PV6 // INTERNACIONALIZAÇAO Internacionalização de Empresas no Brasil ζ Opinião: Manuel Teixeira Gomes da Gameiro e Associados, Sociedade de Advogados, R.L. Enquanto a maioria dos países vê a sua dívida pública disparar, assim como a taxa de desemprego subir cada vez mais, no Brasil, pensa-se como poderá ser optimizado o boom económico e financeiro deste país, sendo, neste capítulo o último país a entrar em crise assim como o primeiro a sair desta, preparando-se para “escalar” o ranking das potências económicas mundiais. Com São Paulo como cidade colosso da América Latina, ombreando cada vez mais com Nova Iorque pelo título de capital financeira do continente Americano, o Brasil já é o país mais poderoso da América Latina, e o seu PIB destaca-se de longe de qualquer outro país latino -Americano. Com a maioria das economias estagnadas, a economia Brasileira cresceu 7%, significando isto que se desenvolve três vezes mais rápido que a Norte-Americana, por exemplo. Este, é o país que dispõe de 14% da água potável mundial, é o país que outrora teve os E.U.A. como maior parceiro económico, hoje, apresentando-se como um dos únicos países capazes de “saciar” as necessidades da China, tem agora uma parceria bem sucedida com estes. Recentemente, a 240 km da costa foi encontrada aquela que pode ser a maior descoberta de petróleo nos últimos trinta e cinco anos, e pode catapultar o Brasil para o 3º ou 4º maior produtor de petróleo do mundo, arrastando a sua economia para um patamar superior. Com a convicção de que este é o momento para entrar no mercado Brasileiro, ressalve-se que é preciso ter em conta determinados aspectos no quadro legal que se apresentam como excessivamente específicos para o investidor. Para tal, têm que se ter em conta os inevitáveis formalismos inerentes ao processo de internacionalização de uma sociedade. Vejamos: Uma empresa que se queira estabelecer no mercado brasileiro tem que respeitar condições internas (quanto aos incentivos provenientes de Portugal), assim como todos os requisitos do 10 Março 2011 Pontos de Vista país estrangeiro (aqui, o Brasil). Ora, se quanto aos incentivos que são possíveis encontrar em Portugal, e não obstante os estorvos burocráticos próprios, acrescentados à pouca variedade de incentivos, consegue-se conduzir todo o processo com uma certa facilidade. Problemática diferente se encontra no Brasil, pois apesar de ser um país em grande progresso, e mesmo sem qualquer barreira linguística aparente, a verdade é que legalmente e sistematicamente o ordenamento jurídico Brasileiro nem em tudo pode ser ligado ao Português. Desde logo se considerando que, sendo o Brasil um sistema federal, a regularização de empresas é efectuada através de uma série de exigências próprias deste Federalismo. Actualmente no Brasil a abertura de uma empresa está sujeita a tramitação decorrente do federalismo, pelo que cada estado tem a sua legislação específica e própria adequada a cada caso. Quanto ao processo de internacionalização/investimento estrangeiro, no seu trajecto protocolar, devem ser consideradas formalidades que para o investidor português são totalmente desconhecidas, como o registo do empresário na Junta Comercial do Estado em questão, a Receita Federal que é o responsável pela emissão do CNPJ, ou ainda as figuras do Posto Fiscal, que é a secretaria da Fazenda Estadual, e a Prefeitura Municipal de cada caso, pois cada município tem uma sistemática diferente para fazer a inscrição de uma empresa. Estranheza pode causar também o facto de neste país, serem muitas as siglas em que se exprimem � Com a convicção de que este é o momento para entrar no mercado Brasileiro, ressalve-se que é preciso ter em conta determinados aspectos no quadro legal que se apresentam como excessivamente específicos para o investidor � formulários de requerimento, e até as próprias leis. Vemos recorrentemente siglas como CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), DBE (Documento Básico de Entrada), CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), entre variadíssimas outras. No plano fiscal importa referir que os impostos, naturalmente não são os mesmos que em Portugal, sendo que neste aspecto assume especial relevância o Imposto de Renda, na medida em que este recai sobre os rendimentos ou ganhos auferidos no Brasil, seja por uma pessoa singular ou por uma pessoa colectiva. Em matéria tributária temos necessariamente que destacar o papel da convenção destinada a evitar a dupla tributação e a evasão fiscal, celebrada PV6 // INTERNACIONALIZAÇAO entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil. Esta, embora padeça de uma interpretação profunda, abre o caminho ao investidor, e clarifica o modo como deve ser tributada uma empresa que tenha actividade (ou que pretenda ter) nos dois países em questão. Assim, tendo em conta o crescente processo de globalização, e a necessidade das empresas Portuguesas se expandirem além fronteiras face à estagnação económica encontrada em Portugal, juntamente com desenvolvimento incomparável da economia Brasileira estão reunidas as condições ideais para a internacionalização de qualquer grupo empresarial. Ora, por tudo isto e acrescentando ainda, que estudos de analistas de um dos mais prestigiados bancos de investimento do mundo (Goldman Sachs) prevêem que lado a lado com apenas três outros países estará o Brasil a dominar a economia mundial no século XXI, é sem dúvida apelativa a internacionalização de uma qualquer empresa em solo Brasileiro. Se por um lado é urgente encontrar soluções para dinamizar muitas empresas Portuguesas, pensando em investir neste mercado emergente, por outro há que ter em consideração todo o processo envolvente e toda a planificação necessária para uma célere e eficaz expansão da empresa no Brasil. Contudo, note-se que por enquanto este país necessita de importar qualificação para manter o crescimento, e “ainda há lugar para todos nesta economia”, em breve, com todos os holofotes virados para si, o Brasil será indubitavelmente uma das grandes economias mundiais, e nessa altura seria muito vantajoso para as empresas que hoje pensam em se internacionalizar, já estarem devidamente enraizadas na economia Brasileira, este é o momento. �Tendo em conta o crescen- te processo de globalização, e a necessidade das empresas Portuguesas se expandirem além fronteiras face à estagnação económica encontrada em Portugal, juntamente com desenvolvimento incomparável da economia Brasileira estão reunidas as condições ideais para a internacionalização de qualquer grupo empresarial �