio para o Porto de Luanda? P CA: Trata-se de navios de dimensões consideráveis e que exigem um conjunto de pressupostos em matéria de instalações portuárias. Isto é importante e vantajoso para a manutenção do tráfego cativo como também para a conquista de novo tráfego. Para tal, temos que ter em atenção e estudar o desenvolvimento dos portos que se podem constituir em ameaça à manutenção dos níveis de tráfego que nós registamos até agora. Há dois cenários possíveis. Se não criarmos condições para fazer face a esta realidade, os navios de grande porte vão transferir as suas escalas para portos com maior profundidade, desde que estes lhes ofereçam a garantia de que não vão encontrar nenhum tipo de restrição. O navio MV Nile Dutch Breda, da Nile Dutch, como o próprio nome diz, com 224 metros de comprimento, 34,8 metros de largura, 12,5 de calado e uma capacidade de transporte de cerca de 4 mil contentores, não é o maior dos navios que já cá estiveram. Aqui já tivemos navios de 4.500 teu´s. Então temos de balancear, programar a atracação dos navios até em função das marés. Portanto, para nós, é um desafio porque temos que manter o nível de tráfego que já temos e criar “Temos que ter em atenção e estudar o desenvolvimento dos portos que se podem constituir em ameaça à manutenção dos níveis de tráfego que nós registamos até agora. ” condições propícias para a recepção de navios de maior porte. C: É possível criar essas condições aqui no Porto de Luanda? PCA: É. Aliás, já estão em curso dois projectos, designadamente o levantamento batimétrico, que já referi, e a dragagem, que vai culminar com o aumento das batimetrias. Estamos a negociar estes dois projectos com a Sogester e a Unicargas, que são os terminais que recebem navios de grande porte. Não podemos esquecer que com a construção da bateria de silos para cereais a granel a Multiterminais, terminal de carga geral, também poderá receber navios de grande porte. Estamos a falar de navios de linhas regulares, que têm uma programação extremamente exigente e aos quais temos que conferir um tratamento semelhante ao que recebem nos portos que reúnem melhores condições do que nós. O Porto de Luanda já tem limitações do ponto de vista da capacidade pelo volume de carga anual que manuseia ― nos últimos quatro anos estamos com uma média de 11 milhões de toneladas, dos quais 900 mil contentores. Continua na próxima edição 5 INTERNET DESPACHANTES TERÃO PORTAL PARA PAGAMENTOS ONLINE Miguel Pipa acredita que os efeitos da utilização da nova plataforma repercutir-se-ão até no consumidor final Os despachantes contarão nos próximos tempo com um portal online através do qual poderão realizar pagamentos e consultas relacionadas com as facturas das suas mercadorias. A novidade foi dada, recentemente, pelo responsável da Direcção de Sistemas e Tecnologia de Informação e Comunicações (DSTIC) da Empresa Portuária de Luanda (EPL), Miguel Pipa. D urante a apresentação, Miguel Pipa referiu que a proposta enquadra-se nos esforços que a EPL tem envidado «com vista a melhoria contínua» dos processos de negócios portuários. «Trabalhamos sempre no sentido de automatizar cada vez mais os processos», disse. O responsável referiu que a ideia de desenvolver um portal para pagamentos online surge como medida para se acabar com as enchentes verificadas nos bancos que atendem no guiché único portuário. «Depois de identificarmos o problema, tínhamos a obrigação de procurar dar uma solução para tornarmos o processo mais célere». Em termos práticos, o portal de pagamentos online vai funcionar como alternativa aos meios de pagamento já existentes. A perspectiva, como referiu o responsável da DSTIC, é permitir que os despachantes a partir dos respectivos escritórios consultem o saldo na conta corrente, identifiquem facturas, façam pedidos de pagamentos de facturas e avaliem o desempenho dos bancos, entre outras funções. «Estamos sempre na mesma tónica: fazer com que o despachante não tenha de vir à EPL», relembrou. Para estimular a adesão a este serviço, a DSTIC irá divulgar os passos necessários que os despachantes deverão dar para tirarem partido do novo serviço. Para já, os despachantes têm de abrir duas contas em bancos diferentes e aderir a internet banking. Por sua vez, os bancos deixarão de receber valores em cash (dinheiro vivo). Miguel Pipa acredita que os efeitos da utilização da nova plataforma repercutir-se-ão até no consumidor final, já que, «ao utilizar o portal, o despachante reduzirá os custos operacionais. Consequentemente, as importações serão mais baratas», Assegurou. 6 GOVERNAÇÃO/GESTÃO ADVOGADO DESTACA INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA EM ACRESCENTAR VALOR AO NEGÓCIO A Administração Portuária está interessada em melhorar processos e a forma como pode contribuir para acrescentar valor não só ao Estado accionista, mas também a todos os stakeholders do Porto de Luanda, disse Kiluange Tiny, associado do escritório Carlos Feijó Advogados (CFA). O jurista fez este reconhecimento numa altura em que apresentava à EPL uma proposta tendente ao reforço institucional na área de governação corporativa, em nome do escritório de advocacia CFA. Segundo o advogado, o seu escritório representa a vantagem de ter no seu quadro de pessoal especialistas preparados com conhecimentos jurídicos aprofundados sobre várias temáticas incluindo, governação corporativa. Além disso, prosseguiu, tem uma parceria com uma instituição que tem uma larga experiência na gestão de infraestruturas, nomeadamente portos, experiência essa que se estende do Portuários durante a apresentação Norte da Europa ao Médio Oriente, passando por África incluindo Angola. Mais adiante sublinhou, na mesma linha, a condução do escritório CFA por angolanos, o que, do seu ponto de vista, permite limitar ao máximo o hiato existente entre a postura tradicional dos consultores, que é olhar para as necessidades em abstracto e propor um produto. «Nós somos angolanos, temos acesso às pessoas, conhecemos a mentalidade delas e, portanto, queremos, através dos nossos conceitos jurídicos e dessa interligação institucional, fazer com que o hiato entre os nossos conceitos jurídicos e a realidade que é o Porto de Luanda seja a mais pequena possível», defendeu Kiluange Tiny. O advogado indicou que a firma CFA tem conhecimentos suficientes para, em diálogo institucional com o Porto, aos diversos níveis, fazer com que esses conhecimentos jurídicos e técnicos tragam valências. «A grande vantagem é trazer maior eficiência à vida das pessoas que trabalham no Porto (..) e o modelo que estamos a propor permite que ele chegue a esses objectivos de uma forma mais eficiente, acrescentando valor a todos os seus stakeholders», rematou Kiluange Tiny. PROPOSTA DE PORTAL PARA PAGAMENTOS ONLINE FOI BEM RECEBIDA Os cerca de 50 despachantes que participaram do encontro de apresentação do portal de pagamento online da Empresa Portuária de Luanda (EPL), realizado recentemente nas suas instalações, mostraram-se receptivos à solução. D e acordo com alguns despachantes ouvidos pelo Clipping, a ferramenta apresenta-se como um recurso de grande validade porque tornará mais célere o processo de tramitação de documentos e pagamentos das facturas. Ambriz Bequengue, despachante, louvou a iniciativa portuária tendo inclusive apontado a possibilidade de realizar os pagamentos das facturas via internet bank, como o aspecto mais marcante da cerimónia. Para ele, o novo serviço «representa conforto e segurança porque dispensa deslocações físicas e transporte em mãos de valores monetários elevados», indicou. Por sua vez, Amilton Simões, ajudante do despachante José Carlos Madaleno, prefere aguardar a entrada em funcionamento do portal, para aferir ganhos que poderão advir da sua utilização, mas reconhece as melhorias que tem ocorrido na relação com a EPL. «Hoje já estamos mais bem servidos do que no passado, mas, ao que tudo indica, o Por- to não vai parar de nos de nos proporcionar mais melhorias na prestação de serviço», observou. No geral, a boa recepção de que a proposta foi objecto não causou estranheza a Miguel Pipa, já que, conforme fez questão de lembrar o responsável da Direcção de Sistemas e Tecnologia de Informação e Comunicações (DSTIC), a EPL não é a primeira instituição pública a introduzir no país o sistema de pagamento online. «A reacção foi muito boa e isso encoraja-nos a seguir em frente. Queremos aderir às boas práticas, porque nisso está o futuro», concluiu. 7 Por dentro ECONOMATO MOSTRA QUE AUDITORIA INTERNA É BENÉFICA PARABÉNS ANIVERSARIANTES Joaquim Belo 04/10-DSA Paulo Filipe 01/10-DSA José José 01/10-DSA Wladmir Santos 05/10-GCG Maurício Cangunze 10/10- DRHA Filomena Fernandes 11/10-GCIRP Portuários durante o workshop O ambiente e a forma em que está a decorrer o trabalho que o Gabinete de Auditoria está a desenvolver com o Economato, o Sector que gere os materiais de consumo corrente do Porto de Luanda, mostra que, de uma maneira geral, o workshop sobre Benefícios da auditoria interna para as organizações, realizado recentemente, conseguiu lançar as sementes para inculcar a cultura de prestação de contas no seio dos gestores da empresa, declarou o director Humberto Félix. N este momento, a pedido do administrador Sansão Pitra, o Gabinete de Auditoria está a submeter a referida área a um processo de prestação de contas. Segundo Humberto Félix, os responsáveis e os técnicos do Economato receberam muito bem os auditores e estão a prestar-lhes todo o apoio, o que quer dizer que «o eco da mensagem do workshop chegou, porque», sublinhou, «se não tivéssemos lançado esta mensagem, se não houvesse workshop, seríamos vaiados». Humberto Félix indica que, desde a realização do workshop, tem constatado «melhorias na percepção da importância da auditoria e do papel do auditor», pois, argumentou, «agora tudo se passa como se as pessoas tivessem mais presente que, não sendo seu aquilo que gerem, têm de se sujeitar à prestação de contas». O interlocutor do Clipping observa que este é um resultado do workshop, que lembrou aos participantes que «auditoria não é policiamento e os auditores auditam o controlo dos processos que está nas mãos de todos os colaboradores, sem nenhum vínculo com a investigação criminal». Na sua perspectiva, o evento inaugurou «uma mudança de mentalidade». Por isso, tem previsto um outro para o primeiro trimestre de 2015. Entretanto, este mês, Humberto Félix vai submeter o Plano de Auditoria do Porto de Luanda à aprovação do Presidente do Conselho de Administração, Francisco Venâncio. Conceição Silva 05/10-GCIRP André Mutolo 01/10-DSA Candido Neto 03/10-DSA Ana Loureiro 04/10 –DC Salomão Nicolau 04/10-DSA António Samy 07/10- DSA Manuel Teca 08/10-DSA Massoxi Bernardo 09/10 DSTIC Milton Cruz 13/10-DC Zola Ferreira 13/10-DC Sebastião Sousa 13/10- DFP Tito Cualela 14/10-DSA