1 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu em Fisioterapia do Trabalho Angélica Lopes Gomide GINÁSTICA LABORAL LINS – SP 2008 2 ANGÉLICA LOPES GOMIDE GINÁSTICA LABORAL Monografia apresentada Examinadora Católico do Centro Salesiano à Banca Universitário Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Fisioterapia do Trabalho sob a orientação dos Professores M.Sc. Luis Ferreira Monteiro Neto e M.Sc. Heloisa Helena Hovery da Silva. LINS – SP 2008 3 ANGÉLICA LOPES GOMIDE GINÁSTICA LABORAL Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de especialista em Fisioterapia do Trabalho. Aprovada em: ______/______/______ Banca Examinadora: Prof. M.Sc. Luis Ferreira Monteiro Neto Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade do Vale do Paraíba _______________________________________________________________ Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG _______________________________________________________________ LINS – SP 2008 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu esposo José Manuel e aos meus pais Francisco e Darcy, pela presença constante em minha vida. 5 AGRADECIMENTOS A todos orientadores, os professores, que decorrer deste curso. me e ensinaram aos no 6 RESUMO A Ginástica Laboral, apesar de ter surgido na Polônia, o seu desenvolvimento se deu em 1928 no Japão e perdura até os dias de hoje. No início da década de 70, com a chegada de executivos japoneses ao Brasil houve um estímulo para a adoção dessa prática em algumas empresas. A prática foi difundida em todo o país após a II Guerra Mundial, e em 1960, ocorreu à consolidação e a obrigatoriedade da Ginástica Laboral compensatória. Atualmente, um terço dos trabalhadores exercitam-se diariamente, tendo obtido como resultados, o aumento da produtividade e a melhoria do bem estar geral dos trabalhadores. A Ginástica Laboral tem por objetivo principal a prevenção de doenças ocupacionais, é realizada no local de trabalho, três vezes por semana ou diariamente, por períodos que variam de 8 a 12 minutos, durante a jornada de trabalho. Ginástica Laboral é a inclusão de alguma atividade física no trabalho diário, a fim de promover a oportunidade para uso diversificado do sistema locomotor e para selecionar uma relação apropriada entre o trabalho e o repouso, permitindo uma boa recuperação durante o trabalho. Através da implantação da Ginástica Laboral, a empresa se beneficia em alguns fatores já comprovados, entre eles a diminuição dos problemas de saúde do trabalhador e com isso um aumento na produtividade da empresa. Isso se dá em razão de uma diminuição das faltas por motivos médicos e também a redução dos acidentes de trabalho. Fisiológicos - prevenir lesões por esforços repetitivos; prevenir lesões; diminuir tensões generalizadas e relaxar; amenizar fadiga emocional e muscular; prevenir estresse; melhorar postura; melhorar a condição do estado geral de saúde. Psicológicos - reforçar a auto estima; aumento da capacidade de concentração no ambiente de trabalho; valorização do funcionário (homem/profissional). Sociais - melhorar o relacionamento interpessoal; melhorar a comunicação interna; participação ativa nas palestras, debates e dinâmicas de grupo. Os resultados indicaram que, mesmo aplicado por um curto período de tempo, o Programa de Ginástica Laboral pode contribuir positivamente para a qualidade de vida de trabalhadores sob intenso estresse. Palavras-chave: Ginástica Laboral. Ergonomia. Prevenção. 7 ABSTRACT The Gymnastics Labour, despite having arisen in Poland, its development was given in 1928 in Japan and lasts until this day. At the beginning of the decade, 70, with the arrival of Japanese executives to Brazil was a stimulus for the adoption of this practice in some companies. The practice was widespread throughout the country after World War II, and in 1960, was the consolidation of Gymnastics and compulsory labor compensation. Currently, one third of workers to exercise daily and obtained as a result, increasing productivity and improving general welfare of workers. The Labour Gymnastics main goal is the prevention of occupational diseases, is carried out at work, three times a week or daily, for periods ranging from 8 to 12 minutes during the working day. Gymnastics Labour is the inclusion of some physical activity in daily work in order to promote the opportunity for diversified use of the locomotor system and to select an appropriate relationship between work and rest, allowing a good recovery at work. Through the deployment of Gymnastics Labour, the company benefits already proven in some factors, including the reduction of health problems of the worker and with it an increase in productivity of the company. This is due to a decrease in absences for medical reasons and also the reduction of accidents at work. Physiological - preventing repetitive strain injuries, prevent injuries, reduce tensions and widespread relax; alleviate emotional fatigue and muscular; prevent stress, improve posture, to improve the condition of the general state of health. Psychological - enhance self esteem, increased ability to concentrate in the work environment; recovery of the official (male / professional). Social - improve interpersonal relationships, improve internal communication; active participation in lectures, discussions and group dynamics. The results indicated that even applied for a short period of time, the Programme of Gymnastics Labour can contribute positively to the quality of life of workers under intense stress. Keywords: Gymnastics Labor. Ergonomics. Prevention. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 CAPITULO I - CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA .......................................... 11 1 HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL ............................................. 11 1.1 Definição de ginástica laboral................................................................ 13 CAPÍTULO II - GINÁSTICA LABORAL........................................................... 18 2 BENEFÍCIO DA GINÁSTICA LABORAL.............................................. 18 2.1 Tipos de ginástica laboral...................................................................... 25 CAPÍTULO III - ANÁLISE DOS RESULTADOS DA GINÁSTICA LABORAL 32 3 RESULTADOS OBTIDOS COM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL........................................................................................................ 32 CONCLUSÃO .................................................................................................. 46 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 47 9 INTRODUÇÃO A Ginástica Laboral não é uma atividade recente, no início foi chamada de ginástica de pausa e era destinada a operários. O surgimento da Ginástica Laboral na segunda metade da década de 80, utilizando como medida de promoção de saúde do trabalhador, acompanhou o próprio desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, surgindo atualmente como febre nas empresas no combate do estresse e das lesões do trabalho. Várias definições são utilizadas e principalmente diferentes atribuições são empregadas à prática de Ginástica Laboral. Uma grande carência de fundamentação teórica e cientifica sobre esse método dificulta a definição concreta de seu papel dentro da saúde do trabalho. A Ginástica Laboral é uma atividade física praticada no local de trabalho, de forma voluntária e coletiva pelos funcionários no local de trabalho, sendo um programa de prevenção e compensação, cujo objetivo é a promoção da saúde dos trabalhadores através de uma preparação bio-psico-social. Dias (1994) coloca que a Ginástica Laboral é composta por exercícios específicos de curta duração, realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, visando despertar o corpo e evitar acidentes de trabalho, prevenir doenças por traumas cumulativos, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover integração entre os funcionários e evitar fadiga gerada pelo trabalho. Existem três tipos de Ginástica Laboral aceitos atualmente: Preparatória, compensatória e de Relaxamento. Através da implantação da Ginástica Laboral a empresa se beneficia em alguns fatores já comprovados, entre eles a diminuição dos problemas de saúde do trabalhador e assim um aumento da produtividade. O trabalhador também recebe benefícios, pois grande parte dos exercícios é realizada dentro do ambiente de trabalho, que visam reduzir o impacto e o estresse muscular que o indivíduo sofre durante sua jornada de trabalho. Os programas de Ginástica Laboral devem ser focados de acordo com as necessidades de cada trabalhador, levando em consideração suas atividades individuais e suas limitações. Segundo Pinto (2003) Ginástica 10 Laboral adaptada para as necessidades impostas pelo tipo de trabalho, realizada sem sair do posto, em breves períodos de tempo, ao longo de todo o dia de trabalho, pode produzir resultados positivos para os funcionários e para a empresa. Durante a pesquisa surgiu o questionamento: a Ginástica Laboral apresenta resultados positivos em todos os campos de aplicação? Em resposta procurou-se demonstrar os benefícios encontrados com os Programas de Ginástica Laboral. O objetivo deste trabalho é descrever os programas de Ginástica Laboral e agrupar informações encontradas em outros estudos, descrevendo etapas de implantação e os resultados obtidos com a Ginástica Laboral, a partir de revisão bibliográfica. O trabalho está assim dividido: Capítulo I: contextualização teórica. Capítulo II: ginástica laboral. Capítulo III: análise dos resultados da ginástica laboral. Por fim, vem a conclusão. 11 CAPITULO I CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA 1 HISTÓRICO DA GINÁSTICA LABORAL Sobre a Ginástica Laboral a primeira notícia que se encontra foi editada na Polônia em 1925, onde foi chamada de ginástica de pausa e destinada a operários. Sendo assim a Ginástica Laboral não é uma atividade física recente. Nesse mesmo período pesquisas foram realizadas na Bulgária, Alemanha Oriental e na Holanda. Na Rússia 150mil empresas, envolvendo 5 milhões de funcionários praticavam a ginástica de pausa,adaptada a cada cargo. (CAÑETE apud POLITO; BERGAMASCHI, 2002) Na mesma época, impulsionada pela cultura e tradição oriental, a Ginástica Laboral teve seu grande enraizamento no Japão. Inicialmente era destinada a algumas atividades ocupacionais, mas após a II Guerra Mundial foi difundido por todo o país. A grande propagação da Ginástica Laboral na cultura empresarial japonesa é atribuída à veiculação de um programa de Rádio Taissô, que envolve uma tradicional ginástica rítmica, com exercícios específicos acompanhados por música própria. Atividade que acontece todas as manhãs, sendo transmitida pela rádio, por pessoas especialmente treinadas e é praticada não somente nas fábricas ou ambientes de trabalho no início do expediente, mas também nas ruas e residências. Apesar de ter surgido na Polônia, o seu desenvolvimento se deu em 1928 no Japão e perdura até os dias de hoje. Segundo Cañete (apud POLITO; BERGAMASCHI, 2002) essa prática foi difundida em todo o país após a II Guerra Mundial, e em 1960, ocorreu à consolidação e a obrigatoriedade da Ginástica Laboral compensatória. Atualmente, um terço dos trabalhadores exercitam-se diariamente, tendo obtido como resultados, o aumento da produtividade e a melhoria do bem estar geral dos trabalhadores. 12 Dentro do contexto brasileiro, alguns indícios da influência japonesa mostram um pouco da evolução histórica da cultura da realização da Ginástica Laboral no país. No Brasil mais especificamente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul, a Federação de Rádio Taissô, coordena mais de cinco mil praticantes da Ginástica Laboral que chegou ao Brasil através de executivos nipônicos em 1963, nos estaleiros Ishikvajima. Desde 14/03/1996, passou a vigorar a lei estadual número 9345, em SP, promulgada pelo governador Mário Covas, instituindo o dia da Rádio Taissô, comemorado em 18 de junho. (POLITO; BERGAMASCHI, 2002) No início da década de 70, com a chegada de executivos japoneses ao Brasil, houve um estímulo para a adoção dessa prática em algumas empresas. Em 1973, houve uma experiência pioneira no país baseada em uma proposta elaborada pela Federação de Estabelecimento de Ensino Superior em Novo Hamburgo/RS. Essa proposta, oriunda de uma experiência pioneira, foi pautada em exercícios fundamentados em análise biomecânica com objetivo de relaxamento da musculatura agônica pela contração das antagônicas, dada à exigência funcional unilateral. Para esse tipo de programa de exercícios físicos intitulou-se educação física compensatória e recreação. Sua finalidade era esclarecer e nortear a criação de um centro de educação física junto às empresas. Segundo Schmitz (2003), em 1978 a mesma federação juntamente com o SESI, adotaram o mesmo programa diferenciando-o do primeiro de Ginástica Laboral compensatória, visando aprofundar estudos nessa área ainda em caráter experimental, para combater a chamada doença dos digitadores. Pois foi a primeira doença reconhecida legalmente em 1987, portaria de número 4602 no Ministério da Previdência e Assistência Social, como doença profissional. (SATO apud POLITO; BERGAMASCHI, 2002) Com o objetivo do estudo realizado pela Federação mais o SESI, serem apenas de estudos, e a mentalidade na época não favorecia a implantação desse tipo de trabalho, assim como resultados que dessem base para a implementação do programa em outras empresas, levando a Ginástica Laboral a entrar no esquecimento por um longo período. Após algumas experiências 13 isoladas no país envolvendo a Ginástica Laboral até o final dos anos 70, houve um período em que sua aplicação caiu no esquecimento. Para Polito; Bergamaschi (2002), isso só, pode ser atribuído à carência de resultados que surgissem de base para a disseminação da Ginástica Laboral. A partir da metade da década de 80 houve uma retomada da utilização desse método. Na mesma época em 1987, acontecia o reconhecimento da tenossinovite como doença profissional através da portaria número 4602 do ministério da previdência e Assistência Social. Esse fato exigiu maiores medidas de enfrentamento social a cerca da ameaça das lesões, principalmente por parte do empresariado. Na mesma época, era iniciado a ênfase à qualidade de vida no trabalho. Dessa forma, o surgimento da Ginástica Laboral na segunda metade da década de 80, utilizando como medida de promoção da saúde do trabalhador, acompanhou o próprio desenrolar histórico do fenômeno LER/DORT, surgindo atualmente como febre nas empresas no combate do estresse e das lesões do trabalho. 1.1 Definição de ginástica laboral É importante fazer distinção entre atividade física no local de trabalho e fora dele e Ginástica Laboral, pois essas duas práticas têm objetivos diversos e diferem significativamente nos meios e instrumentos que utilizam. Os programas de atividade física consistem em incentivos a prática de esportes ou atividades que levem a um maior dispêndio de energia e movimentação da musculatura. Em geral recomenda-se a prática de exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, com duração de aproximadamente uma hora por sessão. Para isso existem as academias e centros esportivos, em geral fora do ambiente de trabalho. A Ginástica Laboral tem por objetivo principal a prevenção de doenças ocupacionais, é realizada no local de trabalho, três vezes por semana ou diariamente, por períodos que variam de 8 a 12 minutos, durante a jornada de trabalho. Várias definições são utilizadas e principalmente diferentes atribuições são empregadas à prática da Ginástica Laboral. Uma grande carência de fundamentação teórica e científica sobre esse método dificulta a definição 14 concreta de seu papel dentro da saúde do trabalho. Dentro desse contexto, a aplicação prática das diferentes interpretações e propósitos da Ginástica Laboral apresenta-se de forma diversificada. Assim enquadram-se na definição de Ginástica Laboral: a) atividades recreacionais com exercícios físicos em empresas; b) atividades físicas programada no trabalho, de leve a moderada, com exercícios pré definidos e instalados nas pausas programadas da jornada de trabalho; c) exercícios orientados e supervisionados por profissionais ou de auto gestão, comandados pelos próprios funcionários, que nesse caso são comumente chamados de multiplicadores; d) atividades que mesclam esses dois tipos de abordagem; e) existe ainda uma série de outras formas de interpretação e aplicação de exercícios como forma de prevenção de saúde no trabalho. Essas atividades, genericamente e por convenção têm sido chamadas de ginástica laboral, pois muitos casos não se enquadram na carente conceituação teórica existente. Leite (1999) define a Ginástica Laboral como atividade física praticada no local de trabalho de forma voluntária e coletiva pelos funcionários na hora do expediente. Guerra (1997) complementa afirmando que é um programa de prevenção e compensação, cujo objetivo é a promoção da saúde dos trabalhadores através de uma preparação bio-psico-social. Dias (1994) coloca que a Ginástica Laboral é composta por exercícios específicos de curta duração, realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, visando despertar o corpo e reduzir acidentes de trabalho, prevenir doenças por traumas cumulativos, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover integração entre os funcionários e evitar fadiga gerada pelo trabalho. A Ginástica Laboral é também chamada de compensatória, devendo atuar sobre as sinergias musculares antagônicas às que se encontram ativas durante o trabalho. Esse tipo de trabalho visa proporcionar a compensação e o equilíbrio funcional, assim como também atuar como uma recuperação ativa, de forma a aproveitar as pausas regulares durante a jornada de trabalho para 15 exercitar os músculos correspondentes e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho, com intuito de prevenir a fadiga. A Ginástica Laboral Compensatória é a ginástica que tenta impedir que se instalem vícios posturais durante as atividades habituais, principalmente as de trabalho. Utiliza exercícios que atuam sobre musculaturas pouco solicitadas e relaxam aquelas que trabalham em demasia. Afirma ainda, que nesse tipo de Ginástica Laboral obtém-se melhores resultados iniciando-se pelo relaxamento dos segmentos periféricos e aos poucos atingindo os centrais e ainda ,alongamentos musculares seguidos de movimentos ativos simples executados durante pausas de sete a dez minutos ,em cada período de três a quatro horas de trabalho. A Ginástica Laboral, para Dias (1994), é definida como Ginástica Laboral Preparatória e visa à realização de exercícios específicos dentro do local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica. Essa definição baseia-se em um projeto de ginástica em uma empresa realizado em 1989, que foi desenvolvido com exercícios preventivos e terapêuticos realizados dentro do ambiente de trabalho, proposto sobretudo, como mecanismo de prevenção de doenças por traumas cumulativos. A Ginástica Laboral Preparatória consiste de uma série de exercícios que prepara o indivíduo para o trabalho de velocidade, força ou resistência. Visa o aquecimento da musculatura e das articulações que serão utilizadas. Astrand; Rodahl (apud PIMENTEL, 1999), referem-se à Ginástica Laboral como sendo a inclusão de alguma atividade física no trabalho diário, a fim de promover a oportunidade para uso diversificado do sistema locomotor e para selecionar uma relação apropriada entre o trabalho e o repouso, permitindo uma boa recuperação durante o trabalho. De forma geral as bases teóricas existentes sobre Ginástica Laboral a classificam: Ginástica Laboral Preparatória; Ginástica Laboral Compensatória; Ginástica Laboral Corretiva. (TARGA apud CANETE, 1996; MARTINS, 2001; DIAS, 1994; ALVES; VALE, 1999) Há referências também a um quarto tipo chamada de Ginástica de Manutenção ou Conservação, embora pouco utilizada. (LEITE, 1999) Além das conceituações de Ginástica Laboral compensatória e Ginástica Laboral preparatória, a Ginástica Laboral é definida como a ginástica que tem 16 por objetivo restabelecer o antagonismo muscular utilizando exercícios físicos específicos que fortalecem os músculos alongados e alongam os músculos encurtados. Destina-se aos indivíduos de deficiências não patológicas, sendo aplicadas a um número reduzido de pessoas que apresentam a mesma característica postural, fora da sessão comum. (LEITE, 1999) A Ginástica de Manutenção envolve a Ginástica que visa manter o equilíbrio morfofisiológico e caracteriza-se por um programa de trabalho aeróbico visando prevenir ou combater doenças crônico-degenerativas como:diabetes,cardiopatias,obesidade,sedentarismo,doenças respiratórias e outras. (LEITE, 1999) Em uma definição genérica a Ginástica Laboral é a atividade física programada realizada no ambiente e durante o expediente de trabalho. (CAÑETE, 1996). Esta definição converge com o fato de que diferentes formas de atividades físicas e recreativas sejam chamadas na prática de Ginástica Laboral. Bawa (1997), apresenta o que chama de Ginástica de pausa, tendo sido criada por Sheila Lee, como sendo uma série de exercícios leves,criados especialmente por usuários de computadores. Em outra definição a Ginástica Laboral consiste em exercícios realizados no local do trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica no caso da LER/DORT, sem levar o trabalhador ao cansaço, por ser de curta duração e enfatizar o alongamento e a compensação das estruturas musculares envolvidas nas tarefas ocupacionais diárias. (LABOR PHYSICAL, 2004; GUERRA, 1997; MGM, 2004) Leite (1999) define Ginástica laboral como atividade física praticada no local de trabalho de forma voluntária e coletiva pelos funcionários na hora do expediente. Esta pode ser preparatória quando realizada no início do expediente ou compensatória quando realizada no meio do expediente. Guerra (1997) complementa afirmando que é um programa de prevenção e compensação, cujo objetivo é a promoção da saúde dos trabalhadores, através de uma preparação bio-psico-social. Dias (1994), coloca que a Ginástica Laboral é composta por exercícios específicos de curta duração, realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, e reduzir acidentes de trabalho, prevenir 17 doenças por traumas cumulativos, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover a integração entre os funcionários e evitar a fadiga gerada pelo trabalho. A Ginástica Laboral nada mais é do que a prática de exercício físico orientado e dirigido durante o horário de expediente e no local de trabalho, isto é, existe uma pausa par a que possam ser realizada os exercícios físicos que visam benefícios pessoais e no trabalho. Tem como principal objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador. (CARVALHO, 1995) Uma definição clássica também conhecida é a do Serviço Social da Indústria (SESI), que caracteriza como a prática voluntária de atividades físicas realizadas pelos trabalhadores, coletivamente, dentro do próprio local de trabalho, durante a jornada diária. (SESI, 2002) Além das terminologias usuais de Ginástica laboral ou de pausa, essas terminologias são também conhecidas como Cinesioterapia Laboral, tendo como objetivos a busca de alguns benefícios físicos e psicológicos e sociais do trabalhador, influenciando em sua qualidade de vida indireta e diretamente e promovendo melhorias no ambiente de trabalho e produtividade. Couto (1995) enfatiza a importância da pausa para o organismo humano. Dentre os mecanismos que previnem as lesões, através de pausas em atividades repetitivas, podemos destacar que o fluxo de sangue normal retira a concentração acumuladas de ácido láctico muscular, evitando possíveis irritações nas terminações nervosas livres, os tendões retornam as suas estruturas normais, voltando a sua formação normal; lubrificação dos tendões pelo líquido sinovial, evitando atrito interestrutural. Este tipo de atividade vem crescendo e ganhando espaço dentro das empresas, uma vez que diminui os efeitos negativos do trabalho. Não só problemas físicos, mas também psicológicos (conflitos interpessoais, estresse, baixa concentração) e sociais (trabalho em equipe, relacionamento social). Isto é, visa à promoção da saúde psicossomática do trabalhador, a melhoria do relacionamento interpessoal no trabalho, além do aumento da produtividade. 18 CAPÍTULO II GINÁSTICA LABORAL 2 BENEFÍCIO DA GINÁSTICA LABORAL A influência benéfica da atividade física sobre a dimensão da qualidade de vida segundo Silva (2004), se dá sob múltiplos aspectos, especialmente os efeitos nocivos do estresse e o melhor gerenciamento das tensões próprias do viver. Através da implantação da Ginástica Laboral, a empresa se beneficia em alguns fatores já comprovados, entre eles a diminuição dos problemas de saúde do trabalhador e com isso um aumento na produtividade da empresa. Isso se dá em razão de uma diminuição das faltas por motivos médicos e também a redução dos acidentes de trabalho. O trabalhador recebe benefícios, pois grande parte dos exercícios é executada durante aulas, que visam reduzir o impacto e o estresse muscular que o indivíduo sofre durante sua jornada de trabalho São diversos os resultados obtidos com a introdução de um programa de Ginástica Laboral (OLIVEIRA apud SILVA, 2004): a) melhoria da condição de saúde geral de todos os funcionários; b) melhor adaptação ao posto de trabalho; c) melhoria da produção (quantitativamente e qualitativamente); d) melhora do clima organizacional; e) diminuição das queixas relativas à dor; f) diminuição na procura ambulatorial; g) diminuição dos acidentes de trabalho; h) diminuição dos afastamentos por DORT; i) melhoria do atendimento ao cliente externo. É bastante importante salientar que a Ginástica Laboral faz parte de um projeto de qualidade de vida no trabalho com seus objetivos voltados a saúde do trabalhador e tal projeto tem parâmetros ergonômicos que não se restringem somente a prática de atividade física. Conforme a literatura os principais benefícios que a Ginástica Laboral traz para as empresas são: 19 a) aumento da produtividade; b) diminuição de incidência de doenças ocupacionais; c) menores gastos com despesas médicas; d) marketing social; e) redução do índice de absenteísmo e rotatividade de funcionários; f) redução do número de erros e falhas, pois os funcionários ficam mais espertos e motivados. g) Já os benefícios para os funcionários são: h) melhora da auto estima; i) redução de dores; j) redução do estresse e alívio de tensões; k) melhoria do relacionamento interpessoal; l) aumento da resistência à fadiga central e periférica; m) aumento da disposição e motivação para o trabalho; n) melhora da saúde física, mental e espiritual. Para Cañete (1996) a Ginástica Laboral pode fornecer todos esses benefícios dependendo da competência, grau de conscientização e postura ética adotada pelos profissionais que a conduzem. Targa (apud CAÑETE 1996) complementa, afirmando que a atividade física pode ser uma faca de dois gumes, dependendo do profissional que a oriente,pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou se cair em mãos incompetentes, poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais negativas. É necessário compreender todo o projeto de intervenção a curto, médio e longo prazo na qualidade de vida dos funcionários participantes. Assim, a Ginástica Laboral compõe uma das ações efetivas nesse programa de qualidade de vida, sendo necessário também uma reeducação alimentar, orientações ergonômicas e estruturais, acompanhamento médico preventivo e estímulos ao desenvolvimento de hábitos saudáveis dentro e fora do ambiente de trabalho. Por falta de estímulos, basicamente educacionais, os indivíduos crescem adquirindo vícios dos mais diversos, só retornando suas preocupações com a saúde na terceira idade,quando se encontram frente com doenças e seqüelas ,muitas delas evitáveis através da adoção de uma postura mais saudável durante a juventude e seu período laboral. 20 Ultimamente é possível perceber uma mudança nesses valores, devido a maior conscientização da população sobre a importância em melhorar sua qualidade de vida. Para tanto, o indivíduo passa a procurar uma alimentação mais equilibrada, realizar atividades que lhe tragam prazer, iniciando ou retornando a prática de atividades físicas regulares. Dessa forma é possível prevenir enfermidades psicossomáticas. Segundo Catarino Filho (apud SILVA, 2004) há diversos benefícios com a implantação da Ginástica Laboral: a) fisiológicos: diminuição da inflamação e traumas; melhora da postura; diminuição da tensão muscular desnecessária; diminuição do esforço na execução das tarefas diárias; facilita a adaptação ao posto de trabalho; melhora a condição do estado de saúde geral; provoca aumento da circulação sanguínea ao nível da estrutura muscular, melhorando a oxigenação dos músculos e tendões e diminui o acúmulo de ácido láctico; b) psicológicos: favorece a mudança da rotina; promove um clima motivacional favorável no trabalho; reforça a auto estima; mostra a preocupação da empresa com seus funcionários; melhora a capacidade de concentração no trabalho e convívio social; c) sociais: desperta o surgimento de novas lideranças; favorece o contato pessoal; promove a integração social; favorece o sentido de grupo; melhora o relacionamento. Na Europa, países como França, Bélgica e Suécia adotam a Ginástica Laboral e realizam pesquisa sobre o assunto. Os resultados mostram influencias positivas sobre o tempo de reação, a coordenação, a sensibilidade e a atenção, proporcionando estímulos de ordem psicológica, facilidade de realizar o trabalho e diminuição da fadiga. Outros aspectos que as pesquisas têm enfocado são atenção e concentração, utilizando testes de atenção, constatou que o número de erros era menor entre os mecanógrafos que se submetiam ao programa de Ginástica Laboral do que tinham apenas repouso passivo na jornada de trabalho. (CAÑETE, 1996) Segundo Achour (1999), o aquecimento contribui também para a redução da viscosidade intermuscular, o que diminui o tempo de tramitação das 21 mensagens nervosas e aumenta a velocidade de contração muscular. Conseqüentemente isso resulta em melhor capacidade de esforço físico. A Ginástica Laboral não sobrecarrega e não leva o funcionário ao cansaço porque é leve e de curta duração. Com isso, espera-se prevenir fadiga muscular, diminui a dor e os índices de acidentes de trabalho, corrige vícios posturais, aumenta a disposição do funcionário no início e nas pausas de trabalho e transforma-se num meio de valorizar e incentivar a prática de atividades físicas como instrumento de promoção de saúde e do desempenho profissional. Assim, a partir da diminuição do sedentarismo, do controle do estresse e da melhoria da qualidade de vida, aumenta a performance profissional, pessoal e social ocorrerá naturalmente. A busca por soluções eficazes de controle e combate de doenças ocupacionais, redução da dor e do desconforto do trabalhador tem sido um grande desafio para os empresários e profissionais da saúde que interagem com essa população. A Ginástica Laboral hoje no Brasil é uma realidade e sua especificidade tem sido abordada e aprimorada pelos pesquisadores, que convergem seus esforços protocolando cientificamente o benefício para a qualidade de vida do trabalhador. Observa-se que no mundo atual que a tecnologia apesar de ter facilitado em muito a vida das pessoas, também as tornou mais sedentárias. (DISHMAN; BUCKWORTH, 1996) Sabe-se que os custos econômicos com o sedentarismo são consideráveis e apesar do grande esforço realizado pela mídia e pelos órgãos competentes somente uma minoria de adultos se engajam na prática em um grau suficiente para manter ou melhorar a saúde. (CASPERSEN; MERRITT, 1985) O ambiente de trabalho oferece grandes oportunidades para encorajar ou incentivar os adultos em aumentar o seu nível de prática de exercício físico. Muitas empresas têm implementado nesses ambientes intervenções através da prática de exercício físico que apontam aumento da produtividade e redução dos custos com saúde. (DISHMAN; BUCKWORTH, 1996) 22 Mesmo que os empresários invistam na saúde do trabalhador com o objetivo principal de aumentar seus lucros, inúmeros empregados têm melhorado sua qualidade de vida. (MARTINS, 2001) Sendo assim, a Ginástica Laboral passou a ser reconhecida por diversas organizações. Segundo Saúde e Performance (apud MARTINS, 2001), alguns benefícios já são comprovados para a empresa e para o trabalhador com a implantação de um Programa de Ginástica Laboral: Benefícios para a empresa: a) redução do índice de absenteísmo; b) maior proteção legal; c) aumento dos lucros; d) diminuição dos acidentes de trabalho, com prevenção de doenças ocupacionais; e) reflexão na capacidade de produção/produtividade; f) integração dos trabalhadores; g) baixo custo na implantação do programa; h) funcionamento da ação como política dos Recursos Humanos; i) reduzir acidente do trabalho e/ou afastamento do trabalhador da empresa. Benefícios para o trabalhador: a) fisiológicos: prevenir lesões por esforços repetitivos; prevenir lesões; diminuir tensões generalizadas e relaxar; amenizar fadiga emocional e muscular; prevenir estresse; melhorar postura; melhorar a condição do estado geral de saúde; b) psicológicos: reforçar a auto estima; aumento da capacidade de concentração no ambiente de trabalho; valorização do funcionário (homem/profissional); c) sociais: melhorar o relacionamento interpessoal; melhorar a comunicação interna; participação ativa nas palestras, debates e dinâmicas de grupo. A Ginástica Laboral é um exercício físico orientado e praticado durante o expediente visando benefícios pessoais no trabalho. Tendo como objetivos minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde 23 do trabalhador e prevenir doenças ocupacionais e promover o bem estar. (CARVALHO, 1995; LIMA, 2003) Os benefícios para a empresa são a diminuição dos problemas de saúde do trabalhador e aumento da produtividade. Essa afirmativa se verifica de diversas formas, mas os principais pontos notados são a diminuição de reclamações por dores musculares, diminuição na ocorrência de afastamentos ou faltas ao trabalho por motivos médicos e também diminuição dos acidentes e lesões do trabalho promovendo assim a redução dos gastos com afastamentos e substituição do pessoal e melhoria da imagem da empresa junto aos empregados e a sociedade. Portanto, se por um lado o fator qualidade de vida do trabalhador é significativamente aumentado, por outro lado a empresa é beneficiada na redução de gastos e no aumento da produtividade ao promover programas orientados de Ginástica Laboral. Existem estatísticas que citam um retorno de 3 a 5 vezes sobre a verba aplicada em um programa de Ginástica e hábitos de saúde,considerando faltas,encargos sociais e outros fatores relacionados a saúde ,afetando a produtividade da empresa. (CARVALHO, 1995) Sendo assim, a Ginástica Laboral promove o combate e prevenção de doenças ocupacionais, do sedentarismo, de estresse, depressão, ansiedade entre outras. Favorece a sensação de disposição e bem estar para jornada de trabalho, reduz a sensação de fadiga ao final da mesma e contribui para a promoção da saúde e qualidade de vida ao trabalhador. A Ginástica Laboral é citada por trabalhadores como uma proposta de trabalho em grupo visando à melhoria da qualidade de vida no trabalho. Tal resultado parece estar associado aos benefícios dessa proposta, que segundo Martins; Duarte (2000) englobam a prevenção de LER/DORT, diminuição de estresse, atuação sobre os vícios posturais e melhoria do relacionamento interpessoal. A Ginástica Laboral é um meio de valorizar e incentivar a prática de atividades físicas como instrumento de promoção de saúde e do desempenho profissional. Assim, a partir da diminuição do sedentarismo, do controle do estresse e da melhoria da qualidade de vida, a Ginástica Laboral destaca-se como atividade de auxílio a prevenção de lesões no ambiente de trabalho. Visa anatomicamente melhorar a flexibilidade e a mobilidade articular, diminuindo a 24 fadiga decorrente de tensão e repetitividade que acometem tendões, músculos, fáscias e nervos, beneficiando a postura do indivíduo no seu ambiente de trabalho. O objetivo geral da Ginástica Laboral é suscitar, desenvolver e aprimoraras qualidades físicas do industriário, estimulando o funcionamento de seus órgãos e como principal objetivo, desenvolver, excepcionalmente, certas qualidades que a natureza da profissão escolhida exige, para melhor rendimento, para dar ao organismo uma compensação, de tal modo que as sinergias musculares, muito solicitadas durante o trabalho, possam obter para seus músculos um relaxamento adequado. Já em outros, em que a solicitação é quase nula, sejam convenientemente exercitadas, de maneira a evitar à atrofia dos elementos componentes, e como conseqüência a redução de sua capacidade. No entanto, existem algumas desvantagens dos programas de Ginástica Laboral e estão relacionadas principalmente com as implicações de sua aplicação. Alguns desconfortos estão associados a realização de Ginástica Laboral no local de trabalho. Em primeiro lugar é muito desconfortável realizar exercícios com roupas de trabalho, principalmente em um país tropical e para aqueles trabalhadores que não utilizam uniformes de trabalho ou não efetuam troca de roupas para trabalhar. Um segundo ponto relaciona-se com o local onde a Ginástica Laboral é realizada. Sem dúvida, o local de trabalho não é apropriado para a prática de atividades físicas, pois são locais de trabalho e não de recreação ou lazer. Em geral são locais que não possuem espaço suficiente para a realização de exercícios: ambientes fechados e sem ventilação. Um terceiro ponto se refere ao constrangimento imposto ao funcionário que deve realizar os exercícios na frente dos colegas, e às vezes de seus chefes imediatos. Em alguns casos os Programas de Ginástica Laboral são administrados por multiplicadores, nesses casos não há um acompanhamento eficaz na diferenciação dos exercícios propostos para se adequarem aos diferentes biótipos, ritmos e características dos empregados. Dependendo do tipo de treinamento oferecido aos multiplicadores acompanhamento da realização dos exercícios. podem ocorrer falhas no 25 2.1 Tipos de ginástica laboral Existem basicamente três tipos de Ginástica Laboral oferecidos atualmente: Preparatória, Compensatória e de Relaxamento. A Ginástica Laboral pode ser definida conforme seu horário de aplicação. Preparatória ou de aquecimento: realizada no início da jornada de trabalho, ela ativa fisiologicamente o organismo, prepara para o exercício físico, e melhora o nível de concentração e disposição, elevando a temperatura do corpo, oxigenando os tecidos e aumentando a freqüência cardíaca. Tem duração de 10 a 12 minutos. Inclui exercícios de coordenação, equilíbrio, concentração, flexibilidade e resistência muscular. Compensatória: com duração de 5 a 10 minutos durante a jornada de trabalho, sua principal finalidade é compensar todo e qualquer tipo de tensão muscular adquirido pelo uso excessivo ou inadequado de estruturas musculoligamentares. Tem o objetivo de melhorar a circulação com a retirada de resíduos metabólicos, melhorar a postura no trabalho, reabastecer os depósitos de glicogênio e prevenir a fadiga muscular. São sugeridos exercícios de alongamento e flexibilidade, respiratórios e posturais. Relaxamento: realizada no final da jornada de trabalho, durante 10 ou 12 minutos, tem como objetivo a redução do estresse, alívio das tensões, redução dos índices de desavenças no trabalho e em casa, com conseqüente melhora da função social. São realizados auto massagens, exercícios respiratórios, alongamentos, exercícios de flexibilidade e meditação. A Ginástica Laboral ainda pode ser classificada quanto ao seu objetivo: Ginástica Corretiva ou Postural: relacionada com o equilíbrio dos músculos agonistas/antagonistas, isto é, alongamento dos músculos mais sobrecarregados e fortalecimento dos músculos em desuso ou quase sem uso. Sua duração pode ser de 10 a 12 minutos, todos os dias ou três vezes por semana. Ginástica de Compensação: tem o objetivo de evitar vícios posturais e o aparecimento da fadiga, principalmente por posturas extremas, estáticas ou unilaterais. Podem ser realizados exercícios simétricos de alongamento dentro do próprio setor, entre 5 a 10 minutos. 26 Os três primeiros tipos descritos acima, cuja combinação denomina Ginástica Laboral, são os mais utilizados nas empresas e mais propagandeados. A Ginástica Preparatória ou de Aquecimento visa ativar o trabalhador para a jornada de trabalho, sendo realizada logo no início do expediente, despertando e tornando o indivíduo mais atento durante suas atividades, evitando assim acidentes e contusões ao longo do período. Outro tipo de Ginástica é a de Compensação ou de distencionamento, geralmente realizada no meio do período de trabalho, promovendo uma pausa ativa do trabalhador, aumentando assim seu poder de concentração. A Ginástica de Relaxamento é feita no final do expediente e prioriza recuperar o trabalhador ao final da jornada de trabalho, diminuindo seu desgaste físico e psicológico ao retornar ao seu convívio pessoal. A Ginástica Laboral pode ser classificada quanto ao horário de execução, e para Mendes; Leite (2004), se no início do expediente de trabalho é chamada de Preparatória, no meio do expediente de trabalho é chamada de Compensatória e, se no final do expediente, é chamada de Relaxante. Lima (2003), apresentando um entendimento similar, tendo em vista que classifica a Ginástica Laboral como de Aquecimento ou Preparatória; Compensatória ou de pausa; Relaxamento ou Final. Na visão de Martins (2000), a Ginástica Laboral classifica-se em Preparatória (antes da jornada de trabalho) e Compensatória (durante e após a jornada de trabalho). A Ginástica Laboral Preparatória teve origem no Japão onde, desde 1928, os funcionários dos correios, freqüentavam sessões de ginástica, visando descontração e o cultivo da saúde. Após a Segunda Guerra Mundial, esse hábito se espalhou pelo país. O Ministério da Saúde declarou que em 1960 que a ginástica nas empresas japonesas traziam como resultados o aumento da produtividade,diminuição dos acidentes de trabalho e melhoria do bem estar geral dos trabalhadores. (CAÑETE, 1996) A Ginástica Laboral Preparatória é mais indicada para trabalhadores cujas tarefas laborais requerem força ou grande precisão de movimentos, enfatizando exercícios que proporcionam aquecimento músculo articular e posteriormente, aumento da circulação sanguínea periférica, prevenindo 27 acidentes de trabalho, distensões musculares e doenças ocupacionais. (DIAS. 1994) Monteiro; Viegas; Gontijo (1998) complementam que essa ginástica é por demais benéfica, pois prepara o trabalhador para as atividades laborais diárias,ativando a circulação geral para o aparelho respiratório,além de preparar as estruturas musculoligamentares de forma que os funcionários fiquem menos propensos a problemas de saúde. Para Monteiro; Viegas; Gontijo (1998) os acidentes ocorrem em sua maioria nas primeiras horas de trabalho, devido à sonolência dos trabalhadores e a falta de preparo muscular, ficando esses vulneráveis a acidentes que na maioria das vezes atingem o sistema músculo esquelético, tais como distensões, entorses entre outras lesões, implicando em longo tempo de recuperação e consequentemente afastamento do trabalho. Por sua vez,a Ginástica Laboral Compensatória deve basear-se no alongamento estático a fim de ativar os grupos musculares mais utilizados durante o cotidiano laboral. Conforme Couto (1995), a Ginástica Laboral Preparatória pode ser utilizada como prevenção de fadiga por tensão cognitiva, tendo em vista que pode proporcionar um número maior de estímulos cerebrais, tornando o indivíduo mais desperto e assim, mais apto a ter respostas adequadas ou corretas. Também é recomendado que, em intervalos de dez minutos a cada noventa minutos trabalhados, o funcionário submetido a esse tipo de fadiga igualmente deve realizar a Ginástica Compensatória. Nos países socialistas, Ginástica Laboral Compensatória tem proporcionado um incremento na saúde dos trabalhadores, como reduzir a congestão mental produzida pela concentração e a ação intelectual persistente, contribuir para minimização da tensão emocional e proporcionar uma postura correta que compense o desequilíbrio funcional produzido pela posição unilateral exigida em certos tipos de trabalho. (PULCINELLI, 1998) Hess; Hecker (2003) por sua vez sugerem que programas de alongamento nas empresas podem melhorar a saúde do trabalhador e diminuir tanto a severidade quanto o custo do tratamento das lesões musculoesqueléticas, realizaram um estudo que avaliou os efeitos de curto prazo de exercícios de alongamentos estático (com duração mínima de cinco 28 segundos cada exercício) no conforto musculoesquelético e na mobilidade postural dos trabalhadores. Entretanto, a Ginástica Laboral,quando mal aplicada,pode causar danos. No ambiente de trabalho, a qualidade deve estender-se ao programa de Ginástica Laboral e não somente aos produtos ou serviços efetuados pela empresa. (MARTINS, 2001) A Ginástica Laboral pode ser Preparatória e Compensatória, consistindo em exercícios específicos realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica. Leve e de curta duração, visa diminuir o número de acidentes de trabalho, prevenir doenças ocupacionais originadas de traumas cumulativos, prevenir fadiga muscular, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição do funcionário ao iniciar ou retornar ao trabalho, promover maior integração no ambiente de trabalho. (DIAS, 1994) A Ginástica Laboral Compensatória é realizada durante a jornada de trabalho (LEITE, 1999), através de pausas para executar exercícios específicos de compensação às exigências físicas do trabalho, relaxando os músculos que trabalham em excesso durante a jornada de trabalho, através da contração de seus antagonistas. Essa ginástica também permite a quebra da rotina, despertando os trabalhadores e prevenindo dessa maneira acidentes de trabalho. Deve ser dada atenção especial as regiões cervical, torácica e lombar, com ênfase nos exercícios de alongamento, relaxamento e força muscular. Esse tipo de atividade previne vícios posturais durante atividades habituais de trabalho, devem ser utilizados exercícios que mobilizem os músculos menos solicitados e relaxem aqueles que trabalham em demasia, sessões de sete a dez minutos em cada três a quatro horas de trabalho. (TARGA apud LEITE, 1999) A Ginástica Laboral Preparatória é realizada antes da jornada de trabalho, a fim de preparar o indivíduo para o trabalho, aquecendo músculos que serão solicitados na tarefa e despertando-os para que se sintam mais dispostos, motivados e integrados. Geralmente realizada com uma reunião de todos os funcionários em um local específico, no início de cada turno de trabalho. (SCHARCOW apud CAÑETE, 1996) Segundo Rey (apud PULCINELLI, 1998), essa atividade física justificase pelo fato do desempenho/rendimento do trabalhador não ser constante. No 29 início da jornada de trabalho o organismo começa progressivamente adaptar seus processos fisiológicos as exigências do trabalho. Em seguida ao período de adaptação inicial, o homem atinge seu ápice em rendimento, cuja duração é de aproximadamente duas horas. Após tal período, devido a fadiga ou cansaço, o desempenho do trabalhador começa a decrescer. É comprovado cientificamente que pausa realizada no início deste momento de baixo rendimento tornam variável o retorno dos sintomas improdutivos, estabilizando, por conseguinte, o desempenho do trabalhador em um nível satisfatório.Várias pesquisa tem sido feitas para identificar os efeitos da ginástica de pausa (ou compensatória) sobre os trabalhadores. Segundo Faria (apud PULCINELLI, 1998) esses estudos podem ser divididos para efeito didático em: a) estudos sobre a influência da ginástica de pausa para o estado físico e psicológico do trabalhador, realizadas través de experimento. Na Bélgica e Bulgária estudos mostraram que o tempo de reação visuomotora nos praticantes de Ginástica Laboral de pausa melhoraram 42% para 65%. No Brasil, Kolling (apud PULCINELLI, 1998) realizou estudos com operários de duas fábricas de acessórios de calçados da cidade de Novo Hamburgo e os resultados mostraram que a aplicação da Ginástica Laboral diminuiu significativamente o índice de fadiga periférica do grupo experimental em comparação com o grupo de controle. Martins (2000) implantou um programa de Ginástica Laboral Compensatória na reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina e após 54 sessões, observou uma melhora significativa da flexibilidade dos funcionários; b) estudo sobre as influências subjetivas da ginástica de pausa, através das impressões e sentimentos dos participantes da ginástica. Na Suécia, GIESEKE aplicou após um ano de participação da ginástica de pausa, questionários aos funcionários da companhia de seguros. Os resultados mostraram 87% dos respondentes achavam que a ginástica era um estimulante de ordem psicológica, 76% que o trabalho se realizava mais facilmente após a ginástica e 60,7% acreditavam que a fadiga diminuiu. (FARIA apud PULCINELLI, 1998). 30 Sobre a influencia do professor, Weinberg; Gould (2001) ressaltam que os instrutores podem seguramente influenciar no sucesso de um programa e, portanto eles devem ser experientes, dar muito feedback, ajudar os indivíduos a estabelecerem metas flexíveis, além de demonstrar preocupação por sua segurança e conforto psicológico. A correção das atividades da Ginástica Laboral (MARTINS, 2001), principalmente nos exercícios de alongamento, deve sempre ser realizada, seja durante (quando aplicável) ou após as aulas (atendimento individualizado). Ainda sobre as responsabilidades do professor, recomenda-se a observação da pontualidade, uma vez que as sessões de Ginástica Laboral duram poucos minutos. Para que não haja atraso entre as aulas, Martins (2001) recomenda que o professor proporcione atendimento personalizado (diário, semanal ou mensal) ao trabalhador a fim de que suas dúvidas sobre saúde sejam respondidas e que para a correção dos exercícios realizadas durante a aula seja otimizada. Martins (2001) admite a premissa de que o professor é a peça chave do Programa de Ginástica Laboral, podendo ser o único elo constante entre o trabalhador e sua saúde. Zilli (apud MARTINS, 2001), para iniciarmos um programa de Ginástica Laboral deve-se percorrer as seguintes etapas: pré-projeto; pré implantação e implantação; consolidação; comprometimento; sustentação, contatos e negociação; avaliação. De acordo com Guerra (1997) existem cinco etapas para a implantação da Ginástica Laboral tenha sucesso: a) avaliação e diagnóstico, analisando a aptidão física, qualidade de vida, biomecânica e ergonomia, a fim de permitir uma correta adequação da atividade física; b) planejamento e estruturação do programa, prevendo inclusive a motivação, compreensão da validade, aval e aceitação por parte dos funcionários; c) conscientização de todos os funcionários da empresa sobre os problemas provenientes da má postura (dentro e fora da empresa), sua prevenção e o incentivo a prática regular de atividade física; 31 d) implantação do projeto piloto, possibilitando ajustes antes da sua expansão em todos os setores; e) avaliação dos resultados, incluindo as áreas de qualidade empresarial, produtividade e qualidade de vida. Na Michelin (pneus) do rio de Janeiro/RJ a Ginástica Laboral foi implantada em 2003, desenvolvendo em três etapas distintas: implantação, manutenção e controle dos resultados. A seguir descreve-se os fatores inerentes a cada etapa: Implantação: a) palestras aos funcionários sobre Ginástica Laboral; b) avaliação dos grupos e suas atividades laborais; c) avaliação individual dos funcionários (anamnese); d) elaboração do programa específico ao grupo a ser trabalhado; e) orientação fisioterápica aos funcionários que já apresentam dores ou lesões; f) entrega de material específico aos funcionários que realizaram orientação fisioterápica. Manutenção: a) realização da Ginástica Laboral no próprio local de trabalho com duração de quinze minutos, realizadas três vezes por semana; b) aulas de alongamento, relaxamento, atividades lúdicas, informações sobre postura; c) entrega de material didático aos funcionários, contendo exercícios específicos aos que receberam orientação fisioterápica. Controle dos resultados: a) avaliação trimestral do Programa de Ginástica Laboral, realizada pelos participantes; b) avaliação semestral dos funcionários (questionário) evidenciando as melhoras obtidas após o período de implantação do programa; c) demonstração dos resultados a gerencia e diretorias, através de levantamento estatístico dos dados obtidos nas avaliações, de modo comparativo com as avaliações realizadas anteriormente; d) retroalimentação do trabalho através dos resultados obtidos nas avaliações. 32 CAPÍTULO III ANÁLISE DOS RESULTADOS DA GINÁSTICA LABORAL 3 RESULTADOS OBTIDOS COM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL Dias (1994) acredita que muitos empresários brasileiros ainda vêem a Ginástica laboral como perda de tempo e de produtividade, pois não conseguem enxergar benefícios provenientes da implantação de tal ginástica. Entretanto a autora cita que desde 1989, na fábrica de tintas Renner (Porto Alegre, RS), houve diminuição da procura ambulatorial, diminuição do índice de absenteísmo, aumento da disposição para o trabalho, diminuição das reclamações com o sindicato decorrente de problemas sobre doenças ocupacionais, melhoria das dores articulares e musculares e melhoria do relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho. A Merrel Lepetit (PROTEÇÃO, 1995), além da aplicação da Ginástica Laboral, investiu em um Fitness Center no seu próprio complexo industrial, onde seu único gasto foi na reforma de uma de suas salas e na compra de equipamentos. Uma das unidades da empresa Dana-Albarus (Gravataí, RS), que contou com a participação voluntária de 100% dos funcionários do setor de forjaria realizando a Ginástica Laboral Preparatória, decidiu tratar os funcionários com quadros avançados de lombalgia e tendinites com Ginástica Laboral Compensatória individual. Caso fosse diagnosticada alguma lesão mais avançada e/ou aguda, a fisioterapia ainda era empregada. Novamente após três meses de realização da Ginástica Laboral, ocorreram resultados positivos: houve uma diminuição de 46% dos acidentes ocorridos no primeiro turno do setor de forjaria e uma diminuição de 54% da procura ambulatorial traumato. (PROTEÇÃO, 1995) Na eletrônica Selenium a Ginástica Laboral e a avaliação ergonômica dos postos de trabalho obtiveram resultados compensadores. A fim de evitar lesões foi implantado um sistema de rodízio onde os funcionários revezavam- 33 se nas atividades ou mudavam de setor. Deste modo, haveria uma diminuição da sobrecarga muscular, pois os trabalhadores estariam efetuando outra função. Em seis meses de Ginástica Laboral o índice de absenteísmo diminui 38%,os acidentes de trabalho decresceram 86,67%,as dores de 64% dos trabalhadores diminuíram e 100% dos empregados afirmaram que estão dispostos a retornarem ao trabalho. No Brasil, Cañete (1996) realizou uma pesquisa com cinco empresas do Rio Grande do Sul e concluiu através de entrevista com funcionários de diferentes níveis hierárquicos que a Ginástica Laboral reduz significativamente os afastamentos por doenças ocupacionais e as faltas devido os efeitos de relaxamento, descontração e eliminação de dores que a Ginástica Laboral proporciona. Martins (2000) relata que trabalhadores que participaram de um programa de promoção de saúde responderam que Ginástica Laboral ajudou a aumentar seu bem estar diário e a melhorar o relacionamento interpessoal. Já 88,5% acreditaram que tal programa alterou para melhor seu estilo de vida. No entanto, dependendo das atividades aplicadas, o trabalhador pode tornar-se enfermo e improdutivo. Lee et al (apud DEPARTAMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1979) estudaram a realização de exercícios físicos específicos no próprio local de trabalho, executados por trabalhadores que utilizavam diariamente o computador. Os exercícios foram auto-administrados e retirados da literatura. Mesmo com a maioria dos exercícios ter sido executada satisfatoriamente, mas de um terço foi relatado como potencialmente constrangedor,sendo que vários evidenciaram ainda mais estresse biomecânico ao qual estes trabalhadores estavam submetidos na jornada de trabalho. Alguns exercícios foram contra-indicados para indivíduos com problemas de saúde específicos. Desta forma, os programas de Ginástica Laboral devem ser focados de acordo com as necessidades do trabalhador, levando em consideração suas atividades individuais e suas limitações. Capra (1992) defende que o importante objetivo da educação sanitária será o de estimular a responsabilidade das grandes empresas. A comunidade empresarial precisa aprender mais sobre os riscos para a saúde resultante de seus métodos de produção e de seus produtos. As empresas terão que toma 34 consciência dos custos para manutenção da saúde pública, gerados por suas atividades e formular uma política empresarial que esteja de acordo com seus objetivos. A política a ser adotada pelo governo consistirá numa legislação que estabeleça condições para prevenção de doenças ocupacionais acompanhada de uma política social que garanta as necessidades básicas das pessoas. Quanto à análise econômica da implantação de programas de aptidão para o trabalhador, tanto o governo como as empresas privadas deveriam ver o nível de aptidão física e um bom estado de saúde, como objetivos desejáveis em si mesmos, independente de qualquer benefício financeiro resultante. (SHEPHARD, 1994). No entanto, existe uma preocupação quanto ao custo/benefício de um estilo de vida ativo. Investir em saúde preventiva inicialmente requer um aumento de custos. O investimento para desenvolver um programa de Ginástica Laboral varia amplamente. (SHEPHARD, 1994) As acomodações para a prática de exercícios podem variar desde uma simples instalação com local para caminhar, uma sala com ginástica e um profissional de tempo parcial, a uma completa instalação milionária. No entanto, o interesse do trabalhador que tem estilo de vida ativo não está afetado grandemente pela quantidade de gastos, desde que haja uma mínima instalação básica para exercitar-se. (SHEPHARD, 1994) Shephard (1994) pesquisaram a influência de um programa de exercícios físicos no local de trabalho sobre a aptidão física, a produtividade e o absenteísmo, e verificaram que apenas 20% dos trabalhadores participaram efetivamente do programa, os quais mostraram ganhos significativos da aptidão física (diminuição da gordura corporal, aumento da capacidade aeróbica e flexibilidade). E apesar de não ter sido observado aumento da produtividade da empresa, o absenteísmo reduziu 22% que representou uma redução nos custos totais da empresa. O aumento da produtividade deveria resultar em aumento da capacidade física para o trabalho e então, um decréscimo da fadiga. (LAPORTE, 1966; SHEPHARD, 1994), reduções nas doenças e alívio do desânimo, ansiedade ou agressividade gratuita. Apesar de vários estudos terem demonstrado a importância da atividade física para a saúde e da divulgação através da mídia desses benefícios, muitas pessoas ainda adotam hábitos sedentários. Shephard (1994) realizou estudo 35 no município de São Paulo com uma amostra de 1479 pessoas adultas e verificou que 57% dos homens e 80% das mulheres não praticavam atividade física dando um total de 69,3% da população totalmente sedentária. Desenvolveu um estudo nas indústrias de Santa Catarina e mostrou que 46,4% dos trabalhadores não realizavam atividades físicas de lazer, sendo que as mulheres realizavam ainda menos. Germignami (apud SHEPHARD, 1994) cita que algumas empresas estão implantando programas de atividade física no local de trabalho com o objetivo de estimular trabalhadores para uma vida ativa e com isso reduzir o absenteísmo por doenças e outros custos com assistência médica. Afirma que o estilo de vida ativa é um importante determinante para a saúde das pessoas e funciona como um imã atraindo comportamentos saudáveis e eliminando comportamentos negativos. Empresas como Dona-Albarus em Gravataí, Selenium em Nova Santa Rita, Iochpe-Maxion em Canoas, todas no Rio Grande do Sul, tiveram os mesmos motivos para implantarem o programa de Ginástica Laboral, altos índices de acidentes e afastamentos do trabalho, assim como para aumentar o nível de entusiasmo dos funcionários. A Dana-Albarus após três meses da implantação reduziu em 72% os acidentes. Na Selenium,em seis meses de implantação do programa o índice de absenteísmo diminuiu em 38%,as acidentes em 86,67% e 64% dos funcionários afirmaram que as dores diminuíram após a ginástica e 57% que o relacionamento melhorou entre os colegas.O engenheiro de segurança da Iochpe-Maxion comentou que os funcionários ficaram menos tensos depois da implantação e mais motivados para o trabalho. (PROTEÇÃO, 1995). Barcelos (apud PROTEÇÃO, 1995) acompanhou um programa de Ginástica Laboral nos funcionários do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na percepção corpora, fazendo com que os funcionários adotassem posturas mais adequadas. Santos (2003) pesquisou os funcionários de um supermercado em Florianópolis e concluiu no final de sua pesquisa que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica Laboral foram: uma melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento do clima de 36 amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e comprometidos com a empresa. Militão (2001) pesquisou se existia diferença nos resultados de Ginástica Laboral quando orientada por multiplicadores ou professores de educação física em quatro empresas do estado de Santa Catarina que aplicavam a Ginástica Laboral há mais de um ano (duas empresas utilizavam multiplicadores e outras duas, professor de educação física). Os resultados estatisticamente significantes, provenientes da aplicação de questionários em uma amostra de vinte e sete trabalhadores, sugeriram quando a Ginástica era ministrada por multiplicadores, tanto a empresa quanto o próprio trabalhador perdiam ou deixavam de ganhar benefícios que poderiam ter se tal atividade fosse diretamente ministrada por educador físico. Lima (2003) estudou por dois anos a Ginástica Laboral implantada com o intuito de prevenir os DORT em uma empresa de ramo alimentício de Curitiba/PR. A Ginástica Laboral (baseada em exercícios de alongamento, exercícios de estímulo circulatório, correção e compensação postural, fortalecimento muscular, contrações para estimular o retorno venoso das pernas, exercícios de relaxamento e auto-massagens) era efetuada duas vezes em cada turno, com duração de dez minutos e, apesar de ter sido esquematizada por fisioterapeuta, era aplicada tanto por multiplicadores quanto pelo fisioterapeuta. O estudo utilizou como fonte principal de dados os registros de DORT fornecidos pelo serviço de Segurança e Saúde do Trabalho da empresa. Os resultados demonstraram uma grande redução dos registros dos casos de DORT principalmente três meses após a implantação da Ginástica Laboral, mas que voltaram a crescer progressivamente ao longo de dois anos. Martins; Duarte (2000) verificaram alterações na flexibilidade, percentual de gordura e pressão arterial provocadas por quatro meses de um Programa de Ginástica Laboral direcionado para trabalhadores da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. O programa era composto por Ginástica laboral (compensatória realizada três vezes por semana, com ênfase em exercícios de alongamento), palestras mensais sobre saúde e informações semanais sobre qualidade de vida. Através da coleta de dados efetuada por testes físicos e questionários, constatou-se que houve melhora significante do percentual de gordura, da pressão arterial, da flexibilidade, do aumento da 37 amplitude de abdução do ombro, da hiperextensão do cotovelo, da flexão do punho, da extensão do quadril, da flexão do joelho e da hiperextensão do joelho. O Programa de Ginástica Laboral também mostrou-se capaz de implementar alterações saudáveis nos hábitos de seus participantes ,visto que 46,2% afirmaram vivenciar os ensinamentos vinculados pelo programa e que pode ter sido capaz de reduzir significantemente o percentual de gordura e aumentar a massa corporal magra devido a alterações estilo de vida dos trabalhadores. Tokars (2001) analisou, através de questionários, a aplicação da Ginástica Laboral Proprioceptiva (que enfatiza a percepção dos segmentos corporais e detecção das falhas na postura ou movimentos corporais executados) em operadores de solda de uma indústria automobilística em Curitiba/PR. O Programa da Ginástica Laboral preconizavam exercícios com mudanças de ângulos, velocidade e posição dos membros superiores e a percepção consciente da contração e relaxamento muscular. Os resultados sugeriram que a Ginástica Laboral (implantada após uma análise ergonômica),pode ter sido capaz de despertar a percepção e a consciência corporal ,além de suas inter-relações segmentares e proteger as estruturas anatômicas em questão ,permitindo inclusive, a otimização do trabalho homemmáquina . Alvarez (2002) avaliou a Ginástica Laboral numa empresa de telefonia de São Jose/SC e analisou através de questionários, o estilo de vida e o lazer dos trabalhadores que participavam do programa durante dois anos. As aulas eram baseadas em exercícios de alongamento, relaxamento e contração muscular (principalmente objetivando a realização de movimentos rápidos). Dentre seus achados, foi ressaltado que: a) as maiorias das barreiras para a prática de exercícios físicos fora da empresa foram, falta de tempo, falta de motivação e problemas financeiros; b) os trabalhadores que participavam da Ginástica Laboral apresentavam menores valores percentuais quanto aos índices de tabagismo, consumo de álcool, estresse, obesidade e consumo diário de alimentos gordurosos quando comprados com outros estudos; 38 c) apenas a Ginástica Laboral não era suficiente para promover a qualidade de vida dos funcionários, necessitando-se de uma intenção direta com os fatores ergonômicos do ambiente de trabalho em questão. Reis et al (2002) investigaram o impacto de um Programa de Ginástica Laboral, efetuado por vinte e quatro dias, por trabalhadores de uma emissora de televisão em Florianópolis/SC. A Ginástica Laboral diária era composta por exercícios respiratórios ,alongamento,relaxamento,massagem e atividades lúdicas ,objetivando principalmente o combate ao estresse psicológico negativo constatado pela emissora (fato que ocasionou a demanda do Programa de Ginástica Laboral).A propagação de informações sobre saúde pelo local de trabalho ,além da presença diária do professor após as aulas (proporcionando um atendimento mais individualizado), faziam parte do Programa de Ginástica Laboral. Os resultados obtidos através de questionários auto-administrado, demonstraram que 90,6% dos respondentes participaram das sessões (9,4% não compareceram devido a falta de tempo); 20,6% melhoraram o bem estar diário;18,7% retornaram mais dispostos ao trabalho; 15,4% sentiram menos dores; 12,1% melhoraram o relacionamento interpessoal; 7% passaram a se exercitar com mais freqüência; 5,1% realizaram exercícios de Ginástica Laboral mesmo quando não havia sessão; 11,7% passaram a se alongar mais; 7,5% passaram a vivenciar os ensinamentos difundidos nas dicas semanais e 100% desejaram a continuidade do programa,além de terem afirmado que a Ginástica Laboral contribui para a qualidade de vida no trabalho.Os resultados indicaram que,mesmo aplicado por um curto período de tempo,o Programa de Ginástica Laboral pode contribuir positivamente para a qualidade de vida de trabalhadores sob intenso estresse. Bergamaschi (2003) desenvolveu uma pesquisa com 112 trabalhadores de uma indústria farmacêutica que realizavam Ginástica Laboral, a fim de verificar a influência de diferentes estilos musicais no estado de ânimo. Tais aulas já eram efetuadas pelos trabalhadores há quatro anos, executadas duas vezes por turno, totalizando vinte minutos, (dez minutos no início e dez minutos no final da jornada de trabalho). Os resultados sugeriram que a Ginástica Laboral acompanhada ou não de diferentes estilos musicais, não desencadeou mudanças significativas no estado de ânimo dos trabalhadores que, por sua 39 vez, já poderiam ter atingido um bom nível de intensidade de seus estados de ânimo através da própria Ginástica Laboral, mantida por extenso período. Schmidt et al (2003) discorreram sobre a aplicação diária da Ginástica Laboral (composta por exercícios de alongamento, relaxamento, exercícios respiratórios, exercícios resistidos com halteres, reeducação postural e dinâmicas de grupo) em trabalhadores de um hospital em Cascavel/PR. A realização da Ginástica Laboral era de duas ou três vezes por turno(dependendo da duração da jornada de trabalho),durante quinze minutos e no decorrer de quatro meses pode ter apresentado a capacidade de atuar no estado emocional do trabalhador ,reduzindo seu nervosismo. O estudo de Pinto (2003) avaliou a aplicação da Ginástica Laboral em cirurgiões dentista da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis/SC. A Ginástica Laboral contou com vinte e três exercícios de alongamento, efetuados duas vezes por semana (totalizando quatorze aulas). Os resultados, coletados com aplicação de questionários pré e pós Ginástica Laboral, além de identificar a região corporal dolorida e mensurar a dor através de um mapa de desconforto corporal e escala analógica, demonstraram que a Ginástica Laboral pode ser aplicada diariamente por cirurgiões dentistas como uma medida para compensar os esforços e sobrecargas músculo-articulares geradas durante seus atendimentos. Santos (2003) pesquisou o efeito de três meses da Ginástica Laboral Compensatória de trabalhadores de um centro de informática da cidade de Florianópolis/SC. A Ginástica Laboral era composta por exercícios de flexibilidade, força e resistência muscular localizada, com duração de quinze minutos, ministrada três vezes por semana. Os dados foram coletados por avaliações físicas (índice de massa corporal, flexibilidade, força e avaliação postural), fotos (para verificar a postura corporal) e questionários. Dentre os resultados, ressaltou-se a possibilidade de ter havido incremento de força (6%), flexibilidade (4%), além da melhoria do índice de correção da postura corporal (4,62%). A seguir encontram-se algumas empresas que têm investido na Ginástica Laboral para promover a saúde de seus trabalhadores, divulgando tal empreendimento na internet: 40 a) Intelbras (INTELBRAS, 2004; ALVAREZ, 2005) telefonia: Ginástica Laboral diária desde 1998, realizada na fábrica e setor administrativo, onde igualmente é oferecido o programa Vida & corpo (específico para trabalhadores com queixas freqüentes de dor músculoesqueletica); b) Hospital do Câncer (HOSPITAL DO CÂNCER, 2004): Ginástica Laboral desde agosto de 2001, realizada duas vezes por semana, com trinta minutos de duração, onde a Ginástica Laboral faz parte de um programa geral de prevenção de doenças osteo musculares e de conscientização corporal; c) Viação Ouro e Prata (VIAÇÃO OURO E PRATA, 2004) – transporte coletivo: Ginástica Laboral desde 2001, com duração de quinze minutos, sendo que motoristas realizam a Ginástica Laboral nas salas de descanso; d) Bristol-Myers Squibb (BRISTOL-MYERS SQUIBB, 2004) – farmacêutica: Ginástica Laboral desde 2001, diária com duração entre sete e dez minutos, de participação voluntária; e) Softway Contact Center (SOFTWAY CONTACT CENTER, 2004) – telemarketing: Ginástica laboral preparatória, além de atendimento individualizado no meio da jornada de trabalho (permitindo a aplicação de exercícios específicos ás necessidades de cada trabalhador); f) Sama (SAMA, 2004) – mineração de amianto: Ginástica Laboral diária e de participação voluntária, contempla ações de cunho preventivo-educativo; g) Clealco (CLEALCO, 2004) – açúcar e álcool: Ginástica Laboral desde 1998 para todos os funcionários, sendo que a Ginástica Laboral é a principal ferramenta do programa de qualidade de vida da empresa; h) Epson (EPSON, 2004) – impressoras: Ginástica Laboral realizada três vezes por semana, cujo maior objetivo é o desenvolvimento do bem-estar físico e mental do trabalhador; i) Massey Ferguson AGCO (MASSEY FERGUSON AGCO, 2004) – máquinas agrícolas: Ginástica Laboral há onze anos, preparatória e compensatória; 41 j) Incoterm (INCOTERM, 2004) – indústria de termômetros: Ginástica Laboral desde outubro de 2003, com dez minutos de duração, realizada em todos os setores da empresa. Segundo Pagliare (apud SANTOS, 2003), a Kodak do Brasil realiza desde 1995ª Ginástica Laboral em todos os seus setores. Coordenada pelo departamento médico, esta atividade envolve ciclos de aquecimento no início dos turnos e de alongamento e relaxamento durante as micro pausas e ao final da jornada de trabalho. Como conseqüência houve a melhoria da consciência corporal e auxílio na prevenção dos DORT. Com a finalidade de capitalizar o investimento na saúde de seus funcionários, a empresa Natura decidiu aliar os benefícios da Ginástica Laboral o incentivo da prática regular de exercício físico por intermédio de sua academia de ginástica. Em um período de dezessete meses (entre janeiro de 2002 e maio de 2003), foi pesquisada a assiduidade de cem freqüentadores da academia. Tal amostra foi dividida em dois grupos: assíduos (acima da média de freqüência mensal, que foi obtida através da média aritmética ponderada de todos os participantes do período da pesquisa) e não assíduos (na média da freqüência mensal ou abaixo da mesma). Os resultados demonstraram que o grupo assíduo gastou 31,93% a menos com o plano de saúde que o grupo não assíduo, sugerindo que um trabalhador regularmente ativo pode ser mais saudável e, portanto, utilizar menos os exercícios oferecidos pelo plano de saúde. Ainda, o grupo não assíduo reduziu em 12,87% seus gastos com o plano de saúde, se comparado aos trabalhadores que não utilizaram a academia de ginástica. A atitude da empresa Natura exemplifica que o Programa de Ginástica Laboral deve oferecer trabalhadores não só aulas de Ginástica Laboral, mas também o maior número viável de serviços, com o propósito de melhorar a qualidade de vida tanto dentro como fora do trabalho, essa visão é corroborada por Martins (2001) uma vez que o Programa de Ginástica Laboral precisa ser encarado como mias uma ação dentre as inúmeras ações voltadas para promover a qualidade vida e qualidade de vida no trabalho, e deve-se ter uma visão holística no que diz respeito ao trabalhador, já que o mesmo vivencia atividades fora da empresa. É importante também enfatizar para o trabalhador 42 a importância de todos os componentes do programa e conseguir perpetuar a crença de que cada indivíduo é responsável por sua saúde e segurança. O Programa de Ginástica Laboral, de acordo com Martins (2001), deve ser direcionado para as peculariedades e preferências do indivíduo. De acordo com Mcintyre (apud MARTINS, 2001), a massagem provoca benefícios através da redução e/ou eliminação da dor, diminuição do edema redução do estresse psicológico, aumento da mobilidade, aumento da flexibilidade, aumento da circulação e drenagem linfática, melhoria da consciência corporal, aumento do relaxamento. Para Achour (1999) a massagem é particularmente quando há encurtamento muscular ou quando uma grande amplitude de movimento é solicitada. Martins (2000) expôs que trabalhadores que participavam de um Programa de Ginástica Laboral afirmaram terem alívio do desconforto causado pelo alongamento quando a massagem precedia tal exercício. Este fato pode ser justificado pela capacidade que a massagem tem em diminuir o tônus muscular, relaxando a musculatura objetivada pelo alongamento. É bom lembrar que determinadas tarefas ocupacionais podem exacerbar a contração da musculatura (favorecendo ainda mais o encurtamento muscular),tornando o alongamento desconfortável. De acordo com Martins (2001), a massagem pode fazer parte da Ginástica Laboral através da automassagem, massagens em grupo ou em duplas. No entanto deve haver bom senso para introduzi-la na aula, visto que alguns indivíduos podem apresentar constrangimento com sua realização. Como qualquer outra atividade da Ginástica Laboral, o professor deve ter feedback dos trabalhadores, indagando se a massagem proporcionou relaxamento e se agradou. Conforme Barbanti (1994), aderência relacionada ao exercício físico é a manutenção da participação no programa, individual ou em grupo, estruturado ou desestruturado, sendo geralmente medida pelo número de ausências consecutivas nos treinos ou aulas. Ao fim de qualquer exercício físico proporcione o maior número de benefícios ao indivíduo, à aderência a atividade deve ser otimizada. E se o exercício físico for realizado na fábrica, métodos para que o trabalhador 43 aumente sua freqüência de participação nos exercícios devem ser priorizados. Segundo Weinberg; Gould (2001) os trabalhadores da indústria normalmente tem taxas de aderência mais baixas que funcionários de escritório, quando se trata de exercícios. Dishman; Buckworth (1996) realizaram uma meta análise das pesquisas que investigaram a eficiência de programas de prática física, sejam programas de incentivo a prática de exercício físico, sejam como Ginástica Laboral. O estudo investigou setenta e três pesquisas e verificou que, no caso de intervenções tipo Ginástica laboral, há alguns indícios de melhoria da condição física dos participantes, mas os benefícios são pequenos. Além disso, os autores afirmam que há poucas evidencias mostrando que um a intervenção tipo ginástica Laboral produz um aumento na prática de atividades físicas de seus participantes. Por outro lado, há evidencias que os empregados preferem não realizar exercícios físicos no trabalho. De uma maneira geral ,os autores concluem que os programas de intervenção nos locais de trabalho ainda não demonstraram um efeito positivo sobre o incentivo de prática de atividades físicas e sobre as condições físicas dos trabalhadores. O trabalho de painel sobre desordens músculo esqueléticas do governo dos Estados Unidos (National Research Council and Institute of Medicine) afirma que são poucos os estudos que relacionam Programas de Ginástica Laboral e a prevenção das lesões por esforços repetitivos). Os que existem possuem um rigor científico limitado e não são generalizáveis. A conclusão é que os resultados são controversos, com alguns estudos mostrando uma correlação positiva entre ausência de sintomas e a prática de Ginástica Laboral e outros mostrando o contrário. Em uma revisão mais recente sobre a eficácia da Ginástica Laboral na prevenção das lesões por esforços repetitivos, embora sugiram que os exercícios melhoram a saúde e diminuem a severidade e o custo do tratamento das lesões, Hess; Hecker (2003) concluem que os poucos estudos específicos sobre os programas de Ginástica Laboral não fornecem evidencias conclusivas nem a favor nem contra a Ginástica Laboral. No Brasil existem alguns documentos e textos que alegam trazer indicações seguras de que a Ginástica Laboral aumenta a prática de exercícios 44 físicos dos funcionários e diminui a incidência de dores e demais sintomas relacionadas a LER/DORT. A Ginástica Laboral adaptada para as necessidades impostas pelo tipo de trabalho, realizada sem sair do posto, em breves períodos de tempo, ao longo de todo o dia de trabalho, pode produzir resultados positivos para os funcionários e para a empresa. (PINTO, 2003) Martins (2000) realizaram um estudo junto a noventa funcionários da Justiça Federal de Santa Catarina. Após vinte e sete sessões de Ginásticas Laboral, os participantes responderam a um questionário auto-administrado. A conclusão foi de que os dados sugerem uma boa aceitação do programa pelos funcionários e que a Ginástica Laboral parece ter sido eficaz na prevenção de Ler/DORT. No entanto, a pesquisa não apresenta nenhum dos controles habituais para esse tipo de pesquisa: não há um grupo controle e nem um controle do próprio sujeito (aplicação do mesmo questionário antes - depois). Não foram realizados medidas ou exames clínicos que possam comprovar as sugestões das autoras. Resta o fato da boa aceitação por parte dos trabalhadores e o auto relato da diminuição dos sintomas relacionadas a dores no corpo. Umas das autoras, Martins (2000), realizou um estudo com vinte e seis trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina onde foram medidas a flexibilidade, força, percentual de gordura e a pressão arterial dos participantes. Após cinqüenta e quatro sessões de Ginástica Laboral, realizadas três vezes por semana durante quinze minutos, encontrou-se uma melhora significante no percentual de gordura, da pressão arterial, da flexibilidade medida com o teste sentar e alcançar. Obteve-se também um aumento na amplitude de movimento de abdução do ombro, da hiperextensão do cotovelo, da flexão do punho, da extensão do quadril, da flexão e da hiperextensão do joelho. No entanto, os resultados não uma correlação positiva entre a freqüência das sessões de exercícios nos locais de trabalho e os benefícios apontados nas mensurações realizadas. As desvantagens dos programas de Ginástica Laboral estão relacionadas principalmente com as implicações de sua aplicação. Uma delas é a inversão na relação de causa e efeito das doenças ocupacionais: não são as condições de trabalho que estão inadequadas, mas sim o trabalhador que não 45 possui um sistema musculoesquelético forte o suficiente para dar conta das condições do trabalho. A inversão da relação de causa e efeito é grave, pois pode levar a um sentimento de inadequação do trabalhador. Em outro s setores da gestão atual das empresas, a tentativa é fazer com que o trabalhador assuma todas as responsabilidades pelo desempenho, pela qualidade e no caso da Ginástica Laboral, pelo seu condicionamento físico. O seu estado físico deve ser de tal ordem a permitir que de trabalhe sobre condições estressantes, com ritmos acelerados e poucos momentos para relaxar, sem se cansar e sem adoecer. 46 CONCLUSÃO Uma grande carência de fundamentação teórica e científica sobre a Ginástica Laboral dificulta a definição concreta de seu papel dentro da saúde do trabalho. Dentro desse contexto, a aplicação prática das diferentes interpretações da Ginástica Laboral tem por objetivo principal a prevenção de doenças ocupacionais. As desvantagens dos programas de Ginástica Laboral estão relacionadas principalmente com as implicações de sua aplicação. Uma delas é a inversão na relação de causa e efeito das doenças ocupacionais: não são as condições de trabalho que estão inadequadas, mas sim o trabalhador que não possui um sistema musculoesquelético forte o suficiente para dar conta das condições do trabalho. A inversão da relação de causa e efeito é grave, pois pode levar a um sentimento de inadequação do trabalhador. Os poucos estudos específicos sobre os programas de Ginástica Laboral não fornecem evidencias conclusivas nem a favor nem contra a Ginástica Laboral. De uma maneira geral, os autores concluem que os programas de intervenção nos locais de trabalho ainda não demonstraram um efeito positivo sobre o incentivo de prática de atividades físicas e sobre as condições físicas dos trabalhadores. 47 REFERÊNCIAS ACHOUR, A. J. Bases para exercícios de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1999. ALVAREZ, B. R. Estilo de vida e hábitos de lazer de trabalhadores, após dois anos de aplicação de um programa de ginástica laboral e saúde: caso – Intelbras. 2002. 185 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Ergonomia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. ______. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]> em 8 mar. 2005. ALVAREZ, B. R.; MARTINS, C. O.; WAINSTEIM S.; DALLANTONIA, A. K. Desempenho de professores de GL, opinião dos trabalhadores de instituição federal. 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