3 a 6 de novembro de 2009 - Londrina – Pr - ISSN 2175-960X
HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS: UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA
ANA CAROLINA SANTANA DE OLIVEIRA1
MEY DE ABREU VAN MUNSTER2
Universidade Federal de São Carlos
Programa de Pós-Graduação em Educação Especial
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Resumo
O handebol em cadeira de rodas é uma modalidade recente que, além de contribuir com a
diversidade de conteúdos da Educação Física Adaptada, tem ampliado as possibilidades de
práticas esportivas para pessoas com deficiência física. O objetivo dessa pesquisa foi
apresentar a sistematização de uma proposta pedagógica da modalidade handebol adaptado
a pessoas com deficiência física desenvolvida junto a uma equipe do município de São
Carlos/SP. A pesquisa de campo teve cunho qualitativo, utilizando como instrumentos de
coleta de dados a observação sistemática e o registro em diário de campo. A prática
pedagógica aqui sistematizada e descrita pode consistir numa primeira referência para futuras
discussões sobre a modalidade.
Introdução
O esporte adaptado é o esporte modificado ou criado para suprir as
necessidades especiais de pessoas com deficiência, podendo ser entendido como adaptação de
um esporte já conhecido pela população com relação à sua prática e regras (ARAÚJO, 1997;
WINNICK, 2004).
De acordo com Gorgatti e Gorgatti (2008), o esporte adaptado para pessoas
com algum tipo de deficiência também foi adotado como uma tentativa de colaborar no
processo terapêutico das pessoas com deficiência por meio da reabilitação. Atualmente, o
esporte vai além da mera reabilitação, tendo também como finalidade a educação, o lazer, o
rendimento, dentre outros aspectos.
O desporto adaptado foi inicialmente concebido no contexto da reabilitação,
que buscou na atividade física a possibilidade de interação das pessoas com deficiências na
sociedade, evidenciando suas potencialidades (ARAÚJO, 1997). Ele surgiu após as duas
grandes guerras mundiais, principalmente depois da segunda guerra, para a reabilitação de
soldados que retornavam com lesões medulares, amputações e outras seqüelas. Existem
registros anteriores, mas o reconhecimento da atividade física e esportiva como forma de
reabilitação e recuperação de pessoas com deficiência passou a ser mais utilizado com a
intervenção do médico alemão Ludwig Guttmann (ITANI; ARAÚJO, ALMEIDA, 2004).
1
Licenciada em Educação Física. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da
Universidade Federal de São Carlos. Endereço: Rodovia Washington Luis, Km 235, São Carlos/SP. Email:
[email protected]
2
Professora Doutora do Departamento de Educação Física e Motricidade e do Programa de Pós-Graduação em
Educação Especial. Endereço: Rodovia Washington Luis, Km 235, São Carlos/SP. Email: [email protected]
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O Dr. Guttmann começou o trabalho para pessoas com deficiência física na
Inglaterra, pois acreditava que o esporte seria uma excelente estratégia para a reabilitação das
pessoas com lesão medular. Inicia-se a proliferação do esporte adaptado pelo mundo. No ano
posterior, em 1946, começaram os primeiros campeonatos de basquete em cadeira de rodas
nos Estados Unidos, com a criação do primeiro time chamado de “Flying Wheels” (rodas
voadoras).
No Brasil, o esporte adaptado chega por volta de 1958, com os brasileiros
Robson Sampaio de Almeida (paraplégico) e Sérgio Serafim Del Grande (tetraplégico). Ao
retornarem de tratamentos realizados no exterior, procuraram implementar o esporte adaptado
nas suas respectivas cidades, São Paulo e Rio de Janeiro, por meio da criação de clubes e
associações esportivas para pessoas com deficiência física (ARAÚJO, 1997). A partir da
criação das associações e clubes esportivos, começou a disseminação do esporte adaptado no
Brasil.
O handebol em cadeira de rodas vem para contribuir com a diversificação de
conteúdos que a Educação Física Adaptada possui para trabalhar com as diversas deficiências,
e neste caso, com a deficiência física. Os benefícios da prática dessa modalidade são os
inerentes a qualquer prática de atividade física, promovendo à pessoa com deficiência física
experiências motoras que poderão ser “ampliadas através de conhecimento de novas
possibilidades de movimentos, novos jogos adaptados às suas limitações e potencialidades”
(FREITAS e CIDADE, 2000, p. 30).
O handebol foi escolhido por apresentar características que permitem sua
prática a pessoas com diversos graus de comprometimento, diferentemente do basquete em
cadeira de rodas, por exemplo, que possui maior especificidade quanto aos arremessos,
controle de bola, altura da cesta, tipo de movimentação, dentre outros. Somente pelo fato de
existir um gol e um espaço mais amplo para a movimentação em quadra, já facilita a inclusão
de diversos tipos de atletas com suas respectivas deficiências, desde pessoas com tetraplegia
até pessoas que possuem pouco comprometimento motor (lesão medular incompleta com
motricidade preservada, por exemplo).
Pelos motivos expostos acima, o objetivo deste trabalho é apresentar a
sistematização de uma proposta pedagógica da modalidade handebol adaptado a pessoas com
deficiência física desenvolvida junto a uma equipe da cidade de São Carlos/SP.
Handebol Adaptado: conceitos e regras
O handebol adaptado teve sua prática mais sistematizada em 2004 na cidade de
Campinas/SP, com a realização do trabalho de conclusão de curso da acadêmica Daniela Eiko
Itani, sob a orientação dos professores Paulo Ferreira de Araújo e José Júlio Gavião de
Almeida.
Calegari, Gorla e Carminato (2005) descreveram que existem duas formas de
jogar o handebol adaptado: o Handball seven (ou handebol de sete cadeiras) e o Handball four
(ou handebol de quatro cadeiras), que serão abordados em seguida com base nesses autores.
O jogo é disputado na quadra de handebol, respeitando as medidas mínima e máxima da
quadra (Mínima = 36 x 18 m; Máxima = 40 x 20 m.). A baliza tem sua altura reduzida em 40
centímetros (de 2,09 metros para 1,69 metros), com uma placa de madeira é posicionada e
afixada no travessão (a placa pode ser encaixada e removida, preservando as características
originais da baliza).
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O handebol de sete cadeiras é disputado por duas equipes com sete jogadores3
com o mesmo número de reservas, ou seja, uma equipe é composta por 14 jogadores. As
regras e punições são praticamente as mesmas do handebol para pessoas sem deficiências.
Uma adaptação é com relação aos impulsos (que substituem as “passadas” na
cadeira de rodas), não podendo ultrapassar três4. Não é permitido ao jogador deslocar-se com
a bola nas mãos, exceto se o mesmo recebê-la em movimento e não realizar nenhum impulso
na cadeira. Outra regra que também foi mantida é que o jogador não pode permanecer por
mais de três segundos com a bola e, caso isso aconteça, perde a posse de bola.
Com relação ao contato entre os jogadores, apenas os frontais são tolerados,
desde que o juiz não considere uma jogada desleal. Os contatos laterais e traseiros são
punidos com falta; caso um jogador esteja de frente e em situação eminente de gol e for
interrompido por outro jogador, será marcado o sete metros (espécie de “pênalti”).
No que diz respeito à defesa do gol, no entanto, existem diferenças entre o
handebol convencional e o handebol adaptado. A função de proteger o gol não é fixa nesta
última modalidade (não há uniforme diferente para os jogadores da mesma equipe), ou seja,
qualquer atleta pode atuar como goleiro. Não é permitido que dois atletas da mesma equipe
permaneçam ao mesmo tempo dentro da área, e, caso isto ocorra, a equipe infratora será
punida com a penalidade de sete metros. Essa medida foi adotada para facilitar a ação
ofensiva.
Da mesma forma que o handebol convencional, o handebol de sete é disputado
em dois tempos de 30 minutos com 10 minutos de intervalo. É permitido ao treinador solicitar
um tempo técnico em cada tempo de jogo.
O handebol de quatro cadeiras, por sua vez, é bastante diferente do handebol de
sete cadeiras. Essa modalidade é disputada por duas equipes de quatro jogadores com o
mesmo número de reservas, com três jogadores de linha e um goleiro5. As dimensões da
quadra de jogo são reduzidas para o tamanho da quadra de basquete (28 m x 15 m), com a
área do goleiro sendo delimitada pelo prolongamento da linha do lance livre em direção à
lateral até a linha de fundo. A zona de substituição ficará restrita à área do goleiro.
Devido ao número reduzido de jogadores, o jogo é disputado em dois tempos
de 10 minutos, com intervalo de 5 minutos. Ao final do primeiro tempo, o placar é zerado.
Em caso de empate, haverá o acréscimo de um tempo de 5 minutos para determinar o
vencedor do jogo. Caso permaneça o empate, será incluído mais um tempo extra até que seja
feito o golden goal6. As punições continuam as mesmas, assim como os contatos entre os
jogadores.
As duas formas de jogar o handebol adaptado são interessantes, pois
possibilitam várias formas de jogo e de combinações nas ações ofensivas e defensivas.
Carminato, Gorla e Calegari (2005) afirmam que o rodízio de goleiros é vantajoso, pois “inibe
a especialização exacerbada de funções, obrigando todos os jogadores a atacarem e
defenderem”.
Método
3
Número de jogadores igual ao handebol convencional.
No handebol convencional, são permitidos três passos com a bola nas mãos.
5
O goleiro no handebol de quatro cadeiras não é fixo, assim como no handebol de sete cadeiras.
6
Traduzido para o português como gol de ouro.
4
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Esta pesquisa foi realizada sob a perspectiva da abordagem qualitativa permite
o “contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo
investigada, via de regra, através do trabalho intensivo de campo” (LÜDKE e ANDRÉ, 1986,
p. 11). A pesquisa de campo realizada foi do tipo exploratória e utilizou como instrumentos
de coleta de dados a observação sistemática e o diário de campo.
Os aspectos éticos foram contemplados nesta pesquisa por meio da submissão
ao Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de São Carlos
(CEP/UFSCar) e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos participantes,
autorizando a divulgação de imagens. O trabalho foi aprovado pelo parecer nº 411/2008 do
CEP/UFSCar.
Pedagogia do Handebol Adaptado: uma experiência na cidade de São Carlos/SP
No ano de 2008, com a realização da pesquisa de iniciação científica da autora
deste trabalho, foi criada a equipe de handebol adaptado na Universidade Federal de São
Carlos. Os participantes da pesquisa foram os integrantes do projeto de extensão “Atividades
Físicas, Esportivas e de Lazer Adaptadas a Pessoas com Deficiências” (PROAFA) do
Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da mesma Universidade.
O handebol adaptado foi realizado por meio de uma intervenção semanal com
90 minutos de duração no ginásio de esportes da UFSCar, durante doze semanas no horário de
atendimento aos alunos do PROAFA.
As sessões de exercícios foram planejadas com base nos conteúdos do
handebol que foram adaptados para a modalidade na cadeira de rodas e o aprendizado dos
fundamentos dessa modalidade: passe, drible, arremesso, recepção, recuperação de bola e o
movimento trifásico da cadeira de rodas.
Os fundamentos técnicos e táticos como ataque, defesa, contra-ataque também
foram contemplados, além das capacidades físicas como agilidade, força, coordenação,
resistência aeróbia e o jogo coletivo.
Discussão
As sessões de treinamento foram divididas em três partes principais: o
alongamento e aquecimento (parte inicial), os exercícios específicos da modalidade (parte
principal) e alongamento final e avaliação (parte final). Durante as doze semanas do protocolo
de intervenção, foram ministrados os conteúdos tático, técnico e físico do handebol adaptado,
levando em consideração as potencialidades dos alunos. A seguir serão especificados em um
quadro explicativo quais foram as estratégias e os conteúdos utilizados em cada objetivo
proposto para o processo de ensino-aprendizagem do handebol.
QUADRO 1 – Objetivos, conteúdos e estratégias do handebol adaptado.
Objetivo
Conteúdos
Estratégias
Experimentar
a Exercícios de - Deslocamento para frente e para trás,giro com a
cadeira de rodas deslocamento e cadeira: meio giro, giro completo
esportiva e realizar controle
de - Exercícios de controle de bola: passar pela frente
diferentes
bola.
do tronco, atrás da cadeira, jogando por cima da
possibilidades de
cabeça em forma de parábola, fazer passes de
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movimentos com a
mesma.
forma livre
- Início do aprendizado do ritmo trifásico da
cadeira de rodas – o ritmo trifásico corresponde
aos três passos que é permitido dar com a bola nas
mãos no handebol convencional.
Aprender
as Exercícios de - Exercícios de aprendizado da forma correta de
diferentes formas passe.
realizar o passe: posicionamento dos ombros,
de
passe
do
cotovelos, mão e forma de arremesso.
handebol.
- Exercícios de passe: passes na mão do
companheiro, passe quicado no chão (bola deve ser
jogada próxima à cadeira de rodas), passes em
distâncias crescentes.
- Passe em deslocamento com a cadeira.
- Exercícios de passe com deslocamento cruzado.
- Aprendizagem da movimentação em “8”.
- Passes no “quadrado”: cada atleta em cada canto
da quadra realizando passes cruzados e para o
companheiro da lateral.
- Passes em deslocamento em “8” – o
deslocamento em “8” consiste em um sistema de
ataque para sair da marcação do adversário. Os
jogadores realizam passes, trocando de posição na
quadra.
- Exercícios de manejo de bola: aprendizado em
realizar passe lateral (o passe é feito com a mão na
altura do protetor de roupas da cadeira de rodas).
- Exercício de passe em quadrado com distâncias
crescentes. Variação com mais uma bola.
Aprendizado das Exercícios de - Exercícios de arremessos parados em diferentes
diferentes formas arremessos.
posições da quadra (central, pontas, pivô)
de arremesso do
- Arremessos em deslocamento com a cadeira das
handebol.
linhas dos 9, 7 e 6 metros.
- Arremessos em deslocamento com alvos no gol –
acertar cones posicionados nos cantos inferiores
direito e esquerdo e bambolês posicionados nos
ângulos superiores direito e esquerdo da baliza do
gol.
- Arremessos com goleiro posicionado no gol.
- Arremessos com a cadeira em movimento: um
atleta fica próximo à área do gol e passa a bola
para o companheiro que está em movimento em
direção ao gol.
- Arremessos com circuito: realizar um circuito
com seis estações e finalizar com arremessos no
gol.
-Arremessos com deslocamento em diferentes
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Treinar capacidade
cardiorrespiratória,
capacidade
anaeróbia, força e
agilidade.
Exercícios que
envolvam
condicionament
o
cardiovascular,
força
e
agilidade
e
sistema ATPCP.
Aprender
a
movimentação e
deslocamento em
quadra, posição de
goleiro e pivô.
Exercícios de
deslocamentos
em
quadra,
passes
e
arremessos das
posições
de
jogo.
Ataque e defesa.
Exercícios de
ataque e defesa
em quadra
Posicionamento
Exercícios para
em
quadra
e posicionamento
recuperação
de em quadra e
bola.
ataque e defesa
para
devidas
correções.
Treino físico.
alvos no gol: 1º canto superior direito, 2º canto
superior esquerdo, 3º canto inferior direito e 4º
canto inferior esquerdo.
- Arremessos de sete metros.
- Arremessos da linha de 9 metros.
Exercícios de arremessos com diferentes alvos e
diferentes formas de deslocamento (cadeira em
movimento, cadeira parada com alvos no gol, com
passe de um companheiro e cadeira em
movimento).
- Exercícios com medicinebol: movimentos de
fortalecimento muscular nos músculos bíceps,
tríceps, peitoral e musculatura das costas.
- dar 10 voltas ao redor da quadra
- exercício para potência muscular: os alunos ficam
de costas para a quadra e quando dado um sinal
com apito, eles dão meio giro com a cadeira e a
conduzem o mais rápido que conseguirem até o
final da quadra.
- Carriola: “carregar” de duas a três pessoas com as
cadeiras unidas e em movimento.
- Impulso elétrico: os alunos de mãos dadas
transmitem um “impulso” até o último e este sai da
corrente formada e vai buscar uma bola que estará
no centro da quadra para arremessar no outro gol.
- Aprendizado da posição de pivô: movimentação
e ataque próximo à linha da área.
- Arremesso da posição de pivô com e sem defesa.
- Treino de goleiro: exercício de goleiro-linha (o
goleiro sai do gol para ser mais um jogador na
quadra, sendo que ele se posiciona como armador
do jogo).
- Deslocamento em “8” com ataque e defesa.
- Deslocamento em “8” com ataque e defesa.
- Ataque e defesa com goleiro linha.
- Exercícios de passe trocando posições na quadra
(passe ou arremesso trocando de posição com o
companheiro de equipe).
- Exercícios de condução de bola com a cadeira de
rodas em movimento (bola no colo, bola com a
cadeira em movimento sem toques).
- Exercícios de recuperação de bola no ataque.
Treino de força Treino de força com medicinebol: tiro ao alvo,
e
exercícios passes, fortalecimento de ombro.
para treino de - Carriola.
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Treinamento
recepção
recuperação
bola.
de
e
de
Circuitos.
Treino
físico.
tático
e
recuperação de - Impulso elétrico com medicinebol.
bola.
- Passes simulando contra-ataque: correr para
pegar uma bola que foi lançada pelo goleiro e
arremessar no gol.
- “Passes rasteiros” para treino de recuperação de
bola com e sem marcação.
Exercícios que Treino de recepção de bola – realizar a recepção de
envolvam
a bolas consecutivas.
recepção
e - Treino de recuperação de bola.
recuperação da
bola em jogo.
Passes,
- Circuito de passes: realizar 5 passes diferentes
arremessos
e para o companheiro de equipe até o meio da
posicionamento quadra. Na outra metade realizar os passes com
em quadra.
deslocamento em “oito”.
- Ao final do circuito, arremessar no gol em
diferentes locais do gol (ângulos superiores
esquerdo e direito, ângulos inferiores esquerdo e
direito e no centro do gol).
- Treinamento com goleiro linha depois de realizar
o circuito 10 vezes.
Exercícios de - Ensino do sistema 3 X 1 do handebol de quatro
força
e de cadeiras.
posicionamento - Simulação de jogo coletivo para correção das
tático em jogo. falhas técnicas e táticas da equipe.
- Correção do posicionamento da defesa e dos
deslocamentos do ataque.
Os fundamentos que foram desenvolvidos durante a realização desse trabalho
foram os descritos no quadro acima. Não podemos esquecer que este é um dos primeiros
trabalhos voltados à abordagem pedagógica da modalidade, necessitando de estudos
posteriores que possam enriquecer a literatura a respeito do handebol em cadeira de rodas e
que contribuam para o desenvolvimento da sistematização do esporte no nosso país e para a
área de Educação Física Adaptada.
Foram ministradas 12 aulas com conteúdos da modalidade handebol em
cadeira de rodas, nas quais foram desenvolvidas diversas estratégias para o ensino e
aprendizagem da modalidade. A seguir será apresentada no quadro 2 quais foram as aulas em
que os diferentes conteúdos foram ministrados e como foram distribuídos os mesmos para o
conhecimento de como foi organizado o plano de trabalho desta pesquisa.
QUADRO 2 – Organização dos conteúdos ministrados
Conteúdos
Condução/ deslocamento
com a cadeira
Passes
Aulas
01, 02, 07
02, 05, 07, 10, 11
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Arremessos
Recepção
Treino Físico
Posicionamento
Treino Tático
Recuperação de bola
Controle de bola
03, 05, 07, 10, 11
01, 10
04, 09, 12
06, 08
08, 12
07, 08, 09
01, 07
O plano de trabalho desta pesquisa foi organizado baseado nos registros
realizados em diário de campo. Durante a realização da pesquisa, foram surgindo a
necessidade de ministrar os conteúdos descritos. Essa foi a primeira tentativa de
sistematização da modalidade, consistindo na primeira referência para estudos posteriores
serem desenvolvidos e uma pequena contribuição para os professores que trabalham com
esportes adaptados.
Conclusões
Podemos concluir com este trabalho que tanto o tratamento pedagógico
conferido ao esporte pelas pesquisadoras quanto aprendizagem da modalidade pelos alunos
foi inédito, pois estes nunca praticaram o handebol em cadeira de rodas, sendo que o
aprendizado de todos os fundamentos e técnicas algo muito novo para os atletas e a evolução
de todos foi notável.
Além disso, este trabalho apresenta uma importância acadêmica, consistindo
em contribuir um pouco com a literatura do handebol em cadeira de rodas a ser desenvolvida
no meio científico e acadêmico, como um dos primeiros trabalhos a ser desenvolvido no meio
acadêmico com a temática. Ressaltamos a importância de mais trabalhos relacionados ao
handebol, como forma de colaborar com futuros trabalhos na área da Educação Física
Adaptada.
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Handebol em Cadeira de Rodas: possibilidades para prática